João Santos Filipe Manchete SociedadeConsumo | Estudo da MUST indica diminuição da confiança Os preços dos bens, a situação do emprego e o nível de vida estão a abalar a confiança dos consumidores. A MUST destaca também que a economia do Interior alcançou novas “conquistas” que deixam os consumidores mais animados, enquanto a situação internacional apresenta um crescimento mais fraco A população está cada vez menos confiante na altura de consumir, de acordo com o Índice de Confiança do Consumidor de Macau no terceiro trimestre de 2025, divulgado ontem pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na siga inglesa). No segundo trimestre do ano, o índice apontava para a existência de uma confiança reduzida, mas a situação agravou-se e o sentimento dos consumidores é agora de pessimismo. Numa escala de 0 a 200 pontos, o índice global apresenta um resultado de 99,33 pontos, quando no trimestre anterior era de 101,71 pontos. Segundo a MUST, uma pontuação abaixo de 100 pontos indica que existe falta de confiança em termos do consumo, enquanto uma pontuação acima de 100 pontos reflecte um clima de confiança. “Isto representa uma descida de 2,38 pontos, ou 2,34 por cento, em comparação com o trimestre anterior (101,71 pontos)”, pode ler-se no comunicado da instituição. “A tendência descendente acelerou neste trimestre, fazendo com que o índice saísse da faixa optimista, sinalizando que a confiança do consumidor entrou numa fase de cautela”, foi acrescentado. As alterações foram justificadas com os ambientes externo e interno. Em relação ao que se passa no mundo, para além do Interior da China, o comunicado indica existir um ambiente “cada vez mais complexo e desafiante”, e aponta que o “ritmo de crescimento da economia global enfraqueceu” ao mesmo tempo que “as barreiras comerciais continuaram a aumentar”. Para os investigadores, o cenário na China é muito diferente, porque “foram alcançadas novas conquistas no desenvolvimento de alta qualidade” com a economia a manter “um progresso constante com melhorias contínuas”. Ainda assim reconhece-se “a procura insuficiente e os níveis de preços persistentemente baixos”. Inflação e emprego preocupam O resultado global da confiança foi afectado por vários factores que levaram a população a estar mais pessimista. A maior quebra de confiança no consumo foi motivada pelo nível médio dos preços no território. Este aspecto foi avaliado com 97,74 pontos no segundo trimestre, mas no terceiro não foi além e 91,87 pontos, uma diferença de 5,87 pontos. O nível do padrão de vida é outro aspecto que apresentou uma descida da confiança, embora ainda esteja numa margem positiva. Foi avaliado com 102,73 pontos, quando antes tinha sido catalogado com 107,08 pontos, uma redução de 4,06 pontos. A maior desconfiança tem igualmente por base a situação do emprego, com um resultado pessimista de 92,69 pontos, quando no trimestre anterior era de 96,33 pontos, uma diminuição de 3,78 pontos. Os investimentos em acções é outro dos indicadores que apresentou uma redução significativa, de 3,26 pontos para 112,42 pontos de 116,21 pontos, mas que continua a ser positivo. Com os preços dos imóveis em quebra, o índice reflecte uma maior confiança dos consumidores. Em relação à compra de habitação, o índice apresentou 101,99 pontos, um aumento de 2,72 pontos face à pontuação de 99,29 do trimestre anterior. A confiança de consumo de habitação mantém-se assim num nível de optimismo. Ao mesmo tempo, as perspectivas sobre a economia local são agora melhores, embora permaneçam em território negativo. Este aspecto teve uma pontuação de 94,14 pontos, um aumento de 0,57 pontos face ao valor de 93,41 do trimestre anterior. Apesar do crescimento, os consumidores mostram-se pessimistas em relação ao estado da economia local. O Índice de Confiança do Consumidor de Macau do terceiro trimestre de 2025 teve por base 829 inquéritos junto de residentes com mais de 18 anos, realizados entre 1 e 15 de Setembro.
Hoje Macau Manchete SociedadeUniversidades de Coimbra e Macau criam laboratório para o envelhecimento A Universidade de Coimbra (UC) e a Universidade Politécnica de Macau (MPU, na sigla em inglês) firmaram um acordo de cooperação para a criação de um laboratório dedicado ao estudo e desenvolvimento de soluções para o envelhecimento. A parceria estabelece o “Laboratório Conjunto em Inteligência Artificial para a Longevidade Saudável”, com um polo de investigação em Coimbra e outro em Hengqin, revelou a UC, num comunicado enviado à agência Lusa. Segundo a instituição de ensino superior portuguesa, a missão central da estrutura é “o desenvolvimento de soluções inovadoras que possam permitir retardar o envelhecimento e melhorar a qualidade de vida da população, combinando a investigação biomédica com as potencialidades da inteligência artificial”. O laboratório reforça a colaboração entre a UC e a MPU, uma parceria que tem vindo a unir diversas equipas de investigação em projectos científicos, como é o caso do Laboratório Conjunto em Tecnologias Avançadas para Cidades Inteligentes, criado em 2022. Laços reforçados Durante a cerimónia que marcou o arranque da nova estrutura científica, foram ainda firmados protocolos para a promoção da cooperação no ensino e na mobilidade de estudantes, docentes e investigadores das duas academias. Para o reitor da UC, Amílcar Falcão, citado no comunicado, o laboratório “significa a internacionalização do conhecimento da Universidade de Coimbra na área do envelhecimento”, com uma projecção global do trabalho desenvolvido pela UC nesta área, através do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA Portugal). Por sua vez, o reitor da Universidade Politécnica de Macau, Im Sio Kei, destacou o objectivo de trabalhar em conjunto na saúde, com especial enfoque na longevidade saudável, “uma vez que a Universidade de Coimbra é muito forte nesta área” e a MPU “é muito forte na área da inteligência artificial”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Mercado a crescer em Setembro O início de Setembro mostra um mercado em recuperação face ao número de transacções do ano passado. No entanto, a maior compra e vendas de habitação também resulta de os preços serem agora mais baixos Na primeira metade de Setembro, o mercado imobiliário registou um aumento anual de 22 por cento de compras e vendas de casa e apartamentos, com 127 transacções efectuadas. Os números foram divulgados pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). No início do mês transacto, foram assim registadas 127 transacções, quando no início de Setembro do ano passado se contabilizaram 104 compras e vendas de habitação. O mercado esteve mais activo na Península de Macau com 102 transacções, mais 48 do que no ano passado, o que representou um crescimento de 88,8 por cento. Contudo, no início de Setembro de 2024 o número de transacções na Península não foi além das 54, um valor historicamente reduzido para este mercado. Em relação às transacções na primeira quinzena de Setembro deste ano, na Taipa foram apresentadas 21 compras e vendas de habitação, mais quatro do que no ano passado (17), uma alteração de 23,5 por cento. Em Coloane, registaram-se quatro transacções, uma redução de 87,9 por cento. Contudo, a transacção de 33 habitações em Coloane constituiu igualmente um número invulgarmente alto para aquela zona do território. Em termos dos preços, registou-se uma redução anual do montante de 90.543 patacas por metro quadrado para 78.418 patacas, uma diminuição de 13,4 por cento. Os preços foram afectados pela desvalorização em Coloane. Há um ano, os imóveis eram transaccionados a uma média de 124.162 patacas por metro quadrado. No entanto, mais recentemente o valor médio do metro quadrado não foi além de 75.292, uma redução de 16,8 por cento. Em Macau, o preço apresentou uma valorização para 74.698 patacas por metro quadrado, de 6,4 por cento face ao valor anterior de 70.216 patacas. Na Taipa, a valorização foi de 30,3 por cento para 92.638 patacas, quando antes era de 71.129 patacas por metro quadrado. Mercado estável Quando a comparação é feita em termos mensais, os números mostram um mercado mais estável, com ligeiras variações a nível das transacções e do preço do metro quadrado. Em comparação com o início de Agosto (118 transacções), Setembro teve mais nove compras e vendas de habitação para 127, um aumento de 7,6 por cento. Em Agosto, Macau tinha sido o mercado mais activo com 96 transacções (102 em Setembro), 19 na Taipa (21 em Setembro) e três em Coloane (quatro em Setembro). Em termos dos preços, Setembro apresentou uma ligeira redução de 572 patacas por metro quadrado, dado que o preço no início de Agosto tinha sido de 78.990 patacas por metro quadrado. Em Agosto, os preços mais elevados tinham sido registados em Coloane, com uma média de 83.444 patacas por metro quadrado, seguido pela Península de Macau (82.734 patacas) e Taipa (62.219 patacas). Habitação | Índice de preços com redução Entre Junho e Agosto, o índice global de preços da habitação foi de 192,4, tendo descido 0,8 por cento, em comparação com o período transacto de Maio a Julho. Os números foram revelados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O índice de preços de habitações construídas (206,7) baixou 1,1 por cento, face ao período precedente, porém, o índice de habitações em construção (233,6) aumentou 0,3 por cento. Quanto ao índice de preços de habitações construídas, o da Península de Macau (195,8) e o da Taipa e Coloane (250,1) desceram 1,3 por cento e 0,2 por cento. Em termos do ano de construção dos edifícios, o índice de preços de habitações construídas pertencentes ao escalão superior a 20 anos diminuiu 1,4 por cento, face ao período transacto. O índice de preços de habitações do escalão inferior ou igual a 5 anos e o índice do escalão dos 6 aos 10 anos desceram ambos 1,2 por cento, todavia, o índice do escalão dos 11 aos 20 anos cresceu 0,1 pro cento.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Pedidos autocarros durante o sinal 8 de tufão O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, considera que é necessário garantir o funcionamento de autocarros nos períodos em que o sinal 8 de tufões está içado. A ideia foi defendida em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, com o dirigente associativo a pedir que os autocarros e shuttle buses das empresas do jogo se foquem nos turistas. De acordo com Paul Wong, Macau é uma cidade turística, pelo que é necessário garantir que os visitantes têm alternativas aos táxis, quando está içado o sinal n.º 8 de tufão. O presidente da associação explicou que para proteger a imagem turística da RAEM é necessário assegurar que os turistas não ficam regularmente retidos e que os autocarros disponibilizados circulam em condições de segurança. Paul Wong recordou também que a Ponte Macau passou a permitir a circulação durante o sinal 8 e pediu que a possibilidade de os turistas se deslocarem entre as fronteiras, a zona centro da cidade e os hotéis do Cotai deve ser permanente. Além disso, o dirigente associativo deseja que as informações meteorológicas sejam anunciadas de forma mais antecipada, para que o sector tenha tempo suficiente para acomodar os turistas, e organizar os turnos para os empregados, que enfrentam dificuldades de deslocação.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJP Morgan | Outubro com as receitas mais altas em seis anos Embora o crescimento das receitas de jogo na Semana Dourada esteja abaixo das expectativas iniciais, o banco de investimento acredita que a cifra de 23 mil milhões de patacas vai ser atingida Em Outubro, as receitas dos casinos deverão atingir 23 mil milhões de patacas, o valor mais alto desde o mesmo mês de 2019. As estimativas foram feitas pelo banco de investimento JP Morgan, tendo em conta as receitas da principal indústria de Macau nos primeiros dias da Semana Dourada. De acordo com o relatório do JP Morgan, citado pelo portal GGR Asia, as receitas brutas do jogo atingiram 5,5 mil milhões de patacas nos primeiros cinco dias do mês, o que representou uma média diária de 1,1 mil milhões de patacas. “Foi a melhor Semana Dourada em mais de cinco anos”, pode ler-se no relatório citado, que vem assinado pelos analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian. Apesar deste aspecto, os analistas reconhecem que os números ficaram um pouco abaixo das expectativas iniciais para este mês: “o crescimento anual parece relativamente moderado, com um aumento de 3 por cento em relação à base (muito) elevada do ano passado, ficando alguns pontos abaixo das nossas expectativas e das expectativas do mercado, que apontavam para um crescimento médio de um dígito”, foi justificado. O crescimento das receitas abaixo das expectativas não é encarado como preocupante para a JP Morgan, porque a semana dourada de 2025 tem mais um dia de feriado do que a semana dourada do ano passado. Por isso, os analistas acreditam que a procura vai continuar forte na segunda semana de Outubro. Expectativas mantidas Os analistas acreditam que a procura vai continuar forte na segunda semana de Outubro, com as receitas diárias a atingirem 750 milhões de patacas, um crescimento de cerca de 15 por cento face ao ano passado. Na segunda semana de Outubro, é assim esperada uma quebra de 30 por cento em comparação com a primeira semana. Esta redução é mais ligeira do que aconteceu no ano passado, quando a quebra das receitas da primeira para a segunda semana chegou aos 40 por cento. “A nossa projecção para o mês permanece inalterada por enquanto, com as receitas brutas do jogo a atingirem 23 mil milhões de patacas, o valor mais elevado em seis anos, crescendo entre 11 por cento e 13 por cento em relação ao ano anterior”, foi indicado. Os analistas do banco afirmaram também esperar que a tendência de crescimento dure até ao próximo ano, com “um crescimento sustentado de dois dígitos das receitas brutas do jogo até, pelo menos, ao primeiro trimestre de 2026”.
Hoje Macau Manchete SociedadePorto / Kevin Ho | Emitido alvará de construção para “Torre do JN” A Câmara do Porto emitiu a 30 de Janeiro um alvará de construção para dar início à obra da adaptação da torre do Jornal de Notícias (JN) em hotel, respondeu a autarquia à Lusa, mas as obras ainda não avançaram. De acordo com o município, o alvará, emitido no início do ano, serve para “obras de demolição, ampliação e alteração para adequar a preexistência a hotel”. O edifício foi vendido em 2018 pela Global Media à sociedade Authentic Empathy. Desde 2020, pertence apenas a uma das sociedades que a constituíam, a Magnetic Pocket, gerida pelos empresários de Macau Lei Ka Kei e David Siu, gerentes da Burgosublime, cuja empresa-mãe é a sucursal portuguesa da KNJ, de Kevin Ho, recentemente eleito deputado. O processo da transformação da torre já tem uma década e remonta a 2015, quando deu entrada nos serviços de urbanismo do município um Pedido de Informação Prévia (PIP) para reconverter aquele espaço numa unidade hoteleira com mais de 200 quartos, processo esse que obteve um despacho favorável em Março de 2016 e que “foi sucessivamente revalidado”. O projecto de arquitectura do futuro “Hotel Jornal” foi entregue ao colectivo Oporto Office for Design and Architecture (OODA). De acordo com o ‘site’ do atelier de arquitectura, o painel de azulejos na fachada da torre, da autoria do escultor Charters de Almeida, será mantido e vai ser demolida uma parte do edifício que fica junto à Estação da Trindade. Os jornalistas saíram deste espaço em Julho de 2023. Os trabalhadores do JN e do desportivo O Jogo mudaram-se para um edifício na Rua do Monte dos Burgos, na Prelada, e os da TSF para um espaço na Boavista. A torre, da autoria do arquitecto Márcio Freitas, foi a terceira redacção dos trabalhadores daquele jornal, que se mudaram para estas instalações em 1970.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGastronomia | Estudo fala na “subvalorização” do restaurante Fernando Em “Restaurante Fernando: Um Estudo de Caso sobre Autenticidade Culinária e Património Cultural”, José Ferreira Pinto, docente da Universidade Cidade de Macau, chama a atenção para uma “subvalorização”, por parte das autoridades, do valor cultural do restaurante, destacando a manutenção da identidade do espaço José Ferreira Pinto, docente na área do turismo da Universidade Cidade de Macau (UCM), acaba de publicar um estudo de caso sobre o Restaurante Fernando na plataforma académica CABI Digital Library, intitulado “Restaurante Fernando: Um Estudo de Caso sobre Autenticidade Culinária e Património Cultural”, alertando para a falta de reconhecimento cultural deste espaço por parte das autoridades. “Para os decisores políticos e programadores de destinos, o [restaurante] Fernando representa um activo subutilizado”, tendo em conta que é um “activo que contribui para a identidade global de Macau e proporciona um modelo de turismo sustentável”. É ainda explicado que “apesar do estatuto icónico entre os habitantes locais e visitantes internacionais, o Restaurante Fernando não foi formalmente reconhecido pelas instituições oficiais de turismo ou cultura como um dos principais expoentes da marca de destino de Macau”, mas a verdade é que tem “uma influência inegável” nestes campos. “Há casos documentados de viajantes que voam para Macau apenas para jantar no Fernando antes de regressarem aos seus países de origem, uma prova da sua atracção magnética e valor simbólico”, é acrescentado. Desta forma, “reconhecer e apoiar estas instituições poderia melhorar as estratégias de ‘branding’ dos destinos e promover ligações mais profundas entre os visitantes e o local”, é referido. No mesmo estudo de caso, destinado a estudantes universitários e operadores do sector, refere-se que “o Restaurante Fernando é um exemplo convincente de como a autenticidade, quando cultivada de forma cuidada e consistente, pode transcender tendências comerciais e tornar-se numa instituição cultural”. O Fernando existe desde 1986 em Coloane, junto à Praia de Hac-Sá, sendo desde então um ponto de passagem quase obrigatório para muitos turistas e residentes. Este estudo foi realizado com base “numa combinação de observação etnográfica, conversas qualitativas e evidências documentais”, sendo que em 15 meses foram feitas mais de 20 visitas ao restaurante “para interagir com funcionários, clientes, o proprietário do restaurante e o gerente do restaurante”. Através de “conversas informais, mas sistemáticas”, abordaram-se temas como as “percepções sobre autenticidade, fidelidade do cliente e pressões comerciais”. Resistir às crises Outro ponto destacado neste estudo de caso é o facto de o restaurante ter resistido a várias crises ao longo da sua existência. “A perseverança do [restaurante] Fernando durante crises económicas, pandemias e mudanças na dinâmica do turismo oferece uma poderosa lição de resiliência. A sua recusa em comprometer a identidade do restaurante em favor da modernização preservou um espaço que parece intemporal e emocionalmente fundamentado.” Assim, o autor considera que a manutenção do restaurante tradicional “desafia a lógica dominante da inovação constante na hotelaria e no turismo, sugerindo que a consistência e a fidelidade cultural podem ser igualmente, se não mais, valiosas”. No tocante ao futuro deste espaço gastronómico bastante conhecido, são deixadas perguntas a que só o próprio Fernando poderá responder: “Deve continuar a resistir à modernização em favor da preservação do espírito original, ou adaptar-se às novas tendências da hotelaria e formalizar a sua marca para atrair públicos mais jovens e mercados internacionais?”
Hoje Macau SociedadeEquipamentos | Mulheres querem mais instalações recreativas As vice-presidentes da Associação Geral das Mulheres de Macau, Wong Kit Cheng e Loi I Weng, defendem que o Governo deve aproveitar melhor os espaços interiores em edifícios públicos para disponibilizar mais opções recreativas para a população. A posição foi deixada em declarações ao jornal Ou Mun, com as também recém-eleitas deputadas a elogiar os trabalhos do Governo, por considerarem que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) tomou a decisão certa ao planear abrir um pavilhão infantil no interior do novo Centro de Serviços da RAEM, na Avenida de Venceslau Morais. As recém-eleitas deputadas pediram também que o exemplo da abertura de mais equipamentos sociais em espaços desocupados seja replicado no Mercado Provisório do Mercado Vermelho e no Mercado Municipal do Bairro Iao Hon, dando um uso produtivo às salas vazias nesses edifícios. Ao mesmo tempo, foi pedida a realização de estudos para se escolher o tipo de serviços que mais fazem falta à população e que devem ser disponibilizados nas salas desocupadas. Nas opiniões partilhadas, as deputadas apontaram alguns exemplos como espaços para desporto, espectáculos ou salas de reuniões. Em relação ao planeamento urbano das diferentes zonas do território, Wong Kit Cheng e Loi I Weng pediram ao Executivo para fazer um planeamento de potenciais parques e outros espaços, com base nos dados da população e as necessidades de cada zona.
Hoje Macau SociedadeToxicodependência | Número de casos a diminuir Na primeira metade do ano, havia 85 toxicodependentes registados no sistema do registo central de Macau, o que representa uma redução de 11,5 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado. O número foi divulgado durante uma reunião da Comissão de Luta Contra à Droga, que teve lugar na segunda-feira. Segundo um comunicado do Instituto de Acção Social (IAS), não havia registo de toxicodependentes com idades inferiores a 21 anos. Os dados mostravam ainda que o ice é a droga mais consumida entre os toxicodependentes, com 22,7 por cento a consumirem esta substância regularmente. Segue-se o consumo da heroína, consumida por 9,1 por cento dos toxicodependentes, e a canábis, consumida por 4,5 por cento dos toxicodependentes registados. O encontro serviu para que a comissão também abordasse o plano de trabalho para o próximo ano, que passa por intensificar as campanhas de promoção para atrair mais jovens para o combate contra o consumo de droga. Além disso, os trabalhos vão igualmente ter como objectivo a melhoria da qualidade dos serviços de reabilitação de toxicodependentes. O consumo de estupefacientes em Macau é considerado crime.
Hoje Macau SociedadeMacau | Ascensão e queda das casas de penhores Alexander Wai Kai Leong, de 39 anos, quarto proprietário da Veng Seng Casa De Penhores, é um homem cuja história é contada em ouro e jade, e a sua primeira impressão é marcante, graças às joias que usa. Um relógio de ouro brilhante e um anel de ouro com uma grande pedra de jade verde-viva atraem imediatamente o olhar para a mão esquerda. A mão direita está igualmente adornada, com um anel de dragão dourado enrolado no dedo indicador e um gigantesco rubi a cintilar no dedo anelar. Um cordão de contas de madeira envolve o pulso direito, acrescentando o toque final ao conjunto. O legado de Alexander Leong começou em 1940, quando a família era dona de oito casas de penhores em Hong Kong. Naquela época, durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa, as casas de penhores viviam um ‘boom’, alimentado pelos refugiados que fugiam para Hong Kong e Macau em graves dificuldades. “As pessoas penhoravam sapatos, edredões e roupas no tempo do meu avô”, contou Leong à Lusa. Depois de 70 anos no reduto dos jogadores, a loja mudou-se para um bairro habitado por trabalhadores migrantes. A mudança fez com que o negócio de Leong passasse a ter como principais clientes os trabalhadores de países do Sudeste Asiático, o que significou “lucros significativamente mais baixos”. “Um cliente jogador equivale a 30 ou 50 trabalhadores locais ou migrantes”, estimou, sublinhando que estes trabalhadores frequentemente penhoram joias para obter liquidez, depois de enviarem a maior parte dos salários para os países de origem. Ainda assim, Alexander Leong não se arrepende da mudança. “Ainda bem que nos mudámos. Se não o tivéssemos feito, teria sido terrível”, disse o empresário, que também é presidente do conselho fiscal da Associação dos Comerciantes de Penhores de Macau. O poder do jogo A família Leong testemunhou todo o ciclo de expansão e contração da indústria de penhores de Macau, um sector intrinsecamente ligado ao negócio dos casinos. Logo a seguir à liberalização do jogo em 2003, conta Alexander, o número de casas de penhores em Macau “aumentou drasticamente”, quando comparado com o período até antes da transferência de soberania do território para a China, em Dezembro de 1999. “Macau tinha até então não mais de 40 ou 50 estabelecimentos destes”, afirmou. “Nos momentos de pico da actividade, por volta de 2014, havia mais de 200 casas de penhores”, sublinhou. Este número caiu, entretanto, significativamente, hoje são apenas 56, um número que não se via desde o período anterior a 1999, e a descida ainda não estancou, face aos novos desafios que se anunciam. O declínio começou em 2019. “Os protestos maciços em Hong Kong impactaram a nossa indústria em Macau. Os turistas [chineses] do continente tinham medo de vir a Hong Kong e, como Macau é vizinha, também não viajavam para cá”, explicou o penhorista. “Depois, quando chegou a pandemia, o negócio caiu a pique”, continuou. Após o encerramento de fronteiras, muitos negócios de penhores, que antes funcionavam 24 horas por dia, passaram a ter horário apenas diurno. “Isto forçou o encerramento de inúmeras casas”, acrescentou. O desafio mais recente surge agora, com o encerramento dos casinos-satélite até ao final do ano, e a crise no sector “vai aprofundar-se ainda mais”, garante Alexander Leong. Este sente que o sector tem sido “marginalizado pelas autoridades, que consideram os penhores um negócio de ‘alto risco’ para a lavagem de dinheiro”. Porém, argumenta, embora a indústria do jogo de Macau seja considerada nuclear, “as casas de penhores têm servido um propósito mutuamente benéfico, a si mesmas e aos poderes governantes, durante séculos”. As casas de penhores são uma parte vital do ecossistema, afirmou o líder associativo, em jeito de recado: “não só geram receita fiscal para o governo e valorizam a cidade que nunca dorme, como também providenciam oportunidades de emprego adicionais aos residentes de Macau”.
Hoje Macau SociedadeZhuhai | Cerca de 70 famílias de Macau afectadas por encerramento de centro Uma academia de basquetebol em Zhuhai fechou, deixando cerca de 70 famílias de Macau a pedirem o reembolso pelo pagamento das inscrições. O caso foi apresentado numa conferência de imprensa marcada pela associação Aliança do Povo de Instituição de Macau. Durante o evento, um grupo dos pais afectados pelo encerramento, e que ficaram sem o dinheiro pago, expuseram a situação. Segundo os afectados, a academia de basquetebol funcionava há cerca de seis anos, pelo que era tida pelas famílias como uma instituição credível. O encerramento foi assim um choque para todos. As cerca de 70 famílias terão pago mais de 400 mil renminbis, o que dá uma média de perdas de 5.714 renminbis por família. O encerramento aconteceu a 24 de Setembro, mas os pais criticaram a atitude da instituição, porque desde 18 de Junho que tinha em curso uma promoção com inscrições mais baratas, no caso da primeira inscrição das crianças ou simplesmente de renovação. Segundo os contornos apresentados, a três dias do encerramento da academia ainda estavam a ser aceites inscrições. Com as famílias a queixarem-se do encerramento, as autoridades de Zhuhai organizaram uma reunião entre os pais e os responsáveis pela academia. Contudo, o encontro promovido pelas autoridades do outro lado da fronteira foi inconsequente, a nível da protecção dos direitos dos residentes de Macau. Da reunião, não resultou qualquer acordo nem solução. Os pais criticaram ainda a academia, porque apesar de funcionar há seis anos não tinham qualquer licença do departamento de educação do Interior, como seria expectável. A 70 famílias de Macau fazem parte das 2.000 famílias afectadas pelo escândalo mais recente de Zhuhai.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCCAC | Subcomissário suspeito de abuso de poder O suspeito terá utilizado o posto de trabalho para atravessar centenas de vezes a fronteira com a família, quando não estava a trabalhar, através de um canal interno destinado aos funcionários Um subcomissário do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) está a ser investigado pela prática do crime de abuso de poder. Em causa, está o facto de o agente ter utilizado os seus poderes para atravessar a fronteira, muitas vezes acompanhado da família, pelos canais internos dos trabalhadores, de forma a evitar as complicações dos canais normais para residentes e turistas. A informação foi divulgada na sexta-feira pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que aponta que o subcomissário é “suspeito de ter abusado do seu poder, por várias vezes” de forma a “entrar com a sua família em Macau através do posto de migração que estava sob o seu comando”. Além de utilizar com a família os canais internos para os funcionários, o CCAC indica que o subcomissário também exigia “aos seus subordinados para tratarem das formalidades de passagem nas fronteiras, por forma a contornar os procedimentos normais de controlo aduaneiro no posto fronteiriço”. A situação das passagens ilegais durou cerca de quatro anos, entre 2020 e 2024, com o subcomissário a ter “aproveitado o seu cartão de identificação policial para aceder ao canal interno destinado aos funcionários na zona interdita, onde foram procedidas as formalidades respeitantes à passagem fronteiriça”. “Além disso, aquando da entrada na RAEM, evitava passar pela zona de inspecção aduaneira, ignorando as formalidades de inspecção aduaneira, as medidas de controlo de migração e a ordem da passagem fronteiriça da RAEM”, foi revelado. Caso no Ministério Público “O referido subcomissário é suspeito da prática do crime de abuso de poder previsto e punido pelo Código Penal, tendo o caso sido encaminhado para o Ministério Público e comunicado ao CPSP”, foi divulgado. O crime de abuso de poder está previsto no artigo 347.º do Código Penal e prevê uma pena de prisão de três anos, que também pode ser de multa. É um crime que implica mostrar que o agente teve benefício com a conduta ou que causou danos. Com a nota de imprensa em que revelou o caso, o CCAC apelou aos agentes para serem rigorosos e não terem quaisquer expectativas de poderem violar a lei sem serem apanhados. “O CCAC reitera que os trabalhadores da função pública, particularmente os agentes da autoridade, devem ser mais rigorosos na sua auto-disciplina e não devem desafiar a lei, na esperança de não serem apanhados”, foi comunicado.
Hoje Macau SociedadeMacau Legend | Esperados quase 87 mil milhões com emissão de acções A Macau Legend Development comunicou à Bolsa de Valores de Hong Kong a decisão de emitir acções com direito de subscrição para a obtenção de capital, esperando-se, segundo o comunicado da bolsa, 93 mil milhões de dólares de Hong Kong com a emissão de 310.059.356 acções com direitos. Cada “acção com direitos” terá o preço de subscrição de 0,3 dólares de Hong Kong. Destaque para o facto de esta emissão “está disponível apenas para accionistas qualificados e não será estendida a accionistas não qualificados”, é referido, sendo que o “produto líquido da emissão de direitos, após dedução de despesas, está estimado em aproximadamente 86,9 mil milhões de dólares de Hong Kong”. É ainda explicado que “as acções com direitos, quando atribuídas, emitidas e integralmente pagas, terão o mesmo valor das acções então em circulação, em todos os aspectos”. Além disso, “os titulares das acções com direitos integralmente pagas terão direito a receber todos os futuros dividendos e distribuições que forem declarados, feitos ou pagos na data de atribuição e emissão das acções com direitos na sua forma integralmente paga”.
Hoje Macau Manchete SociedadeMetro | Novo recorde de passageiros em Setembro No mês passado, registou-se uma média diária de 30.600 passageiros a utilizar o Metro Ligeiro de Macau. É o valor mais elevado desde que os bilhetes começaram a ser pagos. Na comparação com Setembro do ano passado, o número de passageiros mais do que duplicou O Metro Ligeiro de Macau registou, em média, cerca de 30.600 passageiros por dia em Setembro, o número mais elevado desde que o meio de transporte começou a cobrar tarifas, disse na sexta-feira a operadora. De acordo com dados oficiais, a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, a média de passageiros aumentou 10,9 por cento, em comparação com Agosto, e mais que duplicou em relação ao mesmo mês de 2024. O metro ligeiro foi inaugurado a 10 de Dezembro de 2019 e esse mês continua a deter o recorde, com uma média diária de 33 mil passageiros. Nessa altura, as viagens foram gratuitas como forma de festejar o início das operações deste meio de transporte. Em Fevereiro de 2020, com o início da cobrança de tarifas e a detecção dos primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus em Macau, a média diária de passageiros caiu para 1.100. O metro ligeiro voltaria a registar este valor mínimo em Julho de 2022, mês em que a cidade esteve em confinamento durante duas semanas devido a um surto de covid-19. Ligação à Montanha Em Dezembro, começou a operar a extensão do metro ligeiro de superfície que liga Macau à vizinha Ilha da Montanha, com 2,2 quilómetros. Um mês antes, foi inaugurada a linha que vai até Seac Pai Van, um bairro de Coloane onde o governo construiu 60 mil apartamentos de habitação pública. O metro ligeiro arrancou com apenas uma linha, que circulava só na ilha da Taipa, com uma extensão de 9,3 quilómetros e 11 estações, com uma frequência de 10 a 15 minutos, durante quase 17 horas diárias. A ligação do metro até à Barra, no sul da península de Macau, através do piso inferior da ponte Sai Van, começou a operar em Dezembro de 2023. Com a extensão do metro ligeiro, as autoridades prevêem que o volume de passageiros atinja 137 mil pessoas por dia, em 2030. O Governo lançou no final de 2022 os concursos para a concepção e construção da Linha Leste do metro ligeiro, que fará a ligação ao norte da península de Macau, onde se situa a principal fronteira com a China continental. Na quarta-feira, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man, afirmou que o Governo está a planear a extensão do Metro Ligeiro com a construção da Linha Oeste, que vai passar pelo Porto Interior. Este bairro é regularmente afectado por inundações. Sobre este aspecto, Raymond Tam sublinhou que “é necessário considerar e proceder a um planeamento e estudo de uma série de factores que integram infra-estruturas de prevenção de inundações, arruamentos periféricos, ordenamento e paisagismo”. O metro ligeiro sofreu significativas derrapagens financeiras, bem como nos prazos de execução. A primeira linha, prometida durante mais de uma década, custou 10,2 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMatmo | Quarto tufão em cinco semanas causou um ferido O sinal número 8 de tufão esteve içado durante cerca de 11 horas, entre as 02h e as 13h de ontem. Além de um ferido, a queda de um andaime de bambu do Edifício Dª. Julieta Nobre de Carvalho levou a que várias estradas fossem encerradas O tufão Matmo passou a mais de 300 quilómetros de Macau, mas causou um ferido e a queda de um andaime no Toi San obrigou a que algumas vias públicas tivessem de ser encerradas. Estas foram duas das nove ocorrências registadas pelo Centro de Operações de Protecção Civil (COPC) durante aquele que foi o quarto tufão a afectar o território em cinco semanas e que levou a que o sinal número 8 de tufões estivesse içado durante cerca de 11 horas, entre as 02h e as 13h. Os pormenores sobre os ferimentos causados a um cidadão não foram revelados, mas a ocorrência foi declarada ao COPC pelos Serviços de Saúde e pelo Hospital Kiang Wu, onde a pessoa terá sido tratada. A passagem do tufão ficou igualmente marcada pela queda de um andaime de bambu na fachada do Edifício Dª. Julieta Nobre de Carvalho. A ocorrência fez com que o viaduto em frente desse prédio tivesse de ser encerrado temporariamente. Como consequência foram igualmente encerrados de forma temporária um troço da Rua Nova de Toi San, a ligação do cruzamento entre a Avenida de Artur Tamagnini Barbosa e a Avenida do Conselheiro Borja, até ao cruzamento entre a Avenida de Artur Tamagnini Barbosa e a Rua de Lei Pou Chon. Entre as estradas encerradas, encontrava-se também o troço do cruzamento entre a Avenida de Artur Tamagnini Barbosa e a Rua Central De Toi San até ao cruzamento entre o Istmo de Ferreira do Amaral e a Rua Central De Toi San. A queda do andaime foi incluída nos dados oficiais sobre as ocorrências durante o tufão, com as autoridades a registarem um total de três casos de remoção de andaimes ou objectos em estaleiros caídos, ou que ameaçavam cair, para as vias públicas. No entanto, o maior número de ocorrências esteve relacionado com a remoção de reboco, reclames, janelas, toldos ou outros objectos em risco de queda, com sete ocorrências. Registaram-se também três casos de remoção de construções, candeeiros ou árvores em risco de queda ou derrubadas. A passagem do Matmo levou ainda a que nove pessoas tivessem de recorrer aos centros de acolhimento de emergência disponibilizado pelo Instituto de Acção Social (IAS). Nunca visto O mais recente tufão a afectar o território ficou igualmente marcado por uma estreia. Pela primeira vez desde que foi inaugurada a Ponte Macau manteve-se aberta ao trânsito, apesar do sinal número 8 de tufão estar içado. O anúncio de que o tabuleiro central da ponte ia permanecer aberto com o sinal número 8 de tufão foi divulgado na sexta-feira, através do Boletim Oficial. A velocidade da travessia em caso de tufão está limitada a 60 quilómetros por horas. Com esta infra-estrutura aberta ao trânsito, os condutores passam a ter mais uma alternativa para circularem entre Macau e a Taipa em caso de tufão. Além da Ponte Macau, é igualmente possível circular no tabuleiro inferior da Ponte Sai Van. Em relação aos transportes, a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) revelou que 51 voos foram afectados pelo tufão, com 18 a serem cancelados, 26 a registarem atrasos e sete a sofrerem alterações nos horários. Explicações e registos Com o sinal número 8 de tufão a ser substituído, as autoridades emitiram um comunicado a justificar que a distância não é o único motivo tido em conta quando se içam os sinais mais elevados. “Em termos gerais, os ventos mais intensos verificam-se nas proximidades do centro de uma tempestade tropical. Assim, quanto mais perto do centro, maior a probabilidade de se registarem ventos fortes (equivalentes a um sinal 8) ou ainda mais intensos”, foi explicado. “Contudo, na realidade, a intensidade do vento gerada por uma tempestade tropical é influenciada por diversos factores, incluindo a estrutura da circulação, a interacção entre sistemas meteorológicos e as diferenças na direcção do vento”, foi acrescentado. Sobre o Matmo, foi indicado que a “ampla extensão dos ventos fortes foi suficiente para afectar a região” e que as “rajadas intensas associadas às bandas de chuva resultaram em ventos que, durante o período do sinal 8, continuaram a atingir ou a ultrapassar o nível 8 em áreas abertas e nas pontes”. “Deste modo, a distância não pode ser o único critério a ser considerado para determinar a necessidade de emitir sinais de tufão”, foi frisado. Os SMG informaram ainda que esta foi a 12.ª tempestade tropical a afectar Macau este ano, um registo que só encontra paralelo em 1974. Estas tempestades fizeram com que o sinal número 8 fosse içado pela quarta vez no mesmo ano, o que só tinha acontecido em 1993, 2008 e 2022. Cheias desmentidas Ontem, circularam nas redes sociais imagens de cheias na zona do Patane. Contudo, as autoridades emitiram um comunicado a indicar que as imagens foram captadas durante o tufão Ragasa, que passou por Macau no mês passado. “Em relação a um vídeo online que alega graves inundações na zona de Patane, o CPSP confirmou no local que não há inundações neste momento. O referido vídeo foi filmado durante a passagem da tempestade tropical Ragasa, que atingiu Macau recentemente. O COPC apela ao público a evitar criar e espalhar rumores, uma vez que tais actos podem constituir crime”, foi apelado. “O COPC está a monitorizar de forma contínua a situação da cidade e esclarece que foram verificadas pequenas inundações na zona do Porto Interior esta manhã, que já recuaram”, foi adicionado.
Hoje Macau SociedadeHotelaria | Taxa de ocupação média de 93 por cento em Agosto Os hotéis de Macau receberam mais de 1,3 milhões de hóspedes ao Agosto, registando uma taxa de ocupação média de 92,9 por cento, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) na passada terça-feira. Em termos anuais, a ocupação média dos quartos aumentou 1,5 pontos percentuais, e o número de hóspedes aumentou 3 por cento. Esta discrepância ficou-se a dever ao aumento de quartos disponíveis no período em análise pelos 147 estabelecimentos hoteleiros. A DSEC salienta que a taxa de ocupação dos hotéis de 5 estrelas (95,7 por cento) e a dos hotéis de 4 estrelas (88,2 por cento) subiram 2,2 e 1,6 pontos percentuais, respectivamente, ao passo que a dos hotéis de 3 estrelas (89,9 por cento) diminuiu 0,9 pontos percentuais. O número de hóspedes do Interior da China (991.000) ascendeu 2,4 por cento, relativamente a Agosto do ano anterior e o de hóspedes internacionais (87.000) aumentou 20,3 por cento. A DSEC destaca que o número de hóspedes da Tailândia (8.000) registou uma subida homóloga de 157,7 por cento.
Hoje Macau Sociedade“Matmo” | Sinal 1 de tempestade emitido entre hoje e amanhã Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) vão içar, entre a noite de hoje e o início da manhã de amanhã, sábado, o sinal 1 de tempestade tropical, tendo em conta a aproximação da depressão tropical “Matmo”, situada a leste das Filipinas, que se intensificou e, entretanto, passou à categoria de ciclone tropical. O içar do sinal 1 de tempestade está relacionado com o facto de o “Matmo” ficar a um raio de 800 quilómetros de Macau, devendo deslocar-se em direcção às áreas entre a costa oeste de Guangdong e a ilha de Hainan. No domingo o “Matmo” estará mais próximo de Macau, resultando na “intensificação significativa dos ventos na região, acompanhada de aguaceiros fortes e frequentes”.
Hoje Macau SociedadeCultura | Coutinho denuncia falta de transparência em financiamentos Pereira Coutinho revelou na quarta-feira ter recebido “muitas queixas de jovens empresários apontando para a falta de transparência do Instituto Cultural e do Fundo de Desenvolvimento Cultural”. Numa publicação no Facebook, o deputado indica que os problemas se verificam ao nível da “concessão de financiamento de projectos ao abrigo do Fundo de Desenvolvimento Cultural (FDC) que há muito tempo tem estado a ser monopolizada por três a cinco entidades particulares”. Coutinho realça que em Agosto de 2023 escreveu uma interpelação a pedir transparência para o processo de concessão de financiamento, incluindo “informação detalhada dos membros e peritos das várias Comissões de Avaliação de Actividades e Projectos do FDC”, de forma a filtrar eventuais conflitos de interesse. Porém, o deputado considera que “lamentavelmente, a situação não tem melhorado”, e que irá “continuar a acompanhar a questão na Assembleia Legislativa”.
Hoje Macau SociedadeTrabalho | Joey Lao quer subsídios para o primeiro emprego O deputado eleito Joey Lao defende que o Governo deve lançar um subsídio mensal destinado às empresas para financiar salários de jovens contratados para o primeiro emprego. O responsável entende que desta forma os empregadores serão incentivados a recrutar recém-licenciados. A posição foi tomada no programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau da quarta-feira, em que participaram os candidatos eleitos de Jiangmen à Assembleia Legislativa. “Quando o Governo apoia jovens para trabalharem na Grande Baía, atribui-lhes subsídios de 5 mil patacas por mês, porque é que estas cinco mil patacas não podem subsidiar trabalhos em Macau? Se o Governo estiver disposto a subsidiar os empregadores para recrutarem recém-licenciados, estes terão mais vontade de contratar. Imaginem recém-licenciados com salários mensais de 13 mil patacas. O Governo subsidia 5 mil e os empregadores só precisam de pagar 8 mil patacas. Deve resolver o problema do desemprego jovem,” acrescentou.
Hoje Macau SociedadeTáxis | 100 viaturas começam a operar em 2026 A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) assegura que uma centena de táxis regulares deverão começar a operar no mercado, “o mais tardar, no segundo trimestre de 2026”. Este concurso público decorreu tendo em conta o fim do contrato, à meia-noite de terça-feira, 30 de Setembro, do fim do contrato dos chamados “táxis azuis”, com a Indústria de Transportes de Passageiros em Táxis Especiais. Numa nota, a DSAT esclarece que há ainda 200 “táxis vermelhos” a circular, bem como os “táxis pretos”, num total de 1.400 viaturas disponíveis no mercado. A DSAT destaca ainda que “estão em curso os preparativos para uma nova ronda de concurso público para a atribuição de licenças de táxi, com o objectivo de aumentar rapidamente o número de táxis disponíveis e reforçar as exigências para que haja táxis acessíveis”. A DSAT diz que, dos 200 condutores dos “táxis azuis”, “cerca de 70 por cento foram reaproveitados pela companhia para conduzir os ’táxis vermelhos'”, sendo que os restantes “manifestaram intenção de continuar no sector dos táxis, mudar para outras áreas do sector de transportes ou proceder à reconversão profissional”.
Hoje Macau Manchete SociedadeDroga | Apreendidos 31 milhões de patacas em canábis A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a maior apreensão de canábis de sempre do território, avaliada em mais de 31 milhões de patacas. De acordo com uma conferência de imprensa, os estupefacientes foram apreendidos no domingo, no Aeroporto Internacional de Macau, e a operação levou à detenção de três homens, dois da Malásia e um de Hong Kong. A operação teve como base informação recebida pela PJ sobre a existência de um grupo de traficantes de droga que pretendia entrar com canábis proveniente da Tailândia em Hong Kong, através de Macau. No entanto, para tentar não levantar suspeitas, os indivíduos voaram para Macau a partir da Coreia do Sul. As autoridades esperaram que os três homens aterrassem e que levantassem a bagagem. Os suspeitos actuaram de forma separada, mas quando receberam as respectivas bagagens foram interceptados pela polícia. Na bagagem de dois suspeitos foram encontrados 16 e 40 embalagens com cabeças de canábis, num total de 31 quilos, com um preço de mercado de 31 milhões de patacas. Os dois homens da Malásia admitiram a prática dos factos e afirmaram terem recebido cerca de 19 mil patacas para servirem de mulas. O terceiro homem, que não foi apanhado com droga na bagagem, apesar de ser suspeito de monitorizar os outros dois, recusou colaborar na investigação. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasa do FC Porto | Sede com ordem de despejo e rendas em dívida A Casa do Futebol Clube do Porto Macau-China está a ser alvo de uma acção de despejo por falta de pagamento de várias rendas. A informação consta num anúncio de despejo do Tribunal Judicial de Base. Recorde-se que, desde Fevereiro, a entidade vinha sofrendo dificuldades financeiras São quase 79 mil patacas de dívidas, quer em rendas em atraso, quer em pedidos de indemnização. A Casa do Futebol Clube do Porto Macau-China está a ser alvo de uma acção de despejo pelo atraso no pagamento de rendas. A informação consta num anúncio do Tribunal Judicial de Base (TJB) publicado na imprensa, e que justifica esta acção de despejo “na falta de pagamento da renda por um período superior a três meses”. Recorde-se que em Fevereiro deste ano a Casa do FC Porto de Macau pediu donativos nas redes sociais para lidar com as despesas associadas às cheias que ocorreram na sede e que levaram ao encerramento da cantina em Janeiro. Já nessa altura, a associação falava em “enormes prejuízos” que colocavam em causa a “capacidade de cumprir com os compromissos financeiros” da entidade. O HM contactou Diana Massada, presidente da associação, que garantiu que irá contestar a acção. “O senhorio deve-nos dinheiro dos prejuízos causados por falhas estruturais da fracção”, adiantou ao HM. A responsável alega que tem sido arrendada “uma fracção sem condições para o fim a que se destinava”, que era a “sede da associação com serviço de cantina”. Patacas e mais patacas No anúncio publicado nos jornais, lê-se que a Casa do Futebol Clube do Porto de Macau-China, situada no número 16 na Travessa de São Domingos, tem agora os prazos legais para contestar a acção de despejo. É exigido o pagamento de 40.815 patacas das rendas não pagas de Fevereiro, Março, Abril e Maio deste ano, bem como o pagamento de indemnização “igual ao montante das rendas referentes aos meses de Fevereiro, Março e Abril de 2025, por o atraso ser superior a 30 dias”, isto num total de 32.508 patacas. É também exigido à associação o pagamento de 5.418 patacas relativo “a metade do montante da renda referente ao mês de Maio de 2025, por o atraso ser, à data da propositura da presente acção, superior a 8, mas inferior a 30 dias”. A Casa do FC Porto deve ainda suportar os custos relativos “às rendas vincendas até ao despejo da ré [Casa do FC Porto] e efectiva restituição do locado aos autores [da acção, os proprietários] livre de pessoas e bens”, mais juros. A Casa do FC Porto deve ainda suportar as custas judiciais, tendo direito a apoio judiciário. A primeira inundação a afectar a sede da associação aconteceu a 19 de Janeiro, mas voltou a ocorrer uma segunda vez. “Infelizmente, os responsáveis pelas obras não efectuaram correctamente as reparações necessárias e após já termos a sede quase pronta para a reabertura sofremos nova inundação”, foi relatado nas redes sociais. O fecho da cantina, que originava algumas receitas para a entidade, levou a “enormes prejuízos, porque não só afectou as nossas receitas, como originou enormes perdas de comida, gastos extraordinários para tentar reabrir, e colocou em risco a nossa capacidade de cumprir com os compromissos financeiros, nomeadamente o pagamento de salários”, foi referido.
Hoje Macau SociedadeHengqin | Sam Hou Fai pede investimento a empresários de Cantão O Chefe do Executivo afirmou que os empresários de Guangdong são bem-vindos para investir nas indústrias de Hengqin, de Macau e da Grande Baía. Num discurso por vídeo na Convenção Mundial de Empresários de Guangdong 2025, Sam Hou Fai destacou o objectivo de ligar os recursos mundiais com as oportunidades da Grande Baía, para alcançar um maior e novo desenvolvimento. Sam Hou Fai ainda apontou que a RAEM presta grande atenção à construção da Grande Baía e faz todos os esforços para alcançar esse objectivo. O líder do Governo também apontou que actualmente existem várias empresas de Guangdong em Macau que investem em áreas como inovação tecnológica, serviços financeiros, turismo cultural e exposições, mostrando bons resultados de cooperação. A Convenção Mundial de Empresários de Guangdong 2025 foi realizada em Guangzhou, com início no domingo e encerramento hoje.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Esperados 1,2 milhões de visitantes na Semana Dourada As autoridades acreditam que a 3 e 4 de Outubro o número de visitantes diários chegue a 150 mil. Samuel Tong, economista e membro do Conselho Executivo, acredita que a semana dourada e as semanas seguintes vão trazer uma nova dinâmica à economia local As autoridades estimam que na semana dourada, que decorre entre 1 e 8 de Outubro, Macau receba cerca de 1,2 milhões de turistas. Os números foram revelados ontem, através de uma conferência de imprensa do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), liderada pelo comissário Lam Keong. De acordo com Lam, é esperada uma média de 150 mil visitantes por dia, com as previsões a apontarem para que os dias 3 e 4 de Outubro sejam os mais movimentados. As autoridades esperam, assim, dias muito movimentados um pouco por todas as fronteiras para Macau. Por sua vez, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, estimou que na semana dourada a ocupação média dos hotéis atinja 90 por cento. A responsável também explicou que o pico esperado de visitantes não vai levar o Governo a fazer com uma revisão da estimativa de cerca de 39 milhões de turistas ao longo deste ano. Por sua vez, Samuel Tong, presidente do Instituto de Gestão de Macau e membro do Conselho Executivo, afirmou que a semana dourada é um dos vários eventos que vão decorrer até ao final do ano e que vão levar à aceleração da actividade económica. Em declarações ao jornal Ou Mun, Tong destacou que eventos como a semana dourada, os Jogos Nacionais, o Grande Prémio de Macau, o Festival da Gastronomia e o Natal geram o aumento do consumo. Factores favoráveis Com cerca de 90 por cento dos turistas vindos do Interior da China e Hong Kong, Samuel Tong explicou que as perspectivas de consumo são mais positivas, devido ao que afirmou serem os bons desempenhos das bolsas do Interior da China e de Hong Kong. Como o Índice Shanghai atingiu o ponto mais alto dos últimos dez anos e o Índice Hang Seng o ponto mais alto dos últimos quatro anos, Samuel Tong considera que a situação económica na região apresenta melhorias e que essa realidade se vai traduzir num maior consumo. O economista espera que o sector de vendas a retalho e de viagens em Macau seja beneficiado com o que considerou ser a nova realidade económica, que não se enquadra na recessão dos últimos três anos. Quanto à procura interna, Samuel Tong elogiou o Governo devido ao Grande Prémio do Consumo, um programa de atribuição de vales de desconto que considerou estar a gerar mais consumo nos bairros residenciais. Segundo Tong, a medida vai contribuir para melhorar a saúde financeira das pequenas e médias empresas. O economista também defendeu que muitos residentes locais investem na Bolsa de Hong Kong e que, por isso, é esperado que os ganhos dos investidores se traduzam no aumento do consumo em Macau.