Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Governo talibã afunda país na pobreza Três anos após o regresso dos talibãs a Cabul, o Afeganistão tem uma economia de “crescimento zero”, com a população atolada na pobreza, uma crise humanitária que se agrava e sem esperança de melhoria num futuro próximo. Em 2021, o novo governo herdou uma administração estabelecida. Os preços baixaram, a moeda aguentou-se bem, a corrupção deixou de ser um fenómeno sem precedentes e a cobrança de impostos melhorou. Acima de tudo, a segurança regressou, criando um clima propício à actividade empresarial. Após 40 anos de guerra, as mercadorias e as pessoas podem agora deslocar-se em segurança de Cabul a Herat, a oeste, e de Mazar-e-Sharif, norte, a Jalalabad, leste. Mas o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu uma contracção violenta, de 26 por cento em 2021 e 2022, segundo o Banco Mundial, que antecipa que “o crescimento será nulo nos próximos três anos e o rendimento ‘per capita’ diminuirá devido ao crescimento demográfico”. A ajuda ao desenvolvimento praticamente cessou porque o governo não é reconhecido por nenhum país e a ajuda humanitária foi reduzida, além de um terço dos 45 milhões de afegãos sobreviverem com pão e chá, enquanto o desemprego é maciço. O Afeganistão, rico em minerais, tem também um grande potencial agrícola, mas sofre de fuga de cérebros, falta de infra-estruturas, de conhecimentos especializados estrangeiros e de financiamento. “A guerra está a encontrar parceiros estratégicos”, disse à agência AFP Sulaiman Bin Shah, vice-ministro do Comércio na manhã em que, em Agosto de 2021, os talibãs entraram em Cabul e que é atualmente consultor de investimentos. Cabul encontrou alguns: “com a Rússia, a China, o Paquistão, o Irão [e as repúblicas da Ásia Central], estamos a cooperar muito”, afirmou ontem, com satisfação, Ahmad Zahid, vice-ministro do Comércio e da Indústria. Do dia a dia A AFP perguntou aos afegãos em Cabul, Herat e Ghazni como vivem actualmente. Wahid Nekzai Logari foi membro da Orquestra Nacional e deu concertos de sarenda, um instrumento de cordas tradicional, e de harmónio, até à Índia. “Sustentei toda a minha família. Tínhamos uma boa vida”, diz o afegão de 46 anos, na sua modesta casa num subúrbio de Cabul. “Com a criação do Emirado Islâmico, a música foi proibida. Agora estou desempregado”. Para alimentar a família de sete pessoas, conduz ocasionalmente um táxi. Actualmente, ganha apenas 5.000 afegãos por mês (65 euros), um quinto do que ganhava com os seus concertos. “Os talibãs revistaram a minha casa, como todas as outras em Cabul. Viram os meus instrumentos. Eu disse-lhes que já não os tocava e eles não os partiram. Ninguém nos disse: já não podem tocar música, mas vamos arranjar maneira de alimentarem a vossa família”, lamenta. Durante quatro anos, Abdul Wali Shaheen quis “morrer como um mártir” nas fileiras talibãs. Depois da vitória, trocou o lança-foguetes por um computador no Departamento de Informação e Cultura de Ghazni. “Não estava tão stressado como agora”, admite o antigo ‘mujahid’ de 31 anos. “Tenho mais responsabilidades para com o público. A única coisa que fazíamos era fazer a ‘jihad’, mas agora é mais difícil”, diz. O salário de 10.000 afegãos é suficiente para alimentar a família de cinco pessoas. “Dou ao Emirado um 1/10 dos meus rendimentos nestes três anos. Tudo está a correr bem e temos esperança no futuro”, diz. Cita o regresso da segurança, “um grande sucesso”, e a expropriação de terrenos e edifícios públicos ocupados ilegalmente. No entanto, admite que existem “lacunas”, que espera que “sejam colmatadas”. “A paz deve continuar”, conclui.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Paquistão e China querem garantir estabilidade O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Bilawal Bhutto, salientou no sábado, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo chinês, Qin Gang, a importância de se garantir a paz e a estabilidade no Afeganistão. “A paz e a estabilidade no Afeganistão continuam vitais para o desenvolvimento socioeconómico, a conectividade e a prosperidade na região”, disse Bhutto após o encontro bilateral com Qin. Paquistão e China têm sido protagonistas relevantes para a procura de estabilidade no Afeganistão, sobretudo depois da saída das tropas norte-americanas deste país, em 2021. Os dois chefes de diplomacia voltaram a sublinhar “a necessidade de comunicação interna para fornecer assistência e apoio contínuos ao Afeganistão, nomeadamente através do descongelamento dos activos financeiros deste país no exterior”, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão. Ambos os países comprometeram-se com o desenvolvimento do projecto de infra-estrutura do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), rota comercial que ligará a cidade chinesa de Kasghar ao porto paquistanês de Gwadar (sudoeste), proporcionando a Pequim uma importante rota no mar da Arábia. “Este projecto de corredor continua a ser uma iniciativa económica aberta a investidores de todo o mundo”, prometeu Bhutto. Nesse sentido, tanto o Paquistão como a China demonstraram interesse em incluir o vizinho Afeganistão nesse projecto, que promove o comércio e a conectividade na região asiática. “As partes concordaram em continuar a assistência humanitária e económica para o povo afegão e melhorar a cooperação para o desenvolvimento no Afeganistão”, assegurou a diplomacia do Paquistão.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Talibãs proíbem mulheres de trabalhar para a ONU em todo o país Os talibãs emitiram uma ordem que proíbe as mulheres afegãs empregadas pela ONU, até agora isentas destas restrições, de trabalharem em qualquer lugar no Afeganistão, adiantou o porta-voz da organização na terça-feira, denunciando uma decisão “inaceitável e francamente inconcebível”. “Fomos informados por diferentes canais que a proibição se aplica a todo o país”, realçou Stéphane Dujarric, citado pela agência France-Presse (AFP). Inicialmente, a missão das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) tinha anunciado que os talibãs tinham proibido as suas funcionárias de trabalhar na província oriental de Nangarhar. Dujarric referiu que a decisão é para todo o território e que a ONU ainda está à procura de mais informações. Esta quarta-feira, estão marcadas reuniões em Cabul com os “governantes de facto” do país para tentar esclarecer os detalhes, enquanto se avalia o seu possível impacto, acrescentou. “Para o secretário-geral [António Guterres] tal proibição é inaceitável e francamente inconcebível”, apontou, denunciando a vontade de “minar as capacidades das organizações humanitárias para ajudar quem mais precisa”. O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, deixou claro que, sem as mulheres, as Nações Unidas não poderão continuar a ajudar o país e a população como tem feito. “As mulheres do nosso quadro são essenciais para que as Nações Unidas prestem uma ajuda vital”, sublinhou o porta-voz durante a sua conferência de imprensa diária. Dujarric vincou que este veto não só viola “os direitos fundamentais das mulheres” como também dificulta a continuidade do trabalho da organização no terreno. Entre outras coisas, recordou que “dada a sociedade e a cultura” no Afeganistão “são necessárias mulheres para ajudar as mulheres”, que estão entre as mais ameaçadas pela enorme crise humanitária no país, aludindo ao facto de que em muitas regiões não é bem visto que os homens atendam as mulheres, ou vice-versa. De acordo com Dujarric, a proibição é “inaceitável” e contribui para uma “tendência preocupante de minar a capacidade das organizações de ajuda humanitária de alcançar os mais necessitados”. Operações congeladas Segundo dados da ONU, entre 30 e 40 por cento do pessoal das organizações humanitárias que entregam, gerem, controlam ou avaliam a necessidade de assistência são mulheres. Dujarric acrescentou que a organização tem actualmente cerca de 4.000 pessoas a trabalhar no Afeganistão, das quais cerca de 3.300 são nativas do país, embora não tenha revelado quantas são mulheres. Os talibãs impedem as mulheres de participarem na vida pública do país tendo muitas afegãs perdido os empregos no sector público. Desde Novembro do ano passado as mulheres afegãs foram também proibidas de frequentarem parques, ginásios e banhos públicos. As mulheres afegãs não são autorizadas a viajar sem serem acompanhadas de um parente do sexo masculino e devem estar sempre cobertas quando saem de casa.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Pequim relutante entre segurança e riscos de envolvimento A China foi dos primeiros países a estabelecer relações semioficiais com os talibãs quando estes regressaram ao poder, mas o futuro da parceria permanece incerto, dizem analistas, à medida que Pequim avalia os riscos do envolvimento no Afeganistão “Do ponto de vista da China, existem grandes riscos na situação do Afeganistão”, apontou Zhu Yongbiao, professor do Centro de Estudos do Afeganistão da Universidade de Lanzhou, na província chinesa de Gansu, citado pelo jornal South China Morning Post, um ano após os talibãs terem tomado novamente o poder e da conclusão da retirada norte-americana do território afegão, registada em 30 de Agosto de 2021. À incerteza política sobre se os talibãs vão ser reconhecidos pela comunidade internacional como o governo legítimo do Afeganistão, soma-se a relutância das empresas chinesas em financiar projectos no país, devido às preocupações de segurança e dúvidas sobre os retornos económicos, apontou o académico. China e Afeganistão compartilham cerca de 70 quilómetros de fronteira em Xinjiang, uma das mais voláteis regiões chinesas, marcada por violentos confrontos étnicos nas últimas décadas, entre membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os han, o grupo étnico maioritário no país. Historicamente, Pequim permaneceu, no entanto, sempre como um “observador” nas questões afegãs, descreveu, por sua vez, Zhao Huasheng, professor no Centro de Estudos da Rússia e da Ásia Central da Universidade Fudan, em Xangai. O vácuo de segurança deixado pela retirada das tropas ocidentais do Afeganistão veio obrigar a China a ter um maior envolvimento no país vizinho, visando garantir a estabilidade em Xinjiang. Quando o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu uma delegação dos talibãs, na China, ainda antes de os fundamentalistas assumirem o poder, o representante de Pequim pediu ao grupo que “traçasse uma linha vermelha” com organizações terroristas, incluindo o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (ETIM, na sigla em inglês), que descreveu como uma “ameaça directa à segurança e integridade territorial da China”. Pequim há muito que acusa o ETIM de promover o separatismo em Xinjiang. Wang Yi pressionou sobre esta questão repetidamente, em reuniões posteriores com os talibãs. “A China está condenada a desempenhar um papel significativo no Afeganistão, mas está cuidadosamente a tentar evitá-lo”, escreveram Raffaello Pantucci e Alexandros Petersen, autores da obra “Sinostan: China’s Inadvertent Empire”. A embaixada chinesa foi uma das poucas que permaneceu no país após os talibãs tomarem o poder. Pequim também participou e acolheu vários encontros regionais sobre o Afeganistão. Lá ao longe No mês passado, Wang Yi sugeriu incluir o Afeganistão no Corredor Económico China – Paquistão (CPEC) e uma cooperação “em termos gerais” com as autoridades de Cabul, após reunir com o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo talibã, Amir Jan Muttaqi, à margem do fórum da Organização de Cooperação de Xangai. No entanto, Fátima Airan, pesquisadora do Instituto Biruni, um grupo de reflexão (‘think tank’) com sede em Cabul, escreveu que a China investiu em poucos projectos no Afeganistão e que se tornou ainda mais relutante em investir após os talibãs ascenderem ao poder. “Para a China, o mercado não é suficientemente estável no Afeganistão, devido à insegurança”, argumentou. “Eles não vão correr o risco de trazer um projecto de investimento de grande escala para o Afeganistão”, referiu ainda Fátima Airan. E Raffaello Pantucci e Alexandros Petersen acrescentam: “Pequim certamente está a fazer mais do que antes, mas é claro que não vai assumir um papel de liderança. A China tem todo o interesse e potencial para ser um actor dominante, mas tomou a decisão estratégica de continuar a observar do lado de fora”.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | China reconhece Governo talibãs mediante “condições certas” Depois de uma reunião em Tuxi, Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que a China irá reconhecer o Governo dos talibãs, no Afeganistão, “quando estiverem reunidas as condições certas”, defendendo que o país não deve ser afastado da diplomacia mundial O Governo chinês disse na sexta-feira que o reconhecimento dos talibãs como Governo legítimo do Afeganistão vai ser feito “quando estiveram reunidas as condições certas”, sinalizando assim um futuro apoio aos fundamentalistas islâmicos, que assumiram o poder em Agosto passado. A posição de Pequim foi transmitida num comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, emitido após uma reunião de dois dias entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, em Tunxi, no centro da China. Wang Yi disse que o Afeganistão não deve ser excluído da comunidade internacional e não se deve tornar um Estado falhado. “O Afeganistão sofre com a guerra há muitos anos e não acompanhou o desenvolvimento mundial. Esta situação não se pode prolongar” Para o governante chinês, o governo interino do Afeganistão mostrou uma “atitude positiva” em relação a outras nações, mas os seus países vizinhos esperam mais progressos no combate ao terrorismo, na reconciliação entre grupos étnicos, e na constituição de um governo inclusivo que proteja os direitos das mulheres e das crianças. “Resolver estes problemas requer esforços incessantes. Acreditamos que o reconhecimento diplomático do governo afegão virá quando estiverem reunidas as condições certas”, frisou Wang. “Esperamos que o governo interino afegão continue a dar passos sólidos e a fazer esforços concretos nessa direcção certa”, acrescentou. Pequim ainda não reconheceu oficialmente os talibãs, mas foi uma das primeiras nações a estabelecer contactos com os fundamentalistas, após a retirada das tropas norte-americanas e internacionais. As autoridades chinesas descreveram o grupo como uma importante força militar e política no Afeganistão. A reunião de dois dias em Tunxi, na província oriental de Anhui, foi realizada num período em que Pequim tenta reforçar a sua influência na região, face a renovadas tensões com vários países ocidentais. Ucrânia em Tuxi A invasão da Ucrânia pela Rússia colocou os laços de Pequim com Moscovo sob escrutínio. Wang Yi manteve conversas bilaterais com autoridades de outros países em Anhui nos últimos dois dias, durante as quais mencionou a crise na Ucrânia e alertou para um efeito de repercussão das sanções contra a Rússia. Numa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, na quinta-feira, Wang Yi disse que a guerra na Ucrânia não significa que as necessidades do Afeganistão devem ser ignoradas. Muttaqi disse que nenhuma força estrangeira vai ter permissão para ocupar o Afeganistão e usar o Afeganistão para se opor a outras nações. “Os Estados Unidos prejudicaram a soberania política e económica do Afeganistão durante muito tempo e destruíram instalações, durante a sua retirada apressada, fazendo com que o Afeganistão (enfrente hoje grandes dificuldades)”, disse Muttaqi, citado num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Uma declaração conjunta dos ministros dos Negócios Estrangeiros da China, Irão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, após o encontro de dois dias, apelou aos “países principais responsáveis pela situação atual no Afeganistão” que cumpram os seus compromissos sobre a recuperação económica e o futuro desenvolvimento da nação devastada pela guerra. A mesma nota apontou que o fornecimento de ajuda humanitária não deve ser politizado, mas também pediu ao Afeganistão que tome medidas mais visíveis para cortar laços com todo o tipo de forças terroristas.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping promete apoio ao Afeganistão em conferência regional O Presidente chinês, Xi Jinping, assinalou ontem um forte apoio ao Afeganistão, numa conferência regional. Xi Jinping partilhou uma mensagem num encontro entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, que está a decorrer em Tunxi, no centro da China, e que destaca as aspirações de Pequim de desempenhar um papel de liderança no Afeganistão, após a retirada das forças dos Estados Unidos. Um “Afeganistão pacífico, estável, desenvolvido e próspero” é o que os afegãos aspiram e o que “serve os interesses comuns dos países da região e da comunidade internacional”, disse o chefe de Estado chinês. “A China sempre respeitou a soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão, e está comprometida em apoiar o desenvolvimento pacífico e estável” do país da Ásia Central, acrescentou. O líder chinês não deu detalhes, embora a China já tenha enviado ajuda de emergência para o Afeganistão. Empresas chinesas estão também a estudar a possibilidade de minerarem cobre no país. Reunião em Tunxi Enviados especiais para o Afeganistão da China, Estados Unidos e Rússia, também estão reunidos, num grupo separado, em Tunxi. Embora não tenha reconhecido o governo talibã, a China agiu rapidamente para fortalecer os seus laços com o grupo islâmico. Um mês antes de os Talibã assumirem o poder, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu uma delegação de alto nível do grupo, na cidade portuária de Tianjin. Wang Yi referiu-se aos Talibã como uma força importante para a paz e reconstrução no Afeganistão. Na semana passada, o ministro chinês também fez uma paragem surpresa em Cabul, para se encontrar com líderes Talibã, mesmo quando a comunidade internacional criticou a promessa quebrada pelo grupo, um dia antes, de abrir as escolas do ensino básico para meninas. A China teme que o Afeganistão se torne numa base para separatistas e extremistas uigures.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Países vizinhos insistem em Governo inclusivo em Cabul Os países vizinhos do Afeganistão insistiram ontem, numa conferência realizada em Teerão, na necessidade de Cabul formar um governo inclusivo para que haja estabilidade na região. A conferência visou analisar a situação no Afeganistão após os talibãs terem tomado o poder no país, em meados de agosto, e contou com a presença física dos chefes da diplomacia do Paquistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Turquemenistão, e, através de videoconferência, dos da China e da Rússia e do secretário-geral da ONU. “Apoiamos a formação de um Governo inclusivo no Afeganistão”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, sublinhando que o futuro executivo afegão deve incluir os diferentes grupos étnicos do país “para evitar mais violência” e garantir a estabilidade na região. Por seu lado, o chede da diplomacia paquistanesa, Shah Mehmood Qureshi, sublinhou que o Governo de Cabul terá de representar “todos os afegãos”, enquanto o homólogo russo, Serguei Lavrov, realçou que Moscovo apoiará um executivo com essas características, lembrando, porém, que é algo que não pode ser imposto a partir de fora do país. Uns após outros, os chefes da diplomacia presentes insistiram na criação de um “mecanismo político inclusivo” para resolver as divergências no Afeganistão, após 20 anos de guerra e da retirada militar dos Estados Unidos. Em setembro, os talibãs nomearam um Governo interino liderado pelo ‘mullah’ Mohammad Hassan Akhund, executivo mais tarde alargado, mas que não conta com mulheres. Hoje, na conferência, o diplomata iraniano também alertou para a obrigação de a comunidade internacional distribuir ajuda para evitar uma crise humanitária. A este respeito, numa intervenção por videoconferência, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o Afeganistão enfrenta “uma crise humanitária de grandes dimensões” e manifestou repúdio às violações dos direitos humanos que estão a acontecer no país. Para evitar essa crise, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, reiterou o pedido aos Estados Unidos e ao Ocidente para suspenderem as sanções ao Afeganistão, posição também defendida pelos iranianos. “Os talibãs querem dialogar com o mundo”, sublinhou Wang, enquanto Lavrov garantiu que a Rússia vai enviar ajuda humanitária para o Afeganistão, reiterando que à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) não seja dada permissão para sobrevoar território afegão. “Mais uma vez pedimos aos países vizinhos do Afeganistão que não permitam nos seus territórios a presença militar das forças dos Estados Unidos e da NATO, que planeiam ficar aí estacionadas após a retirada do Afeganistão”, sublinhou Lavrov. A reunião de Teerão é a segunda realizada pelos países vizinhos do Afeganistão, depois da primeira que decorreu no Paquistão, em setembro. A China organizará a terceira, em data ainda a definir.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | MNE chinês viaja para o Qatar para se reunir com talibãs O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, vai reunir-se com representantes dos talibãs, no Qatar, até terça-feira, informou hoje a televisão estatal CGTN, numa altura em que os fundamentalistas afegãos procuram reconhecimento internacional. No final de setembro, os principais membros do governo interino dos talibãs reuniram-se com enviados especiais da Rússia, China e Paquistão, na primeira reunião deste tipo, desde que o grupo anunciou cargos executivos importantes, em 7 de setembro, após assumir o controlo de Cabul em meados de agosto. Pequim mantém a sua embaixada no Afeganistão operacional, enquanto espera que os talibãs formem um governo “islâmico, mas aberto e inclusivo”, segundo porta-vozes do Governo chinês, sugerindo que a China vai avaliar o comportamento dos fundamentalistas antes de reconhecer o seu governo. Wang Yi garantiu anteriormente que trabalharia com os países da região “para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade”, bem como para combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas. No final de julho, o ministro chinês já tinha recebido uma delegação dos talibãs na cidade de Tianjin, no nordeste da China. Wang disse, na altura, que os talibãs são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão, e expressou esperança de que desempenhem um “papel importante no processo de paz”. A China também anunciou a doação de 31 milhões de dólares em cereais e vacinas contra a covid-19 para o país. Pequim aproveitou também a situação para atacar a política externa de Washington, embora também procure proteger os seus projetos de investimento na Ásia Central e prevenir a propagação do terrorismo na região. A prioridade da China é evitar ser afetada pelas hostilidades no Afeganistão, país com o qual compartilha cerca de 60 quilómetros de fronteira, na região noroeste de Xinjiang, uma área habitada sobretudo por membros da etnia de origem muçulmana uigur onde ocorreram vários ataques nas últimas décadas. Pequim quer também eliminar qualquer ameaça ao Corredor Económico China -Paquistão (CPEC), uma rota comercial que ligará a cidade de Kasghar, em Xinjiang, ao porto paquistanês de Gwadar.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede à Rússia, Irão e Paquistão trabalho conjunto no Afeganistão O ministro dos Negócios Estrangeiros da China pediu sexta-feira aos homólogos da Rússia, Irão e Paquistão que adoptem uma “voz comum” para enviar um “sinal claro e coerente” que promova uma “transição suave” no Afeganistão. “O Afeganistão atravessa um período crítico para passar do caos à estabilidade governativa”, apontou Wang Yi, durante uma reunião com os seus homólogos, em Duchambé. “A guerra acabou, mas a nova estrutura política afegã ainda não foi estabelecida. Existem conflitos intrincados, de natureza étnica e religiosa, e há incertezas sobre o seu desenvolvimento”, acrescentou. O diplomata sugeriu aos representantes da Rússia, Irão e Paquistão que reforcem a comunicação e exerçam uma “influência positiva” e desempenhem um papel construtivo no Afeganistão. “Um governo foi estabelecido no Afeganistão, mas ainda não acabou de formular as suas políticas internas e externas. Devemos respeitar a soberania, independência e integridade afegãs, mas também devemos orientá-los para formar uma estrutura política inclusiva, com políticas moderadas”, apontou Wang. O representante chinês ressaltou que estas políticas devem “respeitar os direitos básicos das minorias étnicas, mulheres e crianças”, numa referência à ascensão dos Talibã ao poder, cujo regime anterior – entre 1996 a 2001 – relegava o papel das mulheres a uma interpretação restrita do Islão, proibindo-as de trabalhar ou ir à escola. Linhas claras “Devemos também pedir aos Estados Unidos que honrem os seus compromissos. Devemos trabalhar com outros países para exigir que Washington aprenda com os seus erros e forneça ajuda económica e humanitária ao Afeganistão”, acrescentou o ministro chinês. Wang Yi também enfatizou a importância de prevenir que forças terroristas se alastrem pela região, apontando que os talibãs se comprometeram “repetidamente” com aquela tarefa. “Disseram que não vão permitir que nenhuma força use o território afegão para prejudicar os interesses de segurança dos países vizinhos”, observou. “Esperamos que o novo regime afegão honre este compromisso e estabeleça uma linha clara contra as forças terroristas, especialmente aquelas que visam os países vizinhos”, destacou. Wang assegurou que, a longo prazo, os quatro países devem ajudar o Afeganistão a integrar-se nos mecanismos de cooperação regional, para que o país possa criar as suas próprias capacidades de desenvolvimento. “Tolerância, contra-terrorismo, boa vizinhança. Estes são os três pontos mais importantes para que o Afeganistão avance a longo prazo e para que o resto dos países da região salvaguardem os seus legítimos interesses”, acrescentou. O encontro foi realizado na véspera da cimeira entre os líderes dos oito países membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), em Duchambé, e que abordará a crise no Afeganistão. A SCO inclui a Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão, China e Uzbequistão e tem também quatro países observadores: Afeganistão, Bielorrússia, Irão e Mongólia.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Aliados da Rússia e da China reúnem-se no Tajiquistão Os países aliados da Rússia e da China começaram esta quarta-feira a preparar-se para uma série de reuniões em Dushanbe, capital do Tajiquistão, sobre o vizinho Afeganistão, estando o regresso ao poder dos talibãs a causar preocupação na Ásia central. Estas cimeiras devem juntar duas alianças regionais: a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), que agrupa ex-repúblicas soviéticas sob a égide de Moscovo, e a Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que reúne a Rússia, a China, a Índia e o Paquistão. O encontro da OTSC está agendado para esta quinta-feira e o da OSC para sexta-feira, com a presença de países observadores e convidados. Tanto a Rússia como a China se apresentam como potências-chave na Ásia central, especialmente desde a retirada precipitada das forças militares dos Estados Unidos e dos seus aliados do Afeganistão, a par da tomada do poder pelos talibãs em Cabul. As antigas repúblicas soviéticas fronteiriças do Afeganistão, nomeadamente o Tajiquistão, temem a ingerência de grupos radicais apoiados pelos talibãs no seu território e um afluxo maciço de refugiados. Numa cimeira preliminar hoje realizada, o secretário-geral da OTSC, Stanislav Zas, apelou, assim, para um reforço da ajuda humanitária ao Afeganistão, lamentando, ao mesmo tempo, uma “situação desfavorável” na fronteira. Zas comprometeu-se a fornecer “toda a assistência militar e técnica necessária” ao Tajiquistão, em caso de ameaça à sua estabilidade. O Presidente russo, Vladimir Putin, o chinês, Xi Jinping, e o indiano, Narendra Modi, deverão participar na cimeira da OCS na sexta-feira, por videoconferência, ao passo que é esperada a participação presencial do chefe de Estado iraniano, Ebrahim Raisi, em Dushanbe. O Afeganistão tem o estatuto de observador na OCS, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, indicou hoje que os talibãs não foram convidados. “Ninguém está a precipitar-se para conceder um total reconhecimento aos talibãs”, comentou Lavrov, cujo país adotou uma atitude bastante conciliatória em relação ao movimento islamista radical, embora continuando a considerá-lo oficialmente “terrorista”. Lavrov saudou algumas promessas dos talibãs, como combater o tráfico de droga e impedir os atentados a outros países, mas deixando a ressalva: “Vamos observar como é que isso será aplicado na prática”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina doa 26 milhões de euros ao Afeganistão e alerta para infiltração de terroristas A China anunciou que vai doar a Cabul o equivalente a 26 milhões de euros, em cereais e vacinas contra a covid-19, e alertou para o perigo de grupos terroristas que possam escapar do Afeganistão para países vizinhos. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu na quarta-feira com os seus homólogos de todos os países vizinhos do Afeganistão, num encontro presidido pelo chefe da diplomacia do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua. Também participaram da reunião os ministros dos Negócios Estrangeiros do Irão, Tajiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão, todos países que, junto com a China e o Paquistão, fazem fronteira com o Afeganistão. Wang afirmou que “algumas forças terroristas internacionais com base no Afeganistão planeiam infiltrar-se em países vizinhos”. “Pedimos aos Talibã que rompam completamente as suas relações com todas as forças extremistas. Todas as partes devem aumentar os esforços para compartilhar inteligência e controlar as fronteiras e prender imediatamente grupos terroristas que chegam do Afeganistão, de forma a garantir a estabilidade regional”, disse. O ministro chinês também mencionou os desafios que o país da Ásia Central enfrenta e garantiu que os “países vizinhos, mais do que ninguém, querem ajudar o Afeganistão a sair do caos” e devem encorajar os Talibã a “cooperar com todos os grupos étnicos e construir uma estrutura política inclusiva”. “Respeitando a integridade territorial e a soberania do Afeganistão”, os países vizinhos devem “exercer uma influência positiva” sobre o país, defendeu Wang Yi. O chefe da diplomacia chinesa observou que os “Estados Unidos e os seus aliados são quem mais deve fornecer assistência humanitária ao Afeganistão”. “Os EUA e os seus aliados têm a responsabilidade principal pelo problema dos refugiados afegãos. Eles devem fornecer a compensação necessária às nações que desejam receber refugiados”, disse. Wang expressou a sua satisfação com as recentes declarações dos Talibã, que prometeram formar um governo, lutar contra o terrorismo e manter relações amigáveis com todos os vizinhos, mas alertou que a “chave é transformar essas palavras em ações concretas”. A representação chinesa no encontro propôs aos vizinhos do Afeganistão várias áreas nas quais eles poderiam cooperar: combate à pandemia, gestão de refugiados, assistência humanitária e cooperação antiterrorismo e anti tráfico de droga. Wang disse que a China trabalhará com os países da região para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade, além de combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas. Os ministros concordaram em institucionalizar as suas futuras reuniões para continuar a cooperação nestes assuntos, de acordo com o ministro chinês. No final de julho passado, Wang Yi recebeu uma delegação dos Talibã na cidade de Tianjin, no nordeste da China. Segundo o comunicado divulgado então pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang disse que os Talibã são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão e expressou esperança de que terão um “papel significativo no processo de paz”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim enaltece formação de governo no Afeganistão O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês congratulou-se com a formação do governo dos talibãs que, segundo Pequim, vem pôr fim à anarquia vivida no país nas últimas três semanas A China destacou ontem a importância da formação de um governo provisório pelos talibãs, no Afeganistão, afirmando que põe fim a “mais de três semanas de anarquia” no país da Ásia Central. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin indicou que a formação de um governo é “um passo necessário para restaurar a ordem no Afeganistão e a reconstrução após a guerra”. Wang confiou que o “Afeganistão criará um governo aberto e inclusivo, lutará com firmeza contra o terrorismo e manterá boas relações com os seus vizinhos”. Pequim “respeita a independência e apoia a escolha do povo afegão de acordo com a sua situação nacional”, disse. No final de Julho passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, recebeu uma delegação de líderes dos talibãs, na cidade de Tianjin, no nordeste da China. De acordo com o texto sobre o encontro publicado então pelo Ministério, Wang disse que os talibãs são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão e expressou a sua esperança de que o grupo desempenhe um “papel importante no processo de paz”. Aos seus lugares O gabinete provisório, anunciado na terça-feira pelos talibãs, é chefiado por Mohammad Hassan Akhund, anunciou o principal porta-voz dos talibãs, mais de três semanas depois da tomada do poder pelo movimento extremista islâmico. O co-fundador dos talibãs Abdul Ghani Baradar será o número dois do novo executivo, precisou Zabihullah Mujahid numa conferência de imprensa em Cabul. Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o ‘mullah’ Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o ‘mullah’ Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.
Hoje Macau China / ÁsiaTalibãs querem manter relação “muito sólida” com a China Os talibãs esperam “manter uma relação muito sólida com a China” e “melhorar o nível de confiança mútua”, disse ontem o seu porta-voz, numa altura em que procuram apoio internacional, após conquistarem Cabul e assumirem o poder. “A China é um país muito forte e importante na nossa vizinhança. Tivemos relações muito positivas, no passado, e queremos fortalecê-las, assim como melhorar o nível de confiança mútua”, disse o principal porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, numa entrevista à televisão estatal CGTN. “Esperamos construir um relacionamento muito forte com China”, acrescentou. O porta-voz disse que a “China pode apoiar economicamente o Afeganistão” e que os talibãs esperam “investimento e exportações chinesas”. “Queremos que nos ajudem a desenvolver o Afeganistão”, apontou Mujahid. Os talibãs declararam, na terça-feira, a “independência total do Afeganistão”, após a retirada das tropas norte-americanas, e prometeram formar um governo islâmico “inclusivo”. O grupo solicitou apoio internacional para reconstruir a economia afegã, atingida por duas décadas de conflito e fortemente dependente da ajuda externa. Começar de novo A China ainda não esclareceu se reconhecerá um governo talibã, mas indicou que o Afeganistão entrou “num novo ponto de partida” e que espera que os insurgentes formem um governo “islâmico, mas aberto”, sugerindo que Pequim avaliará o seu comportamento antes de reconhecer a legitimidade das novas autoridades afegãs. “A China vai manter uma política amigável com os afegãos, não se intrometerá nos seus assuntos internos e continuará a ajudá-los, tanto quanto possível, para alcançar a paz e a reconstrução no país”, disse ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin, em conferência de imprensa. O porta-voz aproveitou para atacar mais uma vez a política externa de Washington e denunciar a morte de “pelo menos 47.245 civis afegãos nas mãos de militares norte-americanos, nos últimos vinte anos”, algo que “deve ser investigado”. “Os responsáveis devem ser levados à justiça”, denunciou. Questionado se a China vai reconhecer um governo formado pelos talibãs, Wang limitou-se a citar o fundador da República Popular da China, Mao Zedong: “O Afeganistão é um país heróico que nunca sucumbiu na História. China e Afeganistão são países amigos. A China não quer prejudicar o Afeganistão, nem o Afeganistão prejudicará a China. Os dois apoiam-se mutuamente”.
Hoje Macau China / ÁsiaJoe Biden defende “sucesso extraordinário” de retirada de norte-americanos e aliados do Afeganistão O presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu ontem que a operação de retirada de norte-americanos e aliados do Afeganistão foi um “sucesso extraordinário”, por acabar com uma guerra que durava há 20 anos. “Nenhum país jamais alcançou algo parecido na história. O extraordinário sucesso desta missão deve-se ao incrível talento, bravura e coragem altruísta dos militares dos Estados Unidos [da América], os nossos diplomatas e os nossos profissionais de informações”, disse o Presidente dos EUA, em conferência de imprensa na Casa Branca, em Washington. Biden garantiu ainda que o país está determinado em retirar os entre 100 e 200 norte-americanos que permanecem no Afeganistão. Segundo os últimos números, cerca de 114.000 pessoas foram retiradas de Cabul, desde a tomada da cidade pelos talibãs, em cerca de 2.900 em voos militares ou da coligação internacional. No discurso na Casa Branca, o presidente norte-americano explicou que os EUA não tinham outra escolha a não ser a retirada, depois do acordo assinado pelo seu antecessor Donald Trump com os talibãs. “Eu assumo a responsabilidade por esta decisão. […] Tínhamos apenas uma escolha simples. Ou seguir o compromisso assumido pelo governo anterior e deixar o Afeganistão, ou dizer que não íamos embora e enviar dezenas de milhares de soldados para a guerra”, disse. De acordo com Joe Biden, a “verdadeira escolha era entre sair ou escalar [o conflito]”, acrescentando que não iria prolongar eternamente a guerra e a retirada das pessoas do Afeganistão. “Depois de 20 anos de guerra no Afeganistão, recusei-me a enviar outra geração de filhos e filhas da América para lutar numa guerra que deveria ter terminado há muito tempo”, sustentou. Dando por concluída a guerra em território afegão, Biden aproveitou para alertar, durante o seu discurso, que os EUA ainda não destruíram a ala afegã dos `jihadistas` do Estado Islâmico (ISIS-K). “ISIS-K: não acabámos convosco”, exclamou o presidente norte-americano. Para Joe Biden, a melhor maneira de proteger a segurança dos EUA “é através de uma estratégia forte, implacável, focada e precisa, que persegue o terror onde se encontra hoje”, onde não estava há duas décadas. O presidente dos EUA reiterou que o fim da presença militar no Afeganistão é o melhor para os futuros interesses do país. “Dou-vos a minha palavra, do fundo do coração. Não tenho dúvidas que esta é a decisão certa, uma decisão sábia e a melhor decisão para a América”, realçou. Os Estados Unidos terminaram na segunda-feira a sua guerra mais longa com a retirada militar do Afeganistão, país que invadiram há 20 anos, logo após terem sofrido os ataques terroristas de 11 de Setembro. Os EUA deixam o Afeganistão de novo nas mãos dos talibãs, cujo primeiro regime (1996-2001) tinham derrubado em dezembro de 2001, quando o grupo extremista se recusou a entregar o então líder da Al-Qaida, Osama bin Laden. A retirada das forças internacionais foi negociada com os talibãs, em fevereiro de 2020, e ocorre 15 dias depois de o movimento rebelde ter conquistado Cabul, depondo o Presidente Ashraf Ghani. Com a capital afegã controlada pelos talibãs, a operação foi marcada pelo desespero de milhares de afegãos a querer fugir do país e por ataques do grupo extremista Estado Islâmico, incluindo um atentado bombista que matou cerca de 200 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina apela a que todas as partes contactem com os Talibã A China pediu hoje a “todas as partes que entrem em contacto com os Talibã”, durante a primeira conversa telefónica entre o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, e o homólogo norte-americano, Antony Blinken, desde os atentados em Cabul. “Os Estados Unidos, em particular, devem trabalhar com a comunidade internacional para fornecer urgentemente assistência económica e humanitária ao Afeganistão, visando ajudar o novo regime (…), manter a estabilidade e a segurança públicas e embarcar no caminho da reconstrução pacífica o mais rápido possível”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China a Blinken, segundo nota divulgada no domingo pelo ministério. Wang afirmou, no entanto, que a cooperação de Pequim com Washington no Afeganistão dependerá de os Estados Unidos “pararem de atacar e provocar a China e danificarem a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento” do país asiático. Em particular, Wang apontou o que Pequim considera ser a “politização da investigação sobre a origem da covid-19” pelos EUA. “Se o Conselho de Segurança [da ONU] quiser agir, deve aliviar o conflito, em vez de intensificá-lo, e facilitar a transição no Afeganistão, em vez de retornar o país à confusão”, disse Wang. O mesmo responsável também apontou que os “Estados Unidos devem tomar medidas concretas para conter o terrorismo ,sob a premissa de respeitar a soberania e a independência do Afeganistão, e não devem usar padrões duplos”. Wang culpou Washington pelo caos no Afeganistão. “Os factos mostraram mais uma vez que a guerra no Afeganistão não atingiu o objetivo de eliminar as forças terroristas” do país, apontou. O ministro chinês disse que a “retirada precipitada das tropas norte-americanas certamente proporcionará oportunidades para o regresso de várias organizações terroristas”. A nota publicada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos indicou que Blinken sublinhou a “importância de a comunidade internacional responsabilizar os Talibã pelos compromissos públicos que assumiram”, em relação à liberdade de movimento dos afegãos e estrangeiros. Blinken acrescentou na rede social Twitter que a conversa com Wang se focou nos “esforços para apoiar o trânsito seguro e a liberdade de circulação para afegãos e cidadãos estrangeiros”, numa altura em que os Estados Unidos tentam retirar os seus cidadãos e colaboradores do país. A explosão de um homem-bomba do grupo extremista Estado Islâmico, que se opõe aos Talibã, matou 180 pessoas que aguardavam o transporte aéreo para deixar o Afeganistão no aeroporto de Cabul. Quase 114.500 pessoas saíram do país nas últimas duas semanas.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | China contra imposição de sanções aos talibãs A China disse hoje que a comunidade internacional deve apoiar oportunidades para desenvolvimentos positivos no Afeganistão, em vez de impor sanções aos talibãs. “A comunidade internacional deve encorajar e promover o desenvolvimento da situação no Afeganistão numa direção positiva, apoiar a reconstrução pacífica, melhorar o bem-estar das pessoas e aumentar a sua capacidade de desenvolvimento independente”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, aos jornalistas, em conferência de imprensa. “Impor sanções e pressão a cada passo não resolve o problema e é contraproducente”, disse Wang. A China, que compartilha fronteira com o Afeganistão, aproveitou o caos no aeroporto de Cabul para redobrar as suas críticas à intervenção dos EUA no país, particularmente a tentativa de instalar uma democracia ao estilo ocidental. Pequim manteve aberta a sua embaixada em Cabul e procurou manter boas relações com os Talibã.
Hoje Macau China / ÁsiaChina aguarda criação de governo afegão “aberto e representativo” para reconhecimento A China disse que está a aguardar o estabelecimento de um governo “aberto, inclusivo e amplamente representativo” no Afeganistão, antes de decidir sobre o reconhecimento das novas autoridades em Cabul. “Se vamos reconhecer um governo, temos que esperar até que o governo seja formado”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian. “Só depois chegaremos à questão do reconhecimento diplomático”, observou, em conferência de imprensa. Zhao reiterou que Pequim espera uma “transição suave”, após o retorno dos talibãs ao poder, para evitar mais violência ou um desastre humanitário. “A China vai continuar a apoiar a reconstrução pacífica do Afeganistão e a fornecer assistência ao desenvolvimento económico e social do Afeganistão, dentro da sua capacidade”, disse Zhao. O porta-voz afirmou que os talibãs devem cumprir com o seu compromisso de não dar abrigo a terroristas ou permitir que elementos estrangeiros operem no seu território, destacando o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, que Pequim culpa pelos ataques na região noroeste de Xinjiang, que compartilha uma fronteira estreita e remota com o Afeganistão. Pequim há muito pede que os EUA deixem o Afeganistão, mas condenou o que chama de retirada “apressada” das forças norte-americanas. A China procurou ter boas relações tanto com o ex-Governo afegão como com os talibãs, hospedando o principal líder político do grupo, o ‘mullah’ Abdul Ghani Baradar, durante as conversações com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, no final do mês passado.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | China critica retirada dos EUA mas espera trabalho conjunto A “retirada precipitada” das tropas norte-americanas do Afeganistão teve um “sério impacto negativo” sobre o país, apontou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, ressalvando estar “disposto” a dialogar com Washington para gerir a situação. O comunicado emitido pelo ministério cita uma conversa por telefone entre o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken. De acordo com o texto, Wang frisou que a China está “disposta a comunicar e dialogar com os Estados Unidos para promover uma abordagem suave na questão afegã, visando evitar nova guerra civil ou um desastre humanitário, e para que o país não se converta num viveiro e refúgio para o terrorismo”. Wang indicou que Pequim vai tentar “encorajar os afegãos a estabelecer um país aberto, de acordo com as condições nacionais, e com uma estrutura política inclusiva”. “Os factos revelam, mais uma vez, que é difícil afirmar, por meio da imposição, modelos estrangeiros em países com história, cultura e condições nacionais diferentes”, observou Wang Yi. Aquele argumento é frequentemente utilizado pela diplomacia chinesa para refutar acusações sobre o caráter totalitário do regime chinês e violações dos direitos humanos no país. “Um regime não pode durar sem o apoio do povo”, declarou o ministro chinês, acrescentando que “resolver os problemas pela força e por meios militares só aumenta os problemas”. “Devemos refletir seriamente sobre este ensinamento”, realçou. No que diz respeito às relações entre os dois países – que se deterioraram desde a presidência de Donald Trump (2017-2021) – a China acredita que o caminho certo é “encontrar uma forma de as duas grandes potências coexistirem pacificamente”. O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu uma declaração sucinta, na qual indicou que Blinken e Wang “falaram sobre os acontecimentos no Afeganistão, incluindo a questão da segurança” e os esforços de ambos os países para garantir a segurança dos respetivos cidadãos.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | MNE russo mantém consultas com EUA e China sobre situação do país O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, consultou esta segunda-feira o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, sobre a ascensão dos talibãs ao poder no Afeganistão. De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Lavrov e Blinken discutiram, numa conversa telefónica, “a situação no Afeganistão após a fuga do Presidente Ashraf Ghani do país” e “a mudança de regime de facto em curso”. Lavrov informou Blinken sobre as consultas entre a embaixada russa em Cabul e representantes de todas as forças políticas afegãs para assegurar a estabilidade, a lei e a ordem no país. Por seu lado, Blinken deu uma explicação sobre as medidas tomadas pelos EUA para a evacuação do seu pessoal da delegação diplomática e falou sobre outras questões humanitárias. Os dois diplomatas concordaram em continuar as consultas, envolvendo a China, Paquistão e outros países interessados bem como a ONU, para que se criem as condições “para um diálogo inclusivo entre afegãos”. Por sua vez, Lavrov e Wang defenderam a coordenação das posições de política externa sobre o que aconteceu no Afeganistão e “o seu impacto na região”. O enviado especial do Presidente russo Vladimir Putin para o Afeganistão, Zamir Kabulov, disse que o Presidente afegão “merece ser julgado” por ter fugido do país. “Ele não partiu (do Afeganistão), fugiu. E ele fugiu da forma mais vergonhosa. Mas o que realmente aconteceu: foi eleito de uma forma duvidosa, governou mal e terminou de uma forma vergonhosa. Ele merece ser julgado pelo povo afegão”, afirmou na televisão. Ao mesmo tempo, apelou a que não houvesse pressa em reconhecer os talibãs, uma decisão que dependerá do seu comportamento, agora que tomaram o poder. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo informou que a situação no país está a estabilizar face à “total ausência, na prática, de resistência por parte do exército nacional, treinado pelos EUA e seus aliados”. Contudo, apelou a todas as partes para que se abstivessem de recorrer à violência e ajudassem a resolver a situação pacificamente. Depois de várias ofensivas iniciadas em Maio deste ano, na sequência do anúncio dos Estados Unidos da retirada final dos seus militares do Afeganistão, os talibãs conquistaram no domingo a última das grandes cidades que ainda não estavam sob seu poder – a capital, Cabul -, tendo hoje declarado o fim da guerra no Afeganistão e a sua vitória. O Presidente afegão, Ashraf Ghani, abandonou o país no domingo, quando os talibãs estavam às portas da capital, enquanto os líderes do movimento radical islâmico se apoderavam do palácio presidencial. A entrada das forças talibãs em Cabul pôs fim a uma campanha militar de duas décadas liderada pelos Estados Unidos e apoiada pelos seus aliados, incluindo Portugal. As forças de segurança afegãs, treinadas pelos militares estrangeiros, colapsaram antes da entrada dos talibãs na cidade de Cabul. Milhares de afegãos, em Cabul, tentam fugir do país e muitos dirigiram-se para o aeroporto internacional onde a situação é caótica. A maioria dos países no Conselho de Segurança expressou na segunda-feira a sua profunda preocupação com a violação dos direitos humanos no Afeganistão e o medo de uma eventual ascensão do terrorismo no país com a subida dos talibãs ao poder. O secretário-geral da ONU, António Guterres, que foi o primeiro a falar na reunião de emergência do órgão máximo da ONU, expressou as preocupações partilhadas por grande parte da comunidade internacional. “Temos de falar a uma só voz para defender os direitos humanos no Afeganistão”, disse Guterres, acrescentando que estava preocupado, “em particular, com relatos de crescentes violações dos direitos humanos contra mulheres e raparigas no Afeganistão que temem um regresso aos dias mais negros”. O diplomata português também apelou à comunidade internacional para que evite que o terrorismo se enraíze novamente em território afegão e informou que “em grande medida” o pessoal das Nações Unidas presente no país bem como as suas instalações “têm sido respeitados”.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Pequim quer “relações amigáveis” com os talibãs no poder A República Popular da China que partilha 76 quilómetros com o Afeganistão anunciou hoje que quer manter “relações amigáveis” com os talibãs, na sequência da tomada de Cabul. Pequim “respeita o direito do povo afegão a decidir o próprio destino” disse hoje a porta voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, em conferência de imprensa. As forças talibãs tomaram no domingo a cidade de Cabul. A negociação sobre a retirada dos Estados Unidos foi estabelecida nos acordos de fevereiro de 2020 tendo a saída dos militares norte-americanos começado em maio, altura em que os talibãs lançaram uma operação militar de grande escala em todo o país. No domingo, as forças talibãs entraram em Cabul após a partida para o exílio do chefe de Estado afegão.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAfeganistão | Avanço dos talibãs era previsível, diz ex-porta-voz da ISAF O major-general Carlos Branco, ex-porta-voz da ISAF no Afeganistão, disse à Lusa que o avanço das forças talibãs em vários pontos do país já era previsível em virtude da retirada negociada dos militares norte-americanos. “O que está a acontecer agora é um avanço militar dos talibãs que era previsível. Aliás, altas entidades militares dos Estados Unidos já tinham manifestado em diversas ocasiões que as forças de segurança afegãs não estavam em condições para confrontar de forma vitoriosa os talibãs”, disse à Lusa o major-general Carlos Branco, sublinhando que a retirada devia ter ocorrido após a primeira década do conflito. “Tudo o que está a acontecer agora, do meu ponto de vista, não é novidade. Mas, se tudo isto poderia ter sido evitado? Claro que podia se os norte-americanos, na devida altura se tivessem empenhado em promover um diálogo intra-afegão e isso não aconteceu nem foi estimulado porque os norte-americanos estavam convencidos que iriam conseguir sempre uma vitória militar”, afirmou. Na análise do ex-porta-voz da International Security Assistance Force (ISAF) a retirada dos Estados Unidos não é desorganizada e foi planeada com antecedência apesar de se terem verificado momentos de descoordenação, nomeadamente a saída de Baghran, que foi coordenada pelas forças afegãs. Por outro lado, frisa, os acordos para a retirada dos Estados Unidos foram assinados em fevereiro de 2020 e que, por isso, houve muito tempo para fazer o planeamento sendo que toda a operação decorreu segundo um plano previamente estabelecido. Tratou-se, desta forma de uma retirada das forças norte-americanas e de outros contingentes, nomeadamente, a retirada do contingente inglês que fez a passagem de testemunho com bastante antecedência. Mesmo assim, o major-general Carlos Branco refere que os Estados Unidos “jogaram sempre de forma errada” porque pretendiam uma solução militar e não uma solução política e sobre esta questão levanta dois aspetos. “Uma é a solução política entre os Estados Unidos e os talibãs que foi o que aconteceu e o que no fundo o que Washington fez foi negociar os termos de uma saída, com uma série de condições, sobretudo no que diz respeito ao comportamento dos talibãs como o de não aceitar a entrada de elementos da Al-Qaida ou de qualquer outra organização terrorista. Outra coisa foi a solução política entre os afegãos e isto foi difícil”, explica. Do ponto de vista mundial, indica que “há coisas muito mais perigosas atualmente em termos de segurança global” do que o Afeganistão mas sublinha que do ponto de vista geoestratégico é uma derrota para os Estados Unidos porque os norte-americanos pretendiam levar a cabo um plano de hegemonia global. O Afeganistão é uma porta de entrada na Ásia Central e é uma fonte inesgotável de recursos minerais: petróleo e gás natural cujos oleodutos e gasodutos são controlados na maioria dos casos pela Federação Russa. O Afeganistão – se existissem condições securitárias – seria uma possibilidade capaz de canalizar o gás e o petróleo através do Paquistão para portos no Índico e deste ponto de vista, nota, sublinhando que “é uma derrota para os Estados Unidos” porque Washington acaba por perder influência política, económica, militar e cultural na Ásia Central. “Isto não se concretizou, sobretudo do ponto de vista militar em que as bases que tinham no Tajiquistão, Uzbequistão, Quirguistão, nesta altura não as têm. A Federação Russa e a República Popular da China que viram sempre com muita apreensão a presença norte-americana naquela zona conseguiram exercer uma diplomacia de persuasão para que as ex-repúblicas soviéticas na Ásia Central não alinhassem com os Estados Unidos”, recorda.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Pequim adia ronda para negociar paz [dropcap]A[/dropcap] China adiou por alguns dias a ronda inter-afegã de negociações entre os talibãs e membros da sociedade civil agendada para 28 e 29 de Outubro em Pequim para relançar o processo de paz. “O governo chinês informou-nos [sobre o atraso] e pediu-nos alguns dias”, disse sábado o porta-voz dos talibãs Zabihullah Mujahid à agência de notícias espanhola EFE. O porta-voz, que reconheceu que não tem conhecimento do motivo do atraso, acrescentou que ainda não se conhece a nova data da ronda, estando a aguardar mais detalhes. A delegação de 15 membros dos talibãs, chefiada por Mulá Baradar, chefe dos insurgentes no Qatar, “ainda não se havia deslocado para a conferência na China”, explicou Mujahid. A formação rebelde, que há um mês tinha já enviado uma delegação de nove membros à China, indicou na semana passada que o diálogo seria realizado no âmbito das negociações em Moscovo, capital da Rússia, e Doha, capital do Qatar, para encontrar um caminho para a paz após 18 anos de guerra no Afeganistão. O anúncio da conferência aconteceu após o encontro na terça-feira do mullah Baradar com o enviado especial chinês para o Afeganistão, Deng Xijun, segundo os rebeldes. Nos últimos meses, a violência contra a população civil tem aumentado, atingindo números recordes entre Julho e Setembro. A Missão da ONU salientou que as numerosas vítimas civis ocorreram enquanto os EUA e a formação insurgente se reuniam no Qatar para tentar chegar a um acordo de paz, antes de o Presidente norte-americano, Donald Trump, interromper as negociações em Setembro passado. O diálogo foi suspenso abruptamente por Trump após um ataque dos talibãs em Cabul, que resultou na morte de um cidadão norte-americano.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Pequim adia ronda para negociar paz [dropcap]A[/dropcap] China adiou por alguns dias a ronda inter-afegã de negociações entre os talibãs e membros da sociedade civil agendada para 28 e 29 de Outubro em Pequim para relançar o processo de paz. “O governo chinês informou-nos [sobre o atraso] e pediu-nos alguns dias”, disse sábado o porta-voz dos talibãs Zabihullah Mujahid à agência de notícias espanhola EFE. O porta-voz, que reconheceu que não tem conhecimento do motivo do atraso, acrescentou que ainda não se conhece a nova data da ronda, estando a aguardar mais detalhes. A delegação de 15 membros dos talibãs, chefiada por Mulá Baradar, chefe dos insurgentes no Qatar, “ainda não se havia deslocado para a conferência na China”, explicou Mujahid. A formação rebelde, que há um mês tinha já enviado uma delegação de nove membros à China, indicou na semana passada que o diálogo seria realizado no âmbito das negociações em Moscovo, capital da Rússia, e Doha, capital do Qatar, para encontrar um caminho para a paz após 18 anos de guerra no Afeganistão. O anúncio da conferência aconteceu após o encontro na terça-feira do mullah Baradar com o enviado especial chinês para o Afeganistão, Deng Xijun, segundo os rebeldes. Nos últimos meses, a violência contra a população civil tem aumentado, atingindo números recordes entre Julho e Setembro. A Missão da ONU salientou que as numerosas vítimas civis ocorreram enquanto os EUA e a formação insurgente se reuniam no Qatar para tentar chegar a um acordo de paz, antes de o Presidente norte-americano, Donald Trump, interromper as negociações em Setembro passado. O diálogo foi suspenso abruptamente por Trump após um ataque dos talibãs em Cabul, que resultou na morte de um cidadão norte-americano.
Hoje Macau China / ÁsiaDelegação talibã em conferência patrocinada pela China para negociar a paz no Afeganistão [dropcap]U[/dropcap]ma delegação do movimento talibã participa na China, nos próximos dias 28 e 29, numa nova ronda de diálogo inter-afegão para a paz, anunciou ontem fonte dos rebeldes. Segundo o porta-voz dos rebeldes, Zabihullah Mujahid, a delegação, que integra 15 pessoas e será dirigida pelo mullah Baradar, chefe da representação do movimento no Qatar, foi convidada pelas autoridades chinesas na sequência do fracasso das negociações realizadas em setembro nos Estados Unidos. “Todas as partes políticas foram convidadas para a conferência, mas a título pessoal”, onde “apresentarão as suas posições”, acrescentou o porta-voz. A formação rebelde, que há um mês tinha já enviado uma delegação de nove membros à China, indicou que o diálogo será realizado no âmbito das negociações em Moscovo, capital da Rússia, e Doha, capital do Qatar, para encontrar um caminho para a paz após 18 anos de guerra no Afeganistão. O porta-voz da representação dos talibãs em Doha, Suhail Shaheen, também confirmou a reunião na sua conta pessoal na rede social Twitter. O anúncio da conferência acontece após o encontro na terça-feira do mullah Baradar com o enviado especial chinês para o Afeganistão, Deng Xijun, segundo os rebeldes. O Governo afegão celebrou o anúncio da reunião, “com a expectativa de que seja um passo em frente no processo de paz”, mas disse que ainda está em conversações com as autoridades chinesas para avaliar se participa ou não. “Caso sejam cumpridos os padrões e condições apropriados, iremos tomar uma decisão em relação à nossa participação”, assegurou em comunicado o Departamento para a Paz, tutelado pelo gabinete do Presidente afegão, Ashraf Ghani. Nos últimos meses, a violência contra a população civil tem aumentado, atingindo números recordes entre Julho e Setembro. De acordo com os dados mais recentes da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA), 1.174 civis foram mortos e 3.139 ficaram feridos nesse período de tempo, o maior número de vítimas civis registadas pela UNAMA num único trimestre desde que se começou a registar as vítimas do conflito, em 2009. A Missão da ONU salientou que as numerosas vítimas civis ocorreram enquanto os EUA e a formação insurgente se reuniam no Qatar para tentar chegar a um acordo de paz, antes do Presidente norte-americano, Donald Trump, interromper as negociações em Setembro passado. O diálogo foi suspenso abruptamente por Trump após um ataque dos talibãs em Cabul, que resultou na morte de um cidadão norte-americano.