Pearl Horizon | Lesados voltam a pedir atenção do Governo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s proprietários de apartamentos do edifício Pearl Horizon voltaram ontem a exigir mais atenção do Governo e do grupo Polytec, tendo pedido ainda novas soluções para a sua situação. Os pedidos foram feitos em nova conferência de imprensa promovida pela União dos Proprietários do Pearl Horizon.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Kou Meng Pok, presidente da união, pediu uma fiscalização ao grupo Polytec para prevenir a transferência de bens, para que o grupo não anuncie a falência da empresa deliberadamente. Por outro lado, Kou Meng Pok declarou que é legítimo e razoável que os proprietários tenham comprado fracções do Pearl Horizon, mas os mesmos já foram alvo de difamação, num caso que, garante, já se tornou muito mediático. Mais de um ano após o escândalo muitas vítimas e a famílias sofreram incómodos físicos e mentais, admitiu.

Ao HM Kou Meng Pok frisou que o pedido principal dos lesados continua a ser a realização de um encontro com os responsáveis do Governo e o grupo Polytec “para que nos possam dizer o que já passou, qual foi o progresso. As informações que temos são limitadas e não sabemos o que se está a passar,” explicou, adiantando que eles estão somente a garantir os seus próprios direitos.

19 Out 2016

Cotai | “Jardins Tropicais” da Venetian terão pouco mais do que relva

O terreno concedido à Venetian SA para a construção de uns jardins tropicais já está a ser desenvolvido pela subconcessionária, mas o projecto de arquitectura revela que o espaço terá pouco mais do que relva e algumas árvores

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ica ao lado do Sands Cotai Central e, em 2012, Sheldon Adelson, patrão da Sands China, falou dele como um grande projecto, que iria complementar os lotes 5 e 6, concedidos pelo Governo em 2010. Contudo, os futuros jardins tropicais terão apenas relva e pouco mais, segundo confirmou o HM. Uma fonte conhecedora do processo adiantou que o terreno em causa “deveria servir para a construção de uns jardins tropicais, mas aquilo vai ser apenas um espaço com relva. Vai ter umas casas de banho pelo meio, mas no seu essencial não são jardins tropicais”.

O projecto de arquitectura revela que os futuros jardins “vão ter algumas árvores”, bem como um espaço onde se podem tirar fotografias com a cópia da Torre Eiffel por detrás. “Não se pode chamar aquilo de jardins tropicais. Podia ser feito um jardim semelhante ao de Singapura (localizado junto ao resort Marina Bay Sands), com mais infra-estruturas, mais espaços verdes. Aquilo de tropical vai ter muito pouco, vai ter relva e umas árvores. Podia ser feito mais”, garantiu a mesma fonte.

Contactada pelo HM, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) não fez quaisquer comentários sobre a futura constituição dos jardins tropicais, tendo referido apenas que a licença para o projecto de construção já foi atribuída. “De acordo com o contrato de concessão do terreno e nos termos da planta de condições urbanísticas, o terreno deve-se destinar à construção de jardins tropicais, mantendo-se inalterada esta finalidade. O concessionário do terreno deve realizar e concluir o respectivo projecto conforme o contrato”, respondeu a DSSOPT via e-mail.

Ultrapassagem francesa

A mesma fonte defendeu que foi dada prioridade à construção do Parisian e que este projecto acabou por ficar para o fim. “Desprezaram a construção dos jardins tropicais e o Governo está a deixar que isso aconteça”, referiu, acrescentando que a colocação de relva visa apenas acelerar o desenvolvimento do projecto, já que o prazo de concessão do terreno estará prestes a terminar.

A Sands China também foi confrontada com as mesmas questões, mas até ao fecho desta edição não foi recebida qualquer resposta.

A história dos jardins tropicais é longa e remonta a 2004, ano em que a subconcessionária Venetian SA submeteu ao Governo o “plano de aproveitamento da área central do Cotai”, sendo que, no ano seguinte, foi requerida a concessão dos lotes 5,6 e jardins tropicais. Em 2008 rebenta a crise financeira do subprime, o que obrigou a Sands China a fazer acordos com instituições bancárias e a receber empréstimos no valor de 1,75 mil milhões de dólares norte-americanos. Em 2010 o Governo decidiria atribuir a concessão por arrendamento, sem concurso público, dos referidos terrenos à Venetian SA, a serem aproveitados por um período de quatro anos.

19 Out 2016

Preços do Turismo mantêm tendência de queda

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s preços dos produtos turísticos em Macau voltaram a cair no terceiro trimestre, tendência que se mantém desde há um ano, de acordo com dados oficiais divulgados ontem.

O Índice de Preços Turísticos (IPT) caiu 3,5 por cento, em comparação com o mesmo período de 2015. Os Serviços de Estatística e Censos atribuem a contracção, “principalmente, à redução dos preços do alojamento em hotéis e dos bilhetes de avião”.

Os preços do alojamento caíram 15,45 por cento e os dos “transportes e comunicações” desceram 14,45 por cento por cento, comparando com o período homólogo do ano passado.

O IPT caiu pela primeira vez desde 2003, na comparação anual, no terceiro trimestre do ano passado.

Apesar da queda contínua desde há um ano, em termos homólogos, no terceiro trimestre deste ano o IPT subiu 1,33 por cento em relação aos três meses anteriores (Abril a Junho últimos).

No mês passado já se tinha sabido que os lucros da indústria hoteleira do território em 2015 se situaram nos 2,76 mil milhões de patacas, menos 44,4 por cento comparativamente ao ano anterior.

As receitas do sector dos hotéis e similares atingiram 26,04 mil milhões de patacas em 2015, uma queda de 6,6 por cento.

A directora dos Serviços de Turismo de Macau desvalorizou esta queda nas receitas da hotelaria, destacando que está a aumentar o número de hóspedes e o tempo de estadia na cidade.

“O número de hóspedes tem subido e o número de pessoas a pernoitar em Macau também subiu”, disse Helena Senna Fernandes, sublinhando que em Junho e Julho deste ano, ao contrário do que é frequente, o número de turistas “que ficaram mais do que um dia em Macau” foi maior do que o de pessoas que visitaram a cidade em menos de 24 horas.

Senna Fernandes sublinhou que abriram novos hotéis em Macau e, “com mais quartos disponíveis”, o preço dos quartos, naturalmente, baixa. “Ao mesmo tempo, a taxa média de ocupação está na ordem dos 80 por cento (…). Se calhar estivemos muito acostumados a taxas de ocupação na ordem dos 90 por cento, mas acho que não há muitos destinos no mundo que tenham este tipo de taxa de ocupação”, afirmou, acrescentando que “tem de haver equilíbrio entre os preços dos quartos e a taxa de ocupação”.

19 Out 2016

Habitação | Preço médio do metro quadrado desceu 2,1 por cento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] península de Macau é a zona do território onde as casas estão cada vez mais acessíveis. Os valores desceram em Setembro e há mais compradores interessados

O preço médio do metro quadrado das casas em Macau atingiu, no mês passado, 81.769 patacas, traduzindo uma diminuição ligeira face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais divulgados esta semana.

Estatísticas disponibilizadas no portal dos Serviços de Finanças, respeitantes às transacções de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo, indicam que o preço médio do metro quadrado sofreu uma descida de 2,1 por cento em termos anuais e de 1,2 por cento em termos mensais.

Já o número de fracções transaccionadas registou uma subida de 49,8 por cento face a igual mês do ano passado – com 934 casas vendidas contra 466 – reflectindo ainda um crescimento face a Agosto, mês em que foram transaccionadas 745.

Das três áreas de Macau, a península foi a única que registou uma queda do preço médio do metro quadrado – o valor caiu de 80.993 para 77.432 patacas – e aquela onde se verificou o maior número de transmissões.

O preço das casas manteve-se em alta na ilha de Coloane, com o valor médio a atingir 106.803 patacas, o mais elevado das três zonas, onde foram vendidas em Setembro apenas 21 fracções (menos três relativamente a 2015).

Já na ilha da Taipa, aumentaram, em termos anuais homólogos, tanto os preços das casas, como o número de vendas (de 70 para 185).

Desde a liberalização de facto do jogo em Macau, em 2004, o sector imobiliário tem estado sempre em alta. No entanto, os preços começaram a cair no início de 2015, registando desde então flutuações. O preço médio do metro quadrado das casas em Macau caiu 13 por cento no ano passado face a 2014.

19 Out 2016

Ambiente | Representantes da reciclagem deixam mais recados ao Governo

<h5>As empresas de reciclagem do território já viram melhores dias. Greves e encontros com o Governo são tentativas de manter vivo o negócio, mas os resultados não se manifestam. Entre falências e esperanças, ficam os recados</h5<

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]anifestações, greves e encontros com o Executivo são algumas das medidas que os empresários ligados à reciclagem têm levado a cabo de modo a prosseguir actividade. No entanto, a falta de apoio continua mas não impede alguns de prosseguir para novos focos de mercado.

Ao HM, Chan Man Nin, presidente da Associação Comercial de Materiais Recicláveis voltou a queixar-se com as dificuldades sofridas pelo sector na manutenção do negócio. Um dos problemas fundamentais é mesmo a falta de espaço  para armazenar os produtos reciclados. Chan Man Nin conta ainda que este mês, algumas empresas, incluindo a sua, receberam um aviso da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental acerca da invalidade dos pedidos ao plano de apoio financeiro à aquisição de produtos e equipamentos para a protecção ambiental e conservação energética. O aviso não causou surpresa visto que no ano passado, aquando do encontro com a direcção da DSPA, tinha já sido informado acerca da rejeição dos pedidos. A justificação que lhe foi apresentada foi de que “não existia esse tipo  de financiamento”.

O aviso recentemente recebido refere que “faltam alguns dados e não cumpre o prazo de entrega, pelo que é considerado inválido”, diz Chan Man Nin visivelmente desanimado. “O Governo continua a ignorar as nossas dificuldades e nem perguntou nada, nem nos ouviu. Deixou apenas que as empresas surgissem e que agora estejam a desaparecer” desabafa.

<h4>Mais que dinheiro, trabalho</h4>

Por outro lado, Au Weng Heong, responsável da Tai On Environmentalist Recycling & Regeneration Factory Limited, referiu ao HM que a sua empresa não encontrou nenhum problema nem dificuldade quanto ao funcionamento dos seus negócios. Apesar de ver o seu pedido de financiamento reprovado devido à ausência de facturas, considera que é mais importante o papel do Governo em dar o exemplo no que respeita à reciclagem.  “Se o próprio Executivo agir de acordo com a protecção do ambiente e reciclar os seus materiais, nós temos mais negócios” explica o empresário. Au Weng Heong adianta ainda que cabe também ao Executivo exigir às empresas a prática da reciclagem porque o fundamental são “as imposições que devem ser feitas pelo próprio exemplo de quem manda”. Cabe depois às empresas trabalhar com dedicação e profissionalismo. Como exemplo, tem a sua empresa que já conseguiu parcerias com alguns hotéis que querem participar deste tipo de acções, porque também “há ainda muitas empresas que não têm qualquer projecto de reciclagem,” referiu. Au Weng Heong também considera a falta de terrenos como uma das dificuldades que enfrenta, no entanto não antevê solução.

19 Out 2016

Portugal é “País Parceiro” na 21ª edição da MIF

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 21ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa) arranca amanhã e dura até ao dia 22 de Outubro. Este ano Portugal terá um pavilhão próprio na qualidade de “País Parceiro”, enquanto que Pequim será a “Cidade Parceira”, sendo a primeira vez que são estabelecidas estes pavilhões temáticos. O pavilhão português terá como tema “surpresas de Portugal”, sendo que irá servir para apresentar “o ambiente de investimento económico e comercial, as suas infra-estruturas e a sua dinâmica de futuro”. Quanto ao pavilhão de Pequim irá debruçar-se, entre outros projectos, sobre a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2022.

Segundo um comunicado oficial, “serão organizadas delegações ao mais alto nível para virem a Macau participar em exposições e apresentações de grande envergadura, por forma a procurarem oportunidades de cooperação bilateral e multilateral”. A nova edição da MIF terá cerca de 1600 expositores e delegações oriundas de 50 países ou regiões. Para além da realização da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, será lançada, pela primeira vez, a Zona Especial de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas Sino-lusófonas. Será ainda lançado o serviço de bolsas de contacto online “dedicado a aumentar a eficácia da MIF”. O público poderá visitar a MIF nos dias 21 e 22 de Outubro, sendo o dia 22 dedicado a contactos empresariais e oficiais.

19 Out 2016

Turismo associado a cruzeiros deve ser coordenado com Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau deve considerar a cooperação com Hong Kong no que respeita à atracção de turistas de barcos de cruzeiro. A ideia é defendida pelo secretário-geral da Associação de Federação da Indústria e Comercial de Turismo de Macau, Leng Sai Vai, que vê assim um modo de alargar o efeito da medida, anunciada pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, sobre a concessão de vistos individuais a embarcações de recreio.

O dirigente associativo considera que Macau não terá necessidade de construir o seu próprio porto para o efeito e sugere a criação de um sistema de cooperação com o porto de Hong Kong. A região vizinha já tem condições para receber, por exemplo, cruzeiros, e Macau poderia colaborar para que ambos os territórios usufruam das vantagens advindas deste tipo de turismo.

Leng Sai Vai não deixa de salientar a importância desta faixa de turistas para o sector e as mais-valias para a RAEM. “As experiências já tidas por outras regiões conseguem provar que os turistas em barcos de cruzeiro não são numerosos. No entanto, têm altas taxas de consumo, dado o elevado poder económico que, normalmente, possuem, e a grande disponibilidade para aproveitar as valências de lazer que lhes forem concedidas”, afirma.

Macau apresenta vantagens competitivas únicas, nomeadamente no que respeita a hotelaria de luxo, sendo que a atracção do turismo de barcos de cruzeiro é um alvo importante a ter em conta, remata Leng Sai Vai.

18 Out 2016

Turismo| Governo recusa abrigo marítimo na Doca dos Pescadores  

Li Keqiang incentiva o aproveitamento da costa da RAEM e a atribuição de vistos individuais a barcos de recreio, mas o Governo nega a construção de pontão para refúgio de embarcações na Doca dos Pescadores. David Chow, responsável pelo pedido, não está satisfeito e considera que a medida não vai de encontro às directivas do primeiro-ministro chinês

[dropcap]F[/dropcap]oi rejeitado o pedido de construção de um pontão para protecção marítima, de modo a formar uma zona de abrigo para barcos de recreio, na Doca dos Pescadores. A solicitação foi feita pelo director executivo da Macau Legend Development, David Chow, que se mostrou indignado com o indeferimento e acusa o Executivo de não apresentar orientações claras no que diz respeito ao aproveitamento da costa marítima do território.

Em declarações ao jornal Ou Mun, David Chow elogia a medida sugerida pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que na recente visita à RAEM deixou clara a indicação para que se proceda ao aproveitamento da zona costeira da região, bem como a possibilidade de atribuição de vistos individuais a barcos de recreio. Para o empresário, é uma iniciativa que poderia liderar o desenvolvimento da região em vários sectores, na medida em que os clientes das embarcações de recreio têm um forte poder económico e podem representar um papel impulsionador das várias vertentes do sector do turismo.

David Chow não esconde a esperança de que o Executivo venha a pensar de forma mais inovadora, tendo como referência as experiências bem-sucedidas das regiões vizinhas e ideias de peritos na matéria.

Ideias turvas

“O Governo deve clarificar a conotação e orientação deste novo mercado. Dentro dos esclarecimentos a dar, deve esclarecer se a orientação do sector dedicado à embarcação de recreio vai, ou não, ficar a seu cargo, ou se, pelo contrário, será delegada a empresas particulares”, afirma o antigo deputado. Para David Chow, é claro que o turismo que abrange embarcações de recreio necessita, urgentemente, de apoio e de um planeamento global capaz de o desenvolver. Por outro lado, é necessária a cooperação com outros sectores de transporte e lazer para que Macau passe a estar ao nível de uma cidade internacional, defende.

Motivo de queixa é também o tempo que a Doca dos Pescadores tem aguardado para poder desenvolver o turismo de barcos de recreio. “Estivemos 10 anos à espera para poder construir um porto”, explica o magnata local.

A Macau Legend Development solicitou recentemente ao Executivo autorização para construir um pontão de protecção a embarcações de recreio que lhe foi agora negado. “Os investidores não sabem o que podem fazer”, lamenta David Chow.

18 Out 2016

Acções da Crown Resorts com quebra de 10 por cento após detenções

[dropcap]A[/dropcap]s acções da empresa de jogo australiana Crown Resorts, com casinos em Macau, desceram mais de 10 por cento nas primeiras transacções de ontem na bolsa de Sidney, após confirmada a detenção de 18 funcionários do grupo na China. O jornal Australian Financial Review noticiou que pelo menos 18 pessoas foram detidas para interrogatório pelas autoridades chinesas, incluindo três australianos que fazem parte da equipa de vendas e marketing no país.

Entre os detidos consta ainda um executivo da empresa encarregado de atrair grandes apostadores chineses para a Austrália. “Em relação às notícias publicadas este fim-de -semana, a Crown Resorts Limited acredita que o vice-presidente executivo Jason O’Connor é um dos 18 funcionários que foram detidos pelas autoridades chinesas”, afirmou a empresa em comunicado.

O grupo ainda não conseguiu contactar os funcionários. “Até à data, a Crown ainda não conseguiu falar com nenhum dos funcionários e está a colaborar com o departamento de Negócios Estrangeiros e Comércio para contactar urgentemente com os seus funcionários e averiguar a situação”, refere. A mesma nota revela ainda que a Crown ainda não foi informada sobre os motivos das detenções.

A emissora pública Australian Broadcasting Corporation avançou, entretanto, que estas estão relacionadas com a angariação de grandes apostadores chineses para jogar em casinos no estrangeiro. Já o jornal Australian Financial Review escreve que as detenções podem estar relacionadas com a operação “Operation Chain Break”, que visa travar o fluxo ilícito de fundos para casinos além-fronteiras.

O Governo australiano diz que os seus funcionários consulares em Pequim estão a tentar obter mais detalhes sobre este caso. “As autoridades chinesas têm três dias para notificar a detenção de cidadãos australianos, de acordo com o previsto num tratado bilateral”, afirmou um porta-voz, indicando que a notificação oficial deveria ser feita ainda ontem.

18 Out 2016

Corrupção | Ex-chefe da DSAT condenado a 12 anos e meio de prisão

O Tribunal Judicial de Base decidiu condenar Lou Ngai Wa, ex-chefe de divisão de Gestão de Transportes dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, a 12 anos e seis meses de prisão por ter manipulado contratos de concessão em auto-silos. Os restantes seis arguidos foram considerados culpados

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ontem lida no Tribunal Judicial de Base (TJB) a sentença que condenou o antigo chefe de divisão de Gestão de Transportes da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) a 12 anos e seis meses de prisão, bem como ao pagamento de 30 mil patacas. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Lou Ngai Wa viu ser-lhe aplicada a pena pelo crime de corrupção, por ter manipulado contratos de concessão em parques de estacionamento públicos. Pun Ngai, segundo arguido e também ex-funcionário da DSAT, foi condenado a sete anos e nove meses de prisão. Chan Chi Biu, empresário e terceiro arguido, foi condenado a seis anos e três meses, tal como a sua esposa Chan In Sheong, condenada a quatro anos e seis meses de prisão. Já Leong Ion Fai e Yan Wo Shun foram condenados a quatro anos de prisão.

O tribunal considerou que Lou Ngai Wa recebeu subornos e cometeu actos ilícitos, aproveitando-se do facto de ser funcionário público, sendo que tal pôs em causa a justiça, a competitividade e a honestidade dos actos, afectando ainda a credibilidade das autoridades. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o TJB disse ainda que a intenção de Lou Ngai Wa em cometer os crimes foi elevada e que os seus actos foram predatórios.

Foram confiscados cerca de 10,5 milhões de patacas de subornos recebidos por Lou Ngai Wa e Pui Ngai, seu subordinado, tendo sido exigido aos acusados o pagamento do montante equivalente aos bens adquiridos através dos actos ilícitos. Os cerca de cinco milhões de patacas do interesse económico partilhados por Lou Ngai Wa, Pun Ngai, Chan Chi Biu e Leong Ion Fai também foram objecto de confisco.

Entre 2012 e 2015, Lou Ngai Wa e Pun Ngai terão ajudado três empresas de gestão de parques de estacionamento a ganharem os contratos de concessão do Governo, sendo que os auto-silos envolvidos representavam 70 por cento de todos os estacionamentos públicos disponíveis. Os subornos pagos pelas empresas a estes ex-funcionários da DSAT ascenderão a 20 milhões de patacas, incluindo outros montantes ligados a actos ilícitos. O antigo chefe de divisão da DSAT terá ainda praticado o crime de branqueamento de capitais com a compra de bens no interior da China, incluindo apostas de futebol feitas fora de Macau e transferências de dinheiro feitas para a conta bancária da sua amante, a residir no interior da China. Os arguidos foram detidos em Abril do ano passado.

18 Out 2016

CCAC | Processos de dívida de terrenos estão entregues

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi entregue ao Centro ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) a análise aos processos relativos aos terrenos em divida pelo secretário-geral do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, Ho Ion Sang. A informação, adiantada pelo canal chinês da Rádio Macau, é consequência da suspeita de que muitas destas dívidas podem não se justificar e integrar processos já caducados.

“O nosso centro já procedeu à entrega da análise às autoridades e esperamos que o Governo possa considerar o devido acompanhamento do assunto”, afirma o deputado ao mesmo tempo que lamenta não ter ainda tido qualquer resposta por parte do Executivo.

Ho Ion Sang sublinha a falta de recursos locais, nomeadamente falta de terra, e afirma que são os residentes que suspeitam da legalidade no que respeita à divida de terrenos. O deputado espera ainda que o CCAC faça devidamente o seu trabalho e que proceda a uma investigação profunda desta matéria de modo a promover a transparência na gestão territorial.

Em causa estão os seis processos de dívida de terras que integram os casos relativos ao Wynn e MGM e ao Galaxy que foram contraídos “para a liberalização do jogo”, a habitação pública da Ilha Verde, a pedreira de Coloane, em articulação com o plano de construção de habitação pública, a Praça Flor de Lótus para construção pública e os lotes U2,U4 e U5 do Pac-On para ampliação da Incineradora de Resíduos Sólidos da Taipa. No total somam 88.806 metros quadrados a ser devolvidos aos anteriores concessionários dos terrenos originais.

 

18 Out 2016

Angela Leong concorda com proibição de entrada a croupiers nos casinos

A deputada e administradora da Sociedade de Jogos de Macau disse ontem no hemiciclo que concorda com a vontade do Executivo em proibir os croupiers de jogarem nos casinos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ngela Leong, deputada e administradora-delegada da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), afirmou concordar com a proibição do acesso dos trabalhadores do sector do jogo a todos os casinos fora do horário laboral. Numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa (AL), a deputada eleita por sufrágio universal garantiu que a iniciativa merece todo o seu apoio e faz “votos de que sejam esclarecidos os respectivos objectivos e que a proposta de lei seja elaborada com toda a cautela, com vista à sua real e eficaz operacionalidade”.

A Direcção de Inspecção e Coordenação dos Jogos (DICJ) de Macau indicou haver um consenso quanto ao controlo do acesso dos trabalhadores do sector aos casinos fora das horas de serviço e “que se vai fazer todo o possível para apresentar a correspondente proposta de lei à AL antes do termo desta sessão”, de acordo com a deputada.

“Nestes últimos anos, têm surgido, de quando em vez, notícias sobre trabalhadores de casinos viciados no jogo. Segundo vários relatórios de estudo sobre o assunto, os ‘croupiers’ são os mais expostos ao perigo da dependência”, sublinhou Angela Leong, para quem “os operadores do sector do jogo ganham bem, mas o seu trabalho é monótono, e a necessidade de fazer turnos limita as suas relações sociais”.

Dinheiro nas mãos

A isto “juntam-se as elevadas somas de dinheiro que lhes passam pelas mãos e a impossibilidade de atenuar o stress e de resistir à sedução do dinheiro, que os leva a apostar”, observou a deputada, apontando, por outro lado, que “também não são poucos os trabalhadores que consideram que a ordem de interdição de entrada nos casinos é uma discriminação”.

Neste sentido, defendeu que “os serviços competentes devem auscultar as opiniões do sector e também as dos trabalhadores para pensarem novamente sobre como fazer a lei e conseguirem chegar a um consenso”. “O Governo deve reforçar as políticas sobre o jogo responsável, garantindo aos trabalhadores da indústria do jogo uma vida saudável, com vista a poderem contribuir, em boa forma, quer física, quer psicológica para o desenvolvimento sustentável da indústria do jogo de Macau”, sustentou Angela Leong, quarta mulher do magnata do jogo Stanley Ho.

O Instituto de Acção Social (IAS) emite anualmente um relatório relativo ao “sistema de registo central dos indivíduos afectados pelo distúrbio do vício do jogo”, em que junta informação estatística sobre quem procura ajuda devido a problemas relacionados com o jogo, na tentativa de compreender hábitos e comportamentos.

Em 2015, encontravam-se registadas 147 pessoas no sistema central, dos quais mais de 80% eram residentes de Macau. Aproximadamente 20% das pessoas empregadas que procuraram ajuda do Governo eram ‘croupiers’ (que trabalham em mesas de jogo dos casinos), de acordo com o documento publicado pelo IAS.

18 Out 2016

Deputado defende que proprietários impedem melhoria da circulação nas vias

O deputado Leong Veng Chai interpela o Governo a reunir com proprietários por forma a resolver problemas de trânsito oriundos da não ligação de estradas. Leong Veng Chai alerta ainda para a insegurança rodoviária em Seac Pai Van

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]eong Veng Chai, deputado da Assembleia Legislativa (AL), considera que os proprietários de imóveis têm vindo a atrapalhar a falta de melhorias no trânsito e na circulação de vias, exortando o Governo a reunir com esses responsáveis.
“Segundo as afirmações das autoridades, é necessário proceder à ligação de algumas vias, mas devido à falta de consentimento dos proprietários de imóveis tem sido impossível fazê-lo ao longo destes anos. A ligação da Avenida Horta e Costa à Rua Sul do Patane, a da Avenida Marginal do Patane à Avenida General Castelo Branco e a da Rua Sul do Patane à Rua Norte do Patane, onde se encontra a Escola Madalena de Canossa”, exemplificou.
Leong Veng Chai recorda que “no passado, para assegurar o interesse público, o Governo negociou com proprietários de imóveis com sucesso, e acabou por obter o consentimento para proceder à ligação de algumas vias. O que é que as autoridades fizeram nessas negociações? Têm algum registo disso? Vão divulgar informações sobre o número de respectivas reuniões e onde é que estas aconteceram? De que medidas dispõem para melhorar o trânsito?”

Medo em Seac Pai Van

No que diz respeito a Coloane, o deputado deixou o alerta sobre a insegurança que se vive junto ao complexo de habitação pública de Seac Pai Vai, zona onde decorrem muitas obras e onde passam vários camiões.
“Ao longo destes anos têm sido muitos os acidentes de viação graves na Estrada do Altinho de Ká-Hó. São muitos os veículos pesados e os camiões basculantes que passam por aquela estrada, daí serem frequentes os acidentes de viação graves e o encontro de cadáveres de cães vadios.”
“Para além de serem cada vez mais as pessoas que residem naquela zona, faltam vias para os residentes poderem fazer jogging, portanto são muito frequentes os conflitos entre peões e os veículos, o que constitui uma ameaça”, acrescentou.
Leong Veng Chai deixou uma sugestão para o Executivo pôr em prática. “Para assegurar os interesses dos moradores de Seac Pai Van, assim como a sua segurança quando andam e fazem jogging nos passeios, as autoridades devem ligar a Avenida Vale das Borboletas à Avenida de Ip Heng e reduzir a curva do cruzamento entre a Avenida Vale das Borboletas e Estrada do Altinho de Ká Hó, com vista a melhorar o trânsito e reduzir os riscos para a segurança. Quando é que vão fazê-lo?”, rematou.

17 Out 2016

Associação dos Macaenses comemora duas décadas

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão 20 anos de Associação dos Macaenses (ADM). Duas décadas marcadas “por altos e baixos e nem mesmo nas priores alturas, quando todos pensam em desistir, nós o fizemos”, afirma, ao HM, Miguel Senna Fernandes, presidente da associação que representa a comunidade Macaense.

Apesar dos limites que a ADM atravessa e que lhe têm sido transversais ao longo da existência, para Miguel Senna Fernandes o balanço é, no geral, positivo. Os desafios são muitos e as questões essencialmente ligadas à escassez de fundos e de recursos humanos marcam os trabalhos da associação que não quer ver a identidade local morrer.
São razões de regozijo, a persistência. Mesmo diante dos preconceitos muitas vezes levantados, a ADM não desiste. “As pessoas, talvez por Macau ser muito pequeno, quando vêm determinadas acções por parte de uma associação ou dos seus dirigentes tendem a conotá-las com algum cariz político ou de qualquer outro género”, afirma o presidente.
No entanto, e nesta altura da vida, a associação pretende afirmar-se como uma “plataforma em que todos possam estar presentes independentemente da sua orientação e sensibilidade política” afirma Miguel Senna Fernandes enquanto adianta que é objectivo da associação manter-se neutra de modo a que caibam todos.

“Neste momento, somos uma associação respeitada e com lugar no mapa. Não temos projectos concretos para o futuro mas o sonho é sermos uma entidade chave não só dentro de Macau mas por toda a diáspora”, refere quando questionado acerca do futuro. O motivo para este desejo já existe e é porque “a comunidade macaense já está em todo o lado e a ADM pode vir a ter um papel de relevo nas relações com a diáspora.

Representante da comunidade Macaense, não é sem preocupação que Miguel Senna Fernandes refere a sua tendência para a diluição. E é com este processo “de extinção” em conta que a associação continua a tentar manter uma dinâmica com fôlego, quer em actividades de entretenimento que ajudem a preservar o que é Macaense quer com acções, nomeadamente colóquios, que abordem a “identidade da terra”. “É preciso não deixar morrer as coisas e estar numa constante missão de alerta da própria comunidade porque sem isso temo que o desaparecimento seja inevitável”. É este o panorama que a ADM quer evitar e que, por isso, “tentar estar sempre a fazer alguma coisa”.

Na calha está ainda a abertura da nova sede até ao final deste mês e com mais uma etapa conseguida a ADM pretende reorganizar-se e preparar-se para a continuidade.

17 Out 2016

DSEJ | Relatório faz balanço positivo de medidas para o ensino

Apesar de uma grande maioria das medidas previstas no Planeamento para os Próximos Dez Anos para o Desenvolvimento do Ensino Não Superior (2011 a 2020) estar em bom andamento, ainda há caminho a fazer. Revisões legislativas e novo centro de português em Seak Pai Van são prioridades

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram implementadas com sucesso 80% das medidas previstas pelo Planeamento para os Próximos Dez Anos para o Desenvolvimento do Ensino Não Superior (2011 a 2020). A conclusão faz parte da avaliação intercalar divulgada a semana passada pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). A informação foi registada pelo director funcional da DSEJ, Tang Wai Keong, que afirmou que “80% dos trabalhos definidos no planeamento foram implementados de modo ideal”. Entre os quinze diplomas previstos no planeamento, doze já foram lançados ou concluídos, sendo que os restantes, nomeadamente os pontos relacionados com o ensino recorrente, vão ser implementados a partir de agora.
Segundo o jornal Ou Mun, o Chefe do Departamento de Estudos e Recursos Educativos, Wong Kin Mou, justificou as demoras na revisão do Regime Educativo Especial e do Regime do Ensino Técnico-Profissional que tinham data de conclusão definida para os anos de 2014 e 2015. “Na realidade, a consulta pública demorou mais tempo do que o esperado”, afirmou, ao mesmo tempo que garantiu que vai cumprir “as sugestões dos residentes o mais rapidamente possível sendo que as novas metas se situam em 2016 e 2017.”
Segundo o responsável, o regime educativo especial já procedeu ao estudo da viabilidade das opiniões das escolas e dos pais e, ainda este ano, se vai finalizar a Proposta de Revisão. Quanto ao regime do ensino técnico-profissional, o exemplar do diploma está em fase de discussão interna e agendado para o próximo ano o início da consulta preliminar de modo a que possa seguir para o processo de legislação.
Relativamente à formação dos talentos bilingues, e segundo o Jornal de Cidadão, Tang Wai Keong adianta que o financiamento à aprendizagem através de bolsas irá aumentar e que a formação irá abranger o comércio entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) nas áreas de contabilidade e finanças.
O Plano Quinquenal prevê a construção de formação de português em Seak Pai Van e a utilização da língua como prioridade no plano de desenvolvimento das escolas.

17 Out 2016

UM | Departamento de Português com metas ambiciosas

O departamento de português da universidade de Macau apresenta através do novo director, Yao Jingming, um conjunto de medidas para pôr o Português de qualidade na ordem do dia no ensino daquela instituição

[dropcap style≠’circle'”O[/dropcap] novo director do departamento de Português da Universidade de Macau, Yao Jingming, promete várias novidades, desde um centro de formação de professores, produção de material didáctico, planos de leitura a um centro de tradução.
“Estamos a trabalhar muito para tentar trazer algumas mudanças ao departamento de Português”, disse à Lusa o também poeta e tradutor, que assumiu o novo cargo em meados de Agosto.
A lista de projectos acaba por se revelar extensa. O académico espera em breve pôr em funcionamento um centro de ensino e formação de professores, que trabalha em parceria com o Fórum Macau e com outras faculdades da Universidade de Macau (UM). Pretende ainda uniformizar os manuais utilizados e está a trabalhar na criação, pela primeira vez, de materiais didácticos próprios. Está também na calha a criação de um centro de tradução que funcione com entidades externas à UM e vai avançar com um plano de leitura lusófona.
Yao explicou que o Centro de Ensino e Formação em Língua Chinesa e Portuguesa, além de pensado para servir os alunos do departamento, pretende oferecer formação a professores de Português locais e da China. “Muitos professores são jovens, não têm experiência suficiente e, por isso, precisam de formação”, disse.
O centro, que Yao espera que esteja a funcionar em 2017, será também vocacionado para o “apoio linguístico” a cursos profissionalizantes ou intensivos para alunos ou quadros de países lusófonos, quer de outras faculdades da UM, quer os ministrados pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau.
Em relação aos materiais de ensino, já fez arrancar a produção de uma gramática de língua portuguesa, “tendo em conta as características dos alunos locais”, e um livro sobre cultura dos países lusófonos, sendo esta a primeira vez que o departamento o faz.
Tal é “muito importante”, já que os alunos “querem ter materiais sistemáticos, correntes, para estudar passo-a-passo”. Enquanto esta produção não é finalizada, foram já uniformizados os materiais didácticos, para quebrar com o padrão de “cada um ensina à sua maneira”.

Proximidade cultural

Este é um dos pontos em que Yao concede que o facto de ser um chinês – o primeiro a dirigir o departamento – pode ser uma mais-valia: “Se calhar, como chinês, conheço melhor as características dos alunos, a maneira de ser deles, as dificuldades que encontram. Para nós não é uma língua fácil de aprender. Por isso estamos a fazer algumas mudanças, a uniformização de programas ou de materiais, porque assim os chineses conseguem estudar de forma mais sistemática. Tudo tem de estar claro, em vez de ‘Olha uma fotocópia, amanhã é outra fotocópia’. Isso causava alguma confusão”.
Em elaboração está também um plano de leitura que “se calhar vai ser uma coisa obrigatória” e inserida na avaliação contínua. “Cada aluno tem de ler um número determinado de títulos”, explica, indicando que a lista de obras está agora a ser elaborada.

Eduardo Lourenço, obrigatório

Um autor que constará da lista é Eduardo Lourenço, que Yao já recomenda aos seus alunos de mestrado. “Através de qualquer livro dele vão ficar a conhecer muito mais, não só sobre a história, mas o pensamento e a maneira de ser dos portugueses”, disse.
Yao propõe ainda a criação de um núcleo de tradução. A ideia surgiu no seguimento de um projecto em que está envolvido, de tradução de clássicos da literatura em chinês e português, apoiado pelo Governo central da China.
As obras portuguesas, entre 16 ou 18, vão ser as primeiras a ser traduzidas, de autores como Camões, e Fernando Pessoa, mas também contemporâneos como António Lobo Antunes, Gonçalo M. Tavares e José Luís Peixoto.
Numa fase posterior, serão traduzidas obras chinesas para português, um “desafio ainda maior” já que “quase não há sinólogos em Portugal que possam assumir esse trabalho de tradução”.

17 Out 2016

Droga | Mais de 120 quilos foram apreendidos a mulas estrangeiras em seis anos

Macau continua a ser um ponto favorito de passagem para as mulas de droga, ainda que os números tenham baixado. Em quase seis anos, mais de 120 quilos de droga foram apreendidos, mais de meia centena de estrangeiros detidos e milhões circularam nas fronteiras de Macau a troco, às vezes, de quase nada

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m 2013, a Polícia Judiciária fazia aquela que seria a maior apreensão de droga desde a transferência de soberania. Mais de 50 quilos de cocaína, avaliados em mais de 200 milhões de patacas, vinham embrulhados em papel químico desde São Paulo, no Brasil. A droga, pertencente a um grupo de crime organizado internacional, era “quase 100% pura”, mas não era para cá ficar. O destino: as Filipinas.
Dois anos depois, a história repetia-se, com um caso ao qual foi dado o título da segunda maior apreensão de droga desde a existência da RAEM. Oriunda da Turquia, a cocaína – que acabaria por ser, segundo a PJ, a droga mais encontrada nas mulas que usam o território como ponto de passagem – seguia para outros destinos.
Desde 2010 a Agosto de 2016, as Forças de Segurança já detiveram 61 pessoas estrangeiras a tentar entrar na RAEM com estupefacientes. Os dados das autoridades, fornecidos ao HM, apresentam ainda outros números – como o facto de terem sido apreendidos mais de cem quilos de droga durante estes anos.

Problema de trás
Já em 2008, as autoridades tinham referido ter “consciência” que Macau funciona como ponto de passagem para o tráfico. Uma fonte da PJ, que fala em anónimo ao HM, explica que a questão se prende, sobretudo, com o facto do território estar perto de países asiáticos onde o consumo é mais alto do que na RAEM e em Hong Kong. As viagens de avião “baratas” também são ponto de preferência para quem opta por cá passar com estupefacientes na bagagem ou no corpo. Mas não só.
“Nos últimos anos, o Aeroporto Internacional de Macau tem registado um aumento significativo no número de passageiros e aeronaves que o utilizam, permitindo ligações fáceis com o resto do mundo através de alguns aeroportos vizinhos”, começa por explicar a PJ, em resposta às questões do HM. “É o caso do de Bangecoque, Singapura, Kuala Lumpur, Pequim, Xangai e outros. É assim mais uma rota possível para fazer chegar os estupefacientes à região.”
As autoridades concordam com a fonte do HM: há, realmente, um constante aumento da procura, particularmente da cocaína, que “faz com que mais correios de droga tenham que vir para esta região” da Ásia. Alguns optam por vir por Macau.
A maioria dos casos encontrados na RAEM, assegura esta mesma fonte, são perpetrados por pessoas ligadas a associações criminosas – fazem-no, normalmente, a troco de dinheiro, às vezes por apenas 1000 dólares de Hong Kong. A fonte do HM explica também que, antigamente, a passagem pelas fronteiras era mais fácil, o que levava a que mais pessoas se “habituassem” a usar o território para as suas mulas.
Em 2010, Wong Sio Chak, o agora Secretário para a Segurança que era, à data, director da PJ, falava num encontro de ano novo lunar sobre uma subida “ligeira” em relação ao número de crimes de tráfico de droga. Mas deixava um alerta: o crescimento em relação ao número de casos que envolvem o transporte de droga em corpo humano que passaram pelo Aeroporto Internacional de Macau “continua a ser bastante preocupante” e merecia a “atenção contínua” das autoridades.
Foi, sobretudo, a partir daqui que a situação começou a tornar-se mais complicada para os correios de droga: a PJ começou a destacar mais efectivos para o Aeroporto, reforçou a colaboração com outras instituições policiais e anunciou a intenção de adquirir um aparelho de Raio X detector de estupefacientes. O aparelho acabou por ser comprado. E os números podem ser prova dos resultados.

Números que descem

Se em 2010 o número de estrangeiros detidos ascendeu aos 17, tendo sido verificado o mesmo número em 2011, esse valor desceu para três em 2012. Voltou a subir (sete) em 2013, desceu para quatro no ano seguinte e no ano passado voltou a chegar aos seis. Só este ano, em oito meses, foram detectadas seis pessoas. E todos estes números dizem respeito apenas a estrangeiros: “não são residentes da RAEM, da RAEHK ou cidadãos da China continental”.
A Polícia Judiciária assegura que a maioria da droga apreendida a correios de droga é a cocaína. Só este ano, entre os mais de 14,5 quilogramas de droga apreendidos, a maioria era “branca”.
Em Abril, por exemplo, na bagagem de uma venezuelana foi encontrada cocaína num valor estimado de 12 milhões de patacas. A suspeita de 26 anos, enfermeira, entrou em Macau vinda da Tailândia, tendo sido detida no aeroporto. Adquiriu as drogas no Brasil, tendo voado da Etiópia para a Tailândia. Chegou a Macau com destino a Hong Kong. Recebeu 2500 dólares norte-americanos para custear a viagem, sendo que, após a transferência das drogas, poderia receber seis mil dólares americanos.
Em Agosto, o “pó” voltou a dar que falar, quando a PJ apreendeu quase dez quilos de cocaína num saco de um colombiano, que transportava mais de quatro quilos, num valor de mercado de cerca de 13 milhões de patacas. Foi ao Brasil da Colômbia para levantar droga, tendo depois viajado com a mercadoria num voo de Dubai para Banguecoque e dali para Macau, sendo que iria sair para outra região vizinha.
Em seis anos, as autoridades caçaram 123,6 quilos de estupefacientes em bolsos de mulas. A maioria da droga apreendida destinava-se a outros destinos “e não a Macau”, como garante a PJ ao HM. E o uso do território como ponto de passagem não agrada aos agentes da autoridade – tanto que a revisão da Lei de Combate à Droga, já aprovada na generalidade, se tem em conta os casos de tráfico.
O diploma prevê um aumento das penas mínimas para os casos de tráfico – além, apesar das críticas, das penas para o consumo –, ainda que a lei datada 2009 parecesse estar a ser bem-sucedida no combate, como o próprio Executivo chegou a admitir.

Penas que sobem

Para “reprimir de forma eficaz” o tráfico, é sugerido no novo diploma o aumento do limite mínimo da pena, que passa de três para cinco anos de prisão. No caso de “acto de tráfico ilícito” a moldura penal sobe de quatro de seis anos e no caso de serem “plantas e substâncias como os barbitúricos de acção lenta com efeitos antiepiléticos ou ansiolíticos” sofreram um aumento no limite mínimo de seis meses para um ano. O limite máximo mantém-se nos 15 anos e a PJ continua a reforçar a cooperação, até porque muitas vezes a chegada de mulas é reconhecida por denúncias que já vêm de fora.
Tudo isto com base num estudo do Grupo Especializado para a revisão da Lei de Combate à Droga, que diz que o combate ao tráfico faz-se através do aumento das penas para que os custos para os traficantes sejam mais elevados. E tudo porque o funcionamento durante 24 horas dos postos fronteiriços “favorece este tipo de situações”.

14 Out 2016

Junket de Macau que fugiu com dinheiro está no Vietname

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m antigo junket de Macau, desaparecido desde 2014, depois de alegadamente ter desviado fundos dos investidores, foi encontrado no Camboja, revelou a World Gaming Magazine (WGM). De acordo com a revista especializada, a informação foi avançada pela Macau Gaming Information Association (MGIA), que indicou que o antigo angariador de grandes apostadores para os casinos foi levado para Ha Long Bay, no Vietname, onde se encontra sob ‘custódia’ de representantes dos credores.
Huang Shan é suspeito de ter protagonizado um dos golpes mais mediáticos que minou a confiança nos junkets ao ter alegadamente fugido com um valor estimado na altura em até dez mil milhões de dólares de Hong Kong. O caso ocorreu em Abril de 2014, nas vésperas da primeira queda das receitas dos casinos de Macau.
Accionista do grupo Kimren – que operava na altura salas VIP nos casinos Grand Lisboa, StarWorld, Altira e MGM – é suspeito de ter enganado os investidores oferecendo-lhes retornos mais elevados comparativamente a outros junkets. Peças fundamentais nos casinos, dada a tradicional elevada dependência do segmento VIP, os junkets têm atravessado um período conturbado provocado por diversos factores, desde o golpe de confiança infligido por uma série de desfalques às crescentes restrições de movimentos de capital da China, passando pelo abrandamento económico chinês e a campanha anti-corrupção lançada por Pequim.
Embora sem o fluxo de outrora, o segmento VIP ainda gera mais de metade das receitas dos casinos de Macau, capital mundial do jogo e o único lugar na China onde os casinos são legais. As receitas do jogo, pilar da economia de Macau, estiveram em queda durante mais de dois anos, de Junho de 2014 a Agosto deste ano.

14 Out 2016

Confiança dos consumidores (quase) em alta

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] índice de confiança geral dos consumidores locais 2016 aumentou no 3º trimestre em 3,77%, o que demonstra uma recuperação para os 85,67%. A informação é dada a conhecer por uma nota de imprensa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa), que revela os resultados do inquérito relativo à confiança dos consumidores da RAEM.
Entre os sub-índices analisados, “a economia local”, depois de ter caído em dois trimestres consecutivos, subiu substancialmente e apresenta um crescimento de 14,23%. O seu valor localiza-se, actualmente, quase nos 100% com números na ordem dos 98,02%. Segundo a mesma nota de imprensa, os dados demonstram que o pessimismo macroeconómico está a desaparecer. A “aquisição das habitações” é o indicador que conta com valores mais baixos de entre os índices analisados, com a confiança a cair 13,23% para os 59,27%. Inversamente, a “situação de emprego” registou um valor de mais de 100% de confiança com um índice de 102,48% que representa um aumento em 7,92%, o que demonstra o optimismo crescente. Já no que respeita à confiança no “nível dos preços” os valores voltam a cair ligeiramente com 74,39% numa queda de 0,90%.
O inquérito envolveu entrevistas feitas a 1005 residentes com idade superior a 18 anos.

14 Out 2016

Edição deste ano da MIF tem Portugal como país parceiro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição deste ano da Feira Internacional de Macau, de 20 a 22 de Outubro, tem Portugal como “país parceiro”, estando previsto um seminário para apresentar o país como “plataforma atlântica” para investimentos na Europa, foi ontem anunciado. A MIF (a sigla em Inglês por que é conhecida a feira de negócios de Macau) estreia nesta 21.ª edição a figura do “país parceiro”, que terá direito a um “pavilhão temático” na entrada do espaço, ao lado do pavilhão da “cidade parceira” (Pequim).
No total, os dois pavilhões dos parceiros terão 800 metros quadrados, “mostrando a cultura, a história e divulgando informações sobre o ambiente de investimento e a situação económica mais recentes destes dois locais, de forma a que os visitantes sintam os carismas de Portugal e de Pequim logo que entrem”, segundo divulgou num comunicado o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), a entidade que organiza a MIF.
A MIF contará ainda com uma “exposição de produtos e serviços” dos países lusófonos e um pavilhão de mostra e venda de produtos dos países de língua portuguesa.
No ano passado, Portugal teve na MIF a sua maior representação de sempre, com 120 empresas dentro de um total de 133 entidades nacionais, quase o dobro de 2014.
Este ano, a MIF conta com a participação de mais de 50 países e regiões, representados em mais de 1600 stands, segundo o comunicado de do IPIM.
Do programa da 21.ª MIF, disponível na página oficial da feira na internet, fazem ainda parte fóruns e conferências, incluindo um seminário organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AIECP), dedicado ao tema de Portugal como “plataforma atlântica” para investir na Europa.

14 Out 2016

IFT ganha mais autonomia na área da formação e currículos

O IFT conquista uma maior autonomia para criar os seus próprios centro de formação e aprovar currículos. A medida integra uma alteração regulamentar que tenciona dar mais qualidade à formação de mão-de-obra

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto de Formação Turística (IFT) já pode criar centros que tenham como objectivo a investigação, estudo e formação específicos, possibilitando assim o desenvolvimento dos projectos de cooperação entre a entidade e a Organização Mundial de Turismo. Este é o resultado do fim da discussão do projecto de regulamento administrativo relativo à alteração ao Decreto-Lei n.º 45/95/M, que criava o Instituto de Formação Turística e que vai permitir, agora, mais apostas na educação e formação, bem como a autonomia, por parte do IFT, para avançar em projectos de investigação em articulação com as estratégias de desenvolvimento social e político definidos para a área do Turismo.
A medida acontece após a assinatura do “Memorando de Entendimento entre a RAEM e a Organização Mundial de Turismo”, que prevê a união de esforços de modo a alcançar o desenvolvimento sustentável da indústria do Turismo. Para o efeito, o Memorando prevê a mútua cooperação, de modo a melhorar a qualidade dos recursos humanos do sector, sendo que a execução dos respectivos projectos de cooperação são da responsabilidade do IFT.
Por outro lado, tendo em conta que os cursos ministrados na Escola de Turismo e Indústria Hoteleira do IFT não são cursos de ensino superior, e os respectivos cursos de curta duração carecem de adaptações feitas em tempo útil para adequar às mudanças da sociedade, a presente alteração prevê a aprovação dos planos curriculares por parte do Conselho Técnico e Científico do IFT, de modo a simplificar os procedimentos administrativos inerentes.
Foi também ontem alterado o decreto-lei que regula as agências de viagem e a profissão de guia turístico com uma mudança de nome. A Direcção dos Serviços de Turismo alterou a sua denominação em língua inglesa de “Macau Government Tourist Office” para “Macao Government Tourism Office”, pelo que a nova medida que entra em vigor a 1 de Novembro de 2016.

14 Out 2016

Centro de Estágios Atletas | Só as fundações custarão entre 330 a 450 milhões

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ó as fundações do novo Centro de Estágios de Atletas poderão custar até 448 milhões de patacas e não menos do que 330 milhões. São estes os preços apresentados por meia dúzia de empresas, que concorreram ao concurso público para a construção das fundações do projecto que o Governo quer que seja internacional.
Num comunicado, o Executivo dá a conhecer que os concursos de adjudicação serão realizados de forma faseada. O primeiro realizou-se ontem, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), organismo encarregue da obra, foram recebidas um total de 14 propostas. Destas, só uma foi excluída.
“Os preços propostos para a empreitada de construção das fundações variaram entre 328,7 milhões de patacas e 448 milhões de patacas”, sendo que este projecto demora até 310 dias.
O novo Centro de Estágio de Atletas vai nascer no parque de estacionamento da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, perto da Rua de Ténis. Ocupa um terreno com cerca de 12.400 metros quadrados e esta obra inclui os trabalhos de escavação e da colocação das estacas para a fundação.
O Governo diz querer “impulsionar o desenvolvimento de desportos competitivos em Macau”, tendo anunciado a construção deste Centro de Formação e Estágio de Atletas há já alguns anos. O Centro deveria ter estado concluído em 2012, mas só daqui a três – segundo disse Pun Weng Kun, presidente do Instituto do Desporto, recentemente – é que deverá estar pronto.
No ano passado, o Executivo frisou que o novo espaço nasce numa altura em que “a RAEM tem assistido a um enorme desenvolvimento na área do Desporto, o que determinou um aumento significativo das exigências de formação dos atletas”. A ideia é que o Centro tenha condições para formar atletas locais e estrangeiros e que sirva como espaço de formação.
O Centro nasce no parque da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, espaço que tem sido criticado ao longo dos anos por alguns deputados, por considerarem que está ao abandono. Numa resposta ao HM, de Abril, o Governo discorda desta ideia e diz também que não estão pensadas quaisquer obras de remodelação porque o local está em pleno funcionamento.
“As Associações Desportivas desenvolvem o seu trabalho com as Selecções de Macau num total de cinco modalidades: Ciclismo Acrobático, Badminton, Esgrima, Ténis de Mesa e Basquetebol. Para além de treinos e actividades dentro da oferta desportiva no âmbito do programa do desporto para todos, são ainda organizados todos os anos um conjunto de eventos desportivos locais”, disse o Executivo, acrescentando que não estão previstas quaisquer obras de remodelação.
Estas primeiras obras para o Centro de Estágio deverão começar no final do ano, sendo que a empreitada “cria 150 postos de trabalho”.

13 Out 2016

Macau e Portugal assinam protocolos na segurança alimentar e turismo

Manuel Cabral, Ministro da Economia de Portugal, assinou ontem com o Governo dois protocolos no sentido de reforçar a cooperação ao nível da promoção turística e segurança alimentar, com a participação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá finalmente assinado um acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) de Portugal, uma medida que o Governo já tinha defendido na Assembleia Legislativa (AL). O protocolo foi ontem oficialmente fechado pelo Ministro da Economia português, Manuel Caldeira Cabral, e pela Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan.
A ideia é que exista formação nos dois territórios e cooperação técnica, algo que vem no seguimento da implementação da Lei de Segurança Alimentar, em 2013. Também nesse ano foi estabelecido o Centro de Segurança Alimentar, sob alçada do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).
“O protocolo foca-se muito na cooperação técnica e científica, abrindo espaço para que as nossas agências de segurança alimentar possam fazer viagens de visita, para que haja acções de formação conjunta e intercâmbios de funcionários. Tudo para que saibamos como melhorar ainda mais a segurança alimentar e ter comportamentos preventivos”, explicou Manuel Caldeira Cabral à margem da cerimónia de assinatura.
O Ministro da Economia português frisou que hoje em dia a ASAE tem “uma acção mais pedagógica do que só punitiva”, algo que “tem um melhor efeito”. “Temos também uma boa capacidade tecnológica nos nossos trabalhos”, acrescentou Caldeira Cabral.
Sónia Chan adiantou que é necessário reforçar a cooperação “em termos de monitorização e formação de pessoal, para que em termos de segurança alimentar possamos respeitar alguns critérios internacionais e fazer com que a população tenha mais confiança na segurança alimentar”.

Mais chineses em Portugal

O segundo protocolo, na área do turismo, foi assinado com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam e será implementado pelo Turismo de Portugal e pela Direcção dos Serviços de Turismo de Macau (DST).
Este prevê uma cooperação ao nível da promoção conjunta, da troca de investimentos e da promoção de mais turistas chineses e de Macau para visitarem Portugal e também de mais turistas portugueses a visitar Macau.
“Estas acções conjuntas têm de ser concretizadas, é o trabalho que temos de fazer a seguir. O protocolo cria um mecanismo para a criação destes esforços conjuntos que podemos desenvolver”, explicou o Ministro da Economia de Portugal.
Para Caldeira Cabral, o turismo é uma área muito importante para a economia portuguesa e para a economia de Macau. “É uma área onde temos muitas pontes para construir e onde temos uma colaboração ao nível da promoção e das empresas que fazem o suporte às empresas turísticas. Portugal tem hoje uma série de pequenas empresas, startups que desenvolvem uma tecnologia muito interessante, ao nível da troca de turistas no momento em que se está a abrir uma rota directa entre a China e Portugal, quer a muitos outros níveis, como já existem em termos de investimento de empresas chinesas e macaenses em Portugal e empresas portuguesas aqui”, referiu o Ministro da Economia, que adiantou que “o turismo não são só hotéis mas também produtos”. No evento estiveram presentes várias personalidades, incluindo os empresários David Chow e Pansy Ho.

Ligações aéreas a Macau continuam a ser pensadas

Manuel Caldeira Cabral confirmou que continua a ser analisada a criação de uma rota aérea entre Lisboa e o sul da China, com passagem por Macau. “A primeira ligação aérea que vai existir vai ser a partir de Pequim, mas penso que não está fora, há negociações em curso com várias outras companhias aéreas. Se Pequim vai servir directamente o norte da China seria muito interessante que houvesse voos para a parte sul e seria interessante que fossem de Macau, mas neste aspecto tem de haver interesse das companhias. Há interesse do governo português para que essas ligações existam. Queremos de facto acolher mais turistas chineses e nessa área a colaboração vai ser muito importante. Temos de aprender mais sobre como acolher os turistas chineses, algo que Macau já sabe fazer muito bem, porque com a rota directa estou certo que o número de turistas vai aumentar muito e vai ser uma oportunidade muito interessante.”

12 Out 2016

IPM | António Costa inaugurou laboratório de tradução automática

O laboratório de tradução automática do Instituto Politécnico de Macau já está a funcionar, mas o Primeiro-Ministro português inaugurou-o oficialmente ontem. O presidente do Instituto vai a Lisboa apresentar primeiros resultados daqui a um ano

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]quase como o sistema de tradução do Google, mas ainda melhor, com mais qualidade e precisão. Promete traduzir a partir da voz, de forma automática, e um dia até poderá realizar traduções a partir de imagens. É assim o novo laboratório de tradução automática do Instituto Politécnico de Macau (IPM), que já está a funcionar mas que só ontem foi inaugurado oficialmente por António Costa, Primeiro-Ministro português.
À margem do evento, Lei Heong Iok, presidente do IPM, garantiu que daqui a um ano os primeiros resultados deste laboratório serão apresentados numa conferência em Lisboa, estando a ser pensadas mais parcerias com universidades portuguesas.
“Estamos a mobilizar instituições. Temos a Universidade de Coimbra (UC) e o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e outras universidades portuguesas vão apoiar-nos, como a Universidade de Lisboa”, confirmou.
O presidente do IPM espera que daqui a dois ou três anos haja resultados “mais satisfatórios”. “Neste momento é preciso trabalhar mais para garantir a qualidade e a precisão, ainda não é satisfatório. A máquina traduz apenas frases do quotidiano através da voz. O laboratório é sempre controlado por alguém, não pode substituir o tradutor, mas pode aliviar o seu trabalho”, adiantou.
Se o IPM contou com “alguns milhões” de patacas para o arranque deste projecto, a verdade é que deverão ser investidos mais seis milhões nos próximos anos. “Conjugamos esforços, com o Governo e instituições do ensino superior e empresas. Temos o apoio da UC, IPL e Universidade de Estudos Estrangeiros de Cantão e de uma empresa de alta tecnologia da China, na área da tradução e interpretação. O IPM está no meio para coordenar esse trabalho”, explicou Lei Heong Iok.

A faixa com as línguas

O evento de ontem, que decorreu no IPM, serviu também para a apresentação do livro de Carlos André, coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa, intitulado “Uma língua para o mundo: olhando o Português a partir de Macau”. António Costa recebeu uma cópia do livro, bem como das quatro edições do “Português Global”, obra de ensino do Português para chineses criada pelo IPM e que já é publicada no continente.
No seu discurso, António Costa destacou a importância das línguas na política “Uma Faixa, Uma Rota”, incluindo o Português. “Foi um grande desafio que a República Popular da China lançou ao mundo, o de construirmos Uma Faixa, Uma Rota, onde as línguas são uma componente essencial, porque são um factor de identidade, que diferencia cada cultura e cada povo. As línguas são um factor que devemos partilhar com os outros. Cada vez que aprendemos uma língua estamos mais próximos dos outros”, referiu.
Falando sobre o “longo caminho” da Língua Portuguesa, Costa lembrou que o idioma de Camões será falado por 360 milhões de pessoas em 2050. O Primeiro-Ministro português não deixou de fazer uma referência do discurso de Li Keqiang, homónimo chinês, sobre as pontes existentes em Macau no que diz respeito à língua (ver página 4).
Quanto a Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, voltou a referir que o objectivo do Governo é a aposta no Português. “O Executivo do qual eu tenho a honra de fazer parte tem claro que a concretização desse desígnio exige o reforço da língua portuguesa, não apenas em Macau como também no apoio ao seu desenvolvimento no interior da China. Temos consciência das imensas potencialidades do diálogo entre a China e os países de língua portuguesa”, rematou.

Governo aprova criação de uma licenciatura em Português

A Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai contar com mais uma licenciatura na sua oferta curricular, a qual foi ontem oficializada em Boletim Oficial (BO). O curso de licenciatura em Português terá a duração de quatro anos e visa os alunos que não tenham esta como a língua materna. As saídas profissionais visam o ensino ou trabalhos na área da língua e cultura portuguesa. O curso, que terá início no ano lectivo de 2017/2018, terá disciplinas como literatura portuguesa, temas da cultura dos países lusófonos, cultura e literatura brasileiras ou culturas e literaturas africanas de língua portuguesa, entre outras disciplinas mais específicas sobre a língua de Camões. No último ano o estudante poderá ter contacto com a cultura lusófona no continente asiático, graças à cadeira “culturas e literaturas lusófonas da Ásia”.

12 Out 2016