Hoje Macau SociedadeGoverno quer ligar passagens para peões no Terminal do Porto Exterior [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s planos do Executivo para unir das duas passagens aéreas para peões que se situam na Rua do Terminal Marítimo e no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior mereceu algumas críticos por parte dos Kaifong. De acordo com o Jornal do Cidadão, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) consideram que apesar do plano do Governo merecer elogios, não deverá facilitar a vida dos residentes. No entender os Kaifong o plano pode ser melhorado, uma vez que os moradores necessitam de instalações sem barreiras e que a passagem se encontra num local inconveniente, o que leva à pouca utilização da infra-estrutura pela população. Como tal, considerando que a passagem superior para peões que fica na Rua de Malaca tem sido utilizada com mais frequência pelos residentes por ficar ao lado de paragem de autocarros, os moradores sugerem que se ligue também a indicada passagem superior para peões, fazendo com que as três estejam ligadas. De acordo com a sugestão dos Kaifong, esta solução seria mais apropriada para que os residentes e turistas cheguem a pé ao Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior mais facilmente.
Hoje Macau SociedadeGuangdong emite novas medidas para a ponte HZM [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] polícia na Província de Guangdong, no sul da China, anunciou ontem 18 novas medidas para facilitar o desenvolvimento da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. A partir do primeiro trimestre de 2018, visitantes de 53 países gozarão de um período de 144 horas de passagem livre de visto em Guangdong, disse Zheng Dong, subdiretor do Departamento de Segurança Pública da província. Veículos não comerciais com placas transregionais terão acesso à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (PHZM) sem necessitar uma permissão, disse Zheng. Os governos de Guangdong e Hong Kong decidiram aumentar em 7 mil a cota da PHZM para automóveis privados transregionais de Hong Kong. Tal eleva a cota de carros privados transregionais de Hong Kong para 10 mil antes da abertura da PHZM. A PHZM, de 55 quilómetros de comprimento, é uma das pontes mais longas de seu tipo no mundo em construção. Espera-se que os trabalhos principais estejam terminados no fim do ano. Outras políticas se referem ao registo de famílias, libertação de alfândegas de navios e um “canal verde” para transporte de produtos frescos. Orçamento aumentou 10,3 mil milhões Entretanto, um comunicado do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) aponta para uma derrapagem orçamental na construção da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HZM), na ordem das 10,3 mil milhões de yuans. A entidade aponta que essa situação se deve “às influências da subida dos preços de mão-de-obra e de materiais, reajustamento da concepção e do programa de execução, entre vários outros factores”. Para já o projecto tem vindo a registar “um bom avanço”, tendo tido um valor inicial de 38,118 mil milhões de yuans. As três regiões encarregues da gestão do projecto suportaram uma verba de 15,73 mil milhões de yuans, enquanto que a restante quantia foi obtida através do crédito. Nesse grupo, Macau ocupa 12,59 por cento do financiamento, que se traduz em 1,98 mil milhões de yuans. Em relação ao valor orçamental em excesso, Macau precisa de suportar 0,59 mil milhões de yuans.
Hoje Macau SociedadeTransacções suspeitas de capitais sobem 36,6% A subida de transacções suspeitas de branqueamento de acapitais subiu, até ao mês de Junho, 36,6 por cento, face ao memso período de 2016. Actividades relacionadas com o jogo continuam a ser as que dão origem ao meior número de denúncias As autoridades de Macau registaram, no primeiro semestre do ano, 1 527 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo, mais 36,6 por cento face ao período homólogo de 2016. Dados publicados no mais recente boletim do Gabinete de Informação Financeira (GIF) indicam que em 1 527 participações entre Janeiro e Junho, mais 409 do que na primeira metade de 2016, 79 foram enviadas para o Ministério Público. A indústria do jogo manteve-se como a actividade que deu origem a mais denúncias (1.074 ou 70,3 por cento do total), seguindo-se instituições financeiras e companhias de seguros (414 ou 27,1 por cento) e outras (39 ou 2,6 por cento). Em 2016 tinham sido registadas 2.321 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo, traduzindo um aumento de 28,4 por cento face a 2015. Os sectores referenciados, como os casinos, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transacção igual ou superior a 500 mil patacas. O Departamento de Estado norte-americano tem vindo a propor, em relatórios sobre Macau, uma diminuição do valor mínimo que os casinos são obrigados a reportar para 3 000 dólares, um valor 20 vezes inferior ao que é aplicado actualmente, para ir ao encontro dos padrões internacionais. Outras alterações Foi para atender a padrões internacionais que o Governo de Macau decidiu avançar com a revisão da lei contra o branqueamento de capitais e com a referente à prevenção e repressão dos crimes de terrorismo (ambas de 2006), cujas alterações entraram em vigor em 23 de Maio. No caso da lei sobre o branqueamento de capitais, punível com pena máxima de oito anos de prisão, foi alargada a lista de crimes precedentes, contemplando todos os crimes de corrupção incluindo eleitoral, e as leiloeiras passaram a integrar o conjunto de entidades reportantes. No caso do financiamento de terrorismo também foi estendido o elenco de forma a abranger todas as categorias designadas numa resolução das Nações Unidas, alargado ainda até a recursos económicos ou bens de qualquer tipo, bem como produtos ou direitos susceptíveis de serem transformados em fundos. Além da revisão daquelas duas leis, o Governo de Macau avançou com outras medidas no ano passado, tendo criado um regime de execução de congelamento de bens, que surgiu com o reconhecimento da “insuficiência” de um mecanismo que permitisse uma execução eficaz do congelamento de bens decretado pelo Conselho de Segurança da ONU. Já em 1 de Novembro entrou em vigor a lei sobre o Controlo do Transporte Transfronteiriço de Numerário e de Instrumentos Negociáveis ao Portador, que obriga à declaração nas fronteiras do transporte de dinheiro ou instrumentos negociáveis ao portador no valor igual ou superior a 120 000 patacas. O diploma visa responder a uma das 40 recomendações no âmbito do combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo emitidas pelo Grupo de Acção Financeira (GAFI). Quem não cumprir o dever de declaração incorre em infração administrativa, punível com multa de 1 a 5 por cento do valor que exceda o montante de referência de 120 mil patacas, mas nunca inferior a 1.000 patacas, nem superior a 500.000.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeCaso do casal Guerra não vai interferir nas relações entre Timor e Portugal, diz ministra O caso judicial que envolve o casal português Tiago e Fong Fong Guerra não vai interferir nas relações entre Timor Leste e Portugal. A afirmação é da ministra da justiça de Timor, Maria Ângela Carrascalão, sendo que, considera que é uma situação para ser tratada com o devido cuidado O caso de Tiago e Fong Fong Guerra não vai fragilizar as relações entre Portugal e Timor Leste. A ideia foi deixada ontem pela ministra da justiça de Timor Leste, Maria Ângela Carrascalão, à margem do Simpósio Jurídico Internacional de Macau para a Promoção da Cooperação Comercial e Económica entre a China e os Países Lusófonos. “Estou confiante na resolução desta situação e acredito que não vai afectar as relações entre os dois países”, começou por dizer a ministra da justiça. A razão é simples. “Nem Portugal, nem Timor estão interessados que um caso particular interfira neste tipo de relações. São casos que têm que ver com a justiça timorense e com a polícia de investigação internacional, mas não têm que ver com o ministério da justiça e dos negócios estrangeiros de Timor Leste”, esclareceu Maria Ângela Carrascalão. Para a responsável a situação é complexa mas “os tribunais decidiram e Tiago Guerra e a mulher resolveram ir para Portugal”. Com paninhos de lã Ainda assim, a situação não deixa de ser delicada a nível diplomático e tem de ser tratada com cuidado e de forma objectiva, disse a ministra. “Não podemos, nem Portugal nem Timor Leste, ser impulsivos no tratamento desta questão porque tem necessariamente que ver com as relações entre os dois países”, apontou. Para a responsável timorense, ambos os países têm agido de boa fé relativamente ao caso de Tiago e Fong Fong Guerra. “Gostamos de ser respeitados, mas sabemos que Portugal não terá agido de má fé e gostaríamos que, mesmo considerando a justiça de Timor Leste frágil, se tenha o cuidado de pensar que, sendo um estado independente, naturalmente aplicou a justiça que foi ensinada por professores internacionais e não necessariamente timorenses, e o que aprendemos foi o que aplicámos e fizemos isso, também, de boa fé”, rematou. Tiago e Fong Fong foram condenados, em Agosto, por um colectivo de juízes do Tribunal Distrital de Díli a oito anos de prisão efectiva e a uma indemnização de 859 mil dólares americanos por peculato. Os portugueses recorreram da sentença, considerando que esta padecia “de nulidades insanáveis” mais comuns em “regimes não democráticos”, baseando-se em provas manipuladas e até proibidas. Um “pedido internacional de extradição para Portugal com detenção provisória” foi enviado à Procuradora-Geral da República portuguesa, Joana Marques Vidal, com conhecimento para a ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van-Dúnem, e para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
João Santos Filipe SociedadeRumor falso nas redes sociais da China diz que exército chinês saqueou Macau [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau foi loteado por membros do Exército de Libertação do Povo Chinês. É este o rumor falso, ilustrado com fotos do tufão Hato, que esteve a circular nas redes sociais do Interior da China. A informação errada foi partilhada com fotografias em que se vê os membros do exército chinês a carregarem sacos nas ruas de Macau, captadas durante as operações de salvamento e limpeza das ruas da cidade, após a passagem do Tufão Hato. Segundo um artigo publicado, ontem, no jornal Asia Times, a informação teve origem em fóruns online de Hong Kong e Macau, tendo depois chegado ao Interior da China. Segundo os rumores falsos, oficiais do exército chinês teriam mesmo matado com agressões físicas dois cidadãos locais num parque de estacionamento subterrâneo. Além disso, teria havido uma dúzia de outras vítimas de agressões do membros do exército chinês em Macau. Após a divulgação dos rumores, conta o Asia Times, a polícia do Interior da China através da identificação dos números dos IPs dos utilizadores da internet, lançou uma operação e deteve “várias” pessoas, que terão contribuído para a divulgação das informações. Exército nas ruas Após a passagem do Tufão Hato, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, pediu auxílio à representação em Macau do Exército de Salvação do Povo Chinês para a limpeza dos destroços e operações de salvamento. Segundo os números avançados pela Xinhua, na altura, cerca de 1000 operacionais do exército ajudaram a população de Macau a lidar com a calamidade. Esta não é a primeira vez que o exército chinês é confrontado com informações infundadas. Em Setembro deste ano, antes do encontro dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Xiamen, tinham surgido rumores de que o exército tinha prometido 20 mil milhões de dólares norte-americanos em subsídios às forças indianas, para uma retirada da zona de Doklam, onde houve uma disputa territorial entre os dois exércitos. Além disso, os subsídios tinham igualmente como condição a participação do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na conferência dos BRICS.
Victor Ng SociedadeMoradores | Kaifong quer criar um centro de serviços sociais na Taipa em 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] União Geral das Associações dos Moradores de Macau, mais conhecida como Kaifong, revelou que este ano prestou 2,5 milhões serviços à população de Macau. A entidade revelou ainda que tem planos para construir um centro de serviços sociais na Taipa no próximo ano. A associação dos moradores liderada por Ho Ion Sang, revelou no seu balanço anual que durante este ano prestou 2,5 milhões serviços a cidadãos, o que representou um aumento face aos 2,4 milhões serviços no ano passado. Os Kaifong fornecem transporte, assistência a idosos, têm instalações como centros de apoio social, creches, escolas e centros de ocupação para jovens. Importa referir que a organização, como a denominação oficial de União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM), recebeu cerca de 16 milhões de patacas da Fundação Oriente. Os dados foram revelados pela presidente da UGAMM, Ng Siu Lai, durante a 35ª assembleia geral do organismo. A dirigente adiantou que recorreram aos serviços de teleassistência “Peng On Tung” 4300 pessoas, enquanto que os serviços de transporte ajudaram este ano 8 mil residentes até ao momento. A responsável entende que, relativamente aos assuntos sociais, os esforços geraram bons resultados no sentido de melhorar as condições comunitárias, instalações complementares e actividades culturais. Ng Siu Lai sublinhou que ao longo de 2017 a organização levou a cabo a reconstrução das instalações do Edifício Fok Neng, o Bloco 3 do Edifício Koi Fu e o Edifício Meng Heng. Outro dos trabalhos salientados pela presidente dos Kaifong foi a remoção dos veículos dos estacionamentos permanentemente ocupados, assim como os resíduos, na Colina da Ilha Verde. Centro na Taipa Durante a assembleia geral, a presidente dos Kaifong comprometeu-se a alargar e melhorar os serviços sociais prestados pela organização, nomeadamente elevando o nível de profissionalismo dos serviços, assim como firmar a posição da associação na sociedade. Um dos projectos de futuro da associação de moradores passa por criar um centro de serviços sociais na Taipa, já no próximo ano. Ng Siu Lai referiu ainda que a organização está a estudar a hipótese de criar pólos dos Kaifong nas regiões vizinhas de forma a servir os residentes de Macau. De acordo com a presidente da associação, um dos trabalhos essenciais de futuro passa pela promoção do patriotismo no território. Como tal, Ng Siu Lai referiu que quer aproveitar as actividades de celebração dos feriados para aprofundar a educação civil e divulgar o amor à pátria. No campo da política, a presidente dos Kaifong recordou o sucesso eleitoral de Ho Ion Sang nas últimas eleições para a Assembleia Legislativa. Ng Siu Lai referiu que o trabalho do deputado tem resultado em várias propostas aceites pelo Governo, nomeadamente na recuperação de terrenos para construir fracções habitacionais e na implementação de prazos para desenvolver habitação pública. No que diz respeito ao futuro, a presidente dos Kaifong mencionou ainda que existe cada vez mais concorrência na prestação de serviços sociais.
João Luz Manchete SociedadeBrigitte Bardot pede a Chui Sai On que galgos sejam entregues à ANIMA [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da ANIMA, Albano Martins, publicou no Facebook uma carta da eterna musa do cinema francês Brigitte Bardot a pedir ao Chefe do Executivo que os galgos do Canídromo sejam entregues à associação de defesa dos animais, assim como as instalações. Na missiva, a estrela francesa diz que Macau é uma cidade que almeja ser um Centro Mundial de Turismo e um pólo de modernidade, objectivos comprometidos pela mancha na reputação que é o Canídromo, “um lugar de morte, de onde os galgos não saem com vida”. Brigitte Bardot pede a Chui Sai On que não deixe que Macau “seja identificada como uma cidade de sofrimento” e despede-se na missiva assinando com “todo o coração e bons cumprimentos”. A diva do clássico “E Deus Criou a Mulher” junta-se a um naipe de celebridades que endereçaram cartas a Chefe do Executivo onde se conta Ricky Gervais, Roger Taylor e Brian May dos Queen, assim como alguns atletas medalhados nos Jogos Olímpicos. Em Itália, a mais antiga associação de protecção animal, fundada ainda no século XIX, pressionou o Embaixador chinês em Roma para levar a mensagem até Pequim. Foram organizados igualmente protestos em mais de vinte cidades italianas a pedir a intervenção do Executivo no salvamento dos galgos do Canídromo, sempre colocando a ferida nos bastiões defendidos pelo Governo: o Centro Mundial do Lazer e Turismo e a cidade internacional. O encerramento do Canídromo, depois da pressão feita pela ANIMA, foi um momento que motivou alguma celebração. Porém, Albano Martins não esquece que “agora toda a gente bate palmas mas, há uns tempos, mesmo alguns ilustre da terra diziam que o Canídromo fazia parte das tradições locais”. Quanto ao destino das instalações, nomeadamente as escolas que foram anunciadas para o local, são “hipóteses que ainda estão no ar e que parecem jogadas políticas”, teoriza Albano Martins. O facto é que ainda não há projectos estabelecidos para o local, “nem consenso do Governo sobre o que deve ser ali feito”. Até lá, o presidente da ANIMA espera ter um ano de gestão do Canídromo para tratar da logística necessária para salvar os galgos.
Andreia Sofia Silva Manchete Sociedade“Uma Faixa, Uma Rota” | Rui Leão defende flexibilização laboral Rui Leão, presidente do Conselho Internacional de Arquitectos de Língua Portuguesa, defende que, para que Macau seja um território prestador de serviços no contexto da política “Uma Faixa, Uma Rota”, deve flexibilizar a contratação de trabalhadores especializados [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]lexibilizar a contratação para que Macau possa constituir-se como um prestador de serviços no contexto da política “Uma Faixa, Uma Rota”. É esta a ideia deixada pelo arquitecto Rui Leão, que participou ontem no 5º Congresso do Direito de Língua Portuguesa, na Universidade Cidade de Macau na qualidade de presidente do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP). “Tem de haver a cultura da meritocracia e têm de ser dadas condições às empresas para crescerem. Se não tenho capacidade de empregar pessoas e se tenho tantos entraves para empregar, [o que acontece é que existe] uma política que destrói a possibilidade de criar aqui uma rede de empresas capazes de dar resposta”, defendeu ao HM. D.R. Rui Leão não tem dúvidas de que a falta de flexibilização laboral poderá afastar empresas para os territórios vizinhos. “Se é difícil contratar, o que acontece é que as empresas com maior capacidade de investimento vão para Zhuhai, Cantão, Shenzen ou Hong Kong. O Governo tem de perceber que, ou muda estas políticas de acesso à mão-de-obra, ou não está a permitir que as coisas mudem.” “E no contexto da política ‘Uma Faixa, Uma Rota’, [Macau] vai continuar sempre com o seu papel único de agente intermediário, que é muito pobre, porque não cria know-how e apenas investimento de alguns. A classe dominante não é suficiente para criar diversidade e autonomia de Macau enquanto sociedade. Estamos sempre dependentes do know-how dos outros, porque não se deixa o know-how daqui crescer”, acrescentou o arquitecto. A política lançada por Xi Jinping, que esteve ontem em debate no congresso, constitui “uma oportunidade única para Macau, para crescer de uma forma interessante, com saber, cultura e know-how, para que seja uma cidade global”. Nesse sentido, “os sectores profissionais deveriam compreender isso e a capacidade profissional deveria ser valorizada. Deveria haver mais capacidade, competência nestes sectores para dar resposta a todo o tipo de serviços que pode estar agregado a essa política”, adiantou Rui Leão. Negócios não devem dominar Questionado sobre se o património local poderá manter-se no contexto de “Uma Faixa, Uma Rota”, Rui Leão acredita que sim, dependendo das políticas implementadas pela RAEM. “Macau conseguirá manter o seu património e o seu tecido histórico se trabalhar para isso. Penso que tem os instrumentos de salvaguarda e gestão que, como nós sabemos, não são suficientes para assegurar o património. Tudo depende do exercício de governação.” Rui Leão defende que, no futuro, o património não deverá estar à mercê das regras do mercado imobiliário. “Não pode ser tudo uma política de negócios e são precisas políticas para que, através do planeamento, se criem mais valias que não sejam a da pura operação imobiliária. Deve dar-se outro tipo de contrapartidas aos proprietários e moradores de zonas de património para que seja atractivo eu tomar conta ou recuperar.” Na apresentação de ontem, Rui Leão falou ainda sobre projectos recentes desenvolvidos pelo CIALP de resposta à política chinesa. “Demos início a alguns projectos que são muito importantes ao nível de trocas de formação profissional nos vários territórios que integram esta política. Temos um programa de estágios ao nível de gestão urbana que vai iniciar-se em Janeiro e que são experiências importantes. Faz sentido estender isso, não só por causa da política ‘Uma Faixa, Uma Rota’, mas também porque os nossos colegas chineses estão genuinamente interessados no que estamos a fazer, na nossa experiência”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeColoane | IAS diz ter oferecido ajuda a idosos em situação de pobreza. Estes recusaram [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) garantiu ontem, em comunicado, estar atento às condições dos moradores idosos em Coloane, depois de uma reportagem publicada pelo jornal Oriental Daily, de Hong Kong, ter noticiado as más condições de vida de alguns moradores. A reportagem fala do caso de uma idosa, de apelido Chan, que vive juntamente com o marido de 87 anos numa barraca de zinco, e que disse ao jornal que vive perto de ratos e baratas, além de ter uma casa-de-banho no meio da sala. Ambos os idosos afirmaram que o Governo nunca lhes prestou qualquer tipo de auxílio. Uma outra idosa, de apelido Cheong, referiu que corre perigo de vida caso haja um incêndio no local onde vive, devido à acumulação de equipamentos da cozinha na residência. Em comunicado, o IAS afirmou ter dado seguimento ao caso dos idosos, tendo-lhe oferecido alojamento temporário, mas que essa ajuda foi recusada. Por outro lado, segundo um comunicado do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o pessoal do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas deu atenção às condições de vida dos moradores na vila de Coloane, tendo entrado em contacto com um idoso de apelido Lo para se inteirar da sua situação. A entidade explicou que Lo já tinha sido contacto pelo IAS.
Hoje Macau SociedadeLai Chi Vun | Processo de classificação de estaleiros começa sexta-feira [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m comunicado do Instituto Cultural (IC) ontem divulgado revela que o processo de classificação dos estaleiros de Lai Chi Vun como património terá início esta sexta-feira. Em causa está uma petição por parte da sociedade que exigiu ao Governo dar início aos processos de classificação aos estaleiros. Tendo considerado que o valor da zona dos estaleiros de Lai Chi Vun corresponde ao que está definido na lei de salvaguarda do património cultural, o IC procedeu de imediato aos preparativos para o processo de classificaçãi. Na sequência da passagem do tufão Hato, a zona dos estaleiros ficou parcialmente danificada, como tal, o IC afirmou que ficaram concluídos nos últimos dias os trabalhos de remoção de destroços. Além disso, o IC prevê que no início do próximo ano se possa começar com a consulta pública sobre o processo de classificação, já com uma proposta pronta da parte do Governo.
João Luz Manchete SociedadeErro Médico | Hospital São Januário condenado em caso de negligência médica durante parto O Centro Hospitalar Conde de São Januário foi condenado num caso de negligência médica durante um parto que resultou na paralisia cerebral profunda. O hospital e o médico que se sentou no banco dos réus foram condenados a pagar mais de 2 milhões de patacas, assim como todas as despesas futuras da criança resultantes dos danos sofridos durante o parto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] caso remonta a 1 de Novembro de 2010, com o feliz augúrio de uma futura mãe que sente as suas águas rebentarem. A alegria, que deveria ser a emoção dominante num nascimento, foi substituída por consternação e tristeza. No passado dia 20 de Novembro, o Tribunal Administrativo condenou o Centro Hospitalar Conde de São Januário e o médico envolvido, Huang Yaobin, ao pagamento de uma quantia de 1,8 milhões de patacas a título de danos não patrimoniais e 405 mil patacas a título de danos patrimoniais. As partes foram condenadas ainda a pagar as despesas que venham a ser necessárias para fazer face aos danos futuros da criança, nomeadamente os tratamentos adequados, fisioterapia, medicamentos, educação especial e as demais despesas da vida quotidiana que se revelem necessárias. A enfermeira que também se sentou no banco dos réus, Vong Iok Lin, foi absolvida. Tanto o centro hospitalar, como os pais da criança interpuseram recurso para instância superior. O processo deu entrada na secretaria do Tribunal Administrativo em 2013, com os pais da criança a pediram uma indeminização superior a quatro milhões de patacas. Nascimento atribulado A enfrentar o primeiro parto, a futura mãe correu para o Hospital São Januário na madrugada de 1 de Novembro, onde lhe foi administrada Citocil, um fármaco que induz contracções de forma a preparar o feto e parturiente para o parto natural, depois de uma gestação que decorreu sem incidentes. Depois de um dia inteiro de induções, e sem sinais de progresso no que toca à dilatação do colo do útero, o bebé começou a sofrer alterações nos batimentos cardíacos. Em resposta à situação, a enfermeira que acabou por ser absolvida, administrou oxigénio à grávida para combater o stress provocado ao feto pela administração do Citocil. Às 15h34 do dia 2 de Novembro, o bebé registou o primeiro incidente de bradicardia, ou seja, o seu ritmo cardíaco diminuiu ao ponto de reduzir a circulação sanguínea. Durante a sessão de julgamento, um obstetra arrolado como testemunha para o processo, explicou ao tribunal que mais de 10 minutos desta situação são o suficiente para provocar danos irreversíveis no cérebro do bebé por falta de irrigação de sangue. Os normais batimentos cardíacos de um feto estão entre os 110 e os 160 por minuto, sendo que abaixo dos 100 já́ há́ um esforço considerável para um bebé. Neste caso, os batimentos chegaram aos 60 por minuto. Segundo a testemunha ouvida pelo colectivo de juízes, se nesta altura tivesse sido chamado um médico, talvez hoje a criança não sofresse da paralisia profunda que a deixou completamente incapacitada para a vida. Porém, isso não aconteceu. Às 15h59, o ritmo cardíaco do feto voltou a descer para níveis graves de bradicardia, onde se manteve até́ ao parto, às 16h16. Em resultado desta ocorrência, o bebé nasceu sem pulso, tendo sido reanimado sete minutos depois. Ou seja, esteve 24 minutos sem oxigénio no cérebro, algo que, alegadamente, resultou na paralisia cerebral profunda do recém-nascido. Sem haver ainda admissão dos pedidos de recurso, está para breve o retorno deste trágico caso à barra do Tribunal de Segunda Instância. Em princípio o processo será litigado em secretaria, ou seja, as alegações serão feitas por escrito, a não ser que uma das partes impugne a prova feita na primeira instância.
Hoje Macau SociedadeGrande Baía: Macau, Hong Kong e Guangdong lançam federação turística [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau, Hong Kong e Guangdong assinaram na segunda-feira o acordo da federação turística da região metropolitana da grande baía, que integra também nove cidades da província de Guangdong, indicou um comunicado oficial. O objectivo é promover a interacção e cooperação entre os membros da federação através da integração de recursos e promoção conjunta da imagem do destino da região da Grande Baía. Além de Guangdong, Hong Kong e Macau, a federação abrange nove localidades: Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing. Criada sob a orientação da Administração do Turismo da China, a Federação é uma iniciativa da Administração do Turismo de Guangdong, da Comissão para o Turismo de Hong Kong e da Direção dos Serviços de Turismo de Macau e insere-se na aplicação do acordo-quadro para o reforço da cooperação Guangdong-Hong Kong-Macau e promoção da construção da grande baía. A população da província de Guangdong, juntamente com a de Hong Kong e Macau, conta mais de 110 milhões de habitantes.
João Santos Filipe SociedadeFábrica Iec Leong : Empresa perde batalha para evitar desocupação de terrenos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Desenvolvimento Predial Baía da Nossa Senhora da Esperança recorreu para o Tribunal de Segunda Instância, no âmbito do caso ligado à Fábrica de Panchões Iec Long, mas registou uma nova derrota. A empresa pretendia evitar já a ordem de desocupação dos terrenos que trocou pela fábrica, mas viu as suas pretensões serem-lhes negadas. Perante o TSI, a companhia apresentou dois argumentos: por um lado, defendeu que a ordem para a desocupação dos terrenos na Baía da Nossa Senhora da Esperança é passível de recurso, ao contrário do que tinha sido considerado na primeira instância. Por outro, justificou as suas pretensões com o facto de considerar que a desocupação vai resultar em danos de “difícil reparação”, caso, no futuro, seja decidido que os terrenos foram obtidos de forma legal. Em relação aos danos de difícil reparação, os juízes Tong Hio Fong, Lai Kin Hong e Ho Wai Neng consideram que uma desocupação imediata, mesmo que depois se prove incorrecta, pode sempre ser compensada. Os juízes citaram um acórdão do Tribunal de Última Instância sobre um pedido semelhante, escrito no ano passado. “Pode a requerente vir a pedir indemnização pelos prejuízos sofridos, mesmo que a situação não possa ser revertida, isto é, mesmo que não possa continuar como titular da concessão por arrendamento do terreno dos autos”, consta no documento citado. O mesmo acórdão diz que a compensação dos danos pode ser financeira e que a empresa e o Governo podem chegar a um acordo sobre o montante. Na falta de um consenso, as partes podem recorrer ao tribunal, sublinha o acórdão, pelo que os danos não são considerados de “difícil reparação”. Vitória de Pirro Sobre o facto da decisão de desocupação poder, ou não, ser recorrida, a empresa conseguiu uma vitória, mas que não tem efeitos práticos. Ao contrário do que tinha sido decidido na primeira instância, o TSI considerou que o acto de execução pode ser recorrido, neste caso, porque a empresa em causa não foi ouvida previamente, como é exigido. Esta decisão não afecta a batalha jurídica sobre se a permuta de terrenos da Fábrica de Panchões Iec Long pelo terreno na Baía da Nossa Senhora da Esperança é legal. O recurso apenas visava impedir que os terrenos fossem desocupados imediatamente. Contudo, a Sociedade de Desenvolvimento Predial Baía da Nossa Senhora da Esperança tem ainda a opção de recorrer para o Tribunal de Última Instância.
Hoje Macau SociedadeIsenção de imposto sobre rendimentos em países lusófonos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] isenção do imposto complementar de rendimentos sobre rendimentos obtidos ou gerados em países de língua oficial portuguesa, nova medida prevista na proposta de Orçamento para 2018 de Macau, terá limitada utilidade prática, diz um parecer sobre o diploma. A nova isenção “terá utilidade prática apenas para os rendimentos da actividade comercial ou industrial” gerados nos países de língua oficial portuguesa com os quais “não existe ainda um acordo contra a dupla tributação em vigor, e que sejam auferidos em Macau”, aponta o parecer da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) sobre a proposta de lei do Orçamento para 2018. “É de notar que existe já uma medida de isenção fiscal similar, que também prevê uma isenção do imposto de Macau quando haja o pagamento de impostos sobre os mesmos rendimentos no exterior, prevista nos vários Acordos para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento celebrados entre Macau, por um lado, e, respectivamente, Portugal, Moçambique e Cabo Verde”, lê-se no documento. O imposto complementar de rendimentos (sobre lucros) incide sobre os rendimentos da actividade comercial ou industrial auferidos em Macau por pessoas singulares ou colectivas qualquer que seja a sua residência ou sede. A taxa, progressiva, varia entre 3% e 12%. Na proposta de Orçamento para o próximo ano, o Governo fixou o limite de isenção do imposto complementar de rendimentos em 600 mil patacas. O parecer da 2.ª Comissão Permanente da AL faz ainda referência à também nova isenção do imposto selo sobre arrematações de produtos, de géneros e de bens ou direitos sobre móveis ou imóveis no ano de 2018. Observando que o Governo esclareceu que a medida fiscal procura “assegurar a competitividade internacional da actividade leiloeira em Macau, tendo em conta que noutras jurisdições fiscais não se cobra qualquer imposto sobre a compra e venda de bens, nomeadamente de peças de arte ou de valor histórico em leilão”, salienta-se que é “uma actividade económica onde se verifica uma forte tendência para a evasão fiscal”. Isto porque “trata-se sobretudo da venda ao público em leilão de bens móveis de elevado valor pecuniário não sujeitos a registo, onde será necessário que os contribuintes apliquem o Imposto do Selo sobre os valores exactos das vendas efetuadas em leilão”, diz o documento. Além disso, como recorda a comissão da AL, existe também “contencioso fiscal pendente nos tribunais superiores” de Macau, “há já vários anos, sobre a melhor interpretação do regime” em causa, sendo “controvertido se deve ser cobrado Imposto do Selo sobre as arrematações que não sejam concluídas com sucesso, nomeadamente por desistência do arrematante”. “A isenção prevista na proposta de lei em apreciação [Orçamento de 2018] não poderá resolver esta controvérsia, dado que apenas visa introduzir uma isenção fiscal para o ano de 2018, não interferindo com o contencioso fiscal em curso”. Elaborado o parecer, a proposta de lei do Orçamento de Macau para 2018 vai subir a plenário para ser votado na especialidade, não havendo ainda uma data para o efeito.
Hoje Macau SociedadeSJM | Ambrose So espera aumento de 20 por cento nas receitas do jogo em Dezembro [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uartos cheios e receitas de jogo a aumentar, são as previsões de Ambrose So para a época de natal. O presidente do conselho de administração da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) referiu ao Jornal do Cidadão que as receitas podem mesmo ter um acréscimo de mais 20 por cento em relação ao período homólogo no ano passado. De acordo com So, até Novembro deste ano o aumento nas receitas de jogo já atingiu os 19,5 por cento, e, como tal, considera que no ano de 2017 as receitas podem ultrapassar os 20 por cento. Relativamente aos casinos satélite da SJM, Ambrose So confessou que não vai reduzir o seu número, mas admite a possibilidade de uma reorganização, tendo em conta as necessidades do mercado. O presidente da SJM tem ainda planos para o desenvolvimento da operadora no estrangeiro, sendo que garante que o investimento se mantem no território. “Tendo em conta a construção de Grande Lisboa, a SJM vai dar prioridade aos trabalhos baseados em Macau, mas não afasta a possibilidade de procurar oportunidade no exterior, referiu Ambrose So.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAcesso à advocacia | Bacelar Gouveia defende Associação de Advogados de Macau Jorge Bacelar Gouveia, director da Faculdade de Direito da Universidade Cidade de Macau, disse que a Associação dos Advogados de Macau tem sido “mal interpretada” e que compreende os casos em que licenciados em Direito não são aceites para exercerem a profissão. Isto porque “um advogado tem hoje uma grande responsabilidade” [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á muito se escreveu sobre as críticas que Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), faz aos cursos de Direito do território, atribuindo um selo de qualidade aos cursos das universidades portuguesas ou da Universidade de Macau em detrimento de outros. Ontem, Jorge Bacelar Gouveia, director da Faculdade de Direito da Universidade Cidade de Macau (UCM), faculdade privada que está a apostar na formação nesta área, saiu em defesa da direcção da AAM. “A AAM tem feito esse esforço [de formação e profissionalização de profissionais do Direito]. Às vezes é mal interpretada porque é acusada de um certo corporativismo, restringindo em demasia o acesso à profissão. Mas isso tem de ser visto com cuidado, porque um advogado tem uma grande responsabilidade. Se um advogado mal preparado aconselha mal o seu cliente pode provocar graves prejuízos. Mais responsabilidade tem um juiz ou um procurador”, apontou. A título de exemplo, já foram vários os casos de licenciados em Direito pela Universidade de Ciências e Tecnologia que não conseguiram registar-se como advogados, tendo um deles chegado à barra dos tribunais. Cursos à espera de aprovação Em Fevereiro do ano passado Shu Guang Zhang, reitor da UCM, mostrava-se optimista em relação ao desenvolvimento dos cursos na instituição de ensino superior privada, propriedade do ex-deputado Chan Meng Kam. Mais de um ano depois, a UCM continua à espera de aprovação dos cursos de licenciatura e doutoramento nesta área, garantiu Jorge Bacelar Gouveia. “Temos um mestrado em curso sobre o Direito de língua portuguesa, há um pedido que está em curso para o reconhecimento do doutoramento, e no futuro para uma licenciatura. Esses são processos administrativos que estão em marcha.” Bacelar Gouveia disse acreditar que “esses propósitos são muito importantes para fortalecer uma comunidade de juristas de língua portuguesa em Macau [e tendo em conta] a relação que a UCM tem com a República Popular da China, para que os jovens possam vir da China [para frequentar os cursos]. Tenho-me empenhado nesse projecto, que tem feito o seu percurso, é exigente”. Docente na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, ex-deputado à Assembleia da República e presidente do Conselho Fiscal da Ordem dos Advogados (OA) em Portugal até 2019, Jorge Bacelar Gouveia parabenizou a implementação do regime do ensino superior em Macau. “Isso implica, da parte da UCM, o cumprimento das exigências, e acho bem que se estabeleçam, porque o ensino superior deve ser de qualidade e não pode ser feito sem regras. Essa é a preocupação da universidade”, defendeu. Em relação ao curso de mestrado, já em curso, “é inovador”, adiantou o especialista em Constituição portuguesa. “O curso de mestrado é inovador, juntando ao mesmo tempo uma perspectiva jurídica e também económica e política. Hoje o Direito já não está mais fechado sobre si próprio, numa concepção ultrapassada e normativista.” Jorge Bacelar Gouveia falou com o HM à margem do 5º Congresso do Direito de Língua Portuguesa, que chega hoje ao fim.
Victor Ng Manchete SociedadePetição | Cloe Chao pede aumentos para os funcionários do jogo [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] preciso aumentar os salários dos trabalhadores do sector do jogo. A ideia é o mote para a petição entregue ontem no palácio do Governo pela Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo. A presidente da entidade e ex-candidata a deputada à Assembleia Legislativa, Cloe Chao, argumenta a necessidade da medida tendo em conta “o desenvolvimento económico da indústria de jogo em Macau”, disse. A petição tem como objectivo pedir ao Executivo que interceda junto das operadoras de jogo do território para que aumentem os ordenados dos seus trabalhadores em, pelo menos, seis por cento. De acordo com a responsável pela organização, apesar do aumento salarial registado no ano passado ter sido entre os 2 e 6 por cento, os funcionários, na sua maioria, não viram aumentos superiores a 2, ou mesmo 2,5 por cento. Cloe Chao recorda que, na altura, as operadoras ainda falavam da redução das receitas no sector sendo que apelavam a um esforço conjunto para superar as dificuldades. “Nós compreendemos e cooperámos”, referiu. Por isso, “com as receitas de jogo a aumentar novamente, esperamos que as operadoras assumam a sua responsabilidade e aumentem o nosso salário”, apontou Cloe Chao aos jornalistas. De acordo com a presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, até Novembro de 2017 as receitas atingiram as 23 mil milhões patacas, valor que corresponde a um acréscimo de 22 por cento em termos anuais. No entanto, e apesar dos ordenados no sector serem elevados, Cloe Chao referiu que os aumentos efectuados não têm acompanhado a taxa de inflacção acumulada. Mais regalias As melhores condições pedidas para os trabalhadores dos casinos não se ficam pelo aumento da remuneração. Cloe Chao pediu ainda que as operadoras comecem a oferecer um subsidio de residência aos seus funcionários. Para justificar o apelo, Cloe Chao refere a situação dos trabalhadores não residentes no território (TNR). “Os TNR têm sido beneficiados com o subsídio de residência e alojamento disponibilizado pelas concessionárias de jogo”, afirmou, e por isso, os locais devem ter o mesmo direito, considerou. “Somos todos trabalhadores dos casinos, mas por que é que os locais não podem ter acesso a estas regalias?”, questionou a presidente. A responsável argumenta ainda que, a dada a sua relevância, o Governo deveria ter em conta as regalias dos funcionários do sector do jogo tendo como base os mesmos critérios que tem para os funcionários públicos no que respeita ao subsidio de residência.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHotel Estoril | Activistas Scott Chiang e Alin Lam na barra do tribunal Os activistas Scott Chiang e Alin Lam vão a julgamento devido à faixa no hotel Estoril e enfrentam acusações pelos crimes de “Introdução em Lugar Vedado ao Público” e “Dano” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] julgamento dos activistas Scott Chiang e Alin Lam, devido à faixa afixada no Hotel Estoril a criticar Alexis Tam, está agendado para 11 de Setembro do próximo ano, pelas 11h15 da manhã. Os dois arguidos enfrentam uma acusação do crime de “Introdução em Lugar Vedado ao Público” e uma acusação do crime de “Dano”. A informação obtida pelo HM foi confirmada por Scott Chiang, ex-presidente da Novo Macau, que explicou que a acusação é igual para os dois arguidos. “É um caso que não faz sentido, não vou entrar em pormenores porque não tenho a certeza se o caso ainda está abrangido pelo segredo de justiça. Mas acredito que qualquer pessoa que tenha acesso à acusação vai sentir-se estranha face ao que consta nos documentos”, disse Scott Chiang, em declarações ao HM. “É mais do mesmo. Quando alguém faz com que o Governo pareça mal, ou quando o Governo considera que alguém fez com que o Executivo parecesse mal diante do público, eles sentem que têm de fazer alguma”, acrescentou. Além de membros da Novo Macau, Scott Chiang e Alin Lam fazem parte movimento “A Nossa Terra, o Nosso Plano” (em inglês Our Land, Our Plan), que foca a o planeamento urbano e preservação do património local. Os advogados atribuídos foram Chang Pak Ngai, para Scott Chiang, e Bernardo Leong, para Alin Lam. De acordo com o código penal, o crime de “Introdução em Lugar Vedado ao Público” é punido com pena de prisão até três meses ou com pena de multa até 60 dias. Já o crime de “Dano” é castigado com uma pena de prisão até três anos ou com uma pena de multa. Caso com mais de um ano O caso que vai a julgamento no próximo ano está relacionado com uma acção de protesto contra os planos do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, para remodelar o Hotel Estoril. A 11 de Agosto de 2016, quando se realizava na Praça Tap Seac o Encontro de Mestres de Wushu, apareceu um faixa no Hotel Estoril com a inscrição: “Alexis Tam: Assassino do Património”. Logo na altura, Scott Chiang, que vestia uma camisola da selecção portuguesa, e Alin Lam foram detidos nas imediações do edifício abandonado. Acabariam por ser libertados, já na sexta-feira, depois de terem prestado declarações. O então presidente da Novo Macau admitiu, logo no ano passado, que tinha estado no hotel, a verificar o estado de conservação do mesmo, mas que não tinha causado danos. O activista revelou também que já existia um buraco na rede, utilizado por pessoas para alimentarem os gatos no interior do edifício abandonado. Já em Julho de 2016, um grupo de artistas urbanos de Hong Kong, conhecido como HK Urbex, tinha entrado, por duas vezes, no Hotel Estoril e feito um filme ilegal. O caso nunca foi investigado pelas autoridades.
João Luz Manchete SociedadeLegislação | Lei da Cibersegurança entrou ontem em consulta pública A lei de protecção contra ataques online vai pressupor a criação de dois organismos públicos. A ideia é prevenir ataques cibernéticos a infra-estruturas de Macau, mas também monitorizar o fluxo de dados informáticos. Wong Sio Chak garante que a lei e as acções de vigilância não vão interferir com a privacidade dos cidadãos [dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]acau tem liberdade e em todo o mundo também é assim.” As palavras são do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, proferidas durante a sessão que marca o início da consulta pública que se estende até 24 de Janeiro. O secretário garantiu que “tudo se vai manter igual” e que a presente legislação “não significa que se possa recolher dados de qualquer modo”. Wong Sio Chak acrescentou que os “fluxos de dados informáticos” apenas poderão ser avaliados nos termos legais quanto à sua dimensão. O secretário para a Segurança acrescentou ainda que apenas se pretende garantir a segurança das redes de informação, estando de fora do âmbito da lei fiscalizar, restringir, privar, ou prejudicar a liberdade de expressão da população. Aliás, o membro do Governo garante que a legislação que agora se encontra em consulta pública, e para o qual serão criados organismos de supervisão, aumentará a protecção legal da liberdade de comunicação e privacidade. A excepção acontece quando haja autorização de um órgão judicial para que se possam descodificar os conteúdos trocados através da internet. “Só quando há acusação e instauração do processo é que se procede à vigilância, sendo necessário autorização judicial para poder recolher esses dados”, explicou Wong Sio Chak. A presente legislação dirige-se, sobretudo, ao que o Governo chama de infra-estruturas críticas, ou seja, entidades públicas e privadas que possam trazer perigo para a sociedade caso sejam atacados por hackers. De acordo com informação prestada por Wong Sio Chak, existem 116 entidades destas em Macau, onde está incluída a CTM, a empresa que fornece acesso à internet. Miguel Costa Júnior, professor do Departamento de Computação e Ciências Informáticas da Universidade de Macau, entende que se “quer actualizar leis, como se tem feito no exterior”, mas de uma forma “um pouco apressada, saltando alguns passos”. O docente considera que parece haver uma tendência para “copiar um pouco o modelo do Great Firewall da China”. Neste aspecto importa salientar que em 2015 foi criado o Grupo de Trabalho Interdepartamental de Cibersegurança, por indicação do Chefe do Executivo, e que passado um ano iniciou-se a elaboração do diploma. Déjà Vu Em 2013 o mundo ficou a conhecer Edward Snowden e o alcance da vigilância da NSA. Até à altura, as secretas norte-americanas juravam a pés juntos que apenas recolhiam mega-dados para avaliar a intensidade de fluxo de informação, sem haver um sistema alargado de vigilância aos seus cidadãos. Algo que se viria a comprovar estar longe da realidade que Snowden revelou. “Nos Estados Unidos, apesar de se falar muito na ideia da liberdade, têm havido escândalos de intromissão na vida privada, como os casos da NSA”, recorda Miguel Costa Júnior. O docente especialista em data mining, web mining e recuperação de informação, explica que a intromissão de serviços secretos em sistemas operativos “abriu a porta para os hackers que lançaram o vírus WannaCry no mundo”. Aquando da apresentação das Linhas de Acção Governativa da segurança, Wong Sio Chak referiu que a recolha de “mega dados como medida de alerta e prevenção de criminalidade é uma tendência mundial, algo que no Interior da China está muito avançado”. Os comentários do secretário mereceram a adesão da grande maioria dos deputados da Assembleia Legislativa, principalmente para vigiar a circulação de criminosos e no combate ao consumo e tráfico de droga. Importa referir que a China tem um sistema de controlo e censura online de forma aberta. “Fala-se muito mal da China no que diz respeito a vigilância, mas ao menos são honestos, não negam que vigiam”, comenta Miguel Costa Júnior. Sempre que se apertam as malhas de segurança online, é repetido o chavão de “se não há nada a esconder não há nada a temer”. Neste aspecto, importa recordar as palavras de Snowden quando disse que “argumentar que quem não se tem nada a esconder não se deve preocupar com o direito à privacidade é como estar contra a liberdade de expressão porque não se tem nada para dizer”. Ataques online A lei que se encontra agora em consulta pública pretende combater casos como uma ameaça de bomba feita online, ataques a servidores locais por hackers que criaram esquema de phishing (recolha de passwords) e casos de pirataria online que resultaram em extorsão. Um dos objectivos passa por assegurar a integridade dos sistemas informáticos de organismos públicos, mas também privados como hospitais, casinos, empresas de transporte, por aí fora. Aliás, Wong Sio Chak colocou algum drama na necessidade de aprovar a lei da cibersegurança. O secretário mencionou que a construção do projecto da cidade inteligente depende de sistemas de informação e da rede com segurança. “Estes sistemas aparentam ou escondem lacunas que irão provocar grande risco no que diz respeito à sobrevivência e desenvolvimento contínuo de Macau”, comentou Wong Sio Chak. O responsável máximo pela segurança foi mais longe ao afirmar que “no pior cenário a cidade pode ficar paralisada”, colocando “Macau e o Estado em perigo de segurança”. “Não sei até que ponto estamos tão dependentes da parte online, não tratamos de tudo por via electrónica, as pessoas ainda vão a lojas e regressam com um papel na mão”, comenta Miguel Costa Júnior. O académico explica que as resposta ao tufão Hato revelaram algum atraso tecnológico. “Não houve retransmissão de energia de um ponto para o outro, ou de entre várias conexões”, recorda. O especialista não tem a certeza até que ponto “os sistemas da CEM e da SAAM são ligados electronicamente e precisam de tanta protecção, porque há ainda muita coisa que é manual”. Uma situação que Miguel Costa Júnior não entende, porque repetidas vezes os governantes de Macau revelaram a intenção de construir uma e-city, ligada em rede, algo que a reduzida dimensão do território possibilitaria sem grandes dificuldades. “A Universidade de Macau apresentou algumas propostas e tentativas junto do Governo, assim como outras universidades. Não me parece que não seria assim tão complicado, por exemplo, um Hospital e os serviços de identificação terem uma relação de informação”, comenta o académico. Nome real O “Real Name System” foi um dos destaques da conferência que apresentou a consulta pública. Este aspecto da lei prevê que quem adquira um serviço de internet deverá apresentar documentação que comprove a sua identidade, mesmo para quem compra cartões SIM pré-pagos. Os serviços que não obedecerem a este requisito legal vão incorrer em infracções administrativas que implicam multas de 50 mil a 150 mil patacas para infracções menos graves. Caso a gravidade seja maior a multa pode ir até 5 milhões de patacas. Além disso, pode ser aplicada a privação do direito à participação em concursos públicos, direito a subsídios e benefícios e suspensão parcial, ou total, da autorização, licença, contrato de concessão ou alvará. António de Jesus Pedro, assessor do gabinete do secretário, entende que o presente diploma tem como objectivo “acolher na lei de Macau aquilo que já é prática internacional, nomeadamente na União Europeia”. O assessor recordou que na resposta aos atentados terroristas de Madrid e Londres as instituições europeias decidiram “combater o terrorismo”, em especial “com medidas que obrigaram a que existisse mais rastreabilidade de quem usa um cartão SIM”. Tal método de investigação passou a ser um elemento fundamental no combate ao terrorismo. O representante da Divisão de Informática da Polícia Judiciária, Chan Si Cheng, revelou que existe semelhante obrigação legislativa em territórios como Singapura, Japão, França e Austrália. Para dar dentes a esta lei serão criados dois organismos. A Comissão Permanente para a Cibersegurança, que estará no topo da hierarquia e que terá como elemento máximo o Chefe do Executivo e como número dois o secretário para a Segurança. Será também criado um organismo de coordenação, o Centro de Alerta e Reposta a Incidentes da Cibersegurança, que terá nos seus quadros elementos da Polícia Judiciária, DSAFP e CTT. Este diploma legal pressupõem a contratação de quadros especializados nas áreas tecnológicas, inclusive pelas entidades designadas como infra-estruturas críticas, algo que Wong Sio Chak diz que “talvez possa ser um problema em termos de mão-de-obra”.
Hoje Macau SociedadeSida | Macau quer chegar aos 90 por cento de diagnósticos até 2020 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão de Luta contra a Sida reuniu na passada quinta-feira, tendo sido apresentados os últimos dados relativos a esta doença. Segundo um comunicado oficial, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, garantiu que até 2020 Macau pretende atingir as metas 90-90-90 da ONU. Significa isto que, até essa data, “90 por cento das pessoas infectadas devem estar diagnosticadas”. Dessas, “90 por cento devem estar em tratamento, e, neste grupo, 90 por cento devem ter uma carga viral indetectável, não podendo, assim, infectar terceiros”. Lei Chin Ion adiantou ainda que “no próximo ano deve ser reforçado o trabalho de divulgação relativo à prevenção da SIDA na comunidade, reduzindo o número de casos através do aperfeiçoamento dos serviços de acompanhamento de indivíduos infectados”. Leong Iek Hou, secretário-geral da Comissão de Luta Contra a Sida, apresentou os últimos dados sobre esta matéria, tendo referido que, entre Janeiro e Outubro, foram registados 16 casos de residentes locais que foram declarados infectados com VIH em Macau. Destes, a infecção em nove casos ocorreu por via heterossexual, em sete casos via homossexual. “Em geral, os casos de infecção dos residentes locais são originados principalmente por contactos heterossexuais. No entanto, o número de casos de contacto homossexual ou bissexual nos últimos anos tem registado uma tendência de aumento”, adiantou a responsável. Já Lei Lai Peng, chefe da divisão de Tratamento da Toxicodependência e Reabilitação do Instituto de Acção Social, disse que os serviços de manutenção de metadona “têm revelado bons resultados, com uma taxa de presença dos doentes de 87 por cento”. Nos primeiros nove meses do ano foram recolhidas 14.258 seringas.
Hoje Macau SociedadeDoença das vacas loucas | Registado caso suspeito em Macau [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi detectado no Centro Hospitalar Conde de São Januário um caso suspeito de infecção por doença das vacas loucas, também conhecida como a doença de Creutzfeldt–Jakob. Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde (SS), a mulher, de 60 anos e natural de Macau, está internada “em estado grave”, não existindo, até ao momento, quaisquer novidades sobre o caso, apurou o HM junto dos Serviços de Saúde. Segundo um comunicado oficial, em Outubro a paciente “manifestou, durante uma estadia nos Estados Unidos, sintomas de hemiparesia, tendo manifestado também espasmos musculares, diminuição da força muscular dos membros, dificuldade de fala, entre outros, que gradualmente foram agravados”. A doente foi internada no São Januário na quinta-feira, depois de ter recorrido a assistência médica nos Estados Unidos, em Zhongshan, no interior da China e Hong Kong, sem que a sua situação clínica tenha apresentado melhorias. “A paciente não tem história familiar das doenças semelhantes, nem foi submetida a transfusões de sangue ou intervenção cirúrgica. De acordo com a história de contactos, história familiar, manifestações clínicas e Electroencefalograma (EEG), entre outros exames, a probabilidade de ter sido contraída a doença de Creutzfeldt–Jakob esporádica é muito elevada”, apontam os SS no mesmo comunicado. Em Macau foi relatado um caso de doença de Creutzfeldt–Jakob esporádica em 2012.
Hoje Macau Manchete SociedadeUM | Wei Zhao garante que cumpriu a lei no processo de saída De saída da Universidade de Macau, Wei Zhao garante que actuou dentro dos limites da lei e alerta o governo para a falta de competitividade do território na atracção de quadros qualificados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] reitor da Universidade de Macau Wei Zhao garante que cumpriu a lei no âmbito da sua saída para a Universidade Americana de Sharjah. As declarações sobre a polémica relacionada com o não cumprimento de um período de nojo de seis meses foi deixada numa entrevista publicada pelo jornal Ou Mun. Quando focou o assunto pelo qual está a ser investigado, Zhao sublinhou que “cumprir as leis é a obrigação mais básica dos cidadãos” e que “vai de certeza pôr esta obrigação na prática”. Por outro lado, o reitor, que deixa o cargo a 8 de Janeiro, defendeu que o seu sucessor, Yonghua Song, devia chegar antes do início do seu mandato a bem do “interesse geral” da universidade. Sobre o percurso de nove anos à frente da UM, que considerou cheio de mudanças, Wei Zhao explicou que não consegue seleccionar o momento mais marcante. Já em relação os momentos mais baixos, frisou que “só um idiota é que se sente sempre feliz, sem pensar nos seus arrependimentos”. Porém, não mencionou casos negativos concretos. Se por um lado, Wei Zhao confessou estar agradado por ter testemunhado o desenvolvimento rápido da UM, por outro lado, admitiu sentir alguma mágoa na hora de sair. Quando lhe foi pedido que explicasse melhor esse sentimento, Wei afirmou ser algo que não consegue transmitir por palavras. A construção da UM como uma das melhores universidades a nível mundial foi a meta que Wei Zhao definiu, quando tomou posse. Em jeito de balanço, o reitor considerou que o mais importante está conseguido e deu como exemplo a vontade dos estudantes locais se quererem inscrever e estudar na UM. Guerra de talentos Sobre o objectivo da UM formar um futuro Chefe do Executivo, Wei Zhao pediu confiança à população, sublinhando que sem essa meta a “existência da UM será insignificativa”. Wei reconheceu também que ao longo do percurso procurou sempre ir ao encontro das necessidades dos estudantes e da sociedade. Face ao futuro, antes da tomada de posse na universidade para onde vai, o reitor espera poder descansar. “Nos últimos nove anos, as férias que gozei não chegaram a totalizar mais de 30 dias. Se calhar é por causa das minhas limitações, mas sempre fiz o maior esforço em prol do desenvolvimento da UM, e agradeço o prazer que tive ao servir o ensino superior de Macau”, apontou. O reitor disse também que apesar de no passado ter defendido que os preços elevados do imobiliário são um dos grandes desafios para atrair talentos do exterior, que esse não é o maior obstáculo que da UM enfrenta, neste momento. Nesse sentido, Wei Zhao alertou para o facto da concorrência pelos quadros qualificados estar a ficar cada vez mais intensa, apontando para as instituições de ensino superior do Continente. Se no passado as universidades do Interior da China apresentavam falta de competitividade, agora, diz, esse cenário está muito diferente. Ao mesmo tempo, Wei Zhao considerou que Macau e Hong Kong apresentam competitividade para atraírem talentos estável, mas que não vai além de um nível médio. Como tal sugere que se comece por reconhecer este facto e que se coopere com as políticas do Governo, no âmbitos de melhorar as condições sociais.
Hoje Macau SociedadeObras Públicas | Novo regulamento da construção urbana quase concluído [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, garantiu ontem que a alteração do Regulamento Geral da Construção Urbana “está prestes a ser finalizada”, sendo que “os serviços competentes têm dedicado um grande volume de trabalho a este assunto”. “A revisão do referido regulamento representa um dos trabalhos de revisão legal de grande importância para o Governo, pelo que os serviços da área irão intensificar a comunicação e a coordenação com os serviços competentes”, adiantou a secretária. Sónia Chan explicou ainda que, depois da proposta de revisão estar concluída, “não será necessário alterar a actual e não oficial versão chinesa do regulamento”. A ausência de uma tradução oficial deste diploma de português para chinês, datado de 1963, foi apontada pelo director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng. A secretária para a Administração e Justiça referiu ainda que, no que diz respeito à revisão geral das versões chinesas e portuguesas das leis, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça irá necessitar de “algum tempo” para concluir esse trabalho, “devido à limitação de recursos humanos e dada a complexidade das tarefas”.
Hoje Macau SociedadeAcreditação | Alunos de Serviço Social do IPM reuniram com deputado [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com o Jornal do Cidadão, um grupo de estudantes do curso de Serviço Social do Instituto Politécnico de Macau (IPM) encontrou-se com o deputado Leong Sun Iok para apresentarem dúvidas sobre o regime de acreditação profissional e inscrição para assistentes sociais, actualmente em análise na especialidade na Assembleia Legislativa (AL). Relativamente ao Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, os estudantes reconheceram a sua importância, mas apontaram que existem falhas na sua composição, considerando que o sistema proposto pelo Governo pode levar a que os “que não são profissionais liderem [o processo de acreditação] dos assistentes sociais profissionais”. Além disso, e uma vez que não foi clarificado na proposta de lei o conceito de “área de serviço social”, os estudantes preocupam-se que os membros, assim como o Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, sejam pouco reconhecidos pela sociedade. Os estudantes lembraram ainda que a proposta não esclarece as competências do presidente do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, esperando que esta e outras questões sejam abordadas nas próximas reuniões da 2ª comissão permanente da AL, onde o diploma está a ser discutido. Citado pelo mesmo jornal, o deputado Leong Sun Iok disse que o Governo deve prestar mais esclarecimentos sobre o diploma para que se evitem situações de especulação. O deputado propõe que seja implementado um sistema de revisão, para que a lei possa ser revista periodicamente, de acordo com o futuro da profissão.