Tribunal decide a favor de transexual contra antigo empregador

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês decidiu que um homem transexual foi injustamente despedido pelo antigo empregador, disse ontem o queixoso, no primeiro caso judicial no país sobre discriminação.

O homem de 29 anos, que se identifica apenas como “Senhor C” para proteger a privacidade dos seus pais, disse que um tribunal da província de Guiyang decidiu que os seus direitos laborais foram violados.

O tribunal condenou o antigo empregador do queixoso, a empresa do ramo da saúde Ciming Checkup, a uma multa equivalente a 253 euros.

“Apesar de faltar um pedido formal de desculpa por parte da Ciming, penso que este caso alcançou o seu propósito”, afirmou o Senhor C, citado pela agência Associated Press.

“Nunca foi sobre dinheiro”, acrescentou. “Esperamos que, através deste caso, pessoas em situação semelhante percebam que têm direitos, e esperamos que resulte numa lei contra a discriminação no local de trabalho”.

Abrir caminho

Apesar de continuar a ser relativamente conservadora, a sociedade chinesa, e sobretudo a geração mais jovem, tornou-se nos últimos anos mais tolerante com gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.

Em 2001, a Associação de Psiquiatria da China removeu a homossexualidade da sua lista de perturbações mentais, apesar de o país continuar a não ter leis que protejam os homossexuais ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser ilegal.

Mas a crescente tolerância da sociedade chinesa encorajou alguns membros de minorias sexuais a exigir direitos.

Em 2014, um tribunal de Pequim decidiu que a “terapia de conversão”, que visa alterar as preferências sexuais de gay para hetero, é ilegal.

No inicio deste ano, um tribunal da província de Henan obrigou um hospital psiquiátrico a emitir um pedido de desculpas publico e pagar 375 dólares em compensação, depois de ter forçado um homem gay a submeter-se à “terapia de conversão”.

China repreende Botsuana por receber dalai-lama

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim repreendeu na quarta-feira o Botsuana, que planeia receber no próximo mês o exilado líder tibetano Tenzin Gyatso, 14.º dalai-lama, exortando o país africano a respeitar os “interesses fundamentais” da China.

O dalai-lama deve participar numa conferência em Gaborone, entre 17 e 19 de agosto.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang pediu ao Botsuana que “respeite” a soberania e integridade territorial da China e “tome a decisão certa” sobre a visita do 14.º dalai-lama.

“A China não interfere nos assuntos internos de outros países, mas não irá tolerar que um terceiro país afecte os interesses fundamentais da China”, disse Lu, em conferência de imprensa.

Este mês, o Governo do Botsuana disse que o Presidente do país, Ian Khama, vai reunir-se com Tenzin Gyatso, quando este visitar o país, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros do Botsuana, Pelonomi Venson-Moitoi, não mencionou esta reunião quando na terça-feira referiu a “visita privada” do dalai-lama ao país.

No entanto, o responsável assegurou que Khama “irá demonstrar cortesia” para com o líder religioso e tratá-lo como “um dignitário estrangeiro” durante a visita.

A China é um importante parceiro de Botsuana, onde financiou a construção de fábricas de carvão, estradas, escolas e pontes.

O Governo chinês considera o líder espiritual dos tibetanos “um separatista” e condena os governos estrangeiros que o recebem. O dalai-lama diz querer mais autonomia para o Tibete, não a independência.

28 Jul 2017

Al-Qaeda anuncia criação de grupo na Caxemira indiana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo radical Al-Qaeda anunciou a criação de um novo grupo ‘jihadista’ na Caxemira indiana, utilizando a imagem de um jovem separatista cuja morte em 2016 motivou protestos nesta região disputada entre a Índia e o Paquistão.

“Um novo movimento da ‘jihad’ foi fundado pelos camaradas do mártir Burhan Wani, sob a liderança do combatente Zakir Musa”, anunciou o gabinete de imprensa da Al-Qaeda para o subcontinente indiano, AQIS, num comunicado no seu canal na rede social Telegram.

Wani, um conhecido comandante da formação separatista de Caxemira Hizbul Mujahidden, morreu há um ano numa operação de tropas indianas, o que desencadeou uma onda de protestos violentos, que se saldaram em mais de 100 mortos e milhares de feridos.

“Após o martírio do heróico combatente Burhan Wani, a ‘jihad’ em Caxemira entrou numa etapa de despertar (…) para expulsar as agressões dos tiranos invasores indianos e, através da ‘jihad’, libertaremos a nossa pátria Caxemira”, explica o grupo terrorista, na nota.

O novo grupo foi baptizado como Ansar Ghazwat-ul-hind e será liderado por Musa.

Cenário de guerra

Caxemira é cenário habitual de ataques de rebeldes contra as tropas indianas e, neste ano, cerca de cem insurgentes e 40 elementos das forças de segurança morreram em confrontos, operações e ações terroristas.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar terroristas que atacam em território indiano com o objetivo de impulsionar o movimento independentista em Caxemira.

Situada aos pés dos Himalaias, Caxemira é a única região indiana com maioria muçulmana e o Paquistão reclama a sua soberania desde a divisão do subcontinente e independência do império britânico em 1947.

As duas nações já se envolveram em várias guerras e conflitos menores no território, separado por uma fronteira provisória que divide Caxemira em dois e que é uma das zonas mais militarizadas do mundo.

28 Jul 2017

Pequim funda agência de investigação militar de alta tecnologia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China fundou uma agência de investigação militar de alta tecnologia, inspirada no Pentágono dos Estados Unidos, para desenvolver equipamento de última geração, avançou ontem a televisão estatal CCTV.

O Comité de Gestão da Investigação Militar foi criado no início do ano e responde diretamente à Comissão Militar Central, o braço político do exército chinês, liderado pelo Presidente da China, Xi Jinping.

O novo organismo visa competir com a Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa dos EUA (DARPA, na sigla em inglês), criadora da Internet ou do sistema GPS.

“A Internet, os sistemas de posicionamento global, caças furtivos, armas eletromagnéticas ou a lazer e outras tecnologias avançadas, estão quase todas vinculadas à DARPA”, explica uma reportagem difundida pela CCTV.

“No mundo actual, a inovação tecnológica converteu-se num elemento central”, acrescenta. “Para conseguir uma vantagem competitiva no âmbito militar, devemos esforçar-nos por promover a investigação científica”.

Historial de reformas

Numa longa reportagem, o programa refere as reformas empreendidas pelo Partido Comunista Chinês, incluindo a reforma de Exército de Libertação Popular, o ambicioso programa de modernização das Forças Armadas do país.

Com a reforma lançada por Xi, o Governo chinês espera eliminar o caráter soviético do seu exército, tornando-o mais ligeiro, rápido e funcional, enquanto moderniza as forças navais, numa altura em que a China reforça a sua presença militar em águas disputadas no Mar do Sul da China.

Em Março passado, a China anunciou a entrada em operação do caça furtivo de quinta geração J-20, o seu modelo mais avançado de aviação, convertendo-se no terceiro país dotado com este equipamento, a seguir aos EUA e Rússia.

Este mês, A China enviou soldados para a sua primeira base militar além-fronteiras em seis décadas, no Djibuti, sugerindo uma mudança na sua estratégia para África, onde nos últimos anos tem reforçado a sua influência.

China opõe-se a novas sanções dos EUA contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem opor-se à nova ronda de sanções contra a Coreia do Norte aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, afirmando que esta não “conduz à confiança mútua ou cooperação” entre Pequim e Washington.

“A China sempre se opôs a sanções unilaterais fora do âmbito do Conselho de Segurança da ONU e especialmente a que outros países imponham a sua jurisdição a empresas e cidadãos chineses”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang.

As novas sanções poderão afectar firmas de terceiros países que fazem negócios com a Coreia do Norte. A China é o principal parceiro comercial do país governado por Kim Jong-un.

O porta-voz afirmou que a China “sempre aplicou estritamente as resoluções [das Nações Unidas] contra a Coreia do Norte” e que, face a suspeitas de violação das sanções por parte de firmas chinesas, iniciaria investigação “de acordo com a lei” chinesa.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na terça-feira novas sanções contra a Coreia do Norte, Irão e Rússia e limitou a capacidade do Governo de Donald Trump para pôr fim a estas sanções, face à intenção do líder norte-americano de relaxar a política para Moscovo.

As sanções chegam numa semana em que se prevê que a Coreia do Norte volte a desafiar a comunidade internacional com novos testes de mísseis balísticos, aos quais Pequim se opõe.

“Opomo-nos firmemente a qualquer palavra ou ação que possa elevar a tensão”, afirmou Lu Kang.

Xangai | Vaga de calor faz quatro mortos

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram em Xangai, capital económica da China, devido a uma vaga de calor que elevou as temperaturas para o valor mais alto dos últimos 145 anos na cidade, informaram ontem as autoridades.

Na terça-feira, a cidade emitiu o terceiro alerta máximo do ano por altas temperaturas, depois de o termómetro alcançar os 40,5 graus.

Na passada sexta-feira os termómetros atingiram 40,9 graus, o número mais alto desde que há quase um século e meio se começaram a fazer registos. Altos níveis de humidade e poluição fazem com que a sensação térmica seja de cerca de 50 graus.

Segundo o jornal Shanghai Daily, o calor causou a morte de quatro pessoas, enquanto dezenas de outras, muitos idosos, foram internados no hospital com insolações e outras patologias.

A insolação pode resultar em perda de consciência, falhas no organismo, insuficiência cardíaca ou respiratória, ou um edema pulmonar ou cerebral.

Os mortos eram pessoas de idade avançada que se encontravam na rua ou em casas sem sistema de ar condicionado.

Segundo as indicações meteorológicas, as temperaturas começaram ontem a baixar.

27 Jul 2017

Portugal arranca ligação directa à China

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á aterrou em Lisboa a primeira ligação directa entre Portugal e China. Ontem de manhã, pelas 7h30, o primeiro voo desta rota, operado pela companhia aérea chinesa Beijing Capital Airlines, chegou ao Aeroporto Humberto Delgado, depois de uma viagem de 13 horas e com uma taxa de ocupação praticamente lotada. É o início de uma rota que, nos próximos anos, poderá trazer a Portugal um milhão de turistas chineses.

A rota directa Portugal-China, que faz a ligação entre Lisboa e Hangzhou, passando por Pequim, terá três frequências por semana, até ao final do Verão. A partir do Inverno, a Beijing Capital Airlines passa a operar mais uma frequência. Os primeiros quatro voos directos da China para Portugal estão já “praticamente esgotados”, enquanto, no sentido inverso, a taxa de ocupação ronda os 75%, adiantou à Lusa a companhia aérea chinesa.

Para os próximos tempos, disse António Costa durante o evento de apresentação desta ligação, o objetivo é continuar a reforçar estas frequências ou mesmo ligar a China a outras cidades. “Quem sabe, poderá haver a abertura para outras cidades portuguesas, nomeadamente o Porto”, disse o primeiro-ministro na altura.

Comissão de boas-vindas

A  aterragem contou com a presença do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, que salientou o momento histórico. “Este é o verdadeiro lançamento da nova rota aérea da seda do século XXI. É um grande feito para Portugal a concretização desta ligação”, disse o ministro, citado pela Lusa.

“O potencial [destas ligações] é muito importante do ponto de vista turístico, mas também económico. Significa muito mais oportunidades para as empresas portuguesas se aproximarem do mercado chineses, no reforço das relações económicas com empresas chinesas e reforço do potencial das relações políticas entre os países”, acrescentou.

Um milhão de turistas chineses? “Podemos ser ambiciosos”

A nova ligação abre portas ao maior mercado emissor de turistas do mundo e, por isso mesmo, os objetivos são ambiciosos. Portugal recebeu, no ano passado, 183 mil turistas chineses, um aumento de 19% face a 2015. E o número de turistas vindos da China continua a aumentar: entre janeiro e abril, 68 mil vieram a Portugal, uma subida homóloga de 28%. A manter-se este ritmo, a marca “um milhão” pode ser alcançada num futuro não muito distante.

“Se tivermos aumentos de 35% ao ano, podemos rapidamente ser ambiciosos”, disse à Lusa o embaixador português em Pequim, Jorge Torres-Pereira, fixando o objetivo de chegar a um milhão de turistas chineses por ano.

“Não há dúvida de que entramos no radar do investimento chinês e, para usar uma expressão britânica, o céu é o limite”, disse ainda o diplomata.

Economia online

27 Jul 2017

China | Favorito à sucessão investigado por corrupção

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário do Partido Comunista da China (PCC) na cidade central de Chongqing e ex-ministro, Sun Zhengcai, visto como um dos possíveis sucessores do Presidente chinês, Xi Jinping, vai ser investigado por corrupção, revelou ontem o partido.

Membro do Politburo do PCC, o poderoso grupo de 25 membros que dirige os desígnios do partido, Sun foi acusado de “graves violações de disciplina”, eufemismo com o qual se alude no partido a presumíveis práticas de corrupção. Esta é a primeira investigação interna contra um membro do Politburo em cinco anos.

O político, ministro da Agricultura entre 2006 e 2009, foi afastado de surpresa do seu cargo em Chongqing no passado dia 15 de Julho, tendo sido substituído por Chen Miner, ex-chefe de propaganda do Presidente Xi Jinping.

Sun tem 53 anos e é um dos membros mais jovens do Politburo, pelo que se situava entre os grandes favoritos a ascender a cargos de relevância no Estado, que o partido prepara para Outubro ou Novembro próximos.

Será nessa altura celebrado o XIX Congresso do PCC, no qual se prevê que sejam nomeados novos líderes para vários organismos de poder, no período determinante que antecede a sucessão de Xi Jinping à frente do partido e do Governo, prevista para 2022-23.

Ainda que o perfil autoritário e personalista do Governo de Xi Jinping tenha demovido grande parte dos analistas a fazer demasiadas especulações sobre a renovação política na China, dois nomes têm aparecido com frequências entre os favoritos: o de Hu Chunhua, líder do PCC na província de Cantão e o de Sun, agora descartado.

Sun liderava a política da cidade de Chongqing, uma das maiores do país, desde 2012, quando um dos seus antecessores no cargo, Bo Xilai, foi implicado num escândalo de corrupção e assassinato que lhe custou uma condenação a prisão perpétua.

Sun Zhengcai havia sido nomeado ao cargo em Chongquing para limpar a cidade após o mandato de Bo Xilai. Mas em Fevereiro inspectores do Partido reprovaram a sua falta de resultados, primeiro sinal de sua queda.

26 Jul 2017

FMI | Sede pode mudar-se para a China daqui a dez anos

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) poderá ser transferida para a China daqui a dez anos, reflectindo o crescente poder económico do país, declarou ontem Christine Lagarde, directora-geral da instituição.

“Se estivéssemos a ter esta conversa daqui a dez anos, poderíamos não estar sentados em Washington. Estaríamos na nossa sede central em Pequim”, afirmou Lagarde, numa conferência no centro de estudos Center for Global Development, na capital dos Estados Unidos.

Lagarde afirmou que a mudança é “uma possibilidade”, já que os estatutos do FMI referem que a sede da instituição deve estar instalada na maior economia do mundo. No entanto, a francesa afirmou que para que isso aconteça, a China deve cumprir “os compromissos” de abertura e maior transparência do seu sistema financeiro.

A sede do FMI, organismo criado em 1944, encontra-se desde a fundação em Washington. Os Estados Unidos contam actualmente com a maior percentagem de votos na instituição, o que implica o direito de veto.

O crescente peso das economias emergentes, sobretudo da China, aumentou a pressão sobre o FMI para que dê mais voz a estes países, como reconhecimento da sua cada vez maior influência global.

A China é a segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos, e nas últimas três décadas cresceu a um ritmo de quase 10% ao ano, num “milagre” sem precedentes na História moderna. Os economistas esperam que o Produto Interno Bruto chinês supere o dos Estados Unidos ao longo da próxima década.

Em outubro passado, a moeda chinesa, o renminbi, aderiu formalmente ao cabaz de moedas do FMI, um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países-membros.

Motor para o mundo

Por outro lado, “o crescimento da China continuará a ser um dos principais motores para uma recuperação firme da economia mundial”, disse na segunda-feira o economista-chefe do FMI. Maurice Obstfeld, conselheiro económico e director de pesquisa do FMI, fez os comentários quando o FMI reviu as previsões de crescimento da China de 2017 e 2018 para 6,7% e 6,4%, respectivamente.

O relatório actualizado da Perspectiva Económica Mundial, publicada na segunda-feira em Kuala Lumpur, capital da Malásia, que veio dias depois da China ter divulgado o seu desempenho do segundo trimestre mais forte do que o esperado, foi uma reflexão do primeiro trimestre sólido, apoiado pelo alívio político anterior e reformas no lado da oferta, incluindo os esforços para reduzir o excesso de capacidade no sector industrial, referiu o FMI.

“Observamos um crescimento muito forte e, especialmente, maior que nossa actualização, o número do segundo trimestre de 6,9% também supera as expectativas. Claramente o crescimento está a avançar”, assinalou Obstfeld.

“O forte crescimento chinês impulsiona o crescimento, particularmente na região asiática, mas também em todo o mundo”, referiu, notando que a China é um grande contribuinte para o crescimento geral e tem um efeito de arrasto muito extenso na economia mundial.

“É muito significativo para a economia mundial que a China não apenas cresça com uma taxa forte, como também cresça de forma estável, de forma confiável sem grandes flutuações”, destacou Obstfeld.

O economista expressou as preocupações do FMI com o crescimento impulsionado por crédito da China e algumas vulnerabilidades nos seus sistemas financeiros que podem desacelerar o crescimento, mas também apontou que o governo chinês reconheceu claramente essas questões e tomou acções concretas. A recente coordenação intensificada entre o Banco Popular da China e o Conselho de Estado na supervisão financeira “é um grande avanço” que levará a uma supervisão mais efectiva dos mercados financeiros, acrescentou.

26 Jul 2017

Hong Kong | Governo quer polícias chineses em nova estação ferroviária

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Hong Kong propôs ontem a presença de polícias chineses numa zona especial da nova estação ferroviária, que vai ligar o território à rede ferroviária da China, para as formalidades de imigração.

Este novo projeto ferroviário vai permitir ligar, a partir do próximo ano, a estação de West Kowloon, na península de Kowloon, à cidade chinesa de Cantão, a 80 quilómetros, e à rede ferroviária continental.

Várias outras ligações existem já entre a Região Administrativa Especial de Hong Kong e a China continental, mas os controlos chineses são todos efectuados do lado chinês da fronteira.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que as novas disposições não eram contrárias à Lei Básica da RAEHK.

“A verdadeira questão é encontrar os meios legais para facilitar a vida da população de Hong Kong”, disse Lam aos jornalistas.

A Lei Básica, “Constituição” da Região Administrativa Especial, estipula que as forças de segurança chinesas não têm o direito de intervir em Hong Kong, que possui a sua própria polícia.

Precedente de risco

Priscilla Leung, eleita pró-Pequim do Conselho Legislativo (LegCo), lembrou que este tipo de zona de imigração conjunta existe já em vários países, e que Hong Kong iria “arrendar” à China uma parte do terminal ferroviário.

“Fora daquela zona, as leis de Hong Kong estarão em vigor para todos”, disse.

O princípio “um País, dois Sistemas” definiu para Hong Kong, depois da transferência de soberania em 1997 do Reino Unido para a China, um regime de semi-autonomia, em vigor teoricamente até 2047.

Martin Lee, fundador do Partido Democrático de Hong Kong e que participou na redação da Lei Básica na década de 1980, considerou que esta disposição ia ser “um precedente perigoso”.

Eleita pela oposição, Claudia Mo acusou o Executivo de Lam de querer aprovar este projeto para que a população da ex-colónia britânica “se sinta mais próxima da China, potência soberana”.

Este plano deverá ser ainda validado pelo LegCo, controlado pelo campo pró-Pequim.

Dois caças da China interceptam avião americano

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m avião de reconhecimento norte-americano recorreu a uma manobra de desvio após ter sido interceptado por dois caças chineses sobre o Mar da China anunciou ontem o Pentágono. O incidente ocorreu no domingo, quando dois aviões de caça J-10 chineses interceptaram um avião de reconhecimento Ep-3 da marinha norte-americana no espaço aéreo internacional a oeste da península coreana, declarou o porta-voz do Pentágono, capitão Jeff Davis. Um dos aviões chineses colocou-se por debaixo do avião norte-americano, antes de reduzir a velocidade e forçando o avião norte-americano a “efectuar uma manobra de desvio para escapar a uma possível colisão”, detalhou Jeff Davis. O incidente “não é revelador” dos habituais comportamentos do exército chinês, precisou. “É frequente acontecer a intercepção de aviões no espaço aéreo internacional, na maior parte das situações em total segurança”, acrescentou.

Incêndio ameaça habitações em Proença-a-Nova

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] incêndio que está a lavrar em Proença-a-Nova, em Castelo Branco, atingiu ao final da manhã de ontem várias habitações, obrigando à retirada de populares das suas casas. O fogo deflagrou na tarde de domingo no concelho da Sertã, no distrito de Castelo Branco, mas alastrou a Proença-a-Nova e ao concelho de Mação, pertencente ao distrito vizinho de Santarém. De acordo com os dados do `site´ da Autoridade Nacional de Proteção Civil no local estavam ontem mais de 1.040 operacionais, apoiados por 327 viaturas e 12 meios aéreos.

Mbappé a caminho do Real Madrid por 180 milhões de euros

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] «Marca» avançou, esta terça-feira, que o Real Madrid já tem um principio de acordo com o Mónaco pelo jovem avançado francês Kylian Mbappé numa transferência avaliada em 180 milhões de euros. O negócio passará por 160 milhões de euros fixos e mais 20 milhões por objetivos. O jogador, de 18 anos, irá assinar por seis temporadas e irá receber sete milhões de euros por ano. Mbappé estará interessado e rumar imediatamente a Madrid e não permanecer mais uma temporada ao serviço do clube monegasco. Esta transferência irá pulverizar o recorde de Paul Pogba, que foi para o Manchester United por 105 milhões de euros.

26 Jul 2017

China lança avisos à Índia em defesa do território

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina avisou a Índia para não subestimar a sua determinação em salvaguardar o que considera território seu, numa altura de renovada tensão entre os dois países vizinhos, em torno de uma área disputada nos Himalaias.

O ministro chinês da Defesa, Wu Qian, disse ontem que a China continua a exigir a retirada das tropas indianas do planalto de Doklam (Donglang, em chinês), uma área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está a construir uma estrada.

A determinação de Pequim em defender o seu território é “inabalável” e é “mais fácil fazer tremer uma montanha do que fazer tremer o Exército de Libertação Popular”, afirmou Wu, usando o nome oficial do exército chinês.

“Aqui está um lembrete para a índia: não abusem da sorte e não se agarrem a fantasias”, disse.

Do outro lado

A Índia defende que os dois lados devem retirar as suas tropas da região e negociar.

Nova Deli enviou tropas para o outro lado da fronteira depois de equipas de construção chinesas terem iniciado a expansão para sul da estrada de Yadong, no Tibete.

Enquanto os dois lados têm optado, até à data, por se conter, a retórica adotada em Pequim e Nova Deli suscita preocupações de que as hostilidade resultem num conflito, como o ocorrido em 1962, que causou milhares de mortos.

A China e a Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Pequim é um importante aliado e fornecedor de armas do Paquistão, país rival da Índia.

A crise deverá ser abordada durante a visita do Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, a Pequim, esta semana, para participar num fórum do grupo de economias emergentes BRICS, dedicado à segurança.

Pequim vai continuar a repatriar desertores norte-coreanos

A China vai continuar a repatriar desertores norte-coreanos, aos quais não reconhece o estatuto de refugiados, disse ontem um porta-voz do Governo chinês, numa resposta a um pedido feito por um alto funcionário da ONU.

“As pessoas que entram ilegalmente na China não são refugiados”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang.

“Vamos tratar quem entra ilegalmente na China de acordo com a lei”, acrescentou.

O enviado especial da ONU para os direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Ojea Quintana, exortou na sexta-feira Pequim a parar de enviar de volta os norte-coreanos que desertam para a China.

Quintana disse que muitos são submetidos a tortura ou executados pelas autoridades norte-coreanas.

Numa conferência de imprensa em Seul, Quintana afirmou estar “alarmado por um aumento das prisões e repatriamento forçado de norte-coreanos” presos na China.

Em Junho passado, a organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch disse que pelo menos 51 norte-coreanos foram presos na China, desde julho de 2016, entre os quais 13 foram repatriados, enquanto os restantes continuam detidos no país.

A organização explicou que os desertores retornados são considerados “uma ameaça para o sistema político e para a cúpula” do poder político, que pretende através da tortura evitar que o “povo tenha contacto com o mundo exterior.

A China é o principal aliado da Coreia do Norte.

25 Jul 2017

Síria | Enviado chinês apela à unidade e a solução política

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] enviado especial da China à Síria urgiu todas as partes a encontrar uma solução política para a crise do país, que dura já há seis anos, de forma a evitar que o país permaneça na situação actual.

Os comentários de Xie Xiaoyan surgem após encontros com oficiais sírios e iranianos, como parte de um esforço de meditação sobre a situação.

O representante chinês pronunciou-se a este respeito na capital iraniana, Teerão, onde enfatizou o papel crucial daquele país na resolução da crise síria.

“O Irão é um país importante no Médio Oriente, com uma influência significativa única para a resolução da crise síria. O Irão tem contribuído de modo empenhado para a tentativa de se encontrar uma solução política para a crise, especialmente nos últimos esforços para manter um cessar-fogo regional e nos ataques a terroristas locais. A China aplaude os esforços levados a cabo pelo Irão”, afirmou.

No último mês em Damasco, o enviado disse que a China estava em contacto com todas as partes envolvidas na Síria, procurando restabelecer a paz e estabilidade através do diálogo.

Xie afirmou que a posição da China permanece inalterada face à crise síria, intercedendo para que esta seja resolvida politicamente.

Passos em frente

Em Maio deste ano, na quarta ronda de conversações para a paz na Síria, decorrida na capital cazaque, Astana, testemunhou um acordo para estabelecer quatro zonas de contenção do escalonamento na Síria, que entraram em vigor um mês mais tarde, ajudando a debelar a violência em algumas áreas.

Referindo-se a estas localizações estratégicas, o representante da China disse que o consenso demonstrou que a comunidade internacional tinha começado a tomar medidas para aliviar as tensões e a promover novos pensamentos e ideias para a resolução política da crise.

“Esperamos que o estabelecimento das zonas anti- escalonamento possam manter o cessar-fogo na região e facilitar as conversações e negociações para a promoção da paz. Isto ajudaria a gerar e a executar uma resolução na qual todas as partes estariam satisfeitas. Eu acredito que esta é a direção correcta para todos”, acrescentou Xie.

Além disso, Xie apelou para a consideração de outras questões, como a crise humanitária que se vive na região.

A China providenciou 680 milhões de yuans em ajuda humanitária, incluindo dinheiro, equipamentos médicos, fármacos, e alimentos para apoiar o povo sírio.

O enviado destacou, por fim, que todas as partes devem respeitar o princípio de autodeterminação no processo político da questão síria, nomeadamente, deixar o povo sírio decidir o seu próprio futuro.

25 Jul 2017

Pyongyang cancela festival para turistas por causa da seca

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte cancelou um festival de cerveja destinado principalmente a atrair turistas estrangeiros, que devia celebrar-se a partir desta semana em Pyongyang, num momento em que o país está a atravessar uma seca severa.

A Koryo Tours, a principal agência de viagens para turistas ocidentais que querem visitar a Coreia do Norte, informou na sua página na Internet que foi notificada pelo regime, no domingo, do cancelamento da segunda edição do Festival da Cerveja do Rio Taedong, que devia celebrar-se de 26 de julho até finais de agosto.

“As razões do seu cancelamento não são claras e não esperamos que nos chegue uma informação mais completa nos próximos tempos, mas é possível que se deva à persistente seca no país, que causou uma grande quantidade de problemas”, explicou a agência.

Nos últimos meses o país teve que lidar com a falta de chuva nas suas províncias ocidentais e os ‘media’ norte-coreanos tinham informado que o regime teve de enviar camiões cisterna e equipamentos de bombagem de água para a província de Hwanghae do Sul, uma das mais afetadas.

A Koryo Tours lamentou o cancelamento do evento, cuja edição do ano passado, a primeira, foi um “grande êxito”, tendo sido insistentemente promovida pelos ‘media’ estatais norte-coreanos.

A notícia surge após um anúncio de que os Estados Unidos vão proibir os seus cidadãos de viajar para o país depois da morte do estudante Otto Warmbier, que passou 17 meses detido na Coreia do Norte por alegadamente roubar um poster de propaganda. O jovem morreu depois de ser devolvido ao seu país em coma.

Segundo um estudo sul-coreano, a indústria do turismo atrai cerca de 50 mil visitantes estrangeiros (90% dos quais chineses) à Coreia do Norte por ano, o que gera entre 30 a 43 milhões de dólares em divisas estrangeiras.

Filipinas | Duterte mantém campanha violenta de combate à droga

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, reiterou ontem, apesar das críticas internacionais, que não irá inverter a sua política violenta de combate à droga, dizendo mesmo que traficantes e toxicodependentes têm apenas duas hipóteses: “a prisão ou o inferno”.

“Não tentem assustar-me com ameaças de prisão ou com o Tribunal Penal Internacional”, declarou o chefe de Estado filipino no discurso anual do estado da nação, de acordo com a agência Associated Press.

“Eu estou disponível para ir para a prisão para o resto da minha vida”, acrescentou.

“O combate [à droga] não vai parar até que aqueles que estiverem envolvidos percebam que têm que parar porque as alternativas são a prisão ou o inferno”, afirmou Duterte, motivando os aplausos do chefe da polícia filipina, Ronal del Rosa, e de outros presentes na audiência.

Milhares de alegados traficantes e toxicodependentes foram mortos desde que Duterte lançou a campanha de combate à droga logo a seguir a tomar posse como Presidente das Filipinas, em Junho do ano passado, justificando críticas internacionais e ameaças de processo criminal.

Vários milhares de pessoas saíram ontem à rua em Manila numa marcha de protesto contra ou reclamando quase tudo, desde o cumprimento da promessa feita por Duterte no discurso do ano passado de iniciar conversações de paz com os insurgentes comunistas até ao aumento da velocidade na Internet.

25 Jul 2017

Primeiros voos entre China e Portugal “praticamente esgotados”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s primeiros quatro voos directos entre a China e Portugal estão “praticamente esgotados”, avançou ontem à agência Lusa fonte da companhia aérea chinesa Capital Airlines, dois dias antes da inauguração da ligação directa entre os dois países.

Já no sentido inverso – entre Portugal e a China – a taxa de ocupação “ronda os 75%”, detalhou fonte do departamento de marketing da Capital Airlines, subsidiária do grupo chinês HNA.

O voo, que terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, arranca na quarta-feira.

O voo entre Pequim e Lisboa demorará cerca de 13 horas e, no sentido inverso, demorará 12 horas. A actual ligação mais rápida entre a capital dos dois países demora 14 horas, com escala em Frankfurt, na Alemanha.

A companhia aérea abrirá também um voo entre Macau e a capital chinesa, que coincidirá com a ligação a Lisboa, de forma a servir também os 15.000 portugueses que vivem no território outrora administrado por Portugal.

Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183.000, e deverá aumentar “exponencialmente” com a abertura da ligação directa, afirmou, em Abril passado, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China continental, em 2016, num aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.

A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, accionista da TAP, através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.

25 Jul 2017

Adiada leitura de sentença de casal português retido em Díli

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] leitura da sentença de um casal de portugueses retido em Díli há quase três anos foi ontem adiada pelo tribunal, que introduziu, na sessão de leitura do acórdão, o que definiu como alterações não substanciais dos factos.

O adiamento, para a próxima sexta-feira, faz prolongar um caso que se arrasta desde Outubro de 2014 quando Tiago e Fong Fong Guerra foram detidos em Díli, cidade de onde estão proibidos de sair desde então.

Numa decisão que surpreendeu a defesa, a juíza Jacinta Correia iniciou a sessão que deveria ser de leitura da sentença com a apresentação do que disse serem novas provas, valendo-se de um artigo do código do processo penal sobre “a alteração não substancial de factos”.

“Dizemos facto novo porque estes factos não estão na acusação”, insistiu a juíza.

“Não se preocupem que não vamos adiar isto até Setembro”, garantiu a juíza à defesa.

Os documentos em causa, que já constavam dos autos do processo, referem-se a um conjunto de transferências realizadas de e para a conta da empresa gerida pela arguida num banco em Macau.

Depois de ouvir a informação do tribunal, o Ministério Público disse que precisava de cinco dias para os avaliar, com a defesa a manifestar “surpresa e desacordo” e a insistir que não se trata de factos novos e que o próprio tribunal tinha declarado encerrada a discussão de matéria de facto.

“Não estamos perante factos novos. E não são novos até porque estão documentalmente provados nos autos que não são novos”, insistiu o advogado Álvaro Rodrigues.

“A defesa não percebe o pedido de cinco dias por parte do MP para responder a esta alteração não substancial dos factos. Conhecemos abundantemente os factos. Conhecemos isso em nove audiências, analisámos isto abundantemente”, afirmou.

O julgamento do caso ficou visto para sentença no passado dia 27 de junho, depois de Ministério Público e defesa terem feito as alegações finais.

Presenças de peso

A sessão de ontem tinha suscitado bastante interesse e na sala principal do Tribunal Distrital de Díli estavam várias individualidades, incluindo o ex-Presidente timorense José Ramos-Horta, a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, representantes do corpo diplomático, incluindo das embaixadas de Portugal e da União Europeia, do Banco Mundial e das Nações Unidas, entre outros.

Tiago e Fong Fong Guerra foram julgados pelos crimes de peculato, branqueamento de capitais e falsificação documental sendo central ao caso uma transferência de 859 mil dólares, feita em 2011 por um consultor norte-americano, Bobby Boye.

Nas alegações finais, e para os crimes de peculato e branqueamento de capitais, o Ministério Público pediu penas de prisão de oito anos para cada um dos dois arguidos, além do pagamento de uma indemnização no valor de 859.706 dólares com juros desde 2011.

A defesa, por seu lado, pediu a absolvição, considerando que depois das sete sessões do julgamento “a acusação não conseguiu provar factos que possam incriminar e conduzir à condenação” dos arguidos.

Tiago Guerra foi detido para interrogatório a 18 de outubro de 2014, passou três dias numa esquadra e a 21 do mesmo mês foi ouvido no Tribunal de Díli, quando o juiz ordenou a sua prisão preventiva na cadeia de Becora, onde ficou preso até 16 de Junho de 2015.

Desde então está, como a mulher, com Termo de Identidade e Residência (TIR) e impossibilitado de sair do país.

25 Jul 2017

Timor-Leste – Eleições | Diferença entre os dois maiores partidos será mínima

 

O partido de Xanana (CNRT) e o de Mari Alkatiri venceram as eleições. A diferença entre os dois será mínima. Resta saber como serão feitos os arranjos para governar o país.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] diferença de votos entre os dois maiores partidos timorenses nas eleições legislativas de sábado vai ser mínima e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) ainda pode vencer a Fretilin, que continua à frente na contagem.

Na sede do CNRT, em Díli, os números do partido apontam a uma vitória em Díli – o último município onde ainda não terminou a contagem – que poderá permitir reverter a liderança que a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) manteve durante toda a contagem.

A diferença de votos entre os dois partidos vai ser mínima – podendo não chegar a 3.000 votos – o que pode implicar que tenham o mesmo número de lugares no Parlamento Nacional, que elege um total de 65 deputados.

Quando estavam contabilizados 97,27% dos votos, a Fretilin lidera a contagem com 155.438 votos (29,72%), à frente do CNRT que tem 149.871 votos ou 28,55%, o que representa uma diferença de apenas 5.567 votos.

Em Díli, o único município onde ainda decorre contagem (estão contabilizados 72,29% dos votos) o CNRT tem 28.239 votos (38,62%) contra os 21.529 da Fretilin (29,44%).

Francisco Kalbuadi, secretário-geral do CNRT, indicou à Lusa números que apontam para uma ligeira vitória do seu partido, afirmando porém que vão “esperar pela contagem” que esperam estar concluída até ao final da noite.

Questionado sobre se o CNRT, caso vença, negociará ou não com a Fretilin para a formação de Governo, Kalbuadi remeteu uma decisão para mais tarde, depois de uma reunião do partido.

“Depois dos resultados, amanhã, há uma reunião da comissão política e vamos ouvir a orientação do presidente do partido, Xanana Gusmão e talvez uma conferência para decidir qual ai ser a nossa posição”, disse.

“Neste momento não posso dizer nada. A decisão é coletivamente do partido”, afirmou.

 

Primeiro-ministro | “Veredicto sábio”

O primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, considerou ontem que os resultados preliminares das eleições legislativas, que colocam a Fretilin e o CNRT como os dois partidos mais votados, são um “veredicto sábado e eloquente” dos eleitores. “Os resultados preliminares demonstram um veredicto sábio e eloquente do Povo de Timor-Leste: querem que Mari Alkatiri e a Fretilin liderem o processo de mudança rumo a um desenvolvimento mais sustentável nos próximos 5 anos, mas sem relegar para segundo plano o líder histórico Xanana Gusmão”, disse à Lusa em Díli.

“E contam sempre com a participação do outro líder histórico Taur Matan Ruak, dos mais jovens do PD e de outras franjas significativas da sociedade”, sublinhou. Rui Araújo destacou ainda a “maturidade cívica e política” que o povo de Timor-Leste mostrou “durante as campanhas eleitorais e, ao acorrer em massa às urnas, provando que está ciente da importância do seu papel na participação do desenvolvimento do país”.

 

Mari Alkatiri promete diálogo com Xanana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário-geral da Fretilin agradeceu ontem a “grande responsabilidade” que o eleitorado timorense depositou no seu partido, provavelmente o mais votado nas legislativas de sábado, comprometendo-se a dialogar com Xanana Gusmão e com quem queira apoiar o desenvolvimento do país.

“Tudo faremos para abraçar todos mas vamos continuar a trabalhar com Xanana Gusmão, essa figura incontornável desse país, no sentido de responder a esta mensagem clara do nosso povo”, afirmou Mari Alkatiri, num discurso na sede da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) em Díli.

Na primeira declaração de um líder partidário depois das eleições de sábado – e quando a Fretilin lidera a contagem dos votos – Alkatiri disse que houve “uma luta renhida entre os dois grandes partidos” mas recordou que a Fretilin e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão “são partidos aliados”.

Agora, contados os votos, “o povo transmitiu uma mensagem clara, de que quer que se continue a consolidar a paz e a estabilidade e que se continue com o programa de desenvolvimento para tirar o povo dessa situação de pobreza”.

Questionado pela Lusa se a abertura ao diálogo se limita a Xanana Gusmão ou se aceita falar com os restantes partidos, incluindo o PLP do ex-Presidente Taur Matan Ruak, o secretário-geral da Fretilin disse que todos são bem vindos.

De braços abertos

“Agora a campanha acabou. Não existem adversários, existem só compatriotas que quiserem trabalhar juntos”, disse. “Estar de braços abertos para incluir todos no processo de governação e de construção do país não significa que todos devem entrar para o governo. Por mim o Governo mais eficaz é sempre um governo pequeno”, disse.

Questionado sobre se vai ou não ser primeiro ministro, Alkatiri disse que já solicitou ao secretário-geral adjunto do partido, José Reis, a marcação de uma reunião do Comité Central da Fretilin (CCF) a quem caberá tomar a decisão, dando-lhe a liberdade de escolher se aceita ou não liderar o executivo.

Mais do que uma declaração de vitória o discurso de Mari Alkatiri, em tétum e português, foi um convite “de braços abertos” às restantes forças políticas que, disse, queiram juntar-se ao projeto de desenvolvimento do país.

Rodeado por centenas de dirigentes e apoiantes do partido, que depois o saudaram num misto de celebração e emoção – muitos choraram num momento que para a Fretilin marcar o regresso ao controlo do Governo, 10 anos depois – Alkatiri agradeceu a “maturidade” do povo timorense.

“Estas responsabilidade que o povo agora nos entrega será tratada com o maior sentido de responsabilidade. Por isso obrigado a todos”, disse, explicando que em breve conversará com Xanana Gusmão com quem espera, no momento oportuno, fazer uma conferência de imprensa conjunta.

Alkatiri disse que o voto do eleitorado na Fretilin é um sinal do que o partido fez na campanha mas é também uma declaração de apoio “aos que trabalharam muito para garantir a estabilidade e a paz em Timor-Leste” e para “permitir o desenvolvimento do país”.

“Tentámos convencer o povo e o povo ouviu-nos. O povo não deu a maioria absoluta a ninguém e temos que respeitar a vontade do povo”, disse.

“Deu maioria simples à Fretilin, reconhecendo a capacidade, os valores e os princípios da Fretilin”, disse ainda.

Diáspora | Fretilin vence, PLP em 2.º à frente do CNRT

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fretilin obteve a maioria dos votos dos eleitores timorenses na diáspora, com 345 dos 1.086 votos expressos (31,77%), à frente do PLP e do CNRT, segundo dados finais provisórios dos centros de votação fora de Timor-Leste.

Os dados, compilados ontem pela Lusa com base em informação do Secretariado Técnico de Assistência Eleitoral (STAE), mostram que o quarto partido mais votado foi o PD e o quinto o Khunto.

Nas eleições legislativas de sábado foi possível votar em centros de votação instalados em três cidades australianas – Darwin, Melbourne e Sydey -, na Coreia do Sul, Portugal e Reino Unido.

No total votaram 1.086 eleitores de um universo de recenseados de 2.124, com a abstenção a ser de 49%

Os dados totais da votação nesses centros mostram que a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) obteve 345 votos (31,77%), o Partido Libertação Popular (PLP) obteve 255 votos ou 23,48%, e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) obteve 218 votos ou 20,07%.

O Partido Democrático (PD) obteve 42 votos ou 3,87% e o Kmanek Haburas Unidade Timor Oan (Khunto).

A cidade australiana de Melbourne foi o local onde a participação foi mais elevada (74,20%) e Londres a cidade onde foi mais baixa (42,31%).

24 Jul 2017

Industrialização selvagem levou à contaminação de solos e águas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s colheitas dos agricultores chineses correm um grande risco de estarem contaminadas devido à poluição provenientes das grandes indústrias. Além de contaminarem nascentes, rios e o solo, os fumos químicos libertados na queima de chumbo, ferro e cobre, contamina os organismos dos agricultores locais, causando doenças articulares, ósseas e, quando inalados em grandes quantidades e por muito tempo, cancro.

Foram feitas amostragens da produção de arroz nas regiões das províncias onde se instalaram algumas das maiores indústrias, e descobriu-se que há uma quantidade maior do que a permitida de substâncias perigosas nos produtos finais, que são distribuídos para toda a região Sul da China.

A contaminação do solo e da água nesta região causa grande preocupação, pois além de contaminar uma comunidade que produz e distribui comida para outros países, este tipo de poluição também afecta o meio ambiente de forma irreversível. A quantidade de poluentes chamou atenção de alguns órgãos, o que fez com que as indústrias chinesas fizessem um acordo de diminuir a queima de carvão de modo minimizar os danos no meio ambiente. São acções que no decorrer dos anos poderão fazer a diferença.

Foram feitas alguns testes em solos chineses e descobriu-se que muitos dos poluentes encontrados são proibidos e perigosos para o consumo da população. Por causa disso foram criadas algumas regulamentações, que determinaram a construção de novas indústrias numa espécie de parque industrial que monitorado e supervisionado de forma mais rigorosa.

Além de poluir diariamente o solo, ocorreram muitos acidentes que resultaram no vazamento de produtos químicos que poluíram directamente o solo e rios, afetando a produção e também a saúde dos camponeses.

Devida à quantidade de pessoas no país, a procura e a oferta de produção aumentou em larga escala, fazendo com que o solo se encontre não só de cheio de poluentes industriais, mas também de fertilizantes e pesticidas.

O dano causado pela poluição do solo tornou-se algo muito grave, pois a ingestão dos metais pesados encontrados no solo são excepcionalmente prejudiciais para a segurança alimentar e a saúde. Devido às incidências destes casos o governo chinês preocupa-se agora com a opinião pública, com a saúde da população e com o rendimento da produção agrícola, já que esta abastece grande parte da economia do país.

O governo determinou algumas medidas para diminuir a poluição e proteger as áreas que ainda não foram contaminadas e emitir multas para os responsáveis pelos poluentes lançados em solos e rios. Estas novas medidas adoptadas são um começo, mas dão esperança para uma produção mais saudável e limpa de alimentos e também um tratamento diferenciado do meio ambiente deste país.

Pequim lança plano para liderar na Inteligência Artificial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês lançou um plano para converter o país em líder no campo da Inteligência Artificial (IA) até 2030, visando aplicar aquela tecnologia na indústria, planificação urbana, agricultura ou defesa do país, informou ontem a imprensa oficial.

A estratégia, aprovada pelo Conselho de Estado chinês, estabelece que a produção de tecnologia classificada como IA alcançará os 147.000 milhões de dólares, em 2030. Isto colocará a China “ao nível dos países líderes neste sector e na sua aplicação”, aponta o jornal oficial Diário do Povo.

Segundo a consultora PricewaterhouseCoopers, este plano poderá contribuir para um aumento de 26% no Produto Interno Bruto da China, a segunda maior economia do mundo.

O anúncio levou a que as acções de empresas que operam com IA subissem 1,25%, na bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Nos últimos meses, a imprensa chinesa difundiu várias notícias sobre inteligência artificial, como o desenvolvimento de veículos sem condutor ou robôs.

Os líderes chineses consideram a IA chave para tornar a China uma “potência económica”, afirma um comunicado do Conselho de Estado.

A IA é uma das áreas emergentes, junto com a energia renovável, robótica e carros elétricos, em que a China quer assumir a liderança, visando transformar o país numa potência tecnologia, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, de acordo com o plano “Made in China 2025”. As fábricas do país têm-se automatizado rapidamente, de forma a enfrentar a subida dos custos laborais e aumentar a eficiência.

 

24 Jul 2017

Funcionários punidos por violações ambientais nas Montanhas Qilian 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China puniu funcionários de alto nível na província de Gansu, no noroeste do país, por cometerem infracções ambientais na Reserva Natural Nacional das Montanhas Qilian, “mostrando a determinação do país pelo desenvolvimento verde”, revelou a Xinhua.

Um grupo de inspeção descobriu diversas irregularidades na área, incluindo a exploração excessiva de recursos minerais, a construção e operação ilegais de instalações hidroeléctricas, e emissões excessivas de empresas locais. Além disso, os funcionários locais não rectificaram os problemas ambientais existentes, assinala um documento emitido pelo Comité Central do Partido Comunista da China e do Conselho de Estado.

Altos funcionários, entre eles Yang Zixing, vice-governador de Gansu, assumiram a responsabilidade por não terem evitado nem fiscalizado as questões ambientais. Os chefes de departamentos provinciais e municipais foram advertidos e alguns punidos de forma administrativa.

Segundo o documento, “as violações são fundamentalmente um resultado da falta de consciência ambiental dos funcionários locais e da falha na implementação das políticas de proteção ambiental”. Por exemplo, apesar de proibida a operação de uma mina dentro da reserva natural, o órgão de segurança da província aprovou a produção e renovou o seu alvará.

Segundo a Xinhua, “os funcionários locais não entendiam a importância de um modelo de crescimento sustentável, apresentando normas não favoráveis à proteção ambiental”.

Os funcionários e as autoridades da reserva natural não conseguiram cumprir seus deveres e foram acusadas pela negligência, deixando a operação sujeita a numerosos projectos ilegais. “Muitas disposições de gestão na reserva natural só existem nominalmente”, apontou o documento.

As violações ambientais na reserva natural das Montanhas Qilian eram uma questão de longo prazo. Sendo uma reserva natural localizada na fronteira das províncias de Gansu e Qinghai, as Montanhas Qilian foram listadas como lugar de protecção nacional em 1988, mas centenas de minas na área e muitos tipos de projectos de construção continuam a danificar o meio ambiente.

O desenvolvimento excessivo e desordenado, desde a década de 1960, deixou a área numa crise profunda, com os recursos hídricos contaminados e os pastos degradados, até que os funcionários receberam ordem para resolver os problemas ambientais. Embora alguns esforços tenham sido feitos para corrigir os problemas referidos em diversas inspeções locais, a situação basicamente não melhorou.

De 2013 a 2016, a Província de Gansu não puniu ninguém por negligência ou má administração, segundo o documento. Mesmo encontrando muitos problemas durante as inspecções, os funcionários locais costumavam emitir documentos para rectificá-los em vez de os resolver de forma prática, escreve a Xinhua.

Segundo a agência oficial, “mais funcionários públicos chineses enfrentarão auditorias sobre o impacto ambiental do seu trabalho, à medida o governo central aprofunda a reforma para promover os funcionários com forte consciência ambiental”.

A nova reforma foi endossada na 36ª reunião do Grupo Dirigente Central para o Aprofundamento Integral da Reforma em 26 de Junho. O regulamento esclarece que, se o impacto ambiental negativo for revelado pela auditoria, será tomado em consideração até depois da mudança de cargos dos funcionários, e a auditoria afectará promoções futuras. A avaliação inclui o dano tanto ambiental como ecológico e o consumo local de recursos naturais, que devem ser supervisionados dentro dos deveres dos funcionários.

Na quinta-feira, o Ministério da Proteção Ambiental anunciou planos de inspecionar questões ambientais em 446 reservas naturais nacionais entre Julho e Dezembro deste ano. Intituladas “Escudo Verde 2017”, as inspeções incluem investigações abrangentes de violações dentro das reservas e de progressos em retificações de problemas existentes.

24 Jul 2017

Justin Bieber não entra

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem que fecharam as portas a futuras actuações do cantor canadiano Justin Bieber, de 23 anos, devido ao “mau comportamento” do ídolo pop fora deste país. “Não é adequado que entrem no país artistas que têm comportamentos inadequados”, indicou o Centro Municipal de Cultura de Pequim em comunicado publicado esta semana, numa resposta a uma petição de um fã para que Justin Bieber pudesse actuar na China.

Na nota, é explicado, que “Bieber é um jovem cantor com muito talento, mas também polémico e, como figura pública, teve uma série de comportamentos pouco adequados na sua vida social, tanto no estrangeiro como na China”.

A China já vetou a entrada de numerosos artistas internacionais no passado, pelo que é habitual que as autoridades justifiquem as razões, como fizeram agora com Justin Bieber.

Artistas como a islandesa Bjork (que gritou a favor de um Tibete independente num concerto em Xangai), Bom Jovi, Oasis ou Guns N’Roses já tiveram problemas com as autoridades chinesas, que lhes cancelaram concertos por desavenças políticas.

Justin Bieber nunca actuou na China, mas visitou o país para promover os seus discos e, em 2013, causou polémica ao tirar fotografias a percorrer a Grande Muralha levado às costas de um segurança.

Museu oferece milhões a quem conseguir decifrar carateres antigos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m museu da China pediu a peritos de todo o mundo que ajudem a decifrar carateres com 3.000 anos de antiguidade e ofereceu milhões de dólares a quem o conseguir, informou o diário South China Morning Post. O Museu Nacional de Escritos Chineses, na cidade de Anyang, no centro da China, promete na sua página de Internet, pagar 100.000 yuan (cerca de 12.000 euros) por cada caracter antigo ainda não decifrado pelos investigadores e metade desse valor se forem caracteres sobre os quais há várias teorias sobre o seu significado.

Nesses textos, sobre temas que variam desde a meteorologia aos impostos, há cerca de 5.000 carateres dos quais os peritos apenas conseguiram decifrar 2.000, pelo que os restantes, muitos deles relacionados com nomes de lugares e de pessoas da época, continuam a ser um mistério para historiadores e paleógrafos.

O museu de Anyang incentiva os investigadores de todo o mundo a utilizar novas técnicas, como metadados, para procurar a solução para os enigmas colocados pelos escritos chineses antigos.

A oferta de recompensas foi uma prática iniciada em outubro de 2016, devido ao impasse atingido pelos investigadores do museu, escreve o South China Morning Post.

24 Jul 2017

China compra um quarto de todas as exportações brasileiras

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China nunca teve tanta importância para o comércio exterior brasileiro. Nos primeiros seis meses deste ano, 25% de tudo o que o Brasil exportou teve como destino o país asiático. Esta percentagem é um recorde e é mais uma marca da ascensão da segunda maior economia mundial no Brasil. No primeiro semestre de 2007, a fatia chinesa nas exportações brasileiras era de 6,7% – os EUA eram líderes, com 16,4%. Alimentada pela procura de soja, minério de ferro e petróleo, a compra chinesa de bens brasileiros somou US$ 26,9 mil milhões de Janeiro a Junho, um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.

Sozinhos, os chineses compraram mais ao Brasil do que os três outros principais compradores: EUA, Argentina e Holanda, respectivamente.

Há mais de dez anos que nenhum país era tão preponderante na compra de produtos brasileiros. No início do século, os EUA chegaram a responder por mais de um quarto das exportações. Mas, enquanto os americanos eram grandes clientes de produtos manufacturados (que tem preços mais estáveis), o que os chineses preferem matérias-primas e alimentos, cujas cotações costuma flutuar mais.

Ter um cliente tão poderoso tem os seus benefícios, já que há um mercado quase cativo para os produtos, porém, os riscos são mais expressivos. Uma desaceleração forçada da China teria um forte impacto nas exportações e seria muito difícil encontrar um mercado que conseguisse dar conta de tamanha oferta: 45% da soja comprada pelos chineses vem do Brasil, além de 21% do minério de ferro.

Cantão | Queda de grua mata setembro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] queda de uma grua num estaleiro de obra de uma empresa de infraestruturas no sul da China causou a morte de sete pessoas e ferimentos noutras duas, informaram hoje as autoridades. O incidente ocorreu na noite de sábado no local da sede da empresa estatal China Communications Construction, na cidade de Guangzhou, segundo as autoridades citadas pela agência noticiosa Associated Press. Os dois feridos estão em situação estável, segundo as autoridades do distrito de Haizhu daquela cidade. Apesar de ter havido melhorias nos anos recentes, a segurança nos trabalhos de construção continua a ser fonte de preocupação na China, com os regulamentos a serem frequentemente ignorados, em parte por atitudes casuais e por causa da corrupção.

 

24 Jul 2017

China e Rússia realizam exercício militar na Europa

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeçaram as primeiras etapas dos exercícios “Joint Sea 2017” das forças navais russas e chinesas, marcando a primeira vez que ocorrem na Europa. À medida que os navios chineses entraram no porto russo de Baltiysk na sexta-feira passada, iniciou-se a primeira fase, com a fase activa a 24 de Julho. Os exercícios estão definidos para durar até 28 de Julho. A segunda fase das manobras conjuntas será realizada no Extremo Oriente russo, no Mar do Japão e no Mar de Okhotsk em Setembro.

Este é um momento que entra para história das relações russo-chinesas, como o primeiro exercício conjunto da esquadra chinesa com a armada russa em águas europeias, algo que deve gerar ondas nos meios geopolíticos, sendo um claro sinal da crescente actividade naval chinesa e da sua capacidade operacional.

Participam do “Joint Sea 2017” os mais avançados meios navais da China, incluindo o destroyer de mísseis Type 052D Changsha, a fragata de mísseis Yungchen e o navio de abastecimento de Luomahu, que concluíram exercícios de incêndio no Mediterrâneo semana passada.

A Marinha russa irá participar com as últimas corvetas “Steregushchiy” e “Boiky”. Além destes meios, devem participar um significativo contingente aéreo composto por aeronaves e helicópteros de ambas marinhas.

Segundo uma declaração do Ministério da Defesa da Rússia: “Os principais objectivos dos exercícios são aumentar a eficiência na cooperação entre as duas frotas na luta contra as ameaças à segurança no mar, para formar a integração das tripulações dos navios de guerra russos e chineses, para fortalecer a amizade e a cooperação entre a Marinha russa e as Forças Navais do Exército de Libertação do Povo da China “. O “Joint Sea 2017” incluirão exercícios anti-submarinos e de defesa aérea.

A esquadra chinesa não passou despercebida quando se dirigia para o Báltico, tendo sido escoltada por navios britânicos, holandeses e dinamarqueses. Embora faça “parte da vigilância normal”, a reacção parece ser resultado da “campanha de propaganda nos media ocidentais que procuram sinalizar a Rússia e a China como uma espécie de impérios do mal”, comentaram os russos.

Explosão mata 2 e fere 55

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos duas pessoas morreram ontem e 55 ficaram feridas na sequência de uma explosão numa loja em Hangzhou, no leste da China, noticiou a agência oficial Xinhua. A explosão, de origem ainda desconhecida, ocorreu numa loja próxima do Lago do Oeste, na capital da província chinesa de Zhejiang, onde decorreu a cimeira dos líderes do G20 em 2016. Doze pessoas ficaram gravemente feridas, acrescentou a Xinhua. Imagens difundidas nas redes sociais mostram uma explosão que provoca a queda de destroços sobre os veículos em circulação numa estrada.

 

 

24 Jul 2017

Coreia do Norte arrisca uma grave escassez de alimentos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte poderá sofrer uma grave escassez de alimentos devido à pior seca dos últimos 15 anos no país, advertiu onde a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

As culturas foram penalizadas devido à falta de chuvas, num país onde a desnutrição já é um flagelo, referiu a FAO num relatório.

“A chuva que caiu entre Abril e Junho nas principais regiões agrícolas do país foi muito abaixo da média a longo prazo, o que causou graves perturbações nas atividades de plantio e danos às culturas na principal estação”, indicou o documento.

Isso poderá traduzir-se em “uma forte deterioração da segurança alimentar para uma grande parte da população”, de acordo com Vincent Martin, representante da FAO para China e para a Coreia do Norte.

“É necessário implementar ações agora para ajudar os agricultores afetados e para prevenir que os mais vulneráveis se voltem para estratégias de adaptação não sustentáveis, como reduzir a sua ingestão diária de alimentos”, acrescentou.

“É vital que esses agricultores beneficiem agora de uma assistência agrícola adequada, incluindo ferramentas e equipamentos de irrigação”, sublinhou Martin.

“Um aumento nas importações de alimentos (…) também será necessário durante os próximos três meses (…) para garantir um abastecimento alimentar adequado para os mais vulneráveis, incluindo crianças e idosos”, referiu a FAO.

Desgoverno

A Coreia do Norte experimentou na década de 1990 uma falta de alimentos que deixou várias centenas de milhares de mortos.

Mesmo em anos sem a seca, mais de 40% da população norte-coreana sofre de subnutrição, segundo a ONU.

Segundo especialistas, a escassez alimentar resulta de uma má gestão por parte do Governo norte-coreano, que consagra uma importante parte do seu orçamento aos programas balísticos e nucleares.

As entregas internacionais de alimentos, nomeadamente pelos norte-americanos e sul-coreanos, diminuíram fortemente com a escalada da tensão ligada aos programas militares de Pyongyang.

Um outro relatório da FAO sobre a Coreia do Norte estimou que em 2016 a produção agrícola foi penalizada pela falta de terras aráveis, pela degradação do solo devido a exploração intensiva, a falta de sementes, pesticidas e fertilizantes de qualidade.

A FAO, que tem um escritório permanente no país asiático, estima que 50.000 hectares de terras agrícolas foram afetados este ano pela seca, nomeadamente as culturas de arroz, milho, batatas e soja.

“A produção ligada às culturas do início da safra de 2017 caiu mais de 30% em relação ao ano anterior, passando de 450.000 para 310.000 toneladas”, advertiu ainda a FAO.

Duterte diz que não visita Estados Unidos porque “não prestam”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas declarou que nunca irá visitar os Estados Unidos enquanto for chefe de Estado, afirmando que “já viu a América e não presta”. Rodrigo Duterte fez o mais recente ataque verbal contra os Estados Unidos quando foi instado, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a reagir às declarações do congressista Jim McGovern. McGovern afirmou que irá liderar um protesto se o Presidente filipino aceitar um convite do Presidente norte-americano, Donald Trump, para visitar a Casa Branca. “O que o leva a pensar que eu vou à América?”, questionou Duterte. “Em nenhum momento durante a minha administração irei à América, ou depois… Eu já vi a América e não presta”, afirmou. O porta-voz de Duterte disse, em Abril, que Trump tinha convidado, durante um telefonema, o Presidente filipino a visitar Washington, o que causou protestos de ativistas dos direitos humanos, que pediram a Trunp para não receber um líder acusado de violações dos direitos humanos e de execuções extrajudiciais.

24 Jul 2017

Internet | China aumenta censura e quer impedir uso de VPN

As redes sociais desempenham hoje um papel fundamental na modernização e reforma na China. Mas o governo insiste em manter um controlo apertado da internet. Nos últimos meses a censura tem apertado, o que pode colocar em risco o próprio desenvolvimento do país. O próximo passo é proibir o VPN.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o longo deste ano, a censura da internet têm aumentado na China. Se, por um lado, o país assume que quer dar saltos gigantescos em termos de modernização digital; por outro, parece temer as consequências políticas da evolução tecnológica.

É sabido que muitos portais estrangeiros estão proibidos na China. Facebook, Youtube, Google, etc., ficam do outro lado da chamada “Great Firewall of China”. Por isso, muitos internautas chineses e estrangeiros residentes têm usado a chamada VPN (Virtual Proxy Network), um mecanismo que permite aceder à Internet através de um servidor localizado além-fronteiras. O VPN permite aceder a esses portais proibidos, o que se tem revelado muito útil, sobretudo para as empresas estrangeiras com filiais no País do Meio. O sistema cria ligações criptografadas entre computadores e pode ser usado para abrir portais bloqueados pela censura chinesa.

Mas agora a China quer impedir o uso de VPN. Numa carta enviada a clientes corporativos, citada pela agência Associated Press, o maior fornecedor de acesso à Internet do país diz que o uso de VPN será apenas permitido para ligar à sede da empresa no estrangeiro.

Medo atrás de medo

A carta enviada pela China Telecom Ltd. diz que os utilizadores de VPN vão ser impedidos de aceder a portais fora da China. Portais como o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer estão bloqueados na China. As versões electrónicas de órgãos de comunicação como o The New York Times ou o Economist também estão censurados.

A carta repete um anúncio feito em Janeiro de que apenas VPN autorizadas pelas autoridades chinesas serão permitidas. A mensagem suscitou receios de possível fuga de segredos comerciais ou informação, entre empresas que questionam a fiabilidade dos serviços encriptados chineses e a possibilidade de as autoridades acederem às suas mensagens. Os reguladores anunciaram em Janeiro uma campanha para erradicar o uso de VPN usadas para contornar a censura do regime.

A medida reflete a visão do Presidente chinês, Xi Jinping, de “soberania do espaço cibernético” ou o direito de Pequim em limitar a actividade dos seus cidadãos ‘online’. O controlo sobre a informação é especialmente sensível este ano, já que no outono vai decorrer o congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o mais importante acontecimento da agenda política chinesa, que se realiza de cinco em cinco anos.

Esta semana, o regulador municipal de Pequim para a Internet anunciou que pediu aos operadores de portais, incluindo o Baidu e a Tencent, para que removem material que “distorça a história da China e do Partido” e “promovam valores anormais”.

Pequim tem repetidamente pressionado empresas estrangeiras para que disponibilizem tecnologia, conhecimento encriptado e outros segredos comerciais, em troca de acesso ao seu mercado. As empresas a operar na China apontam o controlo da Internet como um dos maiores obstáculos às suas operações no país.

Empreendedor sofre

Mas não são apenas os estrangeiros que sofrem com o recrudescimento da censura. Os próprios negócios dos cidadãos chineses estão a ser gravemente afectados, sobretudo os novos negócios, as startups, que dequem o presidente Xi tanto fala. A verdade é que este recente movimento do governo para suprimir conteúdos na internet tem preocupado uma diversa comunidade de cineastas, blogueiros, membros dos media e educadores, que temem que os seus portais possam ser fechados por causa do controlo mais rígido do governo.

Em Junho, os reguladores fecharam portais de celebridades, restringiram quais tipos de vídeos as pessoas podem publicar e suspenderam os serviços online de streaming -– tudo isso sob alegações de conteúdo impróprio.

Uma associação do sector fez circular uma nova regulamentação de efeito imediato determinando que pelo menos dois “auditores” terão que analisar todo conteúdo audiovisual publicado online para garantir que esses conteúdos sejam fiéis aos “principais valores socialistas”. Tópicos considerados inapropriados incluem vício em drogas e homossexualidade, disse a Associação de Serviços de Transmissão Online da China, afiliada ao governo e que representa mais de 600 membros.

“De acordo com estas regras de censura, nada vai passar, o que vai exaurir a criação audiovisual artística”, escreveu Li Yinhe, uma académica que estuda sexualidade na Academia Chinesa de Ciências Sociais, mantida pelo governo. Sob as novas regras do governo, obras como a ópera “Cármen”, de Georges Bizet, e “Otelo”, de Shakespeare, tecnicamente teriam que ser banidas por mostrarem prostituição e exibirem cenas explícitas de afecto, disse.

As regras, que afectam gigantes das redes sociais como Weibo, bem como pequenas plataformas que têm florescido no movimentado espaço criativo online da China, representam as mais recentes medidas para endurecer a fiscalização na internet, antes do Congresso do Partido Comunista no segundo semestre, quando o presidente Xi Jinping deve consolidar seu poder.

“Costumávamos descrever a constante regulação conta-gotas como a fervura de um sapo em água morna. Agora está a escaldar com água a ferver”, disse à Reuters Wang Xiaoxiao, um agente de talentos que representa diversos actores que conquistaram fama na internet.

A internet é o melhor instrumento de domínio inventado pelo Homem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o contrário do que muitos ocidentais pensam, a internet na China não é, aparentemente, muito diferente de qualquer outro país. Vamos ali encontrar gente mal disposta, revoltada, crítica, pouco disposta a mostrar-se compassiva ou harmoniosa. Isto é o que revela um estudo, feito pela Universidade de Harvard, divulgado pelo jornal inglês The Guardian. A ideia de que a internet chinesa é constituída por um conjunto de gente tímida e sem face visível é, segundo o estudo, ridícula.

A investigação também revelou que a maior parte dos conteúdos censurados, além do habitual Falun Gong, pornografia e democracia, prendem-se com publicações que incitem ao activismo, mesmo que este seja a favor do governo. Gente na rua, manifestações, concentrações espontâneas, não. O governo não permite esse tipo de publicação, ainda que defenda os seus pontos de vista.

Por outro lado, a internet é extremamente útil ao Governo Central porque, por não possuir os feedbacks proporcionados por uma situação de liberdade democrática, é através da rede que vai tomando o pulso ao país, nomeadamente nas regiões mais longínquas. A internet tornou-se assim numa espécie de sistema de aviso prévio que permite ao governo agir antes que uma situação desagradável ocorra. Por exemplo, se surgem publicações sobre a corrupção num município, o governo central pode agir antes que o desagrado se torne demasiado público e provoque agitação social.

Além disso, fala-se do “exército de 50 cêntimos”, um grupo de dois milhões de pessoas, cuja ocupação é colocar publicações na internet, a 50 cêntimos cada uma. E, se no princípio estes actores da net respondiam ao críticos do governo, hoje mudaram de táctica: criam outros assuntos que desviam a atenção dos internautas para outras áreas. Isto para além de continuamente louvarem o Partido Comunista e o modo como conduz a China.

Economia digital cresce quase 20%

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia digital da China cresceu 18,9%, em 2016, para 22,6 biliões de yuans, ultrapassando o ritmo de crescimento do conjunto da economia, indica um estudo do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação chinês. A economia digital compôs 30,3% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, no ano passado, de acordo com o mesmo estudo, apontando que se for considerado o impacto indireto, o contributo ascende a 69,9%. Este sector inclui modelos de negócio como o comércio electrónico, computação em nuvem ou pagamentos via carteiras digitais, que têm na China uma difusão ímpar a nível mundial. O crescimento da economia digital, em 2016, supera o ritmo de crescimento da economia chinesa, de 6,9%. O estudo estima que o sector alcance os 32 biliões de yuans, em 2020, e que em 2030 componha metade do PIB do país.

21 Jul 2017

EUA e China decidem cooperar para reduzir défice comercial

Cem dias. Foi o prazo estabelecido de criação de um plano económico para parcerias entre China e Estados Unidos quando os presidentes dos dois países, Xi Jinping e Donald Trump, se encontraram em Abril. Alguns acordos iniciais foram rascunhados, mas nada efectivo saiu do papel. O prazo de 100 dias acaba no domingo e representantes dos dois países encontraram-se esta semana para discutir uma efetiva ampliação nos negócios.

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos e China acertaram nesta quarta-feira cooperar para a redução do défice comercial, na primeira ronda de negociações económicas bilaterais desde o início da presidência de Donald Trump, informou Washington no fim do encontro.

O secretário de Comércio, Wilbur Ross, e o seu colega do Tesouro, Steven Mnuchin, iniciaram as conversações entre as duas principais economias mundiais com exigências de uma relação mais “justa, equitativa e recíproca”. A parte americana exigiu mudanças depois de sublinhar que as exportações chinesas para os Estados Unidos cresceram mais de 200% nos últimos 15 anos e alimentam um défice comercial de 309 mil milhões de dólares em 2016.

Mas Ross e Mnuchin escolheram um tom mais moderado no fim das conversações com a delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Wang Yang. “A China reconheceu o nosso objetivo compartilhado de reduzir o défice comercial, no qual os dois lados trabalharão cooperativamente”, declararam Ross e Mnuchin.

“Os princípios de equilíbrio, equidade e reciprocidade em matéria de comércio guiarão a posição americana para que possamos oferecer aos trabalhadores e aos empresários americanos a oportunidade de competir em igualdade de condições”.

Wang sugeriu aos Estados Unidos que não pressione excessivamente, sublinhando a importância do “diálogo” sobre a “confrontação”. “Não precisamos que um derrote o outro nas discussões sobre as nossas divergências. O confronto prejudicará os interesses de ambos”.

No seu discurso, Wang afirmou que “há um enorme mercado potencial na China para as exportações americanas de tecnologia avançada; equipamentos e peças, mas, lamentavelmente, as empresas americanas não pegam nessa parte do bolo devido a controlos obsoletos de exportações nos Estados Unidos”.

A legislação americana restringe a venda de alguns componentes de alta tecnologia quando existe a possibilidade de que sejam utilizados para fins militares.

Ao abrir as discussões, Ross declarou que o défice poderia ser entendido “se fosse apenas resultado natural das forças do livre-mercado, mas não é isso”. “Já está na hora de reequilibrar nossas relações de comércio e investimentos”.

Steven Mnuchin avaliou que é preciso “trabalhar juntos para maximizar os benefícios às duas partes (…) e isso apenas será possível com uma relação mais justa e equilibrada entre Estados Unidos e China”.

“Isso significa resolver os desequilíbrios provocados pela intervenção chinesa na economia”, disse, completando: “Uma relação mais equilibrada vai gerar prosperidade para os dois países e para o mundo”.

Promessas de Trump

O intuito de Donald Trump é conseguir diminuir o défice comercial americano com a China, que acredita ser nocivo para a economia dos Estados Unidos e para os produtos fabricados no seu país. As conversações, até agora, já promoveram, por exemplo, o regresso das vendas de carne para a China, paradas há 14 anos. A China também tem demonstrado interesse em adquirir produtos de gás natural liquefeito dos Estados Unidos.

A reunião de Washington, um encontro que acontece todos os anos entre oficiais dos dois países, mudou de nome para Diálogo Económico Compreensivo, e deve trazer mais novidades em torno das parcerias.

O secretário de comércio, Wilbur Ross, recebeu empresários americanos e chineses para discutir o comércio internacional entre os dois países. Mais de 20 líderes de negócios, como o presidente do Alibaba, Jack Ma, e o cofundador do grupo de investimento Blackstone, Stephen Schwarzman, participaram das conversações. Os participantes discutiram os problemas das barreiras comerciais e fizeram uma lista de sugestões aos oficiais do governo.

A questão é primordial num momento em que exportadores americanos, principalmente em indústrias como tecnologia da informação e robótica, estão preocupados com o expansionismo chinês — a China chama esse mercado de “indústria em estratégica emergência”. Enquanto Trump caça paliativos para agradar aos seus eleitores, os chineses continuam a investir para exportar tecnologia de ponta não só para os Estados Unidos, mas para todo o mundo.

Irão | China solicita cumprimento de acordo nuclear

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu confiança mútua e responsabilidade de todos os lados para salvaguardar e realizar o acordo nuclear do Irã de 2015, agora que os Estados Unidos colocaram novas sanções em 18 entidades e indivíduos ligados ao programa de mísseis balísticos do Irã e outras actividades não-nucleares na terça-feira.

“Todos os lados têm a responsabilidade de salvaguardar e realizar o acordo nuclear do Irão”, disse Lu Kang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

A China opõe-se resolutamente a qualquer tipo de actividade de proliferação nuclear e sempre se opôs à chamada “jurisdição de longo alcance” por qualquer país com base na sua legislação nacional, de acordo com Lu. “A cooperação internacional eficaz depende da necessária confiança mútua de todos os lados”, afirmou.

Referindo-se ao acordo nuclear como “um importante resultado multilateral” e “um paradigma” para a solução de questões internacionais através de meios políticos e diplomáticos, Lu disse que desde o lançamento do acordo dois anos atrás, o Irão implementou “sinceramente” medidas relevantes e fortaleceu o comércio económico e cooperação comercial com diferentes países, o que está de acordo com a vontade da comunidade internacional.

21 Jul 2017

Pyongyang diz que diálogo não vai funcionar

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]yongyang enviou ontem através do seu principal diário uma mensagem pouco favorável em relação à recente oferta de diálogo apresentada pela Coreia do Sul, argumentando de que nada serve enquanto Seul mantiver a sua política “hostil” e próxima dos EUA. “As autoridades sul-coreanas estão a mostrar uma atitude incongruente (ao proporem diálogo), enquanto continuam a dançar com os Estados Unidos e as hostes conservadoras”, indica um editorial do diário Rodong Sinmun. “Eliminar o confronto e a hostilidade é uma condição prévia para abrir a porta da reconciliação e unidade das duas Coreias”, acrescentou. “Não parece que seja uma resposta direta (à proposta de Seul), mas estamos a analisar as suas implicações”, disse por sua vez um porta-voz do Governo sul-coreano à agência Yonhap.

O Ministério de Unificação informou que o regime norte-coreano não respondeu às chamadas realizadas ontem na linha telefónica situada na fronteira.

Seul propôs esta semana que ambos os países mantenham a 21 de julho conversações militares – as primeiras em quase três anos – para aliviar a tensão e também um encontro das suas delegações da Cruz Vermelha a 1 de agosto para tentar retomar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953).

No entanto, Pyongyang manteve silêncio a respeito e assumiu que, a aceitar a proposta, a data para o diálogo militar (prevista para amanhã) deveria ser adiada face à falta de tempo para organizar uma agenda e designar os respectivos porta-vozes.

21 Jul 2017

Xi Jinping pede progresso militar

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping pediu que as principais instituições de pesquisa e educação militar do país cultivem mais talentos para as forças armadas e que construam mais instituições de investigação e educação militar, de modo a atingir um nível internacional. Xi, também secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e presidente da Comissão Militar Central (CMC), fez o comentário na quarta-feira, num discurso dirigido aos chefes das forças armadas.

Após entregar as bandeiras aos chefes numa cerimónia para marcar a reestruturação das instituições, Xi classificou a reforma como uma decisão vital feita pelo comité central do PCC e pela CMC para “realizar o Sonho Chinês e construir um exército mais forte”.

“Para construir uma instituição de investigação militar de primeira classe com liderança global, a Academia de Ciência Militar do Exército de Libertação Popular (ELP), como a força de liderança na pesquisa científica militar, deve satisfazer a nova procura de pesquisas militares e combinar melhor as teorias e tecnologias militares”, continuou.

Xi enfatizou ainda que a Universidade de Defesa Nacional do ELP é uma base significativa para cultivar talentos e também oficiais, devendo impulsionar a inovação na educação, pesquisa e gestão para se tornar uma universidade abrangente superior sob comando unificado.

Quanto à Universidade Nacional de Tecnologia da Defesa, deve seguir as tendências mundiais de desenvolvimento da ciência militar e trabalhar mais para proporcionar avanços tecnológicos-chave, para criar uma instituição de nível internacional, explicou Xi.

“É necessário talento, teoria, ciência e tecnologia militar de primeira classe para tornar o ELP num exército líder mundial”, disse Xi. “A ciência e tecnologia são as capacidades essenciais da luta na guerra moderna”, notou.

Xi enfatizou ainda que as instituições militares têm que assumir a responsabilidade e os os comandantes devem obedecer a uma direção política correcta para salvaguardar a autoridade e a liderança centralizada e unificada do Comité Central do PCC, agir de acordo com o CCPCC e manter a liderança absoluta do PCC sobre o exército.

A China tem actualmente 43 instituições educacionais militares, incluindo duas – a Universidade de Defesa Nacional do ELP e a Universidade Nacional de Tecnologia da Defesa – diretamente subordinadas à CMC, 35 especializadas nos serviços armados específicos, e seis das forças policiais armadas.

Nova Zelândia | Assinado acordo de exportação de cebolas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China finalmente assinou um acordo de exportação de cebola com a Nova Zelândia depois de 10 anos de negociações, revelou nesta quarta-feira um comunicado oficial. Um acordo sanitário foi assinado no início deste ano, abrindo caminho para a exportação de cebola chinesa ao mercado da Nova Zelândia, segundo a Administração Geral da Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China (AGSQIQ). O governo da Nova Zelândia tem um sistema de quarentena de plantas muito rigoroso para proteger seu próprio ecossistema, segundo o comunicado. A AGSQIQ ajudou os exportadores domésticos de cebola a melhorarem o nível de administração nos últimos anos. O AGSQIQ prometeu lançar medidas de quarentena rigorosas para garantir a qualidade das cebolas exportadas. A China é um dos principais produtores de cebola do mundo, com uma produção anual de cebola de 20 milhões de toneladas. As exportações respondem por meramente 3,5% de sua produção total.

 

1,2 milhão de toneladas de água dessalinizada por dia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] produção diária dos 131 projetos de dessalinização da água do mar da China atingiu mais de 1,18 milhão de toneladas até o final de 2016, informou um relatório oficial divulgado nesta quarta-feira. O relatório em relação à utilização da água do mar em 2016 emitido pela Administração Estatal dos Assuntos Marítimos indicou que o maior projeto de dessalinização da China poderia produzir 200 mil toneladas de água por dia. O custo da água do mar dessalinizada por tonelada varia de cinco a oito yuans (US$ 0,74 a 1,19), segundo o relatório. Das águas do mar dessalinizadas da China, 66,61% foram usadas por propósitos industriais e o restante para o uso residencial. A China vai acelerar a legislação sobre a utilização da água do mar, ampliará o seu uso e lidará com as preocupações públicas com a água do mar dessalinizada potável, disse Qu Tanzhou, chefe do departamento de ciência e tecnologia subordinado à administração.

Matou os pais e mais 17 pessoas

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m homem foi julgado na quarta-feira por matar 19 pessoas incluindo seus pais. Segundo o tribunal, quando um pedido de dinheiro foi rejeitado por seu pai, Yang Qingpei regressou em 28 de setembro de 2016 à aldeia de Yema, na Província de Yunnan, e matou seus pais. Para encobrir o crime, Yang matou 17 vizinhos, incluindo três crianças. Depois fugiu para a capital da província, Kunming, e voltou ao trabalho, segundo um comunicado divulgado pelo departamento de segurança pública de Yunnan. Yang assumiu a autoria dos crimes, expressou remorso e pediu desculpa aos parentes das vítimas. Cerca de 200 pessoas estavam presentes no tribunal, incluindo parentes, legisladores, imprensa e membros do público. O tribunal adiou a condenação para outro dia.

Alibaba lança assistente de voz de baixo custo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]grupo chinês Alibaba lançou na quarta-feira um assistente de voz de preço reduzido, semelhante ao “Echo” da Amazon.com, na sua primeira incursão em dispositivos domésticos inteligentes. O “Tmall Genie”, mesmo nome da plataforma de comércio eletrônico Tmall da empresa, custa 499 yuans, preço muito mais baixo do que o de produtos similares da Amazon e do Google, que custam entre 120 e 180 dólares. Estes dispositivos são activados por comandos de voz para executar tarefas como verificar agenda, buscar previsão do tempo, mudar música ou controlar aparelhos domésticos inteligentes, usando conectividade de Internet e inteligência artificial. O Tmall Genie está atualmente programado para usar o mandarim como idioma e só estará disponível na China. O aparelho é activado quando um usuário reconhecido diz “Tmall Genie” em chinês.

Presença de Cristiano Ronaldo esgota clássico

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presença de Cristiano Ronaldo no jogo entre o Shanghai SIPG e Guangzhou Evergrande, no sábado, esgotou os bilhetes, o que ilustra a popularidade do internacional português na China, noticiou ontem a imprensa chinesa.

Segundo o acordo feito entre Ronaldo e a Superliga de futebol chinesa, o português vai surgir em campo 15 minutos antes do início da partida, em Xangai, para cumprimentar os jogadores de ambas as equipas.

O Guangzhou Evergrande é o actual primeiro classificado na prova máxima do campeonato de futebol chinês, enquanto o Shanghai SIPG, conjunto treinado pelo português André Villas-Boas, segue em segundo lugar, a um ponto de distância.

Mas é a presença de Cristiano Ronaldo que está a atrair os adeptos chineses da modalidade, sublinhou a imprensa local. “C Luo” [Cristiano Ronaldo, em chinês] é o português mais conhecido na China, onde o futebol tem tido renovado interesse, com as grandes empresas do país a investir na modalidade, animados pela ambição do Governo em colocar a seleção do país entre as melhores do mundo.

Em Dezembro passado, o empresário do avançado, o português Jorge Mendes, disse que Ronaldo rejeitou um salário anual de cem milhões de euros proposto por um clube chinês, que ofereceu ainda 300 milhões ao Real Madrid pelo passe do jogador. Nenhum conjunto chinês confirmou a proposta.

21 Jul 2017

Mãe do activista Huang Qi diz que ele poderá morrer na prisão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mãe do activista chinês Huang Qi, fundador do portal “64 Tianwang”, disse que o filho está gravemente doente e poderá morrer na prisão, informou ontem a organização não-governamental Human Rights China. Huang Qi, que dirige a plataforma distinguida no ano passado pela organização Repórteres Sem Fronteiras com o prémio de liberdade de imprensa, foi detido em várias ocasiões por denunciar abusos do poder político.

Desta vez, o activista está detido desde finais de 2016, acusado de “revelar segredos de Estado ao estrangeiro”, por ter partilhado um documento do governo municipal de Mianyang, na província de Sichuan, no referido portal. Ao todo, o ativista já esteve preso mais de oito anos.

“Em resultado dos espancamentos e outros abusos que sofreu durante períodos de detenção”, Huang sofre de acumulação de líquido no cérebro, uma doença cardíaca reumática e insuficiência renal crónica, que requerem medicação diária, de acordo com a Human Rights China.

Depois de, na semana passada, o dissidente chinês e Nobel da Paz Liu Xiaobo ter morrido enquanto cumpria uma pena de 11 anos, a mãe de Huang Qi, Pu Wenqing, está “especialmente preocupada” e receia que o filho também morra na prisão, acrescentou o mesmo comunicado.

A Human Rights China denunciou também que as autoridades de Sichuan ameaçaram em numerosas ocasiões Pu Wenqing, que pediu publicamente a libertação do filho por razões humanitárias.

O portal “64 Tianwang” ajuda pessoas a encontrar familiares desaparecidos e difunde informação relacionada com a defesa dos direitos humanos e assistência a grupos vulneráveis.

20 Jul 2017