Jogo | Ano Novo Lunar não impede quebra das receitas

Com 18,5 mil milhões de patacas arrecadadas, as receitas de jogo ficaram abaixo das expectativas dos analistas, de acordo com uma nota dos investidores do Deutsche Bank

 

 

As receitas do jogo caíram 4,4 por cento em Fevereiro, em comparação com o mês anterior, apesar dos feriados do Ano Novo Lunar, um dos picos turísticos anuais. Os números foram anunciados na sexta-feira, no primeiro dia de Março.

Os casinos arrecadaram 18,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que contrastam com os 19,3 mil milhões de patacas de Janeiro.

A queda em termos mensais aconteceu apesar de Macau ter recebido mais de 1,3 milhões de turistas na semana do Ano Novo Lunar, entre 10 e 17 de Fevereiro, mais 163,8 por cento do que no mesmo período de 2023.

As receitas da indústria do jogo subiram 79,1 por cento em comparação com Fevereiro do ano passado, quando não tinham ido além de 10,33 mil milhões de patacas.

Apesar da recuperação em termos anuais, as receitas dos casinos em Fevereiro representaram ainda 72,9 por cento do montante contabilizado em igual mês de 2019, quando o valor atingiu 25,4 mil milhões de patacas.

Macau fechou o ano passado com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que em 2022. Um valor que ultrapassou o previsto no orçamento de Macau para 2023, que era de 130 mil milhões de patacas. De acordo com os dados da DICJ, a receita acumulada em 2023 representou 62,6 por cento do montante registado no mesmo período de 2019.

Quando são apenas considerados os dois meses deste ano, registou-se um aumento de 72,7 por cento, com as receitas a chegarem a 37,8 mil milhões de patacas, face ao mesmo período de 2022, quando os casinos tinham gerado 21,9 mil milhões de patacas em receitas brutas.

 

Sands China domina

Após terem sido apresentados os dados de Fevereiro, Carlo Santarelli, analista do Banco de Investimento Deutsche Bank, reconheceu que os valores revelados foram piores do que o esperado pelos mercados.

Segundo o relatório, os analistas tinham um consenso que apontava para que o valor de Fevereiro de 2024 ficasse 24,8 por cento abaixo dos montantes de Fevereiro de 2019. No entanto, o cenário foi pior, com a diferença a ser de 27,1 por cento.

Em relação a este mês, deu-se uma revisão das previsões, e os analistas acreditam que a diferença face a Março de 2019 vai ser 25,2 por cento. Como em 2019 o valor das receitas totais de jogo foi de 25,95 mil milhões de patacas, o montante deste ano deverá rondar os 19,41 mil milhões de patacas.

Em relação aos dois primeiros meses do ano, as estimativas do Deutsche Bank indicam que a Sands China tem a maior quota de mercado com uma proporção de 24 por cento. No segundo lugar, surge a MGM com 20 por cento, seguida pela Galaxy com 16,5 por cento. Na segunda metade da tabela surgem Wynn Macau, com uma quota de 14 por cento, Melco com 13,5 por cento e SJM com 12 por cento do mercado.

4 Mar 2024

Ano Novo Lunar | Viagens e consumo superam níveis de 2019

As movimentações e os gastos dos chineses durante Ano Novo Lunar ultrapassaram pela primeira vez os registos do período pré-pandemia

 

A China registou 474 milhões de viagens e gastos turísticos de 632,7 mil milhões de yuans durante as férias do Ano Novo Lunar, acima dos níveis de 2019.

O Ministério da Cultura e Turismo chinês disse, no domingo, que as viagens realizadas durante a chamada ‘semana dourada’ de oito dias, terminada no sábado, subiram 34,3 por cento em termos homólogos e 19 por cento em relação a 2019.

Esta foi a primeira vez desde o fim da política ‘zero covid, em Dezembro de 2022, e depois quase três anos de rigorosas restrições, que as viagens na China durante o Ano Novo Lunar excederam os níveis pré-pandemia.

Já os gastos com o turismo aumentaram 47,3 por cento em termos homólogos e 7,7 por cento em comparação com o último ano antes do início da pandemia de covid-19, disse o Ministério.

Entre os destinos mais populares estiveram a província de Yunnan e a ilha de Hainão, no sul, ou a cidade de Harbin, no nordeste do país, onde as reservas aumentaram 40 por cento graças ao popular festival de esculturas de gelo.

“O mercado do turismo está vibrante e o consumo durante as férias aumentou. Impulsionado por políticas favoráveis, como a isenção mútua de vistos ou a retoma das rotas aéreas, o turismo (…) também acelerou a recuperação”, indicou.

O Ministério acrescentou que os chineses realizaram cerca de 3,6 milhões de viagens ao estrangeiro durante as férias, enquanto a China continental recebeu cerca de 3,23 milhões de visitantes.

No entanto, de acordo com o portal financeiro Yicai, os voos internacionais recuperaram apenas 69 por cento do nível pré-pandemia durante as férias.

Por outro lado, a agência de viagens Trip.com destacou que os principais destinos estrangeiros, que incluem Singapura, Tailândia e Malásia, registaram um crescimento superior a 30 por cento nas reservas feitas por chineses.

 

 

Turismo revitalizado

O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em Janeiro ou Fevereiro, consoante o calendário lunar. Este ano, o primeiro dia do ano celebrou-se a 10 de Fevereiro.

Depois de um Ano Novo Lunar de 2022 marcado por uma enorme vaga de covid-19, havia uma “considerável procura reprimida” em termos de consumo, disse Ting Lu, um analista do banco Nomura.

Além disso, os feriados duraram oito dias este ano, contra sete em 2019, o que favorece a comparação. Isto “contribuiu para mais viagens”, sublinhou o banco de investimento Goldman Sachs.

Mais de um milhão de chineses visitou Macau na semana do Ano Novo Lunar, entre 10 a 17 de Fevereiro, de acordo com dados publicados pela Direcção dos Serviços de Turismo do território.

20 Fev 2024

Novo Ano Lunar | Segurança Nacional é prioridade do Governo

A segurança nacional é a prioridade do Governo para o Ano Novo Lunar, de acordo com o discurso de Ho Iat Seng, em que a melhoria das condições de vida surgem quase no fim. O Chefe Executivo salientou ainda que o país é muito “forte”

 

A segurança nacional e o nacionalismo são as prioridades do Governo no ano do Dragão, numa altura em que também se vai celebrar o 25.º aniversário da transferência de soberania. O destaque foi deixado na tradicional mensagem do Chefe do Executivo de Ano Novo Lunar.

“No novo ano, temos de salvaguardar firmemente a segurança nacional, reforçar o patriotismo e o amor por Macau, temos de consolidar o bom impulso da recuperação económica, implementar activamente o Plano de Desenvolvimento 1+4 [em que as receitas do jogo servem para expandir os sectores da saúde, desporto, cultura e mercados financeiros] e fazer progressos substanciais na promoção da diversificação adequada da economia”, afirmou Ho Iat Seng.

O líder do Governo focou depois a atenção nas questões da integração de Macau no Interior, através da Zona de Cooperação Aprofundada na Ilha da Montanha e da Grande Baía, projecto conjunto com várias cidades do Interior e ainda Hong Kong. Ho afirmou assim ser necessário “criar um bom desenvolvimento na Zona de Cooperação Aprofundada” e acelerar o ritmo para alcançar eficazmente os objectivos faseados” desta zona.

Por outro lado, o Chefe do Executivo sublinhou que é necessário acelerar os intercâmbios com o estrangeiro para haver uma melhor integração no país. Segundo Ho, as tarefas do Governo para este ano passam também por “realizar proactivamente intercâmbios e cooperação com o exterior para uma melhor integração na conjuntura do desenvolvimento nacional”.

 

País forte

Numa altura em que se fala numa crise do imobiliário e do desemprego jovem no Interior, Ho Iat Seng mostrou confiança no futuro da China, e destacou que o país está forte. “Neste momento, o País está forte e o tempo é oportuno. O Ano do Coelho despede-se e o Ano do Dragão chega. O dragão é a imagem da nação Chinesa, simboliza boa sorte, coragem e vitalidade na cultura tradicional”, frisou.

O líder do Governo deixou ainda antever uma grande festa para o 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, destacou a necessidade de reforma da administração pública, e quase no fim da lista de prioridades prometeu melhorar as condições de vida da população.

“Ao mesmo tempo, vamos promover uma reforma profunda da Administração Pública para aumentar a qualidade e a capacidade de governação da RAEM, optimizar eficaz e pragmaticamente as condições de vida dos residentes, impulsionar a construção de uma cidade com condições ideais de habitabilidade, melhorar o bem-estar dos residentes”, indicou.

Nos objectivos para o ano que agora se inicia, constam ainda as metas de “promover a harmonia e a estabilidade social e possibilitar que Macau entre numa nova fase de desenvolvimento”.

15 Fev 2024

Dragão

Havia um adágio oriental que dizia: «se é Rato, nunca deixe fugir um Dragão» queria então tal máxima referir-se à grande complementaridade existente entre o roedor e a fera alada de grande ignição. Ora, deixar fugir um dragão, é aspecto de grande monta, sobretudo por um roedor pequenino, todo enervado, e creiam-me, em posse mesmo assim de ilimitados recursos. Mas, vamos a ele! Dragão abre o Ano Lunar Chinês no dia 4 de Fevereiro deste 2024, geralmente é no primeiro dia da Lua-Nova, que o calendário é lunar, nesse arranque marcado por um Bestiário formidável onde as festividades abundam. Buda não convoca os animais para nada, dá-lhes tarefas, impõe-lhes registos, coordena tempos e ainda características, o que é ligeiramente diferente de um Francisco que a todos atende com a mesma benevolência.

A China tremeu há quatro anos no início do Ano do Rato, que sendo como já disse de carácter lunar, se deu por isso um pouco mais cedo, 25 de em Janeiro de 2020, e todos arredaram pé da festa que estava a começar concomitante ao alarme público, daí o trauma ” Ratatouille” que justamente lhes advém, pois não sendo povo de espectro visionário tremia já pela má qualificação das lembranças de anteriores outros anos. Podemos dizer que se perdeu um dos festejos mais bonitos do mundo tendo por epicentro do mal o seu próprio território. Ninguém pensava muito bem na pandemia, mas de como deixar de festejar uma data quase sagrada. Bom, o ano passou, mais tarde outros vieram, como o do Gato que agora se despede (que Gato com Rato pode dar barafunda, mas nada que não se possa solucionar). E agora? Agora, como dizemos em bom (mau) português, é que vão ser elas! Estamos no Ano do Dragão.

Este nosso Dragão é de polaridade Yang, ou seja, imponente, varonil, dogmático, e porque não, na sua extrema composição, titânico. O facto de ser Dragão de Madeira (vários elementos distributivos na mandala) dá-lhe um duplo sentido de ignição, o que pode antever uma labareda que desnorteará ainda mais o mundo, se não tanto, pelo menos tórrido será. E estaremos atentos, que muita coisa vai arder de modo metafórico ou literal, pois que somos chegados ao instante inflamatório mais impactante na rede global. Os pequenos prazeres podem definitivamente estar em causa, pois que, ou serão grandes deleites, ou derrotas totais. Há este afã de totalidade que não nos deixará prosseguir na moleza sedentária, o que pode indicar que estaremos cilindrados em nossos espaços interiores, e nos exteriores, pulverizados. Das coisas boas, é que será certamente um Ano magnânimo. Mas, para onde corremos nesta fogueira acelerativa que troca deuses por escravos, e esquece a benigna capacidade de acender fogueiras?!

Em termos geopolíticos a China enceta a sua inusitada marcha expansionista, a Europa no seu derradeiro emblema, a mudança que é por demais evidente num acelerativo e confuso instante diante de todos a acontecer, que o fogo frio da Rússia ditará ainda um código onde nos precipitaremos como reféns, para que no fim das ilusões nos reste sobreviver da melhor maneira, que o nosso Dragão do ano que inicia trará a borrasca aos enfatuados desperdícios fátuos diante daqueles cuja ilusão só produziu “néons” e clarões artificiais. Estamos agora no sul europeu e as temperaturas são demasiado altas, o que faz prever um Estio quentíssimo por um Dragão cuspindo fogo em nossos flancos, que a energia mantida para aquecimento se fez divisiva na busca de tórridos tormentos e já não aguentaremos o que virá seguido do ardil mucoso deste ser mitológico.

A Oriente há uma encantada festa a ser vivida, e nós seguiremos a flama já um pouco entorpecidos, mas ainda não vencidos. O que virá por aí será de grande monta e de complexas lutas, Putin estará em pleno no seu Ano, e é só levá-lo a respirar no outeiro dos emergentes. Poder-se-ia dizer: cheira a esturro! Mas já estava assim. Por exemplo, em Lisboa cheira a azeitonas. – É o que todos dizem, mas eu, odorífica extremosa, nunca inalei o cheiro de uma azeitona. Se o ridículo matasse nestas latitudes prestes a sucumbirem, há muito que estaríamos todos mortos.

Também vou engalanar-me para o festivo instante, que o Carnaval me derruba, e a torpeza da sua modalidade me é ainda estranha. – Bem-vindo, Dragão. Afinal é o Ano anunciado para todos aqueles que não desejam morrer de tédio, que esta agitação não passa de um aglomerado de espectros em luta contra uma liquidadora mudança que a todos liberte. Piromania à parte, que se dê já por extinta tal doença humana, que vem aí a grande Labareda.

8 Fev 2024

Ano Novo Lunar | Música, fogo de artifício, teatro e exposições vão animar a cidade

Com o Ano Novo Lunar à porta, Macau prepara-se para um vasto calendário de actividades. Concertos, exposições e espectáculos prometem encher a cidade de cor e alegria. A tradicional parada e desfile de carros alegóricos, assim como os espectáculos de fogo-de-artifício são alguns dos pontos altos do cartaz de festividade

 

Vem aí a grande festa do Ano Novo Lunar. Macau irá receber o Ano do Dragão com um alargado leque de festas para todos os gostos espalhados pela cidade. Como não poderia deixar de ser, os eventos mais aguardados são a Parada de Celebração do Ano do Dragão, que irá contar com a participação mil artistas locais, de Hong Kong, Interior da China e do estrangeiro (Alemanha, Indonésia, Coreia do Sul e França), incluindo o grupo da Marcha da Madragoa, e os espectáculos de pirotecnia.

A primeira parada está marcada para a próxima segunda-feira, o terceiro dia do Ano Novo Lunar, partindo da Praça do Lago Sai Van às 20h, e seguindo em direcção à Doca dos Pescadores às 21h45. Ao longo do percurso vão estar instaladas bancadas para o público na Praça do Lago Sai Van, Av. Dr. Sun Yat-Sen, Centro Ecuménico Kun Iam e Rotunda do Centro de Ciências de Macau.

O segundo desfile está marcado para o 8.º dia do Ano Novo, que é no dia 17 de Fevereiro, e desta feita o percurso irá passar pela zona norte da península, partindo da Estrada Marginal da Ilha Verde às 20h, com o Jardim do Mercado do Iao Hon a ser o destino final, onde a parada deve chegar às 21h30, depois de uma volta pelo bairro da Areia Preta.

As paradas vão também ser abrilhantadas por actuações de grupos musicais. O primeiro palco de actuações estará montado na Praça do Lago Sai Van, onde vão actuar na segunda-feira XiX, George e Phoebus do grupo P1X3L, Gordon e Lincoln do grupo BOP e o cantor Tik Tang, todos de Hong Kong. A vez das estrelas locais está a cargo dos cantores Filipe Tou, Germano Guilherme e o grupo MFM.

No dia da segunda parada, 17 de Fevereiro, a partir das 20h15, o Jardim do Mercado de Iao Hon será o palco do espectáculo final, onde vão actuar as artistas de Hong Kong Selena Lee e Carman Kwan e os cantores de Macau Germano Guilherme, Rico Long e Viviana Lo, entre outros.

Os carros alegóricos que participam na parada serão exibidos na Doca dos Pescadores de Macau entre 13 e 16 de Fevereiro e na Praça do Tap Seac entre 18 e 25 de Fevereiro.

 

Entre o céu e a terra

Como não poderia deixar de ser, outro dos grandes destaques da época festiva são os três espectáculos de fogo de artifício agendados para as 21h dos dias 12, 16 e 24 de Fevereiro, na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau.

Os espectáculos vão iluminar os céus de Macau durante 15 minutos, obviamente com o dragão a ser o tema. O Governo aconselha como locais ideais para assistir ao espectáculo, e desfrutar do que designa como “uma noite de animação romântica”, o Anim’Arte Nam Van, a zona que vai do Centro Ecuménico Kun Iam até à Zona de Lazer Marginal da Estátua de Kun Iam, a Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental, Macau), o passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau e a Avenida do Oceano da Taipa.

Em relação aos eventos organizados em parceria com autoridades do Interior, destaque para as actuações que vão animar o Anim’Arte NAM VAN e vários locais ao ar livre, com espectáculos da Companhia de Teatro “Ópera Luju” do Município de Jinan, da Companhia de Acrobacia de Jinan e Companhia de Artes Performativas de Qinghai.

 

Sons do dragão

Passando para dentro de portas, no dia 23 de Fevereiro a Orquestra Chinesa de Macau apresenta no Centro Cultural de Macau o concerto “Flores de Primavera”. Mas no plano musical, as actuações junto às Ruínas de S. Paulo continuam a ser um ponto incontornável enquanto palco para festividades. Nos dias 14, 17 e 24 de Fevereiro, a Orquestra de Macau e a Orquestra Chinesa de Macau apresentam o concerto “Melodias Inesquecíveis nas Ruínas de S. Paulo”, propondo ao público um ambiente festivo “pleno de peças românticas”. As actuações têm todas uma hora de duração e começam às 18h.

Tendo em conta que as Ruínas de S. Paulo são um local muito concorrido, e com restrições naturais a nível de espaço, a organização irá controlar o fluxo de multidões nos dias de concerto.

 

Para ver e sentir

Durante o período de festividade de Ano Novo, o Instituto Cultural destaca as várias exposições patentes no território, como a “Eminência Dourada: Tesouros do Museu do Palácio e do Mosteiro de Tashi Lhunpo” e “Candida Höfer: Olhar Épico” no Museu de Arte de Macau, “Fujian Revigorante: Ponto da Partida da Rota da Seda Marítima – Mostra de Património Cultural Intangível” no Museu de Macau. Além disso, foi ontem inaugurada a exposição “Temperamento pela Terra e pelo Fogo – Exposição de Arte da Cerâmica Negra das Províncias de Shandong e Qinghai” na Galeria Tap Seac.

Mas quando a festa é em Macau, o próprio património local transforma a cidade num museu a céu aberto. Como tal, o Governo irá organizar algumas actividades, ou apoiar financeiramente associações locais com o mesmo fim.

Neste capítulo, destaque para a organização de roteiros pensados para alargar o conhecimento dos participantes em relação à história do território. Os passeios, com duração de cerca de uma hora, vão percorrer zonas como a Taipa Velha, com dois percursos à disposição dos interessados: “Major historical events in Taipa” (com passagens pela Rua do Pai Kok – Templo de Tin Hau – Museu da História da Taipa e Coloane – Largo do Carmo – Casas-Museu da Taipa – Rua Direita Carlos Eugénio, Taipa) e “Taipa village life in the olden days” (que inclui visitas ao Templo Pak Tai na Taipa – Largo de Camões – Rua do Cunha – Feira do Carmo – Antiga Fábrica de Panchões Iec Long). As visitas guiadas gratuitas estão marcadas para os fins-de-semanas de 17 e 18, e 24 e 25 de Fevereiro, num total de 12 sessões. As visitas serão realizadas em cantonense, mandarim e inglês.

8 Fev 2024

Ano Novo Lunar | Reservas hoteleiras indiciam ocupação elevada

O volume de reservas para o período do Ano Novo Lunar está a deixar o sector do turismo optimista e a perspectivar taxas de ocupação hoteleira entre 80 e 90 por cento. Em relação aos preços dos quartos de hotel, especialistas apontam para uma possível subida entre 20 e 30 por cento

 

A azáfama turística que habitualmente enchia as ruas de Macau parece estar de regresso, em particular na indústria da hotelaria. Entre os dias 9 e 18 de Fevereiro, a véspera de Ano Novo Lunar e o nono dia do Ano Novo, as unidades hoteleiras das seis concessionárias de jogo já estão totalmente lotadas.

O optismismo é alargado aos hotéis de menor dimensão, onde o volume de reservas parece apontar para taxas de ocupação na ordem dos 80 a 90 por cento, entre os dias 11 e 14 de Fevereiro, indicou ao jornal Ou Mun o presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Lou Chi Leong.

O representante do sector considera que o tempo de estadia média dos visitantes vindos do Interior da China poderá ser influenciado pela época festiva. Desta forma, não só os turistas chineses que chegam a Macau de províncias mais longínquas devem ficar na RAEM entre um a dois dias, como também os provenientes de cidades da Grande Baía vão optar por pernoitar ao contrário da tendência natural de regressar a casa no fim do dia.

Face à elevada procura, Lou Chi Leong prevê que findas as contas os preços dos quartos de hotel em Macau subam entre 20 a 30 por cento durante o Ano Novo Lunar. “Existem mais de 40 mil quartos de hotel disponíveis em Macau e as dinâmicas que mexem com a oferta e a procura estão menos constritas em relação a anos anteriores”, indicou.

 

A diferença que faz

No passado fim-de-semana, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, afirmou que o Governo prevê que entrem em Macau uma média de 120 mil turistas por dia durante os feriados. No total, Helena de Senna Fernandes estima que o número de turistas se aproxime de um milhão no cômputo dos oito dias do período festivo, mais do dobro do registo do ano passado.

Durante a semana de Ano Novo Lunar do ano passado, Macau registou 451 mil visitantes, quase o triplo de 2022, mas ainda assim menos 62 por cento do que em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19. Aliás, no ano passado as autoridades celebravam um recorde diário de entrada de turistas, no terceiro dia do Ano Novo Lunar, quando atravessaram a fronteira para Macau mais de 90 mil pessoas.

6 Fev 2024

Turismo | Visitantes e receitas do jogo aquém do esperado

Os dados oficiais indicam as piores receitas de jogo para o mês de Janeiro, desde o início da pandemia, com uma quebra de 20 por cento, face ao período homólogo. Número de visitas no Ano Novo Lunar ficou também abaixo das expectativas

 

Apesar do Governo ter feito previsões para a visita diária de cerca de 20 mil turistas durante as festividades do Ano Novo Lunar, até ontem, às 17h, o número de visitantes estava aquém do esperado, com uma média de 12.643 nos quatro dias das festividades.

Segundo os dados revelados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ontem registou-se o dia mais movimentado do ano novo, quando entraram 15.567 turistas, só até às 17h. Os números mostram igualmente uma entrada crescente de visitantes, uma vez a quarta-feira tinha sido o segundo melhor dia para a indústria local, com 15.140 visitantes.

Antes disso, a 1 de Fevereiro, o território tinha recebido 10.157 turistas, o que significa que 31 de Janeiro foi o pior dia, com apenas 9.707 visitantes. O facto de segunda-feira ter sido o pior dia para o turismo não é uma surpresa, uma vez que coincidiu com o dia em que tradicionalmente as famílias se reúnem para jantar.

Jogo a sofrer

Mas não só o número de visitantes ficou aquém do esperado, o mesmo aconteceu com o sector do jogo. As receitas brutas em Janeiro foram as mais baixas para o primeiro mês do ano, desde o início da pandemia da covid-19.

Segundo os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas em Janeiro totalizaram 6,34 mil milhões de patacas, uma queda de 20,9 por cento, face ao período homólogo.

O valor apresentado pela DICJ significa uma redução de aproximadamente um quinto, face a Janeiro de 2021, quando os casinos tinham encaixado 8,02 mil milhões de patacas.

A queda é mais significativa quando a comparação é feita com Janeiro de 2020, o mês em que se registaram os primeiros casos de covid-19 na RAEM. Nessa altura, as receitas dos casinos tinham atingido 22,13 mil milhões de patacas.

Após terem sido conhecidos os números para o primeiro mês do ano, o analista Carlo Santarelli, do Deutsche Bank, fez uma revisão em baixa das estimativas para a indústria. Anteriormente, o banco de investimento previa que o primeiro trimestre iria gerar 21,79 mil milhões de patacas em receitas, agora a previsão é de 20,91 mil milhões. O valor tem igualmente impacto para o ano interior.

Até ao fim de Janeiro o Deutsche Bank apontava para receitas brutas de 146,95 mil milhões de patacas para 2022, mas, à luz dos novos dados, o valor foi reduzido para 146,10 mil milhões. A diferença é de 850 milhões de patacas, e, caso seja concretizada, representa um aumento de 67 por cento face ao ano passado, quando o total foi de 86,86 mil milhões de patacas.

4 Fev 2022

Ano Novo Lunar celebrado com música, workshops e exposições

[dropcap]O[/dropcap] Ano Novo Chinês está à porta e o Instituto Cultural (IC) tem vasto um leque de actividades programadas para celebrar a ocasião, a começar com os concertos marcados para este fim-de-semana. A Orquestra de Macau apresenta “Música na Biblioteca” e o concerto “O Fascínio da Música Austro-Alemã”, na Biblioteca da Taipa e no Teatro Dom Pedro V, respectivamente, no próximo sábado e domingo.

Ainda na categoria das ofertas musicais, no dia 1 de Fevereiro, a Orquestra de Chinesa de Macau apresenta o “Envolvimento da Comunidade com a Música – Concerto de Primavera 2019”, no Centro de Actividades Pak Wai.

As festividades prosseguem na Casa do Mandarim nos dias 2 e 3 de Fevereiro com o “Workshop de Criação de Dísticos”, que tem como objectivo permitir aos calígrafos escrever votos de feliz Ano Novo Lunar. Na mesma toada, de 2 a 10 de Fevereiro, está agendado o “Workshop de Coloração de Cartões do Zodíaco Chinês” na Academia Jao Tsung-I.

O Ano Novo Chinês vai ser também celebrado de forma ritmada, em especial com a “Actuação de Gongos e Tambores do Ano Novo” apresentada em vários locais de Macau. As performances vão estar a cargo da Associação da Arte do Tambor da Província de Shanxi e do Grupo de Arte da Etnia de Hunan, entre os dias 5 e 7 de Fevereiro.

No capítulo das exposições, destaque para “Oração e Bênção – Exposição do Ano Novo Chinês Impressões de blocos de madeira das Províncias de Shanxi e Hunan” que será exibido no Pavilhão Chun Chou Tong do Jardim Lou Lim Ioc a partir de 1 de Fevereiro. Além disso, vai estar patentes no Museu de Arte de Macau (MAM) a mostra “Escola de Pintura de Xangai – Colecções do Museu do Palácio”, patente até dia 10 de Março.

25 Jan 2019

Ano Cão embrenhado numa montanha de problemas

[dropcap]N[/dropcap]o próximo Domingo, 4 de Fevereiro, celebra-se a Festa da Primavera (Li Chun, 立春, Princípio da Primavera), que para os geomantes do Feng Shui é o dia da mudança na regência do signo do ano, quando termina o do Galo Solitário e se dá início ao do Cão na Montanha.

Em 2018, pelo calendário lunar, na China o primeiro dia da primeira Lua do ano será a 16 de Fevereiro e assim começará o ano do Cão na Montanha ainda sem ter ocorrido a celebração do Ano Novo Chinês. No último dia da décima segunda Lua, a 15 de Fevereiro, dar-se-á um eclipse solar.

No ciclo de 60 anos (60 Jia Zi, 六十甲子), encontro do Céu com a Terra, este ano Cão na Montanha terá o número 35 e o nome Wu Xi (戊戌), pois corresponde ao Caule Celeste Wu (戊, associado ao elemento yang da terra) conjugado com o Ramo Terrestre Xu (戌 representado no carácter do animal Cão).

Sendo Xu (戌) sempre terra e o Caule Celeste corresponde este ano a Wu, elemento Terra yang, teremos para 2018 terra sobre Terra, o que levará a ampliar os dois elementos a si associados: o fogo que cria a terra e a água que é cortada pela terra (pelos elementos água e fogo se criou a Terra).

O fogo do Verão, alimentado pela madeira na Primavera, sem água para o cortar, amplia a terra e coloca-nos num dos extremos previstos para ocorrer este ano. Nesse período haverá tremores de terra e os vulcões expelirão magma, terra fortalecida que corta a água e, com esta seca, facilmente se dá a ignição, originando grandes incêndios. Com o fogo a criar mais terra, irá esta ocupar o lugar da água, mas com o metal no Outono a sulcar a terra, a água no Inverno provocará grandes inundações.

Calamitosas condições a originar também doenças, epidemias e distúrbios na mente humana, que a poderão levar a enlouquecer. Organizada no caos, já sem compreender as imagens mentais que controlam a intervenção humana, está a mente predisposta a insanos extremismos, com apologia à descriminação e à guerra. Quando pelo semelhante, o desequilíbrio é levado a atitudes trazidas por fundamentalistas razões criadas pelas individuais verdades. Devido à liberdade de escolher que temos dentro da forma do pensar, cremos serem essas verdades produto do nosso pensamento. Alia-se a isso uma ciência positivista que, enquanto Religião, escolheu como modelo a máquina e assim realiza-se no Deus do Imperfeito.

A conjugação de todos estes elementos torna-se um vulcão pronto a expelir a terra que tem dentro de si e serão os efeitos dessas catástrofes a dar folga à mente para vislumbrar de novo o Espírito da Terra. Desde esse Espaço, que dá os significados à matéria, consegue-se reflectir o subconsciente com que materialmente formatamos as realidades, podendo conseguir assim limpar as poeiras projectadas no espelho. Individual ou do Universo.

Terra sobre terra

Ano que vai ser de extremos: ocorrerão grandes mudanças com variações entre boas e más situações, consoante a Visão de cada um. É pelas bordas da História que consciencializamos e reconhecemos o lugar por nós ocupado. Por isso, quem olha as realidades, sem necessidade de nelas se impor, e pelo envolvente espaço se coloca como meio, vê-se a ganhar consciência das imagens mentais com que criamos o Universo e o ano servirá de grande aprendizagem e agudeza sobre o que viemos ao mundo fazer.

Para quem parte já com verdades, pois ao entrar na realidade logo pela memória se projecta nas materiais formas que alimentam o seu observar subconsciente, não dá espaço ao que fora de si está e o envolve num todo e, por isso, apenas se irá encontrar pelo individual pensar, mantendo-se assim num ano embrulhado em caos e ruído.

Prevê-se com um grande segurança, e todos inconscientemente sentimos, que não será um ano fácil, pois não haverá meio-termo. Tudo acontecerá de repente e, descontrolando a mente, valerão essas calamidades para acalmar a loucura propícia ao brotar do vulcão que é a mente humana. Esta, educada no cartesiano sistema de projecção, com o Erro de Perspectiva a empurrá-la para o caos, sem a consciência na Geometria Sagrada da Natureza, só vinga formalmente pela autoridade estatutária. Estruturada num caminho rectilíneo e uniforme, tudo começa e acaba no Eu individual, que é o fim, sem espelho no ondulatório criar ciclos, para alimentar as imagens mentais. Caótico labirinto, sem enredo para levar à saída do subconsciente e, nesse estado Superior de adulto, por que julgamos ser, somos juízes das verdades adquiridas no ouvir dizer e nas narrativas relatadas até à exaustão como notícias, acompanhadas por imagens de televisão que, qual S. Tomé, se tornam verdades. Do vazio, as fontes de informação e educação estruturam o espaço das nossas imagens mentais, transfigurando-as em formais Verdades, pelas quais cegamente lutamos.

Veja-se o valor para as nossas vidas que as máquinas têm e lhes damos. A luz da máquina de encontro aos nossos olhos, poderosamente coloca na mente as verdades do ter visto. Com o suporte a receber a luz do meio ambiente, permite reflectir o que os nossos olhos vêem: espaço entre os objectos e a mente.

É perante esta balança que o ano vai oscilar, sendo por isso diferente consoante o espaço dado. Em reflexão pelo nosso interior ou no continuar a esquecer o Erro da Perspectiva, crendo conseguir viver sem estar e a projectar, observa-se de fora revertido ao ponto de fuga. Por que se julga, com o estatutário poder do ser, fazemos o julgamento.

Sabe-se pela História, a existência de personagens que, pela autoridade natural e do saber, conseguiram resolver difíceis problemas surgidos e evitaram guerras. São milénios a usarmos a Natureza, sem lhe dar o respeito ao que dela retiramos pois, se somos nós a finalidade, é pelas nossas verdades que a tomamos. Vale ser o cão um animal fiel e emocionalmente sentir o tratamento ético que lhe é dado por quem com ele coabita, entregando-lhe com amor a sua fidelidade. Terá sido o primeiro animal que se deixou domesticar pelos humanos, o que ocorreu há 17 mil anos.

Só a partir do vazio se volta a criar ordem, para conseguir sair desse fosso onde já há dois milénios estamos atulhados, sem a ancestralidade proveniente do inconsciente Céu.

O fogo controla a terra e esta, aumentando, será inundada pela água; catástrofes poderosas, provocadas pela Natureza que, descontrolando a mente, poderão levar alguns dirigentes a entrar na loucura, valendo a grande neve ou os enormes incêndios para os acalmar. Assim, o poder é entregue naturalmente à solidariedade das pessoas para juntas enfrentem as adversidades.

O que temos a esperar para este ano, positivo ou negativo, está na vontade ou desejos colocados por cada um. No Próprio do Todo Um onde nos encontramos inseridos ou, individualmente, no cada um por si.

2 Fev 2018

Bairro Alto | Marcha lisboeta celebra Ano do Cão em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] marcha do Bairro Alto, segunda classificada nas Marchas Populares de Lisboa em 2017, vai participar nas paradas de celebração do Ano Novo Lunar, em Fevereiro, em Macau, anunciou ontem a directora dos Serviços de Turismo.

As paradas vão decorrer a 18 e a 24 de Fevereiro, terceiro e nono dias do Ano Novo Lunar, a primeira no sul de Macau e a segunda na zona norte da cidade, afirmou Helena de Senna Fernandes, em conferência de imprensa.

Este ano, o orçamento do evento é “de 27 milhões de patacas, o que representa um aumento de 5por cento” em relação a 2017, acrescentou.

O programa da parada em celebração do ano do cão conta com desfile e exibição de carros alegóricos, espectáculos, fogo de artifício e jogos para telemóveis, e a participação de 25 grupos artísticos de Macau, como o grupo de dança do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Associação de Danças e Cantares Portugueses “Macau no Coração”, Casa de Portugal em Macau, Casa do Brasil em Macau, Associação da Cultura Indiana de Macau, entre outros.

Além da marcha do Bairro Alto, participam também nove grupos estrangeiros oriundos de França, Espanha, Alemanha, Japão, Rússia, China interior e da Região Administrativa Especial de Hong Kong.

O enredo da parada, organizada pelo sexto ano consecutivo, tem como pano de fundo a história de uma matilha de “wong chois”, nome típico que os chineses costumam dar aos cães, que trazem aos residentes e turistas de Macau prosperidade, saúde e fortuna.

Organizada pela direcção dos Serviços de Turismo de Macau, a parada tem como coorganizadores o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o Instituto do Desporto (ID) e o Instituto Cultural (IC). A Administração Nacional do Turismo da China é a entidade patrocinadora.

Em 2017, 935 mil pessoas visitaram Macau durante a semana do Ano Novo chinês, que este ano se assinala a 16 de Fevereiro.

1 Fev 2018

O filme que os chineses vêem no Ano Novo Lunar (e será que gostam?) 乘何方风破何方浪

Foto: Selecção de raparigas para uma Escola de Artes chinesa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme é uma comédia para animar os espíritos, chamada Cheng Feng Po Lang, 乘风破浪,Título em inglês: Duckweed (Lentilhas). Estreou no primeiro dia do Ano Lunar Chinês (28 de Janeiro) e atingiu recordes de bilheteira num período de apenas seis dias. No quinto dia de exibição já tinha ultrapassado o limite anterior de 70 milhões de RMB.   

Ah! pois, têm razão, vocês nunca devem ter ouvido falar deste filme, nem tão pouco do realizador Han Han, que faz parte de um grupo de chineses super populares devido a um fenómeno local chamado “o cancro do heterossexual”. Há alguns anos atrás Han Han revelou-se, a si e aos seus desprezíveis sintomas: “Quando uma rapariga aceita um convite para jantar e ir ao cinema, significa que quer sexo. Quando traís a tua namorada o melhor que ela tem a fazer é calar a boca.”

O Cancro do Heterossexual 直男癌é um neologismo chinês para designar um grupo de homens obstinadamente sexistas. Foi inventado por utilizadores das redes sociais em meados de 2014 para nomear chineses do sexo masculino que por palavras e actos menosprezam os valores femininos, ofendem os direitos das mulheres e combatem o movimento para a igualdade de género. Destacam-se, não só pela retórica misógina, mas também pela promoção da homofobia, uma higiene duvidosa, fraco sentido estético e pela violência doméstica. O termo surgiu na China continental para designar um fenómeno que se pode dever a uma economia fechada, a tradições que continuam a persistir, a uma preferência por filhos rapazes e ainda a outros factores, tais como sentimentos de fracasso pessoal e desconhecimento do estatuto da mulher.

Agora deixo-vos o início da letra da canção do filme tão popular de que já vos falei:

Antes de casares comigo / Há umas coisas que tens de dizer a ti própria /Talvez não gostes do que vou dizer /Mas mesmo assim tens de me ouvir / Porque estas são palavras que me saem do coração / só quando estou um pouco bêbedo / À noite nunca vais para a cama antes de mim/ De manhã nunca te levantas depois de mim / Tens de cozinhar óptimas refeições / E tens de te vestir à maneira / Vais viver em harmonia com a minha mãe e a minha irmã (e comer as bodegas que elas te derem)    

E por aí fora.

A progressiva afirmação das mulheres, quer a nível académico quer a nível profissional, conferiu-lhes papéis cada vez mais importantes na sociedade. No entanto, alguns homens recusavam-se a aceitar a alteração do estatuto social feminino. De acordo com o índex sobre a desigualdade de género, elaborado pelo programa de desenvolvimento das Nações Unidas em 2013, a China ocupa a posição 91 entre 187 países, pior que a do Irão e da Ucrânia.

Isto fez-me lembrar o conselho de uma mãe chinesa à sua filha: “Rapariga, lembra-te sempre que és uma convidada em casa dos teus pais e uma estranha em casa do teu marido.”   

15 Fev 2017