João Santos Filipe Manchete SociedadeTrânsito | Operação do Grande Prémio envolve 700 efectivos O evento que decorre entre 14 e 17 de Novembro vai afectar a circulação do trânsito e alterar o percurso normal de mais de 40 autocarros. A organização apela aos residentes para que nesses dias reservem mais tempo para as deslocações e optem por andar a pé [dropcap]A[/dropcap] organização do Grande Prémio de Macau vai envolver um contingente com cerca de 700 pessoas, entre agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Corpo de Bombeiros e agentes da Polícia Judiciária. Os números envolvidos foram revelados ontem por Lao Sio Hap, subintendente do CPSP, na conferência de imprensa sobre as alterações do trânsito para os dias 14 e 17 de Novembro, da próxima semana. Os agentes do CPSP vão ser destacados principalmente para os cruzamentos e pontos em que há mais pressão sobre o trânsito devido ao corte de várias vias para a realização das corridas. “Vamos assegurar o funcionamento das vias durante a realização das provas. Mas estamos à espera que o trânsito seja mais afectado nas zonas Norte e Centro da cidade, porque vai haver nessas áreas uma maior concentração de circulação de veículos”, afirmou Lao Sio Hap. O representante da CPSP revelou igualmente que no ano anterior não foram multados condutores por infracções relacionadas com as modificações de trânsito, como o estacionamento ou a paragem em áreas proibidas. “Houve um grande apoio da população ao evento e durante as provas não houve multas relacionadas com infracções devido aos arranjos do trânsito. As pessoas estavam bem informadas e esperamos que o apoio da população volte a estar presente na edição deste ano”, disse o subintendente. Este aspecto, explicou ainda Lao, não impediu que fossem detectadas infracções em outros pontos da cidade durante o evento. Artérias cortadas Nos quatro dias de provas 46 autocarros que vão ser afectados, com mudanças nos respectivos percursos. No caso do autocarro H2, que circula entre a Habitação do Fai Chi Kei e Hospital Conde São Januário, o serviço vai mesmo ser suspenso. No sentido oposto, são criados os percursos especiais 12T, entre o Terminal Marítimo do Porto Exterior e a Praça Ferreira Amaral, e 31T, entre o Terminal Marítimo do Porto Exterior e a Paragem Provisória do Fórum Macau. As viagens nestes autocarros são gratuitas. Ao mesmo tempo, vai ser criada junto ao casino Jai Alai uma zona de paragens para os autocarros de transporte de turistas para os casinos. Devido a fazerem parte do circuito, as artérias Avenida de Amizade, Avenida Venceslau Morais, Ramal dos Mouros e Rua dos Pescadores serão cortadas ao trânsito, o que vai fazer com que a Rua Cidade de Sintra, junto ao Hotel Starworld, tenha trânsito nos dois sentidos, quando normalmente apenas se circula de Este para Oeste. Também a zona circundante do Jardim da Montanha Russa vai sofrer alterações no sentido do trânsito. Em várias artérias da cidade vai ainda haver supressão de lugares de estacionamento para permitir a circulação de mais viaturas. Este ano a organização instalou 151 portões nas barreiras de metal e espera-se que o circuito possa abrir todos os dias ao trânsito entre as 17h30 e as 18h00, de acordo com o programa das provas. Estas alterações levaram também o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, Pun Weng Kun, a apelar à compressão dos cidadãos: “Os cidadãos estão habituados a esta situação, até porque esta já é a 66.ª edição. Porém, apelo a que se desloquem a pé nesses dias e que utilizem mais os autocarros públicos”, sublinhou.
Hoje Macau SociedadeSeac Pai Van | Preocupações com inauguração de centro de saúde [dropcap]W[/dropcap]ong Lai I, membro do Conselho Consultivo de Serviço Comunitário das Ilhas, disse estar preocupada com a data de inauguração do novo centro de saúde do complexo habitacional de Seac Pai Van. De acordo com o jornal Cheng Pou, na reunião plenária deste Conselho Consultivo, realizada esta terça-feira, foi levantada a questão de o espaço destinado ao centro de saúde estar ainda com muitos materiais de construção no seu interior, não existindo nenhum andamento das obras. A data de inauguração do centro de saúde foi já adiada por duas vezes, estando prevista agora para depois de 2020. Em declarações ao jornal Ou Mun, Liu Fengming, coordenadora-adjunta do Conselho Consultivo, adiantou que os representantes dos Serviços de Saúde explicaram que dois andares do espaço destinado ao centro de saúde serão utilizados pelo Instituto de Acção Social para ali abrir um novo lar de idosos e um centro de reabilitação para doentes mentais. Desta forma, o centro de saúde de Seac Pai Van vai funcionar em apenas dois pisos do Complexo Comunitário de Seac Pai Van ao invés dos quatro inicialmente previstos. Liu Fengming disse que a alteração do projecto está a ser analisada pela Direcção dos Serviços de Solo, Obras Públicas e Transportes.
Hoje Macau SociedadeSeac Pai Van | Preocupações com inauguração de centro de saúde [dropcap]W[/dropcap]ong Lai I, membro do Conselho Consultivo de Serviço Comunitário das Ilhas, disse estar preocupada com a data de inauguração do novo centro de saúde do complexo habitacional de Seac Pai Van. De acordo com o jornal Cheng Pou, na reunião plenária deste Conselho Consultivo, realizada esta terça-feira, foi levantada a questão de o espaço destinado ao centro de saúde estar ainda com muitos materiais de construção no seu interior, não existindo nenhum andamento das obras. A data de inauguração do centro de saúde foi já adiada por duas vezes, estando prevista agora para depois de 2020. Em declarações ao jornal Ou Mun, Liu Fengming, coordenadora-adjunta do Conselho Consultivo, adiantou que os representantes dos Serviços de Saúde explicaram que dois andares do espaço destinado ao centro de saúde serão utilizados pelo Instituto de Acção Social para ali abrir um novo lar de idosos e um centro de reabilitação para doentes mentais. Desta forma, o centro de saúde de Seac Pai Van vai funcionar em apenas dois pisos do Complexo Comunitário de Seac Pai Van ao invés dos quatro inicialmente previstos. Liu Fengming disse que a alteração do projecto está a ser analisada pela Direcção dos Serviços de Solo, Obras Públicas e Transportes.
Juana Ng Cen SociedadeMUST | Fundo financiou projectos com 340 milhões de patacas [dropcap]O[/dropcap] Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau financiou 260 projectos de investigação científica com 340 milhões de patacas entre Janeiro e Outubro. Os números foram apresentados ontem com o relatório das actividades do Fundo presidido por Frederico Ma, numa conferência de imprensa que teve lugar na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês). A principal novidade entre o ano passado e o actual foi o aumento do orçamento, que mais do que duplicou, ao passar de 247 milhões de patacas, em 2018, para 535 milhões no corrente ano. Em relação à taxa de aprovação dos projectos científicos este ano, a taxa de aprovação foi de 43 por cento, uma vez que houve 604 pedidos de financiamento que resultaram em 260 projectos apoiados. No evento de ontem estiveram igualmente presente alguns dos autores dos projectos apoiados, entre eles Lok Ka In, investigador ligado ao Instituto de Enfermagem do Kiang Wu, que foca a eficácia das aplicações para dispositivos móveis na gestão, ao nível dos valores do sangue, na doença Diabetes de Tipo 2. De acordo com Lok, a aplicação permite gravar a informação sobre a glicose, pressão arterial e comunicação em tempo real com a equipa de médicos que acompanha o doente. “A situação de download do Apps ainda não é ideal, mas existe a possibilidade de trazer verdadeiros benefícios médicos para o território. Muitas vezes os doentes crónicos têm muita falta de disciplina no controlo da doença, mas assim é possível mudar essa hábito e controlar os diabetes de forma mais eficaz”, afirmou Lok sobre as vantagens do projecto. O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia aposta também num aumento da cooperação com o exterior e lançou, em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Cantão, um apoio para projectos das área que chega aos 20 milhões de patacas.
Juana Ng Cen SociedadeMUST | Fundo financiou projectos com 340 milhões de patacas [dropcap]O[/dropcap] Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau financiou 260 projectos de investigação científica com 340 milhões de patacas entre Janeiro e Outubro. Os números foram apresentados ontem com o relatório das actividades do Fundo presidido por Frederico Ma, numa conferência de imprensa que teve lugar na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês). A principal novidade entre o ano passado e o actual foi o aumento do orçamento, que mais do que duplicou, ao passar de 247 milhões de patacas, em 2018, para 535 milhões no corrente ano. Em relação à taxa de aprovação dos projectos científicos este ano, a taxa de aprovação foi de 43 por cento, uma vez que houve 604 pedidos de financiamento que resultaram em 260 projectos apoiados. No evento de ontem estiveram igualmente presente alguns dos autores dos projectos apoiados, entre eles Lok Ka In, investigador ligado ao Instituto de Enfermagem do Kiang Wu, que foca a eficácia das aplicações para dispositivos móveis na gestão, ao nível dos valores do sangue, na doença Diabetes de Tipo 2. De acordo com Lok, a aplicação permite gravar a informação sobre a glicose, pressão arterial e comunicação em tempo real com a equipa de médicos que acompanha o doente. “A situação de download do Apps ainda não é ideal, mas existe a possibilidade de trazer verdadeiros benefícios médicos para o território. Muitas vezes os doentes crónicos têm muita falta de disciplina no controlo da doença, mas assim é possível mudar essa hábito e controlar os diabetes de forma mais eficaz”, afirmou Lok sobre as vantagens do projecto. O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia aposta também num aumento da cooperação com o exterior e lançou, em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Cantão, um apoio para projectos das área que chega aos 20 milhões de patacas.
Andreia Sofia Silva SociedadeStartups | Macau com representação inédita na WebSummit A Direcção dos Serviços de Economia de Macau levou à WebSummit um total de 11 projectos desenvolvidos por startups locais, duas associações e quatro professores universitários. É a primeira vez que a RAEM tem um lugar próprio na maior cimeira de tecnologia do mundo [dropcap]C[/dropcap]hega hoje ao fim mais uma edição da WebSummit, que decorre em Lisboa, mas este ano a maior cimeira de tecnologia do mundo conta com uma novidade, uma vez que as startups de Macau fazem-se representar, pela primeira vez, num espaço próprio. A Direcção dos Serviços de Economia (DSE), em parceria com a Fábrica de Startups, em Portugal, levou um total de 11 projectos ao Centro de Incubadoras de Macau presente no Parque das Nações, onde decorre o evento. Edgar Cheong, responsável pelo Centro, disse ao HM que a ideia é expandir cada vez mais a presença das empresas de Macau no evento de tecnologia que reúne as startups mais inovadoras do momento. “Queremos, em primeiro lugar, que os membros do nosso Centro mostrem os seus projectos na WebSummit e também dizer às pessoas que Macau funciona como uma plataforma”, adiantou. A lista de interessados para participar na WebSummit era grande, frisou Edgar Cheong. “Por limitações de espaço trouxemos apenas 11 projectos”, mas há a possibilidade de cada vez mais startups de Macau poderem viajar para Lisboa nos próximos anos. “Este é um passo muito importante e penso que no próximo ano será diferente”, acrescentou. Estreias e não só Marco Rizzolio, fundador da startup Follow Me Macau, é um dos rostos que este ano integra o Centro de Incubadoras de Macau. Há dois anos fundou a empresa que mostra tudo o que se pode fazer no território fora dos casinos, e, desde a sua fundação, já foram vendidas 2300 experiências. A Follow Me Macau trabalha sobretudo com empresas do ramo de exposições e convenções que, aquando da sua passagem pelo território, procuram proporcionar aos seus funcionários um dia de entretenimento, organizado pela startup. O responsável adiantou ao HM que esta presença na WebSummit é muito importante para Macau e para o seu sector empresarial. “Está a ser dado um passo firme. Este Centro de Incubadoras foi lançado há dois anos e o Governo tem esta área como uma das prioridades. Não é de um ano para o outro mas acredito que esta (presença de Macau) se vai intensificar ao longo dos anos.” Para Jonathan Lok, fundador da DianDian Macau, a presença na WebSummit é uma estreia. “Está a ser uma experiência muito interessante e espero que possamos ligar-nos a outras pessoas e empresas para vivenciar mais este ecossistema de negócios e levar estas experiências para Macau. Também queremos ver se temos oportunidades em Portugal como porta de entrada para a Europa”, adiantou. A DianDian Macau dedica-se à criação de um software ligado ao sistema de gestão de clientes para Pequenas e Médias Empresas, para que, através da aplicação, tudo seja feito de forma digital, com menor recurso ao papel.
Andreia Sofia Silva SociedadeStartups | Macau com representação inédita na WebSummit A Direcção dos Serviços de Economia de Macau levou à WebSummit um total de 11 projectos desenvolvidos por startups locais, duas associações e quatro professores universitários. É a primeira vez que a RAEM tem um lugar próprio na maior cimeira de tecnologia do mundo [dropcap]C[/dropcap]hega hoje ao fim mais uma edição da WebSummit, que decorre em Lisboa, mas este ano a maior cimeira de tecnologia do mundo conta com uma novidade, uma vez que as startups de Macau fazem-se representar, pela primeira vez, num espaço próprio. A Direcção dos Serviços de Economia (DSE), em parceria com a Fábrica de Startups, em Portugal, levou um total de 11 projectos ao Centro de Incubadoras de Macau presente no Parque das Nações, onde decorre o evento. Edgar Cheong, responsável pelo Centro, disse ao HM que a ideia é expandir cada vez mais a presença das empresas de Macau no evento de tecnologia que reúne as startups mais inovadoras do momento. “Queremos, em primeiro lugar, que os membros do nosso Centro mostrem os seus projectos na WebSummit e também dizer às pessoas que Macau funciona como uma plataforma”, adiantou. A lista de interessados para participar na WebSummit era grande, frisou Edgar Cheong. “Por limitações de espaço trouxemos apenas 11 projectos”, mas há a possibilidade de cada vez mais startups de Macau poderem viajar para Lisboa nos próximos anos. “Este é um passo muito importante e penso que no próximo ano será diferente”, acrescentou. Estreias e não só Marco Rizzolio, fundador da startup Follow Me Macau, é um dos rostos que este ano integra o Centro de Incubadoras de Macau. Há dois anos fundou a empresa que mostra tudo o que se pode fazer no território fora dos casinos, e, desde a sua fundação, já foram vendidas 2300 experiências. A Follow Me Macau trabalha sobretudo com empresas do ramo de exposições e convenções que, aquando da sua passagem pelo território, procuram proporcionar aos seus funcionários um dia de entretenimento, organizado pela startup. O responsável adiantou ao HM que esta presença na WebSummit é muito importante para Macau e para o seu sector empresarial. “Está a ser dado um passo firme. Este Centro de Incubadoras foi lançado há dois anos e o Governo tem esta área como uma das prioridades. Não é de um ano para o outro mas acredito que esta (presença de Macau) se vai intensificar ao longo dos anos.” Para Jonathan Lok, fundador da DianDian Macau, a presença na WebSummit é uma estreia. “Está a ser uma experiência muito interessante e espero que possamos ligar-nos a outras pessoas e empresas para vivenciar mais este ecossistema de negócios e levar estas experiências para Macau. Também queremos ver se temos oportunidades em Portugal como porta de entrada para a Europa”, adiantou. A DianDian Macau dedica-se à criação de um software ligado ao sistema de gestão de clientes para Pequenas e Médias Empresas, para que, através da aplicação, tudo seja feito de forma digital, com menor recurso ao papel.
Andreia Sofia Silva SociedadeComunidade portuguesa em Macau | Novo livro apresentado hoje em Portugal É hoje lançado, no auditório Carvalho Guerra da Universidade Católica Portuguesa do Porto, um novo livro sobre a comunidade portuguesa de Macau, que traça um quadro histórico das idas e vindas dos portugueses a Oriente e das suas motivações. “Portugueses em Macau” é uma obra da autoria de Susana Costa e Silva e Victor Teixeira e conta com o apoio do Instituto de Estudos Europeus de Macau [dropcap]E[/dropcap]migrámos para Macau, fizemos negócios, desistimos, regressámos, voltámos novamente. As gerações mais velhas ficaram para sempre, as mais novas buscam novas experiências profissionais e crescimento pessoal. A comunidade portuguesa em Macau tem sido constituída por diferentes cenários e motivações ao longo dos séculos, que são agora vistos à lupa num novo livro. O projecto académico “Portugueses em Macau”, da autoria de Susana Costa e Silva e Victor Teixeira, ex-residentes do território e professores da Universidade Católica Portuguesa (UCP), é hoje lançado no auditório Carvalho Guerra, na UCP do Porto. A apresentação insere-se numa palestra intitulada “Macau, 20 anos depois do handover”. Apesar dos muitos estudos feitos sobre a comunidade portuguesa em Macau, os autores ressalvam o facto de esta obra procurar ser transversal às várias fases de emigração dos portugueses. “Apesar de já se ter escrito muita coisa sobre Macau, não existe aquilo que é uma articulação da história da presença e da população portuguesa, com uma caracterização sociológica daquilo que são os portugueses, os macaenses e outras identidades portuguesas. Não havia um estudo que se articulasse com a história da presença portuguesa depois do handover”, começou por dizer Victor Teixeira. O livro traça, assim, um retrato de antigas gerações de emigrantes e dos jovens que decidem mudar-se, nos dias de hoje, de armas e bagagens para Macau. “Este trabalho resulta de um interesse manifestado pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), que deu o suporte à ideia quando estávamos em Macau. Há um enquadramento histórico dos portugueses que chegaram a Macau até à idade contemporânea, enquanto que eu procurei compreender os portugueses que chegaram há muito tempo em Macau e aqueles que, tendo a oportunidade de regressar a Portugal aquando do handover, resolveram ficar”, adiantou Susana Costa e Silva. O crescimento profissional Tendo como base inúmeras entrevistas realizadas a portugueses que residem em Macau, Susana Costa e Silva identificou factores “ligados ao crescimento pessoal, mais ao nível micro, factores ligados ao crescimento profissional e um nível mais macro factores que se relacionam com interesse ou não pelo território. A facilidade dos portugueses de se ligarem ao Oriente, de aprenderem culturas diferentes”. A ida para Macau no contexto de crise económica que se viveu em Portugal foi uma das fases de emigração identificada pelos autores, protagonizada por profissionais qualificados que partiram em busca de novas oportunidades. Estes “procuraram num território longínquo do ponto de vista geográfico, mas que do ponto de vista cultural não é tão longínquo assim”. “Concluímos que há sempre um elo de ligação ao território, um familiar ou até algum conhecido, há uma rede que faz com que os factores de atracção de Macau sejam mais significativos do que em relação a outras localizações”, frisou a autora. “São as motivações profissionais e não de ligação afectiva que atraíram esta nova leva de jovens para Macau”, disse ainda Susana Costa e Silva. Além disso, a ida para Macau representa uma oportunidade posterior de emigração para outros países. “O facto de terem estado em Macau faz com que haja outras oportunidades a Oriente que se afigurem atractivas, tal como a própria China ou Xangai. Isso acontece sobretudo nas gerações mais novas. Entrevistámos várias pessoas que disseram que já não saem de Macau, e os que ficam em Macau para sempre tem mais de 55 anos. Os mais jovens não têm essa ligação a Macau tão enraizada e vão mais à aventura em busca de oportunidades profissionais”, disse Susana Costa e Silva. Difícil avaliação Victor Teixeira fala de diversos comportamentos dentro de uma só comunidade. “Temos uma comunidade quase difícil de avaliar. Conhecemos algumas figuras dos restaurantes, jornalistas, advogados, mas existe uma massa grande de população que se casou e que vive na grande zona chinesa da cidade, que submergiu e que é muito difícil de apanhar. Existem muitos que não gostam de aparecer e há muitos que vão ficando na sua vida.” Actualmente “a comunidade é composta por portugueses temporários, não é uma comunidade que vive a sua vida toda em Macau e o crescimento da comunidade depende de muitos factores económicos ou de novas fases”, adiantou o professor universitário, frisando que “nos últimos dois anos temos assistido ao regresso de muitos portugueses desta vaga após 2008 e de muitos dos que estavam em Macau antes de 1999”. Desta forma, “é muito vasto e instável do ponto de vista estatístico e numérico desenharmos uma tendência (de evolução da comunidade), porque é uma população oscilante, sobretudo do pós século XXI”. Contudo, nem sempre foi assim. Tempos houve em que os portugueses emigraram para Macau por questões de negócio do Império ou para cumprirem serviço público ou militar. O próprio posicionamento de Macau no Império português foi mudando. “Há vários exemplos, várias fases. Numa primeira fase é uma extensão daquilo que são os negócios da Índia, Malaca e uma abertura do Japão até 1639. Existia o tráfego com o Japão e com o sudeste asiático, e Macau era uma terra de oportunidades, de aventureiros e mercadores, a parte informal do império formal. A população tinha o atractivo essencialmente de negócios”, disse Victor Teixeira. Em 1884, com a chegada do Governador Ferreira do Amaral, o panorama altera-se. Aí criam-se os interesses próprios de Macau, que passa a ser uma ponte entre a China e o Império Ultramarino. “Os portugueses em Macau vão-se fixando, uns morrem lá, outros regressam, sentem a população do ponto de vista do negócio, de outras actividades relacionadas com a Índia e com o sudeste asiático”, aponta o académico. Ferreira do Amaral é assassinado já no século XIX e, uma vez que os ingleses já se encontram em Hong Kong desde 1842, Macau “muda também e passa a ser uma cidade que acorda de uma letargia desse comércio com Goa”. “Vai conhecer uma nova reorganização do ponto de vista de inserção no Império, vai ter uma regularização em termos institucionais embora não seja factor de atracção como Hong Kong ou Pequim”, acrescentou Victor Teixeira. Em 1966 dá-se o movimento “1,2,3” que marca “o começo do abandono do estatuto perpétuo da administração portuguesa em Macau”, seguindo-se, gradualmente, “o abandono de algumas franjas portuguesas e de macaenses até 1999”. E o futuro? Victor Teixeira não tem dúvidas de que, até 2049, haverá comunidade portuguesa em Macau, protegida legalmente e respeitada. “Pelo menos até 2049 está tudo enquadrado na Lei Básica. E é óbvio que é observado e cumprido pela China, de acordo com as palavras dos dirigentes e da comunidade portuguesa, da existência de uma simpatia e um desejo que os portugueses permaneçam em Macau. Não podemos escamotear isso, existe teórica e juridicamente esse respeito e vontade. Mas se me perguntar, na prática, penso que existe uma vontade da comunidade portuguesa e macaense de se manterem além de 2049”, concluiu Victor Teixeira. Desafios na Grande Baía O advogado Óscar Madureira, ex-residente de Macau e professor na UCP, é outro dos oradores da palestra de hoje, que visa mostrar ao público português mais sobre a RAEM. “Achamos que ainda existe pouca visibilidade”, disse o causídico ao HM, que vai falar sobre o sistema jurídico local. Sobre este tema, Óscar Madureira defendeu que existem alguns desafios no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, mas não só. “Há alguns desafios que estão na calha, um deles é o da modernização do Direito que é transversal à maioria das jurisdições. Quanto a Macau no contexto da Grande Baía, temos de ver como é que, em termos jurídicos e políticos, o sistema jurídico de Macau se vai integrar. Há outros dois sistemas jurídicos que são muito díspares”, concluiu. A palestra de hoje conta também com a presença de Isabel Castro, ex-editora do HM e ex-directora do Ponto Final, Jorge Pereira, Sara Medina e Manuel Fontaine.
Andreia Sofia Silva SociedadeComunidade portuguesa em Macau | Novo livro apresentado hoje em Portugal É hoje lançado, no auditório Carvalho Guerra da Universidade Católica Portuguesa do Porto, um novo livro sobre a comunidade portuguesa de Macau, que traça um quadro histórico das idas e vindas dos portugueses a Oriente e das suas motivações. “Portugueses em Macau” é uma obra da autoria de Susana Costa e Silva e Victor Teixeira e conta com o apoio do Instituto de Estudos Europeus de Macau [dropcap]E[/dropcap]migrámos para Macau, fizemos negócios, desistimos, regressámos, voltámos novamente. As gerações mais velhas ficaram para sempre, as mais novas buscam novas experiências profissionais e crescimento pessoal. A comunidade portuguesa em Macau tem sido constituída por diferentes cenários e motivações ao longo dos séculos, que são agora vistos à lupa num novo livro. O projecto académico “Portugueses em Macau”, da autoria de Susana Costa e Silva e Victor Teixeira, ex-residentes do território e professores da Universidade Católica Portuguesa (UCP), é hoje lançado no auditório Carvalho Guerra, na UCP do Porto. A apresentação insere-se numa palestra intitulada “Macau, 20 anos depois do handover”. Apesar dos muitos estudos feitos sobre a comunidade portuguesa em Macau, os autores ressalvam o facto de esta obra procurar ser transversal às várias fases de emigração dos portugueses. “Apesar de já se ter escrito muita coisa sobre Macau, não existe aquilo que é uma articulação da história da presença e da população portuguesa, com uma caracterização sociológica daquilo que são os portugueses, os macaenses e outras identidades portuguesas. Não havia um estudo que se articulasse com a história da presença portuguesa depois do handover”, começou por dizer Victor Teixeira. O livro traça, assim, um retrato de antigas gerações de emigrantes e dos jovens que decidem mudar-se, nos dias de hoje, de armas e bagagens para Macau. “Este trabalho resulta de um interesse manifestado pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), que deu o suporte à ideia quando estávamos em Macau. Há um enquadramento histórico dos portugueses que chegaram a Macau até à idade contemporânea, enquanto que eu procurei compreender os portugueses que chegaram há muito tempo em Macau e aqueles que, tendo a oportunidade de regressar a Portugal aquando do handover, resolveram ficar”, adiantou Susana Costa e Silva. O crescimento profissional Tendo como base inúmeras entrevistas realizadas a portugueses que residem em Macau, Susana Costa e Silva identificou factores “ligados ao crescimento pessoal, mais ao nível micro, factores ligados ao crescimento profissional e um nível mais macro factores que se relacionam com interesse ou não pelo território. A facilidade dos portugueses de se ligarem ao Oriente, de aprenderem culturas diferentes”. A ida para Macau no contexto de crise económica que se viveu em Portugal foi uma das fases de emigração identificada pelos autores, protagonizada por profissionais qualificados que partiram em busca de novas oportunidades. Estes “procuraram num território longínquo do ponto de vista geográfico, mas que do ponto de vista cultural não é tão longínquo assim”. “Concluímos que há sempre um elo de ligação ao território, um familiar ou até algum conhecido, há uma rede que faz com que os factores de atracção de Macau sejam mais significativos do que em relação a outras localizações”, frisou a autora. “São as motivações profissionais e não de ligação afectiva que atraíram esta nova leva de jovens para Macau”, disse ainda Susana Costa e Silva. Além disso, a ida para Macau representa uma oportunidade posterior de emigração para outros países. “O facto de terem estado em Macau faz com que haja outras oportunidades a Oriente que se afigurem atractivas, tal como a própria China ou Xangai. Isso acontece sobretudo nas gerações mais novas. Entrevistámos várias pessoas que disseram que já não saem de Macau, e os que ficam em Macau para sempre tem mais de 55 anos. Os mais jovens não têm essa ligação a Macau tão enraizada e vão mais à aventura em busca de oportunidades profissionais”, disse Susana Costa e Silva. Difícil avaliação Victor Teixeira fala de diversos comportamentos dentro de uma só comunidade. “Temos uma comunidade quase difícil de avaliar. Conhecemos algumas figuras dos restaurantes, jornalistas, advogados, mas existe uma massa grande de população que se casou e que vive na grande zona chinesa da cidade, que submergiu e que é muito difícil de apanhar. Existem muitos que não gostam de aparecer e há muitos que vão ficando na sua vida.” Actualmente “a comunidade é composta por portugueses temporários, não é uma comunidade que vive a sua vida toda em Macau e o crescimento da comunidade depende de muitos factores económicos ou de novas fases”, adiantou o professor universitário, frisando que “nos últimos dois anos temos assistido ao regresso de muitos portugueses desta vaga após 2008 e de muitos dos que estavam em Macau antes de 1999”. Desta forma, “é muito vasto e instável do ponto de vista estatístico e numérico desenharmos uma tendência (de evolução da comunidade), porque é uma população oscilante, sobretudo do pós século XXI”. Contudo, nem sempre foi assim. Tempos houve em que os portugueses emigraram para Macau por questões de negócio do Império ou para cumprirem serviço público ou militar. O próprio posicionamento de Macau no Império português foi mudando. “Há vários exemplos, várias fases. Numa primeira fase é uma extensão daquilo que são os negócios da Índia, Malaca e uma abertura do Japão até 1639. Existia o tráfego com o Japão e com o sudeste asiático, e Macau era uma terra de oportunidades, de aventureiros e mercadores, a parte informal do império formal. A população tinha o atractivo essencialmente de negócios”, disse Victor Teixeira. Em 1884, com a chegada do Governador Ferreira do Amaral, o panorama altera-se. Aí criam-se os interesses próprios de Macau, que passa a ser uma ponte entre a China e o Império Ultramarino. “Os portugueses em Macau vão-se fixando, uns morrem lá, outros regressam, sentem a população do ponto de vista do negócio, de outras actividades relacionadas com a Índia e com o sudeste asiático”, aponta o académico. Ferreira do Amaral é assassinado já no século XIX e, uma vez que os ingleses já se encontram em Hong Kong desde 1842, Macau “muda também e passa a ser uma cidade que acorda de uma letargia desse comércio com Goa”. “Vai conhecer uma nova reorganização do ponto de vista de inserção no Império, vai ter uma regularização em termos institucionais embora não seja factor de atracção como Hong Kong ou Pequim”, acrescentou Victor Teixeira. Em 1966 dá-se o movimento “1,2,3” que marca “o começo do abandono do estatuto perpétuo da administração portuguesa em Macau”, seguindo-se, gradualmente, “o abandono de algumas franjas portuguesas e de macaenses até 1999”. E o futuro? Victor Teixeira não tem dúvidas de que, até 2049, haverá comunidade portuguesa em Macau, protegida legalmente e respeitada. “Pelo menos até 2049 está tudo enquadrado na Lei Básica. E é óbvio que é observado e cumprido pela China, de acordo com as palavras dos dirigentes e da comunidade portuguesa, da existência de uma simpatia e um desejo que os portugueses permaneçam em Macau. Não podemos escamotear isso, existe teórica e juridicamente esse respeito e vontade. Mas se me perguntar, na prática, penso que existe uma vontade da comunidade portuguesa e macaense de se manterem além de 2049”, concluiu Victor Teixeira. Desafios na Grande Baía O advogado Óscar Madureira, ex-residente de Macau e professor na UCP, é outro dos oradores da palestra de hoje, que visa mostrar ao público português mais sobre a RAEM. “Achamos que ainda existe pouca visibilidade”, disse o causídico ao HM, que vai falar sobre o sistema jurídico local. Sobre este tema, Óscar Madureira defendeu que existem alguns desafios no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, mas não só. “Há alguns desafios que estão na calha, um deles é o da modernização do Direito que é transversal à maioria das jurisdições. Quanto a Macau no contexto da Grande Baía, temos de ver como é que, em termos jurídicos e políticos, o sistema jurídico de Macau se vai integrar. Há outros dois sistemas jurídicos que são muito díspares”, concluiu. A palestra de hoje conta também com a presença de Isabel Castro, ex-editora do HM e ex-directora do Ponto Final, Jorge Pereira, Sara Medina e Manuel Fontaine.
João Luz Manchete SociedadeDois homens sequestrados obrigados a transferir milhões Depois de ser vítima de uma burla milionária, uma mulher do interior da China vingou-se orquestrando o sequestro de dois homens, à saída de um casino no Cotai. As vítimas foram obrigadas a transferir mais de um milhão de RMB para contas particulares. Depois de uma perseguição, digna de filme, os suspeitos foram detidos [dropcap]N[/dropcap]a passada segunda-feira, Macau transformou-se, por momentos, em cenário de filme de acção. Depois de uma perseguição automóvel, os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) interceptaram um veículo onde seguiam duas vítimas que tinham sido sequestradas à saída de um casino no Cotai. Antes de serem apanhados pelas autoridades, os sequestradores, uma mulher do interior da China e três residentes de Macau, seguiram para um local na Taipa com pouco movimento. O local exacto não foi divulgado pela Polícia Judiciária (PJ). Aí, os suspeitos obrigaram as vítimas a transferir 1.150.000 RMB para contas bancárias, forçaram-nas a assinar uma nota informal de dívida (IOU, que é abreviatura inglesa para “eu devo-te”) no valor de 10.900.000 RMB e subtraíram-lhes 100 mil dólares de Hong Kong. Enquanto as vítimas eram extorquidas, as autoridades foram alertadas para o sequestro e o automóvel onde seguiam foi apanhado pela PSP, seguindo o caso para a PJ. História de fundo Segundo informação veiculada pela PJ, as vítimas foram cercadas por, pelo menos, nove pessoas quando foram forçadas a entrar no automóvel. Mais tarde, outro residente de Macau foi detido na sequência deste caso. Segundo as autoridades policiais, esta série de crimes têm como pano de fundo um desfalque ocorrido em Julho deste ano, quando uma mulher do interior da China, de apelido Liu, convenceu uma conterrânea, de apelido Shao a investir 20 milhões de RMB numa empresa chinesa. As coisas começaram a dar para o torto quando Shao não recebeu qualquer dividendo do investimento, nem conseguiu reaver o dinheiro. Assim sendo, e face à informação de que dois amigos de Liu viriam a Macau para jogar nos casinos, Shao viu uma possibilidade de reaver o dinheiro perdido, obrigando os amigos de Liu a pagar, sob pena de não os libertar. Os cinco suspeitos detidos estão acusados dos crimes de sequestro (que implica pena de 1 a 5 anos de prisão), extorsão (2 a 8 anos de prisão) e associação criminosa (3 a 10 anos de prisão).
Hoje Macau Manchete SociedadeGoverno quer instalar 4200 câmaras de videovigilância até 2028 [dropcap]A[/dropcap] videovigilância está a aumentar a olhos vistos. Através do “Plano decenal de prevenção e redução de desastres” o Governo prevê que existam na região qualquer coisa como 4200 câmaras de vigilância em espaços públicos, até 2028. A expansão do “Sistema de Videovigilância em Espaços Públicos” também conhecido por “Olhos no Céu” está em linha com os objectivos de melhoria do sistema de comando em emergência e do aumento da capacidade de monitorização e controlo da segurança urbana, traçados pelo Executivo. Projectado para ser implementado em seis fases, o sistema dispõe actualmente de 820 câmaras correspondentes às três primeiras fases e prevê que a conclusão da quarta aconteça no primeiro trimestre de 2020, altura em que deverão estar em funcionamento um total de 1620 câmaras. A fase seguinte, de aplicação a curto prazo, contempla a instalação de 2600 câmaras até 2023 e tem como objectivo “reforçar a vigilância de locais de grande concentração de pessoas, designadamente instalações de ensino, estações de autocarro e táxis”. Cinco anos depois, até ao final da 6ª fase em 2028, o número de câmaras aumenta para 4200. Neste designado plano de médio prazo, a principal motivação é assegurar a vigilância nos arredores de centros comerciais, escritórios e novos empreendimentos como hotéis e casinos, mas também por reforçar a cobertura de locais públicos movimentados, como a ilha artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e o Posto Fronteiriço Qingmao. Ainda no plano de médio prazo, é notória a atenção depositada na orla costeira da região e na zona dos novos aterros, quer, no primeiro caso, pelo “risco da ocorrência de casos de imigração clandestina” ou, no segundo, pelo expectável desenvolvimento de infraestruturas, que deverá trazer “uma concentração e um movimento de pessoas cada vez maior.” Prevê-se que os estudos sobre a escolha dos locais de instalação das câmaras referentes às últimas duas fases do sistema sejam concluídos no primeiro trimestre de 2020.
João Santos Filipe SociedadeAutismo | Governo apela a denúncias para centros que prometem “cura” Wong Kit Cheng relatou a existência de centros que oferecem “treino psiquiátrico”, com pessoas a fazerem-se passar por psicoterapeutas que anunciam curas para o autismo. Os Serviços de Saúde pedem à população que, caso se deparem com estas situações, as denunciem [dropcap]O[/dropcap] Executivo apela ao público que denuncie os casos em que instituições prometem ajudar as crianças a “sair” do autismo. A declaração foi enviada pelo Serviços de Saúde de Macau (SSM) em resposta a uma interpelação sobre o tema da deputada Wong Kit Cheng, ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau. A denúncia foi feita pela deputada numa interpelação de Setembro, em que alertava para a existência de instituições a trocar a designação de “psicoterapia” por “treino psiquiátrico”, de forma a poderem prestar estes cuidados sem qualificações e evitarem a fiscalização. “De um modo geral, os psicoterapeutas inscritos estão sujeitos a fiscalização e são regulamentados por lei, e não podem, a seu bel-prazer, fazer publicidade ao seu trabalho. No entanto, algumas instituições alegam que o ‘treino’ que oferecem pode ajudar as crianças a ‘sair’ do autismo”, relatava Wong Kit Cheng. “Esta situação exige a intervenção e a fiscalização do Governo, por forma a garantir os direitos e interesses dos cidadãos ao nível da saúde”, acrescentou a legisladora. Face a este cenário, os SSM não revelam se até ao momento houve situações identificadas como as relatadas pela deputada, mas apelaram para que eventuais infracções sejam reportadas. “Caso o curso adopte a palavra ‘treino’ no nome, mas, de facto, forneça serviços de ‘tratamento’, se essa situação for descoberta será aberto um processo para acompanhamento”, responderam os SSM. “Caso os cidadãos suspeitem da prestação ilegal de serviços médicos podem denunciar a situação, sendo que os Serviços de Saúde procederão à investigação necessária e lidarão com os casos que violem a Lei e regulamentos médicos de acordo com a lei”, foi acrescentado. Novos requisitos Além de pedir aos cidadãos que relatem eventuais situações suspeitas e ilegalidades, os SSM recordam que desde 2018 houve uma adopção de novos requisitos para o reconhecimento de psicoteraupeutas. Porém, a legislação em vigor foi aprovada em 1990. “Dado o aumento da procura por serviços de psicoterapia e o trabalho de um psicoterapeuta clínico ser um acto médico, devendo os profissionais relevantes ser cada vez mais especializados, assim como a necessidade de melhorar a qualidade dos serviços de psicoterapia comunitários, em Julho de 2018 os Serviços de Saúde publicaram e implementaram novos requisitos de acreditação”, é recordado. “Os padrões de ingresso e o nível de qualificação profissional de psicoterapeutas foram melhorados, de forma a garantir a segurança e os direitos dos pacientes”, é sublinhado.
João Santos Filipe SociedadeAutismo | Governo apela a denúncias para centros que prometem “cura” Wong Kit Cheng relatou a existência de centros que oferecem “treino psiquiátrico”, com pessoas a fazerem-se passar por psicoterapeutas que anunciam curas para o autismo. Os Serviços de Saúde pedem à população que, caso se deparem com estas situações, as denunciem [dropcap]O[/dropcap] Executivo apela ao público que denuncie os casos em que instituições prometem ajudar as crianças a “sair” do autismo. A declaração foi enviada pelo Serviços de Saúde de Macau (SSM) em resposta a uma interpelação sobre o tema da deputada Wong Kit Cheng, ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau. A denúncia foi feita pela deputada numa interpelação de Setembro, em que alertava para a existência de instituições a trocar a designação de “psicoterapia” por “treino psiquiátrico”, de forma a poderem prestar estes cuidados sem qualificações e evitarem a fiscalização. “De um modo geral, os psicoterapeutas inscritos estão sujeitos a fiscalização e são regulamentados por lei, e não podem, a seu bel-prazer, fazer publicidade ao seu trabalho. No entanto, algumas instituições alegam que o ‘treino’ que oferecem pode ajudar as crianças a ‘sair’ do autismo”, relatava Wong Kit Cheng. “Esta situação exige a intervenção e a fiscalização do Governo, por forma a garantir os direitos e interesses dos cidadãos ao nível da saúde”, acrescentou a legisladora. Face a este cenário, os SSM não revelam se até ao momento houve situações identificadas como as relatadas pela deputada, mas apelaram para que eventuais infracções sejam reportadas. “Caso o curso adopte a palavra ‘treino’ no nome, mas, de facto, forneça serviços de ‘tratamento’, se essa situação for descoberta será aberto um processo para acompanhamento”, responderam os SSM. “Caso os cidadãos suspeitem da prestação ilegal de serviços médicos podem denunciar a situação, sendo que os Serviços de Saúde procederão à investigação necessária e lidarão com os casos que violem a Lei e regulamentos médicos de acordo com a lei”, foi acrescentado. Novos requisitos Além de pedir aos cidadãos que relatem eventuais situações suspeitas e ilegalidades, os SSM recordam que desde 2018 houve uma adopção de novos requisitos para o reconhecimento de psicoteraupeutas. Porém, a legislação em vigor foi aprovada em 1990. “Dado o aumento da procura por serviços de psicoterapia e o trabalho de um psicoterapeuta clínico ser um acto médico, devendo os profissionais relevantes ser cada vez mais especializados, assim como a necessidade de melhorar a qualidade dos serviços de psicoterapia comunitários, em Julho de 2018 os Serviços de Saúde publicaram e implementaram novos requisitos de acreditação”, é recordado. “Os padrões de ingresso e o nível de qualificação profissional de psicoterapeutas foram melhorados, de forma a garantir a segurança e os direitos dos pacientes”, é sublinhado.
Hoje Macau SociedadeHong Kong | DSEJ frisa existência de liberdade de pensamento nas escolas Uma página de Facebook ligada à escola secundária Keang Peng, intitulada “KP Secrets 2.0” denunciou um caso em que alunos terão alegadamente sido chamados pela direcção da escola depois de um estudante ter publicado textos sobre Hong Kong e Taiwan na sua página pessoal da mesma rede social. O director substituto da DSEJ volta a ressalvar a existência de liberdade académica nas escolas [dropcap]U[/dropcap]ma publicação anónima numa página de Facebook associada à escola secundária Keang Peng, intitulado “KP Secrets 2.0”, dá conta de que alguns alunos terão sido interrogados pela direcção da instituição depois de um estudante ter publicado comentários na mesma rede social sobre os protestos em Hong Kong. “Será que a escola Keang Peng é tão vermelha que até houve alunos interrogados pela escola por terem posições políticas diferentes?”, pode ler-se na publicação, noticiada pelo portal informativo Dust Someone. De acordo com este website, um professor da escola secundária viu os textos publicados pelo aluno, referentes à situação política de Hong Kong e Taiwan, e comunicou o caso aos dirigentes do estabelecimento de ensino. Posteriormente, vários alunos terão sido interrogados, mas desconhece-se se houve algumas punições, adianta o website. Questionado ontem sobre o assunto numa palestra organizada pela Escola Tong Lam no IPM, Kong Chi Meng, director substituto da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), disse “não ser conveniente” responder a esta pergunta, uma vez que não dispõe de muitas informações, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. No entanto, o responsável salientou que a educação global dos alunos sempre foi um objectivo da DSEJ e sempre foi garantido que os alunos podem ter opiniões diferentes, sobretudo nas aulas de educação cívica. Kong Chi Meng adiantou que, nestes casos, os professores têm obrigação de adoptar uma posição neutra para orientar os alunos. Caso antigo Depois de um início de ano lectivo cheio de perturbações em Hong Kong, em que alguns alunos assumiram várias formas de protesto em solidariedade para com os manifestantes, as escolas de Macau adoptaram uma postura bem mais reservada. Lou Pak Sang, director da DSEJ, sempre frisou que as escolas possuem total autonomia para gerir o assunto e que existe liberdade académica. “Se têm opiniões, podem expressá-las de forma pacífica”, referiu Lou Pak Sang. As declarações foram proferidas no contexto da notícia publicada no Jornal Tribuna de Macau, em Setembro, que deu conta da mensagem passada pela Escola para Filhos e Irmãos dos Operários, no primeiro dia de aulas, que “avisou” os estudantes para não repetirem os protestos de Hong Kong e não terem comportamentos inadequados. Lou Pak Sang garantiu, nessa altura, que nas escolas de Macau possuem autonomia pedagógica. “Não solicitámos aos directores que proibissem manifestações de alunos”, esclareceu. Ainda assim, o responsável revelou terem sido dadas orientações às escolas “para servir como referência quando existirem estes casos”. “Não falámos de protestos ou manifestações, não referimos estas palavras, concentrámo-nos mais na segurança dos alunos e na forma de expressar as opiniões de forma razoável e pacífica”, acrescentou o director da DSEJ.
Hoje Macau SociedadeHong Kong | DSEJ frisa existência de liberdade de pensamento nas escolas Uma página de Facebook ligada à escola secundária Keang Peng, intitulada “KP Secrets 2.0” denunciou um caso em que alunos terão alegadamente sido chamados pela direcção da escola depois de um estudante ter publicado textos sobre Hong Kong e Taiwan na sua página pessoal da mesma rede social. O director substituto da DSEJ volta a ressalvar a existência de liberdade académica nas escolas [dropcap]U[/dropcap]ma publicação anónima numa página de Facebook associada à escola secundária Keang Peng, intitulado “KP Secrets 2.0”, dá conta de que alguns alunos terão sido interrogados pela direcção da instituição depois de um estudante ter publicado comentários na mesma rede social sobre os protestos em Hong Kong. “Será que a escola Keang Peng é tão vermelha que até houve alunos interrogados pela escola por terem posições políticas diferentes?”, pode ler-se na publicação, noticiada pelo portal informativo Dust Someone. De acordo com este website, um professor da escola secundária viu os textos publicados pelo aluno, referentes à situação política de Hong Kong e Taiwan, e comunicou o caso aos dirigentes do estabelecimento de ensino. Posteriormente, vários alunos terão sido interrogados, mas desconhece-se se houve algumas punições, adianta o website. Questionado ontem sobre o assunto numa palestra organizada pela Escola Tong Lam no IPM, Kong Chi Meng, director substituto da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), disse “não ser conveniente” responder a esta pergunta, uma vez que não dispõe de muitas informações, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. No entanto, o responsável salientou que a educação global dos alunos sempre foi um objectivo da DSEJ e sempre foi garantido que os alunos podem ter opiniões diferentes, sobretudo nas aulas de educação cívica. Kong Chi Meng adiantou que, nestes casos, os professores têm obrigação de adoptar uma posição neutra para orientar os alunos. Caso antigo Depois de um início de ano lectivo cheio de perturbações em Hong Kong, em que alguns alunos assumiram várias formas de protesto em solidariedade para com os manifestantes, as escolas de Macau adoptaram uma postura bem mais reservada. Lou Pak Sang, director da DSEJ, sempre frisou que as escolas possuem total autonomia para gerir o assunto e que existe liberdade académica. “Se têm opiniões, podem expressá-las de forma pacífica”, referiu Lou Pak Sang. As declarações foram proferidas no contexto da notícia publicada no Jornal Tribuna de Macau, em Setembro, que deu conta da mensagem passada pela Escola para Filhos e Irmãos dos Operários, no primeiro dia de aulas, que “avisou” os estudantes para não repetirem os protestos de Hong Kong e não terem comportamentos inadequados. Lou Pak Sang garantiu, nessa altura, que nas escolas de Macau possuem autonomia pedagógica. “Não solicitámos aos directores que proibissem manifestações de alunos”, esclareceu. Ainda assim, o responsável revelou terem sido dadas orientações às escolas “para servir como referência quando existirem estes casos”. “Não falámos de protestos ou manifestações, não referimos estas palavras, concentrámo-nos mais na segurança dos alunos e na forma de expressar as opiniões de forma razoável e pacífica”, acrescentou o director da DSEJ.
Hoje Macau SociedadeCampismo | Simpatia dos funcionários permitiu sobrelotação do parque [dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, admitiu que durante a semana dourada a capacidade do Parque do Campismo foi ultrapassada em cerca de 40 tendas, devido à simpatia dos funcionários do Governo no local. No entanto, o presidente do IAM garante que no futuro não vão ser permitidas no local mais de 60 tendas e se os turistas não conseguirem acampar vão ter mesmo de ir para um quarto de hotel. Durante a semana dourada, no início de Outubro, o Parque de Campismo de Coloane recebeu cerca de 100 tendas, quando a capacidade máxima actual para as três áreas de campismo é de 60. “De acordo com as fotos houve mais de cem tendas no local. E isto não deveria acontecer dado que o parque só tem capacidade para acolher cerca de 60 tendas”, reconheceu o dirigente. Ainda de acordo com o líder do IAM, nessa altura os funcionários do parque “por simpatia” permitiram que fossem montadas cerca de 40 tendas fora das zonas de campismo. A situação não vai voltar a acontecer no futuro, frisou Tavares, porque as instalações sanitárias não têm capacidade para esse número, o que poderia colocar em causa a segurança e higiene públicas naquela zona. Em declarações à margem do Bazar da Cáritas, José Tavares afirmou também que as autoridades irão prestar atenção à situação do local em causa, e que o parque de campismo de Hác Sá é apenas destinado para pessoa singular e não para excursões, tendo apenas quatro indivíduos em cada barraca.
Hoje Macau SociedadeCampismo | Simpatia dos funcionários permitiu sobrelotação do parque [dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, admitiu que durante a semana dourada a capacidade do Parque do Campismo foi ultrapassada em cerca de 40 tendas, devido à simpatia dos funcionários do Governo no local. No entanto, o presidente do IAM garante que no futuro não vão ser permitidas no local mais de 60 tendas e se os turistas não conseguirem acampar vão ter mesmo de ir para um quarto de hotel. Durante a semana dourada, no início de Outubro, o Parque de Campismo de Coloane recebeu cerca de 100 tendas, quando a capacidade máxima actual para as três áreas de campismo é de 60. “De acordo com as fotos houve mais de cem tendas no local. E isto não deveria acontecer dado que o parque só tem capacidade para acolher cerca de 60 tendas”, reconheceu o dirigente. Ainda de acordo com o líder do IAM, nessa altura os funcionários do parque “por simpatia” permitiram que fossem montadas cerca de 40 tendas fora das zonas de campismo. A situação não vai voltar a acontecer no futuro, frisou Tavares, porque as instalações sanitárias não têm capacidade para esse número, o que poderia colocar em causa a segurança e higiene públicas naquela zona. Em declarações à margem do Bazar da Cáritas, José Tavares afirmou também que as autoridades irão prestar atenção à situação do local em causa, e que o parque de campismo de Hác Sá é apenas destinado para pessoa singular e não para excursões, tendo apenas quatro indivíduos em cada barraca.
Hoje Macau SociedadeCarne de porco | Preços não vão baixar até ao Ano Novo Chinês O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, revela que o preço da carne de porco vendida em Macau subiu mais de 7 por cento desde 10 de Outubro e que o mercado não deve acalmar antes do Ano Novo Chinês. A Nam Yue adianta que a procura diminuiu à medida que o preço aumentou In Nam Ng [dropcap]D[/dropcap]epois de vários aumentos, a carne de porco começa a sair das listas de compras dos consumidores de Macau. Pelo menos, de acordo com a Agência Comercial de Géneros Alimentícios Nam Yuen. Citado pelo jornal do Cidadão, uma fonte da empresa releva que antes da inflação conduzida pela peste suína, a procura levava à importação de cerca de 400 porcos por dia. Porém, hoje em dia é muito complicado importar animais nesta ordem de grandeza, mesmo com os preços praticados, panorama ao qual o mercado de Macau se adaptou. Assim sendo, o consumo adaptou-se à subida dos preços. Desde 10 de Outubro, o preço por 60 quilos de carne de porco subiu de 3240 para 3470 patacas, um aumento de 230 patacas, ou seja, mais 7,1 por cento em menos de um mês. Em declarações ao jornal Cidadão, José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que o número actual de porcos vivos importados diariamente se situa entre os 70 e 200. José Tavares projectou ainda que a instabilidade no mercado da carne de porco se deve manter, pelo menos, até ao Ano Novo Chinês. O presidente do IAM mostrou-se ainda esperançado que a entrada em funcionamento do ponto de trânsito de porcos vivos de Doumen melhore a situação. Voz do mercado Em declarações à Rádio Macau, um talhante do Mercado Vermelho deu conta da forma como o negócio foi afectado pela inflação da carne de porco. Kuan refere que o número de clientes caiu para metade. Outro dono de talho, de apelido U, revelou à mesma fonte que num determinado dia só houve carne de porco para sete talhantes no Mercado Vermelho. Na semana passada, foi noticiado que o matadouro português Maporal fechou a venda de 100 contentores de carne de porco para Zhuhai. A importação vai custar cerca de 7,5 milhões de euros à Zhuhai Import Frozen Foodstuffs Association. O importador chinês prevê comprar um total de “entre 400 a 500 contentores”, até ao final de 2020, detalhou Marco Henriques, director comercial da Maporal. “Estamos a tentar fazer uma parceria para abranger uma área maior no Sul [da China] e ter mais relação com Macau”, explicou.
Hoje Macau SociedadeCarne de porco | Preços não vão baixar até ao Ano Novo Chinês O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, revela que o preço da carne de porco vendida em Macau subiu mais de 7 por cento desde 10 de Outubro e que o mercado não deve acalmar antes do Ano Novo Chinês. A Nam Yue adianta que a procura diminuiu à medida que o preço aumentou In Nam Ng [dropcap]D[/dropcap]epois de vários aumentos, a carne de porco começa a sair das listas de compras dos consumidores de Macau. Pelo menos, de acordo com a Agência Comercial de Géneros Alimentícios Nam Yuen. Citado pelo jornal do Cidadão, uma fonte da empresa releva que antes da inflação conduzida pela peste suína, a procura levava à importação de cerca de 400 porcos por dia. Porém, hoje em dia é muito complicado importar animais nesta ordem de grandeza, mesmo com os preços praticados, panorama ao qual o mercado de Macau se adaptou. Assim sendo, o consumo adaptou-se à subida dos preços. Desde 10 de Outubro, o preço por 60 quilos de carne de porco subiu de 3240 para 3470 patacas, um aumento de 230 patacas, ou seja, mais 7,1 por cento em menos de um mês. Em declarações ao jornal Cidadão, José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que o número actual de porcos vivos importados diariamente se situa entre os 70 e 200. José Tavares projectou ainda que a instabilidade no mercado da carne de porco se deve manter, pelo menos, até ao Ano Novo Chinês. O presidente do IAM mostrou-se ainda esperançado que a entrada em funcionamento do ponto de trânsito de porcos vivos de Doumen melhore a situação. Voz do mercado Em declarações à Rádio Macau, um talhante do Mercado Vermelho deu conta da forma como o negócio foi afectado pela inflação da carne de porco. Kuan refere que o número de clientes caiu para metade. Outro dono de talho, de apelido U, revelou à mesma fonte que num determinado dia só houve carne de porco para sete talhantes no Mercado Vermelho. Na semana passada, foi noticiado que o matadouro português Maporal fechou a venda de 100 contentores de carne de porco para Zhuhai. A importação vai custar cerca de 7,5 milhões de euros à Zhuhai Import Frozen Foodstuffs Association. O importador chinês prevê comprar um total de “entre 400 a 500 contentores”, até ao final de 2020, detalhou Marco Henriques, director comercial da Maporal. “Estamos a tentar fazer uma parceria para abranger uma área maior no Sul [da China] e ter mais relação com Macau”, explicou.
Hoje Macau SociedadeUM | Reitor defende cooperação com universidades lusófonas [dropcap]O[/dropcap] reitor da Universidade de Macau (UM) defendeu que “a cooperação a longo prazo com universidades dos países de língua portuguesa é uma componente essencial da estratégia global” da instituição, citado num comunicado divulgado sexta-feira. A declaração de Yonghua Song foi realizada numa reunião com o reitor da Universidade de Lisboa, uma das instituições universitárias portuguesas visitadas na semana passada por uma delegação da UM. Durante a reunião, o reitor da Universidade de Macau afirmou ainda que a UM “atribuiu grande importância ao desenvolvimento de uma parceria estratégica” com a Universidade de Lisboa. No encontro, ambas as partes comprometeram-se em “fortalecer a cooperação” em áreas como a investigação e intercâmbio de alunos e professores. A delegação de Macau visitou ainda a Universidade de Coimbra. Na reunião com a vice-reitora da universidade portuguesa, Cristina Albuquerque “expressou o desejo de fortalecer a cooperação com a UM no que diz respeito ao intercâmbio de professores e alunos, ao lançamento de cursos conferentes de dois graus académicos e à investigação científica”, pode ler-se na mesma nota. Para além das visitas à Universidade do Porto e Universidade do Minho, a delegação da UM manteve ainda encontros com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, com o embaixador da China em Portugal e com o chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.
Hoje Macau SociedadeUM | Reitor defende cooperação com universidades lusófonas [dropcap]O[/dropcap] reitor da Universidade de Macau (UM) defendeu que “a cooperação a longo prazo com universidades dos países de língua portuguesa é uma componente essencial da estratégia global” da instituição, citado num comunicado divulgado sexta-feira. A declaração de Yonghua Song foi realizada numa reunião com o reitor da Universidade de Lisboa, uma das instituições universitárias portuguesas visitadas na semana passada por uma delegação da UM. Durante a reunião, o reitor da Universidade de Macau afirmou ainda que a UM “atribuiu grande importância ao desenvolvimento de uma parceria estratégica” com a Universidade de Lisboa. No encontro, ambas as partes comprometeram-se em “fortalecer a cooperação” em áreas como a investigação e intercâmbio de alunos e professores. A delegação de Macau visitou ainda a Universidade de Coimbra. Na reunião com a vice-reitora da universidade portuguesa, Cristina Albuquerque “expressou o desejo de fortalecer a cooperação com a UM no que diz respeito ao intercâmbio de professores e alunos, ao lançamento de cursos conferentes de dois graus académicos e à investigação científica”, pode ler-se na mesma nota. Para além das visitas à Universidade do Porto e Universidade do Minho, a delegação da UM manteve ainda encontros com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, com o embaixador da China em Portugal e com o chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAssédio Sexual | Estudo aponta que uma em cada três trabalhadoras é vítima Um inquérito realizado por Fernando Lourenço, professor do Instituto de Formação Turística, chegou à conclusão que entre 296 trabalhadoras da indústria hoteleira de Macau, 103 revelam ter sido vítimas de assédio [dropcap]U[/dropcap]ma em cada três mulheres que trabalha na indústria hoteleira diz ter sido vítima de assédio sexual. A conclusão faz parte de um estudo conduzido pelo académico Fernando Lourenço, do Instituto de Formação Turística (IFT), revelada pela Rádio Macau. De acordo com a resposta a um questionário, houve mesmo vítimas assediadas mais do que uma vez num espaço de dois anos. Porém, as respostas vão mais longe e apontam tendências sistemáticas e frequentes. Outra das revelações passa pelo facto de o fenómeno não ficar circunscrito às trabalhadoras mais jovens. “É um pouco intrigante. No início, assumi que as vítimas de assédio sexual seriam mulheres mais novas, de cargos inferiores e com baixos salários. Mas a investigação veio a mostrar que a percentagem de assédio sexual em cada sub-grupo varia de 30 a 60 por cento. Isso significa que ninguém fica de fora”, afirmou Fernando Lourenço, à Rádio Macau. Apesar de mais de um terço das trabalhadores ter sido assediada durante o expediente de trabalho, o número de pessoas que se queixa é muito mais baixo. Denúncias reduzidas Segundo as conclusões, apenas uma em cada seis vítimas apresenta queixa. E as trabalhadoras não-residentes, devido ao medo de perderem o emprego, são as menos protegidas. “A maioria das vítimas concorda que deve acusar o autor do assédio, mas ao mesmo tempo disseram-me que não apresentariam queixa. Ou seja, sabem que é correcto avançar com uma queixa, mas na realidade não o farão”, apontou o professor. As razões para temer apresentar queixas vão do medo de perder emprego à crença de que as estruturas das empresas não estejam preparadas para proteger as vítimas. “O motivo é muito comum: estabilidade laboral. Precisam de um emprego e não querem correr o risco de perdê-lo. Também há outro factor relacionado com o poder, que tem a ver com a antiguidade. ‘Ele [agressor] é gestor? Como é que posso dizer alguma coisa? Alguém vai acreditar em mim? A minha história vai ser credível?’”, relatou. Na investigação, Fernando Lourenço deparou-se mesmo com um caso de uma pessoa que foi despedida, depois de ter apresentado queixa por assédio. “Uma amiga de uma das entrevistadas contou que sofreu abusos sexuais e que tentou denunciar a situação, mas em vão. Ninguém acreditou nela e, no final, acabou mesmo por ser despedida”, relatou. Ainda de acordo com as declarações de Fernando Lourenço, um dos aspectos mais desconcertantes dos resultados apurados foi o facto de ter percebido que a maior parte dos ouvidos não conhece os seus direitos nesta matéria.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAssédio Sexual | Estudo aponta que uma em cada três trabalhadoras é vítima Um inquérito realizado por Fernando Lourenço, professor do Instituto de Formação Turística, chegou à conclusão que entre 296 trabalhadoras da indústria hoteleira de Macau, 103 revelam ter sido vítimas de assédio [dropcap]U[/dropcap]ma em cada três mulheres que trabalha na indústria hoteleira diz ter sido vítima de assédio sexual. A conclusão faz parte de um estudo conduzido pelo académico Fernando Lourenço, do Instituto de Formação Turística (IFT), revelada pela Rádio Macau. De acordo com a resposta a um questionário, houve mesmo vítimas assediadas mais do que uma vez num espaço de dois anos. Porém, as respostas vão mais longe e apontam tendências sistemáticas e frequentes. Outra das revelações passa pelo facto de o fenómeno não ficar circunscrito às trabalhadoras mais jovens. “É um pouco intrigante. No início, assumi que as vítimas de assédio sexual seriam mulheres mais novas, de cargos inferiores e com baixos salários. Mas a investigação veio a mostrar que a percentagem de assédio sexual em cada sub-grupo varia de 30 a 60 por cento. Isso significa que ninguém fica de fora”, afirmou Fernando Lourenço, à Rádio Macau. Apesar de mais de um terço das trabalhadores ter sido assediada durante o expediente de trabalho, o número de pessoas que se queixa é muito mais baixo. Denúncias reduzidas Segundo as conclusões, apenas uma em cada seis vítimas apresenta queixa. E as trabalhadoras não-residentes, devido ao medo de perderem o emprego, são as menos protegidas. “A maioria das vítimas concorda que deve acusar o autor do assédio, mas ao mesmo tempo disseram-me que não apresentariam queixa. Ou seja, sabem que é correcto avançar com uma queixa, mas na realidade não o farão”, apontou o professor. As razões para temer apresentar queixas vão do medo de perder emprego à crença de que as estruturas das empresas não estejam preparadas para proteger as vítimas. “O motivo é muito comum: estabilidade laboral. Precisam de um emprego e não querem correr o risco de perdê-lo. Também há outro factor relacionado com o poder, que tem a ver com a antiguidade. ‘Ele [agressor] é gestor? Como é que posso dizer alguma coisa? Alguém vai acreditar em mim? A minha história vai ser credível?’”, relatou. Na investigação, Fernando Lourenço deparou-se mesmo com um caso de uma pessoa que foi despedida, depois de ter apresentado queixa por assédio. “Uma amiga de uma das entrevistadas contou que sofreu abusos sexuais e que tentou denunciar a situação, mas em vão. Ninguém acreditou nela e, no final, acabou mesmo por ser despedida”, relatou. Ainda de acordo com as declarações de Fernando Lourenço, um dos aspectos mais desconcertantes dos resultados apurados foi o facto de ter percebido que a maior parte dos ouvidos não conhece os seus direitos nesta matéria.
Hoje Macau SociedadeMetro ligeiro | Fumo preto avistado em estação [dropcap]F[/dropcap]umo preto foi avistado no passado sábado na estação de Metro Ligeiro da Estrada Governador Albano de Oliveira. A notícia, é avançada pelo jornal Exmoo que refere que segundo o Corpo de Bombeiros, a evacuação não terá sido necessária devido ao facto de o fumo ter sido originado a partir da activação não voluntária de um gerador eléctrico secundário de diesel. A falha, aponta a mesma fonte, deveu-se a um erro no sistema informático do metro. Recorde-se que, apesar de ainda não existir uma data definida para o arranque das operações do Metro Ligeiro, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, garantiu que o Metro Ligeiro iria entrar em funcionamento ainda durante o mês de Novembro. “Vamos pôr o metro a funcionar seguramente em Outubro ou Novembro, na Linha da Taipa”, afirmou Rosário, na altura.