Hoje Macau China / ÁsiaLíderes populistas ameaçam liberdade de imprensa nas democracias [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] liberdade de imprensa está sob ameaça tanto em grandes democracias como em Estados repressivos, com desenvolvimentos preocupantes nos Estados Unidos, Polónia Hungria e França, entre outros, segundo um relatório anual divulgado ontem. O relatório “Ataques ao vivo: O estado da liberdade de imprensa no mundo 2017-2018”, da organização não-governamental Freedom House, destaca “a ameaça às democracias” que representam os políticos populistas, mas também “o poder do jornalismo”, que continua a ter “um papel vital mesmo nos ambientes mais hostis”. “Há apenas cinco anos, a pressão global sobre os ‘media’ não parecia afectar os Estados Unidos ou as democracias instituídas da Europa de nenhuma maneira significativa”, lê-se no documento. “Hoje, líderes populistas representam uma importante ameaça à liberdade de expressão nestas sociedades abertas”, acrescenta, frisando que “uma imprensa que denuncia as falhas dos governos é fundamental ao funcionamento de todas as democracias”. O relatório dá exemplos: a Polónia, onde o regulador multou o canal TVN24 em 350.000 euros por “promover actividades ilegais” com reportagens sobre protestos antigovernamentais. França, onde um jornalista que questionou a líder da extrema-direita Marine Le Pen sobre desvios de fundos do Parlamento Europeu foi agarrado e agredido por um segurança, e os Estados Unidos, onde o Presidente Donald Trump critica e ameaça regularmente jornalistas ou grupos de comunicação por notícias que não lhe agradam. Mas o exemplo apontado como mais grave é o da Hungria, onde aliados de Viktor Orban “adquiriram a maioria dos últimos bastiões de jornalismo independente”. O documento afirma por outro lado que estes desenvolvimentos foram “agravados por forças externas”, entre as quais se destaca “o Governo autoritário da Rússia”. “Quando Moscovo planta desinformação nos ambientes mediáticos de países democráticos, aumenta o sentimento do público de que a imprensa não é fiável”, lê-se. Ligações perigosas Na segunda parte, o relatório apresenta casos em que o jornalismo desafiou interesses poderosos para informar a opinião pública, entre os quais a denúncia de ligações à máfia de importantes figuras do Hoverno na Eslováquia, dos escândalos de corrupção que marcaram o mandato de Jacob Zuma e ditaram a sua demissão da presidência da África do Sul ou da repressão dos homossexuais promovida pelo Estado russo. O documento identifica ainda países aos quais o mundo deve estar atento em termos de liberdade de expressão: Cuba, Irão, México, Polónia, Tunísia, Uzbequistão ou Zâmbia. E Espanha, onde a ONG registou um aumento das condenações ao abrigo da legislação antiterrorista de uma série de pessoas por “declarações controversas”, o que “suscita a preocupação de autocensura neste país em tudo o resto democrático”. O documento baseia-se nos mais recentes relatórios da organização sobre Liberdade no Mundo e Liberdade na Internet e nos projectos que desenvolve em vários países.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste/Eleições: Fretilin não viabilizará eventual Governo AMP com cheque em branco, diz Mari Alkatiri [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder da Fretilin, maior partido timorense, disse que não passará “um cheque em branco” para viabilizar um eventual Governo da AMP, se a coligação da oposição vencer as eleições de Maio sem maioria absoluta. “A Fretilin quer que este país vá para a frente, mas não vamos apoiar um Governo do CNRT que falhou durante 10 anos, com um cheque em branco. Para viabilizar tem que ser claro quais são os limites”, disse Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e atual primeiro-ministro, em entrevista à Lusa. Questionado sobre se isso leva a supor que a Fretilin considera ter dado esse cheque em branco nos últimos anos ao Governo liderado pelo CNRT, Alkatiri admite que “de certa forma sim, foi um cheque em branco” considerando que a governação “durante 10 anos foi negativa”. Alkatiri falava à Lusa numa pausa da campanha para as legislativas antecipadas de 12 de maio, marcadas por uma reviravolta nas alianças do passado, com Xanana Gusmão e o seu anterior rival, Taur Matan Ruak, juntos na Aliança de Mudança para o Progresso (AMP). Num cenário de derrota da Fretilin, Alkatiri considera ainda “muito pouco provável” que continue com as suas funções de presidente da Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM) no enclave de Oecusse-Ambeno. “Com este clima que se esta a gerar durante a campanha, não haverá mais ambiente para o entendimento. Só que é uma pena. Não quero dizer que sou o melhor dos melhores, mas fundamental na ZEESM é o modelo de gestão que eu ainda não deixei”, afirmou. Os comentários de Mari Alkatiri confirmam a degradação do relacionamento entre si e Xanana Gusmão e entre os dois partidos, o CNRT que liderou os últimos três Governos e a Fretilin que ajudou a viabilizar o executivo entre 2015 e 2017. Os dois partidos estiveram juntos na candidatura do presidente da Fretilin Francisco Guterres Lu-Olo a Presidente da República em 2017 mas a relação começou a degradar-se depois da formação do VII Governo, liderado por Mari Alkatiri. Na campanha de 2017, em que Xanana Gusmão se mostrava convicto de uma vitória por maioria absoluta do seu partido, o líder timorense disse à Lusa, sobre o futuro e a relação do CNRT com a Fretilin, que os dois partidos continuam com “excelentes relações, de respeito” e que “não terão êxito” tentativas de outros partidos “provocar distúrbios ou problemas entre os dois”. Para Mari Alkatiri a aliança acabou por falta do “respeito mutuo” que é necessário “para que ambos sejam iguais mas que, neste caso, não existiu verdadeiramente”. “Éramos aliados, entendíamo-nos num projeto nacional e entre nós parecia que havia uma aliança entre iguais, mas a tendência do Xanana é que se pode aliar com todos, mas ele tem que estar sempre acima dos outros”, defendeu. “Não aceita resultados democráticos. Baseia-se na legitimidade dita histórica para dizer que está sempre acima dos outros, a comandar”, referiu. Questionado sobre o facto de muitos fazerem a mesma avaliação quanto à atuação de Mari Alkatiri, o ainda primeiro-ministro é enfático: “mas eu ganhei as eleições e se era para consolidar esta mesma aliança ele devia aceitar isso”. “Era isso mesmo que o povo queria, que passasse a Fretilin a liderar mas com a consolidação da aliança”, afirmou, mostrando-se convicto de que a situação atual não aconteceria num cenário inverso, da vitória, ainda que por margem curta, do CNRT. “Não, porque a Fretilin teria respeitado, para manter a estabilidade no país”, afirmou. Questionado sobre o falhanço das negociações para conseguir um Governo maioritário – e em particular as críticas de que esse falhanço se deve ao facto de ter tentado negociar modelos diferentes com todos – Alkatiri diz que lidou com a realidade e o caráter de cada partido, tendo havido demasiadas exigências do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO). “As pessoas entendem que a aliança não deve ter como base o respeito pelos resultados eleitorais. E então pedem demais. Como pode um partido com 5 deputados querer 7 lugares no Governo e querer lugares chave, segurança e defesa”, disse. “Como pode um que diz que vai fazer incidência parlamentar, o CNRT, porque não quer participar no governo, mas quer manter elementos da sua confiança nas áreas fundamentais da governação: infraestruturas, finanças, petróleo, solidariedade e de certa forma mantendo a influência sobre educação? Seria eu o primeiro-ministro mesmo num cenário destes?”, questiona. Sobre o seu próprio futuro na Fretilin e se se demitiria em caso de derrota, Alkatiri disse que “Xanana perdeu e não se afastou” da liderança do CNRT, afirmando que os querem a sua saída pretendem enfraquecer o partido. “Mas já tenho uma nova geração com coragem para enfrentar Xanana Gusmão, Taur Matan Ruak. Mas isso foi formado. Levou tempo”, disse. Timor-Leste/Eleições: Ataques da campanha são tentativa de passar esponja na história O líder da Fretilin, no Governo em Timor-Leste, afirmou que os ataques de que tem sido alvo durante a campanha para as eleições antecipadas de 12 de maio são uma tentativa de “passar uma esponja pela história”, a que não vai responder à letra. “É uma tentativa de passar uma esponja pela história, para se afirmar o culto da personalidade. Isso não é de agora, a tentativa de matar a Fretilin e as Falintil que são os capitais simbólicos da resistência, para aparecer o culto da personalidade”, afirmou Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin). Alkatiri referia-se assim a várias críticas que têm marcado a primeira metade da campanha, insistindo que não está a responder a “insultos” e que prefere explicar ao eleitorado e o programa do partido. “Não há troca de insultos porque não insultei ninguém. O insulto é num sentido só. Não faço campanha contra ninguém, faço campanha para tirar o povo da pobreza e da pobreza extrema que existe aqui. Essa é a única campanha”, afirmou. Os líderes e militantes da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), incluindo Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, têm marcado parte do seu discurso por duras críticas à Fretilin, ao ex-Presidente e atual ministro, José Ramos-Horta e a Mari Alkatiri. Muitos dos comentários referem-se ao passado da luta contra a ocupação indonésia e pela independência de Timor-Leste, com tentativas de alguns dirigentes de politizarem os diferentes braços da resistência: armada, clandestina e diplomática. “As pessoas querem afirmar-se matando outros pela segunda ou pela primeira vez porque sabem que não conseguem afirmar-se sem matar outros, no sentido figurado, claro. Mas têm que se convencer que não vão conseguir isso”, afirmou. Questionado sobre o regresso de José Ramos-Horta ao partido – tem feito ativamente campanha pela Fretilin – Alkatiri diz que traduz uma “consciência nacional, da nação toda, de que é tempo de se fazer justiça, de não se deixar que uma pessoa só se afirme como dono deste país”. E recua ao passado, reiterando o reconhecimento pelos que lutaram no mato, mas insistindo que se deveu à Fretilin a formação da rede clandestina nacional que apoio os guerrilheiros e os laços com a rede externa. “Se as populações nas zonas ocupadas, depois de 1981, 82, 83 se organizaram e se criou a frente clandestina, para servir de base de apoio às Falintil e de trampolim de informação para o exterior, foi porque esta gente teve três anos a ter uma edução patriótica intensiva nas zonas controladas pela Fretilin. Não nasceu pela cara bonita de A, B ou C”, disse. “Os guerrilheiros quando estavam a ser perseguidos nas montanhas refugiavam-se nas populações. Já nos anos 90 Xanana escreveu uma carta para nós em que disse: “os indonésios perguntam à Fretilin se viu a Fretilin e a Fretilin responde que não viu a Fretilin”, explicou. Ainda que seja necessário par ao país escrever a sua história, Alkatiri discorda que isso se tente fazer em campanha, quando há posições extremadas em que cada um quer vencer “e falseia a história”. “Eu não tenho interesse nenhum nisso. Fiz o meu trabalho. Dentro das limitações que todos tínhamos. E acho que cumprir a minha missão. Mas não me declaro herói. Cada um fez o seu trabalho e tudo juntos é que conseguimos levar o pais a restaurar a independência”, afirmou. “Tudo o que eu já fiz podem levar, dizer que é vosso. Mas o que eu ainda vou fazer só me pertence a mim, porque sai da minha cabeça, do meu coração e do meu pensamento”, disse. Sobre as eleições, insiste que a Fretilin está “muito mais forte que em 2017”, com muitas organizações divididas a regressar ao partido e que a vantagem matemática com que a AMP parte – os três partidos tiveram, juntos, 85 mil votos mais que a Fretilin – não se manterá. “Esta coligação é para subtrair não para adicionar, porque é contranatura. Não existe vantagem. Por isso sempre lhes disse que eles dançam com os 35 [deputados] no salão [do Parlamento Nacional] que nós vamos cantar e dançar com o povo”, disse. A AMP é formada pelos três partidos da oposição – CNRT, PLP e KHUNTO – que em conjunto controlam 35 dos 60 lugares do parlamento e que bloquearam o programa e orçamento do Governo. “Eles estão a descer cada dia, porque têm reagido de forma emocional, pouco racional. Espero que parem por aí, porque se não isso é prejudicial para eles. Especialmente para figuras como Xanana e Taur Matan Ruak que são figuras incontornáveis da luta, são património da luta. E eu não nego o papel de ninguém na história da luta”, afirmou. E mostra-se convicto de que a aliança entre Fretilin e PD, no atual Governo, continuará depois das eleições, rejeitando o que dizem que o partido liderado por Mariano Sabino facilmente voltará a apoiar um executivo liderado por Xanana Gusmão. O PD, disse, é um “partido de futuro”, não quer repetir o “fracasso” da Governação com o CNRT e tem com a Fretilin “uma aliança sólida” que vai permitir que “os dois partidos com raízes no povo se mantenham”. “O CNRT sem Xanana não existe. O PD perdeu o seu líder e manteve-se, mostrou isso. A Fretilin, é parte da historia, da cultura da Fretilin que cai um e outro aparece”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim refuta críticas dos Estados Unidos sobre direitos humanos A China qualificou como parcial um recente relatório sobre direitos humanos divulgado pelos Estados Unidos e disse que o objectivo de interferir nos assuntos internos da China está “condenado ao fracasso” [dropcap style =’circle’]P[/dropcap]equim contestou oficialmente o relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. Fê-lo através do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, que falou à comunicação social na habitual e diária conferência de imprensa. Os comentários do porta-voz foram feitos em referencia ao relatório global dos direitos humanos 2017 publicado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, um documento que critica intensamente os direitos humanos na China. “Os Estados Unidos divulgam esse relatório ano após ano e apontam o dedo para os outros países. A maioria dos membros da comunidade internacional está insatisfeita com isso”, disse Lu. De acordo com o Ministério das Relações Externas da China, o relatório deste ano, como sempre, ignora factos e é extremamente parcial. “A China informou claramente aos Estados Unidos que seu intento de interferir nos assuntos internos da China e dificultar o desenvolvimento da China foi em vão no passado e que não terá êxito no futuro”, disse Lu. “O Governo chinês dá grande importância à protecção e impulso dos direitos humanos, e obteve progresso histórico em tal campo. O povo chinês é o que pode dizê-lo melhor”, assinalou. “A China é a favor de negociações e intercâmbios entre países na área dos direitos humanos com base na igualdade e a confiança mútua”, disse o porta-voz do Governo chinês. Lu Kang explicou ainda que “a maioria dos países, incluindo a China, se opõem à politização do assunto dos direitos humanos”. Relatório minoritário O documento emitido pela Casa Branca não destaca, pela negativa, apenas Pequim. “Os Governos de China, Rússia, Irão e Coreia do Norte violam todos os dias os direitos humanos daqueles que estão dentro das suas fronteiras e, como resultado, gera-se instabilidade”, escreveu o secretário de Estado norte-americano John Sullivan, no prefácio do documento anual. Porém, no que à China diz respeito, o relatório refere que as piores violações de que “foi responsável o Governo” incluíram-se as “execuções sem o devido processo prévio”, “desaparecimentos forçados”, torturas, “detenções arbitrárias” e ilegais, e restrições às “liberdades de expressão, imprensa, reunião, associação, religião e movimento”.
Hoje Macau China / ÁsiaTrabalho | ONG acusa China de usar anúncios de emprego discriminatórios [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou ontem Pequim e as empresas privadas chinesas de usarem anúncios de emprego discriminatórios de género, apelando para que terminem com esta prática. “Quase um em cada cinco anúncios de emprego para os serviços públicos da China, em 2018, pedia ‘apenas homens’ ou ‘homens de preferência’, enquanto grandes empresas, como o gigante do comércio electrónico Alibaba, publicaram anúncios de recrutamento que prometiam aos candidatos a possibilidade de trabalharem com mulheres bonitas”, afirmou a directora da HRW para a China, Sophie Richardson. Durante a apresentação do relatório “Apenas os homens podem candidatar-se: discriminação de género em anúncios de emprego na China”, Sophie Richardson apelou às autoridades chinesas para que imponham “as leis existentes e que terminem com as práticas de contratação do governo e do sector privado que discriminam abertamente as mulheres”. A HRW analisou mais de 36 mil anúncios de emprego publicados entre 2013 e 2018 em sites chineses de recrutamento e empresas e chegou à conclusão que muitos dos anúncios especificam um requisito ou preferência em homens. De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos, alguns postos de trabalho exigiam que as mulheres tivessem certos atributos físicos, no que diz respeito à altura, peso, voz ou aparência facial. Mad Men na China “Há propostas de candidatura que usam os atributos físicos das actuais funcionárias das empresas para atrair candidatos do sexo masculino”, indicou o relatório. A organização usou como exemplo um anúncio de emprego do Alibaba, em Janeiro deste ano, em que mencionava a “preferência de homens” para dois cargos de especialista em apoio a operações em restaurantes. “Os anúncios de emprego sexistas favorecem os estereótipos antiquados que persistem nas empresas chinesas”, disse Richardson, acusando as empresas de se “orgulharem de serem forças da modernidade e do progresso”, mas depois “recorrerem a estas estratégias de recrutamento, o que mostra como a discriminação contra as mulheres, profundamente enraizada, permanece na China”. Por fim, a directora da HRW para a China diz que, “em vez de assediar e prender os activistas dos direitos das mulheres, o governo chinês devia envolvê-los como aliados no combate à discriminação de género no mercado de trabalho”.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidentes da China e Índia reúnem-se no fim-de-semana [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] cooperação e a gestão adequada das diferenças vão estar em foco na reunião informal, na sexta-feira e no sábado, entre o Presidente chinês e o primeiro-ministro indiano, foi ontem anunciado. A reunião entre Xi Jinping e Narendra Modi vai ser uma “oportunidade para aumentar a confiança mútua, aprofundar a cooperação pragmática, gerir adequadamente as diferenças, alcançar o desenvolvimento comum e contribuir para a promoção da paz e do desenvolvimento global e regional”, afirmou o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, no final de um encontro, no domingo, com o homólogo indiano, Sushma Sawraji. “As relações entre a China e a Índia mantiveram um desenvolvimento positivo”, indicou Wang no final da reunião, de acordo com agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Swaraji declarou que o encontro “reflecte o forte desejo de ambos os lados de fortalecer a comunicação estratégica” e insistiu que a Índia quer que a amizade entre Xi Jinping e Narendra Modi, que estiveram reunidos em Setembro passado, seja fortalecida e a cooperação entre os dois países atinja um novo máximo. De acordo com observadores, os dois líderes vão, no encontro que se vai realizar na capital da província central chinesa de Hubei, discutir pontos de vista sobre a situação internacional e regional e poderão ainda abordar a questão das disputas territoriais na fronteira, entre outros assuntos. Em Junho do passado, soldados dos dois países estiveram frente a frente numa zona disputada entre a China e o Butão, Doklam, ou Donglang (em chinês). A zona é reclamada pelo reino do Butão, um aliado de Nova Deli, mas Pequim diz pertencer à China, com base num tratado de 1890, assinado com o Reino Unido. Butão e China participaram em várias rondas de diálogo, mas nunca resolveram a disputa. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Empresas acusam Alibaba de pressão para acordos exclusivos [dropcap style=’circle’] E [/dropcap] mpresas estrangeiras acusaram o gigante do comercio electrónico chinês de punir quem recuse fazer acordos de exclusividade com o Alibaba, uma acusação que a multinacional considerou “absolutamente falsa”. Directores executivos de cinco grandes marcas de consumo, que pediram o anonimato, disseram à agência noticiosa Associated Press (AP) que, depois de rejeitarem a proposta de exclusividade do Alibaba, as vendas nas lojas ‘online’ Tmall [plataforma ‘online’ de vendas a retalho na China e que opera através do Alibada] caíram de forma notória. Esta situação resulta, segundo a AP, do rápido crescimento de outra plataforma de venda ‘online’, a JD.com. A American Apparel & Footwear Association, um grupo industrial com sede em Washington, disse à AP que os seus membros protestaram contra táticas injustas do Alibaba. “Pedimos às autoridades que investiguem rapidamente e que tomem medidas para garantir que tais práticas sejam eliminadas do mercado chinês”, disse Stephen Lamar, vice-presidente executivo da associação, à qual pertence a JD.com, que é também patrocinador. No mês passado, o director financeiro da JD.com, Sidney Huang, tinha afirmado que a empresa ainda está a tentar reconquistar mais de 100 marcas chinesas que abandonaram a plataforma sob pressão do Alibaba. “Nós apoiamos a concorrência justa e aberta, porque uma maior escolha é sempre melhor para marcas e para os utilizadores”, disse a JD.com, em comunicado. Conceito de liberdade Em comunicado, o Alibaba reconheceu que oferece benefícios às empresas que assinam contratos de exclusividade, em conformidade com a lei chinesa, mas acrescentou que as empresas são livres de escolherem qualquer plataforma de comércio electrónico. “Como muitas plataformas de comércio electrónico, temos parcerias exclusivas com alguns dos comerciantes da Tmall”, indicou o Alibaba, sublinhando que “o comerciante decide escolher o acordo por causa dos serviços atraentes e do valor que a Tmall lhe pode trazer”. De acordo com a lei antimonopólio chinesa, as empresas com posição dominante no mercado não podem exigir exclusividade sem apresentar uma justificação plausível. O Alibaba é duas vezes mais lucrativo que a concorrente norte-americana Amazon e todos os anos serve mais pessoas do que as que vivem em toda a América do Norte. De acordo com a AP, o Alibaba faz mais de 448 mil milhões de euros por ano em vendas, mais do que em todas as transacções ‘online’ nos Estados Unidos. Destaque: Em comunicado, o Alibaba reconheceu que oferece benefícios às empresas que assinam contratos de exclusividade, em conformidade com a lei chinesa, mas acrescentou que as empresas são livres de escolherem qualquer plataforma de comércio electrónico.
Hoje Macau China / ÁsiaSecretário do Tesouro americano pondera ir à China para aliviar tensões [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos da América, Steven Mnuchin, afirmou no fim-de-semana que está a considerar fazer uma viagem à China para aliviar as tensões comerciais entre as duas maiores economias mundiais. Mnuchin falava numa conferência de imprensa em Washington, após participar nos Encontros da Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), na qual se mostrou “prudentemente optimista” em alcançar um acordo entre os dois países. “Uma viagem está a ser considerada. Não vou fazer um comentário sobre quando, nem tenho nada confirmado”, disse Mnuchin, acrescentando que teve um encontro com Yi Gang, governador do Banco Popular de China, à margem da assembleia daquela instituição financeira internacional. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já criticou várias vezes o avultado défice comercial com a China, como causa da perda de emprego no país, e ameaçou impor taxas no valor de 150.000 milhões de dólares sobre numerosos produtos chineses, às quais Pequim respondeu com medidas semelhantes. As tensões entre os Estados Unidos e a China, e a possibilidade de se desencadear uma guerra comercial internacional, centrou as discussões durante a assembleia do organismo dirigido por Christine Lagarde, que terminou ontem, com a participação de representantes dos seus 189 países membros. “Houve algum progresso em direcção ao diálogo” disse Christine Lagarde, na conferência de imprensa, sublinhando a necessidade de evitar a todo o custo uma guerra comercial. Por seu turno, Guangyao Zhu, vice-ministro chinês das Finanças, disse: “Múltiplos riscos e incertezas consideráveis revelam sentimentos anti-mundialização, unilateralismo, e proteccionismo no comércio”, enquanto Yi Gang estimou, igualmente que “a escalada das fricções comerciais causadas pelas medidas unilaterais são uma das ameaças à economia mundial”.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Coreia do Norte anuncia suspensão de testes nucleares e de mísseis A Coreia do Norte anunciou durante o fim-de-semana que suspendeu os testes nucleares e o lançamento de mísseis de longo alcance e que tem planos para encerrar as suas instalações de testes nucleares, adiantou a Associated Press [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] agência de notícias oficial da Coreia do Norte adiantou que a suspensão dos testes nucleares tem efeito a partir de sábado, 21 de abril, na Coreia do Norte. O país disse estar a mudar o foco da sua política nacional e concentrado em melhorar a sua economia. O anúncio acontece dias antes de o líder norte-coreano Kim Jong-un se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in numa localidade fronteiriça para uma rara cimeira entre os dois países que tem por objectivo resolver a disputa nuclear com Pyongyang. A decisão da Coreia do Norte foi tomada numa reunião do Comité Central do partido no poder, que acordou discutir “um novo período” de políticas no país. A Coreia do Sul felicitou a decisão de Kim Jong-Un, líder norte-coreano, de suspender os testes nucleares, salientando tratar-se de um “passo significativo” para a desnuclearização da península coreana. “A decisão da Coreia do Norte representa um passo significativo para a desnuclearização da península coreana, que o mundo aguarda”, afirmou a presidência da Coreia do Sul, em comunicado, elogiando o “ambiente muito positivo para as próximas cimeiras entre as duas Coreias e entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, que a decisão de Pyongyang “irá criar”. Resposta de Tóquio O ministro da Defesa japonês considerou insatisfatória a decisão da Coreia do Norte em suspender os testes nucleares, já que Pyongyang não mencionou “o abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”. “Não podemos ficar satisfeitos”, afirmou Itsunori Onodera aos jornalistas, adiantando que Pyongyang não fez qualquer referência “ao abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”, pelo que Tóquio irá manter pressão sobre a Coreia do Norte. Ainda assim, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, celebrou a decisão da Coreia do Norte de suspender os testes nucleares e expressou a esperança que esta sirva para o desarmamento “completo, verificável e irreversível” do país vizinho. O chefe do Executivo japonês considerou a decisão como um “movimento positivo”, mas manifestou cautela, afirmando que “a única coisa importante (agora) é ver se esta acção levará a uma eliminação completa, verificável e irreversível das armas nucleares e mísseis” do país vizinho, de acordo com declarações divulgadas pela emissora pública NHK. Abe adiantou que o seu Governo “estará atento” ao assunto e deixou claro que o Japão e os Estados Unidos coordenaram a sua actuação perante os vários cenários possíveis com a Coreia do Norte, durante a cimeira que teve com o Presidente norte-americano, Donald Trump, esta semana na Florida. A cautela do primeiro-ministro japonês foi partilhada por outros membros do seu gabinete, como o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Taro Aso, que de Washington, onde está a participar numa reunião ministerial do G20, disse que ainda é cedo para saber se a Coreia do Norte irá abandonar as armas. Taro Aso disse que em outras ocasiões foram feitas concessões económicas e de outra índole para que Pyongyang abandonasse o seu programa nuclear, “mas os testes continuaram”, de acordo com a agência Kyodo. Já o ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, qualificou a decisão da Coreia do Norte “insuficiente” e afirmou que “este não é o momento para relaxar a pressão sobre o país”. “Não podemos ficar satisfeitos”, afirmou Itsunori Onodera aos jornalistas, adiantando que Pyongyang não fez qualquer referência “ao abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”, pelo que Tóquio irá manter pressão sobre a Coreia do Norte. Xi & Trump O Presidente norte-americano, Donald Trump, também já reagiu a este anúncio, tendo considerado uma “muito boa notícia” a decisão da Coreia do Norte, e manifestou-se desejoso de se encontrar com o líder norte-coreano, o que poderá acontecer em Maio ou Junho. A China, principal aliado da Coreia do Norte, saudou o anúncio de Pyongyang de que irá suspender os seus ensaios nucleares e de mísseis intercontinentais, afirmando que isso contribuirá para a desnuclearização da península coreana. “A China pensa que a decisão de suspender os ensaios nucleares e de se concentrar no desenvolvimento económico e na melhoria das condições de vida vai ajudar a apaziguar a situação na península coreana e fará avançar o processo de desnuclearização, assim como os esforços no sentido de uma solução política”, disse Lu Kang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaGeopolítica | Um novo tipo de “Guerra Fria” com Estados Unidos, Rússia e China Os Estados Unidos estão a impor o regresso a um novo género de Guerra Fria por considerarem a Rússia e a China como adversários, e actuam como elemento que valida as actuais ambições de Moscovo, alertam investigadores em temas geopolíticos [dropcap style≠‘circle’]”E[/dropcap]stamos a regressar a uma nova Guerra Fria, pelo facto de os Estados Unidos encararem agora Rússia e China como adversários, e não como nações pouco amistosas, mas não necessariamente hostis”, considerou Michael Klare, professor de Estudos de segurança e paz no Hampshire College em Amherst, Massachusetts, Estados Unidos, em declarações à agência Lusa. Na sua análise, o académico sublinha que desde o final da Guerra Fria, no início da década de 1990, até recentemente, os presidentes norte-americanos ambicionavam “integrar a Rússia na ordem liberal internacional”, mas a Casa Branca, após a eleição de Donald Trump em 2016, deixou de acreditar que Rússia e China possam integrar essa ordem. “A actual liderança dos EUA não acredita que a Rússia e a China possam integrar essa ordem, antes considera que estão empenhados em desmantelá-la. Por isso, acredita que os dois países devem ser isolados e delimitados”, sublinha o académico, autor de diversas publicações, onde se inclui The Race for What’s Left: The Global Scramble for the World’s Last Resources” (2012). Este género de pensamento, especifica o investigador, já justificava a estratégia de contenção prosseguida pelas potências ocidentais face à URSS no decurso da Guerra fria “original”. Na Rússia, e em particular após a subida ao poder de Vladimir Putin em 2000, o país também registou uma evolução na sua abordagem geoestratégica, e diversos analistas têm considerado o reconhecimento, pela maioria dos países ocidentais e aliados, da independência do Kosovo em 2008 à revelia das instâncias internacionais, como o elemento que conduziu a Rússia a alterar as suas políticas sobre integridade territorial e intangibilidade das fronteiras dos Estados na sua esfera de influência. Sozinhos em Moscovo Em artigo recente publicado na revista Russia in Global Affairs, Vladislav Surkov, conselheiro do Presidente Vladimir Putin e muito influente nos corredores do Kremlin, considerou que a Rússia abandonou as aspirações seculares de integração no ocidente, e regressa a uma nova era de “solidão geopolítica”. “O lugar que o ocidente tem ocupado na política externa da Rússia pós-soviética é simultaneamente o de barómetro da ambição russa de ser reconhecida como uma grande potência e de elemento constitutivo da identidade russa, mesmo que por oposição directa, como parece ser o actual cenário”, assinalou em declarações à Lusa, Licínia Simão, professora de Relações Internacionais na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Investigadora do Centro de Estudos Sociais. “Mais do que a União Europeia [UE] ou as suas principais potências, são os Estados Unidos que têm actuado como o elemento que valida as ambições de Moscovo ser um interlocutor necessário à resolução das grandes questões da política internacional”, sustentou. Na perspectiva da investigadora, o “caminho épico da Rússia rumo ao ocidente”, que agora parece comprometido, teria expressão numa ambicionada parceria, mas que não passaria pela integração do grande país euro-asiático nas instituições ocidentais, como a UE ou NATO. “Este caminho rumo ao ocidente era pautado pelo reconhecimento formal de Moscovo como o parceiro mais significativo da superpotência Estados Unidos na resolução dos problemas internacionais, em jeito de concerto das grandes potências, ainda que articulado no quadro de organizações multilaterais como a ONU e o seu Conselho de Segurança”, prosseguiu a académica. A intenção de a Rússia se preparar para actuar de forma mais isolada no contexto internacional constituirá, no actual cenário, a “validação de uma estratégia em vigor há algum tempo, na medida em que ela tem efectivamente sido marginalizada pelos seus parceiros ocidentais e tem procurado sempre avançar os seus interesses particulares”, indicou ainda. No entanto, para Licínia Simão, o impacto desta abordagem nos ‘dossiês’ em que a Rússia é efectivamente um parceiro negocial não é claro, especialmente no actual contexto da política norte-americana e europeia. “Mas será, sem dúvida, um momento de reapreciação das prioridades russas e uma oportunidade de reforçar as tendências autoritárias, conservadoras e nacionalistas do país, com importantes impactos negativos na sociedade russa e potencialmente na estabilidade regional, como é já visível na Ucrânia.” Em clima de “nova “Guerra fria”, o sentimento de “cerco” ocidental, não será apenas perceptível na Rússia, mas também pela China, e contido na mais recente revisão estratégica do Pentágono (NPR) que assinala a entrada dos EUA numa nova era de “competição de grande potência” com Moscovo e Pequim, e que esta competição está a assumir uma forma militar, precisou ainda Michael Klare. O académico norte-americano recordou que o NPR também assinala, “sem fornecer qualquer prova”, que a Rússia encara a utilização inicial de armas nucleares num qualquer futuro conflito com a NATO, devendo deste modo os EUA munirem-se de um vasto espectro de armas nucleares para dissuadir essa utilização, e se necessário responder em conformidade. “O resultado poderá ser uma escalada da corrida às armas nucleares e um maior risco de utilização de armas nucleares em situação de combate”, alertou. “E enquanto os Estados Unidos e aliados continuarem a instalar as suas forças ao longo do perímetro da Rússia e China, podemos esperar que estes países respondam através do reforço das suas próprias forças e procurarem contrariar a estratégia de cerco norte-americana. Esta situação aumentará o risco de confrontação e de escalada em todos os pontos onde forças dos dois lados se encontrem numa situação de proximidade, incluindo na Europa”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim começa a aplicar sistema na aviação civil [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] controverso sistema de “crédito social” implementado pela China, que classifica cada cidadão, vai começar a ser aplicado na aviação civil, ao proibir pessoas com baixa pontuação de voar até um período de um ano. Parte daquele sistema, que recorre a novas técnicas de análise de dados, começará a ser aplicado no próximo mês, informou ontem a Administração de Aviação Civil da China e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, num comunicado conjunto. As autoridades detalham nove comportamentos que contribuirão para que o passageiro tenha um baixo crédito social, incluindo a difusão de falsos alarmes em aeroportos ou aviões, uso de identidades falsas, transporte de objectos proibidos ou “comportamento ameaçador ou problemático”. A Aviação Civil da China elaborará mensalmente uma “lista negra” de passageiros e o tempo de interdição de voar, que poderão ser consultados no portal CreditChina.gov.cn. O Governo chinês tem desenvolvido nos últimos anos um sistema de “crédito social”, que atribui pontos a cada cidadão segundo o seu comportamento, situação financeira, desempenho profissional e académico ou opiniões nas redes sociais. O sistema suscitou críticas, por se temer que resulte numa evasão de privacidade e em descriminação, ao impedir pessoas com baixa pontuação de aceder a melhores empregos e universidades ou migrar para cidades mais prósperas.
Hoje Macau China / ÁsiaAccionista da TAP vende participação em banco chinês para enfrentar dívida [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] grupo chinês HNA, accionista da TAP através do Consórcio Atlantic Gateway, vendeu uma participação num banco comercial chinês, informou a imprensa local, numa altura em que enfrenta graves problemas de liquidez Segundo o portal chinês de informação financeira Caixin, a Aerial Wonder, subsidiária do grupo HNA, vendeu a participação de 3,1 por cento que tinha no Banco Rural Comercial de Cantão, que está cotado na bolsa de Hong Kong, por 1.500 milhões de dólares de Hong Kong. A operação faz parte do plano do grupo de vender activos próprios e das suas subsidiárias, visando enfrentar uma grave crise de liquidez. Desde o ano passado, quando as autoridades chinesas decretaram regras mais restritivas no financiamento das empresas, visando reduzir riscos financeiros, que a empresa enfrenta dificuldades em saldar as suas dívidas. O grupo planeia ainda vender parte da sua participação de 25 por cento na cadeia de hotéis Hilton, por 973 milhões de euros. Uma subsidiária do grupo vendeu já um edifício de escritórios em Manhattan, Nova Iorque, por 246 milhões de euros. Outra subsidiária vendeu um edifício de escritórios em Sydney, por 130 milhões de euros. Um arranha-céus detido pelo grupo na West Madison Street, em Chicago, está também à venda. O grupo tem ainda importantes participações em firmas como Swissport ou Deutsche Bank. Em Portugal, a empresa detém uma participação na Atlantic Gateway, consórcio que detém 45 por cento da TAP. O Estado português é dono de 50 por cento da TAP, estando os restantes 5 por cento do capital nas mãos dos trabalhadores”. Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, inaugurou em Julho passado o primeiro voo directo entre a China e Portugal.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim envia 395 forças da paz para missão da ONU no Mali A China vai enviar no próximo mês quase 400 efetivos militares e médicos para o Mali, parte de uma missão de paz das Nações Unidas, noticiou ontem a agência oficial chinesa Xinhua [dropcap style≠‘circle’]T[/dropcap]rata-se do sexto batalhão que a China destaca para aquele país africano, em conflito desde 2012. O grupo é constituído por 170 tropas, 155 sapadores e uma unidade médica de 70 profissionais. A unidade vai reconstruir vias públicas, pontes e pistas de aterragem, assim como proteger bases militares em zonas de conflito e tratamento médico de doentes e feridos, entre outras funções. Entre os 395 efectivos conta-se uma brigada de protecção contra armas químicas, que já esteve destacada no Sudão do Sul por cinco ocasiões, e cerca de 100 soldados, que já participaram em missões da paz, indicou a Xinhua. O Mali atravessa um período de grande instabilidade, desde o golpe de estado de 2012, quando grupos rebeldes aliados a organizações extremistas tomaram o controlo do norte do país, durante dez meses. Aquela forças foram expulsas em 2013, após uma intervenção militar liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ainda ao controlo do Estado. No domingo, o primeiro-ministro do país, Soumeylou Boubèye Maïga, ordenou o desarmamento de todos os portadores de armas, registadas ou ilegais, em todo o território do Mali. Segundo a agência da ONU para os refugiados, a violência no centro do Mali causou nas últimas semanas a fuga de três mil cidadãos do país para o Burkina Faso. Exercício no estreito A China realizou exercícios militares com fogo real na costa sudeste, noticiou ontem a imprensa oficial, num período de renovadas tensões entre Pequim e Taipé devido ao apoio dos Estados Unidos ao governo da ilha. O Exército de Libertação Popular indicou que os exercícios envolveram a coordenação de vários tipos de helicópteros militares, que detectaram e atacaram alvos marítimos. Segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, os exercícios terminaram às 22h de Macau. Não é claro se os exercícios são os mesmos que a China anunciou na semana passada para o estreito de Taiwan. No entanto, a televisão estatal chinesa CCTV informou que os exercícios anteriormente anunciados são dirigidos às forças independentistas de Taiwan, com a seguinte manchete no seu portal: “Não digam que não foram avisados!”. O porta-voz do Ministério da Defesa de Taiwan, Chen Chung-chi, desvalorizou os exercícios, e afirmou que a China está a exagerar a escala das suas actividades para criar ansiedade entre a população da ilha. “O Partido Comunista Chinês jogou com intimidação verbal barata e fanfarronice através da imprensa estatal para criar pânico e mal-estar”, afirmou Chen, descrevendo os exercícios como regulares.
Sofia Margarida Mota China / Ásia MancheteAnalistas vêm com optimismo possível acordo na península coreana Os preparativos já estão a ser feitos. No próximo dia 27 pode ter início um acordo histórico entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul que pode trazer a paz à península depois de mais de 60 anos de relações tensas. Mas, para que seja bem sucedido, há que ter em conta o papel da China e dos Estados Unidos. Analistas consideram que se trata do momento certo e que todos têm a ganhar com negociações de paz [dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]stá a ser preparado o trajecto na fronteira entre as Coreias que será percorrido pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, no próximo dia 27. Se Kim o fizer, está dado o primeiro passo, desde a assinatura do Acordo de Armistício Coreano em 1953, para um entendimento na península. Desde então, nenhum líder norte-coreano atravessou a Linha de Demarcação Militar. O caminho tem como destino um encontro com o seu homólogo da Coreia do Sul, Moon Jae-in, para se dar início a negociações para o processo de desnuclearização da Coeria do Norte. Além disso, a reunião abre portas a uma nova relação entre aqueles dois países. Ao mesmo tempo, está já agendada uma reunião entre o líder norte coreano e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mais um acontecimento sem precedentes na soberania dos “grandes líderes”. Este encontro continua sem data concreta, mas tudo indica que terá lugar entre Maio e Junho em local ainda por definir. Segundo o New York Times, não se pode falar de acordo entre as Coreias sem falar dos países a que estão ligadas. Neste caso, a China e os Estados Unidos, até porque assim está previsto no Armistício de 53. No entanto, o encontro da próxima semana é já um avanço para o entendimento, considera o especialista em relações internacionais, Arnaldo Gonçalves. “O interesse é das duas Coreias, e o interesse é que aprofundem os entendimentos ou o conhecimento das posições de cada uma”, começa por dizer ao HM. A reunião da semana que vem “é uma forma de quebrar o gelo e perceber o que se pode fazer”. Por outro lado, “as duas Coreias têm, objectivamente, do ponto de vista legal, um conflito de 60 anos. Tecnicamente tem de ser resolvido e não tem de ser com capitulação, pode haver uma alternativa”, aponta. Wang Jianwei, especialista em relações internacionais da Universidade de Macau também vê com bons olhos o início das negociações. “Neste momento, parece que as Coreias vão chegar a um acordo para haver reconciliação. Talvez haja mesmo um acordo de paz, que depois poderia ser apoiado pelos EUA e China”, disse ao HM. De acordo com o académico, tudo indica que o entendimento pode ir a bom porto, aliás, um dos indicadores optimistas é a relativa restrição das críticas por parte de Pyongyang a Washington, dos últimos tempos, depois de terem sido lançadas ameaças exterminadoras. Dos peões aos reis Falar das Coreias e do seu entendimento só pode ter efeito se se tiver em consideração os países que apoiam cada uma delas. Estados Unidos e China são centrais e com a reunião anunciada entre Trump e Kim, está aberto o caminho para que a península asiática possa efectivar um tratado. “Isto é uma plataforma, como se fosse um xadrez. O regime da Coreia do Sul é aliado dos Estados Unidos, têm um tratado de defesa e assistência mútua. Por isso não pode, do ponto de vista do tratado, avançar com qualquer posição sem consultar os americanos ou mantê-los informados”, aponta Gonçalves. Para já, parece que os indicadores são positivos, até porque se está a assistir a uma acção sem precedentes. “Trump surpreendeu todo o mundo, como costuma fazer, e decidiu anunciar que tem interesse em finalmente promover negociações entre os Estados Unidos e o regime da Coreia do Norte”, explica o especialista. No entanto, falar da Coreia do Norte e dos Estados Unidos não dá certezas de sucesso das negociações, por muito optimismo que a situação suscite. De acordo com Arnaldo Gonçalves, “não nos podemos esquecer que estamos perante actores internacionais que são imprevisíveis”, refere ao HM. Não se tratam de líderes em que pode antever comportamentos. “São impulsivos, egocêntricos, megalómanos, têm uma visão da política muito pessoal. Podem entrar na sala de reunião com uma disposição e mudarem rapidamente, ao ponto de abandonarem as negociações, porque alguém teve um comentário mais intempestivo”, explica. No entanto, se o encontro ocorrer é bom sinal, até porque é um primeiro contacto entre o Ocidente e o regime de Kim Jong-un. Ordens na sombra No que respeita ao papel da China, Wang Jianwei considera que tem tido uma influência aparentemente mais discreta, o que não invalida o seu papel decisor em todo o processo. Exemplo disso foi o encontro recente em Pequim entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o norte coreano Kim Jong-un. “A China quer manter a iniciativa no destino da Coreia do Norte. Não é difícil de acreditar que estão a actuar por trás do palco, colocando pressão na Coreia do Norte. No passado, mesmo quando a ONU impunha sanções à Coreia do Norte, a China continuava a deixar a porta aberta para eles sobreviverem”, aponta. No entanto, há quem defenda que Pequim tem ficado marginalizada porque é um assunto, por um lado entre as Coreias, e por outro entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Mas, para o académico, “a China assumiu um papel fundamental para que a Coreia do Norte estivesse disposta a falar com os Estados Unidos através do apoio da China às sanções aprovadas no seio da ONU à Coreia do Norte, que os deixaram sem alternativas económicas”. Para Arnaldo Gonçalves, a China “será sempre um actor central nestas negociações”. Em causa está a dependência da Coreia do Norte da ajuda que tem tido do seu aliado. “Se a China não vir com boa vontade as negociações, não haverá avanços porque o regime na Coreia do Norte é absolutamente dependente do regime chinês, em termos de conselheiros militares, económicos, assistência alimentar, transportes e comunicação”, explica. Quid pro quo Apesar da “guerra comercial” entre a China e os Estados Unidos, os analistas consideram esse factor em nada interferirá nas negociações entre as Coreias. “Não creio que a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos tenha um impacto adverso para os diálogos entre as Coreias, e entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, refere Wang. Porém, há ainda questões de reciprocidade a ter em conta. De acordo com Wang, “um bom resultado das reuniões também depende da sinceridade dos EUA e se têm incentivos suficientes para oferecer. Não acredito que a Coreia do Norte vai estar disposta para abdicar das armas nucleares e da segurança do regime, se não houver ofertas suficientes em cima da mesa”, refere. O académico considera que é possível que as pessoas tenham subestimado Kim Jong-un. A razão, aponta, tem que ver com o facto se ter achado que o responsável norte-coreano nunca ia abdicar das armas nucleares. “Ele até poderá ser mais inteligente e razoável do que se espera”, remata. As negociações diplomáticas não são gratuitas, aponta Arnaldo Gonçalves. “Se a China sentir que os Estados Unidos não estão a ser justos nas relações comerciais, pode sempre interferir e não apoiar as negociações”. Mas, destaca, “Pequim considera que a eliminação do armamento nuclear nas Coreias é do seu interesse nacional”. Apesar dos atritos comerciais entre Trump e Xi nas últimas semanas, para Gonçalves “felizmente, existem boas relações entre os presidentes da China e dos EUA”. O momento é agora De acordo com os analistas, o momento para avançar para o acordo entre as Coreias chegou. “Tanto a Coreia do Norte como os Estados Unidos chegaram à conclusão que estão esgotados os outros meios para ultrapassar as dificuldades nas relações bilaterais”, explica Wang Jianwei. No que respeita à Pyongyang, depois dos vários testes nucleares que o país levou a cabo, Kim terá concluído que o país está prevenido contra invasões e por isso não há necessidade de continuar nessa trajectória. Além disso, o líder norte-coreano também saberá que se o fizer se arrisca a motivar uma guerra com os norte-americanos, refere. Por seu lado, nos Estados Unidos, apesar das opiniões se dividirem entre a intervenção militar e as negociações, a solução diplomática para ser a mais viável. “Há pessoas em Washington que preferiam utilizar a força militar. Mas os riscos da operação são demasiado elevados, por isso ninguém quer ter o ónus dessa decisão. As consequências de uma guerra entre os Estado Unidos e a Coreia do Norte seriam imprevisíveis”, diz Wang. “Por isso, Washington aproveitou a oportunidade e estendeu o ramo de oliveira à Coreia do Norte”, aponta o académico. Entretanto, a China já se mostrou a favor das negociações. De acordo com o New York Times, o porta voz do Ministro dos negócios estrangeiros chinês, Hua Chunying, referiu que “a atitude da China é de abertura e apoio a qualquer solução pacífica para resolver os conflitos da península Coreana”.
Hoje Macau China / ÁsiaInternet | Relatório da Kaspersky mostra Ásia na mira de hackers [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] mais recente relatório de inteligência de ameaças da Kaspersky Lab, empresa russa de antivírus e segurança online, trouxe entre as tendências vistas nos três primeiros meses do ano uma nova onda de actividade de ameaças persistentes avançadas no continente asiático. Mais de 30 por cento das ameaças no primeiro trimestre de 2018 foram registadas na região. Além da Ásia, outro dos pico de actividade de piratas informáticos foi observado no Oriente Médio, nomeadamente, através do uso de novas técnicas. Os pesquisadores continuaram a detectar actividades de grupos de ameaças persistentes avançadas (APTs) em russo, chinês, inglês e coreano. E, embora alguns agentes conhecidos não tenham agido de maneira expressiva, um número crescente de APTs e de novos agentes foi detectado na região asiática. A alta é explicada, em parte, pelo ataque Olympic Destroyer nos Jogos Olímpicos de Pyeongchang. Os destaques do primeiro trimestre de 2018 incluem um crescimento contínuo de actividades em chinês, que mira entidades governamentais (Taiwan e Malásia), registos de actividades de APTs no sul da Ásia (entidades militares paquistanesas), a APT IronHusky deixou de atacar agentes militares russos e transferiu todo seu empenho para a Mongólia, a península coreana permanece na mira da APT Kimsuky (espionagem de pensadores e políticos sul-coreanos) e um subconjunto do grupo Lazarus, o Bluenoroff, voltou-se para novos alvos, que incluem empresas de criptomoeda e pontos de vendas. Homem do meio A Kaspersky Lab também detectou um pico de actividade no Oriente Médio: a APT StrongPity lançou vários ataques “man-in-the-middle” sobre redes de provedores de serviços de Internet (ISPs). Outro grupo de criminosos virtuais muito habilidoso, o Desert Falcons, voltou a atacar dispositivos Android com um malware usado em 2014. No primeiro trimestre, os pesquisadores da Kaspersky Lab também descobriram vários grupos que miram suas campanhas em routers e hardware de rede, uma abordagem adoptada anos atrás por Regin e CloudAtlas. Segundo os especialistas, os routers continuarão sendo um alvo dos invasores de infraestrutura contra as vítimas. “Durante os três primeiros meses do ano, observamos vários grupos de ameaças novos com níveis de sofisticação diferentes. Mas, no geral, eles usavam as ferramentas de malware mais comuns disponíveis. Ao mesmo tempo, não vimos qualquer actividade significativa de alguns agentes conhecidos. Isso nos faz acreditar que estejam repensando suas estratégias e reorganizando as suas equipas para ataques futuros”, disse Vicente Diaz, pesquisador-chefe de segurança da Kaspersky Lab.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo | Nova Rota da Seda chinesa expande influência de Pequim [dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma organização não-governamental afirmou ontem que o projecto chinês de infraestruturas “uma Faixa, uma Rota” visa expandir a influência política e presença militar de Pequim, apesar de a China garantir que o objectivo é a cooperação económica. O relatório, da organização não-governamental C4ADS, com sede nos Estados Unidos, concluiu que os projectos da iniciativa chinesa “uma Faixa, uma Rota” não visam beneficiar os países receptores, como anunciado pela China, mas antes expandir a influência de Pequim além-fronteiras. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês rejeita já as conclusões do relatório e reiterou que a iniciativa visa “sobretudo a cooperação económica” e a promoção do desenvolvimento comum através de infraestruturas. “A China não está a jogar jogos de geopolítica”, sublinhou, em comunicado. Anunciado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a “Faixa económica da rota da seda e a Rota da seda marítima do século XXI”, mais conhecido como “uma Faixa, uma Rota”, está avaliada em 900 mil milhões de dólares, e visa reactivar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático. Redes ferroviárias intercontinentais, portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre estão a ser construídos em mais de 60 países, abrangendo 65 por cento da população mundial. “Os investimentos parecem gerar influência política, expandir dissimuladamente a presença militar da China e criar um ambiente estratégico vantajoso na região”, afirmou a C4ADS, que analisa 15 portos financiados pela China no Bangladesh, no Sri Lanka, no Camboja, na Austrália, em Omã, na Malásia, na Indonésia e no Djibuti. Rota bélica A organização, especializada na análise de dados e questões de segurança, examinou documentos oficiais da China e relatórios de analistas chineses sobre a iniciativa, também conhecida como “Nova Rota da Seda”. Apesar de não existir nenhum documento oficial que relacione a “Nova Rota da Seda” a interesses de segurança da China, analistas chineses escreveram já que ambos estão “intimamente ligados”, afirmou o relatório. “Muitos destes observadores reconheceram que uma rede de centros logísticos marítimos, através da região do Indo-Pacífico, tem potencial para mudar o cenário estratégico da região, e muitos descreveram explicitamente o papel do investimento em infraestruturas na estratégia chinesa”, indicou. Os projectos portuários incluem uso duplo, para fins militares e civis, aumentam a influência do Partido Comunista Chinês, através do envolvimento de firmas estatais chinesas ou o controlo através de participações ou empréstimos a longo prazo, de acordo com o documento. Lisboa tem insistido na inclusão de uma rota atlântica no projecto chinês, o que permitiria a Sines ligar as rotas do Extremo Oriente ao Oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.
Hoje Macau China / ÁsiaBirmânia | Presidente anuncia amnistia que liberta mais de 8000 presos O novo presidente da Birmânia, Win Myint, anunciou ontem uma amnistia geral que permitirá a libertação de mais de 8.000 prisioneiros, mais de trinta dos quais condenados por razões políticas [dropcap style =’circle’]O[/dropcap] presidente justificou o perdão, que resultará na libertação de prisioneiros, com razões humanitárias. “Para dar paz aos corações das pessoas e pelo apoio humanitário, 8.490 prisioneiros de várias prisões receberão um perdão”, disse o gabinete presidencial, em comunicado. Trata-se da primeira amnistia concedida desde que Win Myint assumiu o cargo, em 31 de Março, e coincide com a celebração do Ano Novo de Thingyan (Novo Ano Budista). A medida foi estendida a 51 outros prisioneiros estrangeiros, que serão deportados para os seus países, acrescentou o gabinete presidencial, num outro comunicado. A maior parte (6.362) dos amnistiados estava a cumprir sentenças por crimes relacionados com o tráfico de drogas. Os restantes (2021) são membros das forças armadas e da polícia, acrescentou o porta-voz do gabinete, Zaw Htay, na sua página no Facebook. Entre os amnistiados estão 36 pessoas presas por motivos políticos, segundo revelou a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) nas redes sociais. A organização disse que nas prisões do país há 18 presos políticos com condenação final e 74 presos preventivamente, a aguardar julgamento. Perdão no feriado A concessão de amnistias é habitual na Birmânia, em datas especiais como a de Thingyan, celebrada em meados de Abril. A libertação de todos os presos políticos foi uma das promessas eleitorais da líder de facto do governo, Aung San Suu Kyi, que passou 15 anos em prisão domiciliária durante a última junta militar. A Liga Nacional pela Democracia, uma formação liderada por Suu Kyi, formou Governo há dois anos, vencendo em Novembro de 2015 as primeiras eleições democráticas no país, depois de quase cinco décadas de ditaduras militares.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Kim Jong Un quer “desenvolver a amizade da RPDC com a China” [dropcap style =’circle’]O[/dropcap] líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong Un, anunciou esforços no sentido de ampliar a integração de seu país com a China. As declarações foram proferidas durante um encontro com o chefe do departamento internacional do Partido Comunista Chinês, Song Tao, no passado domingo Ao relatar o encontro entre Kim e Song Tao, a agência de notícias do governo coreano, a KCNA, afirmou que a delegação chinesa foi recebida pelo líder coreano no sábado. Na reunião Tao transmitiu às autoridades coreanas as “mais calorosas saudações” do povo chinês. Após receber a autoridade chinesa, a agência afirmou que houve “uma ampla troca de opiniões sobre questões importantes e de interesse mútuo”. Ainda segundo a agência, Kim “declarou que trabalhará positivamente no sentido de desenvolver a amizade entre a RPDC e a China, a fim de conduzir o país a uma nova fase, conforme exigido pela nova era”. Por sua vez, Song Tao manifestou a disposição de seu país no sentido de “contribuir para a promoção das relações duráveis e prolongadas” entre ambos os países. Soprar velas O encontro foi celebrado durante o festival anual da Primavera, realizado tradicionalmente em Pyongyang, e que, desde 1986, conta com a presença das autoridades chinesas, bem como da participação de diversos artistas do país. A data é uma comemoração nacional, já que durante o festival também é festejado o aniversario de Kim Il-Sung, o principal líder da revolução coreana. A reunião entre ambas as autoridades deu-se algumas semanas depois da visita diplomática do líder norte-coreano a Pequim, ocasião de seu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping. Dando sequência aos esforços de aproximação entre as regiões norte e sul da Coreia, Kim Jong Un deve se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-In, no próximo dia 27 de Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Popularidade de Shinzo Abe cai para mínimo devido a caso de corrupção O índice de popularidade do primeiro-ministro japonês caiu mais de dez pontos, para o nível mais baixo desde que chegou ao poder em 2012, devido à sua implicação num caso de corrupção, indicam várias sondagens publicadas ontem [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] popularidade de Shinzo Abe caiu para 26,7 por cento, de acordo com a sondagem da televisão Nippon TV. O diário Asahi situa a aprovação do Governo nos 31 por cento, o pior nível registado em mais de cinco anos de mandato de Abe, muito abaixo do nível histórico de 65,7 por cento, alcançado em Abril de 2013. Em Março passado, o ministro das Finanças japonês admitiu a manipulação de documentos relacionados com a venda de um terreno do Estado, a um preço quase dez vezes inferior ao do mercado, a favor de uma instituição educativa privada com ligações a Abe e à mulher, Akie. No fim-de-semana, cerca de 50 mil pessoas manifestaram-se em Tóquio contra o Governo de Abe e exigiram a demissão do primeiro-ministro, que apelidaram de “mentiroso”. O número de participantes no protesto foi avançado pela organização. O caso, conhecido em Fevereiro do ano passado, manteve-se em segundo plano até à divulgação, no mês seguinte, de documentos falsificados, forçando o primeiro-ministro japonês a comparecer perante o parlamento, onde negou qualquer envolvimento seu e da sua mulher, quer na venda, quer na falsificação de documentos. Elo mais fraco A alegada venda à Moritomo Gakuen, instituição que gerou polémica por promover ideias ultranacionalistas, transformou-se na pior crise para Abe e poderá pôr em perigo a reeleição, em Setembro, para um terceiro mandato à frente do Partido Liberal Democrático (PDL). Nesta situação de debilidade, Abe vai na terça-feira aos Estados Unidos para uma reunião de dois dias com o Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a política comum em relação à Coreia do Norte, antes das cimeiras previstas entre Pyongyang, Seul e Washington. Observadores afirmaram esperar que Abe e Trump abordem a questão das taxas alfandegárias norte-americanas sobre o aço e o alumínio.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim divulga prognósticos positivos de crescimento A China divulga na terça-feira o ritmo de crescimento da sua economia durante o primeiro trimestre do ano, que analistas preveem irá fixar-se em 6,8 por cento, superando a meta estabelecida pelo Governo [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]aso se cumpra a previsão, a China mantém o ritmo de crescimento registado no segundo semestre de 2017, ilustrando a capacidade do país em manter uma das mais altas taxas de crescimento económico do mundo. Aquele valor fica, no entanto, uma décima abaixo do ritmo de 6,9 por cento, alcançado no conjunto de 2017. Pequim estabeleceu como meta para este ano um crescimento de “6,5 por cento ou acima”. O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês anunciará os dados numa conferência de imprensa, na sede do Conselho de Estado, em Pequim, e dará a conhecer outros indicadores económicos, incluindo a produção industrial, emprego, investimento ou retalho. Segundo analistas, o crescimento chinês no primeiro trimestre do ano foi sobretudo impulsionado pela forte procura mundial por produtos do país, e não reflecte ainda as crescentes disputas comerciais com os Estados Unidos. Washington impôs este mês um aumento das taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio da China. Aquelas medidas poderão ter um impacto de 0,1 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) chinês, segundo os analistas. No entanto, caso se confirme a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de subir as taxas alfandegárias sobre uma lista de produtos que, no ano passado, representaram 50.000 milhões de dólares nas exportações chinesas, o impacto será maior. “Caso os EUA aprovem a proposta de Trump (…), a China deverá retaliar e é provável que responda com um aumento dos impostos. Nesse caso, estimamos que o efeito na economia chinesa subirá, de uma desaceleração de 0,1 por cento, para 0,5 por cento do PIB”, alerta a consultora britânica Capital Economics, num relatório. Análise por sector Entre os argumentos utilizados por Trump para justificar a subida das taxas alfandegárias está o elevado défice de Washington nas trocas comerciais com Pequim, que no primeiro trimestre se fixou nos 98.150 milhões de yuan (12.650 milhões de euros). A actividade industrial do país subiu, em Março, fixando-se nos 51,5 pontos, acima dos 50,3 pontos alcançados no mês anterior, depois de o país ter levantado as restrições impostas ao sector manufatureiro durante o Inverno, e que visaram combater a poluição. O sector dos serviços expandiu-se também, de 54,4 pontos, em Fevereiro, para 54,6 pontos, em Março. Outro indicador positivo no primeiro trimestre do ano foi o crescimento homólogo de 0,5 por cento no investimento directo estrangeiro no país, para 227.540 milhões de yuan (29.315 milhões de euros).
Hoje Macau China / ÁsiaSíria | Pequim diz que ataque viola carta da ONU e dificulta solução para a guerra [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China criticou no fim-de-semana o ataque conjunto dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria, por considerar que viola a Carta das Nações Unidas e complica as negociações de uma solução para o conflito “Qualquer acção militar unilateral sem o aval do Conselho de Segurança é contrária aos propósitos e princípios da Carta da ONU e viola os princípios e normas básicas do direito internacional”, afirmou em comunicado uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. Este ataque “também acrescenta factores novos e complicados para a solução da questão síria”, acrescentou a porta-voz. “Nós opomo-nos ao uso da força nas relações internacionais e apoiamos o respeito pela soberania, a independência e a integridade territorial de todos os países”, disse. A China “apela a todas as partes para que ajam no quadro do direito internacional e para que resolvam a crise através do diálogo e da negociação”, referiu a porta-voz. Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido realizaram uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do Governo de Bashar al-Assad. A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono. Última Ghouta O Presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “acção monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”. A Rússia anunciou, entretanto, que vai pedir uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os ataques ocidentais contra alvos na Síria. “A Rússia convoca uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir as acções agressivas dos Estados Unidos e seus aliados”, refere Moscovo em comunicado. Peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar uma investigação sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional. Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram afectadas no ataque de 7 de Abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que, segundo organizações não-governamentais no terreno, foi realizado com armas químicas. A oposição síria e vários países acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.
Hoje Macau China / ÁsiaFé | Católicos chineses ignoram possível acordo entre Pequim e a Santa Sé [dropcap style =’circle’] O [/dropcap] bservadores garantem estar para breve um acordo entre a China e o Vaticano, que poria fim a mais de 70 anos de antagonismo, mas numa das principais comunidades católicas da China ninguém sabe de nada. “Nós aqui fazemos o melhor que podemos para praticar a fé”, diz Lu Zhizhong, padre na aldeia de Donglu. “O resto são questões para os nossos líderes”. Donglu é um dos lugares mais sagrados para os católicos chineses, local de uma alegada aparição de Nossa Senhora, em 1900, para proteger os locais de uma rebelião nacionalista. Entre os crentes locais questionados pela Lusa sobre o referido acordo, a resposta não variou: “Bu Zhidao” (‘Não sei de nada’, em chinês). Com cerca de dez mil habitantes, a aldeia fica em Hebei, província do norte da China que concentra grande parte da indústria pesada chinesa, produzindo mais aço do que qualquer país no mundo – com excepção da própria China. Uma igreja do tamanho de um quarteirão, com paredes e colunas brancas, ergue-se no centro de Donglu, entre casas de tijolo cru, estradas poeirentas e plantações de melancia. Lu Zhizhong vive nas traseiras da igreja, construída no início dos anos 1990, num cubículo com cerca de quinze metros quadrados. Aos visitantes, oferece a única bebida que tem: água quente. “Eu desde criança que sou católico, mas a fé é algo estranho à nossa cultura”, explica. “Temos que a conhecer, estudar, compreender. Não é como em Portugal, onde é parte natural da sociedade”, diz. O que distingue a igreja católica na China face a outras partes do mundo não é, contudo, apenas cultural. China e Vaticano romperam os laços diplomáticos em 1951, depois de Pio XII excomungar os bispos designados pelo Governo chinês. Os católicos chineses dividiram-se então entre duas igrejas: a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a clandestina, que continuou fiel ao Vaticano. Novo dia Segundo o acordo que deverá ser anunciado em breve, o Vaticano reconhecerá sete bispos nomeados por Pequim, enquanto dois bispos da igreja clandestina terão que se afastar. Em troca, a Santa Sé terá uma palavra na nomeação de futuros bispos chineses. As autoridades chinesas, no entanto, já reafirmaram a sua posição. “A Constituição chinesa dita claramente que os grupos e assuntos religiosos não podem ser controlados por forças estrangeiras, e que estas não devem interferir de forma alguma”, disse, na semana passada, Chen Zongron, vice-diretor da Administração de Assuntos Religiosos da China. “Não existe religião na sociedade humana que esteja acima do Estado”, afirmou. Porém, a religião na China estará numa fase de grande expansão, preenchendo “o vazio moral” e o “excessivo materialismo” provocados pela alegada crise da ideologia comunista e o trepidante desenvolvimento das últimas quatro décadas de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”. Num domingo de páscoa em Donglu, a igreja, com capacidade para cerca de mil pessoas, está a abarrotar. Nas ruas, lançam-se petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos”, uma tradição reservada no país para a passagem do Ano Novo Lunar, a mais importante festa para os chineses. Entre os crentes, trocam-se ovos com a inscrição “Deus ama-te” e, em frente à igreja, vende-se algodão doce – outra novidade no país. “A religião é algo positivo para as pessoas, as famílias, a sociedade e o país”, diz Lu Zhizhong, ressalvando logo a seguir: “Desde que seja praticada sem extremismos ou que não leve ao isolamento face aos outros”.
Hoje Macau China / ÁsiaAbertura do sector financeiro a investimento estrangeiro maioritário Investidores estrangeiros poderão “dentro de meses” adquirir participações maioritárias em seguradoras, fundos de investimento, futuros e companhias de seguros de vida da China, anunciou ontem o banco central chinês [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] anúncio surge um dia depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter prometido acelerar a abertura do mercado financeiro do país e reduzir as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores automóvel, construção naval e aviação. Em Novembro passado, o Ministério das Finanças chinês avançou que o país iria permitir a empresas estrangeiras adquirirem participações maioritárias em seguradoras ou fundos de investimento, mas não detalhou uma data. Os novos detalhes sobre a abertura do sistema financeiro chinês ao capital estrangeiro surgem num período de tensão com os Estados Unidos em torno de questões comerciais. A China é também alvo de frequentes críticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos. Sem limites No comunicado do Banco do Povo Chinês (banco central) afirma-se ainda que o país irá abrir ao investimento estrangeiro as empresas de leasing e crédito ao consumo ou compra de automóvel. A mesma nota avança que irá abolir os limites à participação estrangeira em activos de investimento de bancos comerciais e operações de gestão de riqueza. Na semana passada, os EUA divulgaram uma lista de importações chinesas avaliadas, no conjunto, em 40.700 milhões de euros, e às quais propõem aplicar taxas alfandegárias, como retaliação pela “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana”. Em reacção, Pequim ameaçou subir os impostos sobre um conjunto de produtos norte-americanos, que em 2017 valeram o mesmo valor nas importações chinesas. No fim-de-semana passada, Trump ameaçou subir as taxas alfandegárias para produtos chineses num valor adicional de 81.000 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaCasa de Portugal registada com apoio de Ramos-Horta [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m grupo de portugueses e luso-timorenses, incluindo o ex-Presidente José Ramos-Horta, registou ontem, em Díli, a Casa de Portugal, associação que nasce para “defender e promover os interesses da comunidade portuguesa” em Timor-Leste. Sem fins lucrativos e criada por um grupo inicial de 21 pessoas, a nova associação surge, segundo os estatutos, para zelar pela “preservação da identidade da comunidade e do seu património cultural, nomeadamente da língua e cultura portuguesas” e também para contribuir para o desenvolvimento de Timor-Leste. Outro dos objectivos é que a associação possa tornar-se num “interlocutor privilegiado” na procura de soluções para problemas específicos que afectem a comunidade portuguesa em Timor-Leste”. Promover a solidariedade na comunidade portuguesa e fomentar as relações com as demais comunidades são outros objectivos da associação, que pretende criar núcleos de acção cultural e de formação. Fernando Figueiredo, principal mentor do projecto, disse que a Casa de Portugal traduz a vontade manifestada por muitos portugueses e luso-timorenses de ter um espaço onde “partilhar anseios, expectativas, dificuldades e formas de estar na sociedade timorense”. No passado, recordou, já tinham sido feitas outras tentativas para criar uma associação idêntica que acabaram por não progredir, em parte, devido à complicada burocracia. Neste caso, o processo começou há vários meses e ainda não está concluído, faltando, depois do registo público, aspectos como a publicação no Jornal da República. Com o apoio do ex-Presidente timorense José Ramos-Horta e da embaixada de Portugal em Díli, a Casa de Portugal, cuja sede provisória ficará no Centro Cultural da missão diplomática, vai começar a angariar associados. Em paralelo, explicou, serão feitos esforços junto das autoridades timorenses para a obtenção de uma sede.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI rejeita proteccionismo em todas as formas A directora-geral do FMI elencou ontem a rejeição do proteccionismo, a prevenção dos riscos financeiro e orçamental e a defesa do crescimento de longo prazo como as três principais mensagens dos Encontros da Primavera [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]um discurso proferido na Universidade de Hong Kong, a líder do Fundo Monetário Internacional (FMI) vincou que estas são as três principais mensagens que serão sublinhadas no relatório sobre as Perspectivas Económicas Mundiais, a lançar na próxima semana em Washington. As três mensagens, assim, começam pela rejeição do proteccionismo: “Os governos precisam de rejeitar o proteccionismo em todas as suas formas; a história mostra que as restrições à importação prejudicam toda a gente, especialmente os consumidores mais pobres”, vincou Lagarde. A declaração acontece numa altura em que a maior economia do mundo, os Estados Unidos, lançou um forte aumento dos impostos alfandegários sobre o alumínio e o aço, originando por parte da China, a segunda maior economia mundial, uma resposta semelhante, o que poderá desencadear uma guerra comercial mais alargada. O sistema de comércio multilateral, acrescentou, “transformou o nosso mundo na última geração” e seria “um falhanço político colectivo” se este sistema de regras e responsabilidade partilhada fosse posto em perigo. Janela aberta A segunda mensagem que vai ser enfatizada para a semana em Washington é o perigo que decorre do aumento da dívida pública e privada, que chegou ao nível mais alto de sempre: 164 biliões de dólares. “Novas análises do FMI mostram que, depois de uma década de condições financeiras fáceis, a dívida global chegou ao maior valor de sempre; a dívida pública nas economias avançadas está a níveis inéditos desde a Segunda Guerra Mundial, e se as tendências recentes continuam, muitos países de baixo rendimento vão enfrentar um peso da dívida insustentável”, acrescentou a diretora-geral do FMI no discurso proferido em Hong Kong. Como um peso da dívida elevado deixou os governos, as empresas e as famílias mais vulneráveis a condições financeiras mais restritivas, a construção de almofadas orçamentais é fundamental. “Isto significa criar mais espaço de manobra para agir quando o próximo ciclo económico descendente inevitavelmente surgir”, concluiu Lagarde sobre a segunda mensagem do FMI. Sobre a criação de riqueza inclusiva a longo prazo, a directora-geral do Fundo salientou que “mais de 40 países emergentes e em desenvolvimento devem crescer mais devagar, em termos per capita, que as economias avançadas”, o que significa uma importância acrescida de os sectores dos serviços aumentarem a produtividade. “O governo digital pode garantir serviços públicos mais eficazmente, o que ajuda a melhorar a vida das pessoas”, disse, concluindo que “ao usar novas ferramentas, como análise de grandes dados, os governos conseguem reduzir as fugas, que estão muitas vezes diretamente relacionadas com a corrupção e a evasão fiscal”. “O mundo está a viver um forte crescimento… e como vão ver nas nossas perspectivas na próxima semana, continuamos a estar optimistas”, disse Christine Lagarde no discurso de lançamento dos Encontros da Primavera, que decorrem durante a próxima semana em conjunto com o Banco Mundial. Para Lagarde, este momento de crescimento sustentado é ideal para os governos apostarem em reformas políticas, já que “a janela de oportunidade está aberta”. No entanto, acrescentou a antiga ministra das Finanças de França, “há um novo sentido de urgência porque as incertezas aumentaram significativamente, desde as tensões comerciais, ao aumento dos riscos financeiro e orçamental, até à geopolítica mais incerta”.