Hoje Macau PolíticaAgências de viagem | Sector queixa-se de aumento de multas Os deputados da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL), que analisa na especialidade a proposta de lei que regula a actividade das agências de viagens e da profissão de guia turístico, dizem ter recebido várias queixas do sector. Segundo o jornal Ou Mun, o assunto foi discutido na reunião de quarta-feira e o deputado Chan Chak Mo referiu que entidades como a Associação de Promoção de Guia Turismo de Macau, União dos Guias Turísticos de Macau e a Associação de Guias Turísticos do Património Cultural de Macau entregaram uma carta conjunta com queixas sobre o aumento das penalizações para quem não tem licença de guia turístico. Actualmente, a multa é de 10 mil patacas, mas com a nova lei pode variar entre as 10 e 20 mil. Segundo Chan Chak Mo, alguns deputados também consideram o aumento excessivo. O deputado e presidente da comissão revelou que os representantes do Governo asseguraram que vão reavaliar a situação e, possivelmente, reduzir parte das multas. Até Maio deste ano, estavam licenciadas 194 agências de viagem, sendo que, segundo a proposta de lei em análise, dez não correspondem às regras de operação. Assim, o Governo deverá permitir um período de transição para que se legalizem, tendo em conta que já foram emitidas licenças.
Hoje Macau Grande Plano MancheteTurismo | Macau quer expansão e diversificação, com foco em Portugal Macau recebe, em Dezembro do próximo ano, o 50º congresso da Associação das Agências de Viagens e Turismo de Portugal. Os laços entre a associação e o Governo de Macau são antigos, mas agora a prioridade da RAEM passa por atrair mais turistas estrangeiros, incluindo portugueses A directora dos Serviços de Turismo (DST) defendeu a expansão e diversificação dos turistas em Macau, sendo que os portugueses parecem ser os mais valorizados. Além disso, Helena de Senna Fernandes destacou que a realização, em Macau, do congresso dos agentes de viagens de Portugal, em 2025, cria oportunidades para que esses objectivos sejam atingidos. “Pensamos que estão reunidas as condições para prepararmos mais um excelente congresso da APAVT em Macau, que permita actualizar os operadores turísticos portugueses sobre o novo dinamismo em curso no nosso destino”, disse Helena de Senna Fernandes em Huelva, Espanha, onde terminou no sábado o 49.º Congresso APAVT. Por sua vez, o 50.º Congresso das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) vai voltar a Macau de 2 a 4 de Dezembro de 2025, pela sexta vez. “Desde a última edição que acolhemos em 2017, há muitas novidades. Macau foi designada Cidade Criativa de Gastronomia pela UNESCO, várias zonas históricas estão a ser revitalizadas e transformadas em atracções de turismo comunitário, abriram novos complexos turísticos e hotéis e há sobretudo uma forte aposta no reforço das ofertas de ‘turismo+convenções e exposições’, ‘turismo+cultura, ‘turismo+gastronomia’, ‘turismo+eventos’, entre outros, a par com um aumento das possibilidades de turismo multi-destinos na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, disse. A responsável disse que a retoma turística de Macau, depois da pandemia, “prossegue a bom ritmo”, tendo a região recebido quase 26 milhões de visitantes até Setembro, aproximadamente 86 por cento dos valores de 2019. “Além da recuperação dos números, o nosso foco está na expansão e diversificação das fontes de visitantes, sobretudo internacionais. Portugal permanece entre os mercados que mais valorizamos, pelas relações de amizade históricas que nos unem, e pelo posicionamento de desenvolvimento assumido por Macau como ‘um centro, uma plataforma’, ou seja, um centro mundial de turismo e lazer, e uma plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, explicou. Uma forte parceria A directora da DST lembrou que a parceria com a APAVT, desde o final da pandemia, permitiu realizar iniciativas, sobretudo com operadores turísticos, “para retomar o dinamismo dos fluxos de visitantes entre Portugal e Macau”, mas abordar também o mercado espanhol, e restante europeu. Já o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, enumerou, a este propósito, o apoio que têm dado a Macau na presença destes na Fitur – uma das maiores feiras de Turismo que se realiza em Madrid -, depois de em 2023 terem levado ali “um significativo grupo de empresários espanhóis”, bem como pela marcação, para 2025, de duas reuniões anuais da confederação europeia das agências de viagens (ECTAA – European Travel Agents’ and Tour Operators’ Associations), que elegerá Macau como o ‘destino preferido”. “No ano em que, com setenta e cinco anos de idade, realizamos o nosso quinquagésimo congresso, decidimos fazê-lo numa cidade que não é só uma cidade, é também um destino turístico fabuloso, com uma equipa que não representa apenas um destino turístico, é também um grupo de amigos próximos (…)”, afirmou Pedro Costa Ferreira, prometendo que da parte da APAVT “vai ser o melhor congresso de sempre”. Em 1 de Dezembro de 2023, no 48.º Congresso da APAVT no Porto, a associação anunciou que Macau tinha sido escolhido como o destino preferido internacional para 2024. A escolha do ‘destino preferido’ é um projecto anual da APAVT que tem como objectivo contribuir para dinamizar os fluxos turísticos para um determinado destino, através de um trabalho com a associação e os seus associados, sobretudo ao nível da promoção turística. Antes, em 30 de Junho de 2023, a directora dos Serviços de Turismo de Macau disse esperar que “quase mil representantes” da indústria do turismo viajem de Portugal para o congresso da APAVT em Macau, enquanto Pedro Costa Ferreira previu, “no mínimo 750, 800 pessoas”. Numa entrevista ao HM concedida em Maio, Pedro Costa Ferreira falou das oportunidades que Macau constitui não só pelo legado histórico que possui com Portugal, mas também pelas próprias características do território. “Mais do que termos algo específico a desenvolver, o congresso é o final de uma etapa importante no nosso relacionamento, tendo em conta que vamos desenvolver também outras etapas. Temos feito um trabalho metódico e plurianual com Macau. Julgo que Macau pode ser considerado, juntamente com a Madeira, o local que tem o melhor relacionamento e trabalho feito com as agências de viagens em Portugal. 2025 será certamente o ano de ouro para Macau no seio da APAVT. Teremos certamente uma presença multifacetada e dinâmica no MIT [Macau International Travel (Industry) Expo, ou Exposição Internacional de Viagens (Indústria) de Macau]. Tudo o que é liderança turística europeia vamos levar a Macau em 2025. Depois tudo culminará com o congresso, onde passaremos a uma nova agenda e acções”, descreveu. Menos constrangimentos Pedro Costa Ferreira sugeriu ainda, no mesmo evento, que sejam criadas pelas autoridades portuguesas soluções estruturantes para as regiões de turismo, de forma a resolver constrangimentos que enfrentam e prejudicam a promoção turística. “Para a APAVT foi um reencontro com os congressos fora de Portugal, depois de, em clima de pandemia, termos decidido realizar sucessivamente os nossos congressos em Portugal, defendendo e estimulando o turismo interno”, começou por referir. Este ano, entre os 750 congressistas da reunião magna das agências de viagens e turismo, que serve para debater e reflectir anualmente o sector, esteve o secretário de Estado – pela primeira vez com estas funções -, e no encerramento também marcou presença o ministro da Economia, Pedro Reis. “Turismo interno, senhor secretário de Estado, que tem de continuar a ser defendido e estimulado, através de parcerias público-privadas, envolvendo naturalmente o Turismo de Portugal, mas sempre recorrendo também às regiões de turismo”, defendeu. Tarefa que considera que não está a ser de fácil execução para estas entidades. “Ano após ano, parece-nos que, cada vez mais, estas manifestam dificuldades em apoiar e participar em eventos como o que acabámos de realizar, quer por falta de condições financeiras, quer, sobretudo, pela carga burocrática que enfrentam, e que manifestamente as afasta da sua natureza, a promoção das respectivas regiões”, explicou Pedro Costa Ferreira. “Estamos certos, dr. Pedro Machado, que conhece esta realidade melhor do que ninguém, e que está naturalmente empenhado em contribuir para soluções estruturantes, que ajudem a resolver estes constrangimentos, que tanto prejudicam o turismo nacional”, disse o presidente da APAVT. Pedro Machado foi presidente da ARPT – Agência Regional de Promoção Turística Externa do Centro de Portugal e presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal. Evocando a defesa que todos os agentes do turismo fizeram da necessidade de mais cooperação entre Portugal e Espanha e da conclusão de que os dois países ibéricos são cooperantes e não concorrentes no que à captação de turistas fora da Europa diz respeito, e com bons exemplos de alianças entre a Andaluzia e o Algarve, Pedro Costa Ferreira insistiu em dar condições às regiões de turismo. “Até porque, com tantos exemplos de cooperação transfronteiriça, e com tantas oportunidades de atracção conjunta da procura, por parte de Portugal e Espanha, mal seria que, por falta de recursos, não conseguíssemos acompanhar, nesta importante tarefa, os nossos amigos espanhóis”, reforçou.
Hoje Macau PolíticaAL | Deputados discutiram lei das agências de viagem Os deputados querem saber se as excursões organizadas por agências de viagem podem utilizar meios de transportes colectivos, como os autocarros públicos ou o Metro Ligeiro. Esta é uma das questões a ser debatida pela 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa no âmbito da discussão na especialidade da proposta de lei da actividade das agências de viagem e da profissão de guia turístico. De acordo com o jornal Ou Mun, Chan Chak Mo, deputado que preside à 2.ª Comissão Permanente, explicou que na reunião de ontem os legisladores focaram os meios de transportes que podem ser utilizados pelas excursões. Segundo a formulação da nova proposta, as agências de viagem podem utilizar meios de transportes de outras companhias, mas para os deputados não é claro se podem recorrer a meios de transportes públicos, como os autocarros, Metro Ligeiro ou táxis. Sobre este aspecto do diploma, Chan considera que o texto precisa de ser mais claro e que os deputados vão debater o assunto com o Governo. Um dos aspectos que mereceu elogios por parte dos membros da Assembleia Legislativa foi a almejada simplificação do processo de pedido de licença para operar uma agência de viagem, com menos exigências burocráticas. Os deputados também consideram positiva o cancelamento da exigência de realizar um aumento do capital social no valor de 300 mil patacas, sempre que uma agência abrir uma nova sucursal.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Mais de 174 mil visitantes resulta em novo recorde Nos primeiros cinco dias da Semana Dourada a média diária de entradas de turistas foi superior a 150 mil. Contudo, nem todos os comerciantes sentiram um aumento das vendas, como sucedeu com os participantes 10.ª Feira de Produtos Industriais de Macau A entrada de 174,2 mil visitantes em Macau na quinta-feira levou ao estabelecimento de um novo recorde do número de entradas de turistas por dia. Esta foi a segunda vez que o recorde foi batido durante o período da Semana Dourada no Interior, ou seja, das celebrações do estabelecimento da República Popular da China, que decorreram entre 1 e 7 de Outubro, período de feriados no Interior. As Portas do Cerco foram o principal ponto de entrada, com 79.546 pessoas a atravessarem a fronteira, seguidas pelo Posto Fronteiriço de Hengqin, com 30.701 entradas, e ainda a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que registou 26.779 entradas. O recorde anterior de 166,1 mil entradas, aconteceu no dia anterior, quarta-feira. Nos primeiros cinco dias da Semana Dourada, e quando ainda faltam contabilizar os dados de ontem e de hoje, a média de entradas foi de 158,5 mil por dia. Em alguns momentos, as grandes enchentes que se fizeram sentir levaram inclusive a condicionar o acesso a algumas das principais atracções do território, como aconteceu em diferentes momentos no acesso às Ruínas de São Paulo. Sentimentos mistos Se, por um lado, as enchentes foram notórias para quem circulou nas ruas de Macau, por outro, nem todos os comerciantes sentiram um aumento do consumo. Foi o que aconteceu com os comerciantes presentes na 10.ª Feira de Produtos Industriais de Macau, que decorreu entre quinta-feira e ontem na Doca dos Pescadores. Em declarações ao jornal Ou Mun, uma das vendedoras, de apelido Wan, admitiu que apesar das expectativas iniciais, os resultados ficaram muito aquém, com receitas diárias a variarem entre as 3 mil e as 4 mil patacas. Segundo esta vendedora de produtos para bebés, nem o facto de ter feito várias promoções, inclusive com a venda de pasta de dentes a uma pataca, serviu para impulsionar significativamente as vendas. Por sua vez, o empresário Tam, responsável por uma banca de venda de alimentos naturais, indicou que houve um fluxo muito grande de pessoas, mas que não se traduziu nas vendas. O comerciante fez uma comparação com o ano passado, e vincou que o volume de negócios teve uma quebra de 30 a 40 por cento. O responsável pela banca frisou ainda que actualmente os clientes do Interior mostram “muita cautela” no momento de gastarem dinheiro. Presente no evento esteve o dono de uma fábrica de snacks de apelido Leong, que pintou um cenário diferente. Para este comerciante, não se pode falar numa redução das vendas em relação ao ano passado, porém, também não se pode dizer que houve um aumento, com o nível a manter-se. No entanto, Leong desvalorizou o impacto da manutenção das vendas, dado que o seu principal objectivo era avaliar as tendências e registar as alterações de consumo no Interior.
Andreia Sofia Silva SociedadeTurismo | Grande subida de excursionistas da Índia Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram um grande aumento anual de excursionistas oriundos da Índia. Nos oito primeiros meses, o território recebeu 18 mil excursionistas vindos deste país, o que representa um aumento de 1.165,9 por cento em relação a igual período do ano passado. Só no mês de Agosto, foram recebidos dois mil excursionistas, um aumento anual de 337,5 por cento. Destaque também para a vinda de 51 mil excursionistas oriundos da Coreia do Sul em oito meses, um aumento de 587,9 por cento face a 2023. Registou-se, em termos gerais e também nos oito meses deste ano, um total de 1.388.000 excursionistas, um crescimento de 127,6 por cento face a igual período de 2023, sendo que 1.240.000 eram excursionistas do Interior da China. Quanto à ocupação hoteleira, nos oito meses de 2024 a taxa foi de 85,5 por cento, mais 4,6 por cento face aos primeiros oito meses de 2023. Os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 9.773.000 indivíduos, mais 12,9 por cento face a idêntico período de 2023, sendo que o período médio de permanência dos hóspedes se manteve em 1,7 noites.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Agosto bate recorde mensal com 3,6 milhões de visitantes No mês passado, Macau foi visitado por 3.651.731 turistas, o que constituiu um novo recorde mensal com crescimentos de 13,3 em termos anuais e mais 0,8 por cento do que em Agosto de 2019. Em termos mensais, o registo de Agosto superou o mês anterior em 20,9 por cento. A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicou também que no mês passado a maior subida se verificou nas entradas de excursionistas, que ultrapassaram os 2 milhões, crescendo 23,4 por cento face a Agosto de 2023. O número de turistas também subiu em termos anuais, mas de forma mais suave (2,7 por cento), para mais de 1,6 milhões. Face ao aumento dos excursionistas, o período médio de permanência de visitantes foi de 1,1 dias, menos 0,1 dias face a Agosto do ano passado. Dos mais de 3,6 milhões de visitantes, mais de 3,4 milhões vieram da China e de Hong Kong. Do Interior da China chegaram em Agosto a Macau 2,75 milhões de visitantes (+18,5 por cento, em termos anuais), destas entradas 1.466.190 eram de visitantes com visto individual (+9,3 por cento). Porém, das dez novas cidades do Interior da China integradas no “visto individual” apenas vieram cerca de 45,6 mil visitantes. O número de visitantes internacionais superou os 162 mil, subida de 25,5 por cento face a Agosto de 2023 e uma recuperação de 75,3 por cento do número registado em Agosto de 2019. Os dois países de origem que mais contribuíram para a indústria do turismo local foram as Filipinas e Coreia do Sul. De salientar que nos primeiros oitos meses deste ano, Macau recebeu quase 23,4 milhões de pessoas, total que representa uma subida de 32,7 por cento face ao mesmo período de 2023.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Analistas alertam para necessidade de combater baixo consumo O alargamento do leque de cidades chinesas com vistos individuais para visitar Macau não se fez sentir nos sectores do jogo e comércio, em especial de produtos de luxo, de acordo com analistas. As alterações nos padrões de consumo dos turistas chineses e a concorrência interna são desafios que empresas e o próximo Governo terão de resolver As medidas aprovadas pelo Governo Central do alargamento do programa de vistos individuais para visitar Macau a mais uma dezena de cidades chinesas, assim como o aumento da quota de isenção fiscal de bens comprados no território, não teve um impacto significativo na economia local. Esta é a conclusão do presidente da Associação da Sinergia de Macau, Johnson Ian, enquanto o presidente da Associação de Jogos com Responsabilidade de Macau justifica a alteração nos padrões de consumo com o declínio do jogo VIP. Johnson Ian recorda que o esquema de vistos individuais desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da economia de Macau, desde a liberalização do jogo, principalmente na hotelaria, retalho de bens de luxo e receitas dos casinos. Em declarações ao portal Asia Gaming Brief, o responsável indicou que além do ciclo económico verificado no Interior da China, os comportamentos de consumo dos turistas sofreram alterações estruturais significativas. “Hoje em dia, a larga maioria dos turistas continua a vir do Interior da China. Porém, devido às condições económicas actuais, testemunhamos uma viragem para o ‘luxo acessível’, com os consumidores a preferirem produtos de marcas locais que oferecem produtos a uma fracção do preço. Esta alteração reflectiu-se nas estatísticas do comércio a retalho, em particular no mercado turístico”, afirmou Johnson Ian. Estas alterações forçaram empresas a reavaliar as suas operações e a adaptar-se às mudanças, principalmente em locais como restaurantes de luxo, ou lojas de malas e relógios de luxo. Olhar para dentro Recorde-se que a cadeia de comércio de produtos de luxo DFS despediu no fim do mês passado quase 80 trabalhadores, a primeira grande redução de mão-de-obra desde que o grupo se estabeleceu em Macau em 2008. No final de Julho, o grupo das Joalharias Chow Tai Fook reportou quebras anuais de vendas em Macau de 41,3 por cento no primeiro trimestre do ano, a pior performance do grupo em termos regionais. Já no segundo trimestre, o valor global das vendas a retalho de Macau e Hong Kong sofreu quebras de 28,8 por cento e representou 12,2 por cento dos negócios do grupo. A quebra alargou-se ao Interior da China, onde o grupo encerrou mais de 90 lojas. Também o alargamento da isenção fiscal para bens adquiridos em Macau e transportados para o continente, que passou de bens no valor de cinco mil renminbis para 12 mil renminbis, não deixa Johnson Ian optimista. Neste capítulo, o analista destaca a crescente competição de outras regiões, em particular Hainão que se transformou num destino para compras de luxo, devido às isenções fiscais aplicadas na ilha. “Até 2025, Hainão vai tornar-se numa zona de tarifa zero, representando uma concorrência ainda mais forte aos mercados de retalho de alta gama de Macau e Hong Kong. Muitos consumidores chineses já não precisam de esperar meses para se deslocarem a Macau para fazer compras. Podem simplesmente deslocar-se a Hainão ou mesmo à Europa, onde os preços podem ser mais favoráveis”, disse o dirigente ao Asia Gaming Brief. O presidente da Associação de Jogos com Responsabilidade de Macau, Billy Song, refere que parte das dificuldades económicas se deve ao aperto ao jogo VIP. Sem os grandes apostadores, o dirigente entende que a economia de Macau fica mais exposta a mudanças nos padrões de consumo e nas tendências de redução dos gastos e do tempo de permanência em Macau dos turistas.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Despesas de visitantes sobem 15,8% face a 2019 Na primeira metade deste ano, os turistas que visitaram Macau gastaram quase 38 mil milhões de patacas, sem contar com as despesas feitas em casinos, mais 16,4 por cento do que no primeiro semestre de 2023. Porém, a despesa per capita caiu quase 19 por cento em termos anuais, para 2.260 patacas Na primeira metade deste ano, os mais de 16 milhões de turistas que visitaram Macau gastaram no território 37,79 mil milhões de patacas, sem contar com gastos em casinos, valor que representou um crescimento anual de 16,4 por cento e mais 15,8 por cento face ao primeiro semestre de 2019, antes da paralisia económica provocada pela pandemia. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a despesa dos turistas que chegaram a Macau individualmente atingiu 30,45 mil milhões de patacas, enquanto os excursionistas despenderam 7,33 mil milhões de patacas, aumentos anuais de 13,1 e 32,4 por cento, respectivamente. As comparações estatísticas tomam outra tendência quando analisadas as despesas médias por turista, apesar disso, a comparação com o primeiro semestre de 2019 ainda apresenta uma subida de 40,5 por cento da despesa per capita, para um total de 2.260 patacas. “Contudo, esta despesa diminuiu 18,9 por cento, em termos anuais, devido principalmente à elevada base de comparação do primeiro semestre do ano anterior, pois assistiu-se à liberação da despesa dos visitantes sobretudo no primeiro trimestre de 2023”. Dividindo por categoria, os turistas individuais gastaram, per capita, 3.889 patacas, enquanto os excursionistas realizaram despesas de 825 patacas, valores que representam descidas anuais de 12,4 e 16,9 por cento, respectivamente. Dinheiro em caixa Tirando as mesas de jogo, onde gastaram os turistas? Os dados estatísticos do primeiro semestre do ano indicam que os visitantes despenderam predominantemente em compras (47,1 por cento da despesa per capita), seguindo-se os gastos com alojamento (24,6 por cento) e alimentação (20,5 por cento). Tendo em conta os motivos da visita a Macau, quem veio para participar em convenções e exposições gastou, per capita, 4.992 patacas, mais 6,5 por cento em termos anuais. Por outro lado, quem veio a Macau assistir a espectáculos ou competições despendeu 5.656 patacas (-10,1 por cento), e passar férias 2.741 patacas (-17,7 por cento). Quanto à análise das despesas per capita tendo em conta a sua proveniência, os visitantes do Interior da China ocupam o topo da tabela dos mais gastadores, com 2.632 patacas, ainda assim registando uma quebra anual de 25,5 por cento. No pólo oposto, registando aumentos de despesas, estão os turistas vindos de Singapura e Coreia do Sul com gastos per capita de 2.592 patacas, seguidos dos visitantes oriundos da Tailândia com 2.522 patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Pedida proibição de excursões de baixo custo O presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento Regional de Macau considera que o território tem de apostar nos turistas disponíveis a gastar mais dinheiro durante as viagens O presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento Regional de Macau, Chan Tak Seng, defende a proibição das excursões a Macau de baixo custo, por considerar que acrescentam muito pouco à economia local. A posição do ex-mandatário da candidatura de Chan Meng Kam a deputado foi tomada em declarações ao jornal Exmoo. “[Estes turistas] não gastam muito dinheiro depois da entrada, e quando saem do território, apoiam [os grupos de contrabando] ao transportarem cigarros, álcool ou outros produtos [para o Interior]”, afirmou Chan Tak Seng, entre os argumentos contra o turismo das excursões baratas. Chan considerou ainda que estas excursões criam um ciclo vicioso, porque não só afectam a imagem de Macau como destino turístico, mas porque também afectam a imagem da qualidade do turismo. O presidente associativo defendeu que com este tipo de turistas as Pequenas e Médias Empresas não vão conseguir sobreviver, porque as pessoas tendem a ter gastos muito reduzidos: “Não devemos apenas focar-nos na quantidade de turistas, temos de ter qualidade”, justificou. Outros riscos Chan Tak Seng apelou ao Governo para arranjar soluções para o problema do contrabando promovido pelos turistas de baixo custo, que são pagos para saírem com produtos da RAEM, que depois entregam às redes de contrabando no Interior. O dirigente associativo prestou estas declarações ao Exmoo, depois do Governo Central ter anunciado que desde o início do mês os turistas do Interior passam a ter uma isenção fiscal de 12 mil renminbis nas compras feitas em Macau. Até ao início do mês, a isenção era de 5 mil renminbis. No entanto, para Chan Tak Seng, a medida de incentivo ao maior consumo em Macau pode promover ainda mais o contrabando da RAEM para o Interior. A medida tida como benéfica, deve assim ser acompanhada de uma inspecção principalmente dos carros com matrícula dupla e dos que circulação para Cantão. Além disso, o também ex-candidato à Assembleia Legislativa alertou que há uma grande proximidade entre as trocas de dinheiro ilegais e o contrabando, sendo frequente que as pessoas envolvidas num dos tipos de ilícito também a pratiquem o outro. Como o novo valor da isenção de entrada no Interior a ser apenas aplicado aos residentes do Interior, e não aos de Macau ou Hong Kong, teme-se que haja cada vez mais excursões baratas a serem utilizadas para este propósito. Segundo o jornal Exmoo, actualmente quando os turistas vêm a Macau são abordados por membros de grupos de contrabando que lhes pagam imediatamente 100 renminbis para transportarem, no regresso, produtos para o Interior.
João Luz Manchete SociedadeHengqin | DST não comenta “auto-recomendações” para excursões O Governo não comenta o caso dos dirigentes associativos que se recomendaram a si próprios para operar excursões subsidiadas a Hengqin, mas destaca a capacidade das empresas para “acomodar toda a logística das excursões”. Um dos dirigentes, Andy Wu, escudou-se em segredo comercial para não revelar quantos excursionistas irá levar a Hengqin A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) não comenta o facto de ter convidado associações do sector do turismo a recomendar agências de viagem para organizar e operar excursões subsidiadas a Hengqin, e estas terem acabado por indicar empresas presididas pelos próprios dirigentes associativos. No passado dia 6 de Junho, o HM noticiou que todas as associações convidadas para sugerir agências de viagem para o Plano de Apoio Financeiro Amor por Macau e Hengqin, financiado pela Fundação Macau, acabaram sugerir ao Governo empresas todas elas lideradas pelos responsáveis máximos das associações. Passados dois dias do anúncio do plano de excursões para levar residentes de Macau a Hengqin, no dia 21 de Maio, o HM enviou questões à DST, a pedir um comentário à coincidência de dirigentes e entidades, e a perguntar se consideravam que este tipo de comportamento respeita princípios de ética, transparência e concorrência leal, principalmente tendo em conta que existem em Macau quase duas centenas de agências. Além disso, perguntámos que contrapartida financeira receberam estas agências. A resposta chegou na terça-feira à noite e não correspondeu a qualquer questão colocada. “Para implementar o projecto, a Fundação Macau solicitou conselho à DST relativamente à operação das excursões, tendo como referência a experiência desta direcção de serviços na realização do projecto ‘Vamos! Macau! Excursões Locais’ durante o período da pandemia covid-19. A DST convidou, por este motivo, associações relacionadas para colaborar no projecto, mediante a recomendação de agências de viagens capazes de acomodar toda a logística das excursões e levar a cabo o projecto com sucesso”, declarou a DST, sem mencionar que todas as nove agências são geridas por quem as recomendou. Prenda adiantada O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes indicou também que o “projecto de excursões a Hengqin/Macau é realizado para celebrar o 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, tendo como alvo beneficiar os residentes de Macau através dos itinerários, permitindo que se familiarizem com o desenvolvimento de Hengqin e locais de interesse turístico”. Em relação a pedidos de informação sobre número de participantes e custos de operação das agências que operar o programa, a DST remeteu para a Fundação Macau, que financia o projecto. Uma das empresas seleccionadas, a Agência Gray Line (Macau) dirigida por Andy Wu foi uma das recomendações da Associação de Indústria Turística de Macau, presidida pelo próprio. O HM falou com Andy Wu que desmentiu a DST em relação ao processo de selecção das empresas que operam o programa. “Acredito que as agências de viagem não foram recomendadas pelos dirigentes das associações. Entregámos uma lista à Fundação Macau, que analisou e decidiu, conforme as suas competências e responsabilidades”, afirmou o dirigente, em contradição com os comunicados da Fundação Macau e as declarações da DST. Em relação ao número de excursionistas que a sua agência irá levar a Hengqin, Andy Wu indicou que no primeiro dia irá levar à Ilha da Montanha centenas de residentes, sem materializar o volume total da operação. “Não posso dizer o número concreto porque isto é informação comercial da minha empresa”, indicou. Recorde-se que a associação liderada por Andy Wu recomendou, de acordo com a Fundação Macau, outras duas agências dirigidas por dois vice-presidentes da sua associação. Porém, entre as três associações de turismo e as noves agências de viagem escolhidas para operar o programa existe um denominador comum, a Associação das Agências de Turismo de Macau, dirigida pelo deputado nomeado pelo Chefe do Executivo Cheung Kin Chung. Esta associação reúne no topo dos órgãos dirigentes gestores, directores e proprietários de sete das nove agências recomendadas à DST. As restantes empresas, Agência de Viagens e Turismo Internacional (China-Macau) e a Agência de Viagens e Turismo Juventude Internacional são dirigidas por dois vice-presidentes da associação de Cheung Kin Chung, Yan Wei Dong e Cheong Chi Man, respectivamente. Este último é também director executivo da Macau Radio Taxi. Por fim, importa referir que a associação em que o deputado Cheung Kin Chung é presidente da direcção, é também presidida por Luo Qun, que era, pelo menos até 2023, subdirector-geral da empresa estatal Companhia Nam Kwong.
Hoje Macau SociedadeTurismo | DST diz que produtos grátis não afectam sector Cheng Wai Tong, vice-director da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), defendeu ontem, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, que a oferta de produtos alimentares e bebidas por parte dos casinos não afecta as pequenas e médias empresas do sector do turismo, uma preocupação revelada por uma ouvinte. A mulher colocou ainda a questão tendo em conta que há cada vez mais influencers oriundas da China que, nas redes sociais, divulgam dicas para visitar Macau e desfrutar de produtos gratuitos, bem como serviços e actividades. “Observando os números em termos subjectivos, verificamos que o consumo dos turistas na área não jogo, tanto no ano passado como no primeiro trimestre deste ano, aumentou em comparação com o período anterior à pandemia. O número relativo ao consumo este ano é ainda maior do que no ano passado. A oferta de comidas e bebidas não afecta o consumo geral dos turistas”, declarou o responsável. No caso dos turistas coreanos e japoneses, exemplificou, o consumo per capita aumentou de forma significativa, com aumentos de 70 e 21 por cento, respectivamente, em relação a 2019. Cheng Wai Tong espera ainda poder atrair turistas aos bairros fora das zonas turísticas para que haja um maior consumo nas empresas locais.
Hoje Macau PolíticaTurismo | Congresso de associação portuguesa em Macau em 2025 O congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) irá realizar-se em Macau no próximo ano entre os dias 2 e 4 de Dezembro. Neste contexto, os responsáveis da APAVT reuniram em Abril com os dirigentes da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) a fim de preparar o evento. Segundo uma nota da DST, a organização deste congresso no território irá “contribuir para elevar a reputação de Macau como destino para a realização de convenções internacionais”, ajudando ainda “a expandir as fontes de visitantes internacionais”. No encontro foi discutida a agenda do congresso do próximo ano, o planeamento da estratégia de promoção e outros pormenores. De destacar que uma delegação da APAVT esteve presente em Macau por ocasião da 12.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau. Esta parceria aprofundada entre a DST e a APAVT surgiu no contexto da visita de Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, a Portugal, realizada no ano passado. A APAVT foi fundada em 1950 e é a associação do sector mais representativa em Portugal, tendo “desempenhado, ao longo dos anos, um papel fundamental na dinamização das relações turísticas com Macau”. A APAVT já realizou os seus congressos em Macau nos anos de 1982, 1990, 1996, 2008 e 2017. O evento reúne cerca de 700 operadores turísticos que esperam poder explorar oportunidades de negócio.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Gastos aquém das expectativas deixam comerciantes em apuros Muitos turistas, poucas compras. É este o cenário traçado por Lei Cheok Kuan, presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau, que avisa que muitos negócios só não fecham portas na zona norte da cidade, porque não têm dinheiro para pagar os empréstimos contraídos Durante o período da Páscoa, o território atraiu mais de 400 mil turistas. Porém, para os comerciantes a situação pouco mudou, e as vendas estão cada vez mais fracas, em comparação com o passado. O cenário sobre as dificuldades do comércio local foi traçado por Lei Cheok Kuan, presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, em declarações ao Jornal Exmoo. Segundo o dirigente associativo, o período da Páscoa foi positivo, porque “houve muito movimento de pessoas”, mas lamentou a situação actual porque “em termos de dinheiro não foi uma fase próspera”. Lei Cheok Kuan elogiou ainda o trabalho das autoridades, que considerou estarem a fazer os “melhores esforços” para atraírem mais visitantes para Macau. Contudo, quando fez um balanço do período de Páscoa, não deixou de lamentar que o dinheiro não esteja a chegar aos comerciantes. Na perspectiva do dirigente associativo, as dificuldades prendem-se com o facto de os turistas que entram no território terem menor poder de compra e estarem menos dispostos a consumir, face ao que acontece no passado. Lei descreveu também que actualmente entre 10 turistas, apenas um ou dois gastam ao ponto de deixarem a cidade carregados com sacos. No passado, indicou o dirigente, o número de turistas carregados com sacos chegava aos sete ou oito. Apesar deste cenário, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos mostrou compreensão face aos novos hábitos de consumo, e reconheceu que para os turistas a situação económica é cada vez mais difícil, e que é lógico que poupem mais. “Como as pessoas estão pessimistas e não sabem o dia de amanhã, é natural que poupem mais”, vincou. A duas velocidades Fora das áreas turísticas a situação é ainda mais dramática. Segundo Lei Cheok Kuan, se por um lado, nas zonas turísticas o consumo é cada vez mais reduzido, por outro, nos bairros residências, o comércio local “passa dias sem ver qualquer cliente”. Lei Cheok Kuan confessou ainda que desde o Ano Novo Lunar vários negócios desistiram e fecharam portas. E mais só não fecham, indicou o responsável, porque nesse caso têm de pagar os empréstimos bancários de uma só vez, e não têm dinheiro. A situação gerou mesmo a criação de um grupo no Facebook que acompanha os negócios mais recentes a fecharem as portas. A juntar às perdas do comércio local, Lei Cheok Kuan indica que a situação no mercado imobiliário é insustentável. De acordo com o presidente da associação, os senhorios mostram-se irredutíveis com as rendas, e mesmo com crise querem aumentar os valores cobrados. Por outro lado, o dirigente apelou ao Governo para disponibilizar formação para as Pequenas e Médias Empresas sobre o consumo electrónico e novas estratégias, dado que o ambiente comercial está a sofrer uma revolução e nem todos têm capacidade para se adaptar.
Hoje Macau SociedadeGuias ilegais | Aliança do Povo pede supervisão Xu Zhiwei, vice-presidente da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau, defende que é necessária a aplicação de medidas mais eficientes e uma maior supervisão contra os guias turísticos ilegais. A ideia surge na sequência de várias queixas recebidas pela associação da existência de muitas pessoas em Macau que prestam este serviço, mas que não estão devidamente credenciados pelas autoridades locais. Segundo declarações de Xu Zhiwei ao jornal Exmoo News, estes guias acompanham grupos de turistas de baixo segmento que visitam Macau apenas por um dia, começando as excursões no posto fronteiriço das Portas do Cerco. O responsável alerta que é difícil denunciar estes casos pois os percursos turísticos variam bastante, podendo passar pelos casinos, autocarros ou autocarros dos casinos, sendo que os visitantes permanecem muito pouco tempo em cada local. O dirigente diz que cabe ao Governo reforçar a cooperação com o sector do turismo a fim de combater esta ilegalidade, além de ser necessário estabelecer uma plataforma de denúncias.
João Luz SociedadeDST | Turistas estrangeiros com viagens grátis de Hong Kong para Macau A partir de 1 de Fevereiro, o Governo vai lançar a “oferta de bilhetes de autocarro directo e de barco gratuitos de Hong Kong para Macau, destinada a visitantes internacionais que visitam Hong Kong”, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). A campanha contará com a parceria óbvia das empresas de transporte de passageiros de autocarro e de barco entre as duas regiões. A medida tem como objectivo “alargar as fontes de visitantes e promover o turismo e a economia”, indica a DST. A campanha é limitada apenas à viagem no sentido Hong Kong para Macau e, devido ao limite no número de ofertas, os bilhetes são processados por ordem de chegada. As promoções têm duração diferente consoante o transporte usado. O serviço de autocarro gratuito irá funcionar de 1 de Fevereiro a 31 de Agosto deste ano. Para tal, é preciso mostrar o documento de viagem e cartão de embarque para obter o bilhete gratuito no terminal de transferências SkyPier do Aeroporto Internacional de Hong Kong. Quanto aos ferries, a promoção estará activa entre 1 de Fevereiro a 31 de Julho deste ano.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Agências lusas escolhem Macau como destino internacional A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo escolheu Macau, que irá receber o seu congresso em 2025, como destino preferido internacional no próximo ano. O anúncio foi feito na sexta-feira no Porto, por ocasião do 48.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorreu até sábado, contando com mais de 770 congressistas, e com o tema a “Inteligência Artificial, a Revolução do Século XXI”. “O destino preferido da APAVT para nós é um passo muito importante porque estamos já neste momento a começar os preparativos para 2025, quando vamos acolher outra vez o Congresso da APAVT”, disse a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes. A escolha do “destino preferido” é um projecto anual da APAVT que tem como objectivo contribuir para dinamizar os fluxos turísticos para um determinado destino, através de um trabalho com a associação e os seus associados, sobretudo ao nível da promoção turística. “Este ano tivemos um ano bastante bom em termos de recuperação […] e para o ano o nosso trabalho vai ser virado para mercados internacionais. Vamos começar pela Ásia, mas também vamos começar a trabalhar no mercado europeu. Temos um bom relacionamento com a APAVT, tivemos sempre. Por isso para o ano, voltamos à BTL [Bolsa de Turismo de Lisboa], graças à APAVT, para nos ajudar [neste objectivo] e também vamos, em princípio, marcar presença na Fitur. E, daqui para a frente, penso que vamos ter mais acções na Europa”, acrescentou. A directora dos Serviços de Turismo disse ainda que vão lançar com a APAVT um programa de formação para agências de viagens. Encontro na RAEM Em 30 de Junho, a APAVT anunciou que o 50.º congresso da organização, em 2025, vai realizar-se em Macau, levando à RAEM, pelo menos, 750 representantes da indústria. O presidente da APAVT disse, na altura, à Lusa que é “com muita felicidade” que o congresso irá regressar pela sexta vez a Macau, que se tornará a cidade a mais vezes acolher “a maior reunião do sector turístico português”. Pedro Costa Ferreira considerou que será “um encontro de números muito felizes”, uma vez que a edição de 2025 será o 50.º congresso da APAVT, no ano em que a associação celebra 75 anos de existência. “É um grande esforço da nossa parte junto da APAVT”, afirmou a directora dos Serviços de Turismo, também na altura. Maria Helena de Senna Fernandes disse esperar que “quase mil representantes” da indústria do turismo viajem de Portugal para o congresso da APAVT em Macau, em 2025, enquanto Pedro Costa Ferreira previu, “no mínimo 750, 800 pessoas”. A China foi o último grande país a abandonar, em meados de Dezembro, a chamada política ‘zero covid’, que durante perto de três anos implicou o quase encerramento das fronteiras do país. Pedro Costa Ferreira afirmou que a indústria portuguesa do turismo está “a começar a notar” o regresso das excursões organizadas vindas da China: “isso nós recebemos com um sorriso nos lábios, porque era o último passo que necessitávamos para podermos falar em total normalidade”. O Instituto de Pesquisa de Turismo Externo da China estimou que 40 milhões de turistas chineses vão viajar além-fronteiras nesta segunda metade do ano. Em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19, 155 milhões de chineses viajaram para o exterior, de acordo com uma análise do banco de investimento norte-americano Citigroup. No total, os turistas oriundos da China continental gastaram 236 mil milhões de euros além-fronteiras.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTurismo | Guias com pouco trabalho devido a quebra de excursões Agnes Lam entende que o modelo de viagens em Macau e no Interior da China alterou-se nos últimos tempos, o que explica a falta de trabalho para muitos dos guias turísticos credenciados no território. A ex-deputada afirma que, cada vez mais, os turistas preferem viagens individuais O turismo recuperou rapidamente desde Janeiro e os números da Semana Dourada deste mês foram bastante simpáticos para o sector, mas a verdade é que os guias turísticos se queixam de falta de trabalho. Agnes Lam, ex-deputada e professora na Universidade de Macau, defendeu ao jornal Exmoo, num artigo de opinião, que a falta de trabalho dos guias se deve à alteração do modelo de viagem em Macau e no Interior da China, com maior preferência dos turistas pelas viagens individuais. Agnes Lam indicou que hoje existem menos 100 guias turísticos credenciados face aos que existiam há uns anos, e que ultimamente as pessoas procuram cada vez mais fazer turismo de forma individual em fez de participar em excursões, procurando ainda guias de viagem online. Tais factores fazem com que se reduzam as oportunidades de trabalho para os guias turísticos, frisou. Recorde-se que na última semana dourada, que significou férias de oito dias para muitas pessoas, Macau atraiu mais de 930 mil pessoas oriundas do Interior da China, ultrapassando as previsões do Governo, atingindo 84 por cento dos turistas chegados a Macau em 2019 no mesmo período. No entanto, a associação que representa os guias turísticos de Macau disse que muitos se encontram numa situação de subemprego, trabalhando a tempo parcial. Na China é igual A académica não deixou de apontar que na China se verificam os mesmos hábitos turísticos. Citando vários relatórios de estudo de agências de viagens do país, Agnes Lam aponta que também se registou uma quebra do número de guias turísticos a nível nacional. Em 2019 havia 121.710 guias registados, com contrato de trabalho, em 2022 esse número baixou para 82.047, uma quebra de quase 40 mil profissionais. Agnes Lam destacou ainda o papel das redes sociais que oferecem uma alternativa com a publicação de vídeos de locais turísticos que atingem milhões de visualizações, o que faz com que não seja necessário um guia. Uma vez que estas mudanças estão a alterar o sector, a ex-deputada sugere que o Governo faça um melhor planeamento para o desenvolvimento do turismo, dando mais atenção à situação dos guias turísticos. A académica sugere associar a nova tendência das redes sociais, de publicação de vídeos curtos, ou realização de vídeos em directo, ao trabalho dos guias turísticos, a fim de reforçar a concorrência existente no sector.