João Santos Filipe PolíticaComércio | Song Pek Kei quer mais apoios A deputada Song Pek Kei apelou ontem ao Governo que promova o prolongamento do Grande Prémio do Consumo para apoiar o mercado local. A posição foi tomada numa intervenção antes da ordem do dia, no Plenário da Assembleia Legislativa. Na intervenção, Song começou por traçar um cenário de dificuldades no comércio local: “Devido aos múltiplos impactos decorrentes da fuga de consumo, da economia de internet e da mudança do consumo, a economia comunitária de Macau já não é tão próspera como antes”, apontou. “O espaço de negócios das lojas físicas está cada vez mais estreito, a pressão sobre a exploração está a aumentar, as oportunidades para ganhar dinheiro são menores, as empresas que se conseguem aguentar estão numa situação muito difícil, e muitas empresas até optam por fechar os seus negócios por sofrerem prejuízos consideráveis, por isso, há muitas lojas desocupadas em Macau”, descreveu. Neste ambiente difícil, Song pediu mais medidas de apoio ao consumo dos residentes para promover a economia interna de Macau. “O Governo da RAEM deve, se as condições financeiras permitirem, estudar o lançamento de novos planos de subvenção no consumo […] no sentido de aumentar os planos de subvenção e benefícios específicos para produtos electrónicos, electrodomésticos, refeições, etc., com o objectivo de continuar a estimular a economia comunitária, estabilizando a confiança no desenvolvimento social”, apelou.
João Santos Filipe PolíticaJogo | Pereira Coutinho pede maior aposta face a concorrência regional Apesar dos esforços de diversificação económica, José Pereira Coutinho alertou as autoridades para o desenvolvimento do sector jogo, para que a indústria não seja ultrapassada pela concorrência regional. O aviso do deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) foi deixado numa intervenção na Assembleia Legislativa. “Devido à excessiva dependência de uma única indústria, o Governo de Macau tem continuado a trabalhar na diversificação económica com objectivo de criar e aumentar outras receitas de provenientes de distintas actividades económicas para cobrir o constante aumento anual da despesa pública. Mas este trabalho não tem sido fácil”, indicou Coutinho. “As receitas públicas da RAEM continuam a ser desproporcionalmente provenientes da indústria do jogo, representando cerca de 86,2 por cento do total arrecadado entre Janeiro e Julho de 2025”, apontou. Por isso, o legislador alerta que não vai ser difícil encontrar fontes alternativas de receitas, pelo que é necessário não esquecer os cuidados a ter com a indústria do jogo. “O Governo de Macau deve esforçar-se na implementação de políticas que permitam aumentar a competitividade da indústria do jogo face à elevada concorrência proveniente das regiões adjacentes que funcionam em condições muito mais vantajosas quer no âmbito fiscal quer no pagamento das comissões”, vincou.
João Santos Filipe PolíticaViolência doméstica | Mulheres querem mudanças na lei Depois de na década passada ter contribuído para chumbar a criminalização da violência doméstica, Wong Kit Cheng veio ontem defender uma revisão da legislação em vigor. A deputada das Mulheres escusou-se a indicar que aspectos devem ser melhorados, mas delegou essa tarefa para “os serviços públicos”, a quem pediu que se conciliem com associações locais para detectarem os pontos que devem ser melhorados. Sobre o fenómeno, Wong indicou que as ocorrências têm diminuído de forma consistente em Macau, mas alertou que há casos envergonhados, em que os membros do casal não fazem queixa devido à cultura tradicional de manter os problemas domésticos dentro de portas. Segundo a deputada, também há situações em que não é apresentada queixa, porque as vítimas têm receio de ficar sem a custódia dos filhos em caso de divórcio. Publicidade e Saúde | | Votadas duas propostas de lei na generalidade A agenda do debate de ontem no hemiciclo pautou-se também pela aprovação de duas propostas de lei na generalidade, nomeadamente a Lei da Publicidade e Lei da actividade das instituições privadas prestadoras de cuidados de saúde. No que diz respeito ao diploma sobre a publicidade, o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip disse que a “indústria publicitária é uma componente importante das actividades comerciais e económicas modernas”, e que havia necessidade de reformar um diploma de 1989, estando, portanto, em vigor há mais de 35 anos. “Com a mudança das actividades económicas em diversos sectores e a inovação no desenvolvimento nas tecnologias de informação, o modelo de negócio, as formas de divulgação e os tipos de meios de comunicação social, entre outros, utilizados actualmente na publicidade, sofreram alterações significativas”, lembrou o secretário. Habitação | Pedida revisão da política de ‘cinco classes’ Leong Hong Sai defende a necessidade de rever a política de habitação, que considera que está a ser ultrapassada pela realidade. Numa intervenção antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa, o deputado dos Moradores indicou que a diferença nos preços entre a habitação privada e a habitação económica é cada vez menor. À luz deste desenvolvimento, Leong indica que pode deixar de fazer sentido apostar na habitação intermédia, que supostamente iria apresentar preços intermédios entre as outras duas classes de habitação. “Face ao impacto do ambiente macroeconómico [no mercado de habitação], muitos residentes consideram ser oportuno proceder a ajustamentos à política actual das ‘cinco classes de habitação’” defendeu. “Ao mesmo tempo, a diferença de preços entre a habitação económica e a habitação privada está a diminuir, o que torna o problema da ‘habitação para a classe intermédia’ cada vez mais evidente. Tendo em conta as mudanças socioeconómicas registadas no período pós-epidemia, a política das ‘cinco classes de habitação’ deve ser redefinida, de forma a acompanhar a evolução da sociedade”, acrescentou.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaOrçamento 2026 | Secretário não se compromete com previsão do PIB O deputado Lao Chi Ngai bem insistiu, mas o secretário Tai Kin Ip não quis avançar uma previsão do Produto Interno Bruto da região para o próximo ano. A proposta de lei do Orçamento para 2026 foi ontem aprovada na generalidade com pedidos de prudência e de aumentos para funcionários públicos Os deputados da Assembleia Legislativa (AL) aprovaram ontem, na generalidade, a proposta de lei do Orçamento para o próximo ano que apresenta receitas brutas do jogo na ordem das 236 mil milhões de patacas, um aumento de 3,5 por cento face a este ano. As palavras de ordem no debate foram de prudência face a um cenário económico ainda algo instável no que diz respeito ao consumo interno e à manutenção de negócios locais. Um dos pontos altos foi o pedido, algo insistente, de uma previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2026 por parte do deputado Lao Chi Ngai. “Vemos que temos, para 2026, um orçamento que é muito prudente em termos de previsões. O Governo prevê um crescimento estável e antecipa uma trajectória de crescimento no sector do turismo e indústria de lazer. Como é que o Governo chegou ao valor de 236 mil milhões [de receitas brutas do jogo]? Se dividirmos pelos 12 meses, são 19,6 mil milhões por mês, e, portanto, qual será o valor do PIB? Se fixarmos as receitas brutas do jogo em 236 mil milhões de patacas, isso traduz-se num crescimento negativo do nosso PIB e não corresponde a uma tendência de crescimento estável referida pelo Governo.” O deputado disse ainda concordar com “a situação de incerteza”. “Quando vejo essa evolução estável, não é assim tão certa”, salientou. Da parte do secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, não houve um comprometimento com o valor. “No que diz respeito à estimativa para as receitas brutas feita no ano passado, vimos que nos primeiros cinco de dez meses não atingimos as nossas expectativas, e olhando para a incerteza inerente à economia, poderá haver impactos significativos. Honestamente, é difícil fazer uma previsão acertada e correcta [do PIB].” O secretário explicou ainda que “no ano anterior também não fizemos uma previsão tão optimista, e no fim viemos a saber que [os números] eram melhores do que prevíamos”. Na proposta de orçamento lê-se que “a indústria turística de Macau possa continuar a trajectória de crescimento, sustentada por diversos factores favoráveis”, esperando-se a subida de 3,5 por cento nas receitas dos casinos, muito inferior ao ritmo de crescimento (8 por cento) registado até agora este ano. O Governo justifica isso com um “princípio de gestão financeira prudente”. Aumento “proporcional” Ainda durante o debate, ficou a garantia de que o dinheiro retirado dos cheques pecuniários que deixaram de ser atribuídos a uma parcela de residentes anteriormente elegíveis irá para apoios sociais. “Aumentámos em 3,8 por cento as verbas para medidas destinadas ao bem-estar da população, e com alteração do programa de comparticipação pecuniária o montante será revertido para o bem-estar da população, sendo usado para diferentes prestações e assistência.” Segundo a proposta, as medidas relacionadas com o bem-estar da população acarretam uma despesa de 26 mil milhões de patacas, o tal aumento de 3,8 por cento face a 2025 que é considerado pelo secretário “adequado e proporcional”. Não faltaram pedidos para novos programas de incentivo ao consumo, nomeadamente da parte do deputado Chan Hao Weng. “O saldo orçamental terá resultados satisfatórios no próximo ano. O mercado de consumo é fraco e as pequenas e médias empresas, e a população, debatem-se com dificuldades. Será atribuído o cartão de consumo em épocas baixas?”, questionou. Também a ausência de aumentos salariais na Função Pública foi questionada. “É lamentável que não tenham sido aumentados os salários dos funcionários públicos. Depois da transição, e olhando a taxa de inflação, os salários teriam de ser aumentados várias vezes.” Já a deputada Song Pek Kei lembrou as “despesas enormes no próximo ano”, tendo em conta os 50 mil milhões destinados às despesas com 30 mil funcionários públicos, entre outros gastos. “Trata-se de um aumento significativo face ao período de retorno [da transição]. Temos de poupar dinheiro internamente, mas é com a melhoria da equipa dos funcionários públicos, a reforma administrativa? Temos de libertar mais recursos, investindo na sociedade e na sua revitalização”. Porém, o secretário garantiu que, no essencial, a estrutura de gastos se mantém em 2026. “Temos 30 por cento das nossas despesas que se destinam ao pessoal, e essa verba mantém-se. Quanto a despesas correntes operacionais, são taxativas e têm de ser feitas. Não há uma alteração significativa da estrutura de despesas”, rematou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDesporto | Macau assina acordo com Governo Central, Cantão e Hong Kong O Executivo de Sam Hou Fai promete implementar o acordo e seguir a “orientação da Administração Geral de Desporto do Estado”. A parceria visa a organização de eventos, formação de quadrados, e implica a “partilha de recursos” Um acordo para servir a “estratégia global do Estado”. Foi desta forma que o Governo de Macau comunicou a nova parceria desportiva com a Administração Geral de Desporto do Estado, o Governo Popular da Província de Guangdong e o Executivo de Hong Kong. De acordo com os objectivos indicados, o acordo “visa promover, de forma contínua, o desenvolvimento integrado do desporto entre os três locais [Guangdong, Hong Kong e Macau], sendo também uma exploração com acções práticas para maximizar as funções únicas e os valores pluralistas do desporto”. Foi também explicado que a parceria vai “fortificar” o “intercâmbio e a cooperação entre o Interior da China e as regiões de Hong Kong e Macau em diversos domínios” como o desporto competitivo, desporto para todos, indústrias desportivas, desporto juvenil, governança desportiva internacional, ciências e tecnologias desportivas, cultura desportiva e assuntos jurídicos no desporto”. A parceria vai ser implementada através de “projectos-pilotos conjuntos na Grande Baía” com “a partilha de recursos”, o que poderá significar que Macau vai investir fundos públicos no Interior da China, disponibilizar a utilização de instalações, organizar competições e formar quadros qualificados. As autoridades acreditam que assim podem impulsionar “o desenvolvimento integrado do desporto entre os três locais, a um nível mais elevado, num âmbito mais alargado e numa visão mais ampla, servindo a estratégia global do Estado”. Jogos Nacionais O acordo foi divulgado ontem, mas assinado a 21 de Novembro, na sequência da organização conjunta da 15.ª edição dos Jogos Nacionais entre Guangdong, Hong Kong e Macau. Em relação aos objectivos, o comunicado do Governo de Macau garante agir “sob a orientação da Administração Geral de Desporto do Estado” e em conjunto com as partes de Guangdong e Hong Kong. O Governo de Sam Hou Fai prometeu ainda “implementar de modo integral o conteúdo do acordo”, apoiar “o desenvolvimento do desporto” e promover “a cooperação no sector”. “Irá também aproveitar as oportunidades, utilizando as competições como elo de ligação a fim de aprofundar continuamente a colaboração e a sinergia com Guangdong e Hong Kong nas áreas da cultura e do desporto, alcançar uma cooperação regional mais estreita, criar uma ecologia industrial mais dinâmica e promover uma identidade cultural mais forte”, foi acrescentado.
Hoje Macau PolíticaPME | Pedido centro de incubação na zona industrial O deputado Ip Sio Kai defendeu ontem a revitalização da zona industrial do território, nomeadamente no Parque Concórdia, em Coloane, e no Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde, ambos geridos pela Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau. “Tínhamos uma zona industrial, passaram-se 20 anos e a política não mudou. Essa zona está um bocado atrasada, e como não há comércio, começa a apagar-se. Não sei se podemos dialogar com as autoridades de Zhuhai para que haja políticas de apoio para melhorar essa zona.” O deputado falou em incentivos às pequenas e médias empresas, para que seja criado “um local de encubação, e só depois desse período é que iriam para Hengqin e, num outro passo, para a Grande Baía”, à semelhança de projectos de incubação semelhantes em Shenzhen. Da parte do secretário Tai Kin Ip, foi referido que é necessário dialogar com o Governo Central.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaPlano para seis zonas históricas terá colaboração de associações O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, garantiu ontem que será reavaliado, no próximo ano, o plano de investimento para as seis zonas históricas do território que está a ser levado a cabo entre o Governo e as operadoras de jogo. “Ao nível do planeamento, o Governo vai supervisionar os trabalhos a realizar pelas concessionárias. No futuro, as associações vão planear e organizar as actividades, e vamos reunir esforços com elas porque estas têm conhecimento e ideias sobre o desenvolvimento dessas zonas. Vamos ter um centro de desenvolvimento para essas zonas, reunindo esforços de todas as partes para melhorar a imagem dessas zonas históricas”, explicou. No contexto deste debate, e tendo em conta o encerramento dos casinos-satélite e a necessidade de reconversão de algumas zonas no Porto Exterior, o deputado Ip Sio Kai defendeu a criação de novas zonas com atracções turísticas, nomeadamente uma “rua portuguesa”. “Os casinos-satélite estão a fechar e muitos comerciantes estão preocupados com isso. Se houver um investimento de 120 a 130 milhões para as zonas comunitárias, isso será muito benéfico para o comércio. Podemos ter uma rua típica portuguesa, ou algo parecido. Podemos criar zonas específicas, ou mesmo uma zona de escritórios, pois muitas empresas estatais gostam de se fixar fora das zonas de jogo”, sugeriu. Para Ip Sio Kai, cabe às operadoras de jogo apostar no investimento nestas novas zonas, indo além dos planos já anunciados para seis zonas do território, incluindo a zona do Porto Interior e ilhas. “Não sei se além das seis zonas se pode investir noutras. Além destas seis zonas vamos ter de criar um novo local, um festival de consumo no Porto Exterior”, defendeu o deputado, tendo em conta o encerramento dos casinos-satélite. Avaliação contínua O secretário garantiu, em primeiro lugar, que Macau pode ter novas zonas de atracção, mas só depois de uma avaliação aos investimentos já anunciados pelas operadoras. “Desde 2023 e até este ano que temos feito um trabalho de avaliação do cumprimento dos compromissos pelas concessionárias. Há 11 módulos de investimento que se estão a fazer, na revitalização das seis zonas, e no futuro vamos ver se há possibilidade de haver mais zonas de revitalização”, disse Tai Kin Ip. Quanto à quebra do turismo no Porto Exterior devido ao fecho dos casinos-satélite, o secretário demonstrou estar mais optimista do que Ip Sio Kai. “Há um trabalho de recuperação que leva algum tempo e durante a reconversão temos de ver quais os resultados das iniciativas a realizar nessa zona. Nessa zona [Porto Exterior] temos uma oferta de mais de mil quartos de hotel, e depois do encerramento dos casinos-satélite temos outras fontes de visitantes que ocupam esses quartos, como famílias ou grupos de excursionistas. Temos de atender a essas diferentes características de visitantes na exploração dessas iniciativas”, disse.
Andreia Sofia Silva PolíticaEntre residentes e TNR, deputados exigem medidas de estabilidade laboral A situação do emprego em Macau voltou a dominar o debate em torno do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Economia e Finanças, com os deputados a demonstrarem diferentes posições quanto ao binómio residentes / trabalhadores não residentes (TNR). Se a grande maioria pede medidas para que os locais tenham maior acesso ao emprego, o deputado Ip Sio Kai lembrou que há empresas desfalcadas neste âmbito, enquanto Chui Sai Peng pediu medidas para os que não querem trabalhar. “Algumas pequenas e médias empresas (PME) dizem que as quotas para TNR não são renovadas pelo Governo, e quando isso acontece não conseguem contratar locais a tempo. Como podemos dar prioridade aos locais, mas também ter em conta os interesses das PME?”, questionou. Ip Sio Kai falou na importância de “proteger os postos de trabalho” dos residentes, as PME “têm de saber quantas vagas de trabalho conseguem ter para os seus negócios, e há que haver uma situação ‘win-win’”. Já Chui Sai Peng, questionou o tipo de medidas “para quem não está interessado em trabalhar, para estimular essas pessoas”, além de ter defendido acções de formação não apenas para trabalhadores, mas também para empresas. “Deve-se exigir que as empresas tenham oportunidade de formação, organizando-se cursos para reforçar a sua capacidade de negócio. Chui Sai Peng pede também “prioridade aos residentes” no emprego tendo em conta os futuros investimentos e os concursos públicos a realizar. Da parte do secretário, ficou a garantia de reavaliação do panorama de contratação pública de locais para postos de limpeza e segurança. “Estamos a recolher opiniões e a fazer o levantamento da situação dos trabalhos adjudicados pelos serviços públicos nessas duas áreas. Estamos a ver se há possibilidade de aumentar o número de trabalhadores locais”, frisou. Desemprego baixo Por entre críticas e opiniões, a deputada Song Pek Kei defendeu que o Executivo “está a manter a estabilidade de emprego”, citando dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) que apontam para uma taxa de desemprego de 1,8 por cento no terceiro trimestre, o valor mais baixo desde Fevereiro. “O nível de desemprego é relativamente baixo. Uma empresa que quiser investir [em Macau] tem de ter recursos humanos, e qual é o ponto de situação para estas quatro indústrias? Até ao terceiro trimestre deste ano a população activa de Macau era 382 mil pessoas, existindo 284,2 mil residentes empregados, e 6.800 pessoas desempregadas. Será que podemos transferir essas pessoas para as quatro novas indústrias e dar-lhes emprego? Se for assim, poderíamos resolver o problema do desemprego”, salientou. Outro tópico abordado no debate de ontem, tem a ver com a alegada pouca eficácia dos cursos de formação promovidos pelo Governo para a área laboral. “Após concluírem as acções de formação, muitas pessoas não conseguem aplicar os conhecimentos no trabalho. Não sei se é possível reforçar o regime de credenciação, e para que seja possível convencer as pessoas [empresas] a contratar. Assim é possível garantir que as pessoas, depois das formações, conseguem aplicar os conhecimentos”, disse o deputado Lam Lon Wai. Também Leong Sun Iok referiu que “há várias situações em que as pessoas não conseguem emprego”, já que “as empresas não contratam locais ou os locais não têm capacidade para ingressar em determinadas empresas”. “Não sei se o Governo pode ponderar a existência de quotas, para que haja um rácio a fim de as empresas poderem ter locais e também dar formação”, acrescentou.
Hoje Macau Manchete PolíticaCasinos-satélite | Secretário diz que três mil trabalhadores serão afectados No debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças, o secretário Tai Kin Ip garantiu que haverá cerca de três mil funcionários dos casinos-satélite afectados pelo seu encerramento, mas que será garantido emprego para todos O Governo prometeu ontem que irá tentar garantir o emprego dos cerca de três mil funcionários dos quatro ‘casinos-satélite’ que ainda vão encerrar até ao final do ano. O secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip, confirmou que, após o encerramento de seis ‘casinos-satélite’, 1.300 trabalhadores já foram reintegrados nos quadros das concessionárias de jogo. Além disso, 29 trabalhadores terão pedido apoio na busca por emprego, foi referido no hemiciclo. O primeiro a encerrar foi o Grandview, no final de Julho, seguido do Grand Dragon, em 22 de Setembro. O Emperor Palace e o Waldo fecharam no final de Outubro, enquanto o Legend Palace encerrou em 12 de Novembro e o Casal Real na terça-feira passada. “Restam ainda quatro ‘casinos-satélites’ que vão encerrar, com cerca de três mil trabalhadores envolvidos”, disse Anton Tai, na Assembleia Legislativa (AL), durante o debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) na área da Economia e Finanças para 2026. O Ponte 16, com 1.025 funcionários vai encerrar na sexta-feira, depois da concessionária SJM Resorts ter desistido da compra da propriedade onde se situa o ‘casino-satélite’. Outro ‘casino-satélite’, o Fortuna, encerra a 10 de Dezembro, de acordo com uma nota interna da dona da propriedade, a empresa Kou Seng Holdings, citada ontem pelo portal de notícias de jogo GGRAsia (ver página 7). Também devem fechar portas até ao final do ano mais dois ‘casinos-satélite’, Landmark e Kam Pek Paradise, ambos sob a tutela da SJM, fundada pelo magnata do jogo Stanley Ho Hung Sun (1921-2020). A 9 de Junho, o Governo anunciou que as concessionárias de jogo tinham comunicado o fim da exploração de todos os 11 ‘casinos-satélite’, onde trabalhavam cerca de 5.600 residentes. Linha de contacto “Ao longo dos anos, temos uma linha aberta para apoiar os trabalhadores dos casinos. Até agora, recebemos 29 casos de pedidos de ajuda” de funcionários de ‘casinos-satélite'”, revelou Anton Tai. “Vamos continuar a trabalhar, passo a passo, para uma transição suave dos trabalhadores dos ‘casinos-satélite'”, acrescentou o secretário. Em Junho, o então secretário para a Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, exigiu às operadoras a garantia de um emprego para os trabalhadores locais afectados. O único dos 11 ‘casinos-satélite’ que deverá permanecer aberto é o Royal Arc. Em 20 de Novembro, a SJM confirmou a aquisição da empresa que detém o Royal Arc por 1,75 mil milhões de dólares de Hong Kong. A empresa tinha inicialmente revelado planos para adquirir os hotéis onde se situam o Ponte 16 e o Royal Arc e pedir às autoridades para assumir a gestão direta dos espaços de jogo.
Hoje Macau PolíticaLAG | Miguel de Senna Fernandes pede mais foco em Macau O presidente da Associação dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes, defendeu a importância da integração regional, mas destacou que Macau atravessa um momento “delicado” e precisa de mais atenção do Governo. A posição de Senna Fernandes foi tomada em declarações ao Canal Macau. “Macau está integrado na Grande Baía, não se espera outra coisa que não melhorias para a aceleração do desenvolvimento da Grande Baía. Mas, não se pode esquecer que estamos em Macau. Isto é fundamental”, começou por dizer o presidente da associação, sobre as Linhas e Acção Governativa. “Não há cidadão, por mais nobre, por mais que defenda o Governo, por mais que aplauda o Governo nesta política e contribuição de Macau para o desenvolvimento, não há cidadão que não tenha Macau como uma prioridade”, acrescentou. Num contexto em que a recuperação do turismo abrange a sociedade de forma desigual, Miguel de Senna Fernandes pediu mais atenção a Macau, porque se atravessa um período complicado: “Apesar dos números da retoma económica, não podemos esquecer que ainda há uma faixa de cidadãos aos quais isto não chega”, vincou. “É preciso dizer as medidas, e não digo de longo prazo, mas de médio prazo para que se melhorem as condições, as perspectivas de futuro desta camada de trabalhadores, de profissionais em Macau. Não se vá alimentar apenas o sonho de Hengqin, por exemplo. Há pessoas que gostam de ficar em Macau e para eles Macau é sempre o futuro”, sublinhou.
Hoje Macau PolíticaTrabalho | Johnson Ian critica excesso de TNR Johnson Ian, ex-candidato a um lugar de deputado na Assembleia Legislativa (AL), defendeu que o Governo não demonstrou verdadeira determinação para substituir os trabalhadores não residentes (TNR) por residentes na área laboral, isto a propósito do mais recente relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2026. Na coluna de opinião publicada no jornal Sou Pou, Johnson Ian recordou que um dos destaques do relatório das LAG, divulgado na última semana, é a exigência junto de instituições financeiras e de ensino superior, entre outras, da libertação de mais postos de trabalho para os residentes de Macau. No entanto, Johnson Ian apontou que os residentes têm dificuldade em encontrar trabalho no território porque há muitos TNR. O responsável afirma também no mesmo artigo que os residentes querem trabalhar e até pretendem assumir postos de trabalho de categoria inferior, mas as empresas não têm vontade de os recrutar. Johnson Ian citou dados oficiais que demonstram que existem, actualmente, 183 mil TNR, devendo, na sua opinião, o Governo reduzir este número de trabalhadores estrangeiros, sobretudo nas empresas de jogo, para aliviar o problema do desemprego dos residentes.
Hoje Macau Manchete PolíticaEconomia | UE expressa “preocupação com questões políticas” Harvey Rouse, chefe da Delegação da União Europeia (UE) em Hong Kong e Macau, esteve reunido com o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Tai Kin Ip, para discutir o investimento de empresas europeias na diversificação da economia de Macau A União Europeia (UE) escusou-se a revelar se Au Kam San, detido com nacionalidade portuguesa, foi mencionado numa reunião com as autoridades de Macau, em que um representante europeu demonstrou “preocupação com questões políticas”. Na quinta-feira, o chefe da Delegação da União Europeia (UE) em Hong Kong e Macau, Harvey Rouse, escreveu nas redes sociais que se tinha encontrado com o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Tai Kin Ip. Os dois falaram sobre como as empresas europeias podem apoiar “a diversificação económica” de Macau, altamente dependente do turismo, e “o desenvolvimento contínuo” da vizinha zona económica especial de Hengqin (ilha da Montanha). “Também expressei preocupação com questões políticas”, acrescentou o britânico Rouse. Questionado pela Lusa sobre se tinha discutido a detenção do ex-deputado Au Kam San com Anton Tai, o diplomata britânico não respondeu. “Não comentamos o conteúdo específico de reuniões bilaterais”, disse à Lusa a Delegação da UE em Hong Kong e Macau, numa resposta escrita. “Nas nossas reuniões com as autoridades de Macau, levantamos regularmente preocupações sobre as alterações políticas e jurídicas na RAEM [Região Administrativa Especial de Macau], em consonância com o Relatório Anual da UE sobre Macau, incluindo sobre casos individuais”, acrescentou a delegação. Em 11 de Setembro, a Comissão Europeia alertou que a “insistência na segurança nacional do governo de Macau” está a levar à “limitação do espaço para vozes pluralísticas quer da política, quer da sociedade”. Revisões incómodas Num relatório, a comissão deu como exemplo a revisão das leis eleitorais para o líder do Governo e para o parlamento local, para excluir candidatos considerados não patriotas. Em 31 de Julho, a polícia de Macau anunciou a detenção do activista pró-democracia Au Kam San, no primeiro caso ao abrigo da lei de segurança nacional da região, que entrou em vigor em 2009 e cujo âmbito foi alargado em 2023. Em 10 de Setembro, durante uma visita a Macau, o primeiro-ministro português Luís Montenegro admitiu que não falou de Au Kam San com o líder do Governo local, Sam Hou Fai, e defendeu que o caso exige “a necessária discrição” e “algum recato”. Em 21 de Outubro, a presidente do Tribunal de Última Instância de Macau, Song Man Lei, declarou que a justiça local tem o “dever indeclinável” de julgar “de forma justa, independente e profissional” os casos de segurança nacional, bem como “garantir que sejam punidos nos termos da lei todos os actos de ofensa à segurança do Estado”. Recentemente, após a apresentação das Linhas de Ação Governativa para 2026, Sam Hou Fai abordou, brevemente, e pela primeira vez, a detenção de Au Kam San. “Em Agosto, tivemos o primeiro caso relacionado com a lei de segurança nacional”, disse em conferência de imprensa, sem referir o nome do activista. Ainda não é conhecida a acusação e não há informações sobre quem vai defender o ex-deputado.
João Santos Filipe PolíticaSam Hou Fai destaca segurança nacional como caminho do futuro O Chefe do Executivo destacou que a RAEM tem de “defender firmemente a soberania, a segurança e os interesses do desenvolvimento do país” nos próximos anos, de forma a concretizar o “espírito da Quarta Sessão Plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista da China”. As declarações foram prestadas no sábado, num encontro que decorreu nas instalações do Fórum Macau. No discurso de encerramento do evento, Sam Hou Fai sublinhou ainda a necessidade de desenvolver “Macau em todos os aspectos”, objectivo que referiu apenas ser possível se a sociedade souber “identificar correctamente, gerir adequadamente e procurar activamente mudanças”. Além da segurança, o Chefe do Governo indicou que o espírito da sessão plenária do Comité Central passa por “promover o espírito patriótico, dinamizar a vitalidade social e elevar a eficiência da governação de acordo com a lei”. Neste sentido, prometeu “reforçar os mecanismos de colaboração com as associações que amam a pátria e Macau, consolidando assim o seu alicerce de administração em prol das comunidades sociais de bases”. Em relação às associações, o Governo espera que sejam pontes de comunicação de ideias entre o Executivo e a sociedade. Procurar mais amigos Como terceiro aspecto, Sam Hou Fai indicou a necessidade de “agarrar de forma proactiva as oportunidades decorrentes do desenvolvimento, promovendo a diversificação adequada da economia e o desenvolvimento sustentável da sociedade de Macau”. O Chefe do Executivo não esqueceu as campanhas para envolver a RAEM no panorama mundial ao contribuir para a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, a participação na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, e o fortalecimento das “interligações com o interior e o exterior”. Estas foram as vias apresentadas para alargar “o ‘círculo de amigos’ internacionais” de Macau e assumir “o papel de ‘interlocutor com precisão’ entre a China e os países de língua portuguesa e espanhola”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCultura | Tensões entre China e Japão adiam reunião em Macau Estava agendada para hoje em Macau uma reunião das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental” com ministros da China, Coreia do Sul e Japão. No entanto, a iniciativa foi cancelada por Pequim, devido à crescente tensão com o Japão, após declarações da primeira-ministra japonesa A reunião em Macau entre os ministros da Cultura da China, Japão e República da Coreia, que originalmente estava agendada para hoje, foi adiada, sem que tenha sido marcada nova data. O anúncio foi feito na quinta-feira, pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, citado pela Xinhua. De acordo com a informação da agência estatal, o porta-voz chinês afirmou “que uma líder japonesa fez, de forma aberta, declarações altamente erradas sobre Taiwan, o que feriu os sentimentos do povo chinês, desafiou a ordem internacional do pós-Segunda Guerra Mundial e minou a base e o ambiente para a cooperação entre China, Japão e República da Coreia”. Mao Ning disse ainda que as declarações da “líder japonesa” levaram “a uma situação em que ainda não há condições para realizar a reunião”. Embora a Xinhua não identifique a “líder japonesa”, a visada é Sanae Takaichi, primeira-ministra do Japão. A primeira mulher a liderar o Executivo do país do sol nascente afirmou, a 7 de Novembro, no parlamento, que um ataque do Interior à Ilha de Taiwan seria encarado no Japão como uma situação que “ameaçaria a sobrevivência” do país. Em resposta, Xue Jian, cônsul-geral da República Popular da China em Osaka, escreveu uma publicação na rede social X a indicar que “não havia outra escolha que não fosse cortar sem hesitação o pescoço imundo que se intrometeu” nos assuntos chineses. A publicação acabou por ser apagada, após um protesto diplomático do Japão. Tensão crescente Face ao incidente diplomático, o Governo da China passou a exigir a Sanae Takaichi que se retrate publicamente das declarações prestadas no parlamento japonês, o que tem sido recusado. Sem o recuo japonês, a China lançou um alerta de segurança sobre as viagens turísticas, que foi acompanhado pelos governos de Macau e Hong Kong. O Interior não se ficou pelo alerta para turistas e obrigou companhias de aviação a cancelar voos para os Japão, agências de viagens a cancelar as estadias em hotéis, bloqueou novamente as importações de marisco japonesas, adiou a entrada de filmes japoneses no mercado interno e lançou um alerta para os estudantes que pretendem estudar no Japão. O encontro previsto para hoje em Macau visava promover “o intercâmbio e a aprendizagem mútua” entre os três países e foi apresentado como uma selecção das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental”, entre as quais se inclui Macau. No portal do Governo da RAEM dedicado ao evento era igualmente apontado que o encontro era “visto como uma realização relevante para a humanidade” e “uma marca de cooperação cultural na Ásia Oriental”.
Hoje Macau Manchete PolíticaEspaços comerciais | Proposta de lei apresentada O Instituto de Habitação (IH) apresentou ao Conselho para os Assuntos de Habitação Pública e a associações a proposta de alteração do decreto-lei que regulamenta atribuição, arrendamento e cedência gratuita dos espaços adequados ao exercício de actividades comerciais que existam em edifícios destinados a habitação social. Os regulamentos relativos ao Fundo de Reparação Predial também foram discutidos. Segundo um comunicado divulgado ontem pela IH, “os participantes concordaram basicamente com as propostas de alteração legislativa”. O instituto comprometeu-se em definir os conteúdos concretos sobre as duas propostas de alteração legislativa, tendo em consideração as opiniões recolhidas. O IH recordou ainda que realizou recentemente uma reunião, com o Conselho para os Assuntos de Habitação Pública e três sessões de apresentação, com o objectivo de auscultar as opiniões dos membros e de mais de 20 associações sociais e profissionais, contando estas com a participação de mais de 80 pessoas.
Hoje Macau Manchete PolíticaConstrução | Pedidas garantias de emprego dos residentes Leong Pou U, eleito pela via indirecta, mostra-se preocupado com as dificuldades dos trabalhadores locais da construção civil em encontrarem trabalho. Apesar de elogiar os esforços do Executivo a nível da redução da taxa de desemprego, pede mais medidas direccionadas para os empregos dos pedreiros O deputado Leong Pou U questionou o Governo sobre as medidas que vão ser adoptadas para garantir o acesso prioritário dos residentes aos empregos no sector da construção civil. A questão faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). O legislador começa por indicar que as condições para os trabalhadores locais são cada vez mais difíceis: “Desde o início deste ano, afectados pela redução dos projectos de construção privados e obras públicas, os trabalhadores da construção civil têm, em geral, enfrentado horas de trabalho insuficientes, com salários estagnados há vários anos, o que pressiona os seus meios de subsistência”, defende. O deputado elogiou ainda a medida do Executivo de Sam Hou Fai de criar o Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego, por considerar que é eficaz a recolher informações sobre as vagas de emprego e as carências em vários sectores. No entanto, pede um maior aproveitamento deste trabalho: “Dada a crescente pressão de emprego enfrentada pelos trabalhadores da construção civil, é necessário que o Governo aproveite ainda mais o papel do Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego para introduzir medidas mais direccionadas para ajudá-los a garantir o emprego”, apontou. Neste sentido, o deputado quer saber se o Governo definiu “directrizes para a contratação prioritária de residentes locais em projectos de obras públicas subcontratadas” e se vai exigir que quando há obras públicas se defina uma proporção de residentes locais cada vez maior. Leong Pou U considera fundamental garantir que a população local se encontra numa situação de pleno emprego. Rol de elogios Apesar dos alertas para a situação de emprego na construção civil, a interpelação escrita de Leong Pou U dedica vários elogios ao Governo. Leong sublinha que entre Julho e Setembro, a taxa de desemprego é de 1,8 por cento, e que no caso do emprego dos residentes não vai além de 2,4 por cento. Valores positivos para o legislador, que destaca que “a situação do emprego continuou a melhorar com o declínio nas taxas de desemprego” apesar do “grande influxo de recém-formados no mercado de trabalho”, o que mostra “os esforços eficazes do Governo na promoção do emprego entre os residentes”.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Feriados podem ter impacto negativo A Associação Geral das Mulheres de Macau teme que os feriados de Dezembro tenham um impacto negativo no comércio local, devido à possibilidade de os residentes viajarem para fora e com o aproximar do fim do Grande Prémio do Consumo. O alerta foi deixado ontem através de um comunicado do coordenador do Gabinete de Estudo das políticas da associação, Ip Weng Hong. Na mensagem, alerta-se que o comércio local vai sofrer com os feriados da transferência de soberania e do Natal, porque os residentes podem optar por gozar as férias fora do território. Nesta perspectiva, um dos aspectos que pode mitigar os efeitos é o Grande Prémio do Consumo. No entanto, a iniciativa termina no final deste mês e ainda não há planos para prolongá-la. A Associação Geral das Mulheres de Macau apela assim ao Executivo que prolongue a iniciativa até ao final do ano para “aliviar o stress operativo dos comerciantes”. Além disso, Ip Weng Hong quer que o Governo continue a lançar actividades de subsídio ao consumo dos residentes nos bairros comunitários, com vista a apoiar a economia.
Nunu Wu PolíticaRespostas de Sam Hou Fai na AL satisfatórias para os deputados As respostas que o Chefe do Executivo deu às questões colocadas pelos deputados na quarta-feira, no âmbito da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano foram recebidas com satisfação pelo novo elenco de legisladores patriotas. O agrado foi demonstrado ao jornal Ou Mun, porém, registaram-se algumas preocupações. O deputado Leong Sun Iok mencionou publicações nas redes sociais que indicavam possíveis alterações do horário de trabalho e do regime de aposentação da Função Pública, que terão provocado preocupações entre funcionários públicos. O membro da bancada parlamentar dos Operários ficou satisfeito com a garantia de Sam Hou Fai de que os direitos laborais dos trabalhadores da Função Pública seriam assegurados. Ainda assim, indicou que a imposição de limites do número de trabalhadores pode levar à falta de recursos humanos, sobrecarga de tarefas e aumento do stress. Como tal, Leong Sun Iok espera que o Governo ouça as associações que representam os funcionários públicos, antes de serem tomadas decisões. O deputado da bancada da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau referiu queixas de trabalhadores que foram despedidos sem justa causa de empresas de jogo e afirmou que o Governo tem de cortar no número de trabalhadores não-residentes para dar prioridade aos locais. Já na terça-feira, Pereira Coutinho havia criticado a ausência de cartões de consumo e de actualizações dos salários da Função Pública nos planos do Executivo para o próximo ano. A toda a linha Já o deputado dos Moradores, Ngan Iek Hang, pediu atenção aos jovens recém-licenciados que enfrentam dificuldades para arrancar emprego. Por seu turno, o deputado Lee Koi Ian, ligado às forças políticas da comunidade de Jiangmen mostrou-se satisfeito com a LAG para 2026, afirmando que respondem a toda a linha aos pedidos da sociedade. O recém-eleito legislador defendeu ainda a entrada na RAEM de mais empresas estatais e empresas internacionais, para oferecerem mais oportunidades de emprego e contribuir para a diversificação económica.
Hoje Macau Manchete PolíticaJogo | Governo estima subida de 3,5% nas receitas em 2026 O Executivo acredita que no próximo ano as receitas dos casinos vão subir para 236 mil milhões de patacas. Este é um aumento de 3,5 por cento face ao valor revisto para este ano, de 228 mil milhões de patacas O Governo prevê que as receitas dos casinos do território aumentem 3,5 por cento em 2026, atingindo 236 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde a pandemia. A previsão está inscrita na proposta de Orçamento da região para o próximo ano, que o executivo enviou para a Assembleia Legislativa. A meta fixada pelo Governo representa uma subida de 3,5 por cento em comparação com o orçamento revisto para 2025, aprovado pela AL em Julho, que reduziu a previsão das receitas do jogo para 228 mil milhões de patacas. Na nota justificativa que acompanha a proposta de Orçamento, o Executivo diz que, desde Maio, Macau tem tido um “crescimento robusto no número de visitantes” e as receitas dos casinos “mantiveram uma tendência estável de crescimento”. O número de turistas a visitar a região subiu 14,5 por cento até Setembro, enquanto as receitas de jogo aumentaram 8 por cento em termos homólogos nos primeiros dez meses de 2025, atingindo 205,4 mil milhões de patacas. Algo que, sublinhou o Governo, “contribuiu para o progresso sustentado da economia global de Macau”, altamente dependente dos sectores do turismo e casinos. A economia do território cresceu 8 por cento em termos homólogos no terceiro trimestre, mais 2,9 pontos percentuais do que no segundo trimestre, depois de entre Janeiro e Março ter registado a primeira queda em dois anos. Expansão esperada “Perspectivando o ano de 2026, prevê-se que a indústria turística de Macau possa continuar a trajectória de crescimento, sustentada por diversos factores favoráveis”, referiu o Executivo. Ainda assim, a subida de 3,5 por cento nas receitas dos casinos é muito inferior ao ritmo de crescimento (8 por cento) registado até agora este ano, algo que o Governo justifica com um “princípio de gestão financeira prudente”. Na terça-feira, após a apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2026, o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, já tinha alertado para “a instabilidade da envolvente externa e da conjunta económica”. Numa conferência de imprensa, Sam defendeu que as relações entre a China e os Estados Unidos “estão a recuperar” dos episódios recentes de tensões comerciais, mas não afastou a possibilidade de uma “recessão económica” global. As seis operadoras de casinos da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico, e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos. O imposto directo sobre as receitas dos casinos representou 83,3 por cento das receitas públicas da região nos primeiros dez meses de 2025: 77,5 mil milhões de patacas.
Hoje Macau PolíticaHengqin | Campanha de cupões exclui residentes de Macau A Direcção do Desenvolvimento Económico da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin lançou na segunda-feira uma campanha para incentivar o consumo na Ilha da Montanha que não beneficia os residentes da RAEM. A campanha de cupões de desconto, que se estende até 15 de Fevereiro, foi lançada nas plataformas Alipay e Fliggy. Apesar de os residentes da RAEM não poderem aceder à medida, as autoridades de Hengqin garantem que a próxima fase da campanha de cupões vai cobrir mais consumidores, incluindo os residentes da RAEM e turistas estrangeiros. A campanha tem um orçamento de 40 milhões de renminbis e as autoridades da zona de cooperação aprofundada esperam que ajude a impulsionar a integração do consumo de Hengqin e Macau e a injectar uma nova vitalidade no desenvolvimento integrado da Grande Baía.
Hoje Macau PolíticaLAG | Académicos refutam críticas e elogiam o Governo No programa de ontem do Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, uma ouvinte criticou o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2026 devido ao excessivo foco nos apoios sociais a crianças e idosos, esquecendo as faixas etárias que sustentam a economia e sociedade de Macau, ou seja, os residentes com idades compreendidas entre 18 e 60 anos. Os convidados do programa, o presidente do Instituto de Gestão de Macau, Samuel Tong e o académico da Universidade de Macau Chan Kin Sun defenderam as políticas apresentadas na terça-feira pelo Chefe do Executivo e responderam à ouvinte. Samuel Tong começou por defender que as LAG vão além dos apoios aos grupos mencionados, respondendo a desafios económicos e que o Governo não pode ser solução para tudo, cabendo também ao tecido empresarial local e aos residentes um papel importante para o desenvolvimento económico. O académico sublinhou que as LAG voltam a reforçar a prioridade da promoção do emprego entre os residentes, em particular aos jovens, e asseguram a manutenção dos apoios às pequenas e médias empresas. Por seu turno, Chan Kin Sun, que coordena o programa mestrado em Administração Pública da Universidade de Macau, afirmou que os residentes que têm capacidade para trabalhar não precisam de apoios sociais, mas de oportunidades de trabalho, que as LAG privilegiam.
João Santos Filipe PolíticaEspectáculos | Pedidas medidas para combater especulação O deputado ligado à ATFPM, Che Sai Wang, afirma que é cada vez mais difícil comprar bilhetes para espectáculos em Macau, denuncia que as burlas estão a crescer, e apela ao Governo para obrigar as plataformas de venda a serem mais transparentes Che Sai Wang pretende saber se as autoridades vão aproveitar os Jogos Nacionais e implementar medidas para controlar a especulação dos bilhetes para espectáculos e grandes eventos. O assunto foi abordado pelo deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), através de uma interpelação escrita. Na perspectiva do legislador, “nos últimos anos, Macau tem cultivado activamente o seu estatuto de ‘Cidade das Artes’ e ‘Cidade do Desporto’”. Como parte desta estratégia, Che indica que os “concertos e eventos desportivos com nível internacional a ganharam cada vez mais espaço na região”, pelo que há uma cada vez maior “expectativa do público”. “Os cidadãos esperam que o apoio político eleve o nível dos eventos em Macau”, apontou. No entanto, com este “desenvolvimento” surgiu “um flagelo crescente de revenda e fraude de bilhetes”: “Os bilhetes oficiais esgotam instantaneamente, e os canais do mercado secundário cobram preços exorbitantes, ao mesmo tempo que proliferam os bilhetes falsificados ou fraudulentos”, explicou Che. “A frustração e a desconfiança dos residentes por não conseguirem garantir bilhetes na sua própria cidade têm vindo a intensificar-se”, acrescentou. Che Sai Wang indica ainda que as notícias na comunicação social, assim como os relatos policiais, mostram que há cada vez mais crimes online que “envolvem transacções fraudulentas, não entrega dos bilhetes após as compras e falsificação de códigos QR de entrada”, o que prejudica “gravemente a imagem de Macau”. Novos desafios Ao mesmo tempo, o deputado explica que com a digitalização da venda de bilhetes, através da Internet, surgiram novos desafios, que a legislação nem sempre acompanha como “aquisição de bilhetes por bots online”, “maior responsabilização das plataformas de venda” ou a existência de “canais não oficiais de venda”. Che pede assim uma nova lei para regular directamente a venda de bilhetes online e para impor exigências legais para as plataformas de venda, que incluam limites máximos sobre o preço de revenda, mas que também levem à aplicação de pesadas multas, nos casos em que se permite que bots ou utilizadores acumulem grandes quantidades de bilhetes, apenas para revenda. De acordo com a legislação em vigor, os bilhetes para os espectáculos não podem ser vendidos a um preço superior ao que consta no ingresso. Os infractores estão apenas sujeitos a multas. No entanto, como o problema começa muitas vezes nas plataformas de venda, Che exige também maior “transparência da informação”, com os vendedores a serem obrigados a revelar “a proporção de bilhetes atribuídos a cada canal de venda” e as “regras de reembolso”.
Hoje Macau PolíticaFunção Pública | Descartados despedimentos e cortes salariais O Chefe do Executivo assegurou ontem que a reforma administrativa não vai implicar cortes salariais para os funcionários púbicos, despedimentos nem despromoções. A garantia foi deixada em resposta a uma pergunta do deputado Ma Chi Seng, sobre as esperadas alterações ao funcionamento da Administração Pública. Sam Hou Fai defendeu a necessidade de implementar serviços mais eficazes e que deixem os residentes orgulhosos. O Chefe do Executivo afirmou ainda que a meta passa por reformar a Administração Pública até 2029, embora reconheça que não vai ser um trabalho fácil. Ainda assim, Sam Hou Fai pediu o apoio de toda a população para se trabalhar em conjunto. PLP | Reuniões para reforçar cooperação O Chefe do Executivo promete que ao longo do ano vai haver uma maior aposta nas reuniões com os países de língua portuguesa (PLP) e de língua espanhola, para promover o investimento em Macau e Henqing. A estratégia para o próximo ano foi adiantada, após uma questão do deputado Ip Sio Kai, que pretendia saber o que Macau pod fazer como plataforma para promover uma maior utilização do renminbi nos países de língua portuguesa e espanhola. “Faseadamente, vamos reforçar a cooperação com estes países, para promover uma troca recíproca do renminbi. Com o Brasil existe este mecanismo de troca de renminbis, e para implementar uma maior utilização do renminbi vamos criar um mecanismo permanente, para tornar a utilização mais conveniente”, afirmou Sam Hou Fai. “O Governo vai promover mais reuniões para reforçar a cooperação e atrair mais investimento em Macau e Henqgin. Primeiro temos de estabelecer bem a plataforma para atrair esses países a chegarem a Macau e Hengqin”, acrescentou. Quadros qualificados | Governo vai criar plataforma de formação Com vista a diversificar a economia e promover quadros qualificados, o Governo vai promover uma plataforma integrada para disponibilizar diferentes cursos de formação, a pensar na requalificação da população. A informação foi adiantada ontem por Sam Hou Fai, que indicou que este é um projecto da tutela da Economia e Finanças e que vai contar com pelo menos a participação da Universidade de Turismo de Macau (UTM), do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM). As formações vão visar as áreas da política 1+4, como os serviços de saúde compreensivos, área do desporto, espectáculos e desporto e finanças.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSam Hou Fai espera que estudo dê respostas para enfrentar redução da natalidade O Chefe do Executivo espera que um estudo que está a ser realizado pelo Governo vá gerar as respostas necessárias para lidar com a redução da taxa da natalidade da RAEM. A esperança foi deixada ontem na Assembleia Legislativa, quando respondia às perguntas de Loi I Weng e Wong Kit Chan, ambas apoiadas pela Associação das Mulheres. Quando foi questionado sobre a quebra da natalidade em Macau, Sam Hou Fai começou por indicar que não é um problema exclusivo da RAEM, mas antes do mundo desenvolvido. “Há semanas li uma notícia no jornal Cheng Pou, que a redução da natalidade é uma questão mundial, que não acontece apenas em Macau. […] Temos de entender o nível dos custos de cuidar dos filhos. Existe um problema. Mas como podemos incentivar os jovens a ter filhos? É um problema mundial e todos temos de pensar. O problema é mais grave no estrangeiro, nos países do Ocidente, apesar dos fortes apoios sociais”, afirmou. “Por isso, como é que vamos lidar com o problema? Requere o esforço de todos para incentivar os jovens a terem mais crianças”, destacou. O Chefe do Executivo afirmou depois que está a ser realizado um estudo sobre a quebra da natalidade, que deverá ser apresentado, mais tarde, pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam. Sam Hou Fai destacou ainda o lançamento neste ano da medida de assistência à natalidade, com o pagamento de 18 mil patacas por ano às crianças com menos de três anos. Escolas com mudanças O Chefe do Executivo admitiu também que a redução da natalidade vai ter um impacto junto das escolas locais e dos docentes. Quanto às instituições de ensino, Sam afirmou que o Governo vai preparar subsídios para as escolas com turmas com menos de 25 alunos, no que diz respeito aos jardins-de-infância. Em relação aos docentes, o líder do Governo alertou que vão ter de pensar em diversificar a sua formação e preparar-se para ensinarem em diferentes áreas, dando como exemplo a transição de carreira do ensino tradicional para cursos no âmbito do aperfeiçoamento contínuo.