Hoje Macau China / ÁsiaXanana Gusmão afirma que violência na praia de Bondi não representa Austrália O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, manifestou ontem solidariedade com os australianos e afirmou que o ataque armado na praia de Bondi, em Sydney, que provocou 16 mortos, não representa a Austrália. “Timor-Leste está firmemente ao lado do Governo e do povo da Austrália. Este chocante acto de violência não representa a Austrália que conhecemos e respeitamos. Contraria os valores de abertura, tolerância e respeito que a Austrália representa para a nossa região”, pode ler-se num comunicado de Xanana Gusmão. Na nota, o primeiro-ministro timorense recorda que a Austrália é um “amigo próximo e parceiro de Timor-Leste” e que muitos timorenses têm “laços pessoais, educativos e comunitários profundos com Sydney e com o estado de Nova Gales do Sul”. “Prezo a resposta rápida das autoridades australianas, que actuaram com coragem a fim de proteger o público e salvar vidas. Sei que os australianos se irão unir perante esta tragédia e que a força dos seus valores, a sua resiliência e o seu espírito comunitário orientarão a resposta nos dias que se avizinham”, salienta Xanana Gusmão. Dezasseis pessoas, incluindo um dos atiradores, morreram e pelo menos 40 ficaram feridas num ataque armado domingo durante uma festa judaica na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália. O ataque foi perpetrado por pai e filho, de 50 e 24 anos. O homem de 50 anos foi morto e o de 24 anos está no hospital. Munidos com armas semiautomáticas, os dois atacantes abriram fogo sobre centenas de pessoas reunidas no domingo na praia de Bondi, em Sydney, para celebrar o Hannukah, festa judaica, no que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, classificou como um acto terrorista antissemita. De mãos dadas “Timor-Leste está ao lado da Austrália na defesa da dignidade humana e da liberdade religiosa. Perante uma tão absurda violência, reafirmo o nosso compromisso comum no sentido de comunidades seguras, abertas e respeitadoras para todos”, acrescentou Xanana Gusmão. O massacre numa das praias mais populares da Austrália ocorreu após uma onda de ataques antissemitas que abalaram o país no último ano, embora as autoridades não tenham dado a entender que estes ataques e o tiroteio de domingo estivessem relacionados. Foi o ataque armado mais mortífero em quase três décadas num país com leis rígidas de controlo de armas de fogo.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Novas eleições legislativas marcadas para o dia 8 de Fevereiro As eleições legislativas na Tailândia vão realizar-se a 8 de Fevereiro, anunciou ontem a comissão eleitoral, três dias após a dissolução do parlamento pelo primeiro-ministro Anutin Charnvirakul Depois de o primeiro-ministro Anutin Charnvirakul ter dissolvido o parlamento tailandês na sexta-feira, a comissão eleitoral da Tailândia anunciou ontem que serão realizadas eleições legislativas no próximo dia 8 de Fevereiro. “A comissão eleitoral preparou os detalhes do escrutínio e submeteu-os ao comissário, que aceitou que as eleições se realizassem no domingo, 8 de Fevereiro de 2026”, disse a comissão num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). Os eleitores poderão votar antecipadamente a 1 de Fevereiro e os partidos terão de registar os candidatos a primeiro-ministro até ao final de Dezembro, acrescentou a comissão eleitoral. O parlamento foi dissolvido na sexta-feira, numa altura em que o país do Sudeste Asiático está envolvido numa guerra fronteiriça com o Camboja, que causou até agora 31 mortos e cerca de 800.000 deslocados. Anutin Charnvirakul dissolveu a Câmara dos Representantes após obter a aprovação do rei Maha Vajiralongkorn, que sancionou a medida horas depois através de um decreto real. “Dado que o governo é minoritário e que a situação política interna é marcada por múltiplos desafios, o governo não está em condições de gerir os assuntos de Estado de forma contínua, eficaz e estável”, lê-se no decreto de dissolução. O primeiro-ministro tinha sinalizado a intenção nas redes sociais no final de quinta-feira, quando afirmou que gostaria de devolver o poder ao povo, segundo a agência de notícias norte-americana The Associated Press (AP). Problemas mil Até à posse do executivo formado após as eleições, Anutin Charnvirakul chefia um governo de gestão com poderes limitados, que não pode aprovar um novo orçamento. Anutin Charnvirakul, do partido conservador Bhumjaithai, chegou ao poder em Setembro após a destituição de Paetongtarn Shinawatra, filha do magnata e antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. O chefe do executivo tinha-se comprometido a dissolver a câmara baixa e a organizar eleições no início de 2026, mas os observadores esperavam uma dissolução após o Natal, segundo a AFP. Grande impulsionador da despenalização da canábis no país em 2022, Anutin Charnvirakul foi outrora um poderoso aliado do clã Shinawatra, que dominou por muito tempo a cena política tailandesa, mas cuja influência está em declínio. Em três meses, o dirigente de 59 anos teve, nomeadamente, de lidar com a morte da antiga rainha Sirikit, inundações devastadoras no sul e crescentes tensões com o Camboja, até ao reinício dos confrontos armados em 7 de Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Produção industrial chinesa cresceu 4,8% em Novembro A produção industrial da China cresceu 4,8 por cento em termos homólogos, em Novembro, uma ligeira desaceleração face ao mês anterior (4,9 por cento) e o terceiro recuo mensal consecutivo, segundo dados oficiais divulgados ontem. O valor ficou também aquém das previsões da maioria dos analistas, que antecipavam uma subida para cerca de 5 por cento. Entre os três grandes grupos analisados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, o sector mineiro foi o que registou maior crescimento em Novembro (+6,3 por cento), seguido da indústria transformadora (+4,6 por cento) e da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+4,3 por cento). No acumulado do ano, a produção industrial chinesa aumentou 6 por cento. O GNE também divulgou ontem outros dados relativos a Novembro, como as vendas a retalho, indicador essencial do consumo, que desaceleraram bruscamente de 2,9 por cento em Outubro para 1,3 por cento, num contexto de fraca procura interna. A expectativa do mercado era de manutenção do valor anterior. A taxa oficial de desemprego urbano manteve-se inalterada nos 5,1 por cento. Já o investimento em activos fixos agravou a queda para 2,6 por cento no acumulado dos primeiros 11 meses do ano, 0,9 pontos percentuais abaixo da contracção registada até Outubro. Apesar de os analistas esperarem novo recuo, previam uma contração menor, em torno dos 2,3 por cento. Por sectores, o investimento na indústria transformadora aumentou 1,9 por cento até Novembro, enquanto os destinados a infra-estruturas caíram 1,1 por cento e os ligados à promoção imobiliária afundaram 15,9 por cento, reflectindo a crise prolongada do sector, que se agravou nas últimas semanas. Estas quedas foram 1 e 1,2 pontos percentuais mais acentuadas, respectivamente, do que até Outubro. Casas a pique No mercado imobiliário, as vendas de imóveis comerciais, medidas por área, diminuíram 7,8 por cento até Novembro, agravando em um ponto percentual a queda verificada no mês anterior. O GNE publicou também ontem o relatório sobre preços da habitação, que aponta para uma queda de 0,39 por cento nos preços das casas novas, entre Outubro e Novembro, nas 70 principais cidades chinesas, marcando o 30.º mês consecutivo de descidas.
Hoje Macau China / ÁsiaArábia Saudita | Defendido reforço da coordenação regional e global A China e a Arábia Saudita manifestaram a intenção de reforçar a comunicação e coordenação bilateral em “questões regionais e internacionais de interesse comum”, anunciou ontem o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reuniu-se no domingo com o homólogo saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, durante uma visita oficial ao reino árabe, tendo ambos discutido o “reforço da cooperação em todas as áreas”, segundo comunicado do ministério. “As duas partes sublinharam que continuarão a apoiar-se mutuamente nas questões que envolvem os respectivos interesses fundamentais, implementarão uma série de importantes iniciativas lançadas pelos líderes dos dois países e apoiarão os esforços de nações amigas para alcançar segurança, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”, lê-se na nota. Durante o encontro, Wang transmitiu o apoio da China ao “desenvolvimento e fortalecimento” das relações entre a Arábia Saudita e o Irão, elogiando o papel de liderança de Riade na promoção da estabilidade regional e internacional. Os dois ministros reafirmaram ainda o apoio a uma “solução justa e abrangente” para a questão palestiniana, com base no princípio de dois Estados, nas resoluções relevantes das Nações Unidas e na Iniciativa de Paz Árabe, prevendo a criação de um Estado palestiniano com capital em Jerusalém Oriental, dentro das fronteiras de 1967. Durante a visita a Riade, Wang Yi foi também recebido pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que expressou a vontade de “aprofundar ainda mais a cooperação com a China” em áreas como petróleo e gás, novas energias, inteligência artificial e alta tecnologia, segundo outro comunicado divulgado por Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim apoia condenação de Jimmy Lai e rejeita ingerências externas Pequim expressou ontem o seu “firme apoio” às autoridades de Hong Kong e rejeitou “ingerências externas”, após a condenação por crimes de segurança nacional do antigo magnata da comunicação social pró-democracia Jimmy Lai “O Governo Central apoia firmemente a região administrativa especial na defesa da segurança nacional, em conformidade com a lei, e na repressão de actos criminosos que coloquem em perigo essa segurança”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. “A China manifesta o seu forte descontentamento e firme oposição às calúnias e difamações descaradas por parte de alguns países contra o sistema judicial de Hong Kong”, acrescentou. Jimmy Lai foi ontem considerado culpado de conluio com entidades estrangeiras ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020 e revista em 2024, em resposta aos protestos antigovernamentais, por vezes violentos, de 2019. O fundador do jornal Apple Daily, actualmente banido, foi ainda condenado por “publicações sediciosas” relativas a 161 artigos, incluindo editoriais assinados com o seu nome. O Tribunal Superior de Hong Kong marcou para 12 de Janeiro uma audiência, com a duração máxima de quatro dias, onde a defesa de Lai, de 78 anos, poderá apresentar eventuais atenuantes, antes de a sentença ser conhecida. Os três crimes de que o cidadão britânico foi considerado culpado podem acarretar a pena de prisão perpétua. Lai foi julgado por três juízes, incluindo a lusodescendente Susana D’Almada Remedios, escolhidos pelo Governo para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional imposta em 2020 por Pequim, para pôr fim à dissidência em Hong Kong. “Não temos dúvidas de que [Lai] nunca se desviou da sua intenção de desestabilizar o Governo”, afirmou a juíza Esther Toh, ao ler parte da decisão, cujo documento completo tem 855 páginas. A magistrada disse que as provas demonstram que, ainda antes da aprovação da lei de segurança nacional, o magnata já tinha feito “convites constantes” aos Estados Unidos para ajudar a derrubar as autoridades chinesas, não apenas em Hong Kong. O tribunal considerou que Lai era o cérebro de uma conspiração que procurava a queda do Partido Comunista Chinês, mesmo que isso significasse sacrificar o povo da China e de Hong Kong, acrescentou Toh. Divisão da alegria O líder do Governo de Hong Kong disse que se fez justiça ao condenar Jimmy Lai Chee-ying, o antigo magnata da comunicação social pró-democracia que acusou de “glorificar a violência”. “Lai há muito que explorava o seu meio de comunicação, o Apple Daily, para fomentar deliberadamente conflitos sociais, incitar a divisão e o ódio, glorificar a violência e pedir abertamente sanções estrangeiras contra a China e Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu aos jornalistas. John Lee disse que o ex-magnata “prejudicou os interesses fundamentais da nação e o bem-estar dos residentes de Hong Kong. As suas acções foram vergonhosas e as suas intenções, maliciosas”. “A lei nunca permite que alguém – independentemente da profissão ou origem – prejudique abertamente o seu próprio país e os seus concidadãos em nome dos direitos humanos, da democracia e da liberdade”, afirmou John Lee. O líder do Governo acrescentou que a decisão do Tribunal Superior de Hong Kong é apoiada por “provas irrefutáveis”, mas garantiu que o Governo irá analisar cuidadosamente a sentença antes de fazer mais comentários. Durante o julgamento, que começou em Dezembro de 2023, Lai declarou-se inocente e afirmou nunca ter defendido o separatismo ou a resistência violenta. Também negou ter apelado a sanções ocidentais contra a China e Hong Kong. “Os valores fundamentais do Apple Daily são, na verdade, os valores fundamentais do povo de Hong Kong (…) [incluindo] o Estado de direito, a liberdade, a busca da democracia, a liberdade de expressão, a liberdade de religião, a liberdade de reunião”, argumentou.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Dissolvido principal partido da oposição O Partido Democrático de Hong Kong aprovou ontem a sua própria dissolução, perante a pressão das leis de segurança do território, que impedem o exercício da sua actividade. Numa reunião de duas horas, 97 por cento dos membros votaram pela dissolução do partido, que já foi uma das maiores forças no Conselho Legislativo de Hong Kong. Na assembleia anual, segundo o South China Morning Post, um total de 117 membros, 97 por cento dos presentes, concordaram com a dissolução do partido, seguindo a decisão tomada pela liderança do partido, em Fevereiro. O membro veterano e ex-deputado Fred Li Wah-ming disse que um funcionário da China continental havia instado o partido a dissolver-se antes das eleições para o Conselho Legislativo de Dezembro. Esta dissolução do partido elimina o pouco que restava da principal oposição política da cidade, após uma decisão semelhante da Liga dos Social-Democratas em Junho e do encerramento do Partido Cívico em 2023. A Associação de Hong Kong para a Democracia e o Bem-Estar do Povo, que se concentra em questões sociais e defende a participação dos residentes a votar sob o sistema eleitoral reformulado, é a única força pró-democracia restante. Os patriotas Actualmente, com as várias detenções de dirigentes e activistas e as limitações nas candidaturas, o partido democrático não tinha qualquer representação no conselho legislativo nem nos conselhos distritais. A questão tornou-se ainda mais complexa em Março de 2021, quando o governo chinês aprovou uma lei destinada a garantir que apenas os que designou como ‘patriotas’ pudessem governar em Hong Kong. Essa regulamentação diminuiu significativamente a representação democrática na assembleia, consolidou o controlo sobre os processos eleitorais e estabeleceu um painel de selecção de candidatos, alinhados com os interesses de Pequim. Desde a entrada em vigor dessa legislação e das reformas eleitorais, o futuro do Partido Democrático tem estado em risco, na sequência das constantes rusgas policiais e detenções de activistas ou familiares nos últimos anos. Há uns meses, os membros do partido autorizaram a venda da sua sede por 11 milhões de dólares de Hong Kong para preparar a eventual dissolução e prevenir a entrega do imóvel à justiça. Os fundos remanescentes do partido deverão ser doados à Associação para os Direitos das Vítimas de Acidentes Industriais.
Hoje Macau China / ÁsiaCombates entre Tailândia e Camboja prosseguem Tailândia e Camboja mantêm os combates junto à fronteira, quando o conflito entra na segunda semana, depois de Banguecoque negar que tivesse dado o “sim” a um cessar-fogo, anunciado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As hostilidades, que eclodiram em 07 de Dezembro, causaram até agora, pelo menos, 33 mortes e mais de 200 feridos, para além de cerca de 800 mil deslocados de ambos os lados da fronteira. Os dois países acusam-se reciprocamente de terem desencadeado as hostilidades e de atacarem civis. Na passada sexta-feira, Donald Trump afirmou que os líderes dos dois países haviam concordado com um cessar-fogo após um telefonema seu, mas o Governo tailandês negou esse compromisso e os combates continuaram este sábado e prolongavam-se ontem. De acordo com o porta-voz do ministério tailandês da Defesa, Surasant Kongsiri, o Camboja bombardeou várias províncias fronteiriças no sábado à noite e ontem. Já a homóloga cambojana, Maly Socheata, acusou as forças tailandesas de continuarem a bombardear e a disparar morteiros em zonas próximas da fronteira desde as zero horas de domingo. O Camboja fechou as fronteiras terrestres com a Tailândia este sábado, deixando milhares de pessoas retidas nos dois lados da fronteira. A decisão, segundo Phnom Penh, visa proteger os civis — entre eles estrangeiros de várias nacionalidades, que não puderam atravessar a fronteira para a Tailândia — dos riscos associados aos confrontos militares, que na última semana incluíram o uso de caças e fogo de artilharia ao longo da fronteira, de cerca de 820 quilómetros. O Camboja pediu aos seus cidadãos que vivem na Tailândia e aos tailandeses que esperavam retornar ao seu país que permaneçam onde estão “até que o cessar-fogo seja totalmente aplicado”. A Tailândia, por sua vez, manifestou preocupação com esta decisão de Phnom Penh, especialmente porque esperava o retorno no sábado de cerca de 7.000 tailandeses que aguardam há dias na fronteira para entrar no país e que agora estão proibidos de a cruzar por terra. “Estas acções violam numerosas disposições do direito internacional que, por nossa parte, a Tailândia respeita. Garanto que os cambojanos e outros cidadãos estrangeiros que vivem na Tailândia receberão assistência, de acordo com o direito internacional”, disse ontem numa conferência de imprensa o porta-voz adjunto do ministério tailandês dos Negócios Estrangeiro, Maratee Nalita Andamo. Um caso antigo A Tailândia e o Camboja disputam a soberania de territórios onde se encontram templos do Império Khmer ao longo de fronteira de cerca de 820 quilómetros, traçada no início do século XX durante o período colonial francês. Em Julho deste ano, um primeiro episódio de violência causou 43 mortes em cinco dias e levou cerca de 300.000 pessoas a deixarem as casas nas zonas próximas da fronteira comum, antes de um cessar-fogo sob a égide dos Estados Unidos, da China e da Malásia. Os dois países assinaram depois um acordo de cessar-fogo em 26 de Outubro, sob a égide de Donald Trump, que Banguecoque suspendeu algumas semanas depois, após a explosão de uma mina que feriu vários dos seus soldados, e que a Tailândia acusa ter sido instalada depois do cessar-fogo.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e Índia destacam “avanços positivos” nas relações bilaterais Altos funcionários diplomáticos da China e da Índia assinalaram na quinta-feira, em Pequim, “avanços positivos recentes” na relação bilateral, durante uma nova ronda de consultas entre os ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países. Segundo um comunicado divulgado sexta-feira pelo ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, o encontro foi liderado por Liu Jinsong, director-geral do Departamento da Ásia, e por Shri Sujit Ghosh, secretário conjunto do ministério indiano para o Leste Asiático, e decorreu de forma “oportuna e eficiente”. Durante as conversações, ambas as partes defenderam a necessidade de relançar os mecanismos de diálogo institucional, dinamizar os intercâmbios bilaterais e gerir de forma adequada as divergências e os assuntos sensíveis. As delegações reiteraram ainda o compromisso de reforçar a comunicação e coordenação em fóruns multilaterais, promover o multilateralismo e apoiar a construção de uma ordem internacional multipolar. As consultas ocorrem num contexto de reaproximação entre Pequim e Nova Deli, depois de anos de tensão, e na sequência de medidas como a retoma do comércio fronteiriço, a reabertura de ligações aéreas directas e o relançamento de contactos diplomáticos de alto nível. Apesar dos sinais positivos, a relação continua marcada por divergências de fundo, sobretudo em torno da fronteira comum nos Himalaias, onde um confronto mortal em 2020 provocou a pior crise bilateral em décadas. De acordo com o comunicado chinês, as delegações concordaram em “maximizar os aspectos positivos” da relação sino-indiana.
Hoje Macau China / ÁsiaTai Po | Anunciada comissão que vai investigar incêndio O grupo de trabalho, liderado pelo juiz David Lok, espera apresentar resultados sobre os motivos que estiveram na origem da tragédia, que fez pelo menos 160 mortos, no prazo de nove meses As autoridades de Hong Kong anunciaram sexta-feira a comissão de investigação que se encarregará de analisar as circunstâncias do incêndio de 26 de Novembro no complexo residencial Wang Fuk Court, que provocou pelo menos 160 mortos. A comissão será liderada pelo juiz do Tribunal de Primeira Instância do Tribunal Superior de Hong Kong, David Lok, “e começará formalmente o trabalho no final deste mês, com a perspectiva de concluir o trabalho nove meses após o início da tarefa”, segundo referiu um comunicado publicado pelo executivo da região administrativa especial chinesa. A comissão irá examinar todos os aspectos do incêndio, a começar pelas causas que aceleraram a propagação das chamas, supostamente atribuída aos materiais de protecção das reparações do edifício, mas também irá avaliar a resposta dos bombeiros ao pedido de socorro e a situação legal das obras. De acordo com as conclusões finais da equipa, a comissão irá apresentar ao Chefe do Executivo do território, John Lee, uma série de propostas para elaborar. O mandatário prometeu à população uma série de “reformas profundas, com o objectivo de evitar que incidentes semelhantes se repitam”. Durante o anúncio da comissão, John Lee admitiu que o juiz investigador enfrenta uma “tarefa titânica” e que talvez nove meses seja um prazo insuficiente. “O facto é que quero resolver esta questão o mais rapidamente possível e decidi estabelecer um prazo que considero realista, desde que a comissão disponha de meios suficientes para agir”, afirmou. “É uma grande responsabilidade e um desafio em apenas nove meses, mas todos eles têm a paixão e o amor por Hong Kong necessários para assumir essa responsabilidade com tanta coragem. Estou profundamente grato a eles”, concluiu. Chefias em causa As autoridades anticorrupção estão a investigar directamente 13 pessoas ligadas ao incêndio sob a presunção de terem cometido homicídio por negligência, entre elas os directores e um consultor de engenharia de uma empresa de construção responsável pelas obras de remodelação do edifício. Na terça-feira, as Nações Unidas expressaram preocupação pelas detenções de pessoas que exigem explicações sobre o pior incêndio que a cidade sofreu em décadas. “Os habitantes de Hong Kong exigem legitimamente respostas e que os responsáveis prestem contas, para que as centenas de vítimas sejam devidamente indemnizadas e para que uma tragédia como esta não se repita”, afirmou o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, num comunicado. Na sequência do incêndio de 26 de Novembro, as autoridades lançaram um aviso contra aqueles que “exploram a tragédia”, tendo detido até então quatro pessoas por sedição.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Alerta para perigos de rearmamento nipónico As declarações provocatórias da nova primeira-ministra japonesa sobre Taiwan, aliadas à mudança de atitude nipónica em matéria de Defesa fizeram soar os alarmes no país do Meio Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse esta quarta-feira que a China convoca todos os países amantes da paz a protegerem-se e frustrarem quaisquer movimentos perigosos de reviver o militarismo japonês e a defenderem conjuntamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, conquistados com muito esforço, indica o Diário do Povo. O porta-voz Guo Jiakun prestou as declarações numa conferência de imprensa, em resposta a uma pergunta sobre comentários recentes de alguns órgãos de media estrangeiros de que o Japão está a transformar-se de um Estado constitucionalmente pacifista numa potência militar moderna, e que o país está a tentar reviver o militarismo, o que pode ameaçar a paz e a estabilidade regionais e globais e merece vigilância. Guo observou que, nos últimos anos, o Japão tem vindo a reformular as suas políticas de segurança e defesa, acelerando a revisão de sua constituição pacifista e violando o princípio exclusivamente orientado para a defesa. Além disso, o país removeu a proibição do exercício do direito à autodefesa colectiva, flexibilizou as restrições à exportação de armas, tentou alterar os seus três princípios não nucleares e desenvolveu a chamada “capacidade de ataque à base inimiga”. O responsável destacou que altos funcionários japoneses chegaram a declarar que o Japão não descarta a possibilidade de possuir submarinos nucleares. “Estas medidas colocaram os países vizinhos do Japão e a comunidade internacional em estado de alerta”, afirmou Guo. “Observamos que, após aumentar o seu orçamento de defesa em 13 anos consecutivos, o Japão agora tem o segundo maior orçamento militar entre os países ocidentais. De acordo com um think tank europeu, as receitas das cinco maiores empresas de defesa do Japão aumentaram 40 por cento anualmente em 2024”, apontou Guo. “Para um país que se autodenomina constitucionalmente pacifista, fala em reflectir sobre seu passado bélico e afirma seguir o princípio exclusivamente orientado para a defesa, como é que o Japão justifica o seu aumento militar?”, questionou Guo. Olhares distorcidos O representante do MNE continuou dizendo que, na verdade, após a Segunda Guerra Mundial, o governo japonês nunca reflectiu plenamente sobre as suas guerras de agressão, muitos criminosos de guerra japoneses retornaram como figuras políticas activas e membros das Forças de Autodefesa, alguns primeiros-ministros e dignitários políticos têm insistido em visitar e prestar homenagem ao Santuário Yasukuni, onde criminosos de guerra da Classe A são honrados. Os factos históricos têm sido minimizados e encobertos em livros didáticos distorcidos, acrescentou Guo. “As forças de direita japonesas reflectiram sobre o passado da guerra. No entanto, não reflectiram sobre os crimes de guerra do Japão, mas sobre a razão pelo qual o Japão foi derrotado”, notou Guo. O porta-voz do MNE afirmou que o acerto de contas com o militarismo japonês nunca foi concluído. Em vez disso, as pessoas verão uma tendência crescente de ressurgimento do militarismo. É imperativo que a comunidade internacional lembre ao Japão que a Declaração de Potsdam, nos artigos 6, 7, 9 e 11, afirmava que o militarismo japonês e o seu terreno fértil devem ser eliminados para sempre, pois insistimos que uma nova ordem de paz, segurança e justiça será impossível até que haja provas convincentes de que o poder do Japão de travar guerras foi destruído política e legalmente e que as ideias belicosas foram fundamentalmente eliminadas, afirmou Guo. O representante salientou ainda que a Proclamação de Potsdam também exige que o Japão seja completamente desarmado e não mantenha indústrias que lhe permitam rearmar-se para a guerra, e que está prometido no Instrumento de Rendição do Japão que o país cumprirá fielmente as disposições da Proclamação de Potsdam. Esses instrumentos com efeito jurídico sob a lei internacional e reconhecidos pelo Japão esclareceram as suas obrigações internacionais como país derrotado, constituem a importante pedra angular da ordem internacional do pós-guerra e servem como pré-requisito político e jurídico para o retorno do Japão à comunidade internacional, observou o porta-voz. “A tentativa do Japão de se ‘remilitarizar’ através do fortalecimento acelerado de suas forças armadas só fará com que o mundo volte a questionar para onde o Japão está a caminhar e exija outro acerto de contas com os seus crimes de guerra. A China apela a todos os países amantes da paz a protegerem-se e frustrarem quaisquer movimentos perigosos de reviver militarismo japonês e a defenderem conjuntamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, conquistados com muito esforço”, indicou Guo.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste e Brasil assinam acordo para formação de professores de português O Governo timorense e o Brasil assinaram quarta-feira um projecto de formação para professores de língua portuguesa em Timor-Leste, para reforçar as competências linguísticas, comunicativas e didático-pedagógicas dos docentes. “O Projecto de Formação de Professores de Língua Portuguesa do 3.º Ciclo do Ensino Básico, que hoje formalizámos através da assinatura de um ajuste complementar e de um documento de projecto, nasce de um compromisso profundo: garantir que todos os nossos professores disponham de competências linguísticas, comunicativas, didático-pedagógicas e metodológicas necessárias para assegurar o sucesso da implementação do novo currículo nacional, que entrou em vigor no ano lectivo de 2025”, afirmou Dulce de Jesus. A ministra da Educação timorense falava no âmbito da cerimónia de assinatura do programa de formação, que terá a duração de quatro anos (2025 a 2028). O projecto abrangerá um total de 644 professores de Língua Portuguesa do 3.º Ciclo do Ensino Básico, directamente envolvidos no processo de ensino e aprendizagem dos jovens timorenses. “Para melhorar esse processo, contaremos com o apoio técnico de 17 professores-coordenadores brasileiros, que trabalharão em regime de docência conjunta, e de 81 professores timorenses, que actuarão como professores multiplicadores, garantindo assim a sustentabilidade e continuidade da formação no futuro”, explicou a ministra timorense. O projecto inclui também a produção de novos materiais didácticos para os 7.º, 8.º e 9.º anos, a criação de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e o estabelecimento, no Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (INFORDEPE), de um Núcleo de Formação de Professores de Português, que funcionará como estrutura permanente de apoio técnico e pedagógico. “Todos compreendemos que se trata de um investimento estratégico e ambicioso. Um investimento que vai além da simples formação de docentes e que representa a construção de um modelo sustentável para o futuro da formação e da educação em Timor-Leste”, acrescentou Dulce de Jesus. Em expansão O embaixador do Brasil em Timor-Leste, Ricardo José Leal, afirmou que o Governo brasileiro está comprometido em continuar a colaborar com Timor-Leste, especialmente na promoção e difusão da língua portuguesa. “A formação de professores tem como objectivo capacitar os docentes e expandir o uso da língua portuguesa, sobretudo no ensino básico”, declarou o diplomata brasileiro. O projecto conta com apoio do Governo brasileiro através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Universidade de Campinas (UNICAMP), que têm prestado apoio técnico e científico consistente para melhorar o sistema educativo em Timor-Leste.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI | Revisto em alta crescimento da China para 5% em 2025 O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu ontem em alta a previsão de crescimento da economia chinesa para 2025, de 4,8 por cento para 5 por cento, citando os estímulos económicos lançados por Pequim e a trégua comercial com os Estados Unidos. A actualização consta da avaliação anual da economia chinesa, divulgada ontem, que eleva também a projecção de crescimento para 2026, de 4,2 por cento para 4,5 por cento. A missão do FMI, liderada por Sonali Jain-Chandra, destacou a “notável resiliência” da economia chinesa, apesar de “múltiplas perturbações nos últimos anos”. Ainda assim, alertou para desequilíbrios persistentes, como o prolongado ajustamento do sector imobiliário, o impacto nas finanças locais e a fraca confiança dos consumidores, que resultaram em baixa procura interna e pressões deflaccionistas. Para 2025, o FMI prevê uma inflação média de 0 por cento, com uma recuperação moderada para 0,8 por cento no próximo ano. A missão alertou ainda para os riscos de médio prazo, como o envelhecimento da população, o abrandamento da produtividade e os elevados níveis de dívida. Apesar da competitividade externa beneficiada pela desvalorização real do yuan, o FMI considera que as exportações já não podem sustentar sozinhas o crescimento. O FMI recomenda uma transição mais célere para um modelo de crescimento baseado no consumo, através da redução da elevada taxa de poupança das famílias, maior flexibilidade cambial, reforço dos sistemas de protecção social e resposta à crise imobiliária. Reformas no mercado de trabalho para reduzir o desemprego jovem e reestruturação da dívida dos governos locais através de mecanismos de insolvência são outras das propostas avançadas.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Cancelados acordos com Banco Asiático de Desenvolvimento O Governo timorense decidiu ontem cancelar três acordos de financiamento com o Banco Asiático de Desenvolvimento, incluindo o referente ao projecto de expansão do aeroporto Nicolau Lobato, assinado em 2021. O executivo timorense justificou a decisão “na sequência de uma análise aprofundada aos diversos projectos financiados por empréstimos, que voltou a evidenciar a existência de iniciativas ainda por iniciar ou com níveis de execução muito reduzidos”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros. Além do acordo de financiamento para expansão do aeroporto, no valor de 85 milhões de dólares o Governo decidiu cancelar também os financiamentos para os projectos “Power Distribuition Modernization”, assinado em Dezembro de 2021, no valor de 35 milhões de dólares, e para “Dili West Water Supply”, assinado em 2022, no valor de 50 milhões de dólares. Neste contexto, determinados acordos de financiamento actualmente em vigor deixam de ser necessários”, salientou o Governo timorense. Na reunião, o Governo aprovou também a assinatura de um acordo de empréstimo, com componente de subvenção, com o Banco Asiático de Desenvolvimento para financiar o projecto de “Melhoria de Estradas Nacionais”, fase 1. “Este projecto tem como objectivo modernizar cerca de 42 quilómetros de estradas importantes na rede rodoviária nacional, introduzindo infraestruturas de adaptação climática de pequena escala em seis sucos [conjuntos de aldeias] propensos a inundações e secas”, explicou o Governo. O projecto inclui também a reabilitação de três pontes localizadas entre Baucau e Lautém, no leste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Protesto após incursão de aviões militares de Pequim e Moscovo Seul anunciou ontem ter apresentado um “forte protesto diplomático” às autoridades russas e chinesas, após a passagem de aviões militares de Pequim e Moscovo pela zona de identificação de defesa aérea sul-coreana. O protesto foi apresentado aos adidos da defesa de ambos os países na capital sul-coreana, de acordo com o Ministério da Defesa. “As nossas forças armadas continuarão a responder activamente às actividades de aeronaves de países vizinhos dentro [da zona de identificação de defesa aérea da Coreia do Sul], em conformidade com o direito internacional”, sublinhou o responsável pelos assuntos internacionais daquele ministério, Lee Kwang-suk. A Coreia do Sul disse na terça-feira que enviou caças em resposta à entrada de sete aeronaves militares russas e duas chinesas na zona de defesa aérea do país. Esta zona é uma área maior do que espaço aéreo e que um país controla por razões de segurança, embora este conceito não esteja definido por nenhum tratado internacional. Nenhuma das aeronaves militares russas e chinesas violou o espaço aéreo sul-coreano, de acordo com o Estado-Maior Conjunto em Seul. Pequim e Moscovo evocaram exercícios militares conjuntos que, de acordo com o Ministério da Defesa russo, envolveram “bombardeiros estratégicos”.
Hoje Macau China / ÁsiaCamboja/Tailândia | Mais de meio milhão de pessoas deslocadas Os conflitos fronteiriços entre os dois países do Sudeste Asiático ameaçam a segurança dos habitantes da zona fronteiriça. Milhares de pessoas de ambos os lados foram retiradas de casa e levadas para abrigos Mais de meio milhão de pessoas foram retiradas das regiões fronteiriças entre a Tailândia e o Camboja desde o recomeço dos confrontos, no domingo, entre os vizinhos do Sudeste Asiático, anunciaram ontem as autoridades dos dois países. “Mais de 400 mil pessoas foram deslocadas para abrigos”, declarou em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério da Defesa da Tailândia, Surasant Kongsiri, após um primeiro balanço do Governo que referia 180 mil deslocados tailandeses. “Os civis tiveram de ser retirados em massa, devido ao que avaliámos como uma ameaça iminente à sua segurança”, acrescentou o responsável. Do lado cambojano, “20.105 famílias, num total de 101.229 pessoas, foram retiradas para abrigos e casas de familiares em cinco províncias”, de acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata. Os dois países acusam-se mutuamente de terem desencadeado o recomeço das hostilidades, que causaram até agora pelo menos 11 mortos: sete civis cambojanos e quatro soldados tailandeses, de acordo com os últimos balanços das autoridades. Disputas antigas O Camboja e a Tailândia, que há muito disputam partes do território ao longo da fronteira, já se tinham enfrentado em Julho. Cinco dias de combates, em terra e ar, causaram 43 mortos e obrigaram à retirada de cerca de 300 mil pessoas. O conflito baseia-se em disputas antigas sobre o traçado de certas partes da fronteira de mais de 800 quilómetros de extensão, que remonta à colonização francesa. As duas partes assinaram em 26 de Outubro um acordo de cessar-fogo, sob a égide do Presidente norte-americano, Donald Trump, mas o acordo foi entretanto suspenso. O chefe de Estado disse esta terça-feira que pensa “fazer uma chamada” e “acabar com a guerra”. Num discurso, durante um comício com apoiantes na Pensilvânia (nordeste), esta terça-feira, Trump enumerou vários conflitos nos quais se envolveu, incluindo este entre Banguecoque e Phnom Penh e depois anunciou: “Amanhã [hoje], tenho de fazer uma chamada e acho que eles vão resolver a situação”. “Quem mais poderia dizer: ‘vou fazer uma chamada e acabar com uma guerra entre dois países muito poderosos?'”, questionou.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim condena proibição da rede social Red Note e fala em acto “arbitrário” A proibição temporária da rede social Xiaohongshu (red note) em Taiwan constitui um ato “antidemocrático” e “arbitrário”, que “obstrui a liberdade” e “despreza a democracia”, acusou ontem um porta-voz do Governo chinês. Em conferência de imprensa, Chen Binhua, do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, afirmou que a decisão revela o “medo” e a “insegurança” das autoridades do Partido Democrático Progressista (PDP), actualmente no poder em Taiwan. “Através do Xiaohongshu, os jovens taiwaneses tomam contacto com a realidade da China continental e interagem de forma cordial com os utilizadores do continente, o que tem feito ruir a ‘câmara de isolamento informativo’, criada deliberadamente pelo PDP, e as suas calúnias contra o continente”, afirmou o porta-voz. Chen sublinhou que, segundo dados divulgados por órgãos de comunicação taiwaneses, o Facebook esteve envolvido em quase 60 mil casos de fraude na ilha no ano passado – “muito acima” dos incidentes atribuídos ao Xiaohongshu. “Portanto, o que as autoridades do PDP chamam de ‘antifraude’ é, na verdade, ‘antidemocracia’. Este comportamento arbitrário obstrui a liberdade e priva brutalmente os taiwaneses, sobretudo os jovens, do direito à informação e de usar livremente as redes sociais”, disse. “O que semeia injustiça colherá a sua ruína: as acções desenfreadas do PDP acabarão por fazê-los provar o seu próprio fruto amargo. As suas medidas retrógradas não conseguirão travar a tendência dos jovens taiwaneses para conhecer o continente e interagir com os compatriotas do outro lado do estreito”, acrescentou. As declarações surgem depois de o Ministério do Interior de Taiwan ter anunciado na semana passada o bloqueio durante um ano da plataforma Xiaohongshu – conhecida como o “Instagram chinês” – por motivos de cibersegurança e alegadas ligações a esquemas de fraude. A aplicação conta com mais de três milhões de utilizadores em Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaMedicina | Decretado fim de dispositivos com mercúrio a partir de 2026 A China vai deixar de produzir termómetros e aparelhos de medição da pressão arterial com mercúrio a partir de 01 de Janeiro de 2026, por razões de segurança, dando assim seguimento a uma medida anunciada em 2020. A elevada toxicidade do mercúrio e a fragilidade dos dispositivos que utilizam este elemento – o único metal líquido à temperatura ambiente – estiveram na origem da decisão, segundo destacou a Administração Nacional de Produtos Médicos. Em doses elevadas, o mercúrio e os seus compostos podem ser fatais ou provocar danos neurológicos. A nível ambiental, é particularmente nocivo para os ecossistemas aquáticos, com maior capacidade de contaminação da água, do solo e do ar. Maior produtor mundial de mercúrio, com cerca de mil toneladas métricas em 2024, a China fabrica anualmente perto de 120 milhões de termómetros tradicionais à base deste metal, embora a produção esteja em declínio face à crescente adopção de medidores digitais ou por infravermelhos. O país asiático é signatário da Convenção de Minamata sobre o Mercúrio, adoptada no Japão em 2013, que tem como objectivo eliminar o uso deste elemento na indústria médica até 2030. Outros países e regiões já avançaram com proibições semelhantes nas últimas décadas, incluindo a União Europeia, que baniu a utilização de termómetros e dispositivos médicos com mercúrio em 2009.
Hoje Macau China / ÁsiaJPMorgan | Previstas subidas de quase 20% nas bolsas da China e Hong Kong em 2026 As previsões da instituição norte-americana reforçam o optimismo dos investidores para o ano que se avizinha As acções da China e de Hong Kong poderão registar ganhos próximos de 20 por cento em 2026, impulsionadas por um crescimento global resiliente, recuperação dos lucros e menor concorrência, prevê o banco de investimento JPMorgan. A instituição financeira norte-americana estima que o índice MSCI China suba cerca de 18 por cento até ao final do próximo ano, enquanto o CSI 300, que agrega as maiores empresas cotadas nas praças financeiras da China continental (Xangai e Shenzhen), deverá valorizar 12 por cento. O MSCI Hong Kong poderá avançar até 18 por cento apoiado por uma recuperação gradual nos fluxos de capital e no sentimento em relação ao sector imobiliário. “Os lucros estão a dar-nos confiança”, afirmou Wendy Liu, estratega para acções chinesas do JPMorgan, durante uma conferência com jornalistas. Liu sublinhou que os mercados chineses atravessam uma fase de recuperação de lucros, após uma queda entre 2021 e meados de 2024, que afastou investidores e empurrou as avaliações para mínimos de vários anos. A estratega apontou como factor determinante o abrandamento da guerra de preços no comércio electrónico e na logística, que este ano disfarçou a melhoria dos lucros subjacentes e penalizou o desempenho do MSCI China. Liu destacou também o impacto da campanha de Pequim contra a “involução” – termo utilizado para descrever a concorrência excessiva e o aumento da capacidade produtiva –, que deverá favorecer a expansão das margens, sobretudo nas energias renováveis e sector transformador avançado. “É uma mudança estrutural, que pode marcar a próxima década, levando à consolidação e a retornos mais fortes sobre o capital”, afirmou. A crescer O JPMorgan mantém ainda uma posição optimista em relação a equipamento ligado à inteligência artificial e sistemas de armazenamento de energia, beneficiando do aumento dos investimentos em centros de dados. A procura por baterias e componentes solares para alimentar essas infraestruturas poderá crescer mais depressa do que o investimento em tecnologia no geral, segundo Liu. O consumo interno continua a ser o tema “mais debatido”, com as famílias a manterem uma postura cautelosa, apesar do aumento da poupança e da redução da dívida, apontou a analista. A possibilidade de nova escalada nas tensões sino-americanas ou de um reacender da guerra de preços entre plataformas logísticas são riscos a ter em conta, advertiu. Mas Liu descreveu o panorama como “optimista”, com os investidores a revelarem maior disciplina do que em anteriores ciclos de valorização. “Estamos a meio de uma fase de expansão do crescimento, e os lucros estão com bom aspecto”, resumiu. No caso de Hong Kong, Liu disse que o desempenho do mercado continua fortemente correlacionado com os fluxos de capital, influenciando os activos financeiros, o imobiliário residencial e o consumo discricionário.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia e Camboja | Templos e fronteira cenário de combates O conflito actual entre a Tailândia e o Camboja resulta de uma disputa histórica pela fronteira estabelecida há mais de um século, quando a França ocupava a então Indochina, e pela soberania de templos hindus. Os exércitos dos dois países, que já registaram confrontos violentos em Julho, lutam desde domingo pelo controlo de áreas onde se situam edifícios religiosos do século XI, altura em que a região era controlada pelo Império Khmer (802-1431). A Tailândia disse que registou a morte de quatro soldados desde domingo, e o Camboja de oito civis. Outrora ruínas esquecidas e cobertas pela vegetação, o domínio sobre os locais de culto reacendeu os sentimentos nacionalistas, segundo a agência de notícias espanhola EFE. O exército tailandês deu conta de confrontos na terça-feira em redor dos templos de Ta Kwai, também conhecido como Ta Krabei, e Ta Muen Thom. Situam-se ambos perto da linha divisória entre a província tailandesa de Surin e a cambojana de Oddar Meanchey. De escasso valor estratégico militar, o domínio sobre estes centros religiosos tornou-se um assunto de elevado peso patriótico. “Embora nenhum dos países deseje uma guerra em larga escala, ambos consideram que os templos em disputa e o território circundante são importantes para a história e identidade nacional”, disse o especialista em Sudeste Asiático Tom Pepinsky, da Universidade Cornell. “A política interna em ambos os países exacerba estas tensões”, afirmou o cientista político norte-americano da universidade nova-iorquina, num comentário enviado à EFE.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo no Japão faz pelo menos 30 feridos O forte sismo que atingiu na noite de segunda-feira o norte do Japão, onde foram registadas ondas de tsunami de 70 centímetros, causou pelo menos 30 feridos, informou ontem a primeira-ministra, Sanae Takaichi. A agência meteorológica japonesa (JMA) alertou a população que este terramoto de magnitude 7,5 na escola de Richter – inicialmente estimado em 7,6 – que ocorreu no mar ao largo da região norte de Aomori, às 23:15 locais, poderia ser seguido por outros tremores nos próximos dias. “Ouçam as informações da JMA e das autoridades locais durante toda a semana, verifiquem se os vossos móveis estão bem fixados (…) e estejam prontos para a retirada se sentirem um tremor”, disse Takaichi. Entre os feridos está uma pessoa gravemente atingida na ilha de Hokkaido, a mais setentrional do arquipélago, de acordo com a Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Catástrofes, que recomendou a retirada de 28.000 pessoas. Imagens ao vivo mostram fragmentos de vidro partido espalhados pelas estradas ou objectos no chão das lojas. Cerca de 2.700 residências ficaram sem electricidade em Aomori, entre as quais três dezenas continuavam sem energia ontem ao final da manhã, enquanto o Inverno se instala. A JMA emitiu inicialmente um alerta de tsunami, mencionando ondas que poderiam atingir três metros e pedindo a milhares de habitantes da região mais próxima do epicentro que se abrigassem. A circulação dos comboios de alta velocidade Shinkansen foi suspensa em algumas zonas, enquanto se verifica o estado das vias. Por sua vez, a companhia Tohoku Electric Power informou que não foram detectadas anomalias nas duas centrais nucleares mais próximas do epicentro, a de Higashidori, em Aomori, e a de Onagawa, na região de Miyagi. Memórias trágicas A região tem ainda bem presente as consequências do terramoto de magnitude 9 em Março de 2011, que provocou um tsunami, causando cerca de 18.500 mortos ou desaparecidos. A catástrofe também provocou a fusão de três dos reactores da central nuclear de Fukushima, o pior desastre deste tipo desde a catástrofe de Chernobyl, em Abril de 1986. O Japão está localizado na junção de quatro placas tectónicas, no “Anel de Fogo” do Pacífico. O país apresenta uma das maiores actividades sísmicas do mundo. O arquipélago de 125 milhões de habitantes regista cerca de 1.500 terramotos por ano. A maioria é fraca, embora os danos possam variar de acordo com a localização e profundidade dos sismos. Em Janeiro, um grupo de especialistas governamentais aumentou ligeiramente a probabilidade de um grande tremor na fossa de Nankai, ao largo do Japão, nos próximos trinta anos, elevando-a para entre 75 por cento a 82 por cento. O Governo do Japão publicou uma nova estimativa em mMrço, indicando que um “mega-terramoto” e o tsunami que pode seguir-se poderem causar até 298.000 mortes e danos que podem atingir dois biliões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas dos EUA geram aumento nas exportações chinesas para o sudeste asiático As exportações da China para o sudeste asiático cresceram 23,5 por cento nos primeiros nove meses do ano, quase o dobro da média dos últimos quatro anos, impulsionadas pela guerra comercial com os Estados Unidos, segundo dados oficiais. Os dados sobre as importações dos seis maiores mercados da região – Indonésia, Singapura, Tailândia, Filipinas, Vietname e Malásia – compilados pela unidade de investigação ISI Markets, mostram que as vendas chinesas aumentaram de 330 mil milhões para 407 mil milhões de dólares entre Janeiro e Setembro, face ao mesmo período de 2024. As exportações chinesas para o sudeste asiático duplicaram nos últimos cinco anos, com o excedente comercial da China face à região a atingir este ano um novo máximo histórico. Em 2025, o crescimento médio foi quase o dobro da taxa anual composta de 13 por cento registada entre 2020 e 2024. A intensificação das trocas comerciais com os países vizinhos surge num contexto de desvio das exportações chinesas, penalizadas por tarifas norte-americanas que atingem atualmente cerca de 47 por cento. Em contraste, os produtos chineses enfrentam tarifas médias de apenas 19 por cento no sudeste asiático, tornando a região uma alternativa atractiva para os exportadores. Segundo analistas, esta nova vaga de exportações poderá estar ligada a estratégias de evasão às tarifas dos EUA, através do reencaminhamento de produtos por países terceiros – uma prática conhecida como comércio triangular, no qual os produtos são exportados quase concluídos da China para outros países, onde é acrescentado um componente ou acabamento, visando alterar o local de fabrico. Washington já advertiu que poderá aplicar tarifas adicionais até 40 por cento a produtos com origem chinesa disfarçada. Sobe e desce Roland Rajah, economista do grupo de reflexão (‘think tank’) australiano Lowy, estimou que as exportações chinesas para a região aumentaram até 30 por cento em Setembro, sublinhando que esta vaga é distinta de anteriores. “Grande parte do que está a ser exportado é pró-crescimento”, disse, indicando que cerca de 60 por cento dos bens enviados pela China são componentes usados em produtos fabricados na região para reexportação. No segmento dos bens de consumo, a China consolidou-se como principal fornecedor da região, com destaque para o sector automóvel. Os veículos eléctricos chineses, como os da fabricante de veículos eléctricos e híbridos BYD, têm vindo a substituir modelos japoneses, incluindo Toyota, Honda e Nissan, tradicionalmente dominantes no sudeste asiático. De acordo com dados da consultora PwC, a quota de mercado dos construtores japoneses nos seis principais mercados do sudeste asiático caiu para 62 por cento no primeiro semestre de 2025, face a uma média de 77 por cento na década de 2010. A China, por sua vez, passou de uma presença residual para mais de 5 por cento de um mercado de 3,3 milhões de viaturas por ano. Perante a pressão da concorrência chinesa, alguns países do sudeste asiático endureceram regras de importação e ponderam tarifas sobre determinados produtos.
Hoje Macau China / ÁsiaVoo MH370 | Tribunal chinês condena Malaysia Airlines a indemnizar famílias de vítimas Um tribunal chinês determinou que a Malaysia Airlines deve pagar uma indemnização de 2,9 milhões de yuan a cada uma das famílias de oito passageiros desaparecidos no voo MH370, há mais de uma década. Segundo um comunicado divulgado ontem, a decisão judicial obriga a transportadora aérea a compensar as famílias pela morte dos familiares, pelas despesas funerárias e pelos danos causados por sofrimento emocional. Embora o destino dos passageiros permaneça desconhecido, todos foram declarados legalmente mortos. O voo MH370 desapareceu em 2014 com 239 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, após descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim. Apesar de vários anos de buscas, continua por esclarecer o que aconteceu ao avião e aos seus ocupantes. A maioria dos passageiros era de nacionalidade chinesa, e os seus familiares têm mantido esforços contínuos para obter respostas. A bordo do Boeing 777 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 faziam parte da tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um neerlandês e um taiwanês. O tribunal indicou ainda que 23 processos permanecem pendentes, enquanto em 47 casos as famílias chegaram a acordos extrajudiciais com a companhia aérea e desistiram das acções. Inicialmente, a Malásia, a China e a Austrália realizaram uma busca conjunta em cerca de 120.000 quilómetros quadrados no Índico, mas encerraram as operações em Janeiro de 2017, sem encontrar os destroços do avião. Uma empresa contratada pelo Governo da Malásia, a Ocean Infinity, também tentou localizar o aparelho numa área de cerca de 100.000 quilómetros quadrados entre Janeiro e Junho de 2018, sem sucesso. Na semana passada, Kuala Lumpur anunciou que a Ocean Infinity vai retomar as buscas pelo avião desaparecido a partir de 30 de Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaNvidia | Chips H200 permitirão à IA chinesa reduzir distância face aos EUA A decisão dos Estados Unidos de autorizar a exportação dos chips H200 da Nvidia para a China pode acelerar o avanço da inteligência artificial chinesa e aliviar limitações tecnológicas, segundo a consultora Capital Economics. Num relatório enviado a clientes, o analista Julian Evans-Pritchard indicou que Pequim tinha “menosprezado” os chips H20 – uma versão limitada destinada ao mercado chinês –, mas estará agora “disposta a autorizar as suas empresas a comprar os H200, mais potentes”, que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu liberalizar. “Isso permitirá à China acelerar a construção da sua infraestrutura de IA e aumentar a probabilidade de que os modelos chineses se equiparem, ou mesmo superem, os mais avançados modelos dos EUA”, afirmou o especialista. Evans-Pritchard recordou que as tecnológicas chinesas já demonstraram capacidade de operar com limitações de ‘hardware’, treinando modelos de IA com desempenho próximo dos norte-americanos. “Com ‘chips’ mais poderosos, poderemos assistir a um novo ‘momento DeepSeek'”, disse, referindo-se à empresa chinesa que ganhou destaque no início de 2025 com um modelo de IA avançado. Evans-Pritchard prevê uma abordagem “pragmática” e considera provável que a China permita a aquisição dos H200 por algumas empresas, à medida que desenvolve alternativas nacionais. Trump especificou que a Nvidia poderá vender os ‘chips’ apenas a “clientes aprovados” na China, sob a condição de que as vendas garantam a segurança nacional dos EUA, que cobram o pagamento de uma tarifa de 25 por cento. A Nvidia já dispunha de licença para exportar os H20 – com capacidade inferior – para a China, em troca de 15 por cento das receitas. Na visão do analista, a decisão de Washington indica que a Administração Trump está a dar prioridade a um possível acordo com Pequim – que poderá ser assinado durante uma visita presidencial prevista para Abril de 2026 – em detrimento das preocupações com segurança nacional e dos esforços para dissociar as duas economias.
Hoje Macau China / ÁsiaLi Qiang lamenta “grave impacto” de tarifas junto de organismos internacionais O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, alertou ontem para o “grave impacto” das tarifas e outras restrições comerciais na economia global, ao inaugurar em Pequim uma nova edição do ‘Diálogo 1+10’ com instituições financeiras internacionais. Li afirmou que a proliferação de barreiras comerciais desde o início do ano demonstrou que “as tarifas prejudicam terceiros, mas acabam por se virar contra quem as impõe”, o que, segundo o governante, tem reforçado os apelos globais em defesa do comércio livre. Perante os líderes das principais instituições financeiras e comerciais internacionais, o chefe do Governo chinês destacou que o mundo enfrenta “mudanças complexas e profundas”, marcadas pela ascensão do proteccionismo, por turbulências geopolíticas e por lacunas na governação global. O fórum, que decorre sob o lema “Partilhar a governação global, promover o desenvolvimento global”, tem como objectivo “construir um sistema mais justo, razoável e eficaz”, disse Li, sublinhando o papel das organizações presentes na estabilidade da economia mundial. O primeiro-ministro identificou três conceitos-chave que marcaram o ano de 2025: tarifas, transição verde e inteligência artificial (IA). Sobre o clima, assinalou o décimo aniversário do Acordo de Paris e reafirmou os compromissos da China, incluindo o objectivo de que mais de 30 por cento do consumo energético do país seja proveniente de fontes não fósseis, com a instalação de 3,6 gigawatts de capacidade solar e eólica – mais de seis vezes o nível registado em 2020. Em relação à inteligência artificial, Li destacou o avanço acelerado de modelos abertos chineses, como o DeepSeek, que estão a “impulsionar a transformação industrial” e o crescimento de novos sectores como a robótica inteligente. “O comércio livre, a superação de desafios globais e a inovação colaborativa são metas que nenhuma entidade pode alcançar sozinha. Exigem esforço colectivo”, sublinhou. Figuras de proa Participam no encontro a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, e o presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, Jin Liqun. Estão ainda presentes o director-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Pablo Hernández de Cos, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a directora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, e representantes da Organização Internacional do Trabalho, do Conselho de Estabilidade Financeira e da OCDE, entre outros.