Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte diz que já matou criminosos para dar exemplo à polícia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse que ele próprio matou alegados criminosos quando liderava a cidade de Davao, no sul do país, para dar o exemplo à polícia. Duterte fez estes comentários num discurso na noite de segunda-feira perante empresários, quando abordou a sua campanha anti-drogas, que levou já polícias e outros cidadãos a matarem milhares de pessoas desde que se tornou Presidente, a 30 de Junho. Depois de falar sobre a morte de suspeitos pela polícia durante a actual campanha contra as drogas, Duterte disse que ele mesmo liderou esforços similares quando foi presidente da câmara de Davao, a maior cidade do sul do país, que governou durante a maior parte dos últimos 20 anos. “Em Davao eu costumava fazê-lo pessoalmente. Só para dar o exemplo aos homens [polícia]: se eu o posso fazer, por que é que vocês não podem?”, disse. “E eu costumava andar de mota por Davao, com uma grande mota, e patrulhava as ruas, à procura de problemas também. Eu andava mesmo à procura de confrontação para poder matar”, afirmou. Duterte também respondeu às críticas das organizações de Direitos Humanos e do Presidente norte-americano, Barack Obama, sobre as suas estratégias de combate ao crime, prometendo que vai continuar com elas. “Desculpem, eu não estou prestes a fazer isso”, disse em inglês. Organizações de defesa dos Direitos Humanos acusaram Duterte de dirigir esquadrões da morte em Davao, que mataram mais de mil alegados criminosos. Duterte negou várias vezes o seu envolvimento nos esquadrões da morte. Enquanto Presidente, Duterte instou a população filipina e as forças de segurança a matarem toxicodependentes e traficantes. Mas também disse que ele próprio e as suas forças de segurança não iriam violar a lei. Em Outubro, Duterte comparou-se a Adolf Hitler e disse que ficaria “feliz em matar” três milhões de toxicodependentes e traficantes de droga. Mais tarde pediu desculpas pela referência a Hitler, mas manteve a parte sobre querer matar milhões de pessoas com ligações à droga. Dos números Desde a sua eleição, a polícia reportou a morte de 2.086 pessoas em operações anti-droga. Outras 3.000 morreram em circunstâncias não explicadas, segundo dados oficiais. Frequentemente homens encapuzados irrompem em casas e bairros e matam pessoas que foram marcadas como traficantes ou consumidores de drogas. Grupos de defesa dos Direitos Humanos apontaram a ruptura do Estado de Direito com a polícia e assassinos contratados a operar com total impunidade. Duterte insistiu que a polícia está a matar apenas em legítima defesa e que os grupos criminosos estão a matar as outras vítimas. Mas também disse que não permitirá que polícias vão para a prisão se forem considerados culpados de homicídio na execução da sua guerra contra o crime.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | Investimento de dois biliões de yuan [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China anunciou ontem um investimento no ramo do turismo de dois biliões de yuan, até 2020, num plano que inclui a participação do sector privado. O plano contempla um aumento das receitas do sector para sete biliões de yuan, durante este período, anunciou em comunicado a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica. Caso o país cumpra aquela meta, o sector do turismo contribuirá então para mais de dez por cento do crescimento anual da economia chinesa. No total, o turismo deverá então dar emprego a cerca de 50 milhões de pessoas, cerca de dez por cento da população empregada no país. Entre as principais medidas, a NDRC propõe o aumento da construção de infra-estruturas para o turismo e o estímulo dos investimentos privados no sector. A China prevê ainda explorar mais activamente os produtos que já dispõe, como o denominado “turismo vermelho” – centrado nos principais locais da revolução que deu origem à República Popular. Pequim quer também promover o turismo rural, visando retirar da pobreza os habitantes das áreas menos desenvolvidas. O desenvolvimento do turismo permitirá retirar da pobreza dois milhões de pessoas por ano, realça o comunicado. Em Julho do ano passado, o Governo chinês aprovou medidas para impulsionar o turismo nas zonas rurais, de forma a impulsionar a criação de emprego e o consumo nas partes menos desenvolvidas da China. O país asiático está a encetar uma transição no seu modelo económico, visando transformar o consumo interno no principal motor de crescimento, em detrimento das exportações e indústria pesada.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente do grupo Wanda deixa aviso a Trump [dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]ang Jianlin, o homem mais rico da China, avisou o Presidente norte-americano eleito, Donald Trump, de que mais de 20.000 postos de trabalho nos Estados Unidos serão colocados em risco, caso “não trate devidamente” o investimento chinês. “Tenho cerca de 10.000 milhões de dólares investidos nos EUA e emprego mais de 20.000 pessoas”, lembrou este fim de semana o presidente do grupo Wanda Group, durante um fórum. “Se estes empreendimentos não forem devidamente tratados, eles não terão o que comer”, disse, segundo uma transcrição colocada no ‘site’ da empresa. Wang revelou ainda que pediu a Chris Dodd, o presidente da Motion Picture Association of America, associação que representa os principais estúdios de cinema de Hollywood, para entregar essa mensagem a Trump. Wang respondia a uma questão sobre o aumento do escrutínio por parte de Washington sobre a compra de activos na indústria do entretenimento norte-americana por firmas chinesas. “Pelo menos na indústria do cinema e da televisão, têm que perceber que os filmes em língua inglesa dependem dos resultados de bilheteira na China para crescerem”, disse. Nos últimos anos, grupos chineses têm concretizado negócios mediáticos, adquirindo grandes estúdios de televisão e produtoras de cinema nos EUA. Legisladores norte-americanos apelaram já à Comissão para o Investimento Estrangeiro nos EUA, um grupo que avalia os riscos dos investimentos para a segurança nacional, para que escrutinem aquelas aquisições, inclusive as feitas pelo grupo Wanda. Às compras Em 2012, o Wanda adquiriu a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA. Em Janeiro passado, comprou a Legendary Entertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares. Este Verão, o conglomerado anunciou ainda a compra do grupo britânico de Odeon & UCI Cinemas, presente no mercado português, onde é o segundo maior exibidor, por 1,2 mil milhões de dólares. Wang considerou que a atenção do Congresso dos EUA reflecte a crescente influência da sua firma nos Estados Unidos. “Vamos esperar para ver qual é a atitude do senhor Trump para com os investimentos chineses depois de ele assumir o cargo”, concluiu.
Hoje Macau China / Ásia MancheteEUA | Presidente eleito causa polémica com declarações sobre “uma só China” As relações entre Pequim e Washington aqueceram na última semana com o telefonema entre Donald Trump e a presidente de Taiwan. O Presidente eleito usou esta manobra como pressão para renegociar acordos de comércio, e forçar a China a rever políticas cambiais e a posição em relação à Coreia do Norte [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m entrevista à Fox News, o presidente eleito Donald Trump questionou numa assentada as relações entre a China e os Estados Unidos da América ao dizer que não tem de respeitar a política “uma só China” defendida por Pequim. Acrescentou ainda que não aceita que um país dite com quem deve falar ao telefone. O rastilho diplomático acendeu-se com um telefonema da presidente Tsai Ing-wen a congratular Trump pela vitória nas eleições, algo que à partida parece inócuo, mas que representa um acto inédito em termos diplomáticos desde a administração de Jimmy Carter. As reacções não se fizeram esperar. Desde as várias sensibilidades entre políticos cimeiros do Partido Republicano à Casa Branca e, claro, a Pequim. Em primeira instância, o Governo Central relativizou o contacto telefónico, retratando-o como um pequeno truque político de Taiwan. O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou não acreditar estar iminente uma mudança de política de Washington em relação a Pequim, em declarações à Phoenix TV de Hong Kong. “A política ‘uma só China’ é a fundação do relacionamento saudável nas relações sino-americanas, algo que espero não se venha a deteriorar”, acrescentou Wang Yi. Curiosamente, no dia do polémico telefonema, em Pequim reuniam-se Xi Jinping e Henry Kissinger, o antigo secretário de Estado das administrações Nixon e Ford, para promover as relações China-Estados Unidos. Tudo como dantes? O analista de política internacional Arnaldo Gonçalves acha que a situação está a ser exacerbada fora do seu verdadeiro relevo. “É natural que quando um Presidente é eleito se façam contactos informais. Taiwan é aliado dos Estados Unidos desde a 2ª Grande Guerra Mundial”, relativiza. O analista realça a “posição de princípio da China, que considera Taiwan uma província renegada, com a qual não mantém relações políticas”, apesar de manterem contactos permanentes no plano comercial. É, portanto, uma situação híbrida, que não é clara, que se junta à dúbia posição norte-americana nas relação de forças em jogo na região. Para Francisco Leandro, coordenador do Instituto dos Estudos Sociais e Jurídicos da Universidade de São José, “parece haver uma mudança de paradigma na política externa norte-americana, para uma visão mais mercantilista, quase num prisma neo-realista, muito na base dos interesses nacionais”. O analista considera que as boas relações são do interesse de ambas as potências, e que “ninguém ganharia nada com um escalar bélico, militar ou económico, nem a China, nem a Formosa, nem os Estados Unidos da América”. A Casa Branca tentou, de imediato, apaziguar as tensões diplomáticas reiterando a posição oficial da administração Obama, ou seja, de manter intactas as relações externas em relação à política “uma só China”. A administração norte-americana também alertou para o perigo de, ao se exacerbar a questão de Taiwan, correr-se o risco de colocar em cheque os progressos diplomáticos conseguidos nas últimas décadas entre Washington e Pequim. Na verdade, a questão de Taiwan continua a ser uma embrulhada internacional, um paradoxo. Ao mesmo tempo que existe uma cooperação com os americanos em questões de segurança, a Casa Branca mantém intacta a posição firmada com a China, desde a administração Nixon, acerca da questão formosina. Mike Pence, o vice-presidente eleito, e bombeiro de serviço, veio a terreiro relativizar as palavras de Trump, ao afirmar que “apenas se tratou de uma chamada de cortesia”, semelhante ao telefonema com o Presidente Xi Jinping. “Não foram discussões de substância e não me parece que haverá uma mudança de política nesta matéria”, afirmou o ainda governador do Indiana ao Meet the Press. Reince Priebus, que será nomeado como chefe de pessoal da Casa Branca, também meteu água na fervura, desdramatizando toda a questão como um simples exercício de cordialidade. O próprio Trump considerou que seria uma indelicadeza não receber a chamada da líder de Taiwan. Seguir o dinheiro Não há coincidências, muito menos em política. Neste capítulo é de realçar que o único antigo candidato republicano à Casa Branca que apoiou abertamente a campanha de Trump, Bob Dole, é hoje lobista numa firma que tem como cliente a diplomacia de Taiwan. O antigo político foi um dos homem de bastidores por detrás da chamada polémica. A firma onde trabalha recebeu 140 mil dólares para estabelecer uma ponte entre o recém Presidente eleito e Tsai Ing-wen. A informação foi revelada pelo New York Times, ao abrigo da legislação sobre o registo de agentes estrangeiros. O antigo candidato republicano às eleições de 1996 não escondeu em entrevista ao Wall Street Journal a sua influência na chamada. “Quando representamos um cliente, supostamente temos de responder aos seus pedidos”, revelou Dole. O cliente em questão é o departamento de representação económica e cultural de Taiwan, uma espécie de gabinete diplomático do território. De acordo com o ex-político, o seu cliente está muito satisfeito e optimista em relação às futuras relações com Washington. Outro aspecto económico por detrás do suposto faux pas diplomático está relacionado com comércio externo. Ainda na entrevista à Fox News, Trump revela que o que está em causa não será, exactamente, uma posição de princípio. O magnata de Nova Iorque comentou que não tem de respeitar a política “uma só China”, a não ser que se redesenhem as relações no plano do comércio externo. Como é seu hábito, Trump levou estas questões para o Twitter e aproveitou para se referir à possível manipulação cambial do yuan, como uma forma de concorrência desleal que deverá ser travada durante a sua administração. O magnata afirmou várias vezes na campanha que a desvalorização da moeda chinesa em relação ao dólar é uma tragédia para a economia americana. Ironia das ironias, as próprias declarações de Trump tiveram como consequência a desvalorização do yuan. Esta parece ser outra condição ligada à manutenção da política externa com a China. No fundo, Taiwan está a ser usada como arma de arremesso para questões económicas, e para pressionar Pequim a ser mais inflexível com o regime de Kim Jong-un. Às armas Com o avançar das declarações de Donald Trump, a China resolveu mostrar o seu músculo militar. Na semana passada, um bombardeiro Xian H-6, com capacidade nuclear, sobrevoou a disputada “nine dash line”, em torno do Mar do Sul da China, passando por uma série de ilhas com soberania disputada. Um claro sinal para a futura administração Trump, apesar de não representar propriamente uma novidade. É de recordar que os Estados Unidos também enviaram uma mensagem similar a Pyongyang com dois bombardeiros U.S. B-1 a sobrevoar a Coreia do Sul no passado mês de Setembro. Foi a resposta de Washington aos testes nucleares realizados pelo regime norte-coreano. Outra das questões que Donald Trump quer rever em matéria internacional, e para a qual “a China pode fazer mais”. Para o especialista Arnaldo Gonçalves, estas “manobras são normais, e funcionam para intimidar a outra parte”. O investigador prevê que Washington faça também “exercício militares juntamente com o Japão, ou a Austrália, numa jogada do habitual xadrez geopolítico”. Outra questão de máximo interesse foi a possibilidade de levantar o protecção em termos nucleares ao Japão e à Coreia do Sul. Donald Trump repetiu várias vezes durante a campanha que “quem quer segurança tem de a pagar”. Um assunto muito sensível, com “muito maior repercussão para a própria Ásia, e de vital importância no Conselho de Segurança da OUN”, comenta Francisco Leandro. Por um lado, “esta posição poderia ser encarada pela China como um certo desanuviar da sua vizinhança, mas por outro os chineses estão também muito interessados no equilíbrio”. O académico considera que não estão em causa apenas os interesses de segurança da Coreia do Sul e do Japão, mas de toda a lógica asiática, até extensiva à Euro-Ásia. Diz-me com quem andas Para já, no panorama internacional ainda nos movemos em total imprevisibilidade, restando aos analistas políticos interpretar as nomeações que o magnata nova-iorquino fará. Nesse capítulo, Trump também dá uma no cravo e outra na ferradura. Se, por um lado, nomeou o Governador do Iowa Terry Branstad como embaixador norte-americano em Pequim, um político com ligações próximas a Pequim, por outro, John Bolton tem sido um nome muito mencionado na campanha como uma forte possibilidade para ocupar um lugar de destaque no Departamento de Estado. O antigo oficial da administração de George W. Bush tem sido um dos defensores de uma abordagem mais dura nas relações sino-americanas. Em declarações ao Wall Street Journal em Janeiro último, Bolton defendeu a tomada de uma posição musculada para travar a “agressividade militar chinesa nos mares do Este e Sul da China”. Nesse sentido, o possível nomeado considera útil uma “escalada diplomática como, por exemplo, receber uma visita de Estado da diplomacia de Taiwan na Secretaria de Estado da Casa Branca, no sentido de reconhecer a soberania da região”. Algo que seria tomado por Pequim como uma total afronta, e um romper com a linha de cooperação estabelecida nas últimas décadas. São nomeações que deixam todos os cenários em aberto, seja no plano económico, ou bélico. Por enquanto, ainda só temos o famoso telefonema. Para Francisco Leandro, “é algo que faz parte do jogo, e não tem importância por aí além, mas não nos podemos esquecer que houve coisas que se disseram na campanha que não se podem repetir”. O académico vê este episódio como a marcação de um penálti. Quem marca ameaça para um lado para ver para onde o guarda-redes cai. Vejamos se a bola entra.
Hoje Macau China / ÁsiaOMC | China pronta para defender estatuto a nível internacional Na véspera do prazo de expiração de uma cláusula do tratado de adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC), Pequim terá que defender o seu novo estatuto de economia de mercado perante os demais sócios, que se negam a reconhecê-la como tal com medo de uma enxurrada de produtos a preço de custo [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ompletou-se ontem o décimo quinto aniversário da adesão da China à OMC, num contexto marcado pela desconfiança geral em relação às exportações chinesas, em especial dos Estados Unidos, onde o presidente eleito, Donald Trump, ameaça impor direitos alfandegários de 45 por cento, informa o Jornal de Angola. Nos termos do seu protocolo de adesão, os países membros da OMC podiam até esta data tratar Pequim como uma “não economia de mercado”, o que implicava a possibilidade de impor ao país duras tarifas anti-dumping, com o argumento de que os preços da China não reflectem a realidade do mercado. Mas nem os Estados Unidos, nem a União Europeia ou o Japão tinham a intenção de abolir o seu arsenal anti-dumping a partir de 12 de Dezembro: a China terá que iniciar um longo processo na OMC se pretender impor-se aos seus sócios, explicam especialistas em comércio internacional. “A China tomará medidas para defender os seus direitos se os membros da OMC continuarem com as velhas práticas anti-dumping contra produtos chineses após a data de expiração” da cláusula, advertiu na semana passada o porta-voz do Ministério chinês do Comércio, Shen Danyang, citado pela agência Nova China, em reacção ao anúncio do Japão, um dia antes, sobre a manutenção da sua taxação dos produtos chineses. Proteccionismo disfarçado “A China passará automaticamente ao estatuto de economia de mercado” em 11 de Dezembro, segundo a agência oficial chinesa. A negativa de outras potências de reconhecer este estatuto a Pequim não é “senão um proteccionismo disfarçado, o que vai contra a corrente da globalização e envenena a recuperação da economia mundial”, acusou, denunciando que o Ocidente aplica dois pesos e duas medidas em relação à China. Para Washington, no entanto, a concessão do estatuto de economia de mercado não é, nem pouco mais ou menos, automática e as cláusulas anti-dumping do protocolo de adesão permanecem intactas. “Os Estados Unidos continuam preocupados com os graves desequilíbrios do dirigismo chinês, como as super capacidades de produção, especialmente no sector de aço e alumínio”, insistiu o Departamento de Comércio dos EUA. “A China não fez as reformas necessárias para funcionar conforme as regras de mercado.” Por isso, Washington continuará a aplicar métodos de cálculo alternativos para determinar as margens de dumping chineses, prometeu o Departamento de Comércio, apoiado pela Aliança de Manufactureiros Americanos (AAM), segundo a qual o excedente comercial da China custou 3,2 milhões de empregos nos Estados Unidos desde a adesão de Pequim à OMC. Em Bruxelas, o enfoque foi um pouco diferente: a Comissão Europeia anunciou no mês passado um novo método para combater o dumping, que não se dirigiria mais especificamente contra a China, mas poderia ser aplicado a todo o país suspeito de vender a preço de custo. Mas os vinte e oito membros da organização estão divididos e a proposta, denunciada por Pequim, não pode ser aprovada antes do limite do prazo de 11 de Dezembro pelos Estados-membros da UE, nem pelo Parlamento Europeu. Em qualquer caso, enquanto o órgão regulador do comércio internacional não der o seu veredicto definitivo sobre a interpretação da famosa cláusula, “a UE e os demais membros da OMC poderão continuar a tratar a China como não economia de mercado que é”, considera Milan Nitzschke, porta-voz da Aegis Europe, uma organização que reúne cerca de 30 indústrias europeias.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia e Indonésia aprofundam cooperação contra terrorismo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s governos da Índia e da Indonésia acordaram ontem cooperar de forma mais próxima no combate ao terrorismo e na segurança marítima na região, no âmbito da primeira visita oficial do Presidente indonésio, Joko Widodo, a Nova Deli. “Acordámos cooperar para garantir a segurança nas vias marítimas […] e a nossa colaboração também se estenderá à luta contra o terrorismo, a delinquência organizada, as drogas e o tráfico de pessoas”, afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, numa declaração após um encontro bilateral com o chefe de Estado indonésio. O Presidente da Indonésia, um “aliado estratégico” da Índia, reuniu-se também com o seu homólogo indiano, Pranab Mukherjee, durante a visita de Estado, que se prolonga até esta terça-feira. Durante o encontro, que decorreu ontem na capital indiana, Nova Deli, os líderes destes países do sul asiático decidiram concluir o memorando de entendimento sobre cooperação marítima entre a Indonésia e a Índia, no sentido de “fortalecer e acelerar ainda mais” a sua colaboração nesta matéria. “A cooperação marítima é um dos pilares mais importantes para melhorar as relações bilaterais”, assinalaram, num comunicado conjunto. O primeiro-ministro indiano também transmitiu “sinceras condolências” à Indonésia pela centena de vítimas mortais registadas após o terramoto que atingiu a província indonésia de Aceh na quarta-feira passada.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping apela ao reforço do controlo ideológico nas universidades [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, apelou a um reforço do controlo ideológico exercido pelo Partido Comunista Chinês (PCC) sobre as universidades, como parte de uma campanha contra a “influência estrangeira”, noticiou sexta-feira a imprensa oficial. As instituições de ensino superior devem “seguir as regras do Partido Comunista Chinês e fortalecer e promover o socialismo com características chinesas”, afirmou Xi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Trata-se do mais recente esforço do PCC, partido único do poder na China, para impor a sua ideologia no ensino, indicando uma diminuição da liberdade académica e intelectual no país. As universidades devem realizar “trabalho ideológico”, durante todo o processo de educação dos estudantes, disse Xi, apelando a mais aulas de teoria marxista. As universidades chinesas estão “sob a liderança do PCC e são escolas do socialismo com características chinesas, o ensino superior deve ser guiado pelo marxismo”, acrescentou. Desde que Xi ascendeu ao poder, em 2012, a China deteve centenas de advogados envolvidos em casos de direitos civis considerados sensíveis pelas autoridades, condenou dissidentes e restringiu os debates ‘online’. Terreno de eleição As universidades surgem como um importante “campo de batalha” no reforço do controlo exercido pelo partido. Todos os alunos chineses do ensino superior têm já aulas obrigatórias de “educação política”, mas a imprensa estatal tem lamentado a perda de interesse na ideologia oficial. No início deste ano, uma carta assinada por professores chineses, e difundida pela imprensa, apontou que os estudantes estão a ser submetidos a uma “lavagem celebrar com teorias ocidentais”, apelando a um reforço do ensino dos princípios marxistas. O jornal oficial do PCC, o Diário do Povo, publicou sexta-feira na primeira página o discurso de Xi, junto com um comentário que apela aos membros do partido para “agarrarem” esta tarefa. “Os professores são os engenheiros da alma da humanidade, e têm uma missão sagrada”, afirmou o Presidente chinês. Em Novembro passado, a China aprovou uma lei de cibersegurança que proíbe os cibernautas de publicar informações susceptíveis de danificar a “honra nacional”, “prejudicar a ordem social e económica” ou destinadas a “derrubar o sistema socialista”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim adverte empresas sobre investimentos “irracionais” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China advertiu as empresas do país sobre investimentos “irracionais” além-fronteiras, numa altura em que o ‘boom’ de aquisições no estrangeiro alimenta preocupações face à fuga de capitais e viabilidade duvidosa de alguns activos. O aviso de Pequim, noticiado pela agência noticiosa oficial Xinhua, não menciona nenhuma empresa, mas destaca as áreas do desporto, hotelaria e entretenimento. “Advertimos as empresas a tomar decisões com cautela”, lê-se num comunicado emitido em conjunto pelo Ministério do Comércio chinês e outras entidades do Governo. “Os órgãos reguladores estão também a seguir atentamente a tendência irracional nos investimentos além-fronteiras, em áreas como imobiliário, hotelaria, cinema, entretenimento e clubes desportivos”, aponta. O ‘boom’ das aquisições no estrangeiro por empresas chinesas tem dificultado os esforços de Pequim em travar a fuga de capitais, que levou à desvalorização da moeda chinesa, o yuan. Nos primeiros oito meses do ano, os investimentos chineses fora do país atingiram 61,7 mil milhões de dólares. Às compras Em Portugal, o país asiático tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores, comprando participações em áreas da energia, seguros, saúde e banca. Os investidores chineses correspondem também a 74% dos vistos ‘gold’ emitidos desde a criação do programa, em Outubro de 2012. “Uma das razões pela qual os reguladores tomaram esta posição é a tendência de queda do yuan, assim como a dificuldade em travar a fuga de capitais”, comenta em Pequim um analista da consultora DealGlobe. A agência Bloomberg estima que o país asiático tenha registado uma fuga de capitais privados recorde em 2015, estimada em um bilião de dólares (927.000 milhões de euros). As reservas cambiais da China, as maiores do mundo, caíram 69 mil milhões de dólares em Novembro, pelo quinto mês consecutivo, para 3,05 biliões de dólares, a maior queda desde janeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaGlobal Times | China deve construir mais armas nucleares [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China deve aumentar “significativamente” os gastos militares e construir mais armas nucleares, preparando-se para o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, defendeu ontem um jornal próximo do Partido Comunista Chinês (PCC). O país deve “construir mais armas nucleares estratégicas e acelerar a instalação dos mísseis balísticos intercontinentais DF-41” para proteger os seus interesses, caso Trump proceda de “forma inaceitável” para com o país. Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende “um aumento significativo das despesas militares da China, em 2017”. Trump atacou frequentemente a China durante a campanha presidencial, designando o país como o “inimigo” que faz dos EUA “palermas”. Mas o norte-americano indicou também que não deseja projectar o poder dos EUA além-fronteiras, afirmando que a América está cansada de pagar para defender aliados como o Japão e a Coreia do Sul. Trump chegou a sugerir que esses países construam as suas próprias armas nucleares. Ponto de partida O editorial do Global Times surge na sequência de um ‘post’ de Trump na rede social Twitter, em que critica as políticas externa e comercial da China, e da conversa por telefone deste com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen. Pequim considera Taiwan parte do seu território, pelo que o contacto de alto nível com Taipé sugere um apoio às aspirações independentistas do território. Em editorial, o Global Times escreveu: “Precisamos de nos preparar melhor militarmente, para garantir que aqueles que advogam a independência de Taiwan serão castigados, e tomar precauções em caso de provocação dos EUA no Mar do Sul da China”. Trump escolheu esta semana o governador do Estado de Iowa, Terry Branstad, que tem laços antigos com o Presidente da China, Xi Jinping, para embaixador norte-americano em Pequim. A escolha sugere que o magnata quer manter boas relações com o país, mas o jornal estatal China Daily permanece também pessimista quanto ao futuro das relações entre as duas maiores potências do planeta. “A China tem de estar preparada para o pior”, escreveu em editorial, na edição de ontem. “O que aconteceu nas últimas semanas sugere que as relações entre a China e os EUA atravessam um período de incerteza nunca visto antes, contando que Trump pode não só ladrar como morder também”, afirmou.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMedicina Tradicional Chinesa | Pequim investe em nova política de saúde O Governo Central publicou um livro branco a detalhar políticas e medidas de fomento da medicina tradicional chinesa, tornando-a estratégia nacional. O Conselho de Estado quer que as práticas desenvolvidas no país sejam o alicerce da nova política de saúde nacional [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] medicina tradicional chinesa (MTC) é uma das mais bem sucedidas exportações da nação, encontrando-se espalhada por todo o mundo, apesar de ser encarada como uma prática alternativa face à chamada medicina convencional do Ocidente. Desde 2012 que o Partido Comunista Chinês (PCC), no 18º Congresso Nacional, pretende implementar uma série de políticas e medidas de promoção da MTC. Em 2015, durante a reunião do executivo, o Conselho de Estado aprovou o primeiro esboço legal de regulação da MTC e submeteu-a ao legislador para deliberação e aprovação. O objectivo foi criar um ambiente legal razoável para o desenvolvimento e regulação das práticas medicinais tradicionais. Já este ano, o Comité Central do PCC e o Conselho de Estado lançaram um plano estratégico nacional de saúde de longo prazo (2016-2030), alicerçado em torno da MTC. A estratégia passa por dar igual relevo ao desenvolvimento da MTC e à medicina ocidental. Para tal, o Governo Central encoraja a interacção entre ambas as formas de medicina. Dessa forma, serão dadas condições a médicos convencionais para aprenderem e incorporarem métodos da MTC nos tratamentos. Em contrapartida, nas escolas e universidades de medicina tradicional serão ministrados cursos de medicina moderna, em espírito de intercâmbio, de acordo com as directrizes do Governo Central. O mesmo espírito de partilha ocorrerá ao nível hospitalar, sendo encorajada a abertura de centros dedicados a doenças específicas nos estabelecimentos de MTC. Na outra direcção acontecerá o mesmo, sendo encorajada a criação de departamentos de métodos tradicionais de saúde nos hospitais de medicina moderna. Esta medida pretende aliviar a pressão sobre as urgências hospitalares, assim como assumir uma posição profilática de controlo e prevenção de doenças infecciosas. O culminar destes esforços chega agora com o livro branco, que pretende ser o plano de revitalização da MTC, que inicia uma nova era de desenvolvimento na área da saúde. O Governo Central tem como metas principais facultar a todos os cidadãos chineses o acesso a serviços básicos de saúde até 2020, e tornar universal o alcance da MTC a todas as áreas da saúde até 2030. Estes são os alicerces da grande reforma do sistema de saúde chinês. A expansão do alcance dos serviços prestados e o esforço para melhorar a gestão da área da saúde têm também uma forte componente comunitária, promete Pequim. Especialmente entre os idosos, turistas e trabalhadores, divulgando boas práticas de exercício e nutrição. Outro dos objectivos do livro branco da MTC é dar cobertura legal à protecção de recursos naturais que se têm tornado escassos, e que são essenciais à farmacologia chinesa. Os números da tradição A MTC tem raízes ancestrais bem fundas na cultura chinesa, muito popular entre a população, tratando-se de uma questão cultural e filosófica. O livro branco lançado pelo Governo Central contabiliza o número de centros hospitalares que se dedicam aos métodos tradicionais. De acordo com o documento, espalhados tanto por zonas rurais como urbanas, em 2015 existiam 3966 hospitais de MTC, 42.528 clínicas e 452 mil especialistas do ramo. Os dados estatísticos avançados estabelecem ainda um crescimento de 14,3 por cento para 15,7 por cento nos cuidados médicos tradicionais prestados na totalidade dos cuidados médicos prestados, durante o período de 2009 a 2015. No que toca a despesas durante o ano de 2015, as consultas de MTC foram 11,5 por cento mais baratas que as consultas em medicina convencional. No que diz respeito a despesas per capita, os custos dos tratamentos tradicionais foram 24 por cento menos dispendiosos em relação à medicina moderna. Até à data, foram aprovados cerca de 60 mil medicamentos de MTC, assim como 2088 empresas farmacêuticas creditadas para produzir patentes do ramo tradicional de acordo com a legislação que regula as boas práticas de produtos médicos. A MTC é uma realidade intimamente ligada ao comércio, assim como acontece, de resto, com a medicina convencional. A indústria farmacêutica de MTC representa um mercado de 786,6 mil milhões de yuan, o que corresponde a 28,55 por cento da totalidade de toda a indústria farmacêutica chinesa. Esta fatia considerável é vista pelo Governo Central como uma nova fonte de crescimento da economia chinesa. Alcance global Apesar de se reconhecerem benefícios, principalmente à acupunctura, o consenso científico aponta para uma posição de complementaridade da MTC em relação à medicina convencional, e não de substituição. No entanto, pode ser uma solução viável no tratamento da ansiedade, depressão, enxaquecas e alergias. A sua abordagem distinta da medicina ocidental continua a fascinar o Ocidente e a ganhar popularidade. De acordo com o Departamento de Informação do Conselho de Estado, as várias técnicas medicinais chinesas encontram-se em expansão um pouco por todo o mundo, sendo utilizadas em 183 países. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o uso da acupunctura e da moxabustão está implementado, e aprovado oficialmente em 103 países, sendo que em 18 países as mesmas técnicas são cobertas por seguros de saúde. É de realçar ainda que em 29 países foram aprovados estatutos especiais para a medicina tradicional. Apesar de assentar em técnicas ancestrais, esta é mais uma indústria chinesa em expansão no plano global. História da medicina chinesa Curiosamente, o advento da medicina tradicional chinesa anda de mãos dadas com a invenção de uma substância que provoca inúmeros problemas de saúde: o álcool. A descoberta deu-se durante a Dinastia Xia (2070-1600 A.C.). O passo seguinte foi a invenção da decocção ervanária, já na Dinastia Shang (1600-1046 A.C.). A evolução prosseguiu chegando-se às primeiras especializações médicas, dietistas, médicos, doutores de decocção e veterinários. Os avanços seguintes foram ao nível dos métodos de diagnóstico como o exame da tez, da língua, auscultação, exame do pulsação e historial clínico do paciente. Estas técnicas remontam a 500 anos A.C.. O enraizamento do budismo (0-200) trouxe a implementação dos primeiros hospitais, um passo marcante na evolução das políticas de saúde chinesas. Outro passo marcante foi a criação do Instituto de Medicina Imperial durante a Dinastia Tang (618-917), que estabeleceu diferentes departamentos e especialistas para as áreas da acupunctura, moxabustão e farmacologia. Estes avanços puseram o nome de Sun Simiao na história da medicina tradicional chinesa. Durante a Dinastia Ming (1368-1644), Li Shizhen escreveu o Compêndio de Matéria Médica, considerado até hoje uma obra-prima da herbologia, o primeiro livro que categoriza cientificamente as ervas medicinais. Este trabalho pioneiro resultou em avanços consideráveis na farmacologia da medicina tradicional chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaHuman Rights Watch | Sistema de justiça paralelo para funcionários do PC O comunicado da Human Rights Watch relata vários casos de tortura a membros do Partido Comunista Chinês. Segundo a ONG, a campanha anti-corrupção do Presidente Xi Jinping assenta num sistema de detenções abusivas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] sistema de justiça paralelo que a China reserva para membros do Partido Comunista “assenta fortemente” na tortura e é “abusivo e ilegal”, diz a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), apelando ao seu encerramento. Cerca de 88 milhões de membros do Partido Comunista Chinês (PCC), o partido único de poder na China, estão sujeitos a um sistema designado de “shuanggui”, que opera fora do controlo das autoridades judiciais. Desde 2007, mais de 15 funcionários do Governo terão morrido devido aos abusos praticados naquele sistema. Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anti-corrupção, considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, que resultou já na punição de um milhão de membros do partido. A campanha é regida pelo órgão de disciplina e inspecção interno do PCC. Vários dos suspeitos desaparecem sem aviso prévio e ficam retidos em centros de detenção ilegais, até “confessarem” as acusações que lhes são feitas. Só depois transitam para as instâncias judiciais, num processo que invariavelmente resulta na sua punição. “O Presidente Xi construiu a sua campanha anti-corrupção com base num sistema de detenções abusivas e ilegais”, aponta em comunicado a directora da HRW para a China, Sophie Richardson. Flagelos múltiplos Com base na análise de sentenças dos tribunais, notícias e entrevistas com ex-detidos e seus familiares, o relatório da organização detalha os abusos daquele sistema: longos períodos de privação de sono, comida e água, espancamentos, detidos forçados a estarem em posições inconfortáveis ou ameaças aos seus familiares. Um dos citados recorda como foi coagido a criar histórias para os seus crimes: “Eles forçaram-me a inventar. Tive de inventar ou batiam-me”. Um outro detido recorda que foi obrigado a sentar-se e levantar-se, consecutivamente, por períodos de 12 horas, numa rotina que fez as suas pernas “incharem e as nádegas ficarem irritadas, até escorrerem pus”, cita o comunicado. Um dos advogados entrevistados descreve um caso em que um cliente seu dormia apenas uma hora por dia e era forçado a equilibrar um livro na cabeça o resto do tempo. Ao fim de oito dias, “confessou tudo aquilo de que o acusavam”. “Quando chegou a esse ponto, os seus pés estavam tão inchados, que pareciam a pata de um elefante, e ele não conseguia mais urinar”, recorda. A taxa de condenações dos tribunais chineses é de 99,92%. “Os tribunais funcionam como um carimbo, legitimando um processo ilegal dirigido pelo Partido Comunista”, afirma Richardson. Em Outubro, após uma reunião de quatro dias, a elite do PCC ditou um controlo mais apertado dos seus membros, anunciando um maior controlo escrutínio ideológico e uma reforma “das directrizes para a vida política”. As novas regras de disciplina interna forçam os membros do PCC a oporem-se a acções contrárias à liderança do partido e prometem um aumento das investigações de comportamentos “fora da linha” da organização.
Hoje Macau China / ÁsiaChina critica EUA por “politizar” investimentos chineses [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China criticou na segunda-feira a decisão dos Estados Unidos de bloquear a aquisição da Aixtron, empresa alemã do sector tecnológico, por um grupo chinês, afirmando que o negócio deve ser separado da política. O Presidente dos EUA, Barack Obama, travou o negócio, ao rejeitar a inclusão da unidade norte-americana da Aixtron. Washington disse que a Comissão para o Investimento Estrangeiro nos EUA avaliou os riscos da aquisição, que poderia servir fins militares chineses, como sendo demasiado altos. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang considerou que a oferta pela Aixtron tinha um propósito exclusivamente comercial. “A China opõe-se à politização do normal comportamento em negócio ou à interferência política”, afirmou em conferência de imprensa, em Pequim. “Esperamos que os EUA parem de fazer acusações sem fundamento contra as empresas chinesas e proporcionem um ambiente justo e boas condições para os investimentos chineses”, acrescentou. Acesso vedado O Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que a tecnologia produzida pela Aixtron, que é fundamental no fabrico de semicondutores usados em lasers, luz de alta resolução e células solares, também pode servir fins militares. Washington não quer que empresas financiadas pelo Governo chinês tenham acesso àquela tecnologia. Em Outubro passado, Berlim anunciou que o negócio voltaria a ser analisado, alterando assim a sua posição inicial sobre a proposta da chinesa Grand Chip Investment, pela Aixtron, no valor de 670 milhões de euros. O jornal Handelsblatt, que citou fontes não identificadas dos serviços secretos alemães, escreveu na altura que a alteração se deveu à interferência dos EUA. “Washington teme que os ‘chips’ produzidos pela Aixtron possam ser usados no programa nuclear chinês”, disse o jornal. A Alemanha é o segundo maior destino do investimento chinês na Europa, ultrapassada apenas pelo Reino Unido. Portugal é o quarto, logo a seguir à França.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim avisa Trump. Imprensa acusa-o de inexperiente A conversa telefónica entre Donald Trump e a Presidente sul-coreana continua a agitar as relações entre a China e os Estados Unidos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China advertiu ontem o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que a única forma de manter a actual cooperação entre ambos os países é Washington respeitar o princípio “uma só China”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse confiar que os EUA vão cumprir com esse princípio, que dita que o único Governo chinês reconhecido por Washington é Pequim, distanciando-se das aspirações independentistas de Taiwan. “Só assim podemos garantir a continuidade do desenvolvimento da cooperação de benefício mútuo entre ambas as partes”, advertiu o porta-voz Lu Kang, em conferência de imprensa. Já a imprensa oficial chinesa acusou Trump de “inexperiência política” face à sua conversa por telefone à Presidente de Taiwan, o que motivou uma reacção no Twitter de Donald Trump. Ao falar com Tsai Ing-wen, Donald Trump “revelou apenas a sua inexperiência e a inexperiência da sua equipa de transição em lidar com as relações externas”, referiu no domingo o jornal oficial China Daily, em editorial. Na rede social Twitter, Trump reagiu assim: “A China perguntou-nos se era bom desvalorizar a sua moeda (prejudicando a competitividade das nossas empresas), taxar fortemente os nossos produtos que entram no seu país (os Estados Unidos não os taxam) ou construir um enorme complexo militar no meio do Mar do Sul da China? Não me parece!”. Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” se a ilha declarar independência. Desde que a China e EUA restabeleceram relações diplomáticas, em 1979, nunca mais um líder norte-americano falou com um Presidente taiwanês. Washington e Taipé mantêm, porém, laços informais, com os EUA a venderem armas a Taiwan. Uma outra referência de Trump a Tsai no Twitter como a “Presidente de Taiwan” terá também servido para irritar Pequim, que considera qualquer alusão ao líder de Taiwan como Presidente uma afronta à sua soberania. A reacção da China foi, até agora, relativamente moderada, culpando sobretudo o lado taiwanês. Terreno movediço Em editorial, o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, afirmou que “Trump talvez esteja à procura de oportunidades ao fazer provocações”. “Contudo, tem zero de experiência diplomática e desconhece as repercussões em agitar as relações entre a China e os EUA”, afirmou. O jornal considerou ainda que “certamente, Trump não procura a confrontação com a China, porque não é essa a sua ambição, nem isso faz parte das suas promessas ao eleitorado”. A argumentação em torno do telefonema de Tsai poderá ser apenas a primeira. Alguns dos argumentos de Trump, porém, são falsos. As exportações da China são taxadas pelos EUA, que recentemente impuseram tarifas extras a vários produtos chineses, incluindo no sector do aço e em painéis solares. Já a China, que antes mantinha um apertado controlo sobre o valor da sua moeda, o yuan, permite agora que esta varie até dois por cento por dia, face a um pacote de moedas internacionais. No mês passado, a moeda chinesa atingiu a cotação mais baixa em mais de oito anos, face ao dólar norte-americano. Economistas consideram, contudo, que a moeda está mais ou menos correctamente avaliada face às divisas estrangeiras. Numa altura em que a economia chinesa abranda e com a fuga de capitais do país a atingir um valor recorde, Pequim tem investido no sentido de manter o valor do yuan, em vez de o desvalorizar, como Trump e outros críticos sugerem.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno das Filipinas nega planos para destituir vice-presidente [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidência das Filipinas negou ontem que existam planos para destituição da vice-presidente do país, Leni Robredo, com quem o líder filipino, Rodrigo Duterte, teve vários conflitos nos últimos meses. “São especulações que vêm do campo da vice-presidente”, afirmou ontem o porta-voz da presidência das Filipinas, Martin Andanar, numa entrevista com a emissora local GMA. As declarações de Andanar acontecem depois de Robredo ter afirmado, no domingo, que existem planos para “roubar” a vice-presidência, tendo anunciado a sua demissão do cargo de directora do Conselho de Habitação de Desenvolvimento Urbano, concedido por Duterte. “Fui avisada de planos para me roubarem a vice-presidência. Escolhi ignorá-los e centrar-me no meu trabalho. Mas os acontecimentos dos últimos dias indicam que este plano foi posto em marcha”, afirmou Robredo, no domingo, em comunicado. “Não vou permitir que não se cumpra a vontade do povo”, garantiu Robredo, que em Maio venceu as eleições para a vice-presidência por uma estreita margem contra Ferdinand Marcos, filho do ex-ditador filipino Ferdinand Marcos e um dos aliados de Duterte. Não alinhado Robredo afirmou também as “importantes diferenças de princípios e valores” em relação a Duterte, e anunciou o seu desacordo com várias políticas do Presidente, como a violenta campanha contra as drogas ou o enterro do ex-ditador Marcos no Cemitério dos Heróis. Nas eleições presidenciais nas Filipinas os eleitores elegem o Presidente e o vice-presidente de forma independente, pelo que os dois líderes podem vir de partidos diferentes, como é o caso de Duterte e Robredo. O Presidente das Filipinas manifestou várias vezes o seu apoio a Marcos, que desde que foram anunciados os resultados das eleições tem pedido uma recontagem dos votos. “Quem sabe se não teremos um novo vice-presidente”, disse Duterte ao apresentar Marcos num acto público em Outubro durante uma visita oficial à China.
Hoje Macau China / ÁsiaSida atingia 850 mil chineses no final de 2015 [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde o primeiro caso, registado em 1985, que a doença não tem parado de crescer no país mais populoso do mundo. A discriminação e os preconceitos continuam a ser uma realidade A China registou quase 110 mil novos casos de infecção com o vírus da Sida em 2015, elevando para 850 mil o número total de infectados, 0,06% da população, segundo dados oficiais revelados sexta-feira. Encarada outrora na China como uma “doença de estrangeiros”, fruto de “um estilo de vida capitalista e decadente”, a sida fez a primeira vítima no país em 1985. Até ao final do ano passado, matou 177.000 pessoas na nação mais populosa do mundo, com cerca de 1.375 milhões de habitantes. Considerado o mais antigo sobrevivente do vírus da sida na China, Meng Lin sabe o que é sentir-se culpado, abandonado, rejeitado, mas não o que é desistir, lutando hoje pelos direitos dos seropositivos no país. Meng, que em 2006 fundou o China Alliance of People Living with HIV/AIDS (CAP+), organização não-governamental com sede em Pequim, foi diagnosticado VIH positivo há 21 anos. Ao saber da doença, a família sugeriu-lhe que saísse de casa. Partiu depois de um último jantar, na véspera do Ano Novo chinês. “Tive que lutar sozinho”, recorda à agência Lusa. “Na altura, não havia qualquer informação sobre a sida”. “Os pacientes eram somente colocados em quarentena, como era procedimento com as restantes doenças infecciosas”, conta. A história de Meng Lin, que sobreviveu mais de um quinto de século como seropositivo, ilustra as dificuldades do país em lidar com a doença. Em 1996, aceitou servir de cobaia num teste clínico: durante quase cem dias foi mantido isolado num hospital de Pequim, com outros três pacientes. Um deles suicidou-se; os outros dois morreriam meses mais tarde. Meng não desistiu: vendeu a casa que tinha na capital chinesa e recorreu à terapia antirretroviral, com recurso a medicamentos importados dos Estados Unidos. No total, terá gasto “cerca de três milhões de yuan”, até que, em 2009, a China legalizou aqueles fármacos. O primeiro ‘boom’ da sida no país aconteceu em meados dos anos 1990, na província de Henan. Centenas de milhares de camponeses pobres ficaram infectados, devido a um esquema ilegal de comércio de sangue. O sangue de diferentes origens era misturado e, depois de extraído o plasma para ser vendido à indústria de biotecnologia, injectado de novo nos camponeses, para evitar anemias. Até então, a maioria dos poucos casos oficialmente conhecidos na China dizia respeito a chineses que tinham trabalhado fora do país. “Os portadores do VIH eram vistos como criminosos. E eu sentia também a consciência pesada. Ajudar outros na mesma condição era uma forma de aliviar o sentimento de culpa”, lembra Meng. Crime sem castigo A CAP+ tem hoje 109 afiliados em toda a China e conta com o apoio financeiro de organizações estrangeiras, como a Fundação Ford ou a Fundação Holandesa contra a Sida. “O maior problema continua a ser a recusa dos hospitais em tratar os pacientes”, diz Meng Lin. Outra questão é o tratamento injusto por parte dos empregadores. Meng quer um reforço na aplicação da lei que estipula que os hospitais não podem rejeitar pacientes seropositivos e que despedir com base na doença é ilegal. “Os infractores raramente são punidos e a lei não prevê um castigo”, diz. Em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, criticou a “ignorância” e “preconceitos” sobre a doença, referindo-se aos seropositivos como “irmãs e irmãos”, que deviam “receber amor de toda a sociedade”. Regulações e leis sugerem, porém, que o Governo chinês mantém uma posição contraditória. Os candidatos à função pública chinesa, por exemplo, são sujeitos a um exame físico que inclui o rastreio do vírus, estando automaticamente desqualificados os seus portadores. Em 2013, o Ministério do Comércio chinês elaborou mesmo um projecto de lei para banir seropositivos de frequentar casas de massagens e spas. A normativa não foi aprovada, mas Meng considera que “estas situações aumentam os riscos de transmissão”. “Devido à discriminação a que são sujeitos, muitos seropositivos optam por ocultar a doença, sendo forçados a viver na marginalidade”, diz.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim protesta após conversa de Trump com Presidente de Taiwan [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim avisou Donald Trump após a sua conversa telefónica com a Presidente de Taiwan, em sentido contrário ao do reconhecimento pelos Estados Unidos de uma “única China”. “Protestámos solenemente junto da parte norte-americana envolvida. Só existe uma China e Taiwan é parte inalienável do território chinês”, informou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Segundo os analistas, o episódio ilustra a inexperiência do presidente eleito, mas não indica forçosamente uma mudança de linha. Donald Trump falou na sexta-feira com Tsai Ing-wen, no primeiro contacto telefónico deste nível desde que Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé, em 1979. A equipa de transição de Trump informou, em comunicado, que os dois dirigentes “abordaram os estreitos vínculos económicos, políticos e de segurança existentes entre Taiwan e os Estados Unidos”. “O Governo da República Popular da China é o único legítimo. Esta é a base política das relações sino-americanas”, insiste a declaração do ministério chinês. “Instamos a parte envolvida a respeitar este princípio”, adianta. A Casa Branca apressou-se na sexta-feira a reafirmar o seu “forte compromisso” com uma única China. “Não há qualquer mudança na nossa política de longa data”, disse à agência France Presse Emily Horne, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Face às críticas, Trump escreveu na rede de mensagens curtas Twitter: “A Presidente de Taiwan TELEFONOU-ME para me felicitar pela vitória nas presidenciais. Obrigado”. Antes de acrescentar mais tarde: “Interessante o facto de os EUA venderem milhares de milhões de dólares de equipamento militar a Taiwan, mas eu não deveria aceitar um telefonema de felicitações.” Imprensa ignora A polémica chamada telefónica foi censurada pela imprensa chinesa, que preferiu sublinhar a visita a Pequim do ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, “um velho amigo da China”. O telefonema, na sexta-feira, entre o Presidente eleito dos EUA e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, não foi referido nos ‘sites’ da imprensa estatal chinesa e foi censurada na Internet. Na plataforma de microblogues Weibo – equivalente à rede social Twitter – persistiam alguns comentários de cibernautas a um artigo de um jornal de Hong Kong que escapou à censura. “Que China reconhece Trump? Que astúcia! Devemos parar este presidente empresário”, escreveu um cibernauta. O ex-presidente democrata Jimmy Carter declarou formalmente Pequim como único governo da China em 1979, o que pôs fim às relações diplomáticas formais dos EUA com Taiwan, onde Washington fechou a sua embaixada no ano seguinte. Os especialistas em política externa afirmam que a chamada poderia alterar as relações entre os Estados Unidos e a China, independentemente de como foi encaminhada. A China considera a ilha de Taiwan uma província “rebelde” e parte do território sob sua soberania. A imprensa oficial chinesa consagrou as manchetes de sábado ao encontro na sexta-feira entre Xi Jinping e o antigo diplomata norte-americano Henry Kissinger, de 93 anos, que foi o obreiro em 1972 da visita histórica do presidente norte-americano Nixon à China. Kissinger passou a ser qualificado pelo regime comunista como “velho amigo da China”. Kissinger encontrou-se com Donald Trump em Nova Iorque nas últimas semanas, para discutir temas como a China.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul e Tóquio juntos contra Pyongyang [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul e o Japão anunciaram sexta-feira novas sanções unilaterais contra a Coreia do Norte pelos testes nucleares e de mísseis levados a cabo este ano por Pyongyang. O anúncio surge dois dias depois do voto do Conselho de Segurança para reforçar as sanções internacionais à Coreia do Norte na sequência do seu último ensaio nuclear, limitando as exportações norte-coreanas de carvão. Uma resolução, elaborada pelos Estados Unidos após três meses de difíceis negociações com a China (praticamente a única saída para o carvão da Coreia do Norte), foi aprovada por unanimidade pelos 15 países membros do Conselho de Segurança. As sanções “são as mais severas e as mais completas que o Conselho de Segurança já impôs” e enviam “uma mensagem inequívoca”, sublinhou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura da sessão. Ban lembrou que Pyongyang realizou este ano dois ensaios nucleares, em Janeiro e em Setembro, e pelo menos 25 disparos de mísseis balísticos, desafiando as resoluções da ONU. Em resposta, Pyongyang advertiu com uma série de medidas não especificadas de autodefesa. O governo de Seul, por sua vez, disse que iria colocar na lista negra dezenas de novos oficiais norte-coreanos e entidades ao proibir os sul-coreanos de se envolverem em negócios financeiros com eles. Entre os oficiais norte-coreanos estão Choe Ryong Hae e Hwang Pyong So, próximos do líder norte-coreano, Kim Jong Un. Um comunicado do governo sul-coreano refere que vai sancionar uma empresa sedeada na China e quatro dos seus executivos por alegadamente apoiarem actividades financeiras por um banco norte-coreano sancionado pela ONU. O Departamento de Justiça dos EUA já tinha revelado acusações criminais contra o Dandong Hongxiang Industrial Development e os indivíduos no início deste ano. Revisão nipónica Já o Japão disse que também estava a rever as suas sanções contra a Coreia do Norte. Em Tóquio, o secretário Yoshihide Suga falou aos jornalistas sobre a decisão e criticou os lançamentos de mísseis e testes nucleares como “uma nova ameaça que não pode ser permitida”. O Japão já tem em vigor sanções contra a Coreia do Norte. Suga disse que o país vai renovar esforços para trazer para casa todos os japoneses sequestrados pela Coreia do Norte, assim como colocar mais entraves a visitas de responsáveis norte-coreanos e penalizar grupos relacionados, incluindo na China. Os Estados Unidos também deverão revelar sanções próprias adicionais contra a Coreia do Norte, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.
Hoje Macau China / ÁsiaFamílias de trabalhadores mortos em obra recebem indemnizações [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] queda de um andaime numa central eléctrica provocou na semana passada 74 mortos. A empresa responsável pela obra propõe-se agora pagar indemnizações de 175.000 dólares por cada uma das vítimas A empresa de engenharia responsável pela construção de uma torre numa central eléctrica na China onde 74 trabalhadores morreram disponibilizou-se a pagar 175.000 dólares por cada vítima às famílias, segundo a imprensa. A agência oficial Xinhua disse que as famílias dos trabalhadores concordaram aceitar a compensação, embora não tenha sido possível verificar a informação de forma independente. O acidente, devido à queda de um andaime, ocorreu na quinta-feira da semana passada, na cidade de Fengcheng, província de Jiangxi, e deixou ainda dois feridos, depois de tubos de ferro, barras de aço e pranchas de madeira terem caído sobre os trabalhadores. Cerca de 500 bombeiros, polícias e paramilitares participaram nas operações de resgate, segundo a televisão estatal CCTV, que exibiu imagens de destroços amontoados junto a uma torre de cimento de 165 metros. Explosões há muitas Uma explosão no ano passado num armazém em Tianjin matou 165 pessoas, menos de um ano depois da explosão numa fábrica na cidade de Kunshan (no leste) ter causado a morte de 146 pessoas. Segundo dados oficiais, em 2015, a China registou 281.000 acidentes laborais, que causaram a morte de 66.182 pessoas. Organizações não governamentais dizem que o número é maior, atendendo aos casos que permanecem encobertos. Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, a China é o país que regista mais acidentes industriais fatais. A Organização Internacional do Trabalho estima que 20% das mortes causadas por acidentes laborais em todo o mundo ocorreram no país asiático. Um responsável por uma empresa de logística foi recentemente punido com pena de morte suspensa devido à explosão num armazém no porto de Tianjin, no norte do país, por causa da armazenagem ilegal de químicos, que provocou 173 mortos. Um deslizamento de terras, em dezembro passado, causado pela excessiva acumulação ilegal de resíduos de construção, enterrou 33 edifícios num parque industrial em Shenzhen (Sul) e causou 81 mortos. Nas últimas três décadas, a economia chinesa cresceu em média quase 10% ao ano, mas as sucessivas tragédias são cada vez mais fonte de descontentamento popular.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Independentistas perdem recurso em tribunal [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s dois deputados independentistas de Hong Kong que, de acordo com a interpretação de Pequim e uma decisão do tribunal, foram impedidos de assumir o cargo, perderam ontem o recurso judicial que apresentaram. Segundo a emissora pública de Hong Kong RTHK, o tribunal de recurso da região concordou com a decisão anterior, divulgada no dia 15, de que Sixtus Leung e Yau Wai-ching falharam a prestar juramento como deputados durante a cerimónia de tomada de posse, em que pronunciaram “China” de forma considerada ofensiva e acrescentaram palavras, comprometendo-se a servir a “nação de Hong Kong”. O tribunal disse que “não pode haver uma explicação inocente para o que disseram e fizeram” durante a cerimónia. O tribunal rejeitou também o argumento dos advogados dos deputados de que não deveria interferir nos assuntos da legislatura devido ao princípio da separação de poderes. O órgão judicial disse que ambos foram automaticamente desqualificados como deputados porque nunca completaram os seus juramentos e acrescentou que “não há qualquer dúvida” sobre a questão de serem autorizados a repetir os juramentos, em termos legais. A senhora que se segue O departamento de Justiça de Hong Kong informou também esta semana que vai iniciar procedimentos contra a professora Lau Siu-lai, igualmente eleita deputada em Setembro, mas não deu informações sobre a fundamentação dessa argumentação. O juramento de Lau foi rejeitado durante a cerimónia de tomada de posse, quando leu o texto muito devagar, deixando longos silêncios entre cada palavra. No entanto, Lau pôde repetir o juramento e assumir o cargo. A 12 de Outubro, à semelhança dos outros deputados, os independentistas Baggio Leung e Yau Wai-ching, eleitos nas legislativas de 4 de Setembro, prestaram juramento, mas, devido à forma como o fizeram, este foi considerado inválido. No dia 07 de Novembro o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, antecipando-se à decisão judicial que estava a ser aguardada, considerou que os dois deputados pró-independência não podiam repetir o juramento do cargo e tomar posse.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Controlo sobre investimentos além-fronteiras reforçado [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai tornar mais restrito o controlo sobre os investimentos de empresas do país além-fronteiras, segundo informações difundidas pelo Governo e imprensa, face ao rápido aumento da fuga de capitais registada nos últimos anos. As autoridades vão “combinar a facilitação do investimento no estrangeiro com a protecção face aos riscos dos investimentos”, refere em comunicado a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica. Entre as medidas destaca-se a “proibição da maioria dos negócios acima dos 10.000 milhões de dólares” e “bloqueio de investimentos superiores a 1.000 milhões de dólares em sectores não relacionados com as actividades da respectiva empresa”, detalha a agência Bloomberg. Os grupos estatais passam também a estar proibidos de gastar mais de 1.000 milhões de dólares em propriedades além-fronteiras, acrescenta a agência, detalhando que as regras estarão vigentes até Setembro de 2017. O investimento chinês além-fronteiras superou, em 2015, pela primeira vez, o valor investido por outros países na China, ao atingir os 145.000 milhões de dólares, um valor que representa um crescimento homólogo de 18%. Em Portugal, por exemplo, o país asiático tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca. Os investidores chineses correspondem também a 74% dos vistos ‘gold’ emitidos desde a criação do programa, em Outubro de 2012. As restrições surgem depois de Pequim ter encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurarem fontes confiáveis de retornos e adquirirem tecnologia avançada. Entretanto, o aumento da fuga de capitais disparou, suscitando preocupações face à desvalorização do yuan, a moeda chinesa, que bateu no nível mais baixo comparativamente ao dólar, em mais de oito anos. A agência de ‘rating’ Fitch estima a fuga de capitais do país asiático, entre o início de 2015 e meados deste ano, em um bilião de dólares. Desigualdades As empresas da União Europeia e Estados unidos queixam-se também pelo que consideram um “tratamento” desigual dado ao investimento no país. “Para os chineses, a Europa é um ‘buffet’ variado, onde tudo decorre com facilidade, enquanto [na China], para nós, são quatro pratos e uma sopa”, afirmou em setembro passado Jorg Wuttke, o presidente da Câmara do Comércio da União Europeia (UE). Wuttke referia-se às restrições impostas por Pequim ao investimento externo no país, em áreas como telecomunicações, média, energia ou serviços financeiros e jurídicos. O investimento chinês além-fronteiras – muitas vezes financiado com recurso a crédito barato cedido por bancos estatais – terá levado Pequim a questionar também a viabilidade de alguns activos. Em Setembro passado, um representante do ministério do Comércio chinês afirmou que “algumas empresas fizeram aquisições além-fronteiras sem pensar”. “Descobrimos que algumas empresas não fizeram suficiente pesquisa sobre elementos básicos como os objectivos e a necessidade dessas operações”, disse. “Algumas firmas procuram desenfreadamente expandir-se, enquanto outras são guiadas por motivos irracionais, como apenas seguir a tendência ou o desejo de ostentar”, acrescentou. Em editorial, o jornal oficial China Daily afirmou ontem que as regras são dirigidas à “fuga de capital disfarçada de investimento”. O jornal diz que o investimento chinês fora do país é um “desenvolvimento natural”, mas ressalva que, num período de incerteza, os riscos inerentes aos investimentos podem ameaçar a estabilidade financeira.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação entre a China e ONU é “absolutamente essencial”, diz Guterres [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cooperação entre a China e a ONU é “absolutamente essencial”, perante um “mundo perigoso”, disse ontem em Pequim António Guterres, destacando o papel que o país asiático pode desempenhar na diplomacia para a paz. O próximo secretário-geral da ONU falava em conferência de imprensa, após reunir-se com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi. “Vivemos num mundo perigoso. Assistimos à multiplicação de novos conflitos e velhos conflitos que nunca morrem”, disse António Guterres. O antigo primeiro-ministro de Portugal lembrou que “cada vez mais pessoas sofrem”, devido às “mudanças climáticas, crescimento da população, insegurança alimentar e escassez de água”. E apontou que as desigualdades se estão a tornar “um importante factor de instabilidade no mundo”, que “o progresso económico e tecnológico não conseguiu reduzir”. “Estamos perante problemas globais, que exigem soluções globais, para as quais necessitamos de mecanismos de governação de natureza multilateral”, disse. Guterres sublinhou que “a China é hoje um pilar sólido do multilateralismo no mundo” e que pode ser um “mediador justo muito importante, tentando unir partes que estão envolvidas em conflitos”. “Isto torna a cooperação entre a China e a ONU absolutamente essencial”, realçou. Paz à Pequim António Guterres enalteceu a “importante contribuição” do país asiático para a organização que dirigirá a partir do próximo ano. “A China é hoje um dos maiores financiadores da ONU e das suas acções. Ao mesmo tempo, está a dar um contributo muito importante para as nossas missões de manutenção da paz e para mais iniciativas que serão anunciadas em breve”, disse. E lembrou que Pequim desenvolveu “novas formas de cooperação internacional, como a iniciativa ‘uma faixa, uma rota'”, contribuindo para o sucesso das acções da ONU no mundo. Wang Yi, por seu lado, apontou que o “papel das Nações Unidas só pode ser fortalecido, e não debilitado”. “Vivemos num mundo caótico (…) Enfrentamos desafios globais. Nenhum país pode superar esses desafios sozinho”, lembrou. António Guterres vai assumir o lugar de secretário-geral das Nações Unidas, por um período de cinco anos, a partir de 01 de Janeiro de 2017. A deslocação a Pequim segue-se a uma visita a Moscovo, onde Guterres se reuniu com o Presidente russo, Vladimir Putin, parte de um périplo pelas cinco capitais dos países-membros permanentes do Conselho da Segurança da ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Milhões desperdiçados em centrais a carvão “inúteis” Serão cerca de 460 mil milhões de euros gastos em centrais desnecessárias. A acusação parte da Carbon Tracker Initiative, uma ONG britânica que examina as implicações financeiras das alterações climáticas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China, primeiro emissor mundial de gases com efeitos de estufa, prevê gastar milhões de euros em centrais eléctricas a carvão de que não precisa, denunciou ontem uma associação ecologista. O gigante asiático poderá gastar 460 mil milhões de euros nem centrais a carvão que vão continuar inutilizadas, estima um relatório da Carbon Tracker Initiative, uma organização que analisa as consequências financeiras das alterações climáticas. Em Julho, as capacidades das centrais de carvão na China totalizavam 895 gigawatts (GW), mas essas 2.689 ‘fábricas’ “são apenas utilizadas durante metade do tempo”, advertiu o relatório. No entanto, a construção de centrais a carvão continua a ritmo acelerado, a uma média de duas novas instalações por semana este ano. As centrais já em construção acrescentariam 205 GW ao parque existente e os projectos adicionais outros 405 GW suplementares. Sem justificação Para a ONG de Londres, trata-se de “uma má alocação de capital, de uma magnitude nunca antes vista”. Um anterior relatório da Greenpeace referia a existência em Julho de 300 GW de capacidades excedentárias nas centrais a carvão. “Para que estas capacidades adicionais fossem justificadas, até 2020, era preciso que a produção de energia aumentasse pelo menos 4% ao ano e que as centrais funcionassem a 45% das suas capacidades”, disse a Carbon Tracker Initiative. Ora, a trajectória da segunda economia mundial sugere o inverso: o seu consumo energético não aumenta mais do que 3% ao ano, contra os 10% registados há alguns anos. O carvão, de que a China é o primeiro consumidor mundial, continua a ser um carburante indispensável da sua economia, fornecendo 60% da sua electricidade. O consumo do país duplicou no período 2004-2014, superando as quatro mil milhões de toneladas por ano.
Hoje Macau China / ÁsiaDagong diz que Portugal deve reforçar competitividade interna [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Dagong, a maior agência chinesa de ‘rating’, considera que as regras orçamentais europeias a que Portugal está obrigado “são necessárias”, mas defende que “o próximo passo” deve ser “desenvolver os factores internos de competitividade”. “De facto, Portugal esteve numa situação difícil quanto à dívida pública e acho que as regras orçamentais da Europa são necessárias nestas situações. Mas acho que o próximo passo para Portugal é pensar em como aumentar a competitividade interna”, afirmou o líder da Dagong Global Credit Rating Group, Guan Jianzhong, em entrevista à Lusa. Para Guan Jianzhong, a questão chave para Portugal é o país perceber “como reforçar os factores internos da economia, especialmente nas formas de criar crescimento, de desenvolver a competitividade central de Portugal como economia”. “Acho que isto vai ser um grande teste para os líderes em Portugal. O ambiente interno em Portugal é robusto, mas é mesmo na questão da competitividade que têm de apostar”, considerou, acrescentando que as medidas que têm sido adoptadas pelo Governo socialista de António Costa lhe dão “esperança quanto à recuperação da economia”. Questionado sobre se Portugal não deveria potenciar a competitividade externa e as exportações, o presidente da Dagong reiterou que “a questão central é qual é a competitividade de Portugal internamente”. Sublinhando que “a abertura do mercado é um pré-requisito” para o crescimento, mas que “não vai resolver os problemas, Jianzhong defendeu que deve “promover a inovação na economia como sendo um novo elemento interno” de crescimento. Nota ainda baixa Actualmente, a Dagong classifica Portugal com ‘BB’, uma nota considerada lixo, mas a um nível da escala de investimento, sendo esta avaliação feita apenas com base na informação que é pública, uma vez que se trata de um ‘rating’ (nota) não solicitado. O presidente da Dagong disse que “há sinais de melhoria” a nível macroeconómico em Portugal e que “estes sinais positivos têm de ser tidos em conta no ‘rating’ de Portugal no longo prazo”, mas alertou para a necessidade de “olhar também para o desempenho orçamental”. “É preciso olhar para a receita do Governo e também para o pagamento da dívida pública. Isso também vai ser tido em conta na nossa avaliação”, afirmou Guan Jianzhong, acrescentando que as políticas “que o Governo tem estado a pensar (…) são sinais positivos para a economia” e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) “comprova isso mesmo”. Já quanto ao sistema financeiro, o presidente da Dagong entende que este “é um instrumento para o crescimento”, admitindo que é “uma das maiores preocupações” para a agência de ‘rating’ que dirige. Sublinhando que o executivo tem “planos importantes para a economia”, Guan Jianzhong alerta que, “sem um sistema financeiro robusto, a implementação destas medidas vai ser difícil”. Os bons projectos Segundo o presidente da Dagong, as empresas chinesas estão disponíveis para investir e não estão à procura de sectores específicos, até porque a China tem “uma diversidade grande de investidores”. “A questão é os projectos disponíveis em Portugal. Vocês têm de ter bons projectos, investimentos onde se possa investir e também é preciso resolver o problema da assimetria da informação”, recomendou Jianzhong, acrescentando que é necessário garantir que os investidores têm acesso a “informação credível”. Sublinhando que esta situação “não é só em Portugal, é em toda a Europa”, e apontando que o problema é que “a informação não está sempre disponível e que, por vezes, a informação que os investidores querem ver não tem uma fonte credível”, o líder da agência de ‘rating’ chinesa diz que “a Dagong pode ter um papel e ser uma ponte entre a China e Portugal no financiamento destes projectos”.
Hoje Macau China / ÁsiaHuafeng prevê investir mil milhões de dólares em Angola O investimento do grupo chinês, a ser aplicado nos próximos cinco anos, deverá abranger áreas tão diversas como a agricultura ou as indústrias transformadoras [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo chinês Huafeng prevê investir mil milhões de dólares em Angola, em sectores que vão desde a agricultura à pecuária, pescas e indústria transformadora, conforme acordo de investimento assinado com o Governo angolano. O investimento, segundo informação divulgada sexta-feira em Luanda, será implementando num prazo de até cinco anos, nas províncias de Luanda, Moxico, Malanje, Lunda Norte, Huambo, Cuando Cubango, Benguela e Lunda Sul. O acordo para o investimento do grupo chinês, celebrado quinta-feira, em Luanda, com a Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), em representação do Estado angolano, prevê a criação de 1.500 postos de trabalho directos, em várias áreas. Já com sede em Luanda e interesses na construção civil, reparação automóvel, exploração florestal e outras indústrias em Angola, aquele grupo privado chinês é presidido por Zhan Qiaoyang e empregava em 2013 quase um milhar de pessoas. De acordo com a imprensa local, um dos primeiros projectos deste contrato será a construção de um centro de formação especializada no ramo de produção de sementes agrícolas, em Luanda, bem como a criação de gados bovino e suíno, aves, peixes. Está também prevista a construção de uma fábrica de fertilizantes e outra de medicamentos, de acordo com a mesma informação. Desejos de ministro O ministro da Economia de Angola reiterou a 8 de Novembro, em Luanda, o desejo angolano de contar com o capital e recursos intelectuais, de gestão e tecnológicos da China, para promover o desenvolvimento nacional. Abraão Gourgel discursava no encerramento do Fórum de Investimento Angola-China, promovido pela UTIP e que durante dois dias reuniu na capital angolana mais de 450 empresários chineses, tendo resultado na assinatura de acordos de intenção e tramitação de projectos de investimentos privados, avaliados em mais de 1,2 mil milhões de dólares. O ministro afirmou que as infra-estruturas continuam a ser as prioridades do Governo de Angola, que conta com uma maior participação do sector privado, inclusive o estrangeiro, sob certas condições e com as garantias adequadas. Segundo Abraão Gourgel, os sectores do agro-negócio, da indústria, da geologia e minas, comércio externo e turismo dispõem também de oportunidades de investimento com taxas de retorno diferenciadas e grande potencial de crescimento. “O Estado angolano continuará, para esse efeito, a assegurar as necessárias garantias jurídicas aos investidores privados, bem como a implementar os quadros regulatórios adequados à protecção dos interesses nacionais”, referiu o governante. Para Abraão Gourgel, o fórum permitiu dar início a um novo momento das relações económicas e empresariais bilaterais entre Angola e a China, o “momento do investimento directo privado chinês em Angola”.