Bairros Comunitários | Governo recusa promoções de casinos

O alargamento dos programas de descontos dos casinos ao comércio local e à zona norte é visto como uma forma de promover a recuperação económica. No entanto, o Governo afasta, por agora, a possibilidade de aoi iniciativa por temer os efeitos negativos para a sociedade

 

O Governo afastou a possibilidade de os programas de descontos e promoções dos casinos poderem ser utilizados nos bairros comunitários, como forma de promover o comércio local. A posição, ainda que temporária, foi comunicada por Adriano Marques Ho, dirigente da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), na resposta a uma interpelação escrita.

Com o comércio local a sofrer com a competição do Interior, a deputada Lo Chio In questionou o Executivo sobre a possibilidade de os pontos acumulados pelos jogadores para obterem descontos nas lojas dos casinos poderem ser gastos em outros locais, como a zona norte.

Segundo a legisladora ligada à comunidade Jiangmen, esta seria uma forma de revitalizar o comércio e promover um maior consumo pelos turistas, em zonas que actualmente atravessam dificuldades.

No entanto, o Governo teme que a opção leve a uma “promoção excessiva” do jogo. “Quanto ao assunto de pontos ganhos pelos jogadores nos casinos poderem ser utilizados nos bairros comunitários, a medida pode resultar numa divulgação ou promoção excessiva, sendo por isso fácil prever que tenha um impacto negativo. Por isso, é preciso tratarmos o assunto de forma prudente,” realçou o director da DICJ, Adriano Marques Ho.

Apesar da nega às pretensões da deputada, Adriano Ho garantiu que o Governo vai continuar a incentivar as concessionárias do jogo a cooperar com as pequenas e médias empresas.

Outras alternativas

Como forma de promover a economia dos bairros comunitários, o director da DICJ acredita que o melhor caminho passa pela aposta nos “elementos não jogo”, com o apoio das concessionárias, e pela atracção de mais turistas para essas zonas, como está previsto nos contratos de concessão do jogo.

“Devemos frisar que as concessionárias do jogo estão a lançar, de forma ordenada, os projectos de investimento e a cumprir as suas promessas segundo os contratos de concessão,” respondeu o responsável.

Marques Ho adiantou também que a DICJ vai cumprir o seu papel e supervisionar rigorosamente as concessionárias do jogo, para assegurar que concretizam as promessas dos contratos de concessão.

Na interpelação, foi ainda abordada a possibilidade de os promotores de jogo operarem nas zonas do mercado de massas e slot machines. Sobre este aspecto, o responsável da DICJ afirmou que tal depende das negociações entre os promotores as concessionárias.

“Actualmente a lei tem definido o papel dos promotores de jogo, esclarecendo que só podem cobrar comissão quando fazem actividades de promoção do jogo para as concessionárias. Contudo, a lei não regula claramente o espaço de operação nos casinos”, justificou o dirigente. “Desde que assegurem um nível de vigilância adequado, as concessionárias e os promotores de jogo podem negociar as condições de colaboração e as zonas nos casinos onde exercem as actividades”, acrescentou.

15 Out 2024

Bairros comunitários | Novos eventos a caminho

O mês de Dezembro vai acolher novos eventos promovidos pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) a fim de promover a economia local. Segundo um comunicado, no contexto do lançamento do evento “Iluminar Macau 2023”, serão organizadas as actividades de extensão “Light Up! F’art for U” e “Iluminar o Paraíso de Gelo e Neve”. No próximo mês decorrem também o “Festival Cultural da Tailândia 2023 e ainda o “Creative Camp Marketplace”.

O “Light Up! F’art for U” será “um novo modelo de passeios que vai transformar toda a região de Macau num parque de video mapping”. A actividade divide-se em três partes, nomeadamente “Flash Mob Opening”, “F’art for U” e “PO Art Studio”.

Para dia 2 estão agendados os espectáculos de flash mob nos locais onde decorre o evento “Iluminar Macau 2023”, enquanto nos dias 9, 10, 16 e 17 de Dezembro decorre o espectáculo artístico “F’art for U”. Nos dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de Janeiro será ainda instalado, na zona de lazer da Rua do General Ivens Ferraz, um local dos veículos exclusivos do “Iluminar Macau 2023” para a entrega de encomendas.

Entre os dias 9 de Dezembro e 14 de Janeiro de 2024 decorre, aos sábados, a actividade “Iluminar o Paraíso de Gelo e Neve”, com a instalação de um campo de patinagem simulada no Canídromo de Macau, instalações luminosas, um parque de diversões, workshops para pais e filhos e jogos interactivos.

Por sua vez o “Festival Cultural da Tailândia 2023” decorre entre os dias 9 e 10 de Dezembro na Rua de Abreu Nunes, incluindo actuações ao vivo, actividades de distribuição de arroz e várias tendinhas de gastronomia apresentadas por restaurantes tailandeses locais.

Já o “Creative Camp Marketplace” decorre nos dias 15 a 17, 22 a 24, 30 e 31 de Dezembro, das 16h00 às 20h30, na Praça da Amizade. Tendo como tema o estilo de campismo, apresenta-se uma feira cultural, criativa e gastronómica, workshops de artesanato criativo, actividades de pintura artística e espectáculos.

22 Nov 2023

Sugerida inovação a comerciantes de bairros comunitários

O presidente da Associação Económica de Macau recomenda aos pequenos comerciantes dos bairros comunitários, onde faltam atracções turísticas, que inovem na abordagem ao cliente e criem características próprias que os diferenciem. As recomendações são apontadas como um remédio para a sangria de residentes que saem de Macau ao fim-de-semana

 

Seguindo a sede infinita pela “viralidade” e hashtags potenciadores de negócios, que tem preenchido o léxico do Governo, deputados e associações com expressões como “lojas com características próprias”, o presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, aponta à inovação como o caminho para o pequeno comércio dos bairros comunitários.

O ex-coordenador do Gabinete de Estudo das Políticas argumenta que as lojas e negócios, que estão fora do alcance das multidões dos circuitos turísticos, devem diferenciar-se em antecipação das férias de Verão e como forma de equilibrar a perda de negócio gerada pela saída do território de residentes, em particular durante os fins-de-semana.

Novos produtos e mentalidade fresca para atrair novos clientes, características inovadoras e originais podem ser trunfos para os negócios que estão a sofrer, em particular desde que foi implementada a política de circulação de veículos de Macau na província vizinha de Guangdong.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Lau Pun Lap considera que a perda de procura doméstica pode também ser mitigada por elementos inovadores proporcionados pela iniciativa do Governo, com actividades organizadas nos bairros comunitários para injectar vitalidade comercial fora dos locais de turismo.

Conjugação de factores

O facto de estas serem as primeiras férias de Verão desde o fim das restrições fronteiriças e do pânico da covid-19 é um factor que pode potenciar a saída das famílias de Macau para fora. Nesse contexto, e como a economia local ainda não recuperou totalmente, o Interior da China é um destino barato, mais aliciante desde a depreciação do yuan, e conveniente desde que começou a política de circulação de veículos de Macau em Guangdong.

Além disso, o consumo transfronteiriço online tornou-se ainda mais popular durante a pandemia, factor que já desviava para norte muitos consumidores locais. O especialista considera que as pequenas e médias empresas têm de encarar a realidade de que parte do consumo doméstico mudou para norte, mas continuam a entrar muitos turistas no território.

O mercado de turistas de Hong Kong é destacado pelo dirigente associativo pelo grande potencial para as pequenas e médias empresas fora dos mais populares circuitos turísticos, pela abertura para experimentar novos produtos e sabores. Outra via, é a promoção online e a optimização das operações através de meios tecnológicos, reduzindo custos e chegando a um leque mais alargado de clientela.

25 Jul 2023

Economia | Conselheira alerta para custo de vida mais elevado

A conselheira dos Serviços Comunitários das Ilhas Un Su Kei avisou o Governo para o desfasamento entre a recuperação do turismo e o aumento repentino dos preços de bens de primeira necessidade

 

Apesar dos dados oficiais apresentarem uma inflação no território de um por cento, Un Su Kei, conselheira que integra o Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, alertou para o impacto da subida dos preços na população. O alerta foi deixado na terça-feira e relatado ontem pelo Jornal do Cidadão.

Segundo a responsável, o Governo precisa de acompanhar o aumento dos preços e tomar medidas para contrariar a tendência, porque os residentes estão a perder poder de compra a nível dos bens de primeira necessidade, como produtos alimentares, mais depressa do que as estatísticas dão a entender.

Numa análise às componentes do Índice de Preços no Consumidor, que serve para medir a inflação, a conselheira indicou que entre os itens que ficaram mais caros estão a educação, serviços domésticos, e alguns alimentos como pão e bolachas.

Neste cenário, Un Su Kei apontou que a recuperação do turismo pode transmitir “uma falsa ideia” do que efectivamente acontece com os rendimentos dos residentes. “As pessoas queixam-se de sentirem mais a escalada dos preços do que a recuperação económica pós-pandemia”, atirou.

A conselheira revelou também situações de escaladas de preços nos supermercados locais, sem qualquer tipo de consequências, avançando com exemplo uma marca de bolachas cujo produto, no final de Fevereiro, custava 31,8 patacas. No entanto, até ao fim de Abril as mesmas bolachas passaram a custar 36,8 patacas, mais cinco patacas, um aumento superior a 15 por cento.

Ponta do icebergue

Entre os outros exemplos dos preços que ficaram mais caros, a membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas indicou as padarias, que aumentaram o preço do pão em duas patacas, os restaurantes de fast food, em que cada produto ficou mais caro entre duas a três patacas, e o preço da água e óleo de cozinha.

Face a esta situação, Un Su Kei defendeu a necessidade de o Governo intensificar a supervisão do mecanismo de preços, e promover esforços juntos dos comerciantes para evitar escaladas de preços irracionais.

A conselheira apelou igualmente para que o Executivo garanta que a Lei de Protecção do Consumidor é aplicada na prática, e que são tomadas medidas de fundo para abrandar a subida dos preços.

3 Mai 2023

Comércio | Arraiais de promoção ao consumo arrancam no próximo mês

A fim de incentivar o consumo no comércio tradicional, o Governo vai continuar a organizar os arraiais de comércio nas zonas de Taipa, Coloane e Rua dos Ervanários, na península de Macau. A ideia é que, com a ajuda do telemóvel e da tecnologia de Realidade Aumentada, os residentes e turistas possam comprar de uma forma lúdica e divertida

 

A zona da Taipa irá receber no próximo mês a actividade “Arraial na Taipa”, destinada a promover o comércio local. O evento, organizado pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), pretende receber os turistas que chegarão a Macau no período da Semana Dourada de Outubro, aquando da celebração do aniversário da implantação da República Popular da China.

A ideia é que o “Arraial da Taipa” possa “atrair residentes e turistas a divertirem-se e consumirem naquele bairro através da introdução da tecnologia RA (Realidade Aumentada) com características do bairro, conjugada com benefícios de consumo e ofertas de prémios, de modo a dinamizar a economia do bairro comunitário”. Os comerciantes irão receber formação sobre esta tecnologia, de forma a poderem participar na actividade, estando a ser preparadas as instalações com o apoio de uma associação comercial local.

Actividades como o “Arraial na Ervanários”, que decorre na Rua dos Ervanários, na península de Macau, e “Arraial em Coloane” irão prolongar-se até finais de Outubro.

Bons resultados

Os dados mostram que estes arraiais têm registado uma grande participação do público, além de contribuírem “para prolongar o tempo de permanência dos residentes e turistas nos bairros comunitários e estimular o consumo”. Desta forma, as autoridades entendem que os arraiais “desempenham um papel positivo na promoção dos negócios dos comerciantes nos bairros comunitários”.

Lançado em Novembro do ano passado, o “Arraial dos Ervanários” registou, até à última quarta-feira, 47 mil participantes no jogo AR, tendo sido distribuídos mais de 95 mil cupões de compras das lojas aderentes. De acordo com os dados apurados nos inquéritos, cerca de 82 por cento dos inquiridos afirmaram que o tempo de visita foi prolongado e cerca de 78 por cento responderam que consumiram mais devido à actividade em questão.

Por sua vez, o “Arraial em Coloane”, criado em Abril deste ano, teve, até 17 de Agosto, 16 mil participantes no jogo AR, além de terem sido distribuídos aos participantes mais de 192 mil cupões de compras das lojas aderentes. De acordo com os dados apurados nos inquéritos, cerca de 86 por cento dos inquiridos disseram que o tempo de visita foi prolongado e cerca de 81 por cento responderam que consumiram mais devido ao arraial.

21 Ago 2022