Tarifas | Pequim ameaça “lutar até ao fim” se EUA mantiverem taxas

A guerra das tarifas ameaça prolongar-se após o anúncio chinês de restrições às terras raras e a resposta norte-americana com ameaças de impor novas taxas de 100 por cento

A China advertiu ontem os Estados Unidos de que está disposta a “lutar até ao fim” se Washington insistir na imposição de novas tarifas e restrições comerciais, embora tenha reiterado a abertura ao diálogo. “Se quiserem lutar, lutaremos até ao fim; se quiserem falar, a porta está aberta”, declarou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado, em resposta ao anúncio da Casa Branca de aplicação de tarifas adicionais de 100 por cento sobre produtos chineses e outras medidas restritivas.

Pequim defendeu que as recentes limitações impostas à exportação de terras raras e produtos associados são “acções legítimas” ao abrigo da legislação nacional e sublinhou que não se tratam de uma proibição total, já que os pedidos que cumpram os requisitos “continuarão a ser aprovados como antes”.

Segundo o ministério, a China notificou previamente os Estados Unidos sobre essas medidas através do mecanismo bilateral de diálogo sobre controlo de exportações. As autoridades chinesas acusam Washington de “abusar do conceito de segurança nacional” e de ter introduzido “uma série de restrições discriminatórias” desde a última ronda de negociações comerciais, realizada em Setembro, em Madrid.

O porta-voz instou os Estados Unidos a “corrigirem os seus erros”, demonstrarem “sinceridade genuína” e a trabalharem “na mesma direcção” que a China para retomar o caminho do diálogo económico. Ainda assim, Pequim recordou que “ambos os países partilham amplos interesses comuns e um grande espaço de cooperação” e que o confronto “prejudica ambas as partes”.

Em contacto

O comunicado indica que os dois países mantêm contactos no âmbito do mecanismo de consultas económicas e comerciais e que realizaram inclusive uma “reunião técnica” na segunda-feira. No entanto, criticou o facto de os EUA tentarem dialogar “enquanto ameaçam com novas sanções”, considerando que “não é a forma adequada de lidar com a China”.

A troca de declarações surge num momento de renovadas tensões comerciais, depois de a China ter anunciado, na semana passada, novas restrições à exportação de terras raras e de Washington ter respondido com a ameaça de duplicar as tarifas sobre produtos chineses.

Na sexta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou já não ver motivos para se reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira da APEC prevista para o final do mês na Coreia do Sul, embora ambos os países garantam que o contacto diplomático “se mantém aberto”.

15 Out 2025

Diplomacia | Anunciada visitada de MNE espanhol esta semana

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, realizará uma visita oficial à China entre hoje e amanhã, a convite do homólogo chinês, Wang Yi, anunciou ontem a diplomacia chinesa. Em comunicado, a diplomacia chinesa destacou os “estreitos intercâmbios” entre Pequim e Madrid e classificou Espanha como “um importante parceiro estratégico na Europa”.

O porta-voz do ministério Lin Jian expressou confiança de que a visita de Albares “contribuirá para reforçar a cooperação bilateral”, salientando que os dois países “mantêm contactos de alto nível”, com uma confiança política “em consolidação” e uma cooperação prática que “tem produzido resultados frutíferos”, promovendo “o desenvolvimento económico e o bem-estar das populações de ambos os países”.

Lin recordou que este ano assinala o 20.º aniversário do estabelecimento da parceria estratégica integral entre China e Espanha, sublinhando que a deslocação do chefe da diplomacia espanhola permitirá “aprofundar o entendimento e o apoio mútuos” e “impulsionar o desenvolvimento de alto nível” da relação bilateral.

Segundo o porta-voz, as reuniões de Albares com dirigentes chineses abordarão “as relações bilaterais e questões internacionais e regionais de interesse comum”.

A visita de José Manuel Albares ocorre seis meses depois da deslocação do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, à China, em Abril, durante a qual se reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping. Nessa ocasião, Sánchez descreveu a China como um “parceiro indispensável para enfrentar os desafios globais” e defendeu o aprofundamento das relações tanto a nível bilateral como no quadro europeu.

A diplomacia chinesa classificou então a visita de Sánchez como “um êxito”, que demonstrou “a determinação de ambas as partes em ampliar os seus vínculos”.

14 Out 2025

Xiaomi | Acções caem 6% após acidente com um carro da marca

As acções da tecnológica chinesa Xiaomi caíram ontem 5,71 por cento, após um acidente com um dos seus veículos eléctricos que se incendiou e provocou a morte do condutor. Segundo o portal noticioso The Paper, o condutor do modelo SU7 perdeu o controlo do veículo durante a madrugada de ontem e embateu numa avenida, na cidade de Chengdu, no centro da China, incendiando-se de imediato.

Testemunhas citadas pelo mesmo meio relataram que vários transeuntes tentaram apagar o fogo e abrir as portas, chegando a partir os vidros com objectos, mas o condutor ficou preso no interior. De acordo com relatos, o automóvel circulava a uma velocidade superior a 100 quilómetros por hora no momento em que tentou desviar-se de outro carro que reduziu a marcha para virar à direita. Os bombeiros de Chengdu continuam a investigar as causas do acidente.

A queda de ontem levou as acções da Xiaomi ao nível mais baixo desde Abril, quando um acidente semelhante – também envolvendo um veículo eléctrico da marca que se incendiou numa autoestrada no leste da China e causou três mortes – provocou um forte recuo no valor de mercado da empresa. Apesar disso, as acções acumulam uma valorização de 44,35 por cento desde o início do ano.

Tradicionalmente associada à produção de telemóveis e dispositivos inteligentes, a Xiaomi tem apostado na diversificação do seu negócio com a entrada no competitivo sector dos veículos eléctricos, dominado na China por marcas como a BYD e a Tesla.

14 Out 2025

Trocas comerciais entre Angola e China atingiram os 20,6 mil ME em 2024

Angola e China disseram ontem que atingiram uma pareceria empresarial “activa, contínua e mutuamente benéfica” destacando o volume de trocas comerciais que atingiu os 24 mil milhões de dólares em 2024. O nível da cooperação bilateral entre ambos dos países foi ontem destacado pelo presidente da Câmara de Comércio Angola – China (CAC), Luís Cupenela e pelo embaixador da China em Angola, Zhang Bin, em Luanda.

De acordo a caracterização da balança de pegamento de 2023 a 2024, o volume das trocas comerciais entre Angola e China registou uma variação mínima de mais de 1 por cento de 23,8 a 24 mil milhões de dólares, mantendo o “stock” do investimento acima dos 27 mil milhões de dólares, disse o presidente da CAC.

Em declarações na abertura da conferência sobre “A Influência do Setor Empresarial Chinês na Economia Nacional de Angola”, iniciativa da CAC e da TV Zimbo, que decorreu ontem em Luanda, Luís Cupenala sinalizou que aproximadamente 5 mil milhões de dólares do global do investimento chinês no país africano foram direccionados ao sector não petrolífero.

“A cooperação com o gigante asiático traduz-se em benefícios e progresso mútuo, desde que saibamos com sabedoria e proficiência tirar maiores vantagens, pois a China está comprometida em buscar um desenvolvimento de alta qualidade, servindo como um pilar da estabilidade socioeconómica global”, referiu. Cupenela fez saber que mais de 500 empresas de direito angolano com capital chinês operam em Angola, “onde encontraram a sua segunda pátria e participam no quotidiano e ombro a ombro com angolanos na dinâmica económica do país”.

Chama acesa

Apesar das “incertezas” resultantes dos choques e instabilidade económica global, observou o presidente da CAC, a China e os empresários chineses continuam a acreditar no futuro de uma Angola comprometida com o progresso.

“O nível do aprofundamento de relações de cooperação e parceria estratégica, construídas ao longo dos 42 anos, mantém a acesa a chama de contínua manutenção das trocas comerciais, dos investimentos e do benefício recíproco entre os dois países”, assinalou ainda o responsável.

Zhang Bin, por sua vez, também destacou o investimento chinês em Angola e o grau de cooperação entre Luanda e Pequim referindo que nos últimos 42 anos a cooperação económica e comercial entre os dois países alcançou “progressos notáveis e levou a resultados frutíferos, visíveis e tangíveis”. O diplomata chinês assinalou a participação “activa” do seu país na reconstrução de Angola, na construção de caminhos-de-ferro, estradas, portos, aeroportos, hospitais, habitações e sistemas de distribuição de água.

O comércio bilateral anual superior a 20 mil milhões de dólares bem como o stock de investimento de 27 mil milhões dólares foram igualmente enaltecidos pelo embaixador chinês, realçando ainda os investimentos nos sectores da agricultura, mineração, finanças, processamentos, parques industriais, imobiliário e serviços.

“O investimento e a cooperação comercial das empresas chinesas em Angola não só criaram inúmeros postos de trabalho e receitas fiscais, como também formaram um número significativo de profissionais e técnicos qualificados, promovendo, de forma eficaz, a diversificação da economia angolana”, concluiu Zhang Bin.

14 Out 2025

Mulheres | Xi apela ao reforço da participação feminina na vida política

Maior representatividade em cargos de poder para alcançar de facto a igualdade de género. O mote foi dado pelo Presidente chinês no seu discurso de abertura da Reunião Mundial de Líderes sobre a Mulher, em Pequim

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem o reforço da participação das mulheres na política e nos processos de decisão, apelando a que os Estados “ampliem os canais” de representação feminina na governação nacional e social. “É fundamental garantir que a igualdade de género se enraíze verdadeiramente em toda a sociedade”, afirmou Xi, durante o discurso de abertura da Reunião Mundial de Líderes sobre a Mulher, que decorre em Pequim, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

O chefe de Estado chinês sublinhou que “a paz e a estabilidade são condições essenciais para o desenvolvimento integral das mulheres” e defendeu o fortalecimento dos mecanismos de combate à violência e “a todas as formas de abuso dirigidas contra elas”. Xi alertou que mais de 600 milhões de mulheres e raparigas vivem em zonas afectadas por conflitos e que uma em cada dez permanece em situação de pobreza extrema.

Durante o encontro, o líder chinês anunciou uma doação de 10 milhões de dólares à ONU Mulheres, bem como uma contribuição de 100 milhões de dólares para o Fundo para o Desenvolvimento Global e a Cooperação Sul-Sul, destinada a projectos de apoio a mulheres e raparigas. Pequim vai ainda criar um centro global de formação para mulheres.

Segundo a imprensa estatal chinesa, dezenas de chefes de Estado e de Governo, dirigentes parlamentares, vice-primeiros-ministros, ministros e representantes de organizações internacionais participam na reunião, organizada em parceria com as Nações Unidas, que visa impulsionar o avanço global rumo à igualdade de género.

Desafios em curso

A conferência decorre num contexto em que a presença feminina nos mais altos escalões da política chinesa é praticamente inexistente. Desde o XX Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, nenhuma mulher integra o Politburo, o principal órgão de decisão do país.

A ausência de figuras femininas na liderança do Partido contrasta com a ampla participação das mulheres na sociedade chinesa: segundo o Banco Mundial, 62 por cento participam na força laboral. No sector empresarial, representam um quarto dos fundadores de empresas e dirigem cerca de 40 por cento das novas marcas de comércio electrónico.

Apesar destes avanços, persistem desafios ligados à discriminação e à violência de género, com casos de assédio e maus-tratos que suscitaram indignação pública nos últimos anos.

14 Out 2025

Médio Oriente | Pequim saúda libertação de reféns israelitas em Gaza

A China saudou ontem a libertação de reféns israelitas pelo grupo islamita palestiniano Hamas, o primeiro passo do plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para pôr fim a dois anos de guerra em Gaza. “A China saúda e apoia todos os esforços que conduzam à restauração da paz e ao alívio da crise humanitária” na Faixa de Gaza, disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, numa conferência de imprensa diária.

“A prioridade é o estabelecimento de um cessar-fogo abrangente e duradouro o mais rapidamente possível”, acrescentou, reiterando a posição de princípio da China a favor de uma solução de dois Estados. O Hamas libertou ontem os últimos 20 reféns israelitas mantidos na Faixa de Gaza.

As autoridades israelitas anunciaram o regresso dos primeiros sete reféns sobreviventes antes das 10:00. Segundo a emissora pública israelita, o outro grupo de 13 reféns foi entregue, como acordado, à Cruz Vermelha Internacional no sul da Faixa de Gaza e que devem ser entregues ao Exército israelita “em breve”.

14 Out 2025

Cidade japonesa desafia habitantes a limitar uso de smartphones a duas horas diárias

A cidade de Nagoya lançou uma directiva que pede aos residentes que limitem o uso de smartphones a duas horas diárias, numa medida que, embora não resulte em multa, tem como objectivo promover uma relação mais saudável com os ecrãs.

Masafumi Kouki, presidente da câmara desta localidade, explicou à agência France-Presse (AFP) que se preocupava há vários meses com os “efeitos negativos do uso excessivo de smartphones, particularmente o declínio acentuado da comunicação humana directa”. “Mesmo nos comboios, todos ficam a olhar para os telemóveis, já ninguém fala com os outros. Queria criar uma oportunidade para os nossos moradores reflectirem”, confidenciou durante uma entrevista.

Uma “lei local” sobre o uso adequado de telemóveis, computadores portáteis e tablets foi aprovada pela câmara municipal por 12 votos a 7, antes de entrar em vigor na semana passada — aplicando-se tanto a adultos como a crianças. Neste subúrbio de Nagoya, uma metrópole industrial no centro do Japão, o objectivo não é impor penalizações por exceder o limite, mas sim incentivar a auto-regulação.

Quando a lei foi proposta pela primeira vez, “a oposição foi quase unânime” na cidade, mas muitos cidadãos mudaram de ideias quando souberam que o “limite diário” não inclui o tempo de trabalho ou de estudo e que é uma recomendação, diz o autarca. Não o suficiente para convencer todos os cerca de 68 mil habitantes de Toyoake.

“Hoje em dia, fazemos tudo — estudo, entretenimento, comunicação — com um único smartphone”, defendeu Shutaro Kihara, um estudante de Direito de 22 anos, que considera a regulamentação “bastante inútil ou ineficaz” para os jovens. A vereadora Mariko Fujie, de 50 anos, votou contra, considerado que, embora o uso excessivo de smartphones seja um problema social que merece ser abordado, tem “fortes reservas quanto à ideia de regular o tempo livre das pessoas através de um decreto”.

O aluno da escola primária Ikka Ito, que joga videojogos perto de uma estação de comboios local, diz que usa o telemóvel quatro a cinco horas por dia. “Comecei a reduzir voluntariamente o meu tempo de ecrã desde o anúncio”, sem que os pais o solicitassem, garantiu.

Bons sonos

Com o objectivo de melhorar o sono, o projecto de lei recomenda que os alunos do ensino básico evitem os ecrãs após as 21:00, enquanto os alunos do ensino básico e mais velhos são encorajados a desligá-los após as 22:00. Investigações revelaram que os japoneses dormem menos do que as pessoas de outros países desenvolvidos, muitas vezes devido às longas jornadas de trabalho.

Estudos mostram também que, além de interferir com o sono, que pode afectar a saúde mental, o uso intensivo das redes sociais está associado à solidão, depressão e ansiedade. O presidente da câmara tem dois filhos, de 10 e 7 anos, que não têm smartphone, embora o mais velho por vezes peça emprestado o da mãe, e a sua família evita agora os ecrãs durante as refeições.

13 Out 2025

Pyongyang | Revelado míssil “mais poderoso” do país em desfile

O desfile militar levado a cabo na capital da Coreia do Norte para celebrar os 80 anos do Partido dos Trabalhadores não contou com a presença de Xi Jinping e de Vladimir Putin

 

A Coreia do Norte apresentou o “mais poderoso sistema de armas nucleares estratégicas” do país num desfile militar em Pyongyang para assinalar o 80.º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores, informou sábado a agência noticiosa estatal. “Quando o míssil balístico intercontinental Hwasong-20, o mais poderoso sistema de armas nucleares estratégicas da Coreia do Norte, entrou na praça, o entusiasmo do público atingiu o auge”, indicou a KCNA sobre o desfile de sexta-feira à noite, que contou com a presença do líder Kim Jong-un.

Trata-se da primeira aparição pública deste míssil, que alguns especialistas dizem que poderá ter várias ogivas, permitindo atacar múltiplos alvos em simultâneo e ultrapassar sistemas antimíssil. Embora o Hwasong-20 procure aumentar o alcance e a capacidade de destruição dos antecessores, ainda não foi testado, pelo que as capacidades operacionais deste não podem ser confirmadas.

O evento contou com a presença do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e do vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev. No entanto, não estiveram presentes o Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo russo, Vladimir Putin, apesar das especulações de que Pyongyang os teria convidado.

Kim Jong-un presidiu ao desfile a partir da tribuna central da Praça Kim Il-sung, onde, durante um discurso, sublinhou que as forças armadas norte-coreanas devem “evoluir continuamente para uma força invencível” que elimine qualquer ameaça, ainda de acordo com a KCNA, citada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap. Kim não mencionou Seul ou Washington no discurso, limitando-se a referir a luta contra a hegemonia de uma forma geral.

Sinais de força

Recentemente, a Casa Branca deixou em aberto a possibilidade de negociações com Pyongyang sem condições prévias, o que parece dar a entender que a questão da desnuclearização poderia ser retirada das conversações iniciais, de acordo com as exigências norte-coreanas. Seul, por seu lado, tem continuado a enviar sinais de abertura ao diálogo, que o regime norte-coreano continua a ignorar.

Medvedev afirmou que as unidades norte-coreanas enviadas para Kursk, para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia, marcharam no desfile, como citado pela agência de notícias russa TASS. Mísseis hipersónicos, mísseis de cruzeiro estratégicos de longo alcance, sistemas antiaéreos, tanques de nova geração Chonma-20 e lançadores múltiplos também foram exibidos durante o desfile, segundo a KCNA.

13 Out 2025

China defende novo controlo com impacto “muito limitado” no abastecimento

O Ministério do Comércio da China defendeu ontem a legitimidade das novas restrições impostas esta semana à exportação de terras raras, assegurando que o impacto nas cadeias de abastecimento vai ser “muito limitado”. As medidas são “uma acção legítima do Governo chinês para afinar o sistema de controlo das exportações em conformidade com as leis e os regulamentos”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio em comunicado.

“Os controlos de exportação da China não são proibições de exportação e serão concedidas licenças para pedidos elegíveis”, disse o porta-voz, acrescentando que Pequim informou antecipadamente os parceiros comerciais das medidas, “através de mecanismos de diálogo bilateral”. “As empresas não devem estar preocupadas”, sublinhou o porta-voz.

Pequim argumentou mais uma vez que as restrições têm como objectivo impedir que as terras raras e respectivos produtos de transformação sejam utilizados para produzir artigos militares ou de defesa, a fim de “defender a paz mundial, a estabilidade regional e cumprir as suas obrigações internacionais em matéria de não proliferação”.

O ministério indicou que a China avaliou exaustivamente o impacto potencial das novas restrições nas cadeias industriais e de abastecimento e que este “é muito limitado”.

Novas tarifas

As autoridades chinesas anunciaram, na quinta-feira, uma nova ronda de restrições à exportação de terras raras, essenciais para o fabrico de tecnologia avançada, e acrescentaram cinco novos metais à lista de produtos controlados.

A China, que controla mais de 70 por cento da produção mundial e quase 90 por cento da transformação deste material estratégico, impôs restrições à exportação como moeda de troca desde que os Estados Unidos iniciaram a guerra tarifária, em Abril, embora tenha recentemente flexibilizado as medidas, no âmbito da trégua comercial entre as duas potências.

As terras raras têm sido um ponto de fricção nas recentes negociações comerciais sino-americanas, com Washington a acusar Pequim de atrasar deliberadamente a aprovação de licenças de exportação.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na sexta-feira a imposição de uma sobretaxa de 100 por cento a importações da China, a partir de Novembro, em resposta a medidas comerciais “extremamente hostis” de Pequim.

A partir de 01 de Novembro – ou até antes, “dependendo de quaisquer ações ou alterações futuras tomadas pela China” – os Estados Unidos imporão “uma tarifa de 100 por cento à China, além de qualquer tarifa que estejam actualmente a pagar”, afirmou Trump na rede social Truth.

Também no início do próximo mês, adiantou o republicano, Washington imporá controlos de exportação para Pequim sobre “todo e qualquer software crítico”. O anúncio de Donald Trump é um exemplo típico de ‘dois pesos, duas medidas'”, reagiu a China.

O Ministério do Comércio chinês considerou que as acções de Washington “prejudicam gravemente os interesses da China e minam (…) o clima das discussões económicas e comerciais entre as duas partes”. “Ameaçar constantemente com direitos aduaneiros elevados não é a abordagem correcta para cooperar com a China”, acrescentou o ministério, em comunicado.

As novas medidas surgem pouco antes da reunião dos líderes da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigle em inglês) na Coreia do Sul, onde se esperava um possível encontro entre os presidentes dos dois países, mas que foi agora posto em causa.

13 Out 2025

Mar do Sul | Manila e Pequim trocam acusações por colisão entre barcos

As autoridades filipinas acusaram ontem um navio chinês de ter “deliberadamente” colidido com uma embarcação de Manila perto de uma ilha disputada no Mar do Sul da China, enquanto Pequim culpou as Filipinas por serem “totalmente responsáveis” pela colisão. Os incidentes marítimos sino-filipinos são muito frequentes nestas águas que a China reivindica na sua quase totalidade.

Segundo Manila, um navio da guarda costeira chinesa disparou primeiro com um “canhão de água” ontem de manhã contra o BRP Datu Pagbuaya, um navio pertencente a uma agência dependente do Ministério da Agricultura filipino. Apenas três minutos depois […], o mesmo navio colidiu deliberadamente com a popa do barco filipino, causando “danos menores”, sem feridos, segundo um comunicado das autoridades filipinas.

A Guarda Costeira filipina especificou que o incidente ocorreu perto da ilha de Thitu, no arquipélago de Spratleys, denunciando “assédio agressivo e ameaças directas” por parte dos barcos chineses. Três navios da agência de pesca filipina estavam a distribuir ajuda aos pescadores na zona, acrescentaram.

Por sua vez, a guarda costeira chinesa acusou as Filipinas de serem “totalmente responsáveis” pela colisão. O incidente ocorreu perto de Sandy Cay, quando um navio do Governo filipino “ignorou repetidamente os avisos da parte chinesa e se aproximou perigosamente do navio 21559 da guarda costeira chinesa”, disse um porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun.

“Toda a responsabilidade recai sobre a parte filipina”, acrescentou. Fotos e vídeos divulgados pela guarda costeira filipina mostram um navio da guarda costeira chinesa, com um canhão de água activado, a seguir um navio filipino.

13 Out 2025

ONU | China e Rússia acusam EUA de violar direito internacional

Os ataques norte-americanos a barcos venezuelanos foram fortemente condenados pelos representantes da Rússia e da China na reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada por Caracas

 

A Rússia e a China acusaram sexta-feira Washington de violar o direito internacional e os direitos humanos ao atacar embarcações venezuelanas e matar os suspeitos a bordo sem qualquer detenção ou acusação formal. Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU pedida por Caracas para abordar o destacamento militar sem precedentes dos Estados Unidos nas Caraíbas, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, avaliou que a postura norte-americana ameaça directamente a paz e a segurança regional e internacional.

Nebenzya contestou as alegações de Washington, que tem justificado os ataques a embarcações venezuelanas com o combate ao tráfico de drogas, e indicou tratar-se de “propaganda” e de um “enredo perfeito para um filme de sucesso de Hollywood, no qual os americanos mais uma vez salvam o mundo”.

“Essas alegações são completamente desprovidas de fundamento. O Escritório da ONU sobre Drogas e Crime nem sequer considera a Venezuela um centro de tráfico de drogas, visto que 87 por cento da cocaína chega aos Estados Unidos através do Oceano Pacífico, ao qual a Venezuela não tem acesso”, afirmou o diplomata russo.

As tensões entre Washington e Caracas aumentaram ainda mais quando, em 02 de Setembro, o Governo de Donald Trump anunciou ter atingido uma embarcação suspeita de transportar drogas em águas internacionais no Mar das Caraíbas Meridional. Segundo as autoridades norte-americanas, 11 pessoas foram mortas nesse ataque.

Outros ataques

Com base em informações divulgadas pelas autoridades norte-americanas, foram realizados ataques aéreos adicionais contra embarcações que alegadamente transportavam droga nos dias 15, 16 e 19 de Setembro, e novamente a 03 de Outubro, indicou sexta-feira a ONU na reunião. No total, essas operações terão resultado em 21 mortes.

“Washington recentemente (…) alegou ter provas irrefutáveis de que as embarcações pertenciam a cartéis de drogas. No entanto, a comunidade internacional não tem como verificar isso, pois os suspeitos nunca foram detidos ou acusados, e a carga que supostamente transportavam foi destruída”, afirmou Nebenzya.

“Por outras palavras, as embarcações que transportavam pessoas foram simplesmente abatidas em alto mar sem julgamento, seguindo o princípio do ‘disparar primeiro’, e agora pedem-nos que acreditemos retroactivamente que havia criminosos a bordo”, acrescentou, acusando Washington de uma flagrante violação do direito internacional e dos direitos humanos.

O diplomata russo denunciou ainda uma “campanha descarada de pressão política, militar e psicológica” dos EUA sobre “o Governo de um Estado independente, com o único propósito de mudar um regime desfavorável” a Washington.

Parte chinesa

Também o embaixador chinês junto da ONU afirmou que as “operações de execução unilaterais e excessivas dos EUA” violam o direito à vida e outros direitos humanos básicos e representam uma ameaça à liberdade e à segurança da navegação. “Opomo-nos ao uso ou ameaça de força nas relações internacionais e à interferência de forças externas nos assuntos internos da Venezuela, sob qualquer pretexto”, frisou Fu Cong.

O embaixador chinês instou os EUA a cessarem imediatamente essas acções para evitar uma maior escalada e “a não usarem a desculpa do combate ao narcotráfico para pôr em risco a segurança da navegação dos países”. Por sua vez, o diplomata norte-americano John Kelley insistiu que Donald Trump usará todo o poderio dos EUA para enfrentar e erradicar os cartéis de drogas, independentemente de onde operem.

Os EUA acusam o Presidente venezuelano de liderar o Cartel dos Sois e recentemente aumentaram a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro para 50 milhões de dólares. Kelley acrescentou que as acções e políticas do “regime ilegítimo de Maduro” representam uma ameaça extraordinária tanto para a região quanto para a segurança nacional dos EUA.

Já o embaixador venezuelano, afirmou que este é um conflito fabricado exclusivamente pelos EUA e que avança para uma escalada perigosa. Nesse sentido, Samuel Moncada antecipou que, “a muito curto prazo”, será perpetrado um ataque armado dos EUA contra a Venezuela e apelou ao Conselho de Segurança para que use dos meios necessários para evitar um agravamento ainda maior da situação.

Moncada alegou ainda que os Estados Unidos estão desesperados para controlar as fontes de petróleo venezuelano. “Se a Venezuela não tivesse petróleo, a ameaça militar iminente não existiria”, defendeu.

13 Out 2025

Líderes mundiais aplaudem acordo de paz entre Israel e Hamas

Vários líderes mundiais saudaram o acordo de paz entre Israel e o Hamas anunciado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, elogiando o fim iminente da guerra em Gaza e a libertação de reféns após dois anos de conflito.

Trump anunciou na quarta-feira que Israel e o movimento islamita aceitaram a “primeira fase” do seu plano de paz, que prevê a retirada parcial das tropas israelitas da Faixa de Gaza e a libertação de 20 reféns ainda vivos em troca de prisioneiros palestinianos.

“Todos os reféns serão libertados muito em breve e Israel retirará as suas tropas para uma linha acordada como primeiros passos para uma paz forte, duradoura e eterna”, escreveu Trump na rede Truth Social.

A notícia foi recebida com entusiasmo por líderes de vários países. O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, felicitou Trump pela “liderança essencial” e expressou alívio pela iminente libertação dos reféns. “A paz finalmente parece possível. Instamos todas as partes a aplicarem rapidamente os termos do acordo”, afirmou. Também o Japão saudou o entendimento, que o porta-voz governamental Yoshimasa Hayashi classificou como “um passo importante para acalmar a situação”, agradecendo aos Estados Unidos, ao Egipto e ao Qatar pelos esforços de mediação.

De Camberra, o primeiro-ministro, Anthony Albanese, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, destacaram tratar-se de “um passo muito necessário para a paz” e defenderam uma solução de dois Estados, sublinhando que o plano exclui o Hamas de qualquer papel na administração futura de Gaza.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o acordo como “um avanço desesperadamente necessário” e apelou para a sua plena implementação, sublinhando que “é uma oportunidade para reconhecer o direito à autodeterminação do povo palestiniano e avançar para uma solução de dois Estados”.

O Hamas confirmou o entendimento, garantindo que “assegura o fim da guerra, a retirada do exército israelita e a entrada de ajuda humanitária”, e apelou para que Israel cumpra os compromissos “sem atrasos ou alterações”. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo como uma “realização histórica” e agradeceu a Trump pela “liderança determinada e pelos esforços globais”, afirmando: “Com a ajuda de Deus, traremos todos para casa”.

Euforia e alívio

Segundo fontes oficiais, a libertação dos reféns deverá começar na segunda-feira, após a aprovação do acordo pelo Governo israelita, e a retirada militar cobrirá cerca de 70 por cento do território de Gaza.

“Isto é mais do que Gaza, é o início da paz no Médio Oriente”, afirmou Trump numa entrevista à Fox News, assegurando que os Estados Unidos e países vizinhos vão apoiar a reconstrução do enclave. E acrescentou: “Outros países da região ajudarão porque têm imensa riqueza. Nós estaremos envolvidos para garantir que Gaza seja bem-sucedida e pacífica.”

Em Telavive, famílias dos reféns reuniram-se em euforia na praça dos Reféns, entre lágrimas e cânticos de “Nobel para Trump”. “Quero cheirar o meu filho”, disse, emocionada, Einav Zangauker, mãe de um dos reféns. Em Gaza, onde o cessar-fogo foi recebido com uma mistura de alívio e desconfiança, deslocados e habitantes manifestaram a esperança de poder regressar às suas casas.

“Queremos voltar, mesmo que não haja mais casas”, afirmou Alaa Abd Rabbo, deslocado do norte da Faixa. O acordo mediado pelos Estados Unidos, Qatar, Egipto e Turquia marca a tentativa mais significativa de pôr fim à guerra desde o início do conflito, em Outubro de 2023.

10 Out 2025

NBA | China e Alibaba Cloud assinam parceria

A NBA China, a liga desportiva profissional com maior popularidade nas redes sociais chinesas, com 425 milhões de seguidores, acaba de assinar uma parceria com a Alibaba Cloud, outro grupo chinês fundado por Jack Ma, para melhorar a interactividade dos fãs de basquetebol com os jogos transmitidos, nomeadamente o “NBA All-Star”, os playoffs da NBA e as finais, isto com recurso à inteligência artificial e ao sistema de computação em nuvem.

O anúncio foi feito por Joe Tsai, co-fundador e vice-presidente executivo do grupo Alibaba e dono da equipa Brooklyn Nets, de Nova Iorque; e por Mark Tatum, vice-comissário e director de operações da NBA [National Basketball Association], principal liga desportiva de basquetebol nos EUA e uma das mais importantes a nível mundial.

Em termos concretos, a NBA China “irá utilizar os serviços de IA e computação em nuvem da Alibaba Cloud para apoiar uma ampla gama de iniciativas digitais de envolvimento dos fãs”, tendo sido desenvolvido “um modelo de IA proprietários para a NBA China com base na série de modelos ‘Qwen’ da Alibaba”.

Assim, “o modelo de IA proprietário, ajustado à gama de activos digitais da liga, fornecerá aos utilizadores da aplicação NBA China conteúdos envolventes, incluindo destaques dos jogos em tempo real, dados históricos do basquetebol, informações sobre os jogadores e discussões interactivas sobre temas actuais do basquetebol”.

Destaque ainda para o facto de decorrerem hoje e domingo jogos de pré-temporada entre as equipas Nets e Phoenix Suns da NBA China 2025. A apresentação cabe à “Taobao 88VIP”, sendo que os jogos decorrem hoje às 20h na Venetian Arena, e depois no domingo às 19h, no mesmo local.

10 Out 2025

Japão | Softbank compra negócio da ABB por 4.610 ME

A revolução tecnológica conhece mais um capítulo com a passagem da multinacional suíça para mãos nipónicas

 

O grupo japonês Softbank anunciou ontem ter chegado a acordo com a multinacional suíça de tecnologia ABB para adquirir o seu negócio de robótica por 5.375 milhões de dólares, informou em comunicado.

A aquisição conta com a aprovação do Conselho de Administração do conglomerado japonês e está pendente de aprovações regulatórias na União Europeia, China e Estados Unidos, com previsão de conclusão no segundo semestre de 2026. A Softbank espera que a aquisição da ABB “fortaleça significativamente” o seu negócio de robótica ligado à inteligência artificial (IA), um campo no qual tem investido.

“Após a aquisição, a plataforma robótica, a experiência e a presença local existente serão complementadas com as bases tecnológicas dos investimentos existentes do grupo Softbank relacionados com a robótica (…) para acelerar a inovação em robótica de IA e impulsionar o progresso e o crescimento rumo à realização da super-inteligência artificial (SIA)», afirmou a Softbank.

Esses investimentos referem-se à SoftBank Robotics, Berkshire Grey, AutoStore Holdings2, Agile Robots e Skild AI. O acordo significa que a ABB abandonou o seu plano original de abrir o capital separadamente do seu negócio de automação industrial, que concorre com outras empresas como as japonesas Fanuc, Yaskawa e a alemã Kuka no fabrico de robôs industriais.

Revolução à vista

De acordo com os detalhes revelados pela Softbank, a ABB seguirá em frente com a cisão do seu negócio de robótica numa ‘holding’ recém-criada para que o grupo japonês, através de uma subsidiária, adquira a totalidade das ações da nova empresa.

“A próxima fronteira da Softbank é a IA física, juntamente com a ABB Robotics, reuniremos tecnologia e talento de primeira linha sob a nossa visão comum de fundir a super-inteligência artificial e a robótica, impulsionando uma evolução revolucionária”, afirmou o presidente executivo da Softbank, Masayoshi Son, em comunicado.

O presidente executivo da ABB, Morten Wierod, disse, por sua vez, que a operação “permitirá ao negócio fortalecer e expandir a sua posição como líder tecnológico no sector”.

10 Out 2025

Nissan | Em clima de restruturação lançado novo eléctrico Leaf

A Nissan, em processo de restruturação e a lidar com dificuldades financeiras, lançará na próxima semana no Japão uma nova versão do veículo elétrico Leaf para o mercado nacional japonês. Será o primeiro lançamento da empresa desde a elaboração do seu plano de reestruturação.

A Nissan diz que o carro terá uma bateria maior do que a instalada em Leaf anteriores e autonomia de 702 quilómetros com uma única recarga. Destaca ainda que o ruído e a vibração do motor foram reduzidos para tornar mais silencioso o seu desempenho.

Sugimoto Akira, executivo de marketing e vendas da Nissan no Japão, diz saudar o que chama de revigoramento do mercado de veículos eléctricos no país e prevê que, deste modo, a fabricante voltará a ter destaque. O responsável afirma que a empresa quer que as pessoas digam: “A Nissan está de volta com este carro.”

Anunciado em Maio, o plano de reestruturação global da fabricante prevê o encerramento de sete fábricas e a eliminação de 20 mil postos de trabalho. Foi anunciado depois que, no exercício encerrado em Março, a Nissan registrou prejuízo líquido superior a 670 mil milhões de ienes — quase 4,4 mil milhões de dólares.

10 Out 2025

Terras raras | Novas regras sobre exportação de tecnologias

A China anunciou ontem a imposição imediata de controlos sobre as exportações de tecnologias ligadas às terras raras, reforçando a regulação num sector central nas tensões comerciais com os Estados Unidos.

O país asiático é o maior produtor mundial destes minerais essenciais para as indústrias digital, automóvel, energética e de defesa. As terras raras têm sido um ponto de fricção nas recentes negociações comerciais sino-americanas, com Washington a acusar Pequim de atrasar deliberadamente a aprovação de licenças de exportação.

Segundo um comunicado do Ministério do Comércio chinês, os novos controlos exigem autorização prévia para exportar tecnologias usadas na extração e fundição de terras raras, incluindo processos de montagem, afinação, manutenção, reparação e modernização de linhas de produção.

Em nota separada, o ministério indicou que vão ser também impostas restrições adicionais a entidades estrangeiras que exportem produtos fabricados com terras raras ou tecnologias relacionadas provenientes da China. “Algumas organizações e indivíduos estrangeiros têm transferido ou fornecido produtos controlados com origem em terras raras chinesas, directa ou indirectamente, para uso em sectores sensíveis como o militar”, justificou um porta-voz.

Essa prática, acrescentou, “prejudica gravemente ou representa uma potencial ameaça à segurança nacional da China” e teve “um impacto negativo na paz e estabilidade internacionais”. O domínio chinês na extração e refinação destes minerais confere a Pequim uma vantagem estratégica num contexto de crescente rivalidade comercial com os EUA.

10 Out 2025

Semana Dourada | Atingido recorde de mais de 2.430 milhões de viagens

A China registou mais de 2.430 milhões de viagens domésticas durante os oito dias de férias da recente “Semana Dourada”, um novo recorde para este período festivo, segundo dados oficiais divulgados ontem.

Entre 01 e 08 de Outubro, foram contabilizadas em média 304 milhões de deslocações diárias, um aumento de 6,3 por cento face ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o Ministério dos Transportes, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Durante as férias, o país somou cerca de 888 milhões de viagens turísticas, mais 123 milhões do que nos sete dias de folga da “Semana Dourada” de 2024, segundo o Ministério da Cultura e Turismo.

O gasto turístico interno atingiu 809 mil milhões de yuan, o que representa um crescimento homólogo de 15,4 por cento. A Administração Nacional de Imigração informou que foram realizados 16,34 milhões de viagens transfronteiriças durante o feriado, mais 11,5 por cento do que no ano passado.

As viagens internacionais de estrangeiros aumentaram 21,6 por cento, para 1,43 milhões, e dos 751 mil estrangeiros que entraram na China, 535 mil beneficiaram da política de isenção de visto – subidas de 19,8 por cento e 46,8 por cento, respectivamente, em termos homólogos.

As férias começaram em 1 de Outubro, data que assinala o aniversário da fundação da República Popular da China, e prolongaram-se até quarta-feira, um dia mais do que o habitual, devido à coincidência com o Festival do Meio Outono, celebrado este ano a 6 de Outubro. A “Semana Dourada” é um dos principais períodos de férias na China e constitui um importante motor para o turismo e o consumo interno.

10 Out 2025

Comércio | 14 organizações estrangeiras declaradas entidades não confiáveis

A maioria das novas empresas incluídas na lista de não confiáveis têm sede nos Estados Unidos e estão ligadas a actividades militares

 

A China incluiu ontem catorze organizações estrangeiras, a maioria com sede nos Estados Unidos e ligadas ao sector da defesa, na sua “lista de entidades não confiáveis”, num novo episódio das crescentes fricções comerciais e tecnológicas com Washington. Num comunicado, o Ministério do Comércio justificou a decisão com a necessidade de “salvaguardar a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento nacional” do país.

Entre as empresas visadas estão Dedrone by Axon, AeroVironment, BAE Systems, TechInsights e as suas filiais, bem como o Fórum Internacional de Segurança de Halifax (Canadá), no qual participou no final do ano passado a ex-líder de Taiwan Tsai Ing-wen (2016-2024).

A lista inclui ainda a subsidiária norte-americana da israelita Elbit, além das companhias DZYNE Technologies, Epirus, Exelis e VSE Corporation, entre outras. De acordo com o ministério, as entidades sancionadas ficam proibidas de realizar actividades de importação e exportação relacionadas com a China, bem como de efectuar novos investimentos no país.

O comunicado acrescenta que organizações e pessoas dentro da China não poderão manter transacções, cooperação ou qualquer tipo de relação comercial com essas empresas, especialmente no que se refere à “transmissão de dados ou fornecimento de informação sensível”.

Malícia e segurança

Em nota separada, o ministério afirmou que várias das empresas agora incluídas “mantiveram cooperação tecnológica militar com Taiwan, divulgaram declarações maliciosas sobre a China e ajudaram governos estrangeiros a reprimir empresas chinesas”.

“Tais acções prejudicaram gravemente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”, acrescentou o Ministério do Comércio, sublinhando que Pequim apenas adicionou “um número muito reduzido de entidades estrangeiras” que “colocam em risco” a segurança nacional.

“As empresas estrangeiras que actuam com integridade e cumprem a lei não têm motivo de preocupação. O Governo chinês, como sempre, dá as boas-vindas às empresas de todo o mundo para investirem e desenvolverem actividades no país, comprometendo-se a oferecer um ambiente de negócios estável, justo e previsível”, conclui o comunicado.

A decisão surge poucas horas depois de Pequim ter anunciado um novo pacote de restrições à exportação de terras raras, num contexto de crescente disputa tecnológica e comercial entre a China e os Estados Unidos

10 Out 2025

Timor-Leste | UE apoia sociedade civil com mais de dois milhões de euros

A União Europeia (UE), em parceria com várias organizações não-governamentais timorenses, lançou ontem três projectos para reforçar a capacidade da sociedade civil para apoiar comunidades vulneráveis e monitorizar a implementação de políticas públicas.

“A UE e Timor-Leste partilham o compromisso de garantir um espaço cívico livre, porque a monitorização e a advocacia feitas pelas organizações da sociedade civil são essenciais para uma sociedade livre como a nossa. Estamos satisfeitos por fazer parcerias com esta coligação para melhorar o desempenho do desenvolvimento e da responsabilização”, afirmou o embaixador da União Europeia em Timor-Leste, Thorsten Bargfrede.

As organizações da sociedade civil parceiras da União Europeia incluem a CARE, Oxfam, PLAN International, A-HAK, Caucus, Fórum de Comunicação para as Mulheres de Timor-Leste (FOKUPERS), Fórum das Organizações Não Governamentais de Timor-Leste (FONGTIL), Instituto Kdadalak Sulimutu (KSI) e Instituto Mata Dalan (MDI).

O apoio da União Europeia, no valor de 2,2 milhões de euros, será distribuído por três projectos. :“Reforçar as Organizações da Sociedade Civil Locais para uma Governação Responsiva e Responsável nos Direitos Humanos e Igualdade de Género”, “Reforçar a Sociedade Civil para Promover uma Boa Governação” e “Fortalecer a Sociedade Civil para a Diversidade: Reforçar a Liderança da Sociedade Civil para Melhorar a Governação e o Desenvolvimento Sustentável”.

9 Out 2025

Pelo menos dez mortos no Vietname devido a cheias provocadas pelo tufão Matmo

Pelo menos dez pessoas morreram e várias continuam desaparecidas no norte do Vietname em consequência das cheias provocadas pelo tufão Matmo, que atingiu o sul da China na segunda-feira antes de enfraquecer, declarou ontem o Governo vietnamita. O primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, visitou ontem a cidade de Thai Nguyen, capital da província com o mesmo nome e a região com o maior número de mortos, com quatro vítimas mortais e cerca de 200 mil casas afectadas.

Com água até aos joelhos, o político vietnamita inspeccionou a zona e ajudou a distribuir ajuda humanitária, de acordo com informações publicadas no portal do governo. As autoridades mobilizaram mais de 7.600 soldados e voluntários para esforços de ajuda de emergência, depois de o país ter sido atingido por sete tempestades severas desde o final de Agosto.

De acordo com o balanço provisório, três pessoas morreram também na província de Bac Ninh — a 30 quilómetros a noroeste de Hanói —, outras duas na província de Thanh Hoa e uma na província de Cao Bang, na fronteira com a China. As equipas de emergência estão à procura de, pelo menos, duas pessoas em Thai Nguyen e outra em Thanh Hoa.

As cheias causaram também perdas significativas à agricultura e danos consideráveis nas infraestruturas, enquanto as autoridades alertam a população para a possibilidade de deslizamentos de terra e transbordamentos de rios nas regiões afectadas pelas chuvas.

Outros desastres

Na Tailândia, as chuvas provocadas pelo Matmo causaram pelo menos 22 mortes, tendo sido registadas inundações em cerca de vinte províncias do centro, norte e nordeste do país na terça-feira, afectando quase 370 mil pessoas, informaram as autoridades. Os tufões são fenómenos recorrentes no sudeste asiático, quando as águas quentes do Oceano Pacífico favorecem a formação de ciclones.

No final de Setembro, o tufão Bualoi fez pelo menos 58 mortos ou desaparecidos no Vietname e, no final de Agosto, o tufão Kajiki matou sete pessoas. Em Setembro de 2024, o país foi fortemente atingido pelo tufão Yagi, que fez mais de 300 mortos devido às fortes chuvas e deslizamentos de terra.

9 Out 2025

Diplomacia | Wang Yi de visita a Itália e Suíça

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, está de visita a Itália onde realiza a 12ª Reunião Conjunta do Comité Governamental China-Itália e, de seguida, viajará para a Suíça onde decorrerá a 4ª ronda do Diálogo Estratégico dos Ministros dos Negócios Estrangeiros China-Suíça, até 12 de Outubro, anunciou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China no domingo. Wang, também membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China, está a realizar a viagem a convite do vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani, e do conselheiro federal e ministro dos Negócios Estrangeiros da Suíça, Ignazio Cassis, disse o porta-voz, indica o diário do Povo.

9 Out 2025

Feriados| Consumo durante feriados mostra vitalidade económica

Com a convergência dos feriados do Dia Nacional da China e do Festival do Meio Outono, as actividades culturais, as redes de transporte movimentadas e as cenas de consumo inovadoras do país pintaram um quadro vívido da resiliência económica e do potencial de crescimento do país.

O feriado de oito dias, que começou a 1 de Outubro, registou fluxos de pessoas e consumo sem precedentes em todo o país. Desde cerimónias de hasteamento da bandeira na Praça Tiananmen, em Pequim, até exibições assistidas por drones no topo do Monte Emei, o fervor patriótico misturou-se perfeitamente com a atividade económica, escreve a Xinhua.

Às 04h da manhã de 1 de Outubro, enquanto o céu ainda estava escuro, a Praça Tiananmen já estava lotada de pessoas. Neste Dia Nacional, 121 mil pessoas contemplavam o mastro da bandeira, aguardando ansiosamente o momento em que a bandeira nacional da China seria hasteada ao nascer do sol. “Sempre esperei ansiosamente por este momento, em que poderia fazer uma confissão sincera ao meu amado país”, disse Tao Bufan, 27 anos.

Os eventos culturais tornaram-se uma força motriz para o turismo regional. Em Tangshan, Província de Hebei, no norte da China, uma série de concertos do Dia Nacional atraiu grandes multidões, com apresentações gratuitas para o público, acrescenta a agência estatal.

Wen Chao, presidente de uma empresa local de apresentações culturais, observou que o evento tem como objectivo “oferecer festas culturais de alta qualidade para residentes e turistas durante o feriado”. Estimativas indicam que mais de 12 mil eventos culturais foram realizados em todo o país durante o feriado.

Os sistemas de transporte desempenharam um papel fundamental na facilitação da mobilidade. Na primeira metade dos feriados, as viagens inter-regionais de passageiros atingiram um recorde de aproximadamente 1,25 mil milhões. Rodovias, ferrovias, hidrovias e aviação registaram crescimento ano a ano, reflectindo a vitalidade de uma China hiperconectada, indica a Xinhua.

Outros destinos

As áreas cénicas em cidades menores também ganharam popularidade, com dados da agência de viagens online Qunar.com a mostrar que destinos como Jiuzhaigou e Pingtan se tornaram pontos turísticos de destaque no Outono. Um turista da cidade de Nanjing, no leste da China, de sobrenome Zhan, que dirigiu até a província vizinha de Zhejiang para assistir a um jogo de basquetebol, disse à Xinhua: “Reunir-se com parentes e amigos aqui para assistir a jogos e saborear petiscos adiciona uma atmosfera única ao feriado.”

Novas formas de consumo dinamizaram o mercado. Em 1 de outubro, a base de “autocarros de baixa altitude” no Lago Qingshan, na cidade de Hangzhou, iniciou oficialmente as suas operações. A base lançou dois serviços principais – “passeios aéreos” e “transfers interurbanos”, permitindo aos visitantes embarcar em helicópteros e subir a uma altitude de 500 metros para desfrutar de vistas aéreas deslumbrantes da paisagem outonal.

Um visitante da Província de Guangdong, no sul da China, disse: “É tão especial poder apanhar um helicóptero e desfrutar de uma vista aérea da paisagem.”

Medidas políticas também estimularam os gastos. Antes do feriado, o governo central alocou 69 mil milhões de yuans em títulos especiais para apoiar a troca de bens de consumo, elevando o total anual para 300 mil milhões de yuans. De Janeiro a Agosto, os programas de subsídios para trocas atraíram 330 milhões de inscrições, impulsionando vendas de mais de 2 biliões de yuans.

Mais inovação

Os governos locais também introduziram iniciativas inovadoras. A província oriental de Anhui lançou um programa de viagens baseado em crédito que permite aos visitantes reservar bilhetes e hotéis sem fazer um pagamento adiantado, enquanto o Município de Tianjin, no Norte, promoveu actividades de consumo financeiro para impulsionar os gastos com férias.

Um porta-voz do Ministério do Comércio enfatizou que os esforços para aumentar a oferta, inovar as formas de consumo e fortalecer a integração intersectorial irão promover ainda mais o potencial de consumo diversificado, remata a Xinhua.

9 Out 2025

UNESCO | Egípcio Khaled el-Enany eleito para próximo director-geral

O museólogo egípcio Khaled el-Enany foi eleito esta segunda-feira director-geral da UNESCO, pelo conselho executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, sucedendo à francesa Audrey Azoulay, no próximo mandato de quatro anos.

Os resultados da votação, anunciados pela presidente do conselho executivo, Vera El Khoury Lacoeuilhe, mostram que Khaled el-Enany recebeu 55 dos 57 votos possíveis, batendo o segundo candidato, o diplomata congolês Firmin Edouard Matoko. O resultado da votação deverá ser ratificado no próximo dia 6 de novembro, na Conferência Geral da UNESCO, em Samarcanda, no Uzbequistão.

Khaled el-Enany, que deverá tomar posse como 12.º director-geral da UNESCO em 14 de Novembro, tornar-se-á assim o primeiro cidadão de um país árabe a desempenhar o cargo e o segundo africano, depois do senegalês Amadou Mahtar Mbow (1974-1987). Antigo ministro das Antiguidades e do Turismo (2016-2022) do Governo egípcio, egiptólogo de formação, Khaled el-Enany, de 54 anos, é professor de Egiptologia na Universidade de Helwan, no Cairo, a que está ligado há mais de 30 anos, como indica a biografia no seu ‘site’.

No seu percurso académico, que inclui ainda o ensino da língua egípcia antiga, estão também outras instituições de ensino superior como a Universidade de Palermo, em Itália, a Universidade Paul-Valéry-Montpellier, em França, e a Universidade de Tecnologia de Brandeburgo, na Alemanha.

O próximo director-geral da UNESCO, que dirigiu o Museu Nacional da Civilização Egípcia, em Fustat, Cairo, é também académico correspondente do Instituto Arqueológico Alemão, em Berlim, investigador associado e membro do conselho de administração do Instituto Francês de Arqueologia Oriental.

Audrey Azoulay, antiga ministra francesa da Cultura, e a segunda mulher à frente da UNESCO depois da búlgara Irina Bokova (2009-2017), completa, em Novembro, dois mandatos consecutivos desde 2017.

7 Out 2025

Israel | Sánchez condena Hamas e pede fim do genocídio

O primeiro-ministro espanhol lembrou ontem os “terríveis atentados” do grupo islamita radical Hamas em Israel há dois anos, condenou “o terrorismo em todas as suas formas” e exigiu a Telavive que “pare o genocídio do povo palestiniano”.

“Hoje (ontem) passam dois anos dos terríveis atentados perpetrados pelo Hamas. É um dia para reiterar a nossa rotunda condenação do terrorismo em todas as suas formas. Para pedir a libertação dos reféns israelitas. E para exigir a Netanyahu que pare o genocídio do povo palestiniano e abra um corredor humanitário”, disse Pedro Sánchez, que se referia ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“O diálogo e a consolidação dos dois Estados [Israel e Palestina] são a única solução possível para pôr fim ao conflito e conseguir um futuro de paz”, acrescentou o líder do Governo de Espanha, numa mensagem publicada na rede social X.

Em 07 de outubro de 2023, milícias lideradas pelo Hamas, grupo terrorista que controla o território palestiniano da Faixa de Gaza, realizaram ataques sem precedentes no sul de Israel há dois anos, durante os quais assassinaram cerca de 1.200 pessoas e raptaram 251 que levaram como reféns para Gaza.

O exército israelita respondeu com uma ofensiva contra o Hamas no enclave controlado pelo grupo extremista desde 2007, que provocou mais de 67.100 mortos em dois anos e originou a acusação de genocídio contra Israel.

Representantes do Hamas e de Israel iniciaram na segunda-feira, no Egipto, negociações indirectas sobre um plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com o conflito. O plano, de 20 pontos, prevê a libertação dos reféns ainda em Gaza, um cessar-fogo, o desarmamento do Hamas, a retirada das tropas israelitas e uma administração internacional transitória da Faixa de Gaza.

Nestes dois anos, o governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, foi dos primeiros e dos mais contundentes a criticar a ofensiva de Israel em Gaza, que o próprio primeiro-ministro qualifica como um genocídio. Espanha foi também um dos primeiros países a reconhecer o Estado da Palestina neste período, em maio de 2024.

Apelos do Qatar

O Qatar defendeu ontem que Israel já deveria ter cessado as operações militares na Faixa de Gaza, em conformidade com o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump. “Esperamos pelos resultados das negociações nos próximos dias relativamente ao cessar-fogo”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

“Esta questão deve, antes de mais, ser colocada a Israel. Deveria já ter posto termo às operações militares se as declarações do primeiro-ministro israelita sobre a adesão ao plano de Trump fossem verdadeiras”, acrescentou.

7 Out 2025