AL | Governo pediu retirada de lei que criava de Fundo de Investimento

Depois de várias críticas, a criação do fundo de investimento com 60 mil milhões vai ser sujeita a consulta pública. Governo diz que futura proposta vai ter em consideração “o amplo consenso” das opiniões da sociedade

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo fez entrar ontem na Assembleia Legislativa o pedido para retirar a proposta de lei que alterava o orçamento de 2019 para criar o Fundo de Investimento de Desenvolvimento, que teria 60 mil milhões de patacas do erário público. A notícia foi avançada pelo gabinete do porta-voz do Governo e pela secretaria da Economia e Finanças, que vai ser responsável pela consulta pública sobre este projecto.
Esta lei esteve para ser votada na AL no início de Agosto, mas acabou retirada da agenda do dia, a pedido do Executivo liderado por Chui Sai On. Esta foi uma decisão que ficou a dever-se às várias críticas que o diploma recebeu por não ter havido uma consulta pública. Além disso, houve notícias, depois desmentidas, que Chui Sai On seria o presidente da empresa responsável pelo fundo, assim que deixasse de ser Chefe do Executivo.
“Consideradas as diferentes opiniões da sociedade, no que concerne à utilização da reserva financeira, o Governo da RAEM considerou necessária a realização de uma consulta pública sobre o assunto. Tal medida permitirá prestar maiores esclarecimentos e recolher as opiniões da população”, foi explicado em comunicado. “Nesse sentido, conforme o Regimento da Assembleia Legislativa, o Governo da RAEM solicita a retirada da proposta de lei”, foi acrescentado.
A mesma nota de imprensa explica que a criação de uma empresa com capitais públicos continua em cima da mesa e que a mesma vai avançar depois da consulta. “O Governo da RAEM reitera ainda a necessidade de criar a “Empresa de gestão do fundo de investimento e desenvolvimento de Macau, S.A. Nesse sentido adopta uma postura aberta e realista e está disposto a tomar em consideração o amplo consenso reflectido nas opiniões da sociedade”, é sustentado.

Em breve

Por sua vez, o Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças emitiu igualmente um comunicado a reconhecer que o fundo já não vai ser criado este ano e a indicar os três aspectos em que vai inserir a consulta pública.
O primeiro passa por explicar à população que a empresa que será criada com dinheiro público está sujeita aos Princípio de Santiago, ou seja um conjunto de 24 orientações adoptado a nível internacional e recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para fundos soberanos.
O segundo aspecto foca a constituição dos órgãos sociais da empresa, os “métodos internacionais de recrutamento” e os planos de negócios e partilha dos resultados obtidos.
Finalmente o último ponto da consulta menciona a política de investimento, que o Governo diz ser aplicado com “eficácia e prudência”. Outra questão em foco é o princípio da transparência.
A consulta vai ser conduzida por uma equipa da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e neste momento estão a ser elaborados os documentos de consulta, assim como o planeamento para sessões com diferentes sectores, como os deputados da Assembleia Legislativa.

20 Set 2019

IC tomou medidas para corrigir discrepâncias sobre o Antigo Tribunal

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) garantiu à deputada Agnes Lam que apesar da Planta de Condições Urbanísticas (PCU) da Nova Biblioteca Central apenas exigir a manutenção da fachada que toda a estrutura vai ser mantida. O esclarecimento foi enviado numa resposta a uma interpelação da legisladora, que apontava para a contradição do IC andar a dizer que ia manter a fachada e o edifício, mas que no PCU apenas constava a obrigação de manter a fachada.

“Além de preservar na íntegra todas as fachadas do edifício, os elementos e características arquitectónicos de valor cultural e o estilo único do edifício do Antigo Tribunal, compostos pela estrutura, pavimento, escadaria, corredores, poços de luz, caixa de escada, etc., do interior do edifício, também devem ser completamente preservados”, pode ler-se na resposta assinada por Leong Wai Man, presidente substituta do IC.

No mesmo documento é justificado que a PCU foi elaborada sem a obrigatoriedade de manter a estrutura do edifício porque o concurso para a atribuição do projecto da Nova Biblioteca Central “apresentava requisitos rigorosos de elaboração”, que já tinham sido “especificamente delineados nas regras” do próprio concurso.

Apesar deste aspecto, o IC admite que depois da questão ter sido levantada pela deputada que entrou em contacto “voluntariamente” com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e pediu que os requisitos de salvaguarda fossem apresentados de “forma mais abrangente e completa” na PCU.

Centro histórico

Na interpelação da deputada era igualmente questionado se a definição das medidas e critérios de protecção para o Centro Histórico de Macau ia ser precedida de uma consulta de opiniões junto do Conselho do Património Cultural ou mesmo consulta pública.

Em relação a esta questão o IC garante que “tem-se dedicado, desde sempre, à divulgação da Lei de Salvaguarda do Património Cultural e à promoção dos respectivos trabalhos, valorizando e auscultando as opiniões da sociedade” e ainda que está a estudar “formas diferentes de incluir as opiniões da população, a fim de aumentar a compreensão da sociedade quanto às políticas de salvaguarda do património cultural”.

20 Set 2019

Olhos no Céu | Secretário diz que há consenso sobre reconhecimento facial

O secretário para a Segurança argumentou ontem que a população defende a instalação do reconhecimento facial e a identificação de matrículas no território. Além disso, Wong Sio Chak diz que os governantes vão trabalhar no futuro de acordo com as exigências de Ho Iat Seng

 

[dropcap]W[/dropcap]ong Sio Chak recusou as críticas face à implementação da tecnologia de reconhecimento facial e afirma que existe um consenso sobre o sistema Olhos no Céu. As declarações do secretário para a Segurança sobre o sistema de videovigilância por toda a cidade foram prestadas ontem, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.

O secretário sustentou ainda que não existem entraves legais à instalação dos sistemas de reconhecimento facial e de matrículas nas câmaras de videovigilância em Macau e que tudo vai ser feito de acordo com a lei. Por outro lado, Wong Sio Chak sublinhou que estas ferramentas servem para auxiliar as investigações da polícia e evitar a prática por crimes.

Ainda no que diz respeito ao sistema Olhos no Céu, Wong garantiu que existe um mecanismo muito eficiente de supervisão, para garantir que a utilização é feita de acordo com a lei.

No âmbito do programa Olhos no Céu, as autoridades de Macau vão instalar até 2023 cerca de 2600 câmaras de videovigilâncias nas ruas da cidade. Só as primeiras quatro fases do programa, que já estão a ser implementadas, vão levar à instalação de 1820 câmaras.

Nas declarações prestadas durante o dia de ontem, Wong Sio Chak abordou igualmente as alterações à Lei de combate à criminalidade informática, que já foi admitida na Assembleia Legislativa (AL), mas não tem ainda data de discussão. Tal deve-se ao facto do hemiciclo local estar no período de férias de Verão, que se prolonga até Outubro. Sobre este diploma, Wong sublinhou a sua importância e disse que o processo vai decorrer dentro da normalidade, sendo a votação do mesmo agendada posteriormente, quando os deputados regressarem à AL.

Triste com infiltrado

Outro dos assuntos abordado pelo secretário que tem a tutela da segurança foi o caso do agente da Polícia Judiciária detido por transmitir informações a uma rede de agiotagem. O caso foi revelado ao público no início do mês e o homem de 36 anos terá passado informações sobre investigações em 23 ocasiões.

Wong Sio Chak lamentou a situação e admitiu estar “triste” com o caso de alegada corrupção. Porém, prometeu que o assunto vai ser tratado de maneira séria e que as autoridade têm a obrigação de corrigir qualquer problema que seja detectado nos seus departamentos. O secretário destacou ainda a necessidade de melhorar o treino e apelou à integridade dos agentes.

O inspector detido no início do mês está suspenso e indiciado pela prática dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, violação de segredo, obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos e do crime de associação criminosa, que são punidos com penas que podem chegar aos oito anos de prisão, três anos, dois anos e 12 anos, respectivamente.

Continuidade em questão

Wong Sio Chak foi questionado sobre se vai continuar como secretário no próximo Governo, liderado por Ho Iat Seng. Porém, o secretário para a Segurança recusou fazer comentários à situação, apesar de reconhecer que existe um grande interesse público na matéria. “As pessoas que são escolhidas não têm por hábito revelar que foram escolhidas”, disse. Wong tem sido apontado à pasta da Segurança, mas nos corredores fala-se igualmente da possibilidade de assumir a pasta da Administração e Justiça.

20 Set 2019

Olhos no Céu | Secretário diz que há consenso sobre reconhecimento facial

O secretário para a Segurança argumentou ontem que a população defende a instalação do reconhecimento facial e a identificação de matrículas no território. Além disso, Wong Sio Chak diz que os governantes vão trabalhar no futuro de acordo com as exigências de Ho Iat Seng

 
[dropcap]W[/dropcap]ong Sio Chak recusou as críticas face à implementação da tecnologia de reconhecimento facial e afirma que existe um consenso sobre o sistema Olhos no Céu. As declarações do secretário para a Segurança sobre o sistema de videovigilância por toda a cidade foram prestadas ontem, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.
O secretário sustentou ainda que não existem entraves legais à instalação dos sistemas de reconhecimento facial e de matrículas nas câmaras de videovigilância em Macau e que tudo vai ser feito de acordo com a lei. Por outro lado, Wong Sio Chak sublinhou que estas ferramentas servem para auxiliar as investigações da polícia e evitar a prática por crimes.
Ainda no que diz respeito ao sistema Olhos no Céu, Wong garantiu que existe um mecanismo muito eficiente de supervisão, para garantir que a utilização é feita de acordo com a lei.
No âmbito do programa Olhos no Céu, as autoridades de Macau vão instalar até 2023 cerca de 2600 câmaras de videovigilâncias nas ruas da cidade. Só as primeiras quatro fases do programa, que já estão a ser implementadas, vão levar à instalação de 1820 câmaras.
Nas declarações prestadas durante o dia de ontem, Wong Sio Chak abordou igualmente as alterações à Lei de combate à criminalidade informática, que já foi admitida na Assembleia Legislativa (AL), mas não tem ainda data de discussão. Tal deve-se ao facto do hemiciclo local estar no período de férias de Verão, que se prolonga até Outubro. Sobre este diploma, Wong sublinhou a sua importância e disse que o processo vai decorrer dentro da normalidade, sendo a votação do mesmo agendada posteriormente, quando os deputados regressarem à AL.

Triste com infiltrado

Outro dos assuntos abordado pelo secretário que tem a tutela da segurança foi o caso do agente da Polícia Judiciária detido por transmitir informações a uma rede de agiotagem. O caso foi revelado ao público no início do mês e o homem de 36 anos terá passado informações sobre investigações em 23 ocasiões.
Wong Sio Chak lamentou a situação e admitiu estar “triste” com o caso de alegada corrupção. Porém, prometeu que o assunto vai ser tratado de maneira séria e que as autoridade têm a obrigação de corrigir qualquer problema que seja detectado nos seus departamentos. O secretário destacou ainda a necessidade de melhorar o treino e apelou à integridade dos agentes.
O inspector detido no início do mês está suspenso e indiciado pela prática dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, violação de segredo, obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos e do crime de associação criminosa, que são punidos com penas que podem chegar aos oito anos de prisão, três anos, dois anos e 12 anos, respectivamente.

Continuidade em questão

Wong Sio Chak foi questionado sobre se vai continuar como secretário no próximo Governo, liderado por Ho Iat Seng. Porém, o secretário para a Segurança recusou fazer comentários à situação, apesar de reconhecer que existe um grande interesse público na matéria. “As pessoas que são escolhidas não têm por hábito revelar que foram escolhidas”, disse. Wong tem sido apontado à pasta da Segurança, mas nos corredores fala-se igualmente da possibilidade de assumir a pasta da Administração e Justiça.

20 Set 2019

Legislativas em Portugal | Santos Silva destaca cumprimento da Lei Básica

[dropcap]A[/dropcap]ugusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e candidato às eleições legislativas pelo Partido Socialista, pelo Círculo Fora da Europa, defende que a Lei Básica de Macau tem sido plenamente cumprida. A mensagem foi deixada num vídeo oficial de campanha destinado aos portugueses que residem em Macau.

“Temos relações diplomáticas com a China há centenas de anos e temos em particular esta ligação com Macau. Macau, cujo processo de transição tem corrido muito bem, subordinado a uma Lei Básica que é clara e um compromisso que respeita integralmente o princípio “Um País, Dois Sistemas”, apontou.

Santos Silva destacou ainda a presença da advogada Ana Soares, residente no território há muitos anos, na lista do PS por este círculo eleitoral. “São muitas dezenas de milhares de compatriotas que vivem hoje na República Popular da China (RPC). A grande maioria deles vive em Macau, naturalmente. Tenho muita honra em contar entre os candidatos que me acompanham na lista com a doutora Ana Soares, uma personalidade bem conhecida dos macaenses.”

Num território que tem conhecido uma elevada abstenção nos últimos actos eleitorais, Augusto Santos Silva apelou ao voto de portugueses e macaenses. “Os macaenses são nossos compatriotas, os portugueses que vivem em Macau são nossos compatriotas. E, portanto, nós temos uma ligação muito especial com esses compatriotas porque são eles que, na prática, no dia-a-dia, realizam esta ligação entre Portugal e a China e também a ligação que através de Macau, China e Portugal e os demais países de língua portuguesa foram construindo.”

Nesse sentido, “é por isso muito importante para nós que os macaenses votem, os compatriotas portugueses que vivem na RPC votem, e esse é também o sentido da lista que apresentamos”, frisou Santos Silva.

19 Set 2019

Legislativas em Portugal | Santos Silva destaca cumprimento da Lei Básica

[dropcap]A[/dropcap]ugusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e candidato às eleições legislativas pelo Partido Socialista, pelo Círculo Fora da Europa, defende que a Lei Básica de Macau tem sido plenamente cumprida. A mensagem foi deixada num vídeo oficial de campanha destinado aos portugueses que residem em Macau.
“Temos relações diplomáticas com a China há centenas de anos e temos em particular esta ligação com Macau. Macau, cujo processo de transição tem corrido muito bem, subordinado a uma Lei Básica que é clara e um compromisso que respeita integralmente o princípio “Um País, Dois Sistemas”, apontou.
Santos Silva destacou ainda a presença da advogada Ana Soares, residente no território há muitos anos, na lista do PS por este círculo eleitoral. “São muitas dezenas de milhares de compatriotas que vivem hoje na República Popular da China (RPC). A grande maioria deles vive em Macau, naturalmente. Tenho muita honra em contar entre os candidatos que me acompanham na lista com a doutora Ana Soares, uma personalidade bem conhecida dos macaenses.”
Num território que tem conhecido uma elevada abstenção nos últimos actos eleitorais, Augusto Santos Silva apelou ao voto de portugueses e macaenses. “Os macaenses são nossos compatriotas, os portugueses que vivem em Macau são nossos compatriotas. E, portanto, nós temos uma ligação muito especial com esses compatriotas porque são eles que, na prática, no dia-a-dia, realizam esta ligação entre Portugal e a China e também a ligação que através de Macau, China e Portugal e os demais países de língua portuguesa foram construindo.”
Nesse sentido, “é por isso muito importante para nós que os macaenses votem, os compatriotas portugueses que vivem na RPC votem, e esse é também o sentido da lista que apresentamos”, frisou Santos Silva.

19 Set 2019

EUA | Marco Rubio acusa Pequim de intervir “à vontade” nos assuntos de Macau

O membro do Partido Republicano acusou o Governo Central de querer transformar Hong Kong em algo semelhante a Macau, onde tem todo o poder para intervir nos assuntos legais

 

[dropcap]O[/dropcap] senador norte-americano Marco Rubio apontou Macau como um sistema em que não existe elevado grau de autonomia face ao Governo Central e que é susceptível de ser manipulado “à vontade” pelas autoridades de Pequim. A acusação foi feita ontem, durante uma audição do Congresso norte-americano em que foi analisada a situação de Hong Kong e a resposta do Governo de Carrie Lam às manifestações dos últimos três meses.

“Vou deixar um último aviso, o Governo Central está a fazer tudo em Hong Kong para transformar o sistema em algo semelhante a Macau, que lhes permite intervir à vontade no sistema legal”, afirmou Marco Rubio, que é vice-presidente da Comissão Executiva do Congresso sobre a China, e que ontem esteve reunida durante cerca de duas horas e quarenta minutos.

De acordo com o segundo artigo da Lei Básica, Macau tem um “alto grau de autonomia”: “A Assembleia Popular Nacional da República Popular da China autoriza a Região Administrativa Especial de Macau a exercer um alto grau de autonomia e a gozar de poderes executivo, legislativo e judicial independente”, pode ler-se no artigo em questão.

Porém, o senador republicano e ex-candidato a presidente dos Estados Unidos colocou em causa a autonomia da RAEM e afirmou que o mesmo futuro é desejado pelo Governo de Xi Jinping para Hong Kong.

Durante a sessão de ontem do Comissão Executiva do Congresso sobre a China esteve a ser debatida a situação dos protestos deste Verão em Hong Kong, os mais graves desde a transição da soberania da ex-colónia britânica em 1997.No debate estiverem presentes os activistas de Hong Kong, Joshua Wong, que esteve detido por participar nas manifestações que ficaram conhecidas como Movimento dos Chapéus de Chuva e que enfrenta novas acusações por manifestação ilegal, e Denise Ho, que é igualmente cantora e uma das grandes defensoras na RAEHK dos direitos da comunidade homossexual.

A voz do dono

Também o discurso de Pansy Ho nas Nações Unidos foi mencionado e alvo de críticas por ser apenas um exemplo da retórica de sentido único de Pequim. O ataque à filha da segunda mulher de Stanley Ho foi desferido por Sharon Hom, directora-executiva da associação sem fins lucrativos Direitos Humanos da China. Hom colocou em causa as declarações de Pansy, que disse serem apenas uma forma de propaganda política de Pequim e sublinhou as ligações da empresária à indústria do jogo em Macau e ao Partido Comunista, através do Comité Municipal de Pequim da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

“A intervenção, na semana passada, de Pansy Ho, a representante da Federação das Mulheres, é ilustrativa [da retórica de sentido único de Pequim]. Não só ela defendeu a forma como o Governo da RAEHK está a responder ao protestos, mas também acusou os manifestantes de explorarem as crianças e de outras coisas”, começou por recordar. “Pansy Ho é co-presidente e directora de uma operadora de casinos em Macau e é um membro permanente do Comité Municipal de Pequim da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

Pansy Ho é uma das principais accionistas e líder em duas das seis concessionárias do jogo de Macau, nomeadamente a MGM Macau e a Sociedade de Jogos de Macau (SJM).

19 Set 2019

EUA | Marco Rubio acusa Pequim de intervir “à vontade” nos assuntos de Macau

O membro do Partido Republicano acusou o Governo Central de querer transformar Hong Kong em algo semelhante a Macau, onde tem todo o poder para intervir nos assuntos legais

 
[dropcap]O[/dropcap] senador norte-americano Marco Rubio apontou Macau como um sistema em que não existe elevado grau de autonomia face ao Governo Central e que é susceptível de ser manipulado “à vontade” pelas autoridades de Pequim. A acusação foi feita ontem, durante uma audição do Congresso norte-americano em que foi analisada a situação de Hong Kong e a resposta do Governo de Carrie Lam às manifestações dos últimos três meses.
“Vou deixar um último aviso, o Governo Central está a fazer tudo em Hong Kong para transformar o sistema em algo semelhante a Macau, que lhes permite intervir à vontade no sistema legal”, afirmou Marco Rubio, que é vice-presidente da Comissão Executiva do Congresso sobre a China, e que ontem esteve reunida durante cerca de duas horas e quarenta minutos.
De acordo com o segundo artigo da Lei Básica, Macau tem um “alto grau de autonomia”: “A Assembleia Popular Nacional da República Popular da China autoriza a Região Administrativa Especial de Macau a exercer um alto grau de autonomia e a gozar de poderes executivo, legislativo e judicial independente”, pode ler-se no artigo em questão.
Porém, o senador republicano e ex-candidato a presidente dos Estados Unidos colocou em causa a autonomia da RAEM e afirmou que o mesmo futuro é desejado pelo Governo de Xi Jinping para Hong Kong.
Durante a sessão de ontem do Comissão Executiva do Congresso sobre a China esteve a ser debatida a situação dos protestos deste Verão em Hong Kong, os mais graves desde a transição da soberania da ex-colónia britânica em 1997.No debate estiverem presentes os activistas de Hong Kong, Joshua Wong, que esteve detido por participar nas manifestações que ficaram conhecidas como Movimento dos Chapéus de Chuva e que enfrenta novas acusações por manifestação ilegal, e Denise Ho, que é igualmente cantora e uma das grandes defensoras na RAEHK dos direitos da comunidade homossexual.

A voz do dono

Também o discurso de Pansy Ho nas Nações Unidos foi mencionado e alvo de críticas por ser apenas um exemplo da retórica de sentido único de Pequim. O ataque à filha da segunda mulher de Stanley Ho foi desferido por Sharon Hom, directora-executiva da associação sem fins lucrativos Direitos Humanos da China. Hom colocou em causa as declarações de Pansy, que disse serem apenas uma forma de propaganda política de Pequim e sublinhou as ligações da empresária à indústria do jogo em Macau e ao Partido Comunista, através do Comité Municipal de Pequim da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
“A intervenção, na semana passada, de Pansy Ho, a representante da Federação das Mulheres, é ilustrativa [da retórica de sentido único de Pequim]. Não só ela defendeu a forma como o Governo da RAEHK está a responder ao protestos, mas também acusou os manifestantes de explorarem as crianças e de outras coisas”, começou por recordar. “Pansy Ho é co-presidente e directora de uma operadora de casinos em Macau e é um membro permanente do Comité Municipal de Pequim da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
Pansy Ho é uma das principais accionistas e líder em duas das seis concessionárias do jogo de Macau, nomeadamente a MGM Macau e a Sociedade de Jogos de Macau (SJM).

19 Set 2019

IPIM | Cessada comissão de serviço de ex-dirigente do Fundo de Pensões

[dropcap]M[/dropcap]iguel Ian Iat Chun, ex-chefe de departamento de aposentação e sobrevivência do Fundo de Pensões, viu ser terminada a sua comissão de serviço através de um despacho assinado pela secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, publicado em Boletim Oficial. O responsável encontrava-se suspenso de funções por suspeitas de ligações ao caso de atribuição de falsos BIR por investimento por parte do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).

Em Novembro do ano passado o Fundo de Pensões recebeu um ofício do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que dava conta que Miguel Ian Iat Chun teria “praticado uma infracção disciplinar no exercício das suas funções”, algo que levou Sónia Chan a nomear um instrutor independente para proceder à instrução do relativo processo disciplinar. Antes de trabalhar no Fundo de Pensões, Miguel Ian Iat Chun exerceu funções de director-adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM. Jackson Chang, presidente do IPIM, e Glória Batalha Ung, vogal executiva do mesmo organismo, também estão a ser investigados no âmbito do mesmo processo, sendo que Jackson Chang se encontra detido preventivamente.

19 Set 2019

IPIM | Cessada comissão de serviço de ex-dirigente do Fundo de Pensões

[dropcap]M[/dropcap]iguel Ian Iat Chun, ex-chefe de departamento de aposentação e sobrevivência do Fundo de Pensões, viu ser terminada a sua comissão de serviço através de um despacho assinado pela secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, publicado em Boletim Oficial. O responsável encontrava-se suspenso de funções por suspeitas de ligações ao caso de atribuição de falsos BIR por investimento por parte do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).
Em Novembro do ano passado o Fundo de Pensões recebeu um ofício do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que dava conta que Miguel Ian Iat Chun teria “praticado uma infracção disciplinar no exercício das suas funções”, algo que levou Sónia Chan a nomear um instrutor independente para proceder à instrução do relativo processo disciplinar. Antes de trabalhar no Fundo de Pensões, Miguel Ian Iat Chun exerceu funções de director-adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM. Jackson Chang, presidente do IPIM, e Glória Batalha Ung, vogal executiva do mesmo organismo, também estão a ser investigados no âmbito do mesmo processo, sendo que Jackson Chang se encontra detido preventivamente.

19 Set 2019

Acidente na Austrália | Chui Sai On em contacto com famílias de vítimas

Um acidente que foi seguido com a “mais detida atenção” pelo Chefe do Executivo. Foi desta forma que o gabinete do porta-voz do líder do Executivo se referiu ao desastre que vitimou duas residentes de Macau na Austrália

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de ter conhecimento da morte de duas residentes de Macau e do grave estado de saúde, embora fora de perigo de vida, de uma terceira cidadã local no acidente de sábado, em Perth, na Austrália, Chui Sai On entrou em contacto com as famílias e tem-se dedicado a acompanhar de perto a situação. O envolvimento foi revelado pelo gabinete do porta-voz do Chefe do Executivo ao HM.

“O Chefe do Executivo dedica a sua mais detida atenção ao grave acidente, ocorrido na Austrália, que vitimou moradores de Macau. Nesse sentido, tomou ciência de suas circunstâncias por intermédio do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo e ofereceu suas condolências às famílias das vítimas”, consta numa resposta enviada, na terça-feira, ao final da noite. “O Governo da RAEM está a tratar do assunto mediante seus departamentos, tais como o Gabinete de Gestão de Crises e o Corpo de Polícia de Segurança Pública, que continuarão a oferecer o apoio e assistência necessários”, foi ainda esclarecido.

Na terça-feira ficou a saber-se que as vítimas mortais no acidente de sábado eram uma agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública, com 24 anos, que tinha entrado para esta instituição no ano passado, e uma estudante na Universidade de Melbourne, com 23 anos.

Vítimas da estrada

A tragédia ocorreu no sábado quando as três residentes de Macau, que circulavam num SUV na estrada Indian Ocean Drive, vinda do Parque de Nambug, chocaram com um autocarro de turistas. Segundo o relato do canal televisivo 9 News, que entrevistou alguns dos 34 passageiros que iam no autocarro, o impacto terá ficado a dever-se ao facto de a viatura com as residentes ter entrado na faixa errada, quando estava a atravessar um cruzamento e a entrar na estrada principal.

Terá sido num momento de hesitação da condutora, que tentava perceber o sentido em que devia circular, que houve uma colisão lateral com o autocarro, o que terá feito o carro capotar por três vezes. Na altura do impacto, uma testemunha afirmou que o autocarro devia circular a cerca de 100 km/h.

Já outra pessoa ouvida, descreveu um cenário catastrófico e afirmou que após o impacto, o carro onde seguiam as residentes ficou cheio de sangue. A condutora acabaria por ter morte imediata.

O acidente voltou a lançar o debate na Austrália sobre a segurança da via Indian Ocean Drive, uma vez que nos últimos cinco anos 54 pessoas morreram ou ficaram gravemente feridas devido a colisões nesta estrada.

Ao mesmo tempo, o infortúnio lançou o debate sobre o reconhecimento de cartas estrangeiras na Austrália. Segundo as regras actuais, uma pessoa apenas precisa de apresentar uma carta com fotografia que tenha os campos de identificação também em inglês e fica automaticamente habilitada para conduzir.

19 Set 2019

Acidente na Austrália | Chui Sai On em contacto com famílias de vítimas

Um acidente que foi seguido com a “mais detida atenção” pelo Chefe do Executivo. Foi desta forma que o gabinete do porta-voz do líder do Executivo se referiu ao desastre que vitimou duas residentes de Macau na Austrália

 
[dropcap]D[/dropcap]epois de ter conhecimento da morte de duas residentes de Macau e do grave estado de saúde, embora fora de perigo de vida, de uma terceira cidadã local no acidente de sábado, em Perth, na Austrália, Chui Sai On entrou em contacto com as famílias e tem-se dedicado a acompanhar de perto a situação. O envolvimento foi revelado pelo gabinete do porta-voz do Chefe do Executivo ao HM.
“O Chefe do Executivo dedica a sua mais detida atenção ao grave acidente, ocorrido na Austrália, que vitimou moradores de Macau. Nesse sentido, tomou ciência de suas circunstâncias por intermédio do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo e ofereceu suas condolências às famílias das vítimas”, consta numa resposta enviada, na terça-feira, ao final da noite. “O Governo da RAEM está a tratar do assunto mediante seus departamentos, tais como o Gabinete de Gestão de Crises e o Corpo de Polícia de Segurança Pública, que continuarão a oferecer o apoio e assistência necessários”, foi ainda esclarecido.
Na terça-feira ficou a saber-se que as vítimas mortais no acidente de sábado eram uma agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública, com 24 anos, que tinha entrado para esta instituição no ano passado, e uma estudante na Universidade de Melbourne, com 23 anos.

Vítimas da estrada

A tragédia ocorreu no sábado quando as três residentes de Macau, que circulavam num SUV na estrada Indian Ocean Drive, vinda do Parque de Nambug, chocaram com um autocarro de turistas. Segundo o relato do canal televisivo 9 News, que entrevistou alguns dos 34 passageiros que iam no autocarro, o impacto terá ficado a dever-se ao facto de a viatura com as residentes ter entrado na faixa errada, quando estava a atravessar um cruzamento e a entrar na estrada principal.
Terá sido num momento de hesitação da condutora, que tentava perceber o sentido em que devia circular, que houve uma colisão lateral com o autocarro, o que terá feito o carro capotar por três vezes. Na altura do impacto, uma testemunha afirmou que o autocarro devia circular a cerca de 100 km/h.
Já outra pessoa ouvida, descreveu um cenário catastrófico e afirmou que após o impacto, o carro onde seguiam as residentes ficou cheio de sangue. A condutora acabaria por ter morte imediata.
O acidente voltou a lançar o debate na Austrália sobre a segurança da via Indian Ocean Drive, uma vez que nos últimos cinco anos 54 pessoas morreram ou ficaram gravemente feridas devido a colisões nesta estrada.
Ao mesmo tempo, o infortúnio lançou o debate sobre o reconhecimento de cartas estrangeiras na Austrália. Segundo as regras actuais, uma pessoa apenas precisa de apresentar uma carta com fotografia que tenha os campos de identificação também em inglês e fica automaticamente habilitada para conduzir.

19 Set 2019

Cibercrime | Cooperação judicial obsoleta na recolha de provas

A proposta de alteração à lei de combate à criminalidade informática prevê que as autoridades de Macau possam, durante a recolha de provas para processo-crime, aceder a dados sem autorização da jurisdição onde estes estão armazenados. A cooperação judicial deixa de ser “a melhor solução”, mas mantém-se a necessidade de despacho de um juiz

 

[dropcap]O[/dropcap] gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, publicou ontem uma nota a dar conta da fragilidade da lei de combate à criminalidade informática, principalmente no que toca à recolha de provas em investigações criminais, quando os dados estão armazenados fora de Macau.

Uma coisa é certa. Para a tutela de Wong Sio Chak, “na era da internet, a cooperação judiciária já não é a melhor solução”. O meio mais eficaz será o acesso unilateral a dados relevantes em termos probatórios para um processo-crime, sem necessidade de autorização das autoridades da jurisdição onde estão armazenados, desde que o acesso seja público. Para que tal seja possível, é necessário alterar a lei actualmente em vigor. Em concreto, a secretaria para a Segurança sugere “que seja eliminada a expressão de limitação geográfica ‘situado na RAEM’, constante da alínea 6) do n.º 1 do artigo 16. ° da Lei de combate à criminalidade informática e que seja adoptado o novo modelo de ‘recolha de provas online’”.

Este método “consiste tanto na obtenção online, de acordo com a lei, de informações de dados acessíveis ao público, como na recolha online do conteúdo dos dados através de equipamentos electrónicos, relacionados com o crime, legalmente aprendidos, e directamente conectados aos serviços de internet”.

A nota da tutela de Wong Sio Chak destaca que o método é utilizado na União Europeia (nomeadamente em Portugal), Estados Unidos da América, China e Singapura.

Coisas do passado

A publicação desmonta a eficácia da cooperação judicial em matéria de investigação de crimes informáticos, uma das lacunas que o Governo quer colmatar na revisão legislativa. A cooperação judicial implica processos complexos e morosos, “muitas vezes os pedidos não são respondidos em tempo oportuno e alguns nem chegam a ser respondidos, havendo assim a possibilidade de provas digitais relevantes serem destruídas ou perdidas, suspendendo ou impedindo que a investigação seja concluída com eficácia”.

Além disso, a tutela diz que a cooperação judicial apenas funciona na obtenção de provas quando há “identificação clara do prestador de serviços em nuvem e do local onde estão armazenados os dados”.

O problema adensa-se quando os serviços de internet são anónimos, ou dissimulados intencionalmente, como acontece na deep web, dark web, em portais fictícios e dedicados a jogos ilegais. Nestes casos, “os dados armazenados não são identificáveis e o acesso e rastreio são impossíveis através de formas regulares”, o que dificulta a investigação.

Contudo, o gabinete de Wong Sio Chak destaca que a ser aprovada, a mudança legal “não irá alterar o actual procedimento penal em Macau”, mantendo-se a exigência de a polícia solicitar uma prévia autorização das autoridades judiciais. No fundo, a apreensão de equipamentos electrónicos “depende do despacho de autorização ou ordem do magistrado, emitido consoante as circunstâncias concretas do caso e nos termos da lei”, quer os dados tenham sido armazenados em Macau quer no exterior.

18 Set 2019

Cibercrime | Cooperação judicial obsoleta na recolha de provas

A proposta de alteração à lei de combate à criminalidade informática prevê que as autoridades de Macau possam, durante a recolha de provas para processo-crime, aceder a dados sem autorização da jurisdição onde estes estão armazenados. A cooperação judicial deixa de ser “a melhor solução”, mas mantém-se a necessidade de despacho de um juiz

 
[dropcap]O[/dropcap] gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, publicou ontem uma nota a dar conta da fragilidade da lei de combate à criminalidade informática, principalmente no que toca à recolha de provas em investigações criminais, quando os dados estão armazenados fora de Macau.
Uma coisa é certa. Para a tutela de Wong Sio Chak, “na era da internet, a cooperação judiciária já não é a melhor solução”. O meio mais eficaz será o acesso unilateral a dados relevantes em termos probatórios para um processo-crime, sem necessidade de autorização das autoridades da jurisdição onde estão armazenados, desde que o acesso seja público. Para que tal seja possível, é necessário alterar a lei actualmente em vigor. Em concreto, a secretaria para a Segurança sugere “que seja eliminada a expressão de limitação geográfica ‘situado na RAEM’, constante da alínea 6) do n.º 1 do artigo 16. ° da Lei de combate à criminalidade informática e que seja adoptado o novo modelo de ‘recolha de provas online’”.
Este método “consiste tanto na obtenção online, de acordo com a lei, de informações de dados acessíveis ao público, como na recolha online do conteúdo dos dados através de equipamentos electrónicos, relacionados com o crime, legalmente aprendidos, e directamente conectados aos serviços de internet”.
A nota da tutela de Wong Sio Chak destaca que o método é utilizado na União Europeia (nomeadamente em Portugal), Estados Unidos da América, China e Singapura.

Coisas do passado

A publicação desmonta a eficácia da cooperação judicial em matéria de investigação de crimes informáticos, uma das lacunas que o Governo quer colmatar na revisão legislativa. A cooperação judicial implica processos complexos e morosos, “muitas vezes os pedidos não são respondidos em tempo oportuno e alguns nem chegam a ser respondidos, havendo assim a possibilidade de provas digitais relevantes serem destruídas ou perdidas, suspendendo ou impedindo que a investigação seja concluída com eficácia”.
Além disso, a tutela diz que a cooperação judicial apenas funciona na obtenção de provas quando há “identificação clara do prestador de serviços em nuvem e do local onde estão armazenados os dados”.
O problema adensa-se quando os serviços de internet são anónimos, ou dissimulados intencionalmente, como acontece na deep web, dark web, em portais fictícios e dedicados a jogos ilegais. Nestes casos, “os dados armazenados não são identificáveis e o acesso e rastreio são impossíveis através de formas regulares”, o que dificulta a investigação.
Contudo, o gabinete de Wong Sio Chak destaca que a ser aprovada, a mudança legal “não irá alterar o actual procedimento penal em Macau”, mantendo-se a exigência de a polícia solicitar uma prévia autorização das autoridades judiciais. No fundo, a apreensão de equipamentos electrónicos “depende do despacho de autorização ou ordem do magistrado, emitido consoante as circunstâncias concretas do caso e nos termos da lei”, quer os dados tenham sido armazenados em Macau quer no exterior.

18 Set 2019

Pearl Horizon | CCAC dá razão ao Governo em todos os pontos contestados

Os lesados do caso Pearl Horizon voltaram a perder mais uma batalha contra o Governo. Desta vez é o Comissariado contra a Corrupção a dar razão ao Executivo em todos os pontos alvos de queixa, considerando que a recuperação do terreno concessionado foi feita dentro da lei e que o regime de habitação para troca dá resposta aos que ficaram sem as casas

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo volta a sagrar-se vencedor em mais um capítulo de uma longa batalha que opõe o Executivo aos lesados do empreendimento habitacional Pearl Horizon. Desta vez viu o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) dar-lhe razão no âmbito de uma queixa apresentada pelos lesados.

De acordo com um comunicado ontem emitido, o CCAC defende que o Governo agiu de acordo com a lei não só em relação ao processo de recuperação do terreno para a hasta pública como ao nível do regime de habitação para troca.

No que diz respeito ao processo da recuperação do terreno do Pearl Horizon, situado na zona da Areia Preta, os lesados consideram que o Governo levou a cabo uma prática “ilegal, constituindo uma violação do princípio da não retroactividade da lei”. Contudo, o CCAC determina que o Governo “declarou a caducidade da concessão do lote de terreno e procedeu à sua recuperação nos termos da Lei de Terras”, uma vez que “decorreu o prazo de 25 anos da concessão provisória e o seu aproveitamento (do terreno) não foi concluído”. De frisar que a última sentença jurídica sobre o caso data de Maio de 2018, tendo sido proferida pelo Tribunal de Última Instância (TUI).

Os queixosos alegaram também que o Governo “violou o compromisso de realizar um concurso público para o lote do Pearl Horizon”. O CCAC reconhece que as autoridades chegaram a afirmar, em Dezembro de 2015, que “iriam considerar” a possibilidade de realizar um novo concurso público para a concessão do terreno em causa. No entanto, “após estudos aprofundados, (o Executivo) considerou que a proposta de realização de concurso público não só era inviável no âmbito jurídico como, ainda por cima, não conseguiria, na prática, proteger os direitos e interesses dos compradores das fracções em construção”, justifica o CCAC.

No que diz respeito ao facto de os lesados exigirem do Governo o pagamento de indemnizações, o CCAC corrobora uma recente decisão do Tribunal Administrativo, que entende que não deve ser o Executivo a pagar esses montantes.

Novo regime é viável

A queixa dos lesados do Pearl Horizon versa ainda sobre o regime de habitação para troca. Contudo, também aqui o CCAC considera que a proposta apresentada pelo Governo vem dar resposta à situação dos promitentes-compradores.

“Na sequência da análise das respectivas informações, o CCAC considera que, através do regime jurídico referido e da disponibilização do acesso à compra de habitação para troca, o Governo da RAEM já respondeu efectivamente aos pedidos dos compradores das fracções em construção.”

O regime de habitação para troca determina que um comprador de uma fracção do Pearl Horizon só se pode candidatar à compra de uma habitação para troca, algo que consideram “injusto para aqueles que compraram várias fracções”.

Relativamente a este ponto, o CCAC “considera que a norma que limita o número de habitações para troca requeridas por compradores de fracções em construção foi elaborada após diversas discussões que tiveram lugar na Assembleia Legislativa, não sendo a mesma destinada exclusivamente à resolução do caso do Pearl Horizon”.

O CCAC relata casos de lesados que adquiriram mais de dez casas ainda em construção, pelo que a ausência de um limite nas candidaturas “implicaria uma contradição relativamente à intenção legislativa originária, bem como à intenção originária de satisfazer as necessidades de aquisição de imóvel pelos compradores de fracções em construção e de melhoramento do seu ambiente habitacional”.

Os lesados alertaram também o CCAC para o facto de casais terem adquirido, de forma individual, casas em construção, podendo apenas candidatar-se a uma habitação para troca. O CCAC volta a dar razão ao Governo, apontando que existem 15 casais nesta situação e que uma mudança iria alterar os objectivos iniciais da lei. O limite de uma casa por casal é uma regra “legal e razoável, devendo a mesma merecer respeito e cumprimento”.

Com tempo

Outro assunto alvo de queixa prende-se com o facto de alguns lesados não terem efectuado o registo predial dos apartamentos em construção, o que os impede de se candidatarem a uma habitação para troca. Na queixa apresentada, foi alegado que os lesados em questão “não estavam em Macau e não receberam quaisquer notificações do respectivo mediador imobiliário sobre esta questão”.

No entanto, o CCAC recorda que os lesados nesta condição tiveram tempo suficiente para efectuar o registo. O organismo entende que “entre a data da implementação da Lei sobre os edifícios em construção e a data da caducidade da concessão do terreno, decorreu um período de um ano e meio para proceder ao respectivo registo predial, sendo que a lei dispõe também a isenção de emolumentos de registo num prazo transitório de um ano”, além de que a Polytex, antiga concessionária do terreno, notificou, por escrito, os lesados para procederem ao registo predial.

Neste sentido, “os compradores das fracções em construção devem suportar as consequências resultantes da falta de registo predial, visto que o não conhecimento das disposições legais ou o facto de ‘o mediador imobiliário não ter efectuado devidamente a notificação’ não constituem fundamentos para se isentarem do cumprimento dos requisitos previstos na lei sobre habitação para troca”.

O comunicado ontem emitido dá conta que, de um total de 2,128 compradores de fracções do Pearl Horizon em condições de participar no regime de habitação para troca, 1,932 já requereram a aquisição de habitações para troca. Apesar de ser uma das vozes mais críticas de todo o processo, o próprio porta-voz dos lesados, Kou Meng Pok, já apresentou a sua candidatura. Nesses números incluem-se, portanto, “os pedidos efectuados pelo presidente e outros membros da Associação dos Proprietários do “Pearl Horizon”.

18 Set 2019

Pearl Horizon | CCAC dá razão ao Governo em todos os pontos contestados

Os lesados do caso Pearl Horizon voltaram a perder mais uma batalha contra o Governo. Desta vez é o Comissariado contra a Corrupção a dar razão ao Executivo em todos os pontos alvos de queixa, considerando que a recuperação do terreno concessionado foi feita dentro da lei e que o regime de habitação para troca dá resposta aos que ficaram sem as casas

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo volta a sagrar-se vencedor em mais um capítulo de uma longa batalha que opõe o Executivo aos lesados do empreendimento habitacional Pearl Horizon. Desta vez viu o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) dar-lhe razão no âmbito de uma queixa apresentada pelos lesados.
De acordo com um comunicado ontem emitido, o CCAC defende que o Governo agiu de acordo com a lei não só em relação ao processo de recuperação do terreno para a hasta pública como ao nível do regime de habitação para troca.
No que diz respeito ao processo da recuperação do terreno do Pearl Horizon, situado na zona da Areia Preta, os lesados consideram que o Governo levou a cabo uma prática “ilegal, constituindo uma violação do princípio da não retroactividade da lei”. Contudo, o CCAC determina que o Governo “declarou a caducidade da concessão do lote de terreno e procedeu à sua recuperação nos termos da Lei de Terras”, uma vez que “decorreu o prazo de 25 anos da concessão provisória e o seu aproveitamento (do terreno) não foi concluído”. De frisar que a última sentença jurídica sobre o caso data de Maio de 2018, tendo sido proferida pelo Tribunal de Última Instância (TUI).
Os queixosos alegaram também que o Governo “violou o compromisso de realizar um concurso público para o lote do Pearl Horizon”. O CCAC reconhece que as autoridades chegaram a afirmar, em Dezembro de 2015, que “iriam considerar” a possibilidade de realizar um novo concurso público para a concessão do terreno em causa. No entanto, “após estudos aprofundados, (o Executivo) considerou que a proposta de realização de concurso público não só era inviável no âmbito jurídico como, ainda por cima, não conseguiria, na prática, proteger os direitos e interesses dos compradores das fracções em construção”, justifica o CCAC.
No que diz respeito ao facto de os lesados exigirem do Governo o pagamento de indemnizações, o CCAC corrobora uma recente decisão do Tribunal Administrativo, que entende que não deve ser o Executivo a pagar esses montantes.

Novo regime é viável

A queixa dos lesados do Pearl Horizon versa ainda sobre o regime de habitação para troca. Contudo, também aqui o CCAC considera que a proposta apresentada pelo Governo vem dar resposta à situação dos promitentes-compradores.
“Na sequência da análise das respectivas informações, o CCAC considera que, através do regime jurídico referido e da disponibilização do acesso à compra de habitação para troca, o Governo da RAEM já respondeu efectivamente aos pedidos dos compradores das fracções em construção.”
O regime de habitação para troca determina que um comprador de uma fracção do Pearl Horizon só se pode candidatar à compra de uma habitação para troca, algo que consideram “injusto para aqueles que compraram várias fracções”.
Relativamente a este ponto, o CCAC “considera que a norma que limita o número de habitações para troca requeridas por compradores de fracções em construção foi elaborada após diversas discussões que tiveram lugar na Assembleia Legislativa, não sendo a mesma destinada exclusivamente à resolução do caso do Pearl Horizon”.
O CCAC relata casos de lesados que adquiriram mais de dez casas ainda em construção, pelo que a ausência de um limite nas candidaturas “implicaria uma contradição relativamente à intenção legislativa originária, bem como à intenção originária de satisfazer as necessidades de aquisição de imóvel pelos compradores de fracções em construção e de melhoramento do seu ambiente habitacional”.
Os lesados alertaram também o CCAC para o facto de casais terem adquirido, de forma individual, casas em construção, podendo apenas candidatar-se a uma habitação para troca. O CCAC volta a dar razão ao Governo, apontando que existem 15 casais nesta situação e que uma mudança iria alterar os objectivos iniciais da lei. O limite de uma casa por casal é uma regra “legal e razoável, devendo a mesma merecer respeito e cumprimento”.

Com tempo

Outro assunto alvo de queixa prende-se com o facto de alguns lesados não terem efectuado o registo predial dos apartamentos em construção, o que os impede de se candidatarem a uma habitação para troca. Na queixa apresentada, foi alegado que os lesados em questão “não estavam em Macau e não receberam quaisquer notificações do respectivo mediador imobiliário sobre esta questão”.
No entanto, o CCAC recorda que os lesados nesta condição tiveram tempo suficiente para efectuar o registo. O organismo entende que “entre a data da implementação da Lei sobre os edifícios em construção e a data da caducidade da concessão do terreno, decorreu um período de um ano e meio para proceder ao respectivo registo predial, sendo que a lei dispõe também a isenção de emolumentos de registo num prazo transitório de um ano”, além de que a Polytex, antiga concessionária do terreno, notificou, por escrito, os lesados para procederem ao registo predial.
Neste sentido, “os compradores das fracções em construção devem suportar as consequências resultantes da falta de registo predial, visto que o não conhecimento das disposições legais ou o facto de ‘o mediador imobiliário não ter efectuado devidamente a notificação’ não constituem fundamentos para se isentarem do cumprimento dos requisitos previstos na lei sobre habitação para troca”.
O comunicado ontem emitido dá conta que, de um total de 2,128 compradores de fracções do Pearl Horizon em condições de participar no regime de habitação para troca, 1,932 já requereram a aquisição de habitações para troca. Apesar de ser uma das vozes mais críticas de todo o processo, o próprio porta-voz dos lesados, Kou Meng Pok, já apresentou a sua candidatura. Nesses números incluem-se, portanto, “os pedidos efectuados pelo presidente e outros membros da Associação dos Proprietários do “Pearl Horizon”.

18 Set 2019

Óbito | Morreu ex-embaixador de Portugal em Pequim

[dropcap]O[/dropcap] diplomata Octávio Neto Valério, que participou nas negociações do acordo com a China para a transição de Macau, morreu na passada quinta-feira, aos 89 anos, disse no fim-de-semana à agência Lusa fonte próxima da família.

O velório do diplomata decorreu no sábado, no Centro Funerário de Cascais, em Alcabideche, e no domingo realizou-se uma cerimónia religiosa seguida de cremação. Octávio Neto Valério esteve na delegação do Governo português que negociou a declaração conjunta luso-chinesa sobre Macau, assinada em Pequim, onde era embaixador, em 13 de Abril de 1987, pelos então chefes de Governo de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, e da República Popular da China, Zhao Ziyang. Depois de Pequim, Octávio Neto Valério esteve colocado em Berna, Suíça, entre 1989 e 1992.

17 Set 2019

Óbito | Morreu ex-embaixador de Portugal em Pequim

[dropcap]O[/dropcap] diplomata Octávio Neto Valério, que participou nas negociações do acordo com a China para a transição de Macau, morreu na passada quinta-feira, aos 89 anos, disse no fim-de-semana à agência Lusa fonte próxima da família.
O velório do diplomata decorreu no sábado, no Centro Funerário de Cascais, em Alcabideche, e no domingo realizou-se uma cerimónia religiosa seguida de cremação. Octávio Neto Valério esteve na delegação do Governo português que negociou a declaração conjunta luso-chinesa sobre Macau, assinada em Pequim, onde era embaixador, em 13 de Abril de 1987, pelos então chefes de Governo de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, e da República Popular da China, Zhao Ziyang. Depois de Pequim, Octávio Neto Valério esteve colocado em Berna, Suíça, entre 1989 e 1992.

17 Set 2019

Aviação | À espera de decisões de Pequim

[dropcap]Q[/dropcap]uando falta pouco mais de um ano para o fim da concessão exclusiva da Air Macau, Simon Chan, presidente da Autoridade de Aviação Civil, revelou que há várias empresas interessadas em se sediar em Macau, porém, a futura política tem de ser decidida por Pequim.

“Algumas companhias áreas manifestaram interesse. Já fizemos um esboço de uma nova política para o futuro, mas, de acordo com a Lei Básica, tem de ser o Governo Central a estabelecer a nova política de aviação. Temos estado a comunicar com o Governo Central sobre este assunto, mas ainda não temos detalhes”, afirmou, de acordo com as declarações citadas pela Rádio Macau.

“Isso não vai afectar o desenvolvimento da aviação. Actualmente há mais de 30 companhias aéreas a fazer ligações a Macau para 60 destinos”, acrescentou.

Entre os nomes das empresas que anteriormente mostraram interesse em estabelecer uma sede em Macau consta a AirAsia, liderada por Tony Fernandes. No entanto, o actual contrato de exclusividade com a Air Macau só termina em Novembro de 2020.

Por outro lado, o presidente da Aviação Civil frisou ainda que o aeroporto de Macau precisa de expandir-se, face ao crescente número de passageiros. “Nesta altura e nos próximos anos, antes de termos os novos aterros para expandir o aeroporto, penso que podemos melhorar a operação, os procedimentos e o fluxo dos passageiros, para podermos fazer face à maior procura”, disse Simon Chan, de acordo com a Rádio Macau.

17 Set 2019

Aviação | À espera de decisões de Pequim

[dropcap]Q[/dropcap]uando falta pouco mais de um ano para o fim da concessão exclusiva da Air Macau, Simon Chan, presidente da Autoridade de Aviação Civil, revelou que há várias empresas interessadas em se sediar em Macau, porém, a futura política tem de ser decidida por Pequim.
“Algumas companhias áreas manifestaram interesse. Já fizemos um esboço de uma nova política para o futuro, mas, de acordo com a Lei Básica, tem de ser o Governo Central a estabelecer a nova política de aviação. Temos estado a comunicar com o Governo Central sobre este assunto, mas ainda não temos detalhes”, afirmou, de acordo com as declarações citadas pela Rádio Macau.
“Isso não vai afectar o desenvolvimento da aviação. Actualmente há mais de 30 companhias aéreas a fazer ligações a Macau para 60 destinos”, acrescentou.
Entre os nomes das empresas que anteriormente mostraram interesse em estabelecer uma sede em Macau consta a AirAsia, liderada por Tony Fernandes. No entanto, o actual contrato de exclusividade com a Air Macau só termina em Novembro de 2020.
Por outro lado, o presidente da Aviação Civil frisou ainda que o aeroporto de Macau precisa de expandir-se, face ao crescente número de passageiros. “Nesta altura e nos próximos anos, antes de termos os novos aterros para expandir o aeroporto, penso que podemos melhorar a operação, os procedimentos e o fluxo dos passageiros, para podermos fazer face à maior procura”, disse Simon Chan, de acordo com a Rádio Macau.

17 Set 2019

Wifi GO | CTT confirma bloqueio de Epoch Times mas desconhece razão

A Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações diz que o portal noticioso poderá ter exibido conteúdos relacionados com “pornografia, jogo, droga, etc.” e que o bloqueio poderá ter sido automático. Porém, a versão chinesa voltou a estar disponível desde ontem

 

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) não tem a certeza sobre a razão que levou ao bloqueio do acesso através da rede pública WiFi Go à versão em língua chinesa do jornal Epoch Times. Segundo a justificação oficial, o portal “pode ter” conteúdos de “pornografia, jogo, droga, etc.”, mas não há certezas e por isso vai “reforçar-se” a comunicação com o fornecedor, a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM).

“O website a que V.ª Ex.ª acedeu [Epoch Times em chinês] pode ter sido automaticamente restringido por suspeita de conter o conteúdo acima mencionado, pelo que esta Direcção de Serviços irá reforçar a comunicação com o operador”, foi respondido pela CTT.

Ainda de acordo com a CTT, o bloqueio pode ter sido automático: “‘WiFi GO’ é um serviço gratuito de WiFi proporcionado pelo Governo ao público. Para a protecção dos utilizadores, o sistema tem um mecanismo de filtragem automática de qualquer conteúdo impróprio que envolva pornografia, jogo, droga, etc.”, foi explicado.

Uma questão que ficou sem resposta clara foi se a motivação para o bloqueio teria sido político. Também não foi explicada a diferença entre o portal do Epoch Times em inglês e o portal em chinês. O site em inglês ainda ontem poderia ser acedido, enquanto a versão chinesa que estava bloqueada só voltou a estar disponível também ontem.

Cheiro a política

O jornal Epoch Times foi fundado em 2000 nos Estados Unidos da América, por membros da comunidade chinesa, e tem fortes ligações ao movimento Falun Gong. Este é um movimento de meditação e de prática de exercício físico proibido no Interior da China desde 1999.

Foi com o objectivo de levar ao mundo o que os membros consideram ser uma perseguição política por parte do Governo Central que o Epoch Times terá sido fundado. Contudo, nos últimos anos, este jornal afirmou-se também pela linha editorial de grande apoio ao Presidente Donald Trump e até por alguns artigos anti-vacinação.

Já o serviço WiFi Go é responsabilidade da CTT, mas está concessionado à CTM. Segundo os últimos contratos assinado entre as duas partes, em 2017, a CTM receberia até ao final deste ano aproximadamente 19 milhões de patacas. Porém, o Governo lançou no mês passado o concurso público para a “operação e manutenção” do sistema entre 2020 e 2021. A data limite para a entrega de propostas foi o último dia do mês passado.

O serviço WiFi Go foi alvo de fortes críticas em 2017 por parte do Comissariado de Auditoria devido às dificuldades de acesso e também por ter havido serviços que chegaram a ser pagos, mas que nunca foram disponibilizados ao Governo. Na altura a CTT admitiu a hipótese de exigir uma compensação à CTM, mas depois defendeu que a mesma não deveria ser financeira.

17 Set 2019

Wifi GO | CTT confirma bloqueio de Epoch Times mas desconhece razão

A Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações diz que o portal noticioso poderá ter exibido conteúdos relacionados com “pornografia, jogo, droga, etc.” e que o bloqueio poderá ter sido automático. Porém, a versão chinesa voltou a estar disponível desde ontem

 
[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) não tem a certeza sobre a razão que levou ao bloqueio do acesso através da rede pública WiFi Go à versão em língua chinesa do jornal Epoch Times. Segundo a justificação oficial, o portal “pode ter” conteúdos de “pornografia, jogo, droga, etc.”, mas não há certezas e por isso vai “reforçar-se” a comunicação com o fornecedor, a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM).
“O website a que V.ª Ex.ª acedeu [Epoch Times em chinês] pode ter sido automaticamente restringido por suspeita de conter o conteúdo acima mencionado, pelo que esta Direcção de Serviços irá reforçar a comunicação com o operador”, foi respondido pela CTT.
Ainda de acordo com a CTT, o bloqueio pode ter sido automático: “‘WiFi GO’ é um serviço gratuito de WiFi proporcionado pelo Governo ao público. Para a protecção dos utilizadores, o sistema tem um mecanismo de filtragem automática de qualquer conteúdo impróprio que envolva pornografia, jogo, droga, etc.”, foi explicado.
Uma questão que ficou sem resposta clara foi se a motivação para o bloqueio teria sido político. Também não foi explicada a diferença entre o portal do Epoch Times em inglês e o portal em chinês. O site em inglês ainda ontem poderia ser acedido, enquanto a versão chinesa que estava bloqueada só voltou a estar disponível também ontem.

Cheiro a política

O jornal Epoch Times foi fundado em 2000 nos Estados Unidos da América, por membros da comunidade chinesa, e tem fortes ligações ao movimento Falun Gong. Este é um movimento de meditação e de prática de exercício físico proibido no Interior da China desde 1999.
Foi com o objectivo de levar ao mundo o que os membros consideram ser uma perseguição política por parte do Governo Central que o Epoch Times terá sido fundado. Contudo, nos últimos anos, este jornal afirmou-se também pela linha editorial de grande apoio ao Presidente Donald Trump e até por alguns artigos anti-vacinação.
Já o serviço WiFi Go é responsabilidade da CTT, mas está concessionado à CTM. Segundo os últimos contratos assinado entre as duas partes, em 2017, a CTM receberia até ao final deste ano aproximadamente 19 milhões de patacas. Porém, o Governo lançou no mês passado o concurso público para a “operação e manutenção” do sistema entre 2020 e 2021. A data limite para a entrega de propostas foi o último dia do mês passado.
O serviço WiFi Go foi alvo de fortes críticas em 2017 por parte do Comissariado de Auditoria devido às dificuldades de acesso e também por ter havido serviços que chegaram a ser pagos, mas que nunca foram disponibilizados ao Governo. Na altura a CTT admitiu a hipótese de exigir uma compensação à CTM, mas depois defendeu que a mesma não deveria ser financeira.

17 Set 2019

CCTV | Ho Iat Seng diz que harmonia nasceu do sofrimento

[dropcap]D[/dropcap]urante a passagem por Pequim, na semana passada, o futuro Chefe do Executivo deu uma entrevista à CCTV, canal estatal chinês, e explicou a origem da harmonia na sociedade de Macau. Segundo Ho Iat Seng, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, antes da transição a antiga colónia portuguesa atravessou um período de desaceleração da economia.

Este período fez com que as pessoas sofressem muito e aprendessem que a harmonia é difícil de alcançar. Por esse motivo, o futuro Chefe do Executivo prometeu ir fazer tudo para proteger Macau do “caos”, uma vez que existe o consenso na RAEM de que a harmonia é um bem fundamental para o desenvolvimento futuro.

Como parte deste plano, Ho Iat Seng valorizou a questão da habitação, principalmente entre os mais jovens, e defendeu que este é um aspecto fundamental para a harmonia. Na mesma entrevista, Ho apelou aos residentes da RAEM para que conheçam melhor o Interior da China, uma vez que as oportunidades de crescimento em Macau passam pela Grande Baía e pela maior integração no País.

17 Set 2019

CCTV | Ho Iat Seng diz que harmonia nasceu do sofrimento

[dropcap]D[/dropcap]urante a passagem por Pequim, na semana passada, o futuro Chefe do Executivo deu uma entrevista à CCTV, canal estatal chinês, e explicou a origem da harmonia na sociedade de Macau. Segundo Ho Iat Seng, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, antes da transição a antiga colónia portuguesa atravessou um período de desaceleração da economia.
Este período fez com que as pessoas sofressem muito e aprendessem que a harmonia é difícil de alcançar. Por esse motivo, o futuro Chefe do Executivo prometeu ir fazer tudo para proteger Macau do “caos”, uma vez que existe o consenso na RAEM de que a harmonia é um bem fundamental para o desenvolvimento futuro.
Como parte deste plano, Ho Iat Seng valorizou a questão da habitação, principalmente entre os mais jovens, e defendeu que este é um aspecto fundamental para a harmonia. Na mesma entrevista, Ho apelou aos residentes da RAEM para que conheçam melhor o Interior da China, uma vez que as oportunidades de crescimento em Macau passam pela Grande Baía e pela maior integração no País.

17 Set 2019