Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Receitas com subida anual de 1,7% para 18,9 mil milhões Quando se faz a análise às receitas brutas do jogo entre Janeiro e Abril, os casinos acumularam 76,5 mil milhões de patacas, o que significa um crescimento ligeiro de 0,8 por cento Em Abril, as receitas brutas do jogo registaram um crescimento anual de 1,7 por cento para aproximadamente 18,9 mil milhões de patacas, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Em comparação, em Abril do ano passado as receitas do jogo tinham apresentado um crescimento de 18,5 mil milhões de patacas, o que na altura tinha significado um crescimento de 26 por cento, face às receitas de 14,7 mil milhões de patacas de Abril de 2023. As receitas mais recentes estão ainda longe dos montantes que chegavam às mesas do território antes da pandemia da covid-19 e da campanha contra os principais promotores do jogo de Macau. Em 2019, as receitas de Abril foram de 23,6 mil milhões de patacas. Em relação aos valores actuais, a diferença para 2019 é de 4,7 mil milhões de patacas, o que representa menos 20 por cento. No entanto, Abril não deixou de ser o terceiro mês consecutivo em que as receitas cresceram face ao período homólogo, com aumentos mensais que variaram entre 0,8 por cento e 6,8 por cento. A excepção foi Janeiro, quando se registou uma quebra em termos anuais de 5,6 por cento. Melhor que o previsto No entanto, o valor de Abril ficou acima do esperado pelos analistas do banco Citigrupo, que em 24 de Abril previram receitas de 18,25 mil milhões de patacas para o mês, o que teria representado uma queda homóloga de 2 por cento. Também Vitaly Umansky, analista da empresa de consultadoria Seaport Research Partners, tinha previsto, a 1 de Abril, uma descida de 0,1 por cento nas receitas, em comparação com o mesmo mês de 2024, devido a uma recente campanha da polícia contra o câmbio ilegal de dinheiro, alegadamente no Interior de alguns casinos locais. Quando se faz a análise às receitas brutas do jogo entre Janeiro e Abril, os casinos acumularam 76,5 mil milhões de patacas, o que significa um crescimento ligeiro de 0,8 por cento. Nestes quatro meses, o valor acumulado das receitas está abaixo da média de 20 mil milhões de patacas por mês, que foi tido em conta na elaboração do actual orçamento do Governo, aprovado durante a vigência do anterior Executivo, liderado por Ho Iat Seng. Macau obteve em 2024 receitas totais de jogo de 226,8 mil milhões de patacas, mais 23,9 por cento do que em 2023, mas apenas 73,2 por cento do registado em 2019, antes da pandemia de covid-19.
Hoje Macau Manchete SociedadeDemografia | TNR com valor mais elevado desde 2020 Macau empregava no final de Março quase 183.400 trabalhadores migrantes, o valor mais elevado desde Junho de 2020, no início da pandemia de covid-19. Entre o início de 2023 e o fim do primeiro trimestre deste ano, passaram a trabalhar em Macau mais 31.500 não-residentes No fim do primeiro trimestre deste ano, trabalhavam em Macau cerca de 183.400 trabalhadores não-residentes (TNR), o valor mais alto desde Junho de 2020, quando a pandemia da covid-19 começou a afectar o mundo. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, este número representa um crescimento de quase 3.900 trabalhadores nos últimos 12 meses. Os trabalhadores sem estatuto de residente aumentaram em quase 31.500 desde Janeiro de 2023, quando terminou a política ‘zero covid’, que esteve em vigor em Macau e na China continental durante quase mais de três anos. Nesse mês, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. Desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia, e até Janeiro de 2023, a cidade perdeu quase 45 mil TNR, que correspondiam a 11,3 por cento da população activa. Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo TNR, a partir de 8 de Janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições. Por partes O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou nos últimos 12 meses, ganhando 3.792 trabalhadores sem estatuto de residente, seguido dos empregados domésticos (mais 1.688) e das actividades imobiliárias (mais 1.193). A área da hotelaria e restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019. Macau acolheu, no primeiro trimestre deste ano, 9,86 milhões de visitantes, mais 11,1 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano. A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006. Mas, e apesar da subida do número de TNR, a taxa de desemprego estava em 1,9 por cento nos primeiros três meses deste ano. A economia de Macau cresceu 8,8 por cento em 2024, graças à retoma do jogo e da procura interna, de acordo com dados oficiais. O produto interno bruto (PIB) representou 86,4 por cento do valor registado em 2019, antes do início da pandemia.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFunção Pública | Dez fins-de-semana prolongados em 2026 No próximo ano, os trabalhadores da função pública vão ter 10 fins-de-semana com pelo menos três dias de descanso, e um outro período de três dias e meio seguidos de descanso, por altura das celebrações do Ano Novo Lunar A função pública vai gozar de um total de dez fins-de-semana prolongados em 2026, entre tolerâncias de ponto, dias de descanso compensatório e feriados. O calendário de feriados e dias de descanso definidos pelo Governo para o próximo ano foi divulgado na quarta-feira, através de um despacho publicado no Boletim Oficial. O primeiro fim-de-semana prolongado chega em Abril, entre o dia 3, uma sexta-feira, em que se assinala a Morte de Cristo, e o dia 7, uma terça-feira, utilizada para compensar o facto do feriado do Cheng Ming, coincidir com o domingo. No meio destes cinco dias também segunda-feira, dia 6, é definido como período de descanso compensatório, devido à Véspera da Ressurreição de Cristo, que se assinala no sábado, 4 de Abril. O segundo fim-de-semana prolongado tem lugar no início de Maio, entre o dia 1, uma sexta-feira, em que se assinala o Dia do Trabalhador, e domingo dia 3 de Maio. No quinto mês do ano tem lugar um segundo fim-de-semana prolongado de três dias para a função pública, dado que o dia do Buda coincide com domingo dia 24 de Maio, pelo que o dia 25 de Maio, segunda-feira, foi declarado período de descanso compensatório. O último descanso prolongado na primeira metade do ano tem lugar em Junho, entre 19 e 21, dado que o dia relativo ao Tung Ng (Barco-Dragão) coincide com essa sexta-feira. Um belo pára, arranca Entre Julho e Agosto não há qualquer feriado no próximo ano. Porém, a partir de Setembro todos os meses têm pelo menos um fim-de-semana prolongado para a função pública. O primeiro acontece em Setembro, devido ao facto de Sam Hou Fai ter definido segunda-feira, dia 28, como período de descanso compensatório, dado que o feriado do Bolo Lunar se assinala a 26 de Setembro, um sábado. Outro período de descanso, chega com o estabelecimento da República Popular da China e com as respectivas celebrações, um novo fim-de-semana prolongado, desta feita de quatro dias. O dia da implantação assinala-se a 1 de Outubro, uma quinta-feira, e dado que o dia seguinte também é feriado, os trabalhadores podem descansar de quinta a domingo. Ainda em Outubro, o dia do Culto dos Antepassados (Chong Yeong) coincide com o domingo dia 18, pelo que a segunda-feira seguinte foi definida como novo dia de descanso compensatório. O primeiro fim-de-semana de Novembro é igualmente prolongado, devido ao facto de o Dia de Finados coincidir com segunda-feira, dia 2. Os últimos fim-de-semana prolongados acontecem na data de estabelecimento da RAEM. Dia 20 de Dezembro coincide com um domingo, pelo que segunda-feira, dia 21, foi definida como dia de descanso compensatório. A este dia, segue-se o feriado do Solstício de Inverno, o que contribui para um descanso de quatro dias. Depois de se trabalhar no dia 23 de Dezembro, chegam mais dois dias de feriados, 24 e 25 de Dezembro, devido ao Natal, que colam com o fim-de-semana de 26 e 27 de Dezembro, em mais um período de descanso de quatro dias. Outros feriados Além dos fins-de-semana prolongados, a função pública vai gozar de um período de descanso de três dias e meio, durante as celebrações do Ano Novo Lunar. Os três feriados desta festividade decorrem entre 17 e 19 de Fevereiro, mas o Governo decretou meio dia de tolerância de ponto a 16 de Fevereiro. Como tradicionalmente acontece, o primeiro feriado é 1 de Janeiro, dia da Fraternidade Universal. Também 8 de Dezembro é dia de feriado, dia da Imaculada Conceição. Além destes dias, o Executivo definiu ainda 31 de Dezembro como dia de tolerância de ponto da parte da tarde. No total são 20 feriados, dos quais seis resultam em dias de compensação e duas tolerâncias de ponto, da parte da tarde.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaTransportes | Chui Sai Peng defende voos para Portugal e Espanha José Chui Sai Peng defende a internacionalização do mercado da aviação civil de Macau e sugeriu ao Governo a criação de ligações aéreas entre a RAEM, Portugal e Espanha. O deputado pediu também a abertura de mais voos para países asiáticos O deputado José Chui Sai Peng defendeu na quarta-feira a criação de um voo de ligação entre Macau e Portugal, mas também entre Macau e Espanha, no contexto da necessidade de aumentar a internacionalização das ligações aéreas a partir do Aeroporto de Macau. “Nas Linhas de Acção Governativa é referido que vai ser melhorada a rede aeroportuária de Macau para atrair mais visitantes internacionais. Macau já tem acordos aéreos com 50 país. Para que o território possa ser um interlocutor entre a China e o estrangeiro, quando iremos ter ligações com Portugal? Como vamos estabelecer mais ligações com a Península Ibérica, ter mais destinos na Ásia e também uma conexão com a zona do Delta do Rio das Pérolas? Como vai ser concretizado o ‘hub’ na zona do Rio das Pérolas?”, questionou o legislador. Da parte do responsável pela Autoridade de Aviação Civil ficou a promessa de que gradualmente os planos de internacionalização de voos serão concretizados. De frisar que recentemente o próprio cônsul português em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, disse ter ficado “muito irritado” com o facto de a única ligação directa de Macau para a Europa não ser feita por Lisboa ou pelo Porto. “Há dias escrevi [uma carta] para Lisboa, muito irritado, quando a Etiópia Airlines inaugurou [há duas semanas] o seu voo de carga triangular Adis Abeba-Madrid-Macau e com isso criou a primeira ligação directa de Macau para a Europa”, afirmou Alexandre Leitão, citado pelo Diário de Notícias (DN). Obras em curso De resto, durante o debate de quarta-feira o Governo deixou a promessa do arranque da construção, ainda este ano, de “um ‘hub’ de transporte aéreo internacional de Macau na margem oeste do Rio das Pérolas”, sendo que, neste contexto, o projecto de terminal de carga “Upstream” do Aeroporto Internacional de Macau em Hengqin já começou, afirmou o secretário Raymond Tam. Este “hub”, que deverá estar concluído em 2027, terá “uma parte das funções aeroportuárias, como a inspecção de segurança, paletização e distribuição de carga, transferidas para Hengqin”. Assim, pretende-se fazer “uma ligação ininterrupta entre as cidades de origem de mercadorias na Grande Baía, aperfeiçoando a rede logística inter-regional”. O projecto conjuga-se com a expansão do Aeroporto Internacional de Macau, que deverá ser realidade em 2030, permitindo, segundo Raymond Tam, “aumentar significativamente a capacidade de processamento de passageiros e carga, contribuindo para o reforço da competitividade do Aeroporto Internacional de Macau enquanto ‘hub’ aéreo regional”.
Hoje Macau Grande Plano MancheteSismos | Macau vai ter estação de monitorização em parceria nacional O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, apresentou na quarta-feira o relatório das Linhas de Acção Governativa 2025 para a sua tutela, e adiantou aos deputados que será criada uma estação de monitorização de sismos em parceria com autoridades do Interior da China O Governo de Macau anunciou na quarta-feira a criação, em conjunto com as autoridades do Interior da China, de uma estação de monitorização sísmica, como parte dos planos das autoridades para reforçar a prevenção de desastres. “Será optimizada a rede de monitorização meteorológica e sísmica, estando prevista, em colaboração com os serviços competentes do Interior da China, a construção de uma estação de monitorização sísmica”, declarou o secretário para as Obras Públicas e Transportes, ao apresentar, na Assembleia Legislativa (AL), as Linhas de Acção Governativa (LAG) para a tutela, para 2025. Raymond Tam Vai Man justificou a nova estação com a intenção de “aumentar a capacidade de análise e avaliação no âmbito de catástrofes naturais”. O espaço, concretizou na AL a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), vai estar localizado em Hengqin. “A área terrestre de Macau é pequena e a densidade populacional é muito alta, por isso é difícil encontrar espaço para a criação de estações de monitorização e agora com as políticas favoráveis com a província de Guangdong, conseguimos construir uma estação de monitorização conjunta na Zona de Cooperação [Aprofundada entre Guangdong e Macau]”, respondeu aos deputados o director dos SMG, Leong Weng Kun. O responsável notou que o espaço deverá contribuir para “aumentar a capacidade de prevenção e o conhecimento do público sobre informações meteorológicas”. Estar de acordo Macau e Zhuhai assinaram a 20 de Março o “Projecto de Cooperação Abrangente e Aprofundada no Âmbito de Meteorologia”, para reforçar a cooperação e partilha de equipamento de detecção meteorológica, programas informáticos e partilha de dados, de acordo com um comunicado divulgado pelos SMG nessa altura. Com a cooperação espera-se também reforçar a “prevenção conjunta de sistemas de alerta de catástrofes meteorológicas, promover a investigação científica e tecnológica e o desenvolvimento da inteligência artificial aplicada à actividade meteorológica”. Macau costuma ser afectado entre Maio e Novembro pela passagem de tufões, sendo Julho a Setembro o período em que se regista maior incidência de tempestades tropicais. Este ano, o território deverá ser afectado por entre cinco a oito tempestades tropicais, anunciaram em Março os SMG. Metro Ligeiro | Secretário admite lacunas de funcionamento O secretário para os Transportes e Obras Públicas Raymond Tam disse na quarta-feira que o Metro Ligeiro está ainda aquém das expectativas da população. “Tenho de confessar que os serviços do Metro Ligeiro, nomeadamente os serviços de pagamento electrónico, estão ainda aquém das expectativas da população de Macau”, referiu, prometendo medidas para que o meio de transporte melhore “de forma gradual”. Ambiente | Planeamento de políticas será estudado este ano O secretário para os Transportes e Obras Públicas Raymond Tam anunciou na quarta-feira que este ano será “iniciado o estudo para o próximo planeamento da protecção ambiental”, para sustentar novas “políticas ambientais alicerçadas numa visão científica e prospectiva”. Ainda na área do ambiente, o governante prometeu medidas para atingir o objectivo nacional da “Dupla Meta de Carbono”. Como tal, serão “impulsionadas acções concretas de redução de emissões, incluindo a elaboração legislativa para o controlo das emissões provenientes de fontes móveis de poluição não rodoviárias, o abate de veículos altamente poluentes, o aperfeiçoamento da rede de carregamento de veículos eléctricos, a exploração do potencial de aplicação de energia fotovoltaica em espaços públicos e a optimização da estrutura energética”, concluiu o relatório. Habitação | Governo admite rever toda a política Com a redução da procura por habitação económica, o Governo admite rever toda a política habitacional. “Estamos a rever a nossa política neste momento, tendo em conta as alterações registadas. Vamos avaliar se há necessidade de rever a política de cinco classes de habitação, mas é um assunto que está ainda a ser estudado”, disse Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas no debate sobre as Linhas de Acção Governativa para este ano. O governante referiu que “serão revistas e aperfeiçoadas as políticas da habitação pública, promovendo a construção de habitações social e económica e garantindo uma disponibilização racional, de modo a satisfazer as necessidades habitacionais dos residentes com diferentes níveis de rendimento”. Os lotes da Zona A dos Novos Aterros deverão estar concluídos entre 2026 e 2028.
João Luz Manchete SociedadeDroga | Registados cinco casos a envolver “petróleo do espaço” Com o registo de casos de consumo de petróleo do espaço a subir para cinco, as autoridades continuam a preparar a ilegalização desta droga. Além disso, prepara-se a compra de testes de despistagem e outros equipamentos para combater o novo fenómeno O subdirector da Polícia Judiciária (PJ), Sou Sio Keong, afirmou que até ontem tinham sido detectados cinco casos relacionados com petróleo do espaço no território. O número foi adiantado em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, durante o programa Fórum Macau, com as autoridades a prometerem tomar as medidas necessárias para combaterem a disseminação desta droga. Entre os cinco casos detectados, todos estavam relacionados com o consumo do petróleo do espaço através de cigarros electrónicos e em dois casos a existência da droga foi identificada com recurso a testes reagentes. Sou Sio Keong garantiu também que as autoridades estão a preparar a criminalização desta droga, com a alteração da legislação, e que estão a preparar a compra de testes reagentes e outros equipamentos, para poderem actuar o mais rapidamente, quando a proibição da nova droga entrar em vigor. A droga denominada petróleo do espaço recebeu este nome porque os utilizadores, após o consumo, sentem que estão no espaço. O principal componente da droga é o anestésico etomidato. É uma droga cada vez mais popular em Hong Kong, onde já foi proibida, mas também houve casos de consumo no Interior e em Taiwan. Na região vizinha, as autoridades prometeram uma política de “tolerância zero”, com várias campanhas de publicidade anti-petróleo do espaço, depois de terem ocorrido três mortes que se acredita tenham acontecido devido ao consumo deste estupefaciente. Alterações frequentes Antes das declarações de Sou Sio Keong, a revisão da lei de proibição da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas tinha sido anunciada pelo chefe do Gabinete do secretário para a Segurança, Chang Cheong, na resposta a uma interpelação da deputada Ella Lei. De acordo com a informação partilhada no início do mês, a proposta do Governo está praticamente concluída, tendo agora de ser discutida no âmbito do Conselho Executivo, para depois entrar na Assembleia Legislativa. Além do etomidato, a nova lista de substâncias proibidas vai passar também a incluir a metomidate, propoxate e isopropoxate. A proposta deve ser aprovada na Assembleia Legislativa sem dificuldades. A revisão mais recente à lei da proibição e tráfico de drogas aconteceu no Verão do ano passado, altura em que as substâncias 2-Methyl-AP-237, etazene, etonitazepyne, protonitazene e adb-butinaca passaram a ser proibidas. À margem da discussão sobre as drogas, Sou Sio Keong alertou também para a existência de mais burlas, e agora com recurso à inteligência artificial (IA), o que pode tornar a detecção mais difícil. Por este motivo, Sou indicou que a PJ realizou novos vídeos de alerta, em que se explica que as novas ferramentas podem simular a voz e a imagem de pessoas conhecidas das vítimas.
Hoje Macau Manchete SociedadePortugal / Apagão | Macau atento à segurança de estudantes As autoridades de Macau disseram ontem que estão a acompanhar de perto o impacto do corte generalizado de energia em Portugal e Espanha devido a preocupações com a segurança dos estudantes da RAEM. A DSEDJ recomendou que ficassem em locais seguros, mantendo contacto com familiares O Governo de Macau está atento ao impacto do corte de electricidade que paralisou na segunda-feira a Península Ibérica e em contacto com os estudantes da RAEM em Portugal e Espanha. Ontem de manhã, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu um comunicado a afirmar que “os estudantes devem acompanhar as informações oficiais, priorizar a sua segurança e manter contacto com as famílias”. Na manhã de ontem, o organismo liderado por Kong Chi Meng indicava que “até ao momento, não foram registados pedidos de ajuda por parte de estudantes”. Ainda assim, a DSEDJ enviou alertas por telemóvel a recomendar que os estudantes permaneçam em locais seguros e sigam as actualizações das autoridades locais e das instituições de ensino que frequentam. Apesar de o fornecimento de energia eléctrica ter sido restabelecido, a DSEDJ realça que “os governos de Portugal e de Espanha declararam o estado de emergência”. Como tal, se os estudantes em zonas afectadas enfrentarem situações de emergência, devem contactar a polícia local ou a embaixada ou consulado chinês, através da linha 24 horas do Serviço Global de Protecção Consular e Emergência do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O mesmo comunicado sugere ainda como alternativas de contacto em casos de emergência Linha Aberta para o Turismo 24 horas, a Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa e a própria DSEDJ. Regresso à normalidade Um corte generalizado no abastecimento eléctrico afectou na segunda-feira, desde as 11h33 (18h33 em Macau), Portugal e Espanha, que continuava ontem sem ter explicação por parte das autoridades. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades foram algumas das consequências do “apagão”. O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo de segunda-feira, começando pela zona centro do país. O operador de rede de distribuição de electricidade E-Redes informou que até à meia-noite de segunda-feira (07h de ontem em Macau) estavam ligadas parcialmente 424 subestações, alimentando cerca de 6,2 milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral.
João Luz Manchete PolíticaDesemprego | Joey Lao relativiza “leve subida” da taxa A subida de 0,2 por cento do desemprego no primeiro trimestre deste ano não preocupa Joey Lao, que considera a flutuação normal e abaixo dos níveis de Hong Kong e Singapura. Porém, o presidente da Associação Económica de Macau alerta para os problemas operativos das pequenas e médias empresas Nos primeiros três meses deste ano, a taxa de desemprego global aumentou 0,2 pontos percentuais face ao último trimestre de 2024, fixando-se em 1,9 por cento. A taxa de desemprego de residentes teve uma subida semelhante, atingindo 2,5 por cento no período em análise. O presidente da Associação Económica de Macau e ex-deputado, Joey Lao, considera que a flutuação da taxa, que se mantém num nível de pleno emprego, é normal. A ideia foi partilhada numa opinião publicada ontem no jornal Ou Mun, em que o economista argumenta que, de um modo geral, o mercado de trabalho de Macau mantém “boa saúde” e que, por isso, a população não precisa preocupar-se excessivamente com a situação. Apesar da subida ligeira do desemprego, Joey Lao salientou que a taxa global continua abaixo dos 2 por cento, um nível muito inferior ao verificado em regiões vizinhas. O dirigente da Associação Económica de Macau deu como exemplo a taxa de desemprego em Hong Kong que se fixou em 3,2 por cento nos primeiros três meses de 2025. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego geral e a taxa de desemprego dos residentes de Singapura foi de 2,9 por cento e 3,1 por cento, respectivamente, subindo em relação aos últimos três meses do ano passado. Boas bases O ex-deputado salienta que o Governo de Macau tem conseguido manter o desemprego em níveis seguros, apesar do elevado grau de incerteza que afecta a economia global e das disrupções no comércio externo, mostrando que a base económica de Macau e o mercado laboral mantêm a estabilidade. No artigo de opinião publicado ontem, o economista mostra maior preocupação com as dificuldades operativas das pequenas e médias empresas. Como tal, Joey Lao salientou que o Governo tem mostrado que conhece os desafios enfrentados por este segmento do tecido empresarial e por isso voltou a lançar um plano de bonificação de juros de créditos bancários em 2025 e a prestar apoio às PME para reformularem os seus negócios e tornarem-se mais competitivas. Além disso, o ex-deputado também vincou que o Governo de Sam Hou Fai garantiu nas Linhas de Acção Governativa que, para assegurar a estabilidade do mercado laboral, será dada prioridade aos residentes no acesso ao emprego.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGrande Baía | Sam Hou Fai considera Jiangmen exemplo a seguir O Chefe do Executivo terminou a visita de dois dias a três cidades da Grande Baía, tendo inclusive passado pela sua cidade natal, Zhongshan, que elogiou devido ao desenvolvimento acelerado Numa visita a Jiangmen, o Chefe do Executivo afirmou que as experiências da cidade do Interior da China são exemplos que Macau deve seguir. As declarações de Sam Hou Fai foram citadas num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS), sobre a deslocação do líder da RAEM à Grande Baía. Ao ser recebido na tarde de segunda-feira por Chen Anming, secretário do Comité Municipal de Jiangmen do Partido Comunista Chinês (PCC), Sam Hou Fai afirmou que “a cidade de Jiangmen é muito conhecida pelos seus recursos humanos e pela riqueza histórica cultural dos chineses ultramarinos”. O líder político da RAEM destacou que Macau também tem uma grande comunidade de chineses nascidos fora da China e que deve seguir “as experiências de sucesso de Jiangmen”, para promover este tipo de turismo. Em relação à cooperação entre as cidades, o governante da RAEM indicou “que as duas partes podem aproveitar os recursos comuns para se desenvolverem em conjunto e criarem produtos turísticos de alta qualidade na área do património cultural mundial”. Por outro lado, Sam Hou Fai destacou os “recursos terrestres ricos”, a “boa rede de transportes” de Jiangmen para fora da Grande Baía e uma base industrial bem instalada que, considerou, criar “uma grande perspectiva de avanço integral”. Face às perspectivas de crescimento de Jiangmen, o Chefe do Executivo afirmou que Macau “espera, em conjunto e de mãos dadas, agarrar as oportunidades geradas pelo desenvolvimento da Grande Baía, gozar da actual base aprofundada entre as duas cidades, aproveitar as vantagens-núcleos de cada uma das cidades” e “criar um novo capítulo de desenvolvimento altamente qualificado”. Outras paragens Antes de se deslocar a Jiangmen, a comitiva liderada por Sam Hou Fai fez uma paragem em Zhongshan, a sua terra natal, onde reuniu com Guo Wenhai, secretário do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhongshan. De acordo com o comunicado oficial, Sam Hou Fai sublinhou no encontro que Macau e Zhongshan “possuem uma ligação profunda em termos históricos, com trocas de contactos frequentes” e que “têm mantido uma relação amigável”. O Chefe do Executivo elogiou ainda a cidade natal por se ter “desenvolvido rapidamente, apresentando boas tendências de progresso, tanto a nível social como económico, com potencialidades de cooperação com Macau em várias áreas”. Sam Hou Fai afirmou ainda “esperar também que as empresas das duas localidades possam agarrar as oportunidades e trabalhar de mãos dadas na expansão dos seus negócios”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteApagão | Normalidade retomada ontem, causa ainda por apurar A semana arrancou de forma atípica na Península Ibérica. Passavam poucos minutos das 11h30 de segunda-feira, quando uma falha generalizada de electricidade paralisou Portugal e Espanha. Só perto das 23h a luz voltou à casa dos portugueses, mas a conta-gotas Era uma segunda-feira aparente normal, mas essa normalidade dissipou-se ao final da manhã com a falha de electricidade que, gradualmente, levou a falhas de comunicação e impossibilidade de utilização de dados móveis. Portugal e Espanha estiveram sem electricidade durante demasiadas horas na segunda-feira, num episódio sem precedentes em termos de falhas de energia. No caso de Lisboa, a luz começou a falhar poucos minutos depois das 11h30, seguindo-se a impossibilidade de comunicação via dados móveis. O trânsito no centro da capital portuguesa tornou-se caótico, sem semáforos em funcionamento, gerando alguns acidentes rodoviários. Os supermercados, cafés e restaurantes, sem possibilidade de manter o normal funcionamento e os alimentos devidamente refrigerados, fecharam portas. Muitas pessoas, assustadas com a possibilidade de ficarem vários dias sem luz, correram aos supermercados, açambarcando alimentos enlatados, garrafões de água, velas e pilhas. Além dos constrangimentos pouco habituais no dia-a-dia das pessoas, com o Metro subitamente fechado e transportes congestionados, houve voos suspensos e aeroportos encerrados. O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo de segunda-feira, começando pela zona centro de Portugal. A circulação no Metropolitano de Lisboa (ML) foi retomada na totalidade às 08h38, hora de Lisboa, primeiro nas Linhas Azul e Vermelha às 08h, na Amarela às 08h15 e na Verde às 08h38. “O Metropolitano de Lisboa teve uma vasta equipa a trabalhar durante a noite de ontem [segunda-feira] e a madrugada de hoje [terça-feira] para assegurar a reposição dos sistemas operacionais afectados pela falha generalizada de energia ontem ocorrida”, informou o ML em comunicado. Palavras do Governo Numa nota emitida pelo Governo português nas primeiras horas da manhã de ontem, foi referido que já estavam “praticamente todos os serviços, incluindo o fornecimento de energia, restabelecidos”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro. Segundo o ministro, todos os 6,4 milhões de clientes tinham já acesso a electricidade às primeiras horas da manhã de terça-feira, com excepção de 800 que tinham avarias não relacionada com o apagão. Leitão Amaro referiu ainda que o abastecimento de água está a funcionar em praticamente todo o país, registando-se apenas algumas dificuldades de pressão em “dois ou três concelhos” que serão “resolvidas rapidamente”. Relativamente aos transportes, o ministro avançou que os “comboios estão a funcionar”, sendo ainda necessário estabilizar alguns pontos da operação, mas devido aos efeitos de greve de 24 horas que decorreu na segunda-feira. Sobre os aeroportos, “estão operacionais”, referiu Leitão Amaro, reconhecendo que, no caso do Aeroporto de Lisboa, que foi o mais afectado pela falha de energia, devendo demorar dois dias [até hoje] a ter os fluxos estabilizados, embora os sistemas estejam todos operacionais. Escolas e saúde normalizados O governante português adiantou ainda que, relativamente às escolas, a orientação emitida durante a madrugada a todos os directores foi para abrirem e funcionarem normalmente, com excepção dos casos em que pode, eventualmente, verificar-se alguma razão de segurança específica. “O fornecimento de combustíveis está normalizado e não se registaram, durante a noite, ocorrências relevantes de segurança ou de protecção civil” no país, avançou Leitão Amaro, salientando ainda que a situação está estabilizada também nos serviços de saúde. “Os hospitais e centros de saúde estão com condições, em termos de fornecimento e abastecimento, para funcionarem normalmente”, assegurou. “Neste momento, o que podemos dizer é que os sistemas [energéticos] estão estabilizados, quer no transporte, quer no abastecimento aos consumidores”, realçou o ministro da Presidência. Em Espanha também houve vários constrangimentos, sobretudo ao nível dos transportes. Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, disse na segunda-feira, citado pela Lusa, que este episódio foi inédito no país. O governante falou ao país após a segunda reunião do dia do Conselho Nacional de Segurança de Espanha. “Estão a analisar-se todas as causas potenciais sem descartar qualquer hipótese”, acrescentou. Perda de gigawatts O líder do Governo espanhol revelou que, segundo explicaram os técnicos e peritos da rede eléctrica espanhola, 15 gigawatts de geração “perderam-se subitamente do sistema, em apenas cinco segundos, algo que nunca tinha acontecido”. Segundo explicou, para dar uma dimensão do ocorrido, 15 quilowatts de geração correspondem aproximadamente à procura de electricidade total no país à hora do apagão (12h33 em Espanha, 11h33 em Lisboa). “O que provocou este desaparecimento súbito do abastecimento” é algo que os especialistas ainda não conseguem explicar, acrescentou. Nas primeiras horas após o apagão começaram a circular informações sobre um possível ciberataque, que nunca se confirmaram. Poucas horas depois do apagão, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, referiu na rede social Linkedin que tinha falado com os primeiros-ministros Pedro Sánchez e Luís Montenegro sobre o acompanhamento do caso. “Reafirmei que a Comissão Europeia tem apoiado e monitorizado a situação com as autoridades nacionais e europeias e juntamente com o nosso Grupo de Coordenação de Electricidade. Vamos reunir esforços e partilhar informações para ajudar a restaurar o sistema de fornecimento de electricidade, concordando em mantermos um contacto estreito”, pode ler-se numa das publicações. Eduardo Prieto, chefe de operações da espanhola Red Eletrica, disse à Associated Press que a situação não tinha precedentes, tratando-se de algo “excepcional e extraordinário”. Uma das possíveis causas apontadas para o apagão é um fenómeno atmosférico raro, referido como “vibração atmosférica induzida”, que pode ter originado “oscilações anómalas” nas linhas de alta tensão da rede de energia espanhola. “Estas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas eléctricos, levando a perturbações sucessivas nas redes europeias interligadas”, disse a empresa portuguesa de energia REN à BBC na tarde de segunda-feira. Porém, mais tarde a REN desmentiu estas informações. Muitas questões Outra das causas poderá ter sido problemas técnicos na própria rede eléctrica. Onyema Nduka, professor catedrático de sustentabilidade energética na Universidade de Londres, afirmou que as redes eléctricas estão normalmente interligadas porque as centrais de produção que as alimentam estão localizadas longe das cidades. Isto significa que um corte de energia numa parte da rede pode “levar a um efeito de cascata noutras áreas”. “Idealmente, as redundâncias são incorporadas no sistema, como ter vários pontos de abastecimento, geradores de reserva situados em diferentes locais, fios e cabos interligados, etc.”, afirmou. A solução passa por as empresas de energia restabelecerem a electricidade aos clientes afectados o mais rapidamente possível, mas o procedimento para o fazer “ainda não foi revelado”, acrescentou Nduka. As autoridades portuguesas, citadas pela AP e pelos meios de comunicação social locais, atribuíram até agora a falha de energia a problemas técnicos não especificados, com origem no exterior do país, mas referiram que a investigação ainda está em curso. A possibilidade de um ciberataque está, para já, afastada. “Espanha tem mecanismos para lidar com este tipo de situações. Mais uma vez, apelo aos cidadãos para que colaborem com todas as autoridades e actuarem de forma responsável e civilizada, como sempre fizemos”, escreveu Pedro Sánchez nas redes sociais. O Centro Nacional de Cibersegurança português também afirmou, em comunicado, não existirem indícios de que a falha tenha sido causada por um ataque informático. Em declarações à Euronews, Taco Engelaar, director-geral da Neara, especialista em infra-estruturas energéticas, afirmou que a interconectividade das redes nacionais e dos seus sistemas significaria que uma falha ou um ataque teria o mesmo resultado líquido. “Uma falha tão generalizada da rede é extremamente invulgar e pode ser causada por uma série de factores: uma falha física na rede que provoque o corte de energia, um ciberataque coordenado ou um desequilíbrio dramático entre a procura e a oferta que tenha feito o sistema da rede ultrapassar os limites”, afirmou. “Se for uma falha do sistema, então a interconectividade entre as diferentes redes regionais e nacionais pode levar à grande quantidade de cortes de energia a que estamos a assistir hoje [segunda-feira]”, acrescentou. “O mesmo se aplica a um ciberataque – muitos destes sistemas estão ligados e partilham activos – derrubar um pode derrubar muitos”, rematou. Com agências
Hoje Macau Manchete PolíticaPonte HKZM | Travessias de estrangeiros sobem 70% Desde o início do ano, até domingo, mais de 172 mil passageiros estrangeiros usaram a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, volume que representa uma subida anual de 70 por cento. No total, mais de 10 milhões de pessoas utilizaram a ponte no mesmo período, quase mais 19 por cento do que no ano passado A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a maior travessia marítima do mundo, registou mais de 172 mil passageiros estrangeiros até domingo, um aumento de 70 por cento em comparação com o mesmo período de 2024. “Este aumento deve-se em grande parte à expansão das políticas de isenção de visto pela China, sendo que o posto fronteiriço terrestre de Zhuhai é o único no território continental chinês que oferece acesso rodoviário directo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong”, avançou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Até domingo, o número total de viagens através da ponte tinha aumentado 18,9 por cento em termos homólogos, ultrapassando os 10 milhões de passageiros, meta alcançada 25 dias mais cedo do que em 2024. De acordo com a Xinhua, as viagens de residentes do Interior da China aumentaram 30,3 por cento para 4,18 milhões, enquanto as travessias de veículos registados em Hong Kong e Macau pelo posto fronteiriço de Zhuhai subiram 32,4 por cento para quase 1,2 milhões este ano, com uma média diária superior a 10 mil, de acordo com dados fornecidos pelas autoridades alfandegárias. A terra no mar A ponte, que liga as três regiões, é a mais longa travessia marítima do mundo, com uma extensão de cerca de 55 quilómetros, que incluem um túnel subterrâneo de quase sete quilómetros entre duas ilhas artificiais para facilitar a navegação no delta do Rio das Pérolas. A construção da ponte arrancou em 2009, mas foi afectada por atrasos, a morte de mais de 20 trabalhadores e derrapagens orçamentais. O custo final da infra-estrutura está estimado em 16,4 mil milhões de dólares, mais 25 por cento do que o inicialmente previsto. A infra-estrutura inaugurada em 2018, que reduziu em cerca de metade o tempo de viagem entre Macau e Hong Kong, foi apontada pelo Governo da China como um importante símbolo da política de integração da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
Hoje Macau Manchete PolíticaEconomia | Projectos-chave vão custar mais de 40 mil milhões Sam Hou Fai avançou com uma estimativa para o custo dos quatro projectos destinados a diversificar a economia, numa conferência de imprensa exclusiva para alguns meios locais e média da Grande Baía. O Chefe do Executivo apelou aos jovens para “saírem da sua zona de conforto” e procurarem oportunidades no Interior da China Antes de partir para uma visita oficial a Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen, o Chefe do Executivo anunciou detalhes sobre os chamados quatro projectos-chave para diversificar a economia, apresentados nas Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. Numa conferência de imprensa para meios de comunicação social nacionais, e alguns locais seleccionados, Sam Hou Fai apresentou estimativas de custos para três das quatro grandes infra-estruturas que serão construídas ao longo da próxima década. O projecto que parece ter a factura maior é a Cidade (Universitária) de Educação Internacional de Macau de Hengqin que, segundo a imprensa local, poderá custar 20 mil milhões de patacas aos cofres públicos. O projecto, que será construído na Ilha da Montanha, irá avançar com a Universidade de Macau na dianteira, enquanto a “primeira instituição de ensino superior de Macau a implementar o modelo de extensão pedagógica na Zona de Cooperação em Hengqin”. O objectivo é o alargamento posterior a outras instituições públicas e privadas de Macau e procurar obter autorização para construir mais Laboratórios de Referência do Estado. Segundo as LAG, o projecto tem como objectivo “criar um ambiente pedagógico que esteja uniformizado com o de Macau, e configurar um projecto piloto de integração de Macau com Hengqin no âmbito do ensino superior”. O projecto do Bairro Internacional Turístico e Cultural de Macau é o segundo mais caro na lista, com um custo estimado de 12 mil milhões de patacas. Ainda sem um local escolhido, Sam Hou Fai mencionou a zona do Parque Oceanus e as imediações da Torre de Macau como possibilidades. “Temos de construir algo que seja icónico na região da Ásia-Pacífico e mesmo a nível mundial. Deve também reflectir o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente em Macau e promover os elementos principais da cultura chinesa e do nosso património histórico”, afirmou o Chefe do Executivo, segundo o Canal Macau da TDM. O concurso público para este projecto deve ser lançado na segunda metade deste ano, e deve ter uma duração de dois a três anos. O projecto integrará elementos culturais, turísticos e comerciais, destacando-se o Museu Nacional de Cultura de Macau, o Centro Internacional de Artes Performativas de Macau e o Museu Internacional de Arte Contemporânea. Os ares de fora Os restantes projectos-chave são o Hub (Porto) de Transporte Aéreo Internacional de Macau na margem oeste do Rio das Pérolas e o parque industrial de investigação e desenvolvimento das ciências e tecnologias de Macau. Para este último, Sam Hou Fai não avançou com uma estimativa quanto ao custo. Já o hub de transporte aéreo, tem duas fases previstas. A primeira, tem o objectivo de aumentar a capacidade e os recursos em termos de rotas aéreas internacionais do Aeroporto de Macau e a segunda, aproveitar as vantagens da cooperação com o Aeroporto de Zhuhai. Este projecto tem um custo estimado de 6 mil milhões de patacas. O Chefe do Executivo deixou ainda uma mensagem para a juventude de Macau, aconselhando a aposta nas oportunidades de emprego na Grande Baía. “Temos de sair da nossa zona de conforto e libertar-nos da mentalidade antiga de nos contentarmos a ficar confortáveis no nosso canto. Através de Hengqin, podemos entrar na Grande Baía e compreender o desenvolvimento global do país”, afirmou o governante.
Hoje Macau Manchete PolíticaLAG 2025 | Um quarto da população de Macau será idosa até 2041 Coube ontem à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura apresentar o relatório das Linhas de Acção Governativa para este ano. O Lam sublinhou o cenário de envelhecimento populacional, esperando que até 2041 quase 25 por cento da população seja idosa, afectando a distribuição de recursos financeiros públicos O Governo disse ontem que prevê uma “superbaixa taxa de natalidade” ainda esta década e perto de um quarto da população idosa até 2041. “Em 2029, iremos entrar numa fase de superbaixa taxa de natalidade. E com esse fenómeno, podemos já entender que isso vai ter implicações na nossa força laboral, no nosso ensino e na distribuição dos nossos recursos”, disse a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, ao apresentar, na Assembleia Legislativa (AL), as Linhas de Acção Governativa (LAG) para a tutela. Macau registou no ano passado 3.607 nascimentos, menos 105 em termos anuais, registando uma taxa de natalidade – número de recém-nascidos por mil habitantes – de 5,3, de acordo com dados oficiais. Além disso, o território registou em 2024 uma taxa de fertilidade de 0,58 filhos, a menor de sempre em Macau. Também conhecida como taxa de fecundidade, esta é uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher terá até ao fim do período reprodutivo. A taxa de fecundidade de 0,58 é ainda mais baixa do que a estimativa feita num relatório divulgado em Julho pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA, na sigla em inglês): 0,68 nascimentos por mulher. Nesse relatório, a UNDESA apontava que a estimativa de 0,68 era a mais baixa do mundo. “E todo o nosso paradigma de apoio às famílias também vai ser diferente”, anunciou O Lam, que foi pela primeira vez à AL como secretária do Governo. O novo Governo, que tomou posse em dezembro, quer “incentivar a procriação”, apostar na educação e reforçar apoio às famílias, reforçou O Lam. “Muito trabalho” por fazer A secretária lembrou que vai ser instituído, a partir deste ano, um subsídio de assistência à infância, no valor de 1.500 patacas mensais, destinado a crianças com menos de três anos e que sejam residentes de Macau. O subsídio de nascimento “foi aumentado” para um total de 6.500, lembrou a responsável, referindo ainda o “programa de apoio à reprodução medicamente assistida”. Na AL, O Lam indicou que até, ao final desta década, Macau vai ultrapassar “o critério de superenvelhecimento”. E expôs números: em 2024, os idosos (com 65 anos ou mais) representavam 14,6 por cento da população total; até 2029 deverão ser 21,4 por cento e até 2041 quase um quarto da população (24,8 por cento). Neste sentido, a secretária lembrou que “há muito trabalho a fazer”, nomeadamente em relação aos lares de terceira idade. O tempo médio de espera para entrar numa instituição destas é de 16 meses, notou, salientando que vão ser criados mais lares, incluindo privados.
Hoje Macau Grande Plano MancheteCorte de electricidade afecta Portugal, Espanha e partes do sul de França Uma falha de electricidade afectou, pelas 11h33 (18h33 em Macau), Portugal, Espanha e algumas zonas do Sul de França. Nos primeiros instantes, disseminaram-se informações e especulação sobre a causa do apagão, nomeadamente em relação a um possível ciberataque de larga escala, hipótese que não foi excluída numa primeira instância pela Secretaria-Geral da Administração Interna. Até ao fecho desta emissão, a causa ainda não era clara, nem havia uma estimativa para o retorno da electricidade, mas o primeiro-ministro Luís Montenegro afirmava que tinha esperanças de que o abastecimento de luz fosse retomado ainda durante o dia de ontem, de acordo com a hora da Lisboa (menos 7 em relação a Macau). Porém, havia notícias em meios de comunicação social portugueses que apontavam para o retorno da electricidade em vários pontos do país, assim como em Espanha. O jornal Expresso citava dados recolhidos pelos operadores da rede eléctrica na Península Ibérica que apontavam para desequilíbrios de tensão como explicação para o “apagão”, em vez de um ciberataque destinado a afectar as infra-estruturas energéticas. Até ao fecho desta edição, o Governo português não afastava qualquer explicação para o incidente. A E-Redes alertou que a previsão de reposição da electricidade se mantinha indefinida e que poderia ser prolongada, sem adiantar uma estimativa. “Face aos problemas da rede que persistem a previsão de reposição da energia mantém-se indefinida e poderá ser prolongada”, informou a operadora da rede de distribuição de energia eléctrica em Portugal continental, em comunicado. A E-Redes reiterou que o fornecimento de electricidade em Portugal estava a ser afectado por constrangimentos a montante da rede de distribuição, na rede de muito alta tensão em Espanha. De acordo com a REN – Rede Elétrica Nacional, o apagão de ontem pode ter sido provocado por oscilações anormais de temperatura em Espanha. A notícia foi avançada pela BBC, que menciona um fenómeno atmosférico. Cenário de pandemónio O incidente causou o caos no país. Nos aeroportos, os check-ins passaram a ser manuais e começaram a ser anunciados atrasos em voos num primeiro momento, mas acabaram por ser cancelados. A TAP divulgou um comunicado a apelar aos passageiros para não se dirigirem aos aeroportos, visto funcionamento estar temporariamente condicionado devido ao apagão. Também o tráfego ferroviário foi totalmente interrompido em toda a Península Ibérica. Nos hospitais foram accionados geradores de emergência e os serviços de urgências e cirurgias foram priorizados para dar resposta a casos urgentes. Além da reunião da emergência do Conselho de Ministros, o Centro de Coordenação Operacional Nacional, que integra as entidades no âmbito das operações de protecção e socorro, reuniu-se para a acompanhar a situação e adoptar os procedimentos necessários devido à falta de energia em Portugal Continental. Os sistemas telefónico e informático do Instituto Nacional de Emergência Médica estava a funcionar até ao fecho desta edição com recurso a geradores e os postos de abastecimento de combustíveis interromperam os serviços. Por outro lado, o grupo Águas de Portugal (AdP) apelou ao consumo de água apenas para usos essenciais, de forma “muito moderada”, e disse que existiam apenas “falhas pontuais”. Ouvida pela Lusa a propósito do corte generalizado de electricidade e de uma possível falha de água, fonte oficial da empresa alertou que poderá haver constrangimentos de consumo, embora sem avançar dados mais concretos. A AdP, que junta mais de uma dezena de fornecedores de água no continente, “apela ao uso de água apenas para o essencial” . “A AdP está a acompanhar a situação em todas as empresas”, disse a fonte. A empresa, acrescentou, pretende garantir que os serviços essenciais têm água e recordou que os reservatórios têm água mas que é preciso energia para a transportar, e que mesmo os próprios prédios precisam de energia para fazer chegar a água às torneiras dos consumidores.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Analistas acreditam que meta de 240 mil milhões pode ser alcançada Embora seja um cenário cada vez mais complicado, e sem se conhecer ainda o impacto da guerra comercial, os analistas da CreditSights não excluem, por agora, a concretização das previsões do Governo para as receitas do jogo de 2025 A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. acredita que ainda é possível as receitas do jogo em Macau atingirem as estimativas do Governo de 240 mil milhões de patacas no fim deste ano. A posição foi tomada pelos analistas Nicholas Chen e David Bussey, no mais recente relatório sobre o mercado do jogo de Macau, citado pelo portal GGR Asia. Com a revelação dos dados do jogo nos primeiros meses do ano, em que o montante das receitas ficou sempre abaixo dos 20 mil milhões de patacas, o Governo começou a admitir que meta traçada anteriormente não fosse atingida. Estes números ficaram aquém das expectativas dos analistas, apesar de ainda não mostrarem os possíveis efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos à China. “Por enquanto, pensamos que ainda existe a possibilidade de as receitas totais do jogo atingirem o objectivo de Macau para 2025, uma vez que a recuperação do número de visitantes pode compensar a estagnação das receitas brutas do jogo por visitante”, escreveram os analistas Nicholas Chen e David Bussey. “Partindo do princípio de que as receitas brutas por jogador diminuem uns modestos 3 por cento em 2025 face ao período homólogo – ou seja, cerca de 6.300 patacas – o total de visitantes anual teria de ser de cerca de 38,1 milhões ou 97 por cento dos níveis anteriores à covid [para se atingir a meta dos 240 mil milhões de patacas]”, acrescentam. Todavia, os analistas admitem que o cenário é mais complicado do que aquilo que seria previsto, devido à guerra comercial: “Embora, com base nos dados conhecidos até agora, as previsões ainda pareçam estar ao alcance, reconhecemos que o caminho é mais difícil devido às incertezas relacionadas com as tarifas”, justificou a CreditSights. Com menos dinheiro Sobre os visitantes, apesar de serem mais, a CreditSights admite que houve uma quebra nas apostas na ordem dos 11 por cento, com as receitas por jogador a rondarem as 6.406 patacas. Para os analistas, esta diferença sugere “uma maior proporção de jogadores a gastar menos, ou seja, que vêm de zonas do Interior da China com menos capacidade para jogar”. Além disso, a CreditSights também admite que uma parte dos novos visitantes nem chegue a jogar nas mesas do território. “Consideramos que a recuperação das receitas brutas do jogo por visitante permanece limitada, dado que esperamos que o aumento do número de visitantes se deva em grande parte das províncias chinesas com menor PIB [produto interno bruto] per capita”, foi justificado. No primeiro trimestre do ano as receitas brutas do jogo foram de 57,7 mil milhões de patacas, um aumento de 0,6 por cento face ao período homólogo, quando as receitas tinham sido de 57,3 mil milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeCAM | Guerra comercial ameaça transporte de mercadorias A CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau admite que a “situação geopolítica” e a “instabilidade económica mundial” estão a afectar o transporte de mercadorias e que as estimativas anteriores podem não ser atingidas A companhia gestora do Aeroporto Internacional de Macau admitiu na quinta-feira que poderá falhar as metas de passageiros e carga fixadas para 2025, devido à “situação geopolítica e à instabilidade económica mundial”. A CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau revelou que cerca de 1,83 milhões de passageiros passaram pela infra-estrutura nos primeiros três meses do ano, mais 2,2 por cento do que em igual período de 2024. Num comunicado, a empresa sublinhou que o aeroporto processou cerca de 14 mil voos de passageiros, mais 1,6 por cento do que entre Janeiro e Março do ano passado. Pelo contrário, o volume de carga que passou pela infra-estrutura, situada na Taipa, caiu 9,5 por cento no primeiro trimestre, em termos anuais. A CAM admitiu que o aeroporto teve “um desempenho não tão bom como o esperado. A situação geopolítica e a instabilidade económica mundial têm imposto desafios ao desenvolvimento das rotas”. “O aumento dos custos operacionais para as companhias aéreas restringiu ainda mais a sua capacidade, levando a mudanças perceptíveis na estrutura do mercado e tendo um impacto significativo nas operações de passageiros e carga”, referiu a empresa. “Prevê-se que o volume de passageiros e de carga em 2025 não esteja alinhado com a meta prevista no início do ano”, admitiu a CAM. Objectivo de 113 mil toneladas Em Fevereiro, o presidente da CAM, Simon Chan Weng Hong, previu para 2025 um movimento superior a oito milhões de passageiros – o que seria um aumento de 8 por cento -, 65 mil movimentos de voo e um volume de carga de 113 mil toneladas. A 3 de Abril, a companhia Ethiopian Airlines lançou a primeira rota de carga de longo curso a partir de Macau, com destino à capital espanhola, Madrid, com duas viagens de ida e volta por semana, a pensar em mercadorias de comércio electrónico transfronteiriço. No comunicado de sexta-feira, a CAM revelou que a companhia de baixo custo AirAsia vai iniciar voos ‘charter’ para Tawau, na Malásia, no início de Maio. No mesmo mês, Macau deverá ter uma nova rota para Jeju, no sul da Coreia do Sul, operada pela Jeju Air, companhia aérea ‘low cost’ que também planeia começar a voar a partir de Cheongju, no centro do país. O aeroporto de Macau tem actualmente voos regulares de passageiros operados por 27 companhias aéreas para 41 destinos na China continental, Taiwan, Sudeste Asiático, Japão e Coreia do Sul, de acordo com o portal da CAM. Em Janeiro, a empresa prometeu, em conjunto com o Governo, “explorar mais mercados internacionais com companhias aéreas estrangeiras e locais, para promover (…) o desenvolvimento de rotas em 2025”. Em Junho de 2023, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, descreveu o lançamento de voos directos entre Macau e Portugal como “um sonho”, mas lembrou também ser possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Cantão e Shenzhen. A CAM revelou que a companhia de baixo custo AirAsia vai iniciar voos ‘charter’ para Tawau, na Malásia, no início de Maio.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo | Prevista subida de número de visitantes A directora dos Serviços de Turismo admite que o cenário pode mudar, e que o Governo está preparado para isso, mas, por enquanto, mantém confiança no crescimento do mercado de turismo de pelo menos 4,1% n durante os feriados do Dia do Trabalhador A directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, previu na sexta-feira uma subida de pelo menos 4,1 por cento no número de visitantes durante os feriados do Dia do Trabalhador. Senna Fernandes disse esperar uma média diária de entre 127 mil e 140 mil turistas entre 1 e 5 de Maio, um período de feriados no Interior, conhecido como “semana dourada”. Aos jornalistas de língua portuguesa, a dirigente acrescentou que Macau poderá receber entre 630 mil e 700 mil visitantes durante estes cinco dias, uma das épocas altas para o turismo no território. A previsão mais conservadora significaria um aumento de 4,1 por cento em comparação com a mesma “semana dourada” de 2024, enquanto a previsão mais optimista seria uma subida de 15,7 por cento. Na quinta-feira, a companhia gestora do Aeroporto Internacional de Macau admitiu que poderá falhar as metas de passageiros e carga fixadas para 2025, devido à “situação geopolítica e à instabilidade económica mundial”. Mas a directora da DST disse que “ainda é um bocadinho cedo” para baixar as expectativas para o número total de visitantes durante o ano, que tinha sido fixado em 39 milhões. Isto porque “realmente as políticas estão a mudar todos os dias (…) Não temos uma visão global ainda do que vai acontecer, se calhar daqui a duas semanas”, admitiu Senna Fernandes. “Estamos a ter muito cuidado, estamos a observar o que está a acontecer mundialmente”, acrescentou a dirigente. Para o que der e vier “Temos que ter optimismo e fazer o nosso trabalho, mas também prepararmo-nos para o que pode acontecer”, defendeu Senna Fernandes. A directora da DST falou após a cerimónia de abertura da 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau. Em 10 de Abril, Senna Fernandes disse que a região está atenta ao potencial impacto na confiança dos turistas chineses das tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações vindas da China. Em 15 de Abril, o novo líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo. O anterior Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, tinha previsto receitas de jogo de 240 mil milhões de patacas em 2025, ou 20 mil milhões por mês. Mas, nos primeiros três meses do ano, os casinos de Macau registaram receitas totais de 57,7 mil milhões de patacas, abaixo da meta fixada pelo Governo. “Temos de ter um sentimento de risco”, alertou Sam Hou Fai.
Hoje Macau Manchete PolíticaOrçamento | Excedente das contas públicas suplanta previsão Apesar de Sam Hou Fai admitir a possibilidade de apresentar um orçamento rectificativo e defender a necessidade de maior austeridade, nos primeiros três meses o excedente orçamental atingiu 9,25 mil milhões de patacas Macau terminou Março com um excedente nas contas públicas que já é maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025, foi na sexta-feira anunciado. Nos primeiros três meses, o excedente atingiu 9,25 mil milhões de patacas, mais 11,8 por cento do que no mesmo período de 2024, de acordo com dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças do território. As autoridades tinham previsto um excedente de apenas 6,83 mil milhões de patacas para este ano. Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado no ano anterior. O ano de 2024 foi o primeiro desde 2020, no início da pandemia de covid-19, em que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica, sem efectuar transferências da reserva financeira. Ainda assim, em 15 de Abril, o líder do Governo, Sam Hou Fai, admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo. Os dados oficiais revelam um crescimento de 0,15 por cento, para 22,2 mil milhões de patacas, nas receitas dos impostos sobre o jogo até Março, que ainda assim representaram 88,4 por cento do total. As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos. A força do jogo Até Março, os casinos de Macau registaram receitas totais de quase 57,7 mil milhões de patacas, mais 0,6 por cento do que no mesmo período de 2024. Apesar do crescimento nas receitas dos impostos sobre o jogo, a receita corrente de Macau caiu 5,38 por cento nos primeiros três meses de 2025, em termos anuais, para 25,1 mil milhões de patacas. A principal razão para a diminuição foram as receitas financeiras, que passaram de mil milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024 para apenas duas mil patacas este ano. Esta rubrica corresponde aos resultados da Autoridade Monetária de Macau, o regulador financeiro da região, incluindo receitas de investimentos e de juros e dividendos. Nos primeiros três meses, Macau recolheu 22,3 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento, que é de 112,6 mil milhões de patacas. O aumento do excedente do território deveu-se sobretudo à despesa pública que desceu 13,8 por cento entre Janeiro e Março, para 15,9 mil milhões de patacas, sobretudo devido um corte de 21,4 por cento em apoios sociais e subsídios dados à população. O Governo gastou 4,52 mil milhões de patacas no âmbito do Plano de Investimentos e Despesas da Administração (PIDDA), menos 13,2 por cento em comparação com os três primeiros meses de 2024.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAviação | Cônsul irritado” com oportunidades desperdiçadas Alexandre Leitão admite ter escrito para Portugal a queixar-se da falta de aproveitamento do momento para criar uma ligação aérea de transporte de mercadorias entre Macau e a Europa. O diplomata criticou o facto de a única ligação aérea directa entre Macau e a Europa não ser feita através de Portugal O cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, confessou ter ficado “muito irritado” com o facto de a única ligação directa de Macau para a Europa não ser feita por Lisboa ou pelo Porto. As declarações foram prestadas numa apresentação do pavilhão do Turismo de Portugal na Feira Internacional de Turismo de Macau. “Há dias escrevi [uma carta] para Lisboa, muito irritado, quando a Etiópia Airlines inaugurou [há duas semanas] o seu voo de carga triangular Adis Abeba-Madrid-Macau e com isso criou a primeira ligação directa de Macau para a Europa”, afirmou Alexandre Leitão, citado pelo Diário de Notícias (DN). O representante de Portugal na RAEM e RAEHK explicou que desde há dois anos insistia com as autoridades de Lisboa para que a ligação fosse assegurada por uma companhia portuguesa, com um aeroporto nacional, Porto ou Lisboa, como plataforma europeia. “Venho insistindo nisso há dois anos, por isso não me convencem que não é viável”, disse Alexandre Leitão, lembrando em Macau vivem 153 mil portugueses, inseridos numa região que num raio de 200 quilómetros tem dois polos urbanos como Shenzhen e a cidade de Cantão, além de Hong Kong. “Aqui existem mais de uma centena de restaurantes que se reclamam portugueses, há concessionárias, há comércio e este ano vão abrir mais dois restaurantes portugueses. Repito, não me convencem que não é viável um voo que faça uma dupla função de transporte de pessoas e transporte de mercadorias”, sublinhou. Falta de visão Os voos da Etiópia Airlines vão trazer 20.000 toneladas de carga por ano “através de um voo puramente comercial”, entre Adis Abeba, que é a placa africana, Madrid a placa europeia e Macau. “Expliquem-me lá porque é que Lisboa não é placa atlântica e também europeia, além de ser lusófona para mercados como o Brasil, que são servidos como nenhum outro? Ou o Porto? E porque é que as capitais africanas, lusófonas, não são também instrumentos, plataformas de distribuição das mercadorias e serviços para outros países em África que querem vir para cá?”, apontou. “Enfim, não sou técnico de aviação, mas até que me expliquem por A mais B que não faz sentido nenhum, eu continuarei a insistir nisso. E confesso-vos que no dia em que o avião entrou no aeroporto, com os jatos de água, eu fiquei aborrecido e escrevi para Lisboa a dizer que esperava sinceramente que este voo significasse uma consciencialização dos operadores relevantes em Portugal, do Governo e da TAP”, desabafou. O apelo do cônsul surgiu para assegurar que Portugal se posicione para aproveitar o transporte directo de passageiros entre Macau e a Europa. “Todas as pessoas interessadas em Portugal [olhem para] este potencial antes que a Etiópia ou outra companhia qualquer decida mesmo fazer o voo de passageiros directo para Madrid ou para Paris, onde quer que seja. Assim, a tarefa torna-se mais difícil. E é este o apelo que eu vos faço”, concluiu.
Hoje Macau Grande Plano MancheteLAG 2025 | Facilitada passagem automática de visitantes estrangeiros Na apresentação do relatório das Linhas de Acção Governativa deste ano para a área da Segurança, Wong Sio Chak referiu a ideia de facilitar a entrada em Macau a visitantes estrangeiros, com a criação de mais pontos de passagem automática O secretário para a Segurança anunciou, na sexta-feira, planos para acelerar o controlo fronteiriço de visitantes estrangeiros através da utilização de canais electrónicos automáticos. Durante a apresentação do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2025 na área da segurança, Wong Sio Chak afirmou que o território irá alargar a utilização de pontos de passagem automática a cidadãos estrangeiros sem estatuto de residente ou autorização de trabalho. Para facilitar os “intercâmbios com o exterior”, as autoridades irão expandir os equipamentos de autosserviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou o dirigente. Aos deputados na Assembleia Legislativa, o secretário acrescentou que o Governo continuará a optimizar a tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços e a estudar a sua extensão a não-residentes este ano. “Estamos também a estudar formas de alargar o número de utilizadores elegíveis para os canais de passagem automática, permitindo que mais turistas estrangeiros beneficiem de processos de imigração mais rápidos e de uma circulação mais fluida na Grande Baía”, declarou Wong. Discurso e companhia No seu discurso, o secretário declarou que “relativamente à criação de uma plataforma com um nível mais elevado de abertura ao exterior, continuarão a ser optimizados os serviços de entrada e de saída e as medidas de facilitação da passagem fronteiriça, para garantir uma passagem segura, eficaz, eficiente e confortável”. Assim, “com vista a promover o intercâmbio com o exterior, os canais de passagem automática passarão, também, a ter como utilizadores os estrangeiros, para que estes tratem das formalidades de inspecção de entrada e de saída através destes canais”. De acordo com dados oficiais, Macau recebeu, em 2024, 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas apenas 2,42 milhões foram turistas internacionais. Em Outubro do ano passado, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês alargou a política de isenção de vistos a portugueses, inserindo assim Portugal numa lista que abrangia já outros 16 países europeus. A medida, que permite aos portugueses permanecer na China para turismo, negócios ou trânsito durante um máximo de 15 dias, vigora pelo menos até 31 de Dezembro de 2025. No mesmo mês, a China continental tinha anunciado o alargamento, de 90 para 180 dias, do período de permanência para residentes estrangeiros de Macau em vistos de entradas múltiplas no país. A medida inclui residentes estrangeiros permanentes e não-permanentes de Macau que se desloquem “ao Interior da China para turismo de curta duração, comércio, visita a familiares, visitas e outras actividades”. A partir de Julho, a Administração Nacional de Imigração (NIA, na sigla em inglês) chinesa já tinha permitido aos residentes permanentes estrangeiros de Macau e Hong Kong requerer uma autorização para entrar no Interior da China, válida por um máximo de cinco anos. A medida abrange membros da comunidade portuguesa que sejam residentes permanentes em Macau e que, até então, estavam obrigados a pedir um visto para viajar até ao outro lado da fronteira.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSands | Rendimento líquido em Macau caiu 32% no primeiro trimestre Sobre a possibilidade de o grupo americano sofrer retaliações em Macau devido às tarifas impostas por Donald Trump, o presidente da Las Vegas Sands destaca a relação “incrível” com Pequim e afirma que não perde o sono com a questão Nos primeiros três meses do ano, o rendimento líquido da Sands China, empresa que controla os casinos Venetian, Londoner e Parisian, teve uma redução de 32 por cento face ao período homólogo. Os resultados foram anunciados pela empresa-mãe da Sands China, a Las Vegas Sands, através de um comunicado. Segundo os números adiantados, a representação da empresa norte-americana em Macau gerou um rendimento líquido de 202 milhões de dólares americanos, o que equivale a 1,62 mil milhões de patacas. Este total representa uma diferença negativa de 32 por cento face ao primeiro trimestre do ano passado, quando o rendimento líquido tinha atingido 297 milhões dólares americanos (2,39 mil milhões de patacas). A diferença no rendimento acompanhou a tendência das receitas líquidas que apresentaram uma quebra de 5,7 por cento, para 1,71 mil milhões de dólares americanos (13,74 mil milhões de patacas), face às receitas anteriores de 1,81 mil milhões de dólares (14,54 mil milhões de patacas). As receitas incluem não só o dinheiro gerado com as operações dos hotéis e casinos, mas também com as operações de ferry, através da Cotai Waterjet. Apesar de admitir que em Macau a situação do mercado está pior do que no passado, Robert Goldstein, presidente da Las Vegas Sands, reiterou o compromisso e a confiança no território. “Em Macau, embora no ambiente actual o crescimento do mercado tenha abrandado, o nosso compromisso de décadas para realizar investimentos que reforcem a atracção de Macau como um destino de turismo e apoiar o desenvolvimento do centro mundial de turismo deixa-nos bem posicionados para aproveitar o crescimento no futuro”, afirmou. Apesar do optimismo, Patrick Dumont, director das operações das Las Vegas Sands, reconheceu que a empresa “tem algum trabalho para fazer em Macau” e que vai focar-se neste objectivo para “melhorar as perspectivas de crescimento do negócio” no território. Boa relação com Pequim Durante a conferência de apresentação dos resultados, Robert Goldstein abordou também a possibilidade de a empresa americana sofrer retaliações em Macau, devido ao actual ambiente político entre Washington e Pequim. “Penso que não estamos no Interior da China, estamos em Macau, por isso, diria que existe aqui uma diferença. Em primeiro lugar, acho que Macau tem uma orientação diferente face Pequim. Em segundo lugar […] penso que temos uma relação incrível com Pequim e trabalhámos nessa relação durante muitos e muitos anos, e é muito importante para nós”, argumentou presidente do grupo. “Acreditamos muito na relação entre a China e os EUA. Estamos muito desanimados com o que está a acontecer neste momento. Esperamos que as coisas voltem ao caminho certo, mas isso [retaliação] não me tira o sono de todo”, acrescentou. O dirigente da empresa apelou também à resolução rápida dos desentendimentos mais recentes: “Não acredito que este desencontro entre os países mais poderosos do mundo seja sustentável e tem de haver um acordo”, apontou. Quanto à empresa-mãe, que inclui também as operações em Singapura, a Las Vegas Sands apresentou um lucro de 408 milhões de dólares americanos (3,28 mil milhões de patacas) no primeiro trimestre, uma redução face ao lucro do trimestre homólogo que tinha sido de 583 milhões de dólares (4,68 mil milhões de patacas). No entanto, a apresentação dos resultados da empresa ficou marcado pelo anúncio de Patrick Dumont, director das operações, que revelou que a empresa não vai concorrer a uma licença para explorar um casino em Nova Iorque, para se focar na recompra de acções da empresa em Macau e Singapura.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBurla | PJ revela operação contra rede criminosa A rede foi desmantelada numa operação realizada com a polícia de Zhuhai e deixa pelo menos 26 vítimas em Macau que terão perdido 1,11 milhões de patacas. As informações sobre as potenciais vítimas eram recolhida numa loja de telemóveis Uma operação conjunta das polícias de Macau e Zhuhai levou ao desmantelamento de uma rede criminosa transfronteiriça que se dedicava a burlas por telefone. O caso foi revelado ontem, através de uma conferência de imprensa. Esta rede terá causado um total de 26 vítimas em Macau, que registaram perdas de 1,11 milhões de patacas. A operação das polícias foi realizada em Macau e em Zhuhai, na manhã de terça-feira, levou à detenção de 18 pessoas. Na RAEM, foram detidas 13 pessoas, das quais nove são residentes locais, duas do Interior e outras duas do Vietname. As detenções foram realizadas em várias zonas do território, mas também no hall de chegadas do Aeroporto Internacional de Macau. Houve ainda cinco detidos no Interior. Os detidos em Macau têm entre 24 e 61 anos, e entre estes encontram-se o gerente de uma loja de venda de telemóveis e outros produtos electrónicos, assim como outros dois empregados, tidos como os cabecilhas desta associação criminosa. De acordo com a PJ, era através desta loja que parte da informação sobre as potenciais vítimas era recolhida, com os empregados a tirarem fotografias de documentos de identificação. De acordo com a legislação em vigor em Macau, quando uma pessoa compra um cartão de telemóvel pré-pago está obrigada a apresentar a identificação e a fazer o registo, para as autoridades saberem quem são as pessoas que utilizam os diferentes números. Era esta exigência que terá sido aproveitada por parte dos burlões para obterem informação sobre as vítimas, que depois era enviada para o Interior, onde eram realizadas as chamadas. Várias apreensões Na operação em Macau foram apreendidos 140 cartões pré-pagos de telemóvel, 40 mil renminbis, 10 mil dólares de Hong Kong e 10 mil patacas, assim como três computadores, 24 telemóveis e 12 routers e modems. Segundo o modus operandi apresentado, os homens recolhiam informação sobre as vítimas e depois praticavam as burlas “quem sou eu?”. Este é um tipo de burla em que os criminosos fazem a pergunta à vítima, que depois responde assumindo que está a falar com algum familiar ou conhecido. Face à resposta, os burlões fazem-se passar por essa pessoa para pedir dinheiro, normalmente com uma justificação como dívidas à polícia ou emergentes de um qualquer negócio, ou outros problemas legais. No caso desta rede de criminosos, o dinheiro era recebido em Macau, através de aplicações móveis ou transferências bancárias ou entregue em mão. Depois era transportado para o Interior, dentro de caixas de biscoitos, onde eram entregues a determinados motoristas de aplicação de transportes de passageiros, para ser lavado ou colocado em circulação. Segundo as contas apresentadas, cerca de 400 mil yuan foram lavados. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHospital das Ilhas | Críticas às poucas ligações de autocarros A legisladora ligada à comunidade de Jiangmen, Lo Choi In, considera que actualmente as deslocações para o hospital implicam um “percurso tortuoso”. Além disso, pede autocarros mais direccionados, que não coincidam com algumas das principais atracções turísticas A deputada Lo Choi In critica as poucas ligações de autocarros ao Hospital das Ilhas, e pede ao Governo que apresente planos para resolver a situação. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita. De acordo com a legisladora ligada à comunidade de Jiangmen, há cada vez mais pessoas que procuram utilizar o Hospital das Ilhas, porque tem menos utentes, o que faz com que as filas de espera sejam mais pequenas. “Tendo em conta a reputação do hospital Peking Union Medical College e o número relativamente baixo de utentes durante o período inicial do seu funcionamento, muitos residentes optam actualmente por se deslocar ao hospital das Ilhas”, afirmou Lo. A deputada reconheceu que há percursos disponíveis para o hospital, através dos autocarros 35, 50, H3, MT4 e N5, mas que a cobertura é limitada e deixa muitas zonas consideradas importantes de fora. “As carreiras de autocarros não cobrem adequadamente as zonas urbanas antigas da Península de Macau, especialmente a Areia Preta, Porto Interior ou a Rua de São Paulo, pelo que os residentes destas zonas têm de percorrer grandes distâncias, quando precisam de ir ao Hospital das Ilhas”, justifica a deputada. “Os residentes destas zonas têm de apanhar outros autocarros ou fazer um percurso tortuoso, como por exemplo, fazer a transferência dos autocarros para o metro ligeiro, para se dirigirem ao Hospital das Ilhas”, acrescentou. Neste cenário, Lo pergunta ao Executivo se tem “planos para optimizar os percursos dos autocarros” e recorda que actualmente as deslocações para deficientes motores, os idosos ou os doentes já são suficientemente difíceis. Além do turismo Ao mesmo tempo, Lo Choi In aponta que muitos dos autocarros que se deslocam ao Hospital das Ilhas coincidem com autocarros utilizados pelos turistas para se deslocarem a algumas das principais atracções do território. Esta é uma situação criticada pela deputada, por considerar que torna as deslocações desnecessariamente mais difíceis para pessoas que apresentam uma condição física mais fragilizada. A legisladora pretende assim saber se existem planos “a longo prazo” para criar “autocarros mais directos”, com “horários limitados, especializados e orientados para os locais de residência das pessoas que mais frequentam cuidados médicos”. Na interpelação escrita, a deputada aborda também a questão dos táxis para as pessoas que precisam de se deslocar de cadeira de rodas. Lo indica que “a oferta em Macau foi sempre inferior à procura” e pretende saber como o Governo vai responder a esta situação. A deputada sugere que haja “incentivos políticos” para que as associações locais tratem deste serviço, dado que desta forma não é necessário assegurar lucros.
Hoje Macau Manchete PolíticaJornalismo | Associação critica mutismo de Lisboa sobre detenções O líder de uma associação internacional de profissionais da comunicação social disse à Lusa que Portugal deveria ter feito “um gesto discreto ou uma expressão de preocupação” face à detenção de duas jornalistas em Macau. O presidente da AIPIM alerta para precedente “constrangedor” No dia 17 de Abril, a polícia deteve duas repórteres do jornal All About Macau quando tentavam entrar no salão da Assembleia Legislativa para assistir à apresentação do programa político do Governo para 2025. “Consideramos o silêncio de Portugal preocupante, dados os seus profundos laços históricos e culturais com Macau”, lamentou Josep Solano, o presidente da Sociedade de Jornalistas e Profissionais da Comunicação Europeus na Ásia (JOCPA), criada em Janeiro e sediada na Estónia. “Acreditamos que tal silêncio não pode ser visto como neutro, especialmente num contexto em que a liberdade de imprensa está ameaçada”, sublinhou Josep Solano. “É importante lembrar a Portugal — um país democrático com ligações de longa data a Macau — que tem a responsabilidade moral de defender e promover as liberdades fundamentais”, defendeu o catalão. “Mesmo um gesto discreto ou uma expressão de preocupação reafirmaria o compromisso de Portugal com os valores democráticos e a liberdade de imprensa”, disse Solano. Nas redes sociais, o All About Macau escreveu que a polícia foi chamada para retirar as jornalistas, “alegando serem suspeitas de ‘perturbar o funcionamento das autoridades’ de Macau e de ‘gravação ilegal de vídeo'”. “A justificação oficial (…) é profundamente preocupante. Reflecte um ambiente cada vez mais repressivo, no qual os meios de comunicação independentes enfrentam restrições arbitrárias, exclusão de eventos públicos e, agora, criminalização”, alertou a JOCPA, num comunicado divulgado na terça-feira. Solano disse esperar “sinceramente que este lamentável incidente não marque uma nova deterioração do ambiente de liberdade de imprensa em Macau. No entanto, os acontecimentos recentes na região levantam preocupações”. O peso e a medida “A situação inédita ocorrida é triste e preocupa-nos, pois consideramos que abre um precedente – no mínimo – constrangedor”, disse à Lusa o presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM). José Miguel Encarnação pediu ao Ministério Público “que haja ponderação na avaliação dos factos, por forma a que não haja consequências de maior”. A JOCPA pediu ao Governo que retire todas as acusações contra as jornalistas e que levante as restrições aos meios de comunicação social, “independentemente do formato ou da frequência de publicação”. Também José Miguel Encarnação defendeu ser “essencial garantir que os direitos dos jornalistas sejam salvaguardados e que a liberdade de informar não seja condicionada sob pretextos pouco claros”. Ainda assim, o presidente da AIPIM admitiu que a associação decidiu não fazer qualquer comunicado sobre o incidente. Uma posição que Josep Solano compreende: “Dadas as circunstâncias complexas e delicadas que actualmente prevalecem em Macau, (…) entendemos que a prudência é uma consideração importante”. No entanto, o dirigente alertou que “um número significativo de jornalistas não-chineses que trabalham em Macau são europeus, e qualquer erosão das liberdades fundamentais pode ter um impacto directo na sua capacidade de operar de forma segura e eficaz”.