Hoje Macau EventosBienal Arte Macau | Four Seasons acolhe exposição de três artistas locais “Além as Formas: Estética da Arte Contemporânea” é o nome da exposição do trio de artistas Lei Ieng Wei, Leong Chi Mou e Lai Sio Kit, que integra o cartaz da Bienal Internacional de Arte de Macau. A mostra pode ser vista até Outubro na Sands Gallery É mais uma iniciativa cultural integrada no extenso cartaz da edição deste ano da Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau. Inaugurada esta quarta-feira, a exposição “Além das Formas: Estética da Arte Contemporânea” é o nome da mostra com obras do trio de artistas Lei Ieng Wai, Leong Chi Mou e Lai Sio Kit. Esta iniciativa pode ser visitada até ao dia 15 de Outubro na Sands Gallery, no sexto piso do Grand Suites do empreendimento Four Seasons. Com curadoria de Kitman Leong, esta exposição conta com a co-organização da Sociedade de Artistas de Macau e coordenação artística da Associação de Arte Juvenil de Macau. Trata-se de uma mostra que pretende ser “uma plataforma para a promoção do intercâmbio e cooperação entre talentos locais e internacionais”, sendo que os três artistas “revelam o seu próprio entendimento sobre vários temas em torno do desenvolvimento económico de Macau”, nomeadamente no que diz respeito aos dados, valores e crenças, tendo em conta que o tema central da Bienal deste ano é “A Estatística da Fortuna”. Com os trabalhos artísticos em exposição, os três artistas “mostram as memórias da sua terra natal, os sentimentos que possuem pelo país e ainda a paixão pela arte através de técnicas artísticas únicas”, revelando, ao mesmo tempo, uma ligação profunda ao “património cultural de Macau”. Lok Hei, presidente da Sociedade de Artistas de Macau, afirmou que a aposta foi feita na reunião de artistas locais, “especialmente jovens, com o objectivo de promover o seu desenvolvimento, inspirando assim mais pessoas na cidade a envolverem-se em actividades espirituais que enriquecerão as suas vidas”. Esta mostra pretende ainda, segundo o responsável, “chamar a atenção para a importância das ideias por detrás das obras de arte, ao mesmo tempo que promove o crescimento dos artistas emergentes locais”. Citada por um comunicado divulgado pela Sands, Lai Sio Kit declarou que tanto ele como os restantes artistas tiveram “total liberdade criativa na produção das obras”. “Tanto quanto sei, nas últimas duas edições da Arte Macau, foram apresentadas, sobretudo, obras de artistas estrangeiros. Por isso, estamos entusiasmados com o apoio dado aos artistas locais na edição deste ano”, apontou. Formas e visões No caso dos trabalhos de Lei Ieng Wai, o tema central é a “Luz”, demonstrando-se “espectros virtuais em telas repletas de cores e frequências deslumbrantes”. Já Lai Sio Kit resolveu contar “histórias de uma cidade através de azulejos gastos”, tendo recorrido à temática do “Tempo”. Leong Chi Mou, por sua vez, “visualizou a forma como as pessoas conferem um valor real à moeda em circulação” através da série “Projecto Alquimista”. Lei Ieng Wai formou-se na Academia de Belas Artes de Guangzhou com um mestrado e licenciatura, possuindo uma especialização em pintura a óleo. As suas obras já estiveram expostas, além de Macau, na China, Hong Kong, Taiwan, Singapura, Malásia, Austrália, Estados Unidos, França e Portugal. As suas muitas exposições individuais incluem “Steal Into”, “Emptiness”, “Dimensional Sequence” e “Time Spectrum”. Actualmente, é vice-presidente da Associação de Arte Juvenil de Macau. Por sua vez, Leong Chi Mou é artista a tempo inteiro e fundador do Estúdio Chi-Mou. Licenciado em pintura a óleo pela Universidade Politécnica de Macau, Leong começou desde a infância a aprender técnicas de pintura chinesa, sem qualquer orientação. Mais tarde, partiu para a exploração de diferentes técnicas da pintura ocidental e oriental. Actualmente, é também membro da Sociedade de Artistas de Macau e da Associação de Arte Juvenil de Macau. Lai Sio Kit tem também formação superior em pintura a óleo pela Academia Central de Belas Artes de Pequim, tendo já exposto em países e regiões como a China, Hong Kong, Macau, Taiwan, Singapura, Portugal e Estados Unidos. Realizou mais de 17 exposições individuais, incluindo “Splashing Brilliance”, “Eternity in an Hour” e “The Secret Garden”.
Andreia Sofia Silva EventosArte Macau | Artistas portugueses em mostra no Armazém do Boi O Consulado-geral de Portugal em Macau apresenta, entre 1 de Agosto e 11 de Outubro, no Armazém do Boi, a mostra “A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar”. Inserida na “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau”, a exposição exibe obras de grandes artistas portugueses da colecção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira Trabalhos de grandes nomes da arte portuguesa contemporânea, podem ser vistos a partir da próxima terça-feira, até 11 de Outubro, no Armazém do Boi. A exposição, que reúne um total de 27 obras, intitula-se “A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar”, é promovida pelo Consulado-geral de Portugal e Macau e co-produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). Com curadoria de Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos, a mostra integra o cartaz da edição deste ano da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau”, sendo também uma representação da colecção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC). O Armazém do Boi vai exibir trabalhos de artistas de oito países e quatro continentes, de diferentes gerações, entre eles Ana Hatherly, Ana Maria Pintora, Ana Vidigal, Ana Wever, Ângelo de Sousa, Gerardo Burmester, Helena Almeida, Henrique Silva, Inez Wijnhorst, Jaime Isidoro, Jayme Reis, João Gonçalves, José Rodrigues, Jusa, Kyria Oliveira, Mafalda Santos, Manuel Baptista, Manuel Dias, Nuno Nunes-Ferreira, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Scoditti, Tales Frey, Tchelo, Tiago Estrada, Zadok Ben-David e Zulmiro de Carvalho. “A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar” conta ainda com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e do Turismo do Porto e Norte de Portugal. O IPOR descreve o evento como “um desafio colocado pelas autoridades da RAEM com uma participação portuguesa de elevada qualidade que permitirá, também, assinalar a realização da edição de 2024 da famosa Bienal de Cerveira”. A Bienal Internacional de Arte de Macau deste ano conta com a curadoria de Qiu Zhijie e centra-se no tema “A Estatística da Fortuna”, visando explorar a correlação entre ciência e religião através da exibição de obras artísticas de mais de 200 artistas de 20 países e territórios, em 30 mostras espalhadas pela cidade. Geração das artes Falecida em 2018, Helena Almeida é um dos mais conhecidos nomes da arte contemporânea portuguesa feita no feminino. Nascida em Lisboa em 1934, estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e em 1967, ainda no período do Estado Novo, expôs pela primeira vez, a título individual, na Galeria Buchholz, na sua cidade. Apostando desde cedo na arte conceptual, Helena Almeida levou a sua própria identidade e corpo para os trabalhos que criou, tendo explorado géneros artísticos como o desenho, a pintura, a escultura e a performance. Ainda assim, a fotografia acabou por ser central no seu trabalho. A sua constitui uma tomada de posição, chamando a atenção para o papel e o lugar da mulher. Pedro Cabrita Reis, pintor e artista plástico, é outro dos nomes bem conhecidos da arte portuguesa, tendo exposto pela primeira vez, em nome individual, em 1981. Desde então, tem apostado numa obra complexa que explora uma série de estilos artísticos, que passam não apenas pela pintura, mas também pelo desenho, escultura ou instalação. A expressão artística de Pedro Cabrita Reis costuma materializar-se em obras de grande dimensão que retratam objectos do dia-a-dia inseridos em ambientes enigmáticos. Natural de Lisboa, Pedro Cabrita Reis desenvolveu ainda diversos trabalhos de cenografia para teatro e intervenções, tendo sido responsável, por exemplo, pela decoração do “Frágil”, antigo bar lisboeta situado no Bairro Alto. O artista participou em exposições em todo o mundo, tendo sido distinguido em 2000 com o prémio de artes plásticas atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Arte. De frisar que o trabalho de Pedro Cabrita Reis já integrou uma mostra colectiva em Xangai, em 2010, no Rockbund Art Museum. Ana Vidigal, igualmente pintora e artista plástica, nascida na década de 1960, já expôs em Macau, em 1993, na Galeria de Exposições Temporárias do Leal Senado. Formada em pintura, tal como grande parte dos artistas da sua geração, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1984, Ana Vidigal foi entre 1985 e 1987 bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Além dos trabalhos a título individual, Ana Vidigal tem-se dedicado a projectos públicos, como é o caso da execução dos painéis de azulejos para as estações do Metro de Lisboa de Alvalade e Alfornelos.
João Luz EventosArtes | Bienal arranca na quinta-feira com explicações do curador A Bienal Internacional de Arte de Macau 2023 será inaugurada na sexta-feira, mas no dia anterior o curador irá explicar o conceito central desta edição, na primeira de três palestras. Qiu Zhijie, vice-director da Academia Central de Belas-Artes, volta a assumir o leme da curadoria da Arte Macau, com um tema centrado no conflito entre ciência e religião Com a cerimónia de inauguração da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2023” marcada para próxima sexta-feira no Museu de Arte de Macau, o Instituto Cultural (IC) irá servir uns aperitivos introdutórios ao “mega-evento cultural e artístico internacional da cidade”. Assim sendo, a começar na quinta-feira e com extensão para duas sessões no sábado, Qiu Zhijie, “artista de renome e vice-director da Academia Central de Belas-Artes”, que voltou a ser convidado para o cargo de curador principal desta edição do evento Arte Macau 2023, irá apresentar três palestras no Auditório do Museu, sito no 1.º piso do MAM. Além do convite à reflexão sobre o tema central da edição deste ano da Bienal Internacional de Macau, as palestras têm como “intuito de apresentar aos visitantes, de forma profunda, a lógica da curadoria, bem como as novas tendências do panorama artístico internacional”. A partir do tema “A Estatística da Fortuna”, o curador propõe através da criação artística uma cuidada análise “às expectativas e preocupações derivadas do desenvolvimento da ciência e tecnologia”, e exploração “dos embates e interacções entre ciência e religião”. Esta dicotomia entre dois aspectos centrais à existência humana e à procura de conhecimento e do divino estará no epicentro da palestra “Religião e Ciência – A Curadoria da Bienal Internacional de Arte de Macau”, que se realiza na próxima quinta-feira, às 19h, no Auditório do Museu, no MAM. Nesta sessão, Qiu Zhijie “irá partilhar com o público a lógica subjacente à curadoria desta edição da “Arte Macau”, realçando várias obras de arte que exploram as tradições religiosas a partir de novos pontos de vista e que examinam a história da tecnologia a partir de perspectivas culturais profundas, explorando assim a correlação e a contradição entre ciência e religião”. O IC indicou ontem que a palestra será realizada em mandarim, sem tradução. Interpenetração cultural No sábado, Qiu Zhijie irá presidir a duas tertúlias intituladas “Conversas com Artistas”, com as sessões marcadas para as 14h e as 16h, no Auditório do Museu, no MAM. Para estas conversas foram convidados artistas locais, artistas portugueses e artistas do Sudeste Asiático, para abordar a relação entre a arte contemporânea e a cultura. A primeira Conversa tem como tema “Encontro entre Macau e Portugal — A Direcção Criativa da Interpenetração Cultural Chinesa e Portuguesa”, contando com a participação de vários artistas, nomeadamente, Carlos Marreiros e Konstantin Bessmertny, de Macau, e Fábio Colaço, Catarina Mil-Homens, Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos, de Portugal. Enquanto a segunda Conversa, intitulada “Um Sonho Tropical – Debate sobre Arte Contemporânea do Sudeste Asiático”, conta com a presença de artistas, como Ming Wong, da Singapura, Heri Dono, da Indonésia, e Khvay Samnang, do Camboja. Estas sessões serão realizadas em inglês, com interpretação simultânea em mandarim. As inscrições para as palestras encerraram ontem, o mesmo dia em que a informação foi divulgada em português e inglês. Criar a sorte A Arte Macau 2023 divide-se em oito secções. 30 exposições de arte serão apresentadas por toda a cidade para exibir obras-primas modernas e contemporâneas da autoria de mais de 200 artistas entusiásticos e representativos de mais de 20 países e regiões. O fim condutor da grande oferta cultural será a intersecção entre ciência e espiritualidade, ponto fulcral o tema “A Estatística da Fortuna”. Qiu Zhijie começa por explicar que a dicotomia entre ciência e religião em Macau teve um marco essencial no final do século XVI, quando o missionário jesuíta italiano Matteo Ricci chegou a Macau em 1582, constituindo um marco na história das trocas culturais entre a China e o Ocidente. Na China, Ricci colaborou com Li Zhizao e outros para desenhar o Kunyu wanguo quantu (Mapa Geográfico Completo de Dez Mil Países) e dedicou-o ao Imperador Wanli, da Dinastia Ming. Também colaborou com Xu Guangqi para traduzir parte dos Elementos de Geometria, de Euclides, iniciando assim o processo de disseminação do conhecimento científico ocidental moderno na China imperial. E sendo Matteo Ricci um missionário jesuíta, sabe-se que a ciência veio junto com a religião, destacou o curador-principal da Bienal Internacional de Arte de Macau. Tendo em conta este contexto histórico, Qiu Zhijie destaca a singular posição geográfica de Macau que colocou o território “na vanguarda dos intercâmbios globais de conhecimentos, crenças religiosas e costumes, onde se misturam budismo, taoísmo, crença em A-Má e catolicismo europeu.