Hoje Macau SociedadeMacau/20 anos | Produção literária portuguesa sobre Macau é actualmente escassa [dropcap]A[/dropcap] produção literária em língua portuguesa sobre Macau é actualmente escassa, apesar de este ser um “território fértil” para narrativas, afirma Hélder Beja, director da agência literária Capítulo Oriental, que quer apostar no reforço da literatura portuguesa neste mercado. “Não há, de facto, uma grande produção literária em língua portuguesa sobre Macau, mas existe e tem momentos de interesse”, disse em entrevista à Lusa um dos fundadores do Festival Literário de Macau Rota das Letras, explicando essa reduzida produção literária com a “dimensão e características profissionais da comunidade portuguesa” residente. O português, radicado em Macau desde 2010, considera que não foi a transferência de administração de Macau de Portugal para a China (em Dezembro de 1999) que contribuiu “para a perda de um qualquer imaginário para o qual Macau possa remeter”. “Não me parece que haja uma fórmula ou um motivo para explicar esses ciclos”, afirmou, reportando-se a anos em que a literatura portuguesa era mais profícua em romances inspirados e ambientados em Macau, aspecto para o qual contribuíram autores como João Aguiar, Camilo Pessanha ou Maria Ondina Braga. Actualmente à frente de uma agência literária e selo editorial que lançou em Março deste ano, Hélder Beja está apostado em reverter um pouco este cenário, e quer traduzir e publicar no mercado literário macaense alguns livros de autores portugueses, da mesma forma que está a trabalhar com autores locais para publicar novas obras. “Editámos um livro de um autor açoriano a viver em Macau, Luís Melo, com o título ‘A Humidade dos Dias’. Conseguimos também este ano receber apoios da DGLAB [Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas] e do Instituto Camões para a tradução para chinês das obras ‘O Mal’, de Paulo José Miranda, e ‘O Segredo do Hidroavião’, de Fernando Sobral”. Hélder Beja planeia conseguir publicar estes livros em Macau em 2020, juntamente com “Camões e Outros Contemporâneos”, de Hélder Macedo, embora a viabilização destes três livros dependa agora também “da vontade das instituições em Macau em apoiar estas iniciativas”. Ontem, hoje e amanhã Nos 20 anos que medeiam a fim da administração portuguesa e a administração chinesa o intercâmbio literário e de autores entre Portugal e Macau tem-se mantido, em grande parte, graças ao festival literário que Hélder Beja fundou. “O Festival Literário de Macau foi, de longe, o que de mais importante se fez no que toca a intercâmbios literários em Macau, não só entre os países de língua portuguesa e a China, mas entre a Ásia e os países ocidentais”. A título de exemplo recorda que os governos português e chinês fizeram já duas edições de um encontro literário e da indústria do livro entre Portugal e a China, um em cada país. “Julgo que é uma boa iniciativa, mas pode e deve ser melhorada – e não deve ignorar Macau, como tem feito”, alerta, destacando ainda o “valioso trabalho de edição” levado a cabo em Macau por alguns agentes locais. Hélder Beja abandonou o festival literário em 2018, ao fim de seis edições, devido “às pressões políticas que levaram ao cancelamento da presença de vários autores no festival”. Desses anos, de “crescimento incrível apesar dos apoios limitados”, ficou a “experiência tremenda” de dirigir um festival “que comunicou sempre em chinês, português e inglês”, numa “cidade fascinante, repleta de histórias e, ao mesmo tempo, tão afastada delas”. A partir dessa experiência, fala sobre as influências da presença portuguesa em Macau na literatura que perduram até hoje, e chama a atenção para o facto de “uma boa franja da actual comunidade portuguesa em Macau não olhar apenas para esse legado e essa presença dos portugueses em Macau, mas também para a cidade de hoje e de amanhã”, interessando-se por uma literatura que pense a população actual e o que a rodeia. “Não se trata de desprezar a história ou o passado, que me são muito caros, mas de não ter grande paciência para mais um conto de caravelas e aventureiros de época”, afirma. No entanto, reconhece que os sinais da cultura portuguesa não se alteraram nestes anos e “a história, a cultura, a gastronomia, a arquitectura, a língua, estes elementos, continuam presentes e não são menos considerados hoje do que há dez anos”, quando se mudou para Macau. “Há uma parte cristalizada da comunidade portuguesa que, no seu atavismo, persistirá por muito e muito tempo. E há outra, mais dinâmica, desempoeirada e efervescente que está a aprender a encontrar o seu espaço, já não com um enfoque tão fechado na chamada ‘portugalidade’, mas integrando-se numa mole de gente que fala diferentes idiomas, circula entre culturas e aceita a diferença”.
admin SociedadeMacau/20 anos | Produção literária portuguesa sobre Macau é actualmente escassa [dropcap]A[/dropcap] produção literária em língua portuguesa sobre Macau é actualmente escassa, apesar de este ser um “território fértil” para narrativas, afirma Hélder Beja, director da agência literária Capítulo Oriental, que quer apostar no reforço da literatura portuguesa neste mercado. “Não há, de facto, uma grande produção literária em língua portuguesa sobre Macau, mas existe e tem momentos de interesse”, disse em entrevista à Lusa um dos fundadores do Festival Literário de Macau Rota das Letras, explicando essa reduzida produção literária com a “dimensão e características profissionais da comunidade portuguesa” residente. O português, radicado em Macau desde 2010, considera que não foi a transferência de administração de Macau de Portugal para a China (em Dezembro de 1999) que contribuiu “para a perda de um qualquer imaginário para o qual Macau possa remeter”. “Não me parece que haja uma fórmula ou um motivo para explicar esses ciclos”, afirmou, reportando-se a anos em que a literatura portuguesa era mais profícua em romances inspirados e ambientados em Macau, aspecto para o qual contribuíram autores como João Aguiar, Camilo Pessanha ou Maria Ondina Braga. Actualmente à frente de uma agência literária e selo editorial que lançou em Março deste ano, Hélder Beja está apostado em reverter um pouco este cenário, e quer traduzir e publicar no mercado literário macaense alguns livros de autores portugueses, da mesma forma que está a trabalhar com autores locais para publicar novas obras. “Editámos um livro de um autor açoriano a viver em Macau, Luís Melo, com o título ‘A Humidade dos Dias’. Conseguimos também este ano receber apoios da DGLAB [Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas] e do Instituto Camões para a tradução para chinês das obras ‘O Mal’, de Paulo José Miranda, e ‘O Segredo do Hidroavião’, de Fernando Sobral”. Hélder Beja planeia conseguir publicar estes livros em Macau em 2020, juntamente com “Camões e Outros Contemporâneos”, de Hélder Macedo, embora a viabilização destes três livros dependa agora também “da vontade das instituições em Macau em apoiar estas iniciativas”. Ontem, hoje e amanhã Nos 20 anos que medeiam a fim da administração portuguesa e a administração chinesa o intercâmbio literário e de autores entre Portugal e Macau tem-se mantido, em grande parte, graças ao festival literário que Hélder Beja fundou. “O Festival Literário de Macau foi, de longe, o que de mais importante se fez no que toca a intercâmbios literários em Macau, não só entre os países de língua portuguesa e a China, mas entre a Ásia e os países ocidentais”. A título de exemplo recorda que os governos português e chinês fizeram já duas edições de um encontro literário e da indústria do livro entre Portugal e a China, um em cada país. “Julgo que é uma boa iniciativa, mas pode e deve ser melhorada – e não deve ignorar Macau, como tem feito”, alerta, destacando ainda o “valioso trabalho de edição” levado a cabo em Macau por alguns agentes locais. Hélder Beja abandonou o festival literário em 2018, ao fim de seis edições, devido “às pressões políticas que levaram ao cancelamento da presença de vários autores no festival”. Desses anos, de “crescimento incrível apesar dos apoios limitados”, ficou a “experiência tremenda” de dirigir um festival “que comunicou sempre em chinês, português e inglês”, numa “cidade fascinante, repleta de histórias e, ao mesmo tempo, tão afastada delas”. A partir dessa experiência, fala sobre as influências da presença portuguesa em Macau na literatura que perduram até hoje, e chama a atenção para o facto de “uma boa franja da actual comunidade portuguesa em Macau não olhar apenas para esse legado e essa presença dos portugueses em Macau, mas também para a cidade de hoje e de amanhã”, interessando-se por uma literatura que pense a população actual e o que a rodeia. “Não se trata de desprezar a história ou o passado, que me são muito caros, mas de não ter grande paciência para mais um conto de caravelas e aventureiros de época”, afirma. No entanto, reconhece que os sinais da cultura portuguesa não se alteraram nestes anos e “a história, a cultura, a gastronomia, a arquitectura, a língua, estes elementos, continuam presentes e não são menos considerados hoje do que há dez anos”, quando se mudou para Macau. “Há uma parte cristalizada da comunidade portuguesa que, no seu atavismo, persistirá por muito e muito tempo. E há outra, mais dinâmica, desempoeirada e efervescente que está a aprender a encontrar o seu espaço, já não com um enfoque tão fechado na chamada ‘portugalidade’, mas integrando-se numa mole de gente que fala diferentes idiomas, circula entre culturas e aceita a diferença”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJornalistas da RTP ficaram retidos duas vezes em dois dias na fronteira As autoridades de Macau pediram a um profissional da RTP para que entregasse telemóvel para uma verificação. O pedido foi recusado, mas o material de directos ficou retido e só foi libertado depois da intervenção do cônsul [dropcap]U[/dropcap]ma equipa da RTP foi interrogada por duas vezes pelas autoridades locais na semana passada, ficou com o material de reportagem apreendido e só a intervenção do Cônsul de Portugal desbloqueou a situação. A notícia foi avançada pela Rádio Macau, na sexta-feira, e as autoridades de Macau pediram mesmo a um dos repórteres o acesso ao telemóvel, o que foi recusado. Logo na quarta-feira, dia em que chegaram a Macau, os repórteres ficaram retidos à entrada durante quatro horas. Apesar de terem apresentado a documentação da alfândega portuguesa com a lista do material transportado, o equipamento para fazer directos acabou mesmo apreendido. Segundo a Rádio Macau, o material para os directos só acabou por ser desbloqueado na sexta-feira, já depois do meio-dia, devido à acção de Paulo Cunha Alves. Face a este situação, o secretário para a Segurança responder tratar-se de um “procedimento normal”. Contudo, o Governo acabou por emitir um comunicado na plataforma para a imprensa com as exigências no transporte de material vindo do exterior e a necessidade de enviar a documentação ao Gabinete de Comunicação Social (GCS). Esta foi uma situação nova, uma vez que ainda recentemente a RTP esteve em Macau a fazer um directo e não houve relatos de situações semelhantes nem de apreensões. Apesar de não ter os materiais para os directos, a equipa da RTP foi na quinta-feira a Hong Kong para fazer um trabalho sobre a situação na região vizinha e acabou por ser novamente interrogada. Quando deixavam Hong Kong foram durante breves minutos questionados pelos serviços de alfândega locais. Mais tarde, quando pisaram solo de Macau tiveram direito a um novo interrogatório de uma hora e meia, antes de serem autorizados a entrar. Sobre este incidente as autoridades disseram as duas retenções em dois dias foram “controlos aleatórios”. Situação confirmada Em declarações à Lusa, a RTP acabou por confirmar o incidente do regresso a Hong Kong, mas a peça publicada no sábado não refere os acontecimentos de quarta-feira e as menções ao material dos directos. Depois da situação ter sido revelada, a Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) apelou às autoridades de Macau que permitam o livre exercício da profissão. “A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau lamenta essas situações e faz um apelo às autoridades de Macau para que seja respeitada a livre circulação de jornalistas e que o livre exercício da profissão esteja assegurado na plenitude”, pode ler-se no comunicado emitido na sexta-feira, dia em que a situação se tornou pública. O caso acabou por receber cobertura internacional com notícias em Portugal e em Hong Kong. Denúncia de ameaças Vários jornalistas de Macau terão sido ameaçados por “pessoas não-identificadas” sobre o seu comportamento durante as celebrações do 20.º Aniversário da RAEM. Alguns terão sido mesmo recordados que viajam frequentemente ao Interior da China e que as coisas poderiam complicar-se, durante uma dessas visitas. O caso foi revelado ontem pela Associação dos Jornalistas de Macau que diz estar a “acompanhar de perto” as situações e que “condenou a intimidação” com qualquer origem aos profissionais do sector. Na mesma mensagem, a associação apelou ainda ao Governo Central e ao Governo da RAEM para que cumpram o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e que garantam a liberdade de imprensa, tal como consta na Lei Básica.
João Santos Filipe SociedadePonte HKZM | Cidadão de Hong Kong “desapareceu” quando vinha para Macau Antes de ficar incontactável, o homem enviou uma mensagem ao filho a dizer que tinha sido detido pelas autoridades do Interior da China. A detenção terá acontecido num dos postos fronteiriços instalados para proteger a visita de Xi Jinping a Macau [dropcap]U[/dropcap]m cidadão de Hong Kong vinha para Macau de autocarro através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e “desapareceu”. A notícia foi avançada pela Cable TV News, de Hong Kong, e confirmada ontem pelas autoridades da RAEHK. De acordo com o relato do filho do desaparecido, o pai terá sido detido pela Polícia da China do Interior, num dos postos fronteiriços instalados nas ilhas artificiais da ponte, a pensar na segurança de Xi Jinping, que esta semana visita Macau. O desaparecimento aconteceu na sexta-feira de acordo com a denúncia do filho, que afirma ter recebido uma mensagem do pai a informar sobre a detenção. “Fui preso”, foi este o conteúdo da mensagem que o denunciante terá recebido. O momento em que a liberdade do pai foi restringida terá acontecido ainda antes da entrada em Macau, uma vez que o homem diz ter contactado as autoridades da RAEM à procura do progenitor. A resposta que alegadamente terá recebido é que o seu pai nunca chegou a entrar na RAEM. Na semana passada foi anunciado pelas entidades do Interior que seria instalado um novo posto fronteiriço numa das ilhas artificiais do traçado da ponte. Segundo a informação revelada, que ontem foi apontada pelo Hong Kong Free Press, o controlo alfandegário conta com máquinas de Raio-X e reconhecimento facial. Além de servirem como forma de garantir a segurança do Presidente Xi Jinping, um dos objectivos passa igualmente por evitar que qualquer pessoa de Hong Kong tente aproveitar a ocasião para demonstrar o descontentamento com a situação da RAEHK. Este aspecto foi apontado como “um ambiente social favorável” para a visita de Xi Jinping, no âmbito das comemorações dos 20 anos da transferência de soberania. Déjà vu Os controlos alfandegários entre as fronteiras permanentes da ponte vão estão em vigor até 22 de Dezembro, o que pode fazer com que as pessoas que pretendam voar a partir de Hong Kong, vindas de Macau, tenham de passar por mais um controlo. Depois de ter recebido a queixa, a Polícia de Hong Kong afirmou que ia ficar à espera de ser contactada pelas autoridades do Interior, uma vez que considerou que não é “apropriado” interferir nos assuntos de outras jurisdições. Em Hong Kong a detenção está a merecer comparações com o caso dos livreiros raptados na RAEHK pelas autoridades do Interior e levados para o outro lado da fronteira, para onde enviavam livros com conteúdos considerados sensíveis sobre o Partido Comunista Chinês.
admin SociedadePonte HKZM | Cidadão de Hong Kong “desapareceu” quando vinha para Macau Antes de ficar incontactável, o homem enviou uma mensagem ao filho a dizer que tinha sido detido pelas autoridades do Interior da China. A detenção terá acontecido num dos postos fronteiriços instalados para proteger a visita de Xi Jinping a Macau [dropcap]U[/dropcap]m cidadão de Hong Kong vinha para Macau de autocarro através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e “desapareceu”. A notícia foi avançada pela Cable TV News, de Hong Kong, e confirmada ontem pelas autoridades da RAEHK. De acordo com o relato do filho do desaparecido, o pai terá sido detido pela Polícia da China do Interior, num dos postos fronteiriços instalados nas ilhas artificiais da ponte, a pensar na segurança de Xi Jinping, que esta semana visita Macau. O desaparecimento aconteceu na sexta-feira de acordo com a denúncia do filho, que afirma ter recebido uma mensagem do pai a informar sobre a detenção. “Fui preso”, foi este o conteúdo da mensagem que o denunciante terá recebido. O momento em que a liberdade do pai foi restringida terá acontecido ainda antes da entrada em Macau, uma vez que o homem diz ter contactado as autoridades da RAEM à procura do progenitor. A resposta que alegadamente terá recebido é que o seu pai nunca chegou a entrar na RAEM. Na semana passada foi anunciado pelas entidades do Interior que seria instalado um novo posto fronteiriço numa das ilhas artificiais do traçado da ponte. Segundo a informação revelada, que ontem foi apontada pelo Hong Kong Free Press, o controlo alfandegário conta com máquinas de Raio-X e reconhecimento facial. Além de servirem como forma de garantir a segurança do Presidente Xi Jinping, um dos objectivos passa igualmente por evitar que qualquer pessoa de Hong Kong tente aproveitar a ocasião para demonstrar o descontentamento com a situação da RAEHK. Este aspecto foi apontado como “um ambiente social favorável” para a visita de Xi Jinping, no âmbito das comemorações dos 20 anos da transferência de soberania. Déjà vu Os controlos alfandegários entre as fronteiras permanentes da ponte vão estão em vigor até 22 de Dezembro, o que pode fazer com que as pessoas que pretendam voar a partir de Hong Kong, vindas de Macau, tenham de passar por mais um controlo. Depois de ter recebido a queixa, a Polícia de Hong Kong afirmou que ia ficar à espera de ser contactada pelas autoridades do Interior, uma vez que considerou que não é “apropriado” interferir nos assuntos de outras jurisdições. Em Hong Kong a detenção está a merecer comparações com o caso dos livreiros raptados na RAEHK pelas autoridades do Interior e levados para o outro lado da fronteira, para onde enviavam livros com conteúdos considerados sensíveis sobre o Partido Comunista Chinês.
Andreia Sofia Silva SociedadePortugal – Grande Baía | Nova associação aposta na cooperação cultural e tecnológica [dropcap]T[/dropcap]em representações em Portugal, Macau, Hong Kong e China e promete promover iniciativas ligadas às culturas portuguesa e chinesa, mas também ao ambiente, tecnologia e economia. É esta a agenda da recém-criada Associação para a Cooperação e Desenvolvimento Portugal-Grande Baía, para já representada em Portugal por Miguel Lemos Rodrigues e em Macau por Tiago Pereira. À margem da conferência “Macau 20 anos como plataforma sino-lusófona”, que decorreu esta sexta-feira no Palácio da Bolsa, no Porto, Miguel Lemos Rodrigues contou ao HM os objectivos primordiais desta iniciativa. “Os objectivos concretos desta associação passam pela promoção da cultura com iniciativas cá e lá, e depois pela cooperação ao nível do ambiente e da tecnologia, para que possamos colocar as universidades em contacto umas com as outras e para que possamos também estabelecer algumas políticas de cidade, na lógica das cidades inteligentes.” A associação, um projecto da “sociedade civil que nasceu de um conjunto de pessoas que, de alguma forma, estão ligadas a Macau”, não esquece também o papel que a língua portuguesa irá desempenhar no contexto da Grande Baía. “Queremos também preservar a língua portuguesa numa altura em que a procura pelos cursos em Macau e na China tem vindo a aumentar. Pretendemos reforçar a presença da língua portuguesa na Ásia”, acrescentou. As eleições para os corpos sociais da associação acontecem em Janeiro, mas já existem alguns projectos concretos na forja. “A ideia era constituir uma associação que pudesse fazer a ligação e a cooperação não só com Macau, mas também com o projecto da Grande Baia”, disse Miguel Lemos Rodrigues, sempre com base nas linhas governamentais definidas pelas autoridades chinesas. “Uma Macau muito diferente” A palestra de sexta-feira contou com a presença do embaixador da China em Portugal, Cai Run, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva (ver texto principal). A nível académico, esteve presente Bruno Maçães, ex-secretário de Estado português, consultor e autor do livro “Belt and Road: A Chinese World Order”. O académico destacou o facto de “em Portugal não existir a noção de como Macau é excepcional, tendo falado também da importância da visita do Presidente Xi Jinping ao território no âmbito das celebrações do aniversário da RAEM. Daqui para a frente, iremos acompanhar “uma Macau muito diferente dos últimos 20 anos”, previu Bruno Maçães, tendo alertado também para o facto de “o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’ continuar a ter um défice de transparência”. Carmen Amado Mendes, investigadora da Universidade de Coimbra, marcou também presença no debate tendo alertado para as deficiências ainda existentes no acesso de empresas portuguesas ao Fundo do Fórum Macau. “As regras têm sido muito difíceis de interpretar para as empresas portuguesas e apenas as empresas chinesas têm tido acesso (ao financiamento de projectos). Do lado português deveria haver um esforço de interpretação”, rematou. A palestra ficou ainda marcada por uma actuação musical de Lu Yanan. Nos corredores do Palácio da Bolsa pode ser visitada uma exposição com obras e poemas de autores de Macau, numa parceria com a Casa de Portugal em Macau.
admin SociedadePortugal – Grande Baía | Nova associação aposta na cooperação cultural e tecnológica [dropcap]T[/dropcap]em representações em Portugal, Macau, Hong Kong e China e promete promover iniciativas ligadas às culturas portuguesa e chinesa, mas também ao ambiente, tecnologia e economia. É esta a agenda da recém-criada Associação para a Cooperação e Desenvolvimento Portugal-Grande Baía, para já representada em Portugal por Miguel Lemos Rodrigues e em Macau por Tiago Pereira. À margem da conferência “Macau 20 anos como plataforma sino-lusófona”, que decorreu esta sexta-feira no Palácio da Bolsa, no Porto, Miguel Lemos Rodrigues contou ao HM os objectivos primordiais desta iniciativa. “Os objectivos concretos desta associação passam pela promoção da cultura com iniciativas cá e lá, e depois pela cooperação ao nível do ambiente e da tecnologia, para que possamos colocar as universidades em contacto umas com as outras e para que possamos também estabelecer algumas políticas de cidade, na lógica das cidades inteligentes.” A associação, um projecto da “sociedade civil que nasceu de um conjunto de pessoas que, de alguma forma, estão ligadas a Macau”, não esquece também o papel que a língua portuguesa irá desempenhar no contexto da Grande Baía. “Queremos também preservar a língua portuguesa numa altura em que a procura pelos cursos em Macau e na China tem vindo a aumentar. Pretendemos reforçar a presença da língua portuguesa na Ásia”, acrescentou. As eleições para os corpos sociais da associação acontecem em Janeiro, mas já existem alguns projectos concretos na forja. “A ideia era constituir uma associação que pudesse fazer a ligação e a cooperação não só com Macau, mas também com o projecto da Grande Baia”, disse Miguel Lemos Rodrigues, sempre com base nas linhas governamentais definidas pelas autoridades chinesas. “Uma Macau muito diferente” A palestra de sexta-feira contou com a presença do embaixador da China em Portugal, Cai Run, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva (ver texto principal). A nível académico, esteve presente Bruno Maçães, ex-secretário de Estado português, consultor e autor do livro “Belt and Road: A Chinese World Order”. O académico destacou o facto de “em Portugal não existir a noção de como Macau é excepcional, tendo falado também da importância da visita do Presidente Xi Jinping ao território no âmbito das celebrações do aniversário da RAEM. Daqui para a frente, iremos acompanhar “uma Macau muito diferente dos últimos 20 anos”, previu Bruno Maçães, tendo alertado também para o facto de “o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’ continuar a ter um défice de transparência”. Carmen Amado Mendes, investigadora da Universidade de Coimbra, marcou também presença no debate tendo alertado para as deficiências ainda existentes no acesso de empresas portuguesas ao Fundo do Fórum Macau. “As regras têm sido muito difíceis de interpretar para as empresas portuguesas e apenas as empresas chinesas têm tido acesso (ao financiamento de projectos). Do lado português deveria haver um esforço de interpretação”, rematou. A palestra ficou ainda marcada por uma actuação musical de Lu Yanan. Nos corredores do Palácio da Bolsa pode ser visitada uma exposição com obras e poemas de autores de Macau, numa parceria com a Casa de Portugal em Macau.
Hoje Macau SociedadeDebate na FRC | Grande Baía e cooperação sino-lusófona podem ser alternativas ao jogo [dropcap]E[/dropcap]conomistas responsáveis pelo BNU, Fórum Macau e Instituto de Estudos Europeus defenderam ontem que o projecto da Grande Baía e a cooperação sino-lusófona podem combater a dependência do jogo e potenciar a diversificação da economia de Macau. O secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa sublinhou que o projecto da Grande Baía “é uma oportunidade que Macau não pode perder”, numa referência à ideia de Pequim de se criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província chinesa de Guangdong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 biliões de euros. Rodrigo Brum lembrou que “já na administração portuguesa se falava da necessidade de diversificação da economia” e frisou que, apesar do objectivo de vários governos, hoje “a exposição ao jogo é ainda maior”. O responsável disse estar convicto de que, para além do desafio que é o projecto da Grande Baía, a plataforma sino-lusófona de cooperação comercial tem um potencial que pode ultrapassar o valor actualmente associado à exploração do jogo em Macau. Na mesma nota Em sintonia, num debate sobre os 20 anos da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), o presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) afirmou que a própria instituição tem como ambição reforçar a sua aposta na região da Grande Baía para apoiar os seus clientes. “Faz sentido propor ao accionista fazer mais coisas do lado de lá [Interior da China]” e que o fundo de investimento sino-lusófono existente – na ordem dos mil milhões de dólares – fosse capaz de garantir investimentos em Portugal, disse Carlos Alvares no encontro, que resultou de uma iniciativa conjunta da Fundação Rui Cunha e do semanário luso-chinês Plataforma. Já o presidente do Instituto de Estudos Europeus destacou também o facto de o projecto da Grande Baía poder desempenhar um papel crucial na diversificação da economia do antigo território administrado por Portugal, mas alertou que deve existir “alguma paciência” face à forte dependência do jogo em Macau. José Sales Marques recordou, de resto, que foi o próprio Instituto de Estudos Europeus que em 2003 lançou a ideia de se criar a plataforma Creative Macau, um contributo para a política de diversificação que as autoridades dizem querer prosseguir através da criação de indústrias criativas. Altos valores O Governo de Macau deverá chegar ao final do ano com um excedente orçamental de 9,6 por cento do PIB, um ligeiro decréscimo face aos 12,2 por cento registados no ano passado, mas ainda assim excepcionalmente elevado face à média dos países analisados pela agência de notação financeira Fitch, que nota ainda que o território deverá ter reservas externas no valor de 136 por cento do PIB. De acordo com os dados mais recentes da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas.
admin SociedadeDebate na FRC | Grande Baía e cooperação sino-lusófona podem ser alternativas ao jogo [dropcap]E[/dropcap]conomistas responsáveis pelo BNU, Fórum Macau e Instituto de Estudos Europeus defenderam ontem que o projecto da Grande Baía e a cooperação sino-lusófona podem combater a dependência do jogo e potenciar a diversificação da economia de Macau. O secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa sublinhou que o projecto da Grande Baía “é uma oportunidade que Macau não pode perder”, numa referência à ideia de Pequim de se criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província chinesa de Guangdong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 biliões de euros. Rodrigo Brum lembrou que “já na administração portuguesa se falava da necessidade de diversificação da economia” e frisou que, apesar do objectivo de vários governos, hoje “a exposição ao jogo é ainda maior”. O responsável disse estar convicto de que, para além do desafio que é o projecto da Grande Baía, a plataforma sino-lusófona de cooperação comercial tem um potencial que pode ultrapassar o valor actualmente associado à exploração do jogo em Macau. Na mesma nota Em sintonia, num debate sobre os 20 anos da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), o presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) afirmou que a própria instituição tem como ambição reforçar a sua aposta na região da Grande Baía para apoiar os seus clientes. “Faz sentido propor ao accionista fazer mais coisas do lado de lá [Interior da China]” e que o fundo de investimento sino-lusófono existente – na ordem dos mil milhões de dólares – fosse capaz de garantir investimentos em Portugal, disse Carlos Alvares no encontro, que resultou de uma iniciativa conjunta da Fundação Rui Cunha e do semanário luso-chinês Plataforma. Já o presidente do Instituto de Estudos Europeus destacou também o facto de o projecto da Grande Baía poder desempenhar um papel crucial na diversificação da economia do antigo território administrado por Portugal, mas alertou que deve existir “alguma paciência” face à forte dependência do jogo em Macau. José Sales Marques recordou, de resto, que foi o próprio Instituto de Estudos Europeus que em 2003 lançou a ideia de se criar a plataforma Creative Macau, um contributo para a política de diversificação que as autoridades dizem querer prosseguir através da criação de indústrias criativas. Altos valores O Governo de Macau deverá chegar ao final do ano com um excedente orçamental de 9,6 por cento do PIB, um ligeiro decréscimo face aos 12,2 por cento registados no ano passado, mas ainda assim excepcionalmente elevado face à média dos países analisados pela agência de notação financeira Fitch, que nota ainda que o território deverá ter reservas externas no valor de 136 por cento do PIB. De acordo com os dados mais recentes da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeEconomist | Prevista recessão em Macau de 5,5% este ano e 3,3% em 2020 O analista da consultora Economist Intelligence Unit (EIU) que segue a economia de Macau previu ontem à Lusa que o território enfrente uma recessão neste e no próximo ano, regressando ao crescimento em 2021, com 2,9%. Além disso, a consultora estima que Macau continue imune à instabilidade em Hong Kong [dropcap]P[/dropcap]revemos que a economia fique em recessão neste e no próximo ano, principalmente como resultado do abrandamento económico na China, que vai pesar no fluxo de turismo e na despesa feita no jogo em Macau, o que faz com que o PIB caia 5,9 por cento este ano”, disse Nick Marro. Em entrevista à Lusa, o analista da unidade de análise da revista britânica The Economist diz esperar que a economia de Macau “abrande a recessão para 3,3 por cento em 2020, num contexto de recuperação das receitas do jogo e do investimento, e da previsão de um acordo entre os Estados Unidos e a China nesse ano”. Isto, salientam, “deve levar a uma ligeira recuperação na confiança dos empresários e consumidores na China, levando a um aumento do turismo para Macau”. Do ponto de vista das políticas públicas, a previsão aponta para a continuação de dificuldades do Governo em diversificar a economia, fortemente assente nas receitas do jogo. “Esperamos que o Governo continue a debater-se com os seus esforços políticos para diversificar a economia para lá do jogo, pelo menos nos próximos dois anos”, diz Nathan Hayes, salientando que “a volatilidade neste sector vai continuar a pesar negativamente na actividade económica este ano, particularmente devido ao abrandamento da economia chinesa”. De acordo com os dados mais recentes da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas, menos 2,4 por cento do que no ano anterior. No mesmo período de 2018, as receitas brutas acumuladas foram de 276,38 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas. Vacinas em dia O analista previu ainda que os protestos em Hong Kong vão continuar a não ter influência em Macau, que deverá manter-se politicamente estável. “Não vemos grande impacto dos protestos de Hong Kong em Macau; a dinâmica política em ambos os territórios é muito diferente, há um movimento muito mais local em Hong Kong, sustentado nos protestos, enquanto que, pelo contrário, essa dinâmica não se impôs em Macau, por isso esperamos que o grau relativamente alto de estabilidade política em Macau se mantenha nos próximos anos”, disse Nick Marro em entrevista à Lusa. O analista da EIU que segue Macau disse que uma das prioridades do novo Governo será tentar diversificar a economia, apostando mais no jogo popular do que no jogo VIP. “É provavelmente uma tentativa para garantir um crescimento sustentável de longo prazo neste sector”, disse o analista, reconhecendo que apesar de Macau ser o principal destino do jogo mundial, as receitas têm descido muito este ano. “Isto deve-se ao abrandamento da expansão da economia chinesa e à ansiedade que a guerra comercial com os Estados Unidos gerou” nos jogadores, afirmou, considerando que “ambos os factores contribuíram negativamente para o fluxo de turistas chineses para Macau, o que teve um efeito nos casinos, e vai continuar a ter em 2020”. Sobre a pataca, uma das últimas grandes heranças do tempo colonial português, Nick Marro não espera alterações à moeda de Macau. “A moeda é bastante estável, está indexado ao dólar de Hong Kong, que por sua vez está pegado do dólar norte-americano, e, portanto, há aqui um grau subjacente de estabilidade; não esperamos quaisquer alterações a este acordo, mesmo com a turbulência política que se vive em Hong Kong”, concluiu.
admin Manchete SociedadeEconomist | Prevista recessão em Macau de 5,5% este ano e 3,3% em 2020 O analista da consultora Economist Intelligence Unit (EIU) que segue a economia de Macau previu ontem à Lusa que o território enfrente uma recessão neste e no próximo ano, regressando ao crescimento em 2021, com 2,9%. Além disso, a consultora estima que Macau continue imune à instabilidade em Hong Kong [dropcap]P[/dropcap]revemos que a economia fique em recessão neste e no próximo ano, principalmente como resultado do abrandamento económico na China, que vai pesar no fluxo de turismo e na despesa feita no jogo em Macau, o que faz com que o PIB caia 5,9 por cento este ano”, disse Nick Marro. Em entrevista à Lusa, o analista da unidade de análise da revista britânica The Economist diz esperar que a economia de Macau “abrande a recessão para 3,3 por cento em 2020, num contexto de recuperação das receitas do jogo e do investimento, e da previsão de um acordo entre os Estados Unidos e a China nesse ano”. Isto, salientam, “deve levar a uma ligeira recuperação na confiança dos empresários e consumidores na China, levando a um aumento do turismo para Macau”. Do ponto de vista das políticas públicas, a previsão aponta para a continuação de dificuldades do Governo em diversificar a economia, fortemente assente nas receitas do jogo. “Esperamos que o Governo continue a debater-se com os seus esforços políticos para diversificar a economia para lá do jogo, pelo menos nos próximos dois anos”, diz Nathan Hayes, salientando que “a volatilidade neste sector vai continuar a pesar negativamente na actividade económica este ano, particularmente devido ao abrandamento da economia chinesa”. De acordo com os dados mais recentes da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas, menos 2,4 por cento do que no ano anterior. No mesmo período de 2018, as receitas brutas acumuladas foram de 276,38 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas. Vacinas em dia O analista previu ainda que os protestos em Hong Kong vão continuar a não ter influência em Macau, que deverá manter-se politicamente estável. “Não vemos grande impacto dos protestos de Hong Kong em Macau; a dinâmica política em ambos os territórios é muito diferente, há um movimento muito mais local em Hong Kong, sustentado nos protestos, enquanto que, pelo contrário, essa dinâmica não se impôs em Macau, por isso esperamos que o grau relativamente alto de estabilidade política em Macau se mantenha nos próximos anos”, disse Nick Marro em entrevista à Lusa. O analista da EIU que segue Macau disse que uma das prioridades do novo Governo será tentar diversificar a economia, apostando mais no jogo popular do que no jogo VIP. “É provavelmente uma tentativa para garantir um crescimento sustentável de longo prazo neste sector”, disse o analista, reconhecendo que apesar de Macau ser o principal destino do jogo mundial, as receitas têm descido muito este ano. “Isto deve-se ao abrandamento da expansão da economia chinesa e à ansiedade que a guerra comercial com os Estados Unidos gerou” nos jogadores, afirmou, considerando que “ambos os factores contribuíram negativamente para o fluxo de turistas chineses para Macau, o que teve um efeito nos casinos, e vai continuar a ter em 2020”. Sobre a pataca, uma das últimas grandes heranças do tempo colonial português, Nick Marro não espera alterações à moeda de Macau. “A moeda é bastante estável, está indexado ao dólar de Hong Kong, que por sua vez está pegado do dólar norte-americano, e, portanto, há aqui um grau subjacente de estabilidade; não esperamos quaisquer alterações a este acordo, mesmo com a turbulência política que se vive em Hong Kong”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeLusofonia | Analistas chineses reconhecem papel de Macau no contexto lusófono Vinte anos após a transferência de administração de Portugal para a China, Macau desempenha um “papel complementar” na relação entre a China e os países de língua portuguesa e de “elemento integrador” no mundo lusófono [dropcap]Z[/dropcap]hou Zhiwei, investigador na Academia Chinesa de Ciências Sociais, a principal unidade de investigação do Governo chinês, sob tutela do Conselho de Estado, disse à agência Lusa que a região, através do Fórum Macau, desempenha hoje um “papel complementar” aos mecanismos de cooperação entre a China e os países lusófonos. “Macau é uma plataforma adicional para as cooperações entre a China e os países de língua portuguesa e constitui uma janela importantíssima para o mundo exterior, através dos laços culturais e económicos com a lusofonia”, afirmou. Criado em 2003 por Pequim, o Fórum Macau tem um Secretariado Permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral, Xu Yingzhen, e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). A China mantém vários outros fóruns multilaterais como o bloco de economias emergentes BRICS, que inclui o Brasil, ou o Fórum de Cooperação China-África, que abrange todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). No entanto, Zhou destacou Macau como “canal particular” para produtos dos países lusófonos acederem ao mercado chinês, nomeadamente através da realização de feiras comerciais, na formação de recursos humanos ou no impulso de projectos de cooperação, como a introdução de arroz híbrido em Timor-Leste ou uso de medicina tradicional chinesa nos PALOP. O académico frisou ainda a criação pela China, no âmbito do Fórum de Macau, de um Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, no valor de mil milhões de dólares, e que é gerido pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês). Em 2017, as trocas comerciais entre a China e a Lusofonia fixaram-se em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos. Soube-me pouco Diplomatas ou grupos empresarias costumam observar, porém, que o papel do Fórum Macau continua aquém do seu potencial. Gao Zhikai, que serviu como intérprete do antigo líder chinês Deng Xiaoping e é actualmente um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, enalteceu também o papel da Região Administrativa Especial de Macau como “elemento integrador” dos países e regiões de língua oficial portuguesa, mas rejeitou a intenção em estabelecer uma plataforma equivalente à britânica Commonwealth. “Não penso que a China deva ser o agente integrador dos países e regiões que falam português, mas Portugal e Macau têm uma ligação de centenas de anos, e acontece que Macau é agora parte da China, país que provavelmente é o maior parceiro comercial de todos os países que falam português, com excepção de Portugal”, afirmou Gao. “Penso que Portugal deve estar satisfeito com o papel integrador desenvolvido por Macau e China, visto ser um trabalho que não poderia desenvolver, até porque não tem recursos financeiros para isso”, acrescentou. Da passagem da administração portuguesa ficou, entre outros, os edifícios coloniais, a calçada portuguesa, os azulejos, mas também património imaterial como a língua portuguesa, que continua a ser oficial nos serviços públicos e o Direito, que é de matriz portuguesa. O analista diz que a China vê como “positiva” a manutenção dessa herança, e estabelece um contraste com a política da Índia para a região de Goa, “onde a influência portuguesa foi eliminada após a integração”. “A China e o seu povo não têm qualquer problema em manter a herança portuguesa em Macau”, sublinhou.
admin SociedadeLusofonia | Analistas chineses reconhecem papel de Macau no contexto lusófono Vinte anos após a transferência de administração de Portugal para a China, Macau desempenha um “papel complementar” na relação entre a China e os países de língua portuguesa e de “elemento integrador” no mundo lusófono [dropcap]Z[/dropcap]hou Zhiwei, investigador na Academia Chinesa de Ciências Sociais, a principal unidade de investigação do Governo chinês, sob tutela do Conselho de Estado, disse à agência Lusa que a região, através do Fórum Macau, desempenha hoje um “papel complementar” aos mecanismos de cooperação entre a China e os países lusófonos. “Macau é uma plataforma adicional para as cooperações entre a China e os países de língua portuguesa e constitui uma janela importantíssima para o mundo exterior, através dos laços culturais e económicos com a lusofonia”, afirmou. Criado em 2003 por Pequim, o Fórum Macau tem um Secretariado Permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral, Xu Yingzhen, e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). A China mantém vários outros fóruns multilaterais como o bloco de economias emergentes BRICS, que inclui o Brasil, ou o Fórum de Cooperação China-África, que abrange todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). No entanto, Zhou destacou Macau como “canal particular” para produtos dos países lusófonos acederem ao mercado chinês, nomeadamente através da realização de feiras comerciais, na formação de recursos humanos ou no impulso de projectos de cooperação, como a introdução de arroz híbrido em Timor-Leste ou uso de medicina tradicional chinesa nos PALOP. O académico frisou ainda a criação pela China, no âmbito do Fórum de Macau, de um Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, no valor de mil milhões de dólares, e que é gerido pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês). Em 2017, as trocas comerciais entre a China e a Lusofonia fixaram-se em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos. Soube-me pouco Diplomatas ou grupos empresarias costumam observar, porém, que o papel do Fórum Macau continua aquém do seu potencial. Gao Zhikai, que serviu como intérprete do antigo líder chinês Deng Xiaoping e é actualmente um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, enalteceu também o papel da Região Administrativa Especial de Macau como “elemento integrador” dos países e regiões de língua oficial portuguesa, mas rejeitou a intenção em estabelecer uma plataforma equivalente à britânica Commonwealth. “Não penso que a China deva ser o agente integrador dos países e regiões que falam português, mas Portugal e Macau têm uma ligação de centenas de anos, e acontece que Macau é agora parte da China, país que provavelmente é o maior parceiro comercial de todos os países que falam português, com excepção de Portugal”, afirmou Gao. “Penso que Portugal deve estar satisfeito com o papel integrador desenvolvido por Macau e China, visto ser um trabalho que não poderia desenvolver, até porque não tem recursos financeiros para isso”, acrescentou. Da passagem da administração portuguesa ficou, entre outros, os edifícios coloniais, a calçada portuguesa, os azulejos, mas também património imaterial como a língua portuguesa, que continua a ser oficial nos serviços públicos e o Direito, que é de matriz portuguesa. O analista diz que a China vê como “positiva” a manutenção dessa herança, e estabelece um contraste com a política da Índia para a região de Goa, “onde a influência portuguesa foi eliminada após a integração”. “A China e o seu povo não têm qualquer problema em manter a herança portuguesa em Macau”, sublinhou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAssédio sexual | Cidadão condenado vai ser transferido para Portugal A transferência de João Tiago Martins foi ontem aprovada pelo Tribunal de Segunda Instância e o próximo passo é a execução da decisão. O português tem ainda cerca de dois anos de pena por cumprir antes de completar na íntegra a condenação de cinco anos e seis meses [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) aprovou ontem o pedido de transferência de João Tiago Martins de Macau para Portugal. O cidadão português foi condenado, em 2017, a cinco anos e seis meses de prisão pela prática de dois crimes de assédio sexual de criança e ainda tem cerca de dois anos de prisão para cumprir. O processo ficou marcado pela mudança de posição do Ministério Público que, após ter pedido a condenação na primeira instância, recorreu a pedir a absolvição. No entanto, o mesmo TSI acabou por considerar que o português devia mesmo cumprir a pena. “Foi a conclusão de um processo de transferência que tem três fases: uma administrativa, uma política e uma judicial. As três fases foram concretizadas em Portugal e em Macau. Está tudo concluído e a fase seguinte passa por executar a transferência”, disse João Miguel Barros, advogado que conduziu o processo, ao HM. O pedido de transferência demorou cerca de um ano, mas João Miguel Barros explicou que o normal é que leve mais tempo: “Como trabalhei em Portugal e em Macau neste processo foi possível acelerar os procedimentos”, apontou. O processo começou a partir de Portugal, uma vez que segundo o acordo entre a RAEM e o país europeu, este tipo de procedimento desenrola-se primeiro no país de destino da transferência. Assim, nos primeiros momentos foi Portugal a avaliar se os requisitos para a transferência estavam cumpridos. Só depois dessa fase é que o pedido chegou a Macau, em que também há uma análise. Sem grandes entraves Sobre estes procedimentos, o advogado disse que não houve grandes entraves: “Foi tudo aprovado sem problemas, mas são sempre procedimentos que demoram muito tempo, porque têm muitas tramitações. Mas está tudo tratado. Agora é só mesmo executar a transferência”, concluiu. De acordo com os dados avançados pelo Governo ao HM anteriormente, entre 1999 e Maio do ano passado tinham sido feitos nove pedidos de transferência de Macau para Portugal para o cumprimento de penas, com seis aprovados e três recusados. Após essa informação ter sido divulgada, entrou o caso que agora foi aprovado, o que significa que em 10 pedidos concluídos seis foram autorizados. Por outro lado, também esta semana ficou a saber-se que Ao Man Long pretende ser transferido para Portugal. O ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas foi condenado em três ocasiões diferentes com uma pena única de 29 anos pela prática dos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais.
admin Manchete SociedadeAssédio sexual | Cidadão condenado vai ser transferido para Portugal A transferência de João Tiago Martins foi ontem aprovada pelo Tribunal de Segunda Instância e o próximo passo é a execução da decisão. O português tem ainda cerca de dois anos de pena por cumprir antes de completar na íntegra a condenação de cinco anos e seis meses [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) aprovou ontem o pedido de transferência de João Tiago Martins de Macau para Portugal. O cidadão português foi condenado, em 2017, a cinco anos e seis meses de prisão pela prática de dois crimes de assédio sexual de criança e ainda tem cerca de dois anos de prisão para cumprir. O processo ficou marcado pela mudança de posição do Ministério Público que, após ter pedido a condenação na primeira instância, recorreu a pedir a absolvição. No entanto, o mesmo TSI acabou por considerar que o português devia mesmo cumprir a pena. “Foi a conclusão de um processo de transferência que tem três fases: uma administrativa, uma política e uma judicial. As três fases foram concretizadas em Portugal e em Macau. Está tudo concluído e a fase seguinte passa por executar a transferência”, disse João Miguel Barros, advogado que conduziu o processo, ao HM. O pedido de transferência demorou cerca de um ano, mas João Miguel Barros explicou que o normal é que leve mais tempo: “Como trabalhei em Portugal e em Macau neste processo foi possível acelerar os procedimentos”, apontou. O processo começou a partir de Portugal, uma vez que segundo o acordo entre a RAEM e o país europeu, este tipo de procedimento desenrola-se primeiro no país de destino da transferência. Assim, nos primeiros momentos foi Portugal a avaliar se os requisitos para a transferência estavam cumpridos. Só depois dessa fase é que o pedido chegou a Macau, em que também há uma análise. Sem grandes entraves Sobre estes procedimentos, o advogado disse que não houve grandes entraves: “Foi tudo aprovado sem problemas, mas são sempre procedimentos que demoram muito tempo, porque têm muitas tramitações. Mas está tudo tratado. Agora é só mesmo executar a transferência”, concluiu. De acordo com os dados avançados pelo Governo ao HM anteriormente, entre 1999 e Maio do ano passado tinham sido feitos nove pedidos de transferência de Macau para Portugal para o cumprimento de penas, com seis aprovados e três recusados. Após essa informação ter sido divulgada, entrou o caso que agora foi aprovado, o que significa que em 10 pedidos concluídos seis foram autorizados. Por outro lado, também esta semana ficou a saber-se que Ao Man Long pretende ser transferido para Portugal. O ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas foi condenado em três ocasiões diferentes com uma pena única de 29 anos pela prática dos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeANIMA | Albano Martins pede fecho do matadouro com ajuda do novo secretário A ANIMA celebrou ontem 16 anos de existência com mais uma luta na manga: o fecho do matadouro. Albano Martins, presidente, espera que o novo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Wong, possa promover o seu encerramento, uma vez que tem feito parte do conselho de administração na qualidade de vice-presidente do IAM [dropcap]A[/dropcap] fuga de um boi já anestesiado do matadouro de Macau na semana passada foi notícia em todos os jornais, mas para a ANIMA é mais um sinal dos perigos que a existência desta infra-estrutura traz para Macau, uma vez que está localizada numa das zonas mais densamente povoadas do território, a Ilha Verde. Ao HM, Albano Martins falou da carta recentemente enviada ao Governo que pede o fecho do matadouro, em cujo conselho de administração tem estado Lei Wai Wong, vice-presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e que foi agora nomeado como o próximo secretário para a Economia e Finanças. “Ele (Lei Wai Wong) vai deixar a sua posição (no matadouro), e penso que deve ter um conhecimento profundo do que é aquele espaço. Se tiver algo contra tem agora a oportunidade de o encerrar”, defendeu. A ANIMA tem investigado as contas e a estrutura accionista do matadouro, que tem apresentado sucessivos prejuízos nos últimos anos, acima de 20 milhões de patacas. Para Albano Martins, “o Governo deve ser o maior accionista do matadouro”. O presidente da ANIMA alerta para os perigos de propagação de doenças, não apenas devido à manutenção dos animais vivos vindos da China, mas pelo facto de os resíduos serem despejados para as águas do território. “Não faz sentido que os animais sejam produzidos na China e mortos em Macau. É uma questão complicada e perigosa para a saúde pública. Macau vai integrar-se na Grande Baía, mas não tem de fazer tudo, pode-se fazer (o abate dos animais) numa cidade onde haja espaço e condições”, assegurou. Ainda o Jockey Club A ANIMA conseguiu encerrar o Canídromo de Macau e recebeu recentemente uma medalha de mérito das mãos de Chui Sai On, Chefe do Executivo até ao próximo dia 20. No entanto, as lutas não ficam por aqui. Além do fim das corridas de galgos ilegais em Portugal, a ANIMA deseja pôr um ponto final às corridas de cavalos no Jockey Club, na Taipa. “Trata-se de uma sociedade tecnicamente falida e insolvente, que recebeu do secretário (Lionel Leong) uma prenda de Natal, que é a concessão prolongada por mais de 30 anos. É melhor que tenham aquele espaço para os negócios que querem, já que o Governo não teve a coragem de retirar aquilo (o terreno) à concessionária.” Albano Martins assegura que a equitação, seja através das apostas nas corridas ou a nível educativo, não tem utilidade prática em Macau, além de que os animais são vítimas de maus tratos. Pelo contrário, no Jockey Club de Hong Kong, há uma maior preocupação com o bem-estar dos cavalos. “Em Macau o que conta é o jogo bruto. Chegaram a morrer animais no Jockey Club, alguns esfomeados e em condições deploráveis.” No que diz respeito às contas, a ANIMA continua a ver-se a braços com dificuldades financeiras que vão sendo colmatadas com apoios públicos e de privados. “Quando a ANIMA nasceu, em 2003, o primeiro orçamento era de 50 mil patacas, hoje são 11 milhões. Temos mais de 1100 voluntários e tratamos 692 animais nos dois abrigos. Lá fora tratamos de dois mil gatos e 620 cães.” Com o estatuto de entidade de utilidade pública e com uma medalha de mérito no bolso, a ANIMA espera poder continuar a operar com maior folga financeira. “Talvez as coisas sejam mais fáceis para continuarmos a trabalhar e poder ter pessoal dirigente com salários pagos, pois de outra forma não conseguimos crescer. Queremos poder conseguir tirar os animais das ruas e ter outras actividades relativas ao bem estar animal”, concluiu.
admin Manchete SociedadeANIMA | Albano Martins pede fecho do matadouro com ajuda do novo secretário A ANIMA celebrou ontem 16 anos de existência com mais uma luta na manga: o fecho do matadouro. Albano Martins, presidente, espera que o novo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Wong, possa promover o seu encerramento, uma vez que tem feito parte do conselho de administração na qualidade de vice-presidente do IAM [dropcap]A[/dropcap] fuga de um boi já anestesiado do matadouro de Macau na semana passada foi notícia em todos os jornais, mas para a ANIMA é mais um sinal dos perigos que a existência desta infra-estrutura traz para Macau, uma vez que está localizada numa das zonas mais densamente povoadas do território, a Ilha Verde. Ao HM, Albano Martins falou da carta recentemente enviada ao Governo que pede o fecho do matadouro, em cujo conselho de administração tem estado Lei Wai Wong, vice-presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e que foi agora nomeado como o próximo secretário para a Economia e Finanças. “Ele (Lei Wai Wong) vai deixar a sua posição (no matadouro), e penso que deve ter um conhecimento profundo do que é aquele espaço. Se tiver algo contra tem agora a oportunidade de o encerrar”, defendeu. A ANIMA tem investigado as contas e a estrutura accionista do matadouro, que tem apresentado sucessivos prejuízos nos últimos anos, acima de 20 milhões de patacas. Para Albano Martins, “o Governo deve ser o maior accionista do matadouro”. O presidente da ANIMA alerta para os perigos de propagação de doenças, não apenas devido à manutenção dos animais vivos vindos da China, mas pelo facto de os resíduos serem despejados para as águas do território. “Não faz sentido que os animais sejam produzidos na China e mortos em Macau. É uma questão complicada e perigosa para a saúde pública. Macau vai integrar-se na Grande Baía, mas não tem de fazer tudo, pode-se fazer (o abate dos animais) numa cidade onde haja espaço e condições”, assegurou. Ainda o Jockey Club A ANIMA conseguiu encerrar o Canídromo de Macau e recebeu recentemente uma medalha de mérito das mãos de Chui Sai On, Chefe do Executivo até ao próximo dia 20. No entanto, as lutas não ficam por aqui. Além do fim das corridas de galgos ilegais em Portugal, a ANIMA deseja pôr um ponto final às corridas de cavalos no Jockey Club, na Taipa. “Trata-se de uma sociedade tecnicamente falida e insolvente, que recebeu do secretário (Lionel Leong) uma prenda de Natal, que é a concessão prolongada por mais de 30 anos. É melhor que tenham aquele espaço para os negócios que querem, já que o Governo não teve a coragem de retirar aquilo (o terreno) à concessionária.” Albano Martins assegura que a equitação, seja através das apostas nas corridas ou a nível educativo, não tem utilidade prática em Macau, além de que os animais são vítimas de maus tratos. Pelo contrário, no Jockey Club de Hong Kong, há uma maior preocupação com o bem-estar dos cavalos. “Em Macau o que conta é o jogo bruto. Chegaram a morrer animais no Jockey Club, alguns esfomeados e em condições deploráveis.” No que diz respeito às contas, a ANIMA continua a ver-se a braços com dificuldades financeiras que vão sendo colmatadas com apoios públicos e de privados. “Quando a ANIMA nasceu, em 2003, o primeiro orçamento era de 50 mil patacas, hoje são 11 milhões. Temos mais de 1100 voluntários e tratamos 692 animais nos dois abrigos. Lá fora tratamos de dois mil gatos e 620 cães.” Com o estatuto de entidade de utilidade pública e com uma medalha de mérito no bolso, a ANIMA espera poder continuar a operar com maior folga financeira. “Talvez as coisas sejam mais fáceis para continuarmos a trabalhar e poder ter pessoal dirigente com salários pagos, pois de outra forma não conseguimos crescer. Queremos poder conseguir tirar os animais das ruas e ter outras actividades relativas ao bem estar animal”, concluiu.
Andreia Sofia Silva SociedadeDSEJ | Confirmados sete processos laborais em escolas privadas [dropcap]L[/dropcap]ou Pak Sang, director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), assegurou, em resposta a uma interpelação do deputado Sulu Sou, que entre 2016 e Setembro deste ano a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) “abriu um total de sete processos relativos a queixas sobre cessação da relação de trabalho apresentadas por docentes de escolas privadas, envolvendo dez docentes”. Na mesma resposta é explicado que “de entre esses processos um, que envolve dois docentes, ainda se encontra em fase de investigação e dois, que envolveram dois docentes, foram considerados subsistentes, tendo os docentes em causa recebido a indemnização”. No que diz respeito aos restantes processos “já foram resolvidos com a intervenção da DSAL, não tendo sido necessário remeter ao órgão judicial para julgamento”. Na sua interpelação, o deputado alertava para as condições laborais precárias em que vivem os docentes das escolas privadas, uma vez que trabalham com contratos renovados anualmente. A DSEJ explica apenas que “o pessoal docente é contratado pelas escolas particulares, portanto a sua situação deve estar em conformidade com os princípios relativos às garantias dos empregadores e trabalhadores, previstas na lei das relações do trabalho.” Dados oficiais avançados por Lou Pak Sang revelam ainda que 17 escolas, ou seja, 25,4 por cento do total das escolas privadas, “enviaram cartas de intenções aos seus docentes para lhes dar conta do interesse em renovarem os seus contratos, ou aos docentes com um ano de serviço, para se inteirarem da intenção dos docentes em darem continuidade ao seu trabalho na respectiva escola”.
admin SociedadeDSEJ | Confirmados sete processos laborais em escolas privadas [dropcap]L[/dropcap]ou Pak Sang, director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), assegurou, em resposta a uma interpelação do deputado Sulu Sou, que entre 2016 e Setembro deste ano a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) “abriu um total de sete processos relativos a queixas sobre cessação da relação de trabalho apresentadas por docentes de escolas privadas, envolvendo dez docentes”. Na mesma resposta é explicado que “de entre esses processos um, que envolve dois docentes, ainda se encontra em fase de investigação e dois, que envolveram dois docentes, foram considerados subsistentes, tendo os docentes em causa recebido a indemnização”. No que diz respeito aos restantes processos “já foram resolvidos com a intervenção da DSAL, não tendo sido necessário remeter ao órgão judicial para julgamento”. Na sua interpelação, o deputado alertava para as condições laborais precárias em que vivem os docentes das escolas privadas, uma vez que trabalham com contratos renovados anualmente. A DSEJ explica apenas que “o pessoal docente é contratado pelas escolas particulares, portanto a sua situação deve estar em conformidade com os princípios relativos às garantias dos empregadores e trabalhadores, previstas na lei das relações do trabalho.” Dados oficiais avançados por Lou Pak Sang revelam ainda que 17 escolas, ou seja, 25,4 por cento do total das escolas privadas, “enviaram cartas de intenções aos seus docentes para lhes dar conta do interesse em renovarem os seus contratos, ou aos docentes com um ano de serviço, para se inteirarem da intenção dos docentes em darem continuidade ao seu trabalho na respectiva escola”.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Restrições a vistos e visita de Xi Jinping com impacto negativo [dropcap]D[/dropcap]ezembro poderá ser um mês com desafios para o sector do jogo, uma vez que três empresas ligadas ao ramo da análise financeira prevêem uma quebra nas receitas oriundas das apostas de massas. De acordo com o portal informativo GGR Asia, a empresa correctora Nomura Instinet LLC acredita que as receitas desse segmento “podem ser piores” do que a queda anual prevista de oito a dez por cento. A informação foi avançada aos investidores esta segunda-feira. “As nossas mais recentes consultas sugerem uma semana mais fraca em termos de números das receitas das apostas de massas, devido ao passo dado no que diz respeito às restrições de vistos relacionado com a visita do Presidente Xi ainda este mês, algo que tem vindo a ocorrer desde Outubro”, escreveram os analistas Harry Curtis, Daniel Adam e Brian Dobson. De frisar que a visita de Xi Jinping ao território ainda não foi confirmada pelas autoridades. Os analistas da Nomura Instinet LLC destacaram ainda o facto de as receitas das apostas de massas nos primeiros oito dias de Dezembro terem sido de “cerca de 713 milhões de patacas, uma quebra aproximada de sete por cento se compararmos com a média do mês anterior, que foi de 763 milhões de patacas por dia, e aproximadamente abaixo dos 19 por cento registados no igual período do ano passado”. Os mesmos analistas acrescentaram ainda, na mesma nota, que a possível visita de Xi Jinping “pode trazer um impacto mais negativo nas visitas e receitas do jogo de massas do que o esperado”. O GGR Asia citou também a nota oficial do banco de investimentos Credit Suisse relativa ao controlo de concessão de vistos no terceiro trimestre pelas autoridades chinesas que poderia “amortecer a procura” pelo jogo de massas e apostas VIP entre os meses de Novembro e Dezembro. O banco citou fontes relacionadas com o sector que explicaram que as autoridades decidiram impor “de forma temporária” medidas administrativas de controlo entre “22 de Novembro e 20 de Dezembro”. Essa medida terá sido implementada para “limitar o tráfego” para Macau “aquando da visita dos membros do Governo chinês no aniversário dos 20 anos da RAEM”. Fraqueza na mesa de jogo A análise da Brokerage Sanford C. Bernstein Ltd dá também conta de uma performance mais negativa do segmento de massas na primeira semana de Dezembro. “Estimamos que as apostas do segmento de massas possam descer um ponto percentual em termos anuais, enquanto que as receitas do segmento VIP possam descer além dos 30 por cento”, escreveram os analistas Vitaly Umansky, Eunice Lee e Kelsey Zhu. A Brokerage Sanford C. Bernstein Ltd acrescentou ainda que “a fraqueza dos dois segmentos de jogo tem sido exacerbada pelos maiores controlos de concessão de vistos (algo que começou em Novembro) no contexto da preparação da visita a Macau do Presidente Xi Jinping em finais deste mês”. A empresa correctora prevê que as receitas possam cair entre 12 a 16 por cento em termos anuais, no que diz respeito ao segmento do jogo de massas.
admin SociedadeCasinos | Restrições a vistos e visita de Xi Jinping com impacto negativo [dropcap]D[/dropcap]ezembro poderá ser um mês com desafios para o sector do jogo, uma vez que três empresas ligadas ao ramo da análise financeira prevêem uma quebra nas receitas oriundas das apostas de massas. De acordo com o portal informativo GGR Asia, a empresa correctora Nomura Instinet LLC acredita que as receitas desse segmento “podem ser piores” do que a queda anual prevista de oito a dez por cento. A informação foi avançada aos investidores esta segunda-feira. “As nossas mais recentes consultas sugerem uma semana mais fraca em termos de números das receitas das apostas de massas, devido ao passo dado no que diz respeito às restrições de vistos relacionado com a visita do Presidente Xi ainda este mês, algo que tem vindo a ocorrer desde Outubro”, escreveram os analistas Harry Curtis, Daniel Adam e Brian Dobson. De frisar que a visita de Xi Jinping ao território ainda não foi confirmada pelas autoridades. Os analistas da Nomura Instinet LLC destacaram ainda o facto de as receitas das apostas de massas nos primeiros oito dias de Dezembro terem sido de “cerca de 713 milhões de patacas, uma quebra aproximada de sete por cento se compararmos com a média do mês anterior, que foi de 763 milhões de patacas por dia, e aproximadamente abaixo dos 19 por cento registados no igual período do ano passado”. Os mesmos analistas acrescentaram ainda, na mesma nota, que a possível visita de Xi Jinping “pode trazer um impacto mais negativo nas visitas e receitas do jogo de massas do que o esperado”. O GGR Asia citou também a nota oficial do banco de investimentos Credit Suisse relativa ao controlo de concessão de vistos no terceiro trimestre pelas autoridades chinesas que poderia “amortecer a procura” pelo jogo de massas e apostas VIP entre os meses de Novembro e Dezembro. O banco citou fontes relacionadas com o sector que explicaram que as autoridades decidiram impor “de forma temporária” medidas administrativas de controlo entre “22 de Novembro e 20 de Dezembro”. Essa medida terá sido implementada para “limitar o tráfego” para Macau “aquando da visita dos membros do Governo chinês no aniversário dos 20 anos da RAEM”. Fraqueza na mesa de jogo A análise da Brokerage Sanford C. Bernstein Ltd dá também conta de uma performance mais negativa do segmento de massas na primeira semana de Dezembro. “Estimamos que as apostas do segmento de massas possam descer um ponto percentual em termos anuais, enquanto que as receitas do segmento VIP possam descer além dos 30 por cento”, escreveram os analistas Vitaly Umansky, Eunice Lee e Kelsey Zhu. A Brokerage Sanford C. Bernstein Ltd acrescentou ainda que “a fraqueza dos dois segmentos de jogo tem sido exacerbada pelos maiores controlos de concessão de vistos (algo que começou em Novembro) no contexto da preparação da visita a Macau do Presidente Xi Jinping em finais deste mês”. A empresa correctora prevê que as receitas possam cair entre 12 a 16 por cento em termos anuais, no que diz respeito ao segmento do jogo de massas.
João Luz Manchete SociedadeMetro Ligeiro abre com bilhetes grátis até ao fim do ano O Metro Ligeiro abriu ontem a Linha da Taipa. Três horas e meia depois da cerimónia de inauguração, as primeiras carruagens começaram a circular. Os preços dos bilhetes, para quem paga em dinheiro, variam entre as 6 e as 10 patacas, consoante a distância percorrida. Quem pagar com o cartão do transporte terá um desconto de 50 por cento, seguindo o princípio das tarifas aplicadas aos autocarros [dropcap]O[/dropcap]ntem foi um dos dias mais aguardados pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Depois de mais de uma década, pelas 11h, realizou-se a cerimónia de entrada em funcionamento da Linha da Taipa do Metro Ligeiro de Macau, com as primeiras carruagens a circular a partir das 15h33 (3h33, hora escolhida tendo em conta o carácter auspicioso do número 3 na cultura chinesa). “Penso que tem a ver com Feng Shui, presumo que o 3 é muito próximo da palavra Vida em chinês, portanto, é para correr bem, para que tenha uma nova e saudável vida”, explicou o secretário da tutela a escassas horas da partida da primeira composição. Depois do discurso de Ho Cheong Kei, presidente da Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, Raimundo do Rosário mostrou um misto de emoções. No mesmo dia em que abriu ao público, ficou esclarecido o mistério quanto às tarifas do transporte, que será por zonas, mas tendo o preço dos autocarros como padrão. Assim sendo, e segundo despacho assinado pelo Chefe do Executivo e publicado ontem em Boletim Oficial, as tarifas para quem pagar em dinheiro será de 6 patacas para um percurso que passe por até três estações, 8 patacas para uma viagem até 6 estações e 10 patacas para a linha completa. Quem tiver o cartão do Metro Ligeiro, à semelhança do que acontece nos autocarros públicos, paga metade destes valores, ou seja, 3, 4 e 5 patacas consoante a distância percorrida. Estão isentos do pagamento de tarifa as crianças com altura inferior a um metro, bem como os titulares de cartão electrónico para idosos ou para pessoas portadoras de deficiência. Os estudantes beneficiam de redução da tarifa na ordem dos 75 por cento. A partir do momento em que o título de transporte é validado, o passageiro tem 60 minutos para permanecer na zona de acesso pago. “Tivemos grande preocupação com o preço dos bilhetes, para que seguissem o mesmo sistema dos autocarros, com uma diferença. Porque o sistema do metro é muito caro, achámos que não era razoável fazer como nos autocarros. Entendemos que não deveria haver um preço fixo, e criámos o sistema de zonas”, explicou o secretário. Para já, o Governo não pondera introduzir passes, também à semelhança dos autocarros. Regresso ao futuro Depois de estimar que a obra completa custaria 11 mil milhões de patacas, Raimundo do Rosário revelou ontem que o preço final para meter a circular o Metro Ligeiro na Linha da Taipa, se fixou em 10,2 mil milhões de patacas. Porém, a despesa que a obra implicou não deve referência para o futuro alargamento da rede, de acordo com o secretário para os Transportes e Obras Públicas. Isto porque uma parcela significativa da obra pagou a construção do Parque de Materiais e Oficina, custo irrepetível. Outra despesa foi para o “coração” operacional do transporte, invisível à vista dos passageiros, que é a sala de controlo das carruagens (que circulam sem condutor, com tracção eléctrica e sobre carris de betão). Finalmente, os trabalhos de construção civil necessários para a operação foram, naturalmente, uma parte significativa da despesa. Quanto à extensão da rede que trará o transporte para a Península de Macau, mais precisamente para a Estação da Barra, o secretário sublinhou que irá custar 4,5 mil milhões de patacas e estará pronta até 2023. Além das despesas de manutenção e segurança, há um número que demonstra a enormidade do projecto em termos financeiros. “Estimamos que o custo anual de electricidade para a Linha da Taipa e do Parque de Materiais e Oficina será na ordem dos 40 milhões de patacas por ano”, revelou Raimundo do Rosário. Segundo o governante, o preço da factura a pagar à CEM, além de demonstrar que o funcionamento do Metro Ligeiro não será barato, coloca em perspectiva os preços das tarifas, uma receita “que não servirá de muito”. O percurso entre a primeira e última estação, com as devidas paragens, deverá rondar 25 minutos para percorrer os 9,3 quilómetros da Linha da Taipa. O Governo adquiriu 110 carruagens, com uma capacidade máxima de 100 pessoas por carruagem, e cada composição terá entre duas e quatro carruagens, num total de 400 pessoas. Balanço de cinco anos Apesar de não se querer comprometer com um número, Raimundo do Rosário referiu que existe uma estimativa de cerca de 20 mil passageiros por dia, “um valor altamente falível, porque tem vindo sucessivamente a ser ajustado”. Ainda assim o governante não arrisca prever o futuro. “Como se trata de um meio de transporte novo, temos muita dificuldade em acertar. Porque não faço ideia do grau de receptividade que o Metro Ligeiro vai ter”, referiu Raimundo do Rosário. Uma das formas de cativar passageiros são as viagens grátis até ao fim do ano. “Fizemos isso para dar tempo às pessoas, para ver se as atraímos. Recomendo vivamente que andem, pelo menos, de um ponto de vista de lazer. Acho que vale a pena um lugar à janela porque dá outra perspectiva e permite ver outra Taipa. Recomendo que todos vejam a Taipa de um plano mais elevado”. No dia em que foi inaugurado o primeiro transporte sobre carris de Macau, Raimundo do Rosário puxou a fita atrás e fez um resumo dos trabalhos realizados para o Metro Ligeiro durante o mandato que está prestes a terminar. A primeira pedra no caminho foi o contrato para a construção do Parque de Materiais e Oficina. “Tomei posse em Dezembro de 2014 e levámos um ano a chegar a acordo com a empresa. Julgava, na altura, que demorava menos tempo, e que resolvia isto nuns meses, mas foi necessário um ano”, recordou Raimundo do Rosário. Outro processo moroso foi a contratação e formação de mais de seis centenas de profissionais. “Foram contratadas e formadas mais de 600 pessoas que vão assegurar o funcionamento desta linha a partir de esta tarde [ontem]. Cerca de 80 por cento destes trabalhadores são residentes de Macau”, explicou o secretário. Peso a mais Além da extinção do Gabinete para as Infra-Estruturas de Transportes, e da criação da sociedade que irá gerir o Metro Ligeiro, sob a alçada da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, a produção legislativa foi outra das questões que implicou tempo. “Tudo na vida precisa de legislação”, vaticinou o secretário referindo-se à Lei do Metro Ligeiro, o regulamento administrativo e aos despachos necessários para a operação. Depois de completa a cerimónia, Raimundo do Rosário era um homem visivelmente emocionado. “Por um lado, estou muito contente, mas por outro estou um pouco apreensivo. À tarde, quando isto começar, faço votos para que tudo corra bem. Tenho consciência, que a primeira impressão é muito importante, fizemos tudo e mais alguma coisa para que tudo corra bem, não só no primeiro dia, mas nos restantes”, referiu. Porém, cerca de meia hora depois da entrada em funcionamento ao público, por volta das 16h, um alerta do sistema de monitorização de segurança das composições soou quando o metro chegou à Estação do Posto Fronteiriço da Flor de Lótus, em direcção à Estação do Terminal Marítimo da Taipa. Para garantir a segurança da viagem, todos os passageiros foram transferidos para outras composições, operação que não foi completada prontamente porque o metro seguinte estava sobrelotado o que levou alguns passageiros a permanecer na plataforma. Em comunicado, a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau referiu que “vai proceder à revisão de todas as medidas implementadas no primeiro dia de operação”. Tal como apontou Raimundo do Rosário, a preocupação principal com a entrada em funcionamento do Metro Ligeiro é a segurança e o funcionamento regular e sem contratempos. “Mas cá estamos para gerir contratempos, que eu espero que não haja”, referiu o Governante. Opinião de arquitecto O arquitecto Rui Leão, que marcou presença na cerimónia, declarou que, “independentemente de todos os atrasos e contratempos”, o Metro Ligeiro é “muito importante como um projecto de futuro em Macau”. O arquitecto prometeu usar o transporte, sempre que possível, mas ressalvou que a eficácia depende “articulação com o sistema de autocarros”, a via para rentabilizar e tornar útil, a Linha da Taipa. “Para já é só uma linha, mas temos de perceber que este é um projecto a longo-prazo. Tem de se dar um primeiro passo, e este já tem uma extensão bastante grande. O mais importante agora é continuar o planeamento e construção da rede”, concluiu. Números a realçar Gasto anual com electricidade: 40 milhões de patacas Estimativa do número de passageiros por dia: 20 mil passageiros Custo total da Linha da Taipa: 10,2 mil milhões de patacas Extensão da Linha da Taipa: 9,3 quilómetros Duração do percurso completo: perto de 25 minutos Carruagens: 110, com capacidade máxima para 100 pessoas por carruagem
Hoje Macau SociedadeFronteira | Jornalista retido durante duas horas [dropcap]U[/dropcap]m jornalista do South China Morning Post, Phila Siu, esteve ontem retido durante cerca de duas horas no Terminal do Porto Exterior, depois de ter viajado para Macau de Ferry, mas acabou por conseguir entrar. A situação foi revelada pelo deputado José Pereira Coutinho, com quem o profissional do jornal de Hong Kong tinha uma entrevista agendada. “O jornalista chegou às 11 da manhã ao Terminal Marítimo de Macau e ficou retido pelos Serviços de Emigração. Ligou-me às 13h00, dizendo que estava dentro de uma pequena sala detido pelas autoridades policiais”, disse o deputado. Depois de receber a chamada, Coutinho foi ao terminal e o jornalista acabou por conseguir entrar: “Por felicidade após 45 minutos libertaram o jornalista que conduzi no meu carro particular. Ainda bem que ficou tudo resolvido”, revelou.
admin SociedadeFronteira | Jornalista retido durante duas horas [dropcap]U[/dropcap]m jornalista do South China Morning Post, Phila Siu, esteve ontem retido durante cerca de duas horas no Terminal do Porto Exterior, depois de ter viajado para Macau de Ferry, mas acabou por conseguir entrar. A situação foi revelada pelo deputado José Pereira Coutinho, com quem o profissional do jornal de Hong Kong tinha uma entrevista agendada. “O jornalista chegou às 11 da manhã ao Terminal Marítimo de Macau e ficou retido pelos Serviços de Emigração. Ligou-me às 13h00, dizendo que estava dentro de uma pequena sala detido pelas autoridades policiais”, disse o deputado. Depois de receber a chamada, Coutinho foi ao terminal e o jornalista acabou por conseguir entrar: “Por felicidade após 45 minutos libertaram o jornalista que conduzi no meu carro particular. Ainda bem que ficou tudo resolvido”, revelou.