Xi Jinping no Cazaquistão para cimeira sobre segurança e possível encontro com Putin

O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Cazaquistão, onde vai participar na cimeira dos líderes da Organização de Cooperação de Xangai, que conta também com a presença do homólogo russo, Vladimir Putin.

Durante o evento, Xi “vai trocar opiniões com os líderes dos países participantes sobre o aprofundamento da cooperação, bem como sobre as principais questões internacionais e regionais”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning, em conferência de imprensa, na segunda-feira.

A Organização de Cooperação de Xangai visa a colaboração na segurança regional, na luta contra o terrorismo, o separatismo étnico e o extremismo religioso, e integra China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. A Bielorrússia deve tornar-se o 10.º membro na cimeira, em Astana.

Após a reunião, a China vai assumir a presidência da organização até 2025, com o objectivo de “contribuir para a paz duradoura e a prosperidade comum no mundo” e “beneficiar a região”, de acordo com Mao.

Em Maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou que Xi e Putin iam reunir-se no Cazaquistão, à margem da cimeira, no segundo encontro em cerca de dois meses, depois da visita do líder russo à China, em meados de Maio.

Durante a visita de Putin à China, os dois líderes mostraram consenso sobre questões globais como os conflitos na Ucrânia e em Gaza, distanciando-se das posições ocidentais.

Xi e Putin sublinharam que “uma solução política para a ‘crise’ na Ucrânia é a direcção certa” e apontaram para a “extrema urgência de encontrar uma saída para a situação na Palestina”.

Analistas chineses citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, afirmaram que o momento da cimeira e o provável encontro entre Xi e Putin são “especialmente oportunos, dadas as mudanças drásticas na situação internacional e a intensificação da contenção e do confronto entre blocos instigada pelos países ocidentais”.

“A visita envia uma mensagem ao mundo ocidental de que há muitas vozes das economias emergentes que precisam de ser ouvidas e representadas, e que a tendência dominante da cooperação global não será invertida pela sua obstrução”, disse o investigador Zhou Rong, citado pelo jornal.

Próxima paragem

No âmbito da deslocação, Xi fará também uma visita de Estado ao Cazaquistão e ao Tajiquistão. O Cazaquistão “apresenta-se como um vizinho amigável e um parceiro estratégico integral e permanente da China” e as relações entre os dois países “têm mantido uma dinâmica de desenvolvimento saudável e estável”, afirmou Mao.

Em Maio, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Murat Nurtleu, disse ao homólogo chinês, Wang Yi, que China e Cazaquistão “partilham posições semelhantes em muitas questões da agenda internacional e regional”. Esta será a quinta visita de Estado de Xi ao Cazaquistão.

Nos últimos anos, a China reforçou os laços com a Ásia Central, uma região vasta e rica em recursos que Pequim considera crucial para a expansão das rotas comerciais e para a segurança energética, bem como para a manutenção da estabilidade na região de Xinjiang, onde vivem numerosos grupos étnicos minoritários muçulmanos.

2 Jul 2024

PCC | Partido deve alcançar os 100 milhões de membros até ao final do ano

Os registos mais recentes indicam que em 2023 o Partido já contava com mais de 99 milhões de membros, sendo, por isso, de prever que ainda este ano se alcance a fasquia histórica dos 100 milhões

 

O Partido Comunista Chinês (PCC) deve atingir a marca dos 100 milhões de membros no final deste ano, indicam dados divulgados por ocasião do aniversário da fundação da organização política que dirige a China desde 1949.

O PCC atingiu os 99 milhões de membros no ano passado e está a caminho de atingir os 100 milhões no final de 2024, detalhou a organização, que celebrou na segunda-feira o 103.º aniversário. O partido foi fundado em 1921, em Xangai.

O Departamento de Organização Central – o principal departamento de pessoal do partido – registou um aumento líquido de 1,14 milhões de membros, um crescimento de 1,2 por cento, em comparação com o final de 2022, quando o número de membros do partido aumentou 1,4 por cento, ou em 1,32 milhões de pessoas.

O Presidente chinês, Xi Jinping, também o secretário-geral do PCC, saudou os membros do partido em todo o país, por altura do 103.º aniversário, numa sessão de estudo do Politburo.

Xi sublinhou que a “governação abrangente e rigorosa do Partido” deve ser mantida, para fazer avançar a construção do PCC na nova era, e a organização deve ser eficaz, insistindo numa liderança “centralizada e unida”.

As organizações partidárias de base também têm de ser reformadas, para aumentar a capacidade de governação local do partido, afirmou. A Internet e as tecnologias da informação devem ser aplicadas na construção do PCC, de modo a obter uma cobertura total da organização, destacou.

O número de membros com menos de 30 anos diminuiu para 12,41 milhões, o que representa uma redução de 0,18 por cento, ou de 23.000 membros, em relação a 2022. A queda foi muito mais lenta do que no ano anterior, quando o número de jovens membros diminuiu 1,5 por cento, ou seja, 189.000, em relação a 2021.

Maior minoria

O PCC tornou-se mais instruído, com 56,2 por cento – 55,78 milhões de membros – com um diploma universitário ou superior, um aumento de 2,13 milhões. Embora as mulheres e os grupos étnicos minoritários continuem sub-representados, registaram-se melhorias.

O número de mulheres aumentou em 88.300, atingindo 30,18 milhões – 30,4 por cento do total de membros – enquanto os grupos étnicos minoritários representam agora 7,7 por cento do partido, com um aumento de 14.700, em 2023, para um total de 7,59 milhões, segundo os dados.

Em Outubro do ano passado, numa reunião com a Federação das Mulheres da China, Xi afirmou que o papel das mulheres “era insubstituível” e apelou para uma maior participação feminina em áreas como o desenvolvimento de alta qualidade e a revitalização das aldeias.

A participação das mulheres na política de topo da China continua, no entanto, a ser escassa. Rompendo com uma tradição de duas décadas, o actual Politburo é composto apenas por 24 homens.

2 Jul 2024

HK | Pequim oferece dois pandas

A China vai presentear Hong Kong com dois pandas gigantes para assinalar o 27.º aniversário da transferência de soberania, anunciou ontem o chefe do Executivo, John Lee.

A antiga colónia britânica foi devolvida à China em 1997 ao abrigo do princípio “Um país, dois sistemas”, concebido para garantir à região um elevado grau de autonomia e de liberdades estabelecidas na Lei Básica e diferentes das existentes no país.

O presente é “a prova de que [a China] apoia e se preocupa com a cidade” e os pandas vão chegar dentro de alguns meses, disse Lee.

2 Jul 2024

Espaço | Japão lança satélite de observação terrestre

O Japão lançou ontem um novo satélite de observação da Terra, o ALOS-4, a bordo do novo foguetão H3, que tem sido alvo de preocupações depois do fracasso do voo inaugural no ano passado.

O foguetão H3 número 3 descolou do Centro Espacial de Tanegashima, ilha a sudoeste da prefeitura de Kagoshima, às 12:06, tal como previsto, numa manhã nublada e quente, depois do adiamento de um dia devido ao mau tempo.

O voo decorreu sem problemas até o satélite se separar, 16 minutos e 34 segundos após o lançamento, como se vê na transmissão em direto na Internet fornecida pela agência aeroespacial do Japão JAXA.

O ALOS-4 é um satélite de observação da Terra destinado a avaliar os danos em caso de catástrofes naturais ou a controlar as anomalias da actividade vulcânica, tendo também outras missões.

Os lançamentos do H3 têm sido seguidos com grande expectativa desde o voo inaugural, em Março de 2023, quando o motor da segunda fase não acendeu e a JAXA teve de ordenar a autodestruição em voo.

Em 17 de Fevereiro, o foguetão H3 fez o primeiro voo bem sucedido, mas nessa ocasião transportava carga útil simulada.

2 Jul 2024

Tailandeses celebram Orgulho LGBTI+ após aprovação do casamento homossexual

Milhares de tailandeses desfilaram no domingo em Banguecoque para celebrar o Orgulho LGBTI+, pela primeira vez, após ter sido aprovada a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que entrará em vigor antes do fim do ano.

“Junto-me às celebrações deste mês da igualdade, porque acredito no amor igualitário. Este mês de Junho é diferente dos anos anteriores, porque na Tailândia aprovámos o casamento igualitário”, afirmou o primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, numa mensagem publicada na rede social X.

O governante, agitando uma bandeira com as inscrições “amor, igualdade e paz”, conduziu um dos carros alegóricos que percorreram as ruas da capital para comemorar o evento.

Ao longo de Junho, foram organizados colóquios, exposições e outros eventos em Banguecoque e noutras cidades tailandesas para celebrar o mês do Orgulho LGTBI+. A 18 de Junho, a Tailândia tornou-se o primeiro país do Sudeste Asiático e o terceiro do continente, depois de Taiwan e Nepal, a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A lei deverá entrar em vigor no final de 2024, depois de passar por uma série de procedimentos legais. Os primeiros casamentos já poderão ser celebrados no fim de Outubro ou Novembro, 120 dias após a publicação da lei.

Janelas alargadas

Entre as alterações que a lei pretende introduzir está a designação do casamento como união entre “duas pessoas”, em vez de entre “um homem e uma mulher”, e a alteração do estatuto jurídico de “marido e mulher” para “um casal”, sem especificar o género.

Além disso, a lei garante aos sindicatos LGTBI+ os mesmos direitos que gozam os casais heterossexuais, incluindo os relacionados com a herança, os benefícios fiscais e a adopção de crianças. A Tailândia manifestou interesse em celebrar o Orgulho Mundial em 2030.

Embora o país tenha uma das maiores e mais visíveis comunidades LGTBI+ de toda a Ásia, os activistas criticam que as leis conservadoras tailandesas não reflectem as mudanças e atitudes da sociedade nas últimas décadas.

2 Jul 2024

Japão | Pyongyang lança dois mísseis na direcção do mar nipónico

O regime norte-coreano dá seguimento com a sua política de lançamento de mísseis balísticos na região. Em menos de uma semana, este foi o segundo lançamento

 

A Coreia do Norte lançou ontem dois mísseis balísticos na direcção do mar do Japão, disse o exército sul-coreano, no segundo lançamento em menos de uma semana.

“As nossas forças armadas detectaram dois mísseis balísticos lançados na direcção nordeste às 05:05 e às 05:15 a partir da zona de Jangyeon, na província de Hwanghae do Sul”, declarou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano, em comunicado.

O projéctil lançado em primeiro lugar voou cerca de 600 quilómetros, enquanto o segundo percorreu cerca de 120 quilómetros, indicaram as autoridades sul-coreanas.

“As especificações estão a ser cuidadosamente analisadas” pelos serviços secretos militares sul-coreanos e norte-americanos, acrescentaram. Estes lançamentos podem ser uma resposta às manobras efectuadas na semana passada pela Coreia do Sul, pelo Japão e pelos EUA, que Pyongyang condenou veementemente, alertando para “consequências fatais”.

“Condenamos veementemente os Estados Unidos, o Japão e a República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] pelas repetidas demonstrações militares imprudentes e provocadoras contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] e outros Estados independentes da região e, mais uma vez, alertamos seriamente para consequências fatais”, de acordo com um editorial publicado no domingo pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

União não agrada

As forças armadas dos três países realizaram, entre quinta-feira e sábado, as manobras “Freedom edge” nas águas a sul da ilha sul-coreana de Jeju.

O texto da KCNA de domingo denunciava o acordo entre os líderes dos três países, no Verão passado, para a realização dos exercícios, referindo que “fazia lembrar o princípio de defesa colectiva da NATO, no qual é exigida a mobilização das capacidades de defesa se um país-membro for atacado”.

Na semana passada, a Coreia do Norte e a Rússia assinaram um novo acordo de parceria estratégica, com uma cláusula de assistência militar mútua em caso de agressão, num pacto que suscitou preocupações quanto à possibilidade de aprofundar a cooperação militar entre os dois Estados.

2 Jul 2024

China tenta reprimir discurso de ódio contra Japão após ataque com faca

As principais plataformas ‘online’ da China anunciaram, nos últimos dias, medidas para reprimir o discurso de ódio contra o Japão, na sequência de um esfaqueamento mortal contra um autocarro escolar japonês na semana passada.

O antigo editor do jornal do Partido Comunista Chinês Global Times Hu Xijin pediu também que a China “evite exagerar desafios externos e a hostilidade [nas redes sociais], o que transforma o nacionalismo extremo numa mercadoria de ódio à América e ao Japão, atribuindo a maior parte dos problemas [do país] a factores externos”.

Esta posição surgiu depois de um homem armado com uma faca ter atacado uma mãe japonesa e o filho e uma mulher chinesa na paragem de um autocarro escolar, na cidade de Suzhou, no leste da China.

De acordo com a imprensa oficial, a cidadã chinesa Hu Youping, empregada do transporte escolar, interpôs-se entre o agressor e as vítimas, recebendo uma facada que a acabou por matar. Hu foi desde então homenageada como heroína na China e no Japão, que colocou a bandeira a meia haste na embaixada em Pequim.

O ataque foi seguido por uma vaga de discurso de ódio contra o Japão nas redes sociais chinesas, nomeadamente na Netease, plataforma de notícias e de partilha de conteúdos gerados por utilizadores, WeChat e Weibo.

A Netease afirmou, no domingo, que “certos acontecimentos” foram aproveitados por utilizadores “para incitar sentimentos nacionalistas extremos, distorcendo, exagerando ou mesmo fabricando conteúdos para publicar comentários inadequados”.

A plataforma afirmou ter “silenciado ou banido contas envolvidas nestas declarações extremas e prejudiciais”.

Também a Tencent, operadora da rede social WeChat, pediu aos utilizadores para denunciarem conteúdo que “incite ao conflito sino-japonês e provoque nacionalismo extremo”. “Alguns internautas têm fabricado declarações extremistas. A plataforma combate firmemente este tipo de violações e de contas, tendo tratado 836 violações relacionadas e 61 contas infratoras.

Dependendo da gravidade e das regras da plataforma, as medidas tomadas incluem o silenciamento e exclusão de contas”, indicou, em comunicado.

A rede social chinesa Weibo puniu também 36 contas e removeu 759 publicações relacionadas com o ataque. O conteúdo removido “interpretava excessivamente o incidente” e “difundia discurso extremista que incitava ao sentimento nacionalista, promovia o ódio e até aplaudia actos criminosos em nome do patriotismo”, lê-se no comunicado emitido pela plataforma, equivalente à rede X (antigo Twitter) na China.

Guerras antigas

A disputa entre China e Japão sobre a decisão de Tóquio de libertar as águas residuais tratadas da central nuclear de Fukushima veio agravar décadas de animosidade entre as duas nações.

Em particular, os chineses ressentem a ocupação japonesa durante a Segundo Guerra Mundial, que incluiu atrocidades como a “Violação de Nanquim” – um período de assassínios e violações em massa cometidos depois de os soldados japoneses terem tomado a cidade – e a tortura, escravatura sexual e experiências científicas com seres humanos.

As velhas feridas ressurgem quando políticos nacionalistas japoneses visitam o santuário Yasukuni, em Tóquio, que homenageia militares e políticos condenados por crimes de guerra após a Segunda Guerra Mundial.

A China classifica estas visitas como “graves provocações”, instando Tóquio a “aprender com a História”. A ocupação é frequentemente tema de séries televisivas e filmes na China, onde a retórica oficial do regime pede à população para “não esquecer a humilhação nacional”.

2 Jul 2024

Badminton | Jogador de 17 anos morre durante torneio na Indonésia

Um jogador chinês de badminton, de 17 anos, morreu no domingo depois de ter caído em campo durante um jogo de um torneio asiático, na Indonésia, anunciaram ontem os organizadores.

“O jogador chinês Zhang Zhijie teve um colapso durante um jogo ao fim da tarde”, informou a Confederação de Badminton da Ásia e a Federação Indonésia de Badminton (PBSI) num comunicado conjunto.

Zhang Zhijie desmaiou quando defrontava o japonês Kazuma Kawano, no Campeonato Asiático de Badminton Júnior em Yogyakarta, na ilha indonésia de Java.

“Foi tratado pelo médico do torneio e pela equipa médica e foi transportado na ambulância de emergência em menos de dois minutos e enviado para o hospital”, referiu o comunicado. O jovem jogador foi “levado para o hospital onde morreu às 23:20” de domingo, lê-se na mesma nota.

“De momento, o hospital local ainda não identificou a causa da morte”, declarou a Federação Chinesa de Badminton, que se juntou às duas organizações por detrás do comunicado para expressar as suas “mais sinceras condolências aos pais e à família” do jogador.

Zhang Zhijie começou a jogar badminton cedo, e integrou a equipa nacional de juniores da China no ano passado. No início deste ano, ganhou o título de singulares no Dutch Junior International, um prestigiado torneio juvenil realizado em Haarlem, nos Países Baixos.

Ontem, foi observado um minuto de silêncio no torneio por equipas em Yogyakarta e a equipa chinesa usou braçadeiras pretas em sinal de respeito. A jogadora indiana Pusarla Venkata Sindhu, que ganhou a prata e o bronze olímpicos em 2016 e 2021, respectivamente, descreveu a morte de Zhang como “absolutamente desoladora”.

“O mundo perdeu hoje um talento notável”, escreveu na rede X, oferecendo as suas “mais sinceras condolências” à família do jovem jogador chinês.

2 Jul 2024

Indústria | Actividade cresce em Junho ao ritmo mais rápido desde 2021

A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Junho pelo oitavo mês consecutivo e ao ritmo mais rápido desde Maio de 2021, foi ontem divulgado pelo jornal privado Caixin.

O Índice de Gestores de Compras (PMI), compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e que muitos investidores internacionais tomam como referência para analisar o sector industrial chinês, subiu de 51,7 pontos em Maio para 51,8 em Junho.

Quando se mede o PMI, uma marca acima dos 50 pontos representa uma expansão da actividade no sector em relação ao mês anterior, enquanto uma marca abaixo dos 50 representa uma contracção.

O valor também supera as previsões dos analistas, que esperavam que o indicador se fixasse em torno de 51,2 pontos. A leitura da Caixin difere da oficial, divulgada no domingo pelo Gabinete de Estatística da China, que se manteve na zona de contracção, em 49,5 pontos.

O jornal apontou um aumento simultâneo da oferta e da procura, com o maior registo em dois anos no sub-índice que mede a produção e o 11.º mês consecutivo de aumentos nas novas encomendas.

No entanto, e apesar da maioria dos outros indicadores que compõem o PMI difundido pela Caixin serem positivos, o índice que mede o optimismo dos gestores das empresas da indústria transformadora em relação ao futuro da produção caiu mais de três pontos em relação ao mês anterior, situando-se no valor mais baixo desde Novembro de 2019, embora ainda se mantenha na zona de expansão.

Os principais factores que preocupam os gestores inquiridos, referiu o relatório, são a “proeminente pressão descendente” sobre a economia e “a intensa” concorrência no mercado.

2 Jul 2024

Imprensa alerta para “riscos da gerontocracia” após debate nos EUA

A imprensa oficial chinesa alertou ontem para os riscos colocados pela gerontocracia após o “divertido” debate eleitoral realizado na passada sexta-feira nos Estados Unidos, que foi amplamente comentado e analisado no país.

Após o desempenho vacilante no debate do actual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times criticou “a falta de vitalidade na política rígida da América”.

“A gerontocracia representa uma grande incerteza e risco nos assuntos internacionais e internos dos Estados Unidos”, afirmou o investigador Lü Xiang, citado pelo jornal.

Com a possibilidade de Biden se afastar e propor um novo candidato democrata, o professor Li Haidong disse que a possível substituição “reflecte as preocupações do público sobre a idade avançada dos candidatos nas eleições presidenciais, uma vez que não querem que um candidato doente e de mente pouco clara lidere o país numa altura em que este enfrenta desafios significativos”.

Hu Xijin, antigo editor-chefe do Global Times, descreveu o debate como “divertido para os chineses”, devido aos “ataques pessoais, má memória e escárnio”.

“Objectivamente, o desempenho de baixa qualidade destes dois anciãos foi uma publicidade negativa para a democracia ocidental”, afirmou Hu.

Comédia ou tragédia?

Na segunda-feira, a referência ao debate registou mais de 72 milhões de visualizações na rede social Weibo, semelhante à X, que está bloqueada na China. A plataforma, fortemente censurada, estava repleta de internautas que felicitavam sarcasticamente “os dois velhos” pela sua “perseverança” em participar nas eleições.

Os internautas chineses prestaram especial atenção às referências à China durante o debate, especialmente por parte do representante republicano e antigo presidente Donald Trump.

Trump acusou Biden de aceitar dinheiro da China e criticou a sua forma de lidar com as taxas alfandegárias e a política comercial, ao mesmo tempo que avisou que a China “será dona” dos EUA.

No entanto, alguns comentadores salientaram que as menções ao país asiático foram, na verdade, poucas e semelhantes, o que “é um sintoma de que as suas posições sobre a China não diferem muito”.

Entretanto, a plataforma de vídeo Douyin, o equivalente chinês do TikTok, que está bloqueado na China, está repleta de vídeos que ridicularizam as discussões do debate, os factos inexactos e o fraco desempenho de Biden.

Alguns dos comentários no Douyin e no Weibo utilizaram a ironia para criticar a ridicularização do debate: “Quando é que votamos?”

2 Jul 2024

Energia | Pequim poderá alcançar este ano metas de renováveis para 2030

A aposta na renovação das fontes de energia mais amigas do ambiente prossegue a bom ritmo. O país pode ultrapassar ainda em 2024 ano as estimativas previstas para 2030

 

A China poderá alcançar os seus objectivos em matéria de energias renováveis para 2030 seis anos antes do previsto, face ao rápido crescimento da capacidade solar e eólica do país, segundo previsões de uma entidade estatal.

A China acrescentará 70 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia eólica e 190 GW de capacidade solar até ao final de 2024, de acordo com um novo relatório do Instituto de Engenharia de Energias Renováveis da China (CREEI), um organismo de investigação sob tutela da Administração Nacional de Energia (NEA).

De acordo com estatísticas divulgadas pela NEA, em 2023 a China adicionou 217 GW de energia solar e 76 GW de capacidade de energia eólica, elevando a capacidade total para 1.050 GW no final do ano passado.

As novas adições estimadas elevariam a capacidade instalada de energia solar e eólica da China para 1.310 GW até ao final deste ano, ultrapassando o seu objectivo para 2030 de ter 1.200 GW em capacidade instalada seis anos antes do previsto.

“Melhorar a autossuficiência energética exige um maior desenvolvimento e utilização das energias renováveis”, lê-se no relatório do CREEI.

A China, o maior emissor de gases com efeito de estufa do mundo, foi responsável por quase 60 por cento do aumento da capacidade de produção de energias renováveis a nível mundial no ano passado, com um recorde de 301 GW de capacidade de produção de energia solar, eólica e hidroeléctrica.

Mas a rápida expansão do sector das energias renováveis do país – em especial a indústria das células solares – suscitou preocupações quanto ao excesso de capacidade de produção, devido a um desfasamento entre o rápido crescimento da oferta e a procura.

O sector da energia eólica da China continuará a crescer “relativamente depressa”, enquanto a capacidade de produção de energia solar se expandirá à “velocidade máxima”, segundo o CREEI.

A fazeres

No final de Maio, a China já tinha cerca de 690 GW de capacidade instalada de energia solar e 460 GW de capacidade de energia eólica, o que representa cerca de 38 por cento da capacidade de produção de energia instalada no país, de acordo com dados divulgados pela NEA.

Para atingir o objectivo de ter 80 por cento do seu cabaz energético proveniente de combustíveis não fósseis até 2060 – o mesmo ano em que pretende atingir emissões líquidas nulas de dióxido de carbono – a China tem de melhorar a estabilidade e a fiabilidade do seu fornecimento de energia renovável e actualizar as suas redes eléctricas para aumentar o consumo de energia renovável, indicou o CREEI.

A capacidade de armazenamento de energia da China baseada em novas tecnologias, como as baterias de iões de lítio, triplicou em termos homólogos no primeiro trimestre de 2024, com gigantes tecnológicos como a Tesla e a Contemporary Amperex Technology a procurarem oportunidades de crescimento neste sector.

2 Jul 2024

Pyongyang condena de exercícios entre EUA, Japão e Coreia do Sul

A República Popular Democrática da Coreia denunciou ontem os exercícios militares conjuntos entre a República da Coreia, Japão e Estados Unidos, chamando-os de “versão asiática da NATO” e alertou para “consequências fatais”.

Os três aliados completaram, no sábado, as manobras militares “Freedom Edge” que se prolongaram por três dias envolvendo mísseis balísticos, defesa aérea, guerra submarina e defesa cibernética.

Numa cúpula tripartida realizada no ano passado, os líderes dos Estados Unidos, República da Coreia e Japão concordaram em realizar exercícios anuais como um sinal de unidade diante das ameaças da República Popular Democrática da Coreia com armas nucleares e da crescente influência da China na região.

“Denunciamos veementemente (…) provocações militares” contra a República Popular Democrática da Coreia, referiu o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, num comunicado publicado pela agência Central de Notícias da Coreia (ACNC).

“As relações entre os Estados Unidos, o Japão e a República da Coreia assumiram a aparência de uma versão asiática da NATO”, acrescentou, deixando ainda um alerta para “consequências fatais”.

Poder de fogo

O porta-aviões de propulsão nuclear norte-americano USS Theodore Roosevelt, o contratorpedeiro japonês de mísseis guiados JS Atago e caças sul-coreanos KF-16 foram mobilizados para os exercícios. Pyongyang vê exercícios combinados deste tipo como ensaios para uma invasão.

A República da Coreia rejeitou as acusações de Pyongyang, sublinhando que os últimos exercícios eram uma continuação de exercícios conjuntos regulares entre os três aliados.

“É absurdo que a Coreia do Norte, principal fonte de tensão na Península Coreana, critique o exercício ‘Freedom Edge’ como “NATO asiática”, referiu o Ministério da Defesa da República da Coreia, em comunicado.

1 Jul 2024

Ucrânia | Seul aumenta lista de produtos proibidos de vender à Rússia

A Coreia do Sul proibiu na sexta-feira a exportação para a Rússia e a Bielorrússia de 243 produtos potencialmente utilizados para fins militares, em resposta ao acordo de cooperação de Moscovo com a Coreia do Norte.

A decisão eleva para 1.400 o número de produtos proibidos pelo Ministério do Comércio, da Indústria e da Energia da Coreia do Sul desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em Fevereiro de 2022.

Seul incluiu desta vez na “lista negra” equipamento de corte de metais, peças de instrumentos ópticos e sensores, entre outros, noticiou a agência sul-coreana Yonhap. A decisão que afecta esta nova lista de produtos deverá entrar em vigor no final de Agosto, altura em que as autoridades esperam ter toda a legislação e autorizações em vigor.

O Governo sul-coreano reserva a possibilidade de uma análise caso a caso, nomeadamente para os acordos comerciais que tenham sido celebrados antes do anúncio desta proibição, segundo a agência espanhola Europa Press.

A Rússia assinou um tratado de cooperação com a Coreia do Norte em Junho, durante uma visita. Os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assinaram um tratado de parceria estratégica a 19 de Junho, durante uma visita do Presidente russo a Pyongyang.

O acordo prevê a prestação de assistência mútua se um dos países for atacado. Os Estados Unidos e os aliados ocidentais têm acusado a Coreia do Norte de fornecer à Rússia munições e mísseis para a guerra contra a Ucrânia.

A Rússia e a Coreia do Norte são aliadas desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), mas tornaram-se mais próximos desde a invasão russa da Ucrânia.

1 Jul 2024

Monte Fuji | Novas restrições a partir de hoje para controlar turismo

As visita ao Monte Fuiji, no Japão, vão ter novas restrições, como a aplicação de uma taxa, a partir de hoje, no início da temporada de Verão, para tentar controlar o excesso de turismo.

A partir da madrugada desta segunda-feira, os turistas que pretendam utilizar a trilha Yoshida vão ter de pagar uma taxa de 2.000 ienes, cerca de 11,60 euros. O limite máximo de acessos a este trilho é agora de 4.000 turistas por dia. O Monte Fuiji atrai, todos os verões, mais de 220.000 visitantes.

Para controlar este fluxo de migrantes e o respectivo impacto ambiental, as autoridades introduziram, pela primeira vez, um sistema de reservas ‘online’. Na semana passada, quatro pessoas morreram enquanto escalavam o Monte Fuiji.

Muitos turistas sobem o monte durante a noite para poderem ver o nascer do sol a partir do cume, que fica a 3.776 metros de altura. Alguns visitantes dormem nos trilhos, acendendo fogueiras para se aquecer, ou tentam completar o trajecto sem efectuarem pausas.

1 Jul 2024

Tailândia | Um morto e 18 feridos em explosão no sul do país

Pelo menos uma pessoa morreu e 18 ficaram feridas numa forte explosão registada ontem à frente de um apartamento da polícia no sul da Tailândia, cenário de conflitos armados com o movimento separatista islâmico, informaram as equipas de emergência.

A explosão, que as autoridades estão a investigar se foi um atentado com um carro armadilhado, ocorreu por volta das 10:10 locais no exterior de um apartamento pertencente à esquadra de polícia de Bannang Sata, na cidade de Yala.

Num vídeo publicado no Facebook pelo Centro de Assistência de Emergência de Yala, pode ver-se uma enorme nuvem de fumo e vários veículos em chamas à frente do edifício residencial, com destroços e escombros espalhados a dezenas de metros da zona.

As autoridades isolaram o local, receando que possam estar escondidos outros engenhos explosivos, uma táctica habitualmente utilizada pela insurreição muçulmana da região, que não costuma reivindicar a autoria dos atentados.

Cerca de 7.600 pessoas foram mortas e mais de 14.100 ficaram feridas no sul da Tailândia desde que o movimento separatista muçulmano retomou a luta armada em 2004, após uma década de letargia, segundo dados do Deep South Watch.

Os ataques com armas ligeiras, os assassínios e os atentados à bomba têm-se repetido regularmente desde então nas províncias meridionais de Pattani, Yala e Narathiwat, de maioria muçulmana e de etnia malaia, apesar do destacamento de cerca de 40.000 membros das forças de segurança e do estado de emergência.

No entanto, nos últimos anos – especialmente desde 2020 – registou-se uma diminuição acentuada do número de incidentes.

Os insurgentes denunciam a discriminação que sofrem por parte da maioria budista do país e exigem a criação de um Estado islâmico que integre estas três províncias, que formavam o antigo sultanato de Pattani, anexado pela Tailândia há um século.

1 Jul 2024

China reforça controlo sobre terras raras vitais para fabrico de chips

A China, que extrai mais de 80 por cento das terras raras do mundo, publicou uma nova lei a reforçar o controlo sobre estes materiais, fundamentais para o fabrico de chips, veículos eléctricos e equipamento militar.

O Conselho de Estado, o executivo chinês, divulgou no sábado os primeiros regulamentos abrangentes do país para reger a mineração, fundição ou circulação deste conjunto de 17 elementos, que entra em vigor a 01 de Outubro.

Esta disposição estabelece que os recursos de terras raras “pertencem ao Estado e nenhuma organização ou indivíduo pode reivindicá-los ou destruí-los” e que Pequim será responsável por “colocar em prática” uma mineração que proteja os depósitos.

O Governo avançou que será feito um “plano unificado” para o desenvolvimento do sector e que irá “controlar a quantidade total de mineração, fundição e separação de terras raras”, estabelecendo um sistema para rastrear os produtos e “gerir rigorosamente” a sua circulação.

Os regulamentos criam multas por infrações, que podem ser 10 vezes superiores aos “lucros ilegais” obtidos em violação da lei, por exemplo através da mineração, fundição, processamento, compra ou venda de terras raras ou produtos derivados fora da China.

Tempos modernos

As terras raras são um conjunto de 17 elementos essenciais para o fabrico de baterias, ímanes para veículos elétcricos, telemóveis ou turbinas para projectos de energia eólica, bem como para as indústrias aeronáutica e de defesa.

Analistas têm alertado para a possibilidade de a China utilizar estes materiais como ferramenta de pressão no quadro da guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, que está a tentar aumentar o fornecimento de terras raras doméstico e de aliados como a Austrália.

O novo regulamento surge dias antes de entrarem provisoriamente em vigor as tarifas adicionais que a União Europeia (UE) anunciou para as importações de veículos eléctricos chineses.

Nas últimas semanas, Pequim aumentou a pressão com uma investigação sobre a carne de porco europeia e com o avanço das tarifas sobre os veículos de grande cilindrada e de investigações ‘antidumping’ sobre os produtos lácteos.

O termo ‘dumping’ significa a venda abaixo do custo de produção. A China fornece à UE 98 por cento das terras raras utilizadas pelo bloco europeu, criando uma situação de forte dependência.

Em Dezembro, Pequim suspendeu a exportação de tecnologia necessária ao processamento de terras raras, uma indústria que praticamente não existe fora do país asiático.

As autoridades chinesas restringiram também a exportação de gálio e germânio – metais essenciais para o fabrico de semicondutores – e de grafite, por razões de “segurança nacional”, argumento que também consta da nova regulamentação sobre as terras raras.

1 Jul 2024

Chengdu | Brasil inaugurou quinta representação diplomática no país

O Brasil inaugurou na sexta-feira um consulado-geral em Chengdu, visando servir o centro e sudoeste da China, anunciou a embaixada brasileira em Pequim, numa altura em que os dois países celebram 50 anos de relações diplomáticas.

A nova área consular abrange o município de Chongqing e as províncias de Sichuan, Guizhou, Yunnan e Shaanxi. Trata-se da quinta representação diplomática brasileira no país asiático e a primeira fora do litoral chinês, onde estão concentradas as principais e mais prósperas cidades da China.

O objectivo é incrementar a presença brasileira para além do litoral do país, tanto em termos de cooperação económica como de assistência consular, facilitando a emissão de vistos para o Brasil, segundo a diplomacia brasileira.

Com mais de 20 milhões de habitantes, Chengdu é a capital da província de Sichuan. A cidade é particularmente conhecida pelo seu parque natural que alberga mais de 200 pandas, animal que é símbolo da China e habita exclusivamente nesta região.

Cézar Augusto de Souza Lima Amaral assumiu o cargo como cônsul, após ter desempenhado a mesma função em Amesterdão e Frankfurt e ter sido embaixador na Jamaica.

A decisão de reforçar a presença diplomática brasileira na China foi tomada em 2021, durante o anterior executivo de Jair Bolsonaro. A aprovação pelas autoridades chinesas, no entanto, foi feita já na presidência do actual líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.

1 Jul 2024

Moçambique | Pequim sublinha “importância estratégica” da cooperação militar

O ministro chinês da Defesa, Dong Jun, disse na passada sexta-feira que o aprofundamento da cooperação militar com Moçambique é de “importância estratégica”, durante uma reunião, em Pequim, com o homólogo moçambicano, Cristóvão Chume.

“O aprofundamento da cooperação militar bilateral é de importância estratégica para alcançar o desenvolvimento comum e manter a estabilidade regional”, frisou Dong, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

A China está disposta a trabalhar com Moçambique para implementar o consenso alcançado pelos dois chefes de Estado, fortalecer a cooperação pragmática em vários campos e elevar as relações militares para um novo nível, acrescentou.

Referindo a amizade duradoura entre os dois exércitos, Cristóvão Chume expressou a esperança de que ambos os lados continuem a fortalecer o intercâmbio amigável e a gerar novos sucessos na cooperação.

China e Moçambique assinaram, em 2016, um Acordo de Parceria e Cooperação Estratégica Global, visando fortalecer os contactos entre o exército, polícia e serviços de informação dos dois países.

Pequim comprometeu-se então a ajudar Maputo a reforçar a capacidade de Defesa nacional, salvaguardar a estabilidade do país e formar pessoal militar.

A China apoiou os guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na luta contra a administração portuguesa e foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com Moçambique, logo no próprio dia da independência, 25 de Junho de 1975.

1 Jul 2024

Ásia Central | Presidente chinês em visita oficial em Julho

O Presidente chinês, Xi Jinping, faz visitas oficiais ao Cazaquistão e Tajiquistão no início de Julho, informou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Num comunicado citado pela agência de notícias EFE, o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que Xi Jinping realiza esta visita a convite de seu homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev.

A viagem decorre entre os dias 2 e 6 de Julho e conta com a presença do líder chinês na 24.ª Cimeira do conselho de chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), organismo criado em 2001 e composto por vários países asiáticos para a colaboração na segurança regional e na luta contra o terrorismo separatismo étnico e extremismo religioso.

Como parte integrante desta viagem, o Presidente chinês também realiza uma visita de Estado ao Tajiquistão.

Pequim intensificou recentemente os esforços diplomáticos na Ásia Central, com o Presidente chinês a apelar ao aprofundamento dos laços económicos numa cúpula organizada pela China em Maio do ano passado, com a presença de líderes de vários países da região.

As visitas de Estado são a convite do Presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, e do Presidente tadjique, Emomali Rakhmon, acrescenta o comunicado.

1 Jul 2024

Actividade da indústria transformadora voltou a contrair em Junho

A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Junho, pelo segundo mês consecutivo, de acordo com dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS) do país asiático.

O índice de gestores de compras, que serve como referência da indústria, situou-se em 49,5 pontos em Junho, valor idêntico ao de Maio e em linha com as previsões dos analistas.

Neste indicador, uma marca acima do limiar dos 50 pontos significa um crescimento da actividade no sector, em relação ao mês anterior, enquanto uma marca abaixo representa uma contracção.

Dos cinco subíndices que compõem o indicador, só o da produção permaneceu na zona de expansão, enquanto os do emprego, prazos de entregas, novas encomendas – chave para a procura – e reservas de matérias-primas permaneceram na zona negativa.

O funcionário estatístico do NBS, Zhao Qinghe, apontou para indústrias com elevado consumo de energia e aquelas dedicadas a bens de consumo entre aquelas que registaram quebras de actividade em Junho, com quedas de encomendas e preços em alguns sectores químicos, mineiros ou energéticos, face a uma situação de fraca procura.

Zhao destacou uma queda nas encomendas de matérias-primas e produtos químicos ou de produtos minerais não metálicos, assim como uma queda nos preços das indústrias de processamento de petróleo, carvão e outros combustíveis ou na fundição, laminação e processamento de metais ferruginosos.

Ainda assim, sublinhou que a actividade em sectores como os produtos metálicos, a ferrovia, os navios ou os equipamentos aeroespaciais permaneceu acima dos 55 pontos.

De mau a pior

O NBS também publicou ontem o índice do sector não transformador, que mede a actividade nos sectores dos serviços e da construção. Este indicador registou uma descida em relação a Maio, de 51,1 para 50,5 pontos, o valor mais baixo até agora este ano e a pior marca desde Dezembro.

O índice esteve ainda abaixo do esperado pelos analistas, que previam uma descida mais modesta, para 51 pontos.

Numa economia atingida por uma crise prolongada na indústria imobiliária, a actividade da construção caiu de 54,4 para 52,3 pontos e o sector dos serviços recuou de 50,5 para 50,2 pontos.

Em Maio, o Fundo Monetário Internacional elevou a previsão para o crescimento da economia da China em 2024 de 4,6 por cento para 5 por cento, mas avisou que deverá abrandar para 3,3 por cento a médio prazo, “devido ao envelhecimento da população e ao abrandamento dos ganhos de produtividade”.

1 Jul 2024

Diplomacia | Xi enfatiza importância da China na construção da paz mundial

Xi Jinping discursou por ocasião do 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou na passada sexta-feira que, “a cada minuto que o poder da China cresce, aumenta a esperança na paz mundial”, reafirmando o compromisso do país com o “desenvolvimento pacífico”.

O líder chinês afirmou que a China “não seguirá o velho caminho da pilhagem colonial ou o caminho tortuoso da hegemonia quando o país é forte”, mas “seguirá o caminho correcto do desenvolvimento pacífico”.

“Em matéria de paz e segurança, a China tem o melhor historial de todas as grandes potências”, afirmou Xi, acrescentando que o país “tem-se esforçado por explorar as suas próprias vias para resolver questões mais prementes”.

Citando a crise na Ucrânia, o conflito israelo-palestiniano, as questões relacionadas com a península coreana, o Irão, o Myanmar e o Afeganistão, Xi assegurou que a China “tem desempenhado um papel construtivo”.

O Presidente chinês sublinhou o “multilateralismo genuíno”, que consiste na “elaboração e salvaguarda das regras internacionais por todos os países” e defendeu que “os assuntos mundiais devem ser tratados por todos os países através de consultas”, sem permitir que “quem tem o braço mais forte” se imponha.

“A China defende que todos os países, independentemente da sua dimensão, força ou fraqueza, ricos ou pobres, são membros iguais da comunidade internacional; que devem partilhar interesses, direitos e responsabilidades nos assuntos internacionais; e que devem dar as mãos para enfrentar os desafios e alcançar a prosperidade comum”, afirmou o Presidente chinês.

Xi apelou também à “unidade e cooperação internacional para enfrentar os desafios globais” e reiterou “o empenho da China no desenvolvimento pacífico e na cooperação amigável com todas as nações”.

Para tudo e todos

O Presidente chinês fez as declarações durante um discurso em Pequim para assinalar o 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”, os princípios oficiais da diplomacia chinesa, que incluem o respeito mútuo pela soberania e integridade territorial, a não agressão, a não ingerência nos assuntos internos, a cooperação e a coexistência pacífica.

O objectivo destes princípios é “proteger os interesses e as aspirações dos países pequenos e fracos num ambiente de política de poder”, de acordo com Xi, que acrescentou que são “claramente anti-imperialistas, anti-coloniais e anti-hegemónicos, abandonando a lei da selva do militarismo e da intimidação dos fracos pelos fortes e estabelecendo uma base ideológica importante para a promoção da ordem internacional numa direcção mais justa”.

Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pelo direito à integridade territorial de todas as partes, em referência à Ucrânia, e às “legítimas preocupações de segurança” de todos os países, em referência à Rússia.

Pequim também reiterou o seu apoio à “solução dos dois Estados” na Palestina e a sua “consternação” pelos ataques israelitas a civis em Gaza. Funcionários chineses realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

1 Jul 2024

Timor-Leste | Faculdades de direito portuguesas vão formar estudantes

Cinco faculdades de direito portuguesas assinaram com Timor-Leste protocolos de cooperação para formar entre 250 e 300 estudantes naquela área, anunciou ontem o Governo timorense, em comunicado.

Os protocolos de cooperação foram assinados na quarta-feira na embaixada de Timor-Leste, em Lisboa, entre o ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, Gastão de Sousa, e as faculdades de direito da Universidade Católica, Universidade do Minho, Universidade de Lisboa, Universidade do Porto e Universidade Nova de Lisboa.

A iniciativa é promovida pelo Grupo de Trabalho para a Reforma do Setor da Justiça, coordenado pela antiga ministra timorense Lúcia Lobato, e prevê enviar anualmente para estudar naquelas faculdades cerca de 50 estudantes de Direito.

O objectivo, segundo o comunicado, é reforçar as magistraturas e a Defensoria Pública timorenses, mas também preparar quadros jurídicos para a administração pública do país.

“O projecto prevê um total de 250 e 300 juristas formados em Portugal e será financiado na sua totalidade por Timor-Leste, num investimento inicial de cerca de 16 milhões de dólares até 2028”, salienta o Governo timorense.

Timor-Leste tinha anunciado em Março a criação de um regime especial de bolsas de estudo para o sector da justiça, financiado pelo Estado, para a obtenção de graus de licenciatura, mestrado e doutoramento, para formação em medicina legal e formação especializada no Centro de Formação Jurídica e Judiciária.

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, decidiu criar em Agosto passado o Grupo de Trabalho para a Reforma do Sector da Justiça após considerar que o sector enfrenta vários problemas, incluindo escassez e falta de capacitação de recursos humanos e a necessidade de revisão dos quadros legais existentes.

Em declarações à Lusa, em Fevereiro, a coordenadora da reforma, Lúcia Lobato, considerou que é urgente reformar o sistema, por não estar a responder às expectativas.

28 Jun 2024

Irão | Presidenciais mais abertas do que o esperado

Os iranianos vão sexta-feira às urnas para eleger um novo Presidente de entre seis candidatos, incluindo um reformador até agora desconhecido que espera abalar a preponderância dos conservadores.

Esta eleição presidencial, inicialmente prevista para 2025, foi organizada em poucas semanas para substituir o Presidente Ebrahim Raissi, que morreu num acidente de helicóptero a 19 de Maio.

O acto eleitoral realiza-se num contexto delicado para a República Islâmica, que tem de gerir simultaneamente tensões internas e crises geopolíticas, da guerra na Faixa de Gaza à questão nuclear, a cinco meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, seu inimigo declarado.

A campanha, que começou de forma desapaixonada, foi mais competitiva do que a anterior, em 2021, graças à presença do reformista Massoud Pezeshkian, que se impôs como um dos três favoritos.

Os seus dois principais adversários são o conservador presidente do Parlamento, Mohammad-Bagher Ghalibaf, e Saïd Jalili, o ultraconservador ex-negociador nuclear. Esta proximidade de destaque poderá levar a uma segunda volta, o que só aconteceu numa eleição presidencial, em 2005, desde o início da República Islâmica, há 45 anos.

Para ter hipóteses de ganhar, Massoud Pezeshkian deve esperar uma elevada taxa de participação, ao contrário da eleição presidencial de 2021, que foi marcada por uma abstenção recorde de 51 por cento quando nenhum candidato reformista ou moderado foi autorizado a concorrer.

As diferentes escolhas

Na terça-feira, o líder supremo, ayatollah Ali Khamenei, apelou aos iranianos para que “compareçam em grande número”, receando a mais que provável baixa taxa de participação, tendo como pano de fundo os 41 por cento registados nas legislativas de Março passado.

Para Ali Vaez, especialista sobre questões ligadas ao Irão do International Crisis Group (ICG), o futuro Presidente terá de enfrentar “o desafio de evitar alargar o fosso entre o Estado e a sociedade”. Até à data, nenhum dos candidatos “apresentou um plano concreto para resolver estes problemas”, considera.

O reformista Pezeshkian, de 69 anos, viúvo e pai de família, garantiu aos eleitores que era possível “melhorar” alguns dos problemas com que se defrontam os 85 milhões de habitantes do Irão. No entanto, aos olhos de alguns eleitores, este médico que se tornou deputado carece de experiência governativa, tendo sido apenas Ministro da Saúde há cerca de 20 anos.

Em contrapartida, Mohammad-Bagher Ghalibaf é, aos 62 anos, um veterano da política, depois de ter feito carreira na Guarda Revolucionária, o poderoso exército ideológico da República Islâmica.

Por seu lado, Saïd Jalili, 58 anos, que perdeu uma perna durante a guerra Irão-Iraque, nos anos 80, atrai os apoiantes mais fervorosos da República Islâmica, apoiando a firmeza inflexível de Teerão face aos países ocidentais.

No outro extremo do espectro, Massoud Pezeshkian defende uma aproximação nas relações com os Estados Unidos e com a Europa, a fim de levantar as sanções que afectam duramente a economia, e recebeu o apoio do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Javad Zarif, o arquitecto do acordo nuclear alcançado com as grandes potências em 2015.

28 Jun 2024

Xangai | Presidente do Peru destaca enorme potencial do sector mineiro

A Presidente do Peru, Dina Boluarte, destacou ontem o “enorme potencial” do país no sector mineiro, numa conferência de investimento realizada em Xangai, a capital económica da China.

A líder peruana, que está a realizar uma visita oficial ao país asiático, sublinhou que a “elevada diversidade geográfica” proporciona ao Peru “uma importante reserva de minerais”, entre os quais destacou “oito dos 17 minerais críticos: cobre, zinco, molibdénio, prata, ferro, plano, índio e grafite”.

Durante o evento, intitulado ‘Oportunidades de Investimento no Peru’, a dirigente peruana enfatizou o “enorme potencial” do país, uma vez que “as actividades mineiras só foram desenvolvidas em 1,51 por cento” do território.

Dina Boluarte sublinhou também que os investidores “valorizam a solvência fiscal” do Peru e a sua “integração nos mercados mundiais” e destacou a “gestão económica e regulamentar prudente durante os últimos 30 anos” do país.

Entre os atractivos para os investidores estrangeiros, Boluarte referiu que o Peru “registou três décadas consecutivas com uma taxa de inflação de um dígito” e que também oferece uma “série de benefícios” aos investidores estrangeiros, como “protecção contra a inconvertibilidade, expropriação e outros riscos não comerciais através do acesso a acordos multilaterais e bilaterais”.

A chefe de Estado sublinhou também o compromisso do Governo com o desenvolvimento da plataforma logística multimodal na costa central, que inclui o porto de Chancay, construído por um consórcio liderado pela estatal chinesa Cosco Shipping.

28 Jun 2024