Economia | PIB contraiu 1,8 por cento no segundo trimestre de 2019

O Governo admitiu poder haver retracção económica na segunda metade do ano, após uma quebra no crescimento do PIB de 3,2 por cento no 1º trimestre e de 1,8 por cento no 2º trimestre, mas sublinha que a RAEM tem capacidade de resistir às adversidades

 

[dropcap]T[/dropcap]endo em conta o aumento incessante de factores de incerteza de origem externa, é de prever que a economia local continue a deparar-se com uma pressão de recessão durante a segunda metade do corrente ano”, refere o comunicado enviado pelo Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, no final da passada sexta-feira, após o conhecimento dos dados oficiais relativos ao segundo trimestre de 2019.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou uma contracção de 1,8 por cento no segundo trimestre no ano, em relação a igual período no ano passado, depois de um decréscimo de 3,2 por cento no 1º trimestre. O Governo atribui esta quebra no desempenho das contas locais “à redução das obras de construção e à diminuição contínua do investimento em activos fixos”.

De forma a combater esta tendência, o Governo de Macau vai “acompanhar, de perto, o impacto do ajustamento económico”, adoptando medidas relativas ao “mercado de emprego” e promovendo a “realização de grandes projectos de construção pública”.

O arrefecimento do 2º trimestre deveu-se também, em grande parte, ao decréscimo de investimento do sector público no sector da construção, de menos 51,6 por cento, face aos valores excepcionalmente elevados, em igual período de 2018, referentes aos trabalhos na ilha fronteiriça artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, justificou a DSEC na sua divulgação.

Como lembrou o gabinete de Lionel Leong, não obstante os desafios provocados pelas incertezas económicas, a taxa de desemprego no 2º trimestre do ano situou-se nos 1,7 por cento, menos 0,1 por cento do que em 2018, tendo a mediana do rendimento mensal do emprego em Macau sido de 16.300 patacas, o que corresponde a um acréscimo homólogo de 1,9 por cento.

A par destes números, os dados estatísticos do turismo revelaram-se igualmente positivos. No primeiro semestre do ano chegaram a Macau 20 284 633 visitantes, o que representou um acréscimo de 20,6 por cento, em termos anuais. A abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau também foi responsável pela vinda de mais visitantes, e é uma aposta do território na dinamização do sector.

Contas sólidas

Macau vai aproveitar “o forte alicerce das finanças públicas já solidificado e tirar proveitos da situação estável de pagamento externo, do regime de indexação confiável e do sistema financeiro consolidado, para fazer face às mutações da conjuntura económica externa, assegurando que as despesas públicas dedicadas ao bem-estar da população não sejam afectadas”, referiu o comunicado do Gabinete do Secretário.

O Executivo e os diversos sectores sociais preparam-se para “adoptar uma postura proactiva, redobrando esforços para responder às mudanças, mediante a manutenção da estabilidade e a adaptação conjuntural”, transformando em oportunidades as vantagens resultantes dos acordos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O desenvolvimento adequado das indústrias “reforçará a capacidade da RAEM na luta contra as adversidades” e, só neste primeiro semestre, foram constituídas 3.278 sociedades, mais 105 do que em idêntico período do ano passado. “O capital social destas sociedades cifrou-se em 3,40 mil milhões de patacas, representando um aumento substancial de 6,5 vezes”, o que revela que “o desempenho económico de Macau tem atraído mais investidores locais e estrangeiros”.

Sem dívidas

Além disso, o Governo da RAEM não tem “nenhuma dívida nem encargos, continuando a registar saldos financeiros positivos”. No primeiro semestre registaram-se saldos de “cerca de 30,5 mil milhões de patacas nas contas públicas” e, até ao final de Junho de 2019, o valor total dos activos da reserva financeira era de 569,3 mil milhões de patacas, correspondendo a uma subida homóloga de 10,9 por cento.

Os depósitos dos residentes também atingiram 654,65 mil milhões de patacas, até final de Junho de 2019, com um aumento homólogo de 11,1 por cento. Já os empréstimos internos ao sector privado cresceram 7,6 por cento, em termos anuais, atingindo 514,9 mil milhões de patacas, o que parece indicar, mais uma vez, a confiança na robustez das finanças locais.

26 Ago 2019

Jogo | Fosso salarial entre homens e mulheres aumenta 31%

[dropcap]N[/dropcap]o segundo trimestre deste ano, a discrepância de salários entre homens e mulheres que trabalham na indústria do jogo aumentou 31 por cento em relação ao período homólogo do ano transacto. De acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a remuneração média auferida por mulheres no período em análise fixou-se em 23.570 patacas, enquanto os homens receberam 25.870 patacas, ou seja, mais 2.300 patacas por mês.

Um valor que aumentou face ao segundo trimestre de 2018, quando um funcionário masculino ganhava mais 1.760 patacas do que uma mulher a desempenhar o mesmo trabalho. Feitas as contas, o fosso salarial entre géneros aumentou em quase um terço.

Outro dado revelador, em termos de igualdade de género, prende-se com o número dos directores e quadros dirigentes. No segundo trimestre deste ano, num total de 3.129 quadros dirigentes, 1.804 eram ocupados por homens, ou seja, em relação ao número total eram mais 479 do que as dirigentes mulheres.

Também neste indicador o fosso entre géneros aumentou em relação ao período homólogo do ano passado. No segundo trimestre de 2018, havia mais 307 homens em cargos de chefia do que mulheres, ou seja, num ano a diferente entre géneros nas posições de topo das empresas de jogo aumentou 56 por cento.

No fim do trimestre em análise existiam 904 postos vagos, ou seja, mais 81, face ao fim do segundo trimestre de 2018. A maioria das vagas pertencia aos “empregados administrativos” (79,5 por cento), observando-se que 588 destas vagas se destinavam aos “croupiers”.

Em relação aos requisitos de recrutamento, apenas 14,2 por cento das vagas requeriam experiência profissional, 64,7 por cento exigiam habilitações académicas inferiores ou iguais ao ensino secundário complementar, 77,2 por cento requeriam o domínio do mandarim e 21,9 por cento exigiam o do inglês.

23 Ago 2019

ANIMA | Associação quer encerramento do Matadouro

Conseguir com que o Governo encerre o Matadouro e mudar o nome e a estrutura da ANIMA para que tenha uma componente de protecção ambiental, são os objectivos a curto prazo de Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais

 

[dropcap]D[/dropcap]epois da vitória na luta pelo fecho do canídromo, a Associação Protectora dos Animais – ANIMA – vai tentar por fim ao Matadouro. A ideia foi deixada pelo presidente do organismo, Albano Martins, à TDM. O responsável tenciona dar início a um processo de encontros com o Governo para explicar a inutilidade da empresa Matadouro S. A. de Macau. “Há várias razões para o fecho do Matadouro, tal como existiam para o fecho do canídromo”, começa por dizer em entrevista.

A mais evidente tem que ver com o factor financeiro, sendo a Matadouro S.A. “um desastre”, uma vez que desde 2009 mantém “resultados negativos na ordem dos 20 milhões de patacas e não há meio de mudar”.

Albano Martins recorda que a companhia já fez duas “operações cosméticas” em termos financeiros”, uma em 2010 reavaliando o cativo “porque o capital social já estava comido em metade e pelas leis de Macau precisa de ser recuperado”. E em 2018, “reavaliando o novo activo com mais 10 milhões de patacas para conseguir ter uma posição financeira aceitável”, explicou.

A situação financeira da empresa é também “um desastre para o Governo” por não ter de pagar impostos, devido à actual situação em que se encontra.

Espaço precioso

A este desastre financeiro acresce o facto de o Matadouro ocupar um espaço “enorme” que é importante que “reverta para a comunidade” e ser transformado.

Por último, “não há sentido nenhum em continuarmos a matar animais em Macau quando podemos comprá-los já mortos”, uma vez que os processos de abate no território “já não é dos mais aceitáveis actualmente”.

São estas as razões que Albano Martins vai apresentar ao Governo, “e explicar cientificamente”, os motivos que justificam o encerramento do Matadouro. O presidente da ANIMA acredita que a proposta vai ser bem recebida pelo Executivo.

“Acho que o Governo vai fazer as contas e verificar que de facto não recebe impostos, que economicamente é um desastre, que está a ocupar um espaço enorme e finalmente se quiser ser honesto, perceber a desactualização do processo de abate”.

Novo nome, novo rumo

A ANIMA vai ainda mudar de nome e ter uma componente de defesa ambiental. “Em vez de ser Sociedade Protectora dos Animais passa a ser Sociedade Protectora dos Animais e da Natureza”, anunciou o responsável.

Para Albano Martins as questões ambientais “são importantes” e o objectivo é “tentar ter um segundo núcleo para observar como as coisas são feitas em Macau e inclusivamente apresentar queixas”.

Até Março do próximo ano Albano Martins tenciona deixar a presidência da ANIMA, sendo que a associação já se encontra à procura de um sucessor, “que fale chinês”. “Estou velho demais, tenho 70 anos “ justificou.

23 Ago 2019

Proprietários do ramo imobiliário não concordam com Ho Iat Seng 

[dropcap]V[/dropcap]ários proprietários do ramo imobiliário disseram ao jornal Ou Mun que não concordam com as ideias de Ho Iat Seng, candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Macau, no que diz respeito a matérias de renovação urbana. O actual Governo, liderado por Chui Sai On, pretende realizar uma consulta pública no final do ano que prevê as percentagens relativas ao direito de propriedade para efeitos de reconstrução de edifícios antigos.

Ho Iat Seng defendeu que a renovação urbana em Macau não deve seguir o modelo de Hong Kong, pois a possível redução da propriedade de um imóvel ou a realização de um leilão obrigatório podem envolver casos em tribunal e necessitam de tempo. Portanto, Ho Iat Seng propôs que o Executivo possa adiantar o pagamento das despesas relativas à reconstrução, sendo que o proprietário paga apenas pelos custos de construção.

Contudo, as figuras ligadas ao sector do imobiliário apontam que a proposta de Ho Iat Seng é diferente face ao que foi discutido em reuniões anteriores sobre renovação urbana. “Mesmo que seja teoricamente viável, a realidade é contrária às expectativas dos patrões, sendo difícil incentivá-los a apoiarem a reconstrução dos edifícios em prol da renovação urbana”, lê-se no jornal.

Um agente imobiliário indicou que os problemas relacionados com a renovação urbana são complexos, nomeadamente nos bairros antigos. No bairro do Iao Hon, por exemplo, há imóveis que operam como lojas, quando no registo predial consta o uso para fins residenciais, o que leva a que tenha um valor diferente no mercado.

Face à situação do actual do mercado, o custo de construção por cada pé quadrado é de 1.500 patacas, o que significa que as obras numa fracção com mil pés quadrados deverão custar 1,5 milhão de patacas. A maioria dos proprietários de bairros antigos são idosos e não têm a capacidade de assumir essa despesa, sendo também difícil a obtenção de um empréstimo bancário, apontam os entrevistados ao jornal.

Por outro lado, tendo em conta os casos de demolição de edifícios no Interior da China, os antigos proprietários acabaram por se mudar para casas provisórias, tendo posteriormente obtido uma nova casa de forma gratuita ou uma compensação igual ao valor do mercado. Por isso, os entrevistados consideram que o facto do Governo querer avançar com o investimento é um bom ponto de partida e uma medida “teoricamente exequível” mas, na prática, vai depender da situação civil de cada propriedade, o que não constitui um incentivo para os proprietários.

23 Ago 2019

EPM | Férias limitam participação da APEP no projecto de ampliação

A Associação de Pais da Escola Portuguesa (APEP) quer dar uma opinião acerca do projecto de ampliação da instituição, mas receia não ter oportunidade durante o período de consulta pública, dado coincidir com as férias. No entanto, o novo projecto de Carlos Marreiros parece ter em conta a necessidade de espaços ao ar livre, o que agrada à APEP, aponta o presidente do organismo Filipe Regêncio Figueiredo

 

[dropcap]O[/dropcap] projecto de ampliação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) está em consulta pública até dia 29 e a Associação de Pais da Escola Portuguesa (APEP) quer dar o seu contributo, mas ainda não sabe como. Em causa está o facto deste procedimento ter sido avançado em período de férias. “Nós soubemos de tudo isto através dos jornais, e não fomos informados de nada”, começou por dizer o presidente da APEP, Filipe Regêncio Figueiredo, ao HM.

Para já a associação está a tentar comunicar com os associados “até porque muitas das pessoas estão de férias e não é propriamente a melhor altura para avançar”, lamenta. No entanto, é do interesse da APEP participar, estando a “tentar perceber, através de quem está em Macau, “o que é possível fazer num curto espaço de tempo”, acrescentou.

A direcção da EPM tem conhecimento de que a APEP está a tentar participar, mas não adianta alternativas caso a associação não dê o seu contributo atempadamente, apontou o director da escola, Manuel Machado. Já no que respeita à sua opinião, Manuel Machado afirma “que a dar, será em sede própria”.

Ar para que te quero

Relativamente ao projecto em si, a baseado “no que é dito na imprensa relativamente à planta e nas declarações do arquitecto Carlos Marreiros”, Filipe Regêncio Figueiredo considera que “as preocupações apresentadas relativamente ao projecto inicial estão salvaguardadas”

Em causa estava a escassez de espaços ao ar livre, que a APEP, considera fundamental. “Parece que agora está assegurada a existência de manter o espaço ao ar livre, de haver sol”, refere.
Recorde-se que o projecto de ampliação da Escola Portuguesa de Macau deu entrada no Conselho de Planeamento Urbanístico a 15 de Agosto, estando sujeito a consulta pública até ao próximo dia 29.

O arquitecto responsável por este projecto é Carlos Marreiros, que já garantiu ao HM que a adição de mais um edifício não irá por em causa a existência de espaços exteriores. A nova EPM “vai ter espaços para actividades ao ar livre, quer a nível do piso térreo quer ao nível dos terraços”, até porque o projecto preliminar assegura a criação de “espaços abertos para que haja uma ventilação transversal. Os blocos estão pensados para permitir a entrada da luz do sol e do ar”, frisou Carlos Marreiros.

Novo pólo, novas oportunidades

Já quanto ao novo pólo da escola Portuguesa Filipe Regêncio Figueiredo considera que se abre uma oportunidade para uma reestruturação de instalações. “Obviamente que a escola precisa de mais espaço”, dado o aumento do número de alunos e “sendo instalações que podem ser construídas de raiz, até para os anos mais avançados, se calhar consegue-se construir outro tipo de infra-estruturas, como laboratórios de melhor qualidade”, rematou.

23 Ago 2019

Economia | Excedente na conta corrente de 158 mil milhões em 2018

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou ontem que no final de 2018 o território tinha registado um excedente na conta corrente de 158 mil milhões de patacas.

Segundo dados preliminares divulgados pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), “em 2018 as fortes exportações de serviços turísticos determinaram a continuidade de um acentuado ‘superavit’ registado na conta corrente, no valor de 158 mil milhões de patacas”, um aumento de 23,7 mil milhões face aos 134,4 mil milhões de patacas registados em 2017.

A balança da conta de serviços registou um excedente de 310,8 mil milhões de patacas devido ao aumento de 12,8 por cento em 2018, “em consequência da ascensão das exportações de serviços turísticos”, segundo a AMCM.

No ano passado, apontou a AMCM, os activos financeiros líquidos não reserva, aumentaram para 141,8 mil milhões de patacas, mais 6,1 mil milhões de patacas do que no ano anterior, devido ao “crescimento dos activos financeiros no exterior, quer dos residentes, quer do sector público”.

Por outro lado, o défice comercial de mercadorias aumentou para 88,2 mil milhões de patacas, mais 1,6 mil milhões em relação a 2017.

Apesar de as exportações de mercadorias terem aumentado 11,7 por cento, as importações de mercadorias também subiram 5,6 por cento.

23 Ago 2019

Indústrias MICE | Macau com prémio melhor cidade da Ásia em 2019

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram ontem que o território venceu um prémio de melhor cidade para encontros, incentivos, conferências e feiras (indústrias MICE, na sigla em inglês) da Ásia em 2019.

A primeira edição do evento, que decorreu em Singapura na terça-feira e que foi organizado pelo Northstar Travel Group, distinguiu o território com o prémio “Melhor Cidade MICE da Ásia, apontou em comunicado o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.

Para este galardão contribuiu o facto de a RAEM ter tido uma alta avaliação das instalações de hardware e software MICE e dos serviços de Macau, em conjunto como “o apoio e cooperação dos diversos sectores da sociedade”, lê-se no comunicado.

“No futuro, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau irá continuar a promover o desenvolvimento da indústria de convenções e exposições de Macau em conjunto com o sector MICE, no intuito de introduzir mais convenções e exposições de boa qualidade em Macau, permitindo que mais organizadores de MICE conheçam as vantagens de Macau para a realização de convenções e exposições”, acrescenta a nota de imprensa.

Em 2018, segundo dados divulgados pelo Governo de Macau, o território realizou “um total de 28 reuniões com uma escala de mais de 1.000 pessoas”, um aumento de 50 por cento em relação ao período homólogo de 2017.

No mesmo ano, chegaram ao território mais de 35.000 comerciantes para participarem em convenções e exposições.

22 Ago 2019

Metro Ligeiro | Governo apresenta troço Terminal Marítimo – Ocean Garden

Mais de dez anos depois, e de 16 mil milhões de patacas gastos, o Metro Ligeiro de Macau entra em período de testes. Ontem foi a vez dos jornalistas experimentarem a linha que une o terminal marítimo aos Ocean Garden, numa viagem marcada por alguma instabilidade. Antes de 20 de Dezembro, esta linha deverá estar a funcionar, mas para já continua sem se saber o preço das tarifas ou o horário do seu funcionamento

 

[dropcap]A[/dropcap]s portas da carruagem fechavam-se às 15h24 e o Metro Ligeiro de Macau, arrancava da estação do terminal marítimo da Taipa, numa viagem organizada para os órgãos de comunicação social. O trajecto decorre durante cerca de 25 minutos até ao fim da linha, com nove quilómetros de extensão, na estação Oceano. Pelo caminho, passa pelo aeroporto, pelo Cotai e pelo Jockey Club. Este percurso deverá abrir ainda este ano, como tem sido defendido pelo secretário dos Transportes e Obras Públicas Raimundo do Rosário.

Cada uma das 110 carruagens que fazem parte da frota têm capacidade para 100 pessoas, ou “70 se levarem equipamentos”, apontou o coordenador do Gabinete para as Infraestruturas de Transportes (GIT), Ho Cheong Kei, e cada uma das unidades de transporte vai ser constituída por duas carruagens. Em caso de maior fluxo de passageiros, Ho adiantou que pode ser adicionado um modulo idêntico. “Ter quatro carruagens, depende do número de passageiros. Vão ser duas primeiramente, mas se forem muitos passageiros usamos quatro”, esclareceu o coordenador do GIT.

No entanto, o projecto para o Metro Ligeiro e para a aquisição de equipamentos avançaram sem qualquer cálculo sobre o número de passageiros que poderá vir a usufruir da estrutura e uma estimativa a este respeito continua a ser uma incógnita. Quando questionado pelos jornalistas, Ho Cheong Kei apontou que “é uma pergunta difícil, pois não temos um número concreto”.

Cuidado com as curvas

A viagem de ontem foi marcada por alguma instabilidade das carruagens que o responsável pelo GIT atribui à sensibilidade de cada um, refutando a hipótese apresentada pelos jornalistas de que poderia ter como causa a desactualização de equipamentos, já adquiridos há dez anos. “O sentimento [de instabilidade na viagem] é muito pessoal e algumas pessoas são mais sensíveis. Depende do estado da pessoa naquela altura”, apontou. “Macau é uma cidade muito pequena e não há uma grande possibilidade de viajar numa linha directa e de longa duração, além disso não fizemos nenhuma paragem. Se fizermos a paragem a velocidade vai reduzir-se e isso pode ajudar a uma maior estabilidade”, acrescentou tendo em conta o mal-estar sentido por alguns dos jornalistas. O metro ligeiro pode atingir uma velocidade máxima de 80 km por hora.

Tudo controlado

No regresso, foi tempo de fazer uma paragem no parque de materiais e oficinas onde teve lugar uma apresentação do Centro de Operações pelo engenheiro chefe da Mitsubishi, Martin Leung. É numa sala em que são programados e monitorizados, de forma automática, todos os movimentos do Metro Ligeiro. “O ecrã principal divide-se em quatro partes em que se vê o itinerário do metro e as 11 estações com o respectivo nome”, disse, acrescentando que ali é feito o controlo das operações. “O nosso sistema é de alta tensão, podemos ver a situação da electricidade no ecrã, e se for necessário podemos fazer a manutenção ou reparação dos equipamentos”, referiu.

O ecrã central está rodeado por dois conjuntos de televisões que transmitem imagens em tempo real “das estações, das passagens superiores para peões e das carruagens, e podemos escolher as imagens especificas que queremos ver”.

Por saber

Em caso de sinal 8 de tufão as operações do metro serão suspensas. “O vento e a chuva são muito fortes e nesse período [sinal 8 de tufão] iremos suspender as nossas operações”, apontou Leung. Contudo, ainda não existe qualquer previsão quanto à antecedência com que a linha poderá vir a fechar.

Entretanto, e ainda por esclarecer estão as tarifas a cobrar, sendo a referência o preço dos autocarros, a data de constituição da empresa pública de gestão da infraestrutura e a data de abertura do metro. Também por definir está o horário de funcionamento bem como a sua frequência.

Já a linha de Seac Pai Van continua temporariamente suspensa, não havendo previsões para a retoma do projecto.

22 Ago 2019

Turismo | Visitantes gastaram menos 20,7 por cento per capita

[dropcap]O[/dropcap]s gastos médios por visitante durante o 2º trimestre de 2019 – entre os meses de Abril e Junho – foram de 1.583 patacas, menos 20,7 por cento do que no mesmo período de 2018. Entre os que mais despesa fizeram durante a estadia estão os visitantes do Interior da China, Japão, Taiwan e Hong Kong, que deixaram cá 1.796, 1.641, 1.283 e 946 patacas por pessoa, o que representou descidas de 24,1 por cento, 2,4 por cento, 7,3 por cento e 15 por cento, respectivamente.

Por sua vez, as despesas dos visitantes de Singapura (1.803 patacas), da República da Coreia (1.648 patacas), dos Estados Unidos da América (1.387 patacas) e do Reino Unido (1.234 patacas), cresceram em termos anuais.

Segundo os números revelados ontem pela DSEC, a despesa total dos visitantes (excluindo a despesa no jogo) cifrou-se em 15,71 mil milhões de patacas neste último trimestre, ou seja, menos 4,8 por cento, em termos anuais.

Quanto ao tipo de gastos, os visitantes despenderam essencialmente em compras (44,8 por cento do total), alojamento (26,3 por cento) e alimentação (20,8 por cento). Analisando os gastos por motivo de vinda a Macau, observou-se que em termos anuais a despesa per capita daqueles que vieram participar em convenções e exposições aumentou 2,6 por cento (3.926 patacas), mas o dinheiro largado pelos que vieram às compras e passar férias diminuiu 36,9 por cento (2.161 patacas) e 7,6 por cento (2.191 patacas), respectivamente.

22 Ago 2019

Entradas | Número de visitantes cresce mais de 20% até Julho

[dropcap]M[/dropcap]ais de 23 milhões de pessoas visitaram Macau nos primeiros sete meses do ano, um aumento de mais de 20 por cento face a igual período do ano passado, indicam dados oficiais divulgados ontem.

Entre Janeiro e Julho, o número de excursionistas (12.614.555) e de turistas (11.200.311) aumentou 33,6 por cento e 7,7 por cento respectivamente, em termos anuais, totalizando 23.814.866 de visitantes, segundo a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC).

Nos meses em análise, os visitantes permaneceram em Macau por um período médio de 1,1 dias, menos 0,1 dias, em termos homólogos.

A maioria dos visitantes que entraram em Macau, até Julho, vieram do interior da China (16.884.398), mais 21,7 por cento em relação ao período homólogo do ano passado. Já os visitantes da Coreia do Sul (505.512), de Hong Kong (4.329.336) e de Taiwan (632.272)) cresceram 4,6 por cento, 22,1 por cento e 0,9 por cento respectivamente.

Só no mês de Julho, visitaram Macau 3.530.233 de pessoas, um aumento de 18,9 por cento em relação ao período homólogo do ano passado.

Na semana passada, a responsável pela entidade que gere o sector no território afirmou que as agências de viagens estão a excluir Hong Kong dos pacotes turísticos por causa dos protestos e os últimos números continuam a mostrar crescimento de turistas em Macau. “Muitas agências de diferentes países, sobretudo daqueles que têm acesso directo a Macau, estão a fazer uma mudança nos seus pacotes para não incluírem Hong Kong”, afirmou a responsável da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes.

22 Ago 2019

Transportes | Encontro empresarial sobre carris vai ligar Portugal à China

Várias associações empresariais europeias e chinesas estão a organizar um inédito evento de ‘networking’ que vai decorrer ao longo de viagens de comboio na China e Europa, abrangendo Lisboa, Porto e Macau

 

[dropcap]O[/dropcap] conceito, designado Business Rail, visa juntar empresários de diferentes sectores e países em viagens de comboio. A próxima edição, que decorre na China, entre 9 e 20 de Outubro, arranca em Pequim e termina em Macau, com passagens por Xangai, Shenzhen e Hong Kong.

Em Macau, os empresários vão participar na Feira Internacional de Comércio e Investimento. Outros itinerários, que se realizarão na Europa, incluem a península ibérica – Barcelona, Madrid, Lisboa e Porto – e a Europa Central – partida em Bruxelas e destino final Roma.

“A ideia é sempre promover Portugal”, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) e cofundador da iniciativa, Alberto Carvalho Neto. “A grande vantagem de uma viagem de comboio é que podes entrar e sair, mudam as pessoas, e acaba por ser um evento giro a nível cultural e de ‘networking'”, descreveu.

A primeira edição realizou-se na Península Ibérica, em 2018, com partida em Barcelona e destino final no Porto, onde os empresários participaram na Feira Internacional de Negócios.

Rota das carruagens

No futuro, Carvalho Neto quer aproveitar a iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, que inclui a construção de uma malha ferroviária entre China e Europa, através da Ásia Central, para alargar a iniciativa a mais países. “A ideia é que, em 2024, se consigam fazer viagens da China para a Europa: o transiberiano, que demora 10 dias, entre Pequim e São Petersburgo, e outra pelo sul, que passará pelo Cazaquistão, Uzbequistão, Turquia e Arménia”, revelou.

Os empresários não têm que fazer todo o itinerário, podendo embarcar e sair em qualquer umas das cidades abrangidas. A iniciativa é organizada em conjunto pelas associações Centro Internacional de Cultura, Young Entrepreneurs Organization of the European Union e Federação SINO PLPE (Países de Língua Portuguesa e Espanhola).

A partir do próximo ano, Alberto Neto quer alargar o projecto aos países de língua portuguesa. “Quando as pessoas se inscrevem têm de indicar o que estão à procura e por vezes pode haver correspondência dentro da delegação empresarial, mas acima de tudo é importante sabermos o que as pessoas querem e do que estão à procura, para fazermos ligação com as delegações locais”, explicou.

22 Ago 2019

Ensino | Associação de Juventude pede revisão do sistema educativo

[dropcap]O[/dropcap] conteúdo do currículo do ensino secundário de Macau é relativamente fácil comparado com o do Interior da China e de Hong Kong, e os requisitos para ingressar no ensino superior são pouco exigentes, o que torna o ambiente educacional cómodo e diminui a competitividade. Esta foi uma das ideias deixadas na reunião de terça-feira da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau.

De acordo com o jornal Ou Mun, a representante da associação, Lei Ka I, referiu que, actualmente, recursos pedagógicos e os métodos de avaliação estão inadequados face à actualidade. “Os professores usam materiais antigos para ensinar, o que torna difícil a adaptação dos alunos e afecta o seu desempenho escolar e leva à reprovação”.

Os membros associativos sugeriram ainda a implementação de um sistema de avaliação com diversos critérios, além das provas escritas. Chester Ku, agente de aconselhamento da associação, disse que as escolas e o Governo têm de rever o actual sistema educativo, reunir as opiniões e o consenso social, e divulgar atempadamente ao público o procedimento da legislação do “Sistema de avaliação do desempenho dos alunos da educação regular do regime escolar local” para garantir a qualidade pedagógica.

22 Ago 2019

Hotéis | Preço médio por noite subiu 3,9 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s turistas que pernoitaram no território, durante o mês de Julho, gastaram mais 3,9 por cento do que os visitantes que vieram em igual período de 2018. A taxa de ocupação também subiu 0,4 por cento, face ao ano anterior, fixando-se nos 93,5 pontos percentuais, segundo os dados recentemente publicados pela Macau Hotel Association.

O preço médio por noite num quarto de hotel em Macau foi, no mês passado, de 1.355,5 patacas. Já o preço médio num hotel de 5 estrelas custou 1.631,2 patacas, subindo 3,3 por cento em relação a Julho de 2018. A maior subida deu-se, no entanto, nos hotéis de 3 estrelas, que cobraram mais 6,8 por cento por quarto do que no ano anterior.

A variação de preços ocorrida nos primeiros sete meses de 2019, foi de mais 2,9 por cento do que no período homólogo transacto, ficando em 1.354,9 patacas a média por quarto. A taxa de ocupação durante estes meses foi de 92,5 por cento, aumentando 1,2 pontos percentuais em relação a 2018.

A Macau Hotel Association inclui, entre os seus membros, a maioria dos hotéis localizados nos resorts dos casinos, que se situam na zona do Cotai. De acordo com as estatísticas oficiais, o território tinha até ao fim de Junho de 2019 cerca de 37.900 quartos de hotel e 800 quartos de pensão registados. Dois terços do inventário dos hotéis corresponde a unidades de 5 estrelas.

22 Ago 2019

IPM | Cerca de mil novos alunos recebidos para ano lectivo 2019-2020

Cerca de mil novos alunos vão frequentar cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento no ano lectivo de 2019-2020 no Instituto Politécnico de Macau, anunciou a instituição na terça-feira

 

[dropcap]O[/dropcap]s novos alunos são oriundos de Macau, da zona da Grande Baía e dos países localizados ao longo da linha da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, indicou o IPM, num comunicado divulgado por ocasião da cerimónia de abertura do ano lectivo, durante a qual foi ouvido o hino da China e içada a bandeira nacional. O IPM atribuiu “bolsas de estudo a mais de 500 alunos”, acrescentou a nota.

Na cerimónia, o presidente do IPM, Marcus Im, reiterou que a instituição vai continuar a cumprir o “princípio pedagógico para o ensino superior ‘Amar a Pátria e Macau, enraizar-se em Macau, servir melhor a sociedade e voltar-se para todo o Mundo'” na formação de quadros qualificados “com competências profissionais e espírito inovador”.

Ao lembrar que os actuais alunos e graduados “obtiveram excelentes resultados nos concursos nas áreas do desporto e da inovação científica e tecnológica”, Marcus Im destacou que o IPM “dá muita importância ao pensamento inovador”, pedindo aos alunos que “procurassem um pensamento independente”.

Os alunos devem aprender a “saber perguntar” e a liderar “com espírito inovador, os progressos da sociedade na nova era, explorando novas áreas e novos rumos com base nos estudos tradicionais, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do país e de Macau”, disse o responsável. O presidente do IPM aconselhou ainda os alunos a “aproveitar bem as oportunidades” decorrentes da “fase chave de desenvolvimento” do país e de Macau, com a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e a estratégia da Grande Baía, nas quais a região administrativa especial chinesa tem uma nova missão.

Cadeiras lusas

De acordo com dados enviados pelo IPM à agência Lusa, em Maio, o instituto tem cinco licenciaturas em português: Relações Comerciais Sino-Lusófonas, Administração Pública, Tradução e Interpretação Chinês-Português, Educação Internacional de Língua Chinesa e Língua Portuguesa.

O número de alunos matriculados nesta instituição nos cinco cursos era, àquela data, de cerca de 600, dos quais perto de uma centena era oriundo de países de língua portuguesa.

Nova secretária-geral

Lei Vai Fong foi nomeada secretária-geral do IPM, em comissão de serviço por dois anos. De acordo com despacho de Alexis Tam, publicado ontem em boletim oficial, a académica assume as novas funções a 1 de Setembro. Lei Vai Fong trabalhou no IPM como intérprete e tradutora entre 1996 e 2002. A académica desempenhou ainda funções de Chefe da Divisão de Apoio ao Conselho de Gestão do Instituto Politécnico de Macau e Chefe do Serviço de Estudos e Coordenação de Assuntos do Instituto do IPM. Entre as habilitações académicas, Lei tem mestrado em Administração Pública pela Universidade de Macau.

22 Ago 2019

Tribunal dá razão a residente que viu ser-lhe retirada casa social 

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a um residente que viu ser-lhe anulado, por parte do Instituto de Habitação (IH) o contrato de arrendamento assinado em 2011 que lhe dava acesso a uma habitação social. De acordo com o acórdão, ontem tornado público, o residente necessitava viver com o filho, o que levou o Governo a anular o contrato.

Contudo, o TSI considerou que o IH se precipitou na decisão tomada. “Vislumbra-se demasiada precipitação na prática de o Instituto de Habitação refutar a explicação de A e, em consequência, de resolver o seu contrato de arrendamento de habitação social, sem que tivesse, primeiro, verificado se a necessidade dos cuidados se devia à avançada idade ou se a doença permanente era a razão por que permitira ao seu filho (não membro do agregado familiar inscrito) residir na respectiva habitação social.” Nesse sentido, está em causa uma “violação dos princípios da boa-fé, da cooperação e do inquisitório”.

Na visão do tribunal, o residente deveria ter apresentado provas de que necessitava de viver acompanhado, no entanto, também cabia ao IH “abordar o caso e ter tido em consideração a idade avançada do recorrente”. A entidade, liderada por Arnaldo Santos, por ter o objectivo de “servir os cidadãos”, deveria “ter actuado em conformidade com os princípios da boa-fé e da cooperação, no sentido de notificar, por sua iniciativa, o recorrente para apresentar provas pertinentes, em vez de lhe negar a sua clarificação e rescindir o seu contrato de arrendamento de habitação social por causa da não apresentação de prova”. Neste sentido, o IH está obrigado, por lei, “a averiguar todos os factos”, mesmo que o residente não tenha apresentado todas as provas.

Outros juízos

O residente chegou a apresentar um esclarecimento por escrito junto do IH, que invocava “a necessidade (de viver com o filho) em virtude dos cuidados que a doença permanente exigia”, mas o IH entendeu que tal “não justificava a não observância das normas legais”.

O contrato acabou por ser anulado em 2016. O Tribunal Administrativo, numa primeira decisão, entendeu que o fim do contrato de arrendamento de habitação social e as correspondentes consequências jurídicas “tinham origem na violação desse contrato pelo recorrente, e absolutamente, não na culpa da entidade recorrida (o IH)”. Contudo, o TSI acabou por dar razão ao residente.

21 Ago 2019

Condomínios | Decisões só depois de consulta pública

Ainda não houve uma resolução final sobre as percentagens de condóminos necessárias à aprovação de obras e demolições de edifícios degradados. O Conselho de Renovação Urbana vai deixar a resolução para consulta pública, mas o processo já não fica resolvido até ao final do ano

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou ontem no final da 3ª reunião plenária de 2019 do Conselho de Renovação Urbana (CRU), que a pendente revisão da percentagem necessária de condóminos que estejam de acordo com a execução de obras ou demolição de edifícios, deverá ficar para decidir em consulta pública.

A primeira fase do estudo encomendado pelo Executivo à consultora Deloitte foi agora discutida e mereceu o “parecer favorável” dos membros do CRU, segundo Raimundo do Rosário. A Deloitte elaborou um levantamento das experiências das regiões vizinhas quanto às políticas de renovação urbana, nomeadamente “as que estão mais adiantadas do que nós, como Singapura, Taiwan e Hong Kong”, mas a transposição para um modelo local vai ter ainda que ser analisada.

A questão das percentagens, cujos números finais estiveram para ser aprovados em meados de 2017, depois do aparente acordo alcançado entre o Governo e o CRU, continua sem estar definida.

“É uma questão que seguramente fará parte da consulta pública, portanto as pessoas serão chamadas a pronunciar-se e a dizer o que pensam sobre uma eventual alteração do sistema actual. Agora, como sabem, para demolir um edifício é preciso 100 por cento [de aprovação dos condóminos privados]”.

O documento que esteve para avançar, há dois anos atrás, apesar de não se tratar de uma versão final, pressupunha a alteração do número de condóminos que têm que concordar com a realização de obras em imóveis degradados, que até aqui exige a totalidade dos proprietários. Como afirmava Raimundo do Rosário na altura, “o consenso alcançado é de que todos os edifícios com menos de 30 anos, se tiverem de ser submetidos a um processo de demolição ou renovação, vão precisar da aprovação de 100 por cento dos condóminos. Mas para os prédios que têm entre 30 e 40 anos, terá de ser reunido o voto favorável de 90 por cento dos condóminos, enquanto aqueles que tiverem mais de 40 anos precisam de 85 por cento de aprovações”.

A proposta, cuja aprovação estava anunciada para breve, não chegou a ir para a frente. O atraso deveu-se a “questões de resolução complicada”, para as quais foi “preciso tempo”, por envolver sensibilidades diversas, como foi dito pelo governante na altura. A alteração à percentagem ideal de condóminos para o aval das obras é, para o Executivo, a condição essencial para a agilização dos projectos de reconstrução.

Prazo adiado

A decisão vai ficar agora na mão das comunidades locais, o que ainda levará algum tempo. A data de conclusão do processo, que na última reunião do CRU estava prevista para o final deste ano, já não parece provável, explicou aos jornalistas o secretário. “Não acabamos, porque estamos em Agosto, e aprovar isto é mais um mês ou dois, depois será feito o documento de consulta, que terá que ser aprovado por nós, e a consulta pública em Macau são 45 dias ou 60 dias, portanto não acaba no fim do ano de certeza”.

Entretanto, o Conselho vai continuar a analisar a política de renovação urbana que faz sentido para o território, que “no fundo é saber que caminho vamos trilhar”, procurando os exemplos das regiões que já o estão a fazer há mais tempo. “Estamos a ver se tiramos daqui uma bissectriz qualquer. Temos que encontrar o nosso caminho”, concluiu Raimundo do Rosário.

21 Ago 2019

Lojistas preocupados com restrição ao uso de sacos

[dropcap]H[/dropcap]á comerciantes preocupados com a restrição ao uso de sacos de plástico, uma medida que entra em vigor no próximo mês de Novembro. De acordo com o sector, “os consumidores não vão entender a cobrança por cada saco de plástico”, apontam ao Jornal do Cidadão. Estes comerciantes sugerem ainda que o primeiro saco seja gratuito e que o pagamento só se faça a partir do segundo saco utilizado numa compra.

Lei, responsável por uma papelaria afirmou que apesar de apoiar os trabalhos de protecção ambiental, está preocupada com a reacção dos clientes ao ser-lhes cobrado o saco de plástico onde levam as suas compras. Como alternativa à restrição ao uso deste material, Lei aponta a necessidade de medidas para aumentar a consciência dos cidadãos, adiantando que “para mudar os hábitos, são necessárias medidas coercivas e meios económicos que levem as pessoas a pensar realmente na necessidade de sacos”.

Já Chan, dono de uma loja de roupa, acredita que cobrar uma pataca por saco é um limite razoável para os consumidores, na medida em que mais do que isso, “não seria aceitável”. “A maioria dos residentes reutilizam os sacos para o lixo doméstico, e se não houver distribuição gratuita, vão utilizar sacos de lixo, portanto não será uma grande mudança”, frisou, para justificar a sua oposição à medida. “O problema está nos sacos fornecidos em mercados que são utilizados abusivamente, pelo que é razoável cobrar a partir do segundo saco”, acrescentou.

Problema interno

Por outro lado, um funcionário de uma loja de sacos plásticos disse que, tendo por referência os dados das regiões vizinhas, a cobrança pode reduzir a quantidade nas vendas no sector. Para este funcionário, as restrições ao plástico podem provocar “o abuso de sacos de tecido ou de papel, que podem causar ainda mais poluição do que o plástico bem como provocar um desperdício de recursos”. O mesmo responsável sugere ainda que a medida seria mais bem aplicada caso fosse dirigida ao uso de embalagens descartáveis. “A lei vai definitivamente afectar o volume de vendas de sacos”, rematou.

21 Ago 2019

Hong Kong | Xinhua arrasa dono do Apple Daily

[dropcap]C[/dropcap]ão e escumalha nacional. Foi assim que a agência oficial chinesa Xinhua descreveu Jimmy Lai, dono da empresa que detém o Apple Daily, num editorial.

O jornal de Hong Kong, publicou na passada sexta-feira um anúncio de uma página onde, supostamente, quatro companhias internacionais demonstravam apoio aos protestos que têm invadido as ruas da região vizinha.

As empresas em questão, PwC, Deloitte, KPMG e Ernst & Young, distanciaram-se da mensagem publicada, apesar do anúncio estar assinado por “um grupo de empregados anónimos”. No editorial da Xinhua pode ler-se que Jimmy Lai ficará para a história como uma vergonha nacional e o homem que conduziu Hong Kong para o caos. Além disso, a agência oficial chinesa descreve o empresário como um fantoche ao serviço dos Estados Unidos.

20 Ago 2019

Censura | TDM afirma posição editorial de acordo com os factos e a lei

As pressões à cobertura dos protestos de Hong Kong, pelos jornalistas do canal chinês da TDM, noticiadas pelo All About Macau, foram desmentidas ontem pela administração da empresa, que garante objectividade editorial de acordo com a lei. A Associação dos Jornalistas também não conhece as queixas

 

[dropcap]A[/dropcap] administradora do conselho de administração da Teledifusão de Macau, Lo Song Man, afirmou ontem ao HM que “os trabalhos editorais da TDM são baseados na objectividade dos vídeos e na reportagem dos factos, de acordo com os princípios e regras da profissão. Tudo tem sido feito de acordo com a Lei de Imprensa e com o Regime da Actividade de Radiodifusão, entre outras leis relevantes, cumprindo os códigos editoriais da TDM”.

A resposta da responsável, que é também membro da comissão executiva com o pelouro da informação, surge após a divulgação no domingo da notícia veiculada pelo portal “All About Macau” sobre alegadas pressões que os jornalistas do canal televisivo em língua chinesa estão a sofrer, por parte de superiores hierárquicos, quando se trata de reportar os protestos que decorrem há várias semanas na vizinha cidade de Hong Kong.

O aparente mal-estar entre os profissionais, que o Jornal Tribuna de Macau também publicou na sua edição de ontem em português, resultava de alguns constrangimentos editoriais na emissão de notícias e imagens das manifestações e dos confrontos com a polícia na ex-colónia britânica.

“Os conflitos desencadeados pela Lei da Extradição em Hong Kong estão a ficar cada vez mais sérios e os media da vizinha Macau também andam muito preocupados. A All About Macau recebeu uma queixa de um repórter da TDM, sobre repetidas interferências de superiores indicando que o enfoque na cobertura noticiosa das manifestações deveria ser o da posição oficial de Hong Kong”.

O portal acrescentava a obrigatoriedade de incluir imagens dos danos causados pelos manifestantes e dos agentes da polícia feridos, ao mesmo tempo que os excertos sobre os actos de violência policial haviam sido censurados dos textos, com a justificação de que eram demasiado longos e tinham que ser cortados.

“A moral está baixa” entre a equipa do departamento chinês de informação da TDM, acrescentava a All About Macau, com os jornalistas a evitarem pegar no tema de Hong Kong, para se livrarem das pressões. A decisão editorial de não enviar repórteres do canal chinês para as manifestações de Hong Kong foi outra crítica manifestada àquele portal, uma situação contrária ao que se tem verificado com os colegas em língua portuguesa, que todas as semanas têm feito reportagens na cidade vizinha.

Sem queixas

Também contactada ontem pelo HM, a presidente da direcção da Associação dos Jornalistas de Macau revelou desconhecer o caso em concreto. “Não sabia nada disso e ainda ninguém me contactou para falar ou apresentar uma queixa, portanto não sei se são apenas opiniões de alguns jornalistas ou se do departamento inteiro”.

Maria Cheang, que entretanto procurou saber mais informação sobre o caso, afirmaria ao final da tarde de ontem que não pôde aprofundar as causas da notícia, já que “os funcionários da TDM, que são também membros desta Associação, não receberam essas instruções dos seus superiores que vinham escritas na notícia do AAM”.

Mas a responsável, que também trabalhou na TDM, acredita que “como o nosso fim é reportar notícias objectivamente, se alguém quiser comentar informação subjectiva junto da imprensa, deveria comunicar primeiro com os seus editores”. Maria Cheang comentou ainda que a comunicação entre a hierarquia do departamento e os jornalistas deveria “ser melhor” para as chefias saberem o que os seus profissionais pensam. “Caso haja alguma diferença entre as formas de ver o problema, deveriam discutir primeiro entre eles”, acrescentou.

O não envio de repórteres para Hong Kong pode ter sido mais um equívoco de interpretação, segundo a dirigente da Associação de Jornalistas. “A vida de uma pessoa é importante, e eles têm a responsabilidade de garantir a segurança dos seus funcionários, antes de enviar alguém para uma manifestação. Acho que pode ter havido um problema na comunicação com os jornalistas”, frisou.

Todavia, insistiu Maria Cheang, “se a situação do departamento envolvido não for boa, espero que (os jornalistas) possam comunicar com a Associação”, e fez votos para “que os superiores da administração não interfiram nas reportagens dos jornalistas, devolvendo-lhes a liberdade de imprensa”.

20 Ago 2019

GPDP| Empresa multada por usar dados pessoais para marketing

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) ordenou a censura pública e aplicou uma multa de 35 mil patacas a uma empresa de serviços de beleza por fazer uso de dados pessoais de um cliente, sem o seu consentimento para efeitos de marketing, anunciou ontem em comunicado.

Segundo o GPDP, o organismo recebeu uma queixa de um residente por receber chamadas de marketing respeitantes aos serviços de beleza da Svens Medic Face Skin Centre, apesar de ter apresentado a sua oposição.

“O titular dos dados tem o direito de se opor ao tratamento dos dados pessoais que lhe digam respeito previsto pelo responsável pelo tratamento para efeitos de marketing directo ou qualquer outra forma de prospecção comercial, após o exercício do direito de oposição, o responsável pelo tratamento não deve tratar dados relevantes”, aponta o GPDP, justificando a aplicação das sanções.

20 Ago 2019

Jogo | Suncity perde todas as salas VIP em casinos australianos

O grupo Suncity vai perder as salas VIP que tinha em casinos australianos. A informação vem na sequência da proibição de Alvin Chau entrar na Austrália por suspeita de ligação a organizações criminosas e esquemas de lavagem de dinheiro

 

[dropcap]D[/dropcap]epois das notícias que ligaram o Suncity ao crime organizado e a esquemas de lavagem de dinheiro, assim como da proibição de Alvin Chau entrar na Austrália, o grupo de junket está perto de perder todos as salas VIP em casinos australianos. A notícia foi veiculada pelo jornal de Melbourne The Age.

A The Star Entertainment, o segundo maior operador de jogo australiano, referiu na passada sexta-feira que decidiu “nos últimos 10 dias encerrar a sala VIP que o grupo Suncity tinha no casino bandeira da The Star em Sydney”. A operadora fez questão de salientar que a decisão foi tomada em conjunto com a Suncity. “A sala reservada para a Suncity vai ser descontinuada. Tinham uma pequena sala, que vai ser encerrada”, anunciou Matt Bekier, CEO da The Star.

Segundo fontes citadas pelo The Age, um dos jornais que revelou as ligações do grupo de Macau ao crime organizado, a mesma situação vai-se repetir no casino da Crown em Melbourne, ou seja, a operadora também se vai distanciar da empresa junket e fechar a sua sala VIP.

O anúncio da operadora The Star surge depois do conselho da administração da Crown ter difundido anúncios a enaltecer a relação com a Suncity e outros operadores junket.

No entanto, Matt Bekier não quis comentar até que ponto a operadora continuaria a ter relações com o grupo de Alvin Chau depois de encerrar a sala reservada ao grupo de Macau.

Voltar atrás

A operadora The Star havia reafirmado há mais de uma semana que não via qualquer inconveniente em continuar a trabalhar com o Suncity Group. “O Suncity é o maior operador junket do mundo inteiro, com quem trabalhamos de uma forma respeitadora da lei. Aliás, reguladores de outros territórios atestam a credibilidade do grupo”, comentou Matt Bekier.

Importa referir que na passada sexta-feira a Star Entertainment anunciou um volume de negócio proveniente de apostadores VIP estrangeiros na ordem dos 28,8 mil milhões de dólares nos dozes meses que terminaram a 30 de Junho, o que representou uma quebra de 30,7 por cento em relação ao mesmo período no ano passado. No total, as receitas durante o período em apreço caíram 17,6 por cento.

20 Ago 2019

Polícia realiza operação no Leal Senado onde foi proibido protesto. Sete pessoas detidas

[dropcap]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) procedeu esta hoje à identificação de pessoas, sobretudo jovens, numa praça onde foi proibido um protesto no qual se pretendia condenar a violência usada pelas forças de segurança de Hong Kong.

De acordo com informações do jornal All About Macau, referidas pela TDM-Rádio Macau, foram detidas sete pessoas, seis homens e uma mulher, depois desta acção policial, sem que tenham sido dadas explicações por parte das autoridades.

Dois detidos sao oriundos da China, quatro sao residentes de Macau e apenas um é de Hong Kong. A TDM-Rádio Macau noticiou ainda que a PSP reuniu num parque de estacionamento na Rua da Sé um grupo de 30 pessoas que vestiam t-shirts brancas, sendo que algumas delas teriam consigo bandeiras da China. A PSP acabaria por não deter ninguém deste grupo.

Pelo menos meia centena de polícias posicionaram-se em todas as zonas de acesso à Praça do Leal Senado apoiados por várias carrinhas, onde é possível ver elementos de intervenção especial munidos de escudos.

As forças de segurança, que no final da semana passada tinham proibido o protesto em Macau, identificaram sobretudo jovens, em especial quando envergam ‘t-shirts’ pretas, a cor usada pelos manifestantes anti-governamentais e pró-democracia em Hong Kong.

A proibição pela polícia de um protesto pacífico em Macau contra a violência policial em Hong Kong, agendada para hoje, tem dividido opiniões no ex-território administrado por Portugal.

Alguns questionam a legalidade da decisão, como é o caso dos advogados Jorge Menezes e Sérgio Almeida Correia ao jornal Ponto Final, defendendo que contraria a Lei Básica do território.

Outros como o presidente da Associação de Advogados de Macau, Jorge Neto Valente, em declarações à televisão TDM, e o professor de Direito, em resposta à Lusa, defendem a decisão da polícia.

Tanto quanto é possível perceber, a decisão foi tomada com “integral respeito pela legalidade vigente e, bem assim, em harmonia com o sistema de liberdades e direitos fundamentais instituído pela Lei Básica”, explicou à Lusa o docente da Universidade de Macau, Hugo Duarte Fonseca.

Hoje, ao início da tarde, aquele que é o único deputado português na Assembleia Legislativa sustentou que as autoridades mostraram “algum medo” ao proibirem a manifestação e defendeu que “não há perigo de contágio” para Macau em relação aos protestos de Hong Kong.

Na quinta-feira, a PSP de Macau proibiu a realização de um protesto no território contra a violência policial em Hong Kong, alegando que não podia autorizar uma iniciativa de apoio ao que considerou serem “actos ilegais” como os ocorridos no território vizinho e que é também uma região administrativa especial chinesa.

Autorizar a realização de uma manifestação desta natureza, sublinhou a PSP, numa resposta enviada à Lusa, “poderia enviar uma mensagem errada à sociedade de Macau”, com as pessoas a poderem vir a expressar as suas reivindicações em oposição à lei do território, com previsível impacto na segurança pública e no Estado de Direito.

A PSP referiu-se aos confrontos ocorridos em Hong Kong, entre manifestantes anti-governamentais e as forças de segurança, como “actos de alguns manifestantes radicais” que afectaram a ordem social e o Estado de direito na região administrativa especial chinesa.

A manifestação estava agendada para hoje a partir das 20:00. O cartaz de divulgação da vigília que circulou nas redes sociais não identificava o autor, associação ou entidade que estava a tentar organizar o evento.

Os protestos em Hong Kong, que duram há mais de dois meses, têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia.

Este domingo, contudo, não houve registo de violência numa manifestação que juntou 1,7 milhões de pessoas e que teve uma marcha não autorizada pelas ruas da cidade que durou mais de cinco horas.

A questão da brutalidade policial em Hong Kong começou após os protestos de 12 de Junho, na sequência de uma intervenção das forças de segurança que usaram pela primeira vez gás lacrimogéneo e balas de borracha, uma prática que, entretanto, se vulgarizou.

A realização de um inquérito independente à actuação da polícia é uma das cinco reivindicações que constam da lista dos manifestantes e da Frente Cívica de Direitos Humanos, movimento que agrupa 15 organizações não-governamentais e partidos políticos.

Na terça-feira, o Governo de Hong Kong anunciou que vai avançar com um inquérito formal para investigar as circunstâncias nas quais uma enfermeira foi atingida gravemente num olho, em frente à esquadra de Tsim Sha Tsui, no domingo passado, e que se tornou já num símbolo para os manifestantes da brutalidade policial. Nos últimos protestos, no aeroporto internacional de Hong Kong, os manifestantes usaram palas tingidas de vermelho nos olhos.

Hong Kong vive um clima de contestação social desde a apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

19 Ago 2019

Saúde | Casos de gripe com aumento enorme em Julho

[dropcap]D[/dropcap]ados estatísticos dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) revelam que, no mês passado, foram registados 939 casos de influenza, o que representa um enorme aumento face a igual período de 2018, quando houve apenas 63 casos. De acordo com um comunicado, o aumento foi na ordem dos 1.390,5 por cento e, pelo contrário, de uma diminuição de 63 por cento relativo ao mês anterior, uma vez que foram registados 2535 casos em Junho.

Foram também registados, em Julho, 39 casos de tuberculose pulmonar, o que representa uma subida de mais três casos face a igual período homólogo do ano passado. Além disso, o mesmo comunicado aponta que foram registados sete casos de febre de dengue e diagnosticados oito de VIH sem manifestação dos sintomas da doença, e apenas um caso de SIDA.

O mesmo comunicado dá conta do registo de 662 casos de infecção por enterovírus, número que representa um aumento de casos quando comparados com o período homólogo do ano anterior, uma vez que em 2018 houve 500 casos, ou seja, 32,4 por cento, e uma diminuição quando comparados com o mês passado, 1.160 casos, ou seja, menos 42,9 por cento. Os SSM dão ainda conta de menos casos de varicela e de escarlatina.

19 Ago 2019

JP Morgan | Protestos em Hong Kong não afectam receitas de jogo

Os protestos de Hong Kong não vão trazer grandes consequências para as receitas do jogo, de acordo com a JP Morgan. Além dos apostadores terem alternativas para chegar a Macau sem passarem pela região vizinha, analistas explicam que os visitantes que chegam através de Hong Kong têm pouca expressão no volume de apostas

 

[dropcap]O[/dropcap] impacto real na procura de jogo deve ser reduzido”, lê-se numa nota divulgada pelo gabinete para a Ásia/Pacífico da JP Morgan em relação à repercussão dos protestos em Hong Kong nas receitas do sector do jogo.

De acordo com a multinacional, os visitantes que chegam a Macau podem optar por vir pela Ponte HKZM, ou evitar Hong Kong através dos aeroportos de Shenzhen ou Zhuhai. Quanto aos que chegam por ferry vindos de Hong Kong, a JP Morgan refere que são visitantes que compram pacotes turísticos, que englobam as duas regiões administrativas, com pouca expressão em termos de receitas dos casinos.

“Estimamos que os protestos em Hong Kong afectem as receitas do jogo cerca de 0,5 por cento, impacto que se deve desvanecer gradualmente à medida que as pessoas encontram alternativas para visitar Macau”, escreveram Jeremy An e Christine Wang, analistas da DS Kim.

As projecções chegaram depois de uma semana em que os protestos na região vizinha afectaram o transporte aéreo com o cancelamento de voos no aeroporto de Hong Kong. Recorde-se que a larga maioria dos apostadores de Macau são de fora e que um número considerável chega via aeroporto de Hong Kong.

Outro dos factores que dificulta a correlação entre os protestos e receitas do jogo prende-se com a dificuldade em relacionar o número de visitantes e quanto é gasto nos casinos. Aliás, pequenos grupos de apostadores de grandes quantias, que representam uma percentagem ínfima do volume de visitantes, são importantes componentes no sector.

Caça ao mito

Um dos propósitos da nota da JP Morgan, emitida na passada sexta-feira, era “desmistificar medos” suscitados pela instabilidade em Hong Kong, “fonte de muitas questões levantadas por investidores recentemente”.

“Cerca de 60 por cento do número total de visitantes chega a Macau através de Zhuhai, enquanto os serviços de ferries transportam de Hong Kong e Shenzhen 17 por cento. Pela Ponte HKZM chegam 15 por cento dos visitantes e no aeroporto de Macau aterram 9 por cento. No que diz respeito a turistas oriundos da China, 75 por cento chega através das fronteiras com Zhuhai”, enquadra a consultora do banco de investimento.

Ainda assim, a JP Morgan procedeu a uma avaliação em Macau, sem conseguir discernir abrandamento na afluência dos casinos, facto que pode ter sido distorcido com a forte sazonalidade das férias de Verão.

19 Ago 2019