Tribunal de Nova Iorque recusa recurso de Ng Lap Seng

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal superior de Manhattan, em Nova Iorque, recusou o recurso interposto pelo empresário de Macau, Ng Lap Seng, com o intuito de reverter a condenação a quatro anos de prisão, por ter subornado dois embaixadores das Nações Unidas, de acordo com a agência Reuters.

O tribunal deu como provado que, com cúmplices, Ng Lap Seng, de 71 anos, subornou, entre 2011 e 2015, dois diplomatas das Nações Unidas em troca de apoio à construção em Macau de um centro de conferências patrocinado pela ONU. Os diplomatas em causa foram John Ashe, embaixador de Antígua e Barbuda na ONU durante 10 anos e que presidiu à 68.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU (2013-2014), e Francis Lorenzo, adjunto do embaixador da República Dominicana na ONU.

O 2º Tribunal Federal de Recurso de Manhattan decidiu na sexta-feira que as leis federais que incidem sobre subornos se aplicavam aos pagamentos suspeitos de autoria do empresário de Macau, apesar da Defesa argumentar que a legislação deixava de fora entidades públicas como as Nações Unidas.

O tribunal superior decidiu também que o magistrado que julgou o processo em primeira instância errou ao sugerir ao júri que o Ministério Público teria de demonstrar intenção de Ng Lap Seng em influenciar um “acto oficial”, algo que não seria necessário neste caso.

Em queda

O empresário da Macau foi condenado em Julho de 2017 por todos os seis crimes de que era acusado, incluindo suborno, lavagem de dinheiro e corrupção. A cumprir pena em Allenwood, no Estado da Pensilvânia, Ng Lap Seng pode sair em liberdade condicional em Janeiro de 2022.

Ng Lap Seng foi membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, enquanto em Macau integrou a Comissão Preparatória da Região Administrativa Especial e o Conselho para o Desenvolvimento Económico, e pertenceu à comissão que elege o Chefe do Executivo. Foi ainda responsável, em 2001, a par do Governo, pelo lançamento da Feira Internacional de Macau.

12 Ago 2019

Jogo | Negócio da Melco de Lawrence Ho investigado na Austrália

As notícias sobre os pedidos para facilitar a entrada de jogadores chineses VIP na Austrália, assim como das ligações às promotoras de jogo em Macau, associadas a tríades, levaram o regulador australiano a abrir um inquérito ao negócio de 1,22 mil milhões de dólares americanos

 

[dropcap]A[/dropcap] compra de 19,99 por cento da empresa Crown Resorts pela operadora de Macau Melco Resorts & Entertainment, de Lawrence Ho, está a ser investigada pelas autoridades australianas. O negócio foi realizado em Maio, envolveu uma quantia de 1,22 mil milhões de dólares norte-americanos, o equivalente a 9,7 mil milhões de patacas, e está na mira da Autoridade para as Bebidas Alcoólicas e o Jogo de New South Wales.

Esta é uma consequência de uma investigação conjunta entre os jornais The Age, Sydney Morning Herald e o programa televisivo 60 Minutos australiano sobre as operações da Crown Resorts. Segundo a informação avançada, a operadora, que tinha como principal figura o australiano James Packer, fazia lóbi político junto de ministros e deputados para conseguir melhores condições para os jogadores VIP vindos de Macau e da China. Além disso, os artigos focaram ainda as ligações entre a Crown e as empresas promotoras do jogo em Macau, como a Suncity, que são associadas a tríades. Foi no âmbito destes artigos que se ficou a saber que o CEO da principal empresa promotora junket de Macau, Alvin Chao, tinha sido proibido de entrar na Austrália.

Face a este cenário, a Autoridade para as Bebidas Alcoólicas e o Jogo de New South Wales anunciou ter pedido à Crown e aos terceiros envolvidos no negócio que forneçam os documentos da transacção para serem analisados. Mas este não é o único desenrolar do caso, que está a ser investigado como um problema de ameaça à segurança nacional. A mesma autoridade afirmou, segundo a agência Reuters, que está igualmente a analisar “vários outros assuntos levantados pelos órgãos de comunicação social”.

Após a notícia ter sido divulgada, a empresa Crown Resorts emitiu um comunicado à bolsa australiana em que prometeu “cooperar totalmente com o inquérito” das autoridades.

Mais profundo

Este caso pode igualmente afectar a licença para o casino que a Crown está a desenvolver em Sydney. Uma das condições que fez o processo avançar foi um compromisso da Crown de que não faria qualquer negócio com pessoas relacionadas com Stanley Ho, magnata fundador da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, que é pai de Lawrence Ho. Na altura, em 2014, Stanley estava a ser investigado nos Estados Unidos e na Austrália devido a alegadas ligações ao crime organizado.

O impacto desta ligação ainda não é claro, mas segundo o portal GGR Asia, uma lista com os nomes das pessoas ligadas a Stanley Ho disponibilizada aos órgãos legislativos australianos não inclui Lawrence. Porém, o jornal The Guardian noticiou anteriormente que o pai e o filho coincidiram como membros dos órgãos sociais de uma empresa, a Lanceford.

12 Ago 2019

Macau | Anunciadas bolsas de estudo em universidades lusas

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou ontem bolsas para a frequência de cursos de mestrado e doutoramento em universidades portuguesas com o objectivo de promover a diversificação de quadros qualificados bilingues nas línguas chinesa e portuguesa.

No total, as autoridades de Macau disponibilizam 11 vagas, segundo o comunicado da Comissão de Desenvolvimento de Talentos do território.

As três vagas anuais para frequência em mestrado na Universidade de Coimbra terão como prioridade os cursos em Língua Portuguesa, Finanças, Turismo, Indústria do Turismo e Exposições e Tecnologias da Informação, havendo ainda “um máximo de duas vagas anuais de apoio financeiro para cursos de doutoramento, e um máximo de seis vagas para cursos de mestrado” nas restantes universidades de Portugal filiadas no Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, lê-se no comunicado.

Aos alunos de mestrado será dado um subsídio anual no valor de 58.000 patacas e para os alunos de doutoramento o financiamento é de 80.000 patacas, sendo o período máximo de atribuição de até três anos.

9 Ago 2019

Jogo | Croupier foi detida por roubo de fichas de casino

[dropcap]U[/dropcap]ma mulher de apelido Ao Ieong, com 50 anos de idade, croupier, residente de Macau, foi detida por roubo de fichas de jogo durante o exercício das suas funções. Segundo informações do jornal Ou Mun, a Polícia Judiciária recebeu no dia 16 de Julho denúncia vinda de um casino em Macau, onde foi reportada a existência de suspeitas em relação a uma croupier que alegadamente terá furtado três vezes fichas de jogo, enquanto estava ao serviço nos dias 8, 13 e 15 de Julho, passando-as depois ao seu cúmplice para as levar para fora do casino.

A suspeita for interceptada esta segunda-feira durante o trabalho pelos agentes policiais, tendo furtado um total de 115 mil dólares de Hong Kong. No decurso da investigação, a suspeita negou o crime, mas os agentes da PJ confirmaram a infracção através do sistema de CCTV. A detida foi presente ao Ministério Público por peculato e a PJ está à procura do cúmplice em fuga.

9 Ago 2019

Acidente de viação | Tribunal excluí culpa de condutor devido a epilepsia

O Tribunal de Segunda Instância reiterou a inocência de um condutor que originou um acidente de viação durante uma crise epiléptica. Este tinha sido condenado ao pagamento de indemnizações às vítimas, mas o Ministério Público pediu a confirmação da culpa

 

[dropcap]U[/dropcap]m condutor foi considerado inocente das consequências de um acidente de viação por si causado no momento em que sofreu um ataque de epilepsia. A decisão, do Tribunal de Segunda Instância (TSI), foi ontem tornada pública, depois do Ministério Público (MP) ter recorrido da decisão de absolvição do Tribunal Judicial de Base (TJB).

O caso ocorreu a 20 de Março de 2013, quando “o arguido conduzia um veículo ligeiro, transportando a sua esposa pela faixa de trânsito da esquerda da Ponte da Amizade, em direcção à Estrada de Pac On da Taipa”. Posteriormente, “quando a viatura se aproximava do viaduto de acesso do lado da Taipa, o arguido perdeu, repentinamente, a consciência devido a uma crise súbita de epilepsia, o que fez com que o automóvel, por si conduzido, perdesse o controlo e se desviasse para o lado esquerdo do tabuleiro, raspando a fileira de barras da parede direita do lado esquerdo da ponte”.

Apesar dos esforços da esposa para imobilizar o veículo, este acabou por causar um acidente de viação que resultou em alguns feridos. “O embate causou lesões ao arguido, à sua mulher, bem como ao condutor (1º ofendido) e a um passageiro (2º ofendido) do dito veículo embatido que perdera o controlo. Na sequência deste acidente, o 1º ofendido sofreu fractura da sexta coluna torácica e fractura do osso nasal, com recuperação previsível no período de 5 meses; e o 2º ofendido sofreu contusões e rompimentos nos tecidos moles do maxilar inferior direito e contusões nos tecidos moles do pescoço, lesões que precisavam de 60 dias de convalescença”.

Aplicadas multas

O TJB acabaria por absolver o condutor do crime de ofensa à integridade física, em autoria material e em concurso, por negligência. Contudo, este foi condenado ao pagamento de indemnização por danos não patrimoniais aos dois feridos que seguiam no outro automóvel, no valor de 75.000 patacas e 10.000 patacas, respectivamente.

O MP considerou que a decisão “padecia de contradição insanável de fundamentação e de erro notório na apreciação da prova”, além de violar o Código do Processo Penal. Contudo, o TSI não entendeu o caso da mesma maneira, tendo referido que o condutor sempre conduziu em Macau e no Canadá.

“Nunca (ao condutor) lhe ocorreram acidentes similares, nem teve crises epilépticas durante a condução. Além disso, as provas produzidas mostram que as crises só ocorreram quando o arguido estava a dormir, e não há nos autos qualquer indício de ele ter ocultado a sua doença para obter a carta de condução, ou ter conduzido, apesar das advertências da autoridade competente ou de médico sobre o eventual perigo”, lê-se no acórdão do TSI.

9 Ago 2019

Imigrantes | Conselho Consultivo defende reeducação de Filipinos e Indonésios

Os membros do conselho consultivo da Zona Central estão fartos do comportamento dos imigrantes do Sudeste Asiático e defendem que está na hora do Governo promover actividades culturais e desportivas para lhes ensinar práticas locais

 

[dropcap]O[/dropcap]s membros do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários da Zona Central estão preocupados com os imigrantes dos países do Sudeste Asiático e defendem que é necessário ensiná-los a comportarem-se. Segundo o Jornal do Cidadão, foi defendida a criação de um mecanismo, financiado com dinheiro público, para promover actividades culturais “educacionais” para estes imigrantes.

Uma das vozes que acusou os trabalhadores não-residente do Sudeste Asiático de incomodarem os locais quando têm tempos livres foi o membro Ao Ieong Kong Kao. Segundo este representante da comunidade, falta em Macau um mecanismo que ajude a integrar os TNR e que lhes explique as diferenças e barreiras culturais, como a língua, as condutas aceitáveis. Ao sublinhou também que as actividades pós-laboral destes trabalhadores tendem a criar grandes incómodos para os locais e que o Governo devia oferecer-lhe outro tipo de actividades para conhecerem melhor os hábitos locais, assim como maior assistência o nível dos cuidados de saúde.

Por outro lado, Ao disse que o Governo devia criar equipas para promover campanhas em diferentes bairros sobre padrões de comportamento aceitáveis. Estas acções, segundo este membro, deviam ser feitas em diferentes línguas, principalmente nas do Sudeste Asiático.

Lista negra

Já o membro Tou Mio Leng, que é igualmente presidente da direcção da Associação de Mútuo Auxílio do Bairro, Abrangendo a Rua da Felicidade e Vias Circundantes, alertou para a necessidade de impedir que os TNR fujam de Macau, no caso de cometerem ilegalidades. Segundo o representante, este é um aspecto que devia ser mesmo alterado na Lei da Contratação de Trabalhadores Não-Residentes, para evitar a fuga à respectiva penalização.

Tou defendeu ainda a necessidade de criar uma lista negra sobre os empregados domésticos imigrantes, que deve incluir registo criminal e atestado médico. O presidente da associação explicou que esta é uma necessidade relacionado com o objectivo de “equilibrar os interesses e direitos dos trabalhadores, trabalhadores estrangeiros e agências de emprego”.

De acordo com os números disponíveis no portal da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), no final de Junho havia 57.356 trabalhadores não-residentes da região do Sudeste Asiático. O país mais representado é as Filipinas com 32.149 imigrantes, seguido por Vietname, com 14.805, e Indonésia, com 5.609.

9 Ago 2019

Tabaco | Acusações superam marca dos 3.300

[dropcap]M[/dropcap]ais de 3.300 pessoas foram acusadas nos primeiros sete meses do ano por fumarem em locais proibidos, segundo os Serviços de Saúde (SSM). No total, 3.393 acusações foram registadas devido a ilegalidades no consumo e na venda de tabaco, a maioria das quais “referentes a fumadores ilegais” (3.371), um aumento de 4,1 por cento em relação ao período homólogo do ano passado.

De acordo com os dados divulgados pelos SSM, 93,7 por cento dos infractores são do sexo masculino. Em relação ao pagamento de multas, as autoridades de Macau indicaram que “2.767 pessoas (81,6 por cento) pagaram multas”, no valor de 1.500 patacas cada.

Os casinos foram os locais onde mais infracções foram detectadas (26 por cento), seguindo-se parques, jardins e zonas de lazer (16,7 por cento) e, por fim, centros comerciais (10,9 por cento).

“Desde o dia 1 de Janeiro de 2019, que é totalmente proibido fumar em todos os recintos públicos fechados, exceptuando as salas autorizadas e que foram criadas no aeroporto e nos casinos, de acordo com as novas normas”, lembraram os Serviços de Saúde.

Entre 1 de Janeiro de 2012, data de entrada em vigor da lei de prevenção e controlo do tabagismo, e 31 de Julho passado, os SSM realizaram mais de 2,16 milhões de inspecções que resultaram em 53.705 acusações.

9 Ago 2019

Família | Associação das Mulheres sugere hora da amamentação

[dropcap]W[/dropcap]ong Leong Kuan, coordenadora-adjunta do Gabinete de Estudo das Políticas da Associação Geral das Mulheres de Macau, acredita que o aleitamento materno desempenha um papel importante no crescimento saudável dos bebés e espera que o Governo crie o tempo de amamentação para as mães trabalhadoras.

A posição foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun e a mesma fonte cita informação da Organização Mundial de Saúde que defende que uma criança dever ser amamentada até aos seis meses. Só depois dessa idade devem ser acrescentados alimentos complementares nutritivos, enquanto a amamentação deve continuar por dois anos. Ainda de acordo com Wong Leong Kuan, nas instituições subordinadas à Associação das Mulheres há salas de amamentação.

Para aliviar a pressão das mães no trabalho, a responsável sugeriu a criação de uma hora para a amamentação, de forma a apoiar as mães que regressam ao trabalho e precisam de amamentar os bebés; aumentar a promoção desta prática para construir um local de trabalho amigável para a amamentação e aumentar a vontade de amamentação contínua das mulheres.

9 Ago 2019

Ensino | Pereira Coutinho quer menos peso nas mochilas e mais digitalização

[dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho está preocupado com o peso excessivo das mochilas das crianças e quer uma resposta do Governo e das instituições de ensino para este problema. De acordo com o deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) existem alternativas que deviam ser aplicadas, como a informatização dos manuais escolares.

“Não é aceitável nestes tempos de modernidade que os manuais escolares ainda estejam em vigor em vez da utilização de material digital. Para além de ser bom para o ambiente, evitávamos gastos de saúde desnecessários com as nossas crianças”, afirmou numa interpretação escrita, com a data de terça-feira e revelada ontem. “O transporte de peso excessivo nas mochilas representa um esforço físico maior do que indicado para as crianças e pode levar ao aparecimento de alterações posturais anormais”, alerta.

O deputado perguntou quando vão as autoridades locais adoptar manuais digitais como forma de complementar a utilização do papel nas escolas.

Mas mesmo que não se avance para a digitalização, José Pereira Coutinho defende que há outras alternativas a nível da organização: “Vão as autoridades […] incentivar as escolas a atribuir a mesma sala de aulas a cada turma, evitando-se a deslocação das crianças com as mochilas dum lado para outro lado, além do uso de cacifos?”, questionou.

Ainda na mesma linha de argumentos, o legislador quer saber se existe a possibilidade de obrigar os professores a planearem as aulas com maior antecedência, para que as crianças possam deixar em casa os manuais escolares desnecessários para o dia de aulas.

9 Ago 2019

SMG apontam para má qualidade do ar

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram hoje um comunicado onde dão conta da má qualidade do ar em Macau, uma situação que se deve prolongar até amanha.

“A qualidade do ar em Macau pode chegar ao nível insalubre durante a tarde de hoje e continuar durante, a noite de hoje e amanhã de amanhã. Os motivos são vento fraco registado em Macau que não é propício à dispersão de poluentes atmosféricos e a abundante luz solar verificada nos últimos dias que favorece a concentração de ozono – poluente fotoquímico.”

Além disso, “durante a tarde é possível um aumento significativo, da concentração de ozono,
que vai fazer disparar o índice para o nível de insalubre”. Neste sentido, “estas condições meteorológicas justificam a adopção de medidas de auto-protecção por parte da população,
em especial grupos vulneráveis como crianças, idosos ou pessoas com historial de doenças respiratórias ou cardíacas”.

8 Ago 2019

Lucros do BNU em Macau sobem no primeiro semestre para 366,8 milhões de patacas

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau registou, no primeiro semestre deste ano, lucros de 366,8 milhões de patacas, indicam dados oficiais ontem divulgados.

Em relação a igual período de 2018, os lucros do BNU, do grupo Caixa Geral de Depósitos, subiram 18% nos primeiros seis meses de 2019. No primeiro semestre do ano passado, os lucros do banco foram de 311 milhões de patacas.

De acordo com o balancete de 30 de Junho passado, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, o BNU registou proveitos de 865 milhões de patacas e custos de 498 milhões de patacas.

O banco fechou 2018 com lucros de 585 milhões de patacas, proveitos de 1,7 mil milhões de patacas e custos de 1,1 mil milhões de patacas.

8 Ago 2019

Prostituição | Detida por burlar prostituta em mais de 30 mil RMB

[dropcap]U[/dropcap]ma mulher do continente, de apelido Zhang, consultora imobiliária, foi interceptada no posto fronteiriço das Portas do Cerco na passada sexta-feira, por suspeita de burlar uma prostituta que queria vir para Macau.

A Polícia Judiciária recebeu a queixa de uma mulher de 36 anos de idade, oriunda da província de Heilongjiang, que terá dado 30 mil Yuans à suspeita, através de transferência bancária, para que a ajudasse a vir para o território prestar serviços sexuais.

No entanto, depois do depósito, esta mulher nunca teve resposta de Zhang. A detida acabou por admitir o crime às autoridades, mas alegou ter sido um empréstimo. A suspeita foi presente ao MP acusada de crime de burla.

8 Ago 2019

Crime | Funcionário bancário desviou dinheiro para comprar acções na bolsa

A Polícia Judiciária deteve um casal por suspeita de vários crimes informáticos associados à alteração de dados em contas bancárias de modo a possibilitar a compra de acções da bolsa

 

[dropcap]U[/dropcap]m homem e a esposa foram detidos no passado dia 6 por terem alegadamente alterado dados de quatro contas bancárias de um banco onde o suspeito chegou a trabalhar como director do departamento de informática, para compra de acções na bolsa de valores.

A informação foi revelada ontem pela Polícia Judiciária em conferência de imprensa, que avançou que os implicados estão agora acusados dos crimes de acesso ilegítimo a sistema informático, autorização, utilização ou disponibilização ilegítima de danos informáticos e de burla informática.

A investigação teve início quando um banco que opera no centro de Macau denunciou à PJ que os dados de quatro contas bancárias tinham sido alterados. Das alterações constavam mudanças nos contactos telefónicos e a adição de mais um titular numa das contas em causa, autorizado a fazer transferências bancárias. Este novo elemento estaria apto a transferir montantes da conta, através do um novo contacto telefónico criado para que pudesse avançar com as operações contornando a autorização do banco. Para alterar os dados, o suspeito, que, entretanto, mudou de local de trabalho para outra instituição bancária, utilizou a sua conta pessoal e a da esposa. Para conseguir a alteração dos dados telefónicos e dados os procedimentos de segurança, valeu-se de cartões SIM que usurpou temporariamente a colegas.

Bolsa em acção

Tudo isto foi feito para que os suspeitos comprassem acções de valores através de pagamento bancário.

Entre Abril e Maio deste ano, foram realizados movimentos numa das contas que tinha sido alterada, sem autorização do verdadeiro titular, para serem adquiridas acções da bolsa sete vezes numa operação que envolveu um total de 2,5 milhões de patacas. O negócio correu mal e o verdadeiro titular da conta acabou por ficar prejudicado em 900 mil patacas, devido a perdas do mercado.

A PJ suspeita que o funcionário terá usado a posição no banco em que trabalhava para analisar as contas que poderia utilizar. De acordo com as autoridades, o suspeito teve o cuidado de seleccionar contas bancárias que não eram movimentadas há já algum tempo e usou a sua conta pessoal e a da esposa para proceder às alterações.

As autoridades apreenderam computadores e telemóveis suspeitos de terem sido utilizados para realizar a operação fraudulenta. Para que os verdadeiros titulares não se apercebessem das perdas de dinheiro, o suspeito fazia transferências entre contas para disfarçar a operação.

Do rol de acusações que recai sobre o casal, a pena mais pesada corresponde ao crime de burla informática, que pode chegar aos dez anos de prisão.

8 Ago 2019

Estacionamento | Mais de 370 mil infracções até fim de Julho

[dropcap]M[/dropcap]ais lugares de estacionamento provisório nas ruas perto das escolas e estacionamento gratuito para a primeira meia hora do dia no Auto-Silo do Parque Central da Taipa, são medidas sugeridas pela coordenadora-adjunta do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, Si Nei Na para evitar o estacionamento ilegal junto às escolas da Taipa.

Por outro lado, as novas escolas que venham a ser construídas naquela zona devem reservar espaços de estacionamento e estudar a abertura de parques subterrâneos para que os pais possam ter onde parar para deixar e ir buscar os seus filhos.

Para justificar as medidas, Sei apontou as estatísticas que revelam 375 mil infracções detectadas nas vias públicas, sendo que mais de 7,6 mil foram efectuados nas vias laterais a escolas.

8 Ago 2019

Transportes | Aeroporto bateu recorde de passageiros em Junho

O mês de Junho foi intenso tráfego no Aeroporto Internacional de Macau, com o número de voos comerciais a bater um recorde. Os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos para os transportes revelam que o número de acidentes de viação desceu quase um quarto durante o mesmo período

 

[dropcap]O[/dropcap] Aeroporto Internacional de Macau registou em Junho 6.042 voos comerciais, um número que representa um acréscimo de 22 por cento em termos anuais e um recorde de movimentos de aeronaves no território, de acordo com dados publicados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O destino e proveniência responsável por este incremento é o Interior da China, com uma subida do número de voos na ordem dos quase 40 por cento, num total de 2.661 voos. Também as viagens de e para Taiwan aumentaram, 7,3 por cento, para um total de 1.023 voos.

Num plano geral, no primeiro semestre do ano, o Aeroporto Internacional de Macau registou 35.632 voos comerciais, uma subida de 19,4 por cento em relação ao mesmo período de 2018.

Em termos de carga transportada, durante o mês de Junho foram movimentadas 3.135 toneladas, ou seja, mais 10,2 por cento em relação a Junho de 2018. Neste aspecto, importa salientar a carga exportada (2.209 toneladas), que representou uma subida de 29,7 por cento. Já a carga importada (543 toneladas) e a carga em regime de trânsito (384 toneladas) diminuíram 11,8 por cento e 27,1 por cento, respectivamente.

A postos na fronteira

Durante Junho, os postos fronteiriços de Macau registaram 441.430 movimentos de automóveis, o que representou um aumento de 9,7 por cento em termos anuais. Neste aspecto, destaque para o Posto Fronteiriço do Cotai onde o movimento de veículos se fixou em 127.885, um acréscimo de 7,4 por cento. Já a fronteira das Portas do Cerco teve uma descida ligeira de movimento, 0,7 por cento, um total de 278.063. No cômputo do primeiro semestre do ano, o movimento de automóveis nos postos fronteiriços totalizou 2.605.003, mais 7,5 por cento, face ao período homólogo do ano passado.

Em relação ao trânsito, os dados da DSEC relevam que Junho foi um mês com menos sinistros automóveis, com a ocorrência de 979 acidentes de viação, o que representou uma descida de 24 por cento em termos anuais, dos quais resultaram 316 feridos. Durante o primeiro semestre do ano, houve em Macau 6.170 acidentes de viação, que vitimaram mortalmente cinco pessoas.

Os dados do Governo mostram ainda que o número de veículos com matrículas novas desceu 21,2 por cento no mês de Junho, em relação ao mesmo período de 2018. Num panorama geral, durante o primeiro semestre deste ano, o número de veículos com matrículas novas foi de 5.714, menos 23,8 por cento, face ao mesmo período do ano passado.

8 Ago 2019

Lucros da Wynn Resorts sobem 5,2% no segundo trimestre

[dropcap]O[/dropcap]s lucros líquidos da operadora de casinos Wynn Macau subiram 5,2 por cento no segundo trimestre deste ano, anunciou ontem o grupo norte-americano Wynn Resorts.

Em comunicado, a Wynn Resorts indicou ter registado, entre Abril e Junho, lucros líquidos de 169 milhões de dólares norte-americanos contra 160,7 milhões de dólares no período homólogo de 2018.

As receitas operacionais totais do grupo em Macau, onde detém dois casinos, subiram para 1,18 mil milhões de dólares no período em análise, contra 1,16 mil milhões no segundo trimestre de 2018, de acordo com os resultados não auditados.

As receitas operacionais do Wynn Palace, na faixa de casinos no Cotai foram de 629 milhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 0,9 por cento.

No Wynn Macau, as receitas operacionais para o segundo trimestre cresceram 0,6 por cento para 546 milhões, contra 543 milhões em termos anuais.

Em termos de EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) ajustado, o Wynn Macau registou uma subida de 2,9 milhões, ou 176 milhões de dólares no segundo trimestre de 2019, contra 173 milhões no período homólogo do ano passado.

O EBIDTA do Wynn Palace desceu 12 milhões, passando de 179 milhões de dólares no segundo trimestre de 2018 para 167 milhões no mesmo período deste ano.

Crescimento geral

O presidente do conselho de administração da Wynn Resorts, Matt Maddox, destacou “o crescimento das receitas” em termos anuais, “em todas as propriedades do grupo, sobretudo no segmento de massas em Macau”.

“Em termos de desenvolvimento, conseguimos progressos significativos no planeamento e concepção do Pavilhão Cristal em Macau, que acreditamos vai ser um destino obrigatório no Cotai”, sublinhou.

Para o segundo trimestre deste ano, o Wynn Resorts anunciou lucros líquidos de 95 milhões de dólares, contra 156 milhões de dólares em igual período de 2018, devido a “despesas relacionadas com o desenvolvimento” do empreendimento Encore Boston Harbor, propriedade que abriu a 23 de Junho passado, com um custo total de quase três mil milhões de dólares.

8 Ago 2019

Protecção Civil | TDM reforça sistema de alertas de evacuação

Os canais de televisão de rádio da TDM vão ajudar a estrutura da protecção civil nos alertas de evacuação durante situações de ‘storm surge’ e tufões. Em simultâneo, vão ser disponibilizados espaços para turistas retidos nos postos fronteiriços

 

[dropcap]M[/dropcap]ais vale prevenir, diz o ditado popular. Neste sentido, para não ter de remediar, os Serviços de Polícia Unitários (SPU) divulgaram ontem que os canais de televisão e rádio da TDM são o novo reforço do aparato de protecção civil durante alertas de ‘storm surge’ e tufões com sinal 8 ou superior. O objectivo é aproveitar a “ampla cobertura e rápida difusão” para transmitir as informações de alerta de evacuação emitidas pelo Centro de Operações de Protecção Civil (COPC) aos residentes e turistas.

O mecanismo vai funcionar simultaneamente com a transmissão de mensagens sonoras de evacuação, em cantonês, mandarim, português e inglês, emitidas por sistemas de som colocados em locais altos. Os SPU revelam que será instalado um sistema de alerta sonoro na Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, em Coloane, que se junta aos do Farol da Guia, Taipa Grande e Alto de Coloane.

Estes últimos pontos ficam a ter o dobro dos altifalantes, passando de quatro para oito, cobrindo uma área de dois quilómetros quadrados. Também os 50 postes de videovigilância, situados nas zonas baixas, vão ser equipados com altifalantes. No total, o território ficará com 140 postes equipados com sistema de alerta sonoro, cada um com capacidade para cobrir 50 a 100 metros quadrados.

Segurança operária

O Comandante-geral dos SPU, Ma Io Kun, encontrou-se no início da semana com representantes da FAOM para esclarecer dúvidas quanto aos trabalhos de prevenção e salvamento durante catástrofes.

De acordo com o Jornal do Cidadão, Ma Io Kun realçou o trabalho realizado durante a passagem do tufão Wipha, nomeadamente o destacamento de agentes policiais para os postos fronteiriços, onde se acumularam muitos turistas, para assegurar a ordem pública. De forma a evitar multidões retidas por falta de transportes, Ma Io Kun revelou que foram reservadas áreas nos postos fronteiriços de Macau para acomodar estas pessoas, apesar de as instalações ainda não estarem prontas.

O Comadante-geral dos SPU deixou o compromisso de comunicar com os departamentos relevantes das regiões vizinhas e adoptar medidas para diminuir o fluxo de passageiros durante tufões. Aliás, a suspensão os “autocarros dourados”, que atravessam a Ponte HKZM serviria esse propósito. Uma possível solução mencionada na Assembleia Legislativa por Raimundo do Rosário.

Outra medida anunciada é a criação de um centro de acolhimento junto do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, em parceria com o Instituto de Acção Social.

8 Ago 2019

Galaxy | Croupiers falam de desigualdade nos aumentos salariais

[dropcap]O[/dropcap]s croupiers dos casinos mais pequenos que pertencem à operadora de jogo Galaxy exigem aumentos salariais, afirmando, de acordo com o website World Gaming Information, que não receberam por parte das chefias quaisquer informações oficiais sobre um possível ajustamento dos ordenados. Os trabalhadores entregam hoje uma carta à direcção da empresa como forma de protesto.

As queixas surgiram porque, desde o dia 15 de Julho que os croupiers da Galaxy Casino SA, com menos de um ano de trabalho, passaram a receber um salário de 19.500 patacas, enquanto que aqueles que já trabalham para a empresa há mais de um ano passaram a receber 21.500 patacas.

Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, adiantou ao HM que os croupiers dos casinos Waldo, Rio e Broadway, que também pertencem ao universo da Galaxy, não foram aumentados nem sequer informados dessa possibilidade.

“O salário deveria ter sido ajustado no início deste mês, mas a empresa não notificou os trabalhadores sobre esta matéria. Mesmo os representantes dos recursos humanos asseguram que não receberam quaisquer informações nesse sentido”, frisou.

Cloee Chao acredita que, por estarem em causa funcionários de casinos de menor dimensão, “talvez os responsáveis do departamento de recursos humanos se tenham esquecido de os informar”. Para já, apenas vai ser exigido um ajuste salarial, não estando contempladas outras medidas de protesto.

7 Ago 2019

PJ | Três denúncias de fraude em encontros online

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem ter recebido queixas de três cidadãos locais que foram alvo de situações de fraude numa plataforma de encontros sexuais online. A notícia foi avançada pelo canal chinês da Rádio Macau, após a denúncia feita junto das autoridades policiais.

Na investigação da PJ foi apurado que os três burlados tinham entre 20 e 36 anos, todos do sexo masculino e residentes em Macau. As vítimas conheceram uma mulher através das redes sociais que se ofereceu para prestar serviços sexuais a troco de dinheiro.

Após a marcação dos encontros, cada um dos homens foi abordado por telefone por um indivíduo desconhecido que lhes pediu o pagamento adiantado, via cartões pré-carregados para aquisições na internet.

Com isto acabaram por perder entre 5 mil a 19.400 patacas, por encontros sexuais que nunca se concretizaram. A PJ vai continuar a investigar o caso e alerta os cidadãos para terem cuidado com este tipo de plataformas e de pagamentos online a entidades desconhecidas.

7 Ago 2019

Pearl Horizon | Lesados reclamam revisão do regime jurídico

A Associação dos Compradores de Pearl Horizon voltam à troca epistolar com as entidades governamentais, à espera de uma solução que reverta os prejuízos sofridos. Ontem foi deixada mais uma missiva na AL

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação dos Compradores de Pearl Horizon, Kou Meng Pok, foi ontem à Assembleia Legislativa (AL) para entregar uma carta, reivindicando a revisão dos detalhes do “Regime Jurídico de Habitação para Alojamento Temporário e de Habitação para Troca no Âmbito da Renovação Urbana”, para poder resolver o problema dos lesados que foram excluídos do acesso à habitação para troca por falta do registo predial.

Em declarações ao Hoje Macau, o dirigente da Associação criticou as lacunas existentes na lei, em que houve “casais registados como legalmente casados que compraram duas fracções autónomas do edifício em construção “Pearl Horizon”, por não considerarem suficiente viverem em apenas uma, embora só tivessem direito a candidatar-se à compra de uma habitação para troca. No entanto, os casais que tem uma relação conjugal sem registo de casamento, podem solicitar duas unidades. Isto é irracional!”. O mesmo responsável disse ainda que a habitação para troca deve ser calculada em termos do tamanho da unidade, e não do número de unidades, porque “se a área total de duas habitações for menor que uma grande, também não é justo”.

Kou Meng Pok sublinhou também que “não importa quais são as alterações à lei, o mais importante é que o Governo tome medidas para resolver todos os problemas, tão depressa quanto possível, que não devem ter que ser solucionados por nós mesmos”. Acerca da resposta que o Governo deu às cartas anteriormente enviadas, Kou disse que Chui Sai On indicou que as pessoas prejudicadas deveriam consultar a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ou a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ). Contudo, depois de estes terem consultado os respectivos departamentos, os funcionários afirmaram que não tinham recebido nenhuma proposta de resolução por parte do Executivo e que também não sabiam o que fazer para resolver o caso.

Ignorância parlamentar

O dirigente da Associação revelou também que os deputados da AL – Au Kam San, José Maria Pereira Coutinho, Sulu Sou e Zheng Anting –, que entretanto ouviram as suas queixas, declararam que “não sabiam que iria haver problemas com aqueles que não fizeram o registo predial. Se soubessem teriam votado contra a aprovação da lei”. Portanto, Kou Meng Pok pede ao presidente da AL que proceda à revisão da lei o mais breve possível.

No entanto, de acordo como o relatório final da consulta pública sobre o regime jurídico de habitação para troca, divulgado em Outubro de 2018, existiam ainda opiniões da sociedade que consideravam que “cada pessoa só pode adquirir uma habitação para troca, porque as pessoas que compraram mais do que uma fracção do edifício em construção estarão basicamente a exercer especulação, e o Governo não deve utilizar os recursos públicos para compensar as suas perdas especulativas”.

7 Ago 2019

Hotel 13 negociado por 1,2 mil milhões de dólares de Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] empresa South Shore, que controla o Hotel 13, em Seac Pai Van, está a negociar a venda de 60 por cento do activo a troco de 1,2 mil milhões de dólares de Hong Kong. A informação consta de um comunicado enviado ontem à Bolsa de Hong Kong, em que não é identificado o potencial comprador.

Segundo os dados revelados o interessado na aquisição de 60 por cento do hotel tem ligações a um dos principais accionistas do projecto, mas também não identifica quem o accionista em causa. Além da venda de 60 por cento do hotel, a transacção implica que o comprador assuma uma dívida que se aproxima de 2,9 mil milhões de dólares de Hong Kong, assim como os juros desta dívida, que rondam os 1,2 mil milhões.

O Hotel 13 está parcialmente aberto desde Agosto e no passado sempre se afirmou com a intenção de receber um casino. Contudo, até ao momento essa intenção não foi concretizada o que tem afectado os resultados da empresa.

Perdas confirmadas

Também ontem a empresa publicou o relatório sobre o último ano económico e confirmou perdas de 5,8 mil milhões de dólares de Hong Kong. No ano financeiro anterior, as perdas da empresa tinham sido de 1,6 mil milhões de dólares de Hong Kong, o que mostra um agravamento dos resultados superior a 4 mil milhões de dólares.

Já em relação ao Hotel 13, a empresa revelou que as receitas ligadas ao aluguer dos hotéis foram de 3 milhões de dólares de Hong Kong, o que corresponde a uma diária de 5 mil dólares por quarto. A taxa de ocupação, numa altura em que o hotel só está aberto parcialmente, foi de 8 por cento. Já em relação à venda de comida e bebidas, as receitas foram de 2 milhões de dólares de Hong Kong.

Sobre o mercado de Macau, a empresa admite que se está a tentar adaptar ao facto de não ter uma área de jogo. “O Hotel 13 está focado em reposicionar-se no mercado e adaptar um modelo de negócio diferente sem o recurso ao jogo, desde que abriu em Agosto do ano passado. A tendência passa agora por capitalizar as instalações ultra luxuosas e criar uma marca que possa aumentar a taxa de ocupação e organizar eventos especiais”, é explicado.

Além dos relatório publicados, as acções da empresa voltaram a ser comercializadas, depois de terem estado quase um mês suspensas.

7 Ago 2019

Centro Histórico | Esboço do Plano de Salvaguarda e Gestão até ao fim do ano

O IC espera até ao final do ano concluir o projecto do regulamento administrativo que vai ser o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau. Um dos principais aspectos a ter em conta vai ser o corredor visual da Colina da Penha

 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) espera terminar até ao final do ano um esboço do que será o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, que depois será publicado como regulamento administrativo. O ponto da situação foi feito, ontem, por Sou Kin Meng, Chefe Substituto do Departamento do Património Cultural.

“Em relação ao projecto para o regulamento administrativo para o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau estamos a desenvolver os trabalhos necessários”, Sou Kin Meng. “Todas as opiniões ouvidas durante a consulta pública de 2018 vão ser tidas em conta e vão ser incluídas na elaboração na proposta do regulamento administrativo. Claro que a proposta ainda está na fase de elaboração e vamos tentar concluí-la até ao final do ano”, acrescentou.

De acordo com o responsável caso haja outros desenvolvimentos sobre o plano as informações serão atempadamente divulgadas. Porém, de acordo com Sou, a altura e a largura do corredor visual para a Colinha da Penha ainda está por definir. Este foi um aspecto focado por mais de 50 por cento das 2.050 opiniões ouvidas na consulta pública de 2018. “Esperamos que a proposta [do Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau] seja bastante abrangida e desenvolvida”, sublinhou.

Durante a conferência de imprensa de ontem, Choi Kin Long, vice-presidente substituto do IC, avançou igualmente que vai ser criado um centro para a monitorização em tempo real do património. Esta criação depende de vários estudos que estão a ser feitos e, segundo o responsável, vai permitir escolher o património que será acompanhado através de tecnologias “inteligentes”.

Raio do Gaio

Um tema que ficou sem resposta foi o dos eventuais trabalhos em “contra-relógio” do edifício na Rua da Calçada do Gaio nos números 18 a 20. O edifício fica numa zona cuja construção em altura foi limitada a 52,5 metros, no ano de 2008. Porém, a obra atingiu a altura de 81,32 metros antes do despacho ser publicado, havendo associações, como o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia, que defendem que devia ser demolida em parte.

Os responsáveis do IC foram questionados sobre a existência de obras em 2008 mesmo à noite, para construir o máximo possível antes do despacho ser publicado, mas negaram qualquer conhecimento dessa situação. “As informações que temos são sobre a altura da construção. Não temos informações sobre a velocidade com que os trabalhos foram feitos”, respondeu Choi Kin Long, quando questionado.

Sobre as eventuais negociações para compensar o construtor do edifício pelo facto de ter visto a área de aproveitação reduzida, com o despacho de 2008, o vice-presidente afirmou não estar a par do assunto e que não seria o IC a negociar a compensação.

Ainda no que diz respeito à vista para a Colina da Guia e as construções na Zona A dos Novos Aterros, Choi admitiu que o IC não tem muitas informações sobre a situações.

 

Farol da Guia na UNESCO

O Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia quer que o Centro do Património Mundial da UNESCO tome uma posição sobre o edifício na Calçada do Gaio. Numa carta enviada ontem à presidente do Centro, Mechtild Rössler, a grupo pede que a UNESCO clarifique se concorda com a altura superior a 80 metros do edifício ou se os andares superiores deviam ser demolidos até se chegar ao limite dos 52,5 metros.

Ao mesmo tempo pergunta qual será o impacto visual para a colina, caso os edifícios em construção na Avenida Rodrigo Rodrigues sejam concluídos com alturas que chegam aos 90 metros de altura. O grupo sublinha a importância de haver uma resposta para as questões, que preocupam a sociedade de Macau.

7 Ago 2019

Conferência | Cultura na Grande Baía discutida a partir de domingo

O académico português Rogério Miguel Puga, da Universidade Nova de Lisboa, é um dos oradores convidados da conferência que arranca este domingo, intitulada “A Missão Cultural para o Desenvolvimento e a Construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, promovida pelo Governo. Ao HM, o investigador revela que vai abordar sobretudo “o papel pioneiro de Macau nas relações sino-ocidentais desde o século XVI”, um ponto diferenciador face às restantes cidades que integram o projecto político de Pequim

 

[dropcap]M[/dropcap]uito se fala do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau como o próximo hub tecnológico do sul da China, à semelhança de Silicon Valley, nos Estados Unidos. Contudo, o Governo da RAEM decidiu olhar para o projecto desenvolvido pelo Governo Central de uma perspectiva cultural, ao organizar a conferência “A Missão Cultural para o Desenvolvimento e a Construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. A iniciativa é da Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, liderada por Mi Jian, e tem lugar entre este domingo e a próxima quarta-feira, dia 14.

Um dos convidados portugueses é Rogério Miguel Puga, académico da Universidade Nova de Lisboa (UNL) que se tem debruçado nos últimos anos sobre o estudo da história e cultura de Macau e que vai falar da importância que o território tem para a história e cultura da zona da Grande Baía.

Ao HM, o investigador adiantou o tema da sua palestra. “Falarei sobre o papel pioneiro de Macau nas relações sino-ocidentais desde o século XVI, sobretudo até à fundação de Hong Kong pelos britânicos”. À data, o pequeno território no sul da China teve um papel “primordial como porta de entrada dos ocidentais na China e de saída de chineses, onde, nessa câmara de descompressão cultural, se habitavam as costumes e línguas ocidentais”.

Macau desempenhou esse papel “único” até ao século XIX, possuindo uma importante história no contexto do Delta do Rio das Pérolas, na China, em Portugal (a nível nacional) e a nível internacional, pois “a partir do ano de 1700 chega a Companhia das Índias Inglesas e no final do século XVIII os norte-americanos”.

Primeira em quase tudo

Não é por acaso que Pequim deseja que Macau desempenhe um papel primordial no contexto da Grande Baía, dando um enorme destaque político ao seu posicionamento. Rogério Miguel Puga recorda que foi em Macau que começou quase tudo o que estava ligado ao Ocidente.

“Foi através do território que se introduziu a medicina ocidental na China, onde houve o primeiro hospital e a primeira universidade ocidentais na China, teve o primeiro farol ocidental e a primeira imprensa ocidental. Aliás, os marcos históricos das relações sino-ocidentais até 1842 envolvem sempre Macau”, recorda.

O Templo de Kun Iam foi o local escolhido para a assinatura do primeiro tratado sino-americano, algo que aconteceu “na mesa de pedra que ainda lá está”. O território acolheu também o primeiro museu na China, organizado por ingleses e americanos, “a primeira biblioteca em língua inglesa e foi o espaço feminino do comércio ocidental na China, pois as mulheres ocidentais não podiam entrar na China”.

Estas ficavam então estabelecidas em Macau, “onde ajudavam a cuidar dos negócios dos maridos quando eles subiam a Cantão, como aconteceu com Rebecca Kinsman, cujo marido está sepultado no Cemitério Protestante de Macau”.

Neste sentido, o académico português considera que “a dimensão histórica e cultural da Grande Baía, nomeadamente no que diz respeito às relações sino-ocidentais, não pode ser esquecida, e este congresso é prova de que não está a ser”. “Macau foi pioneiro nas relações exteriores da China e tem uma relação especial com Portugal, podendo reclamar a si esse papel simbólico”, acrescentou.

“Uma posição ímpar”

Tendo em conta todo este manancial histórico, Rogério Miguel Puga defende que o Governo deve fomentar o relacionamento de Macau com o espaço lusófono, pois o território foi “o primeiro espaço-fronteira de contacto contínuo com ocidente, onde sempre houve tolerância cultural”. Deve-se, por isso, “estimular as relações com os países lusófonos e continuar a rentabilizar, em termos de património e de turismo cultural, a dimensão portuguesa do passado histórico da cidade. Como, aliás, tem sido feito”.

Questionado sobre a preservação da cultura macaense face a outras expressões culturais da China, Rogério Miguel Puga adiantou que devem ser aproveitadas as “especificidades culturais e históricas, como RAEM da China, para destacar a sua identidade própria no seio da China multicultural e diversificada”.

Macau “é uma cidade-fronteira e de contacto desde o século XVI, virada para o mar, que nasceu da pesca e do comércio internacional, logo é um símbolo essencial e antigo da Grande Baía e da actual Rota da Seda, é um Janus cultural, como alguém já lhe chamou”.

No que diz respeito a Hong Kong, Rogério Miguel Puga acredita que existem “objectivos idênticos, comuns”. “Deve ser levado a bom porto os objectivos do desenvolvimento sustentável da Grande Baía, também através das relações e dos negócios com o estrangeiro. Deve existir um papel local, regional, nacional e internacional, como Macau sempre teve”, frisou.

Outras áreas abordadas

O HM contactou a Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional no sentido de saber a lista completa de oradores. O organismo dirigido por Mi Jian esclareceu que foram convidados para o evento “60 académicos, incluindo dois portugueses”. Até ao fecho da edição, não o HM não conseguir confirmar a identidade do outro convidado português.

A conferência irá debruçar-se sobre áreas como a história, filosofia, religião, política, Direito, linguagem, arte e literatura nas nove cidades que compõem a iniciativa da Grande Baía.

O Governo de Macau justifica a realização desta conferência com o facto de Macau “ter uma missão muito explícita e específica que é diferente de outras cidades da Grande Baía”, uma vez que o próprio projecto do Governo Central tem a missão de se desenvolver “na base do intercâmbio e cooperação onde a cultura chinesa é a base e diversas culturas coexistem”.

Além disso, este papel constitui “uma afirmação das raízes profundas de Macau no que diz respeito ao seu estatuto cultural e histórico”, sendo que Pequim “depositou grandes expectativas para o próximo papel que Macau irá desempenhar no intercâmbio cultural global e na integração”.

A direcção de serviços liderada por Mi Jian relembra ainda que “a história única de Macau formou uma ecologia cultural muito especial”, existindo não apenas uma forte presença da cultura chinesa, mas também de um multiculturalismo “baseado na cultura Ocidental, que tem vindo a espalhar-se”.

A realização desta conferência tem como objectivo “responder à confiança e expectativa do país” e também demonstrar “as características humanísticas únicas e o charme da coexistência multicultural de Macau”, sem esquecer a promoção do conceito de “construir uma comunidade com um futuro partilhado em mente”.

7 Ago 2019

PJ | Detido alegado operador de uma rede de cartões de crédito falsos 

[dropcap]U[/dropcap]m homem oriundo do Zimbabwe, com 46 anos de idade, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por alegadamente ter feito pagamentos numa pensão com um cartão de crédito falso.

A investigação preliminar das autoridades concluiu que o homem terá sido contratado por uma rede criminosa de falsificação de cartões de crédito para operar a mesma rede em Macau. Suspeita-se que desde Junho o homem terá feito cerca de 30 pagamentos no valor total de dez mil dólares de Hong Kong.

A PJ descobriu ainda que os dados dos cartões de crédito incluem países como a Austrália, Estados Unidos, Inglaterra e África do Sul, tendo sido detectados seis cartões falsos. O indivíduo já foi presente ao Ministério Público, sendo suspeito do crime de contrafacção, passagem de moeda falsa e burla informática.

6 Ago 2019