Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Pequim vinca compromisso com desnuclearização [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m responsável chinês reafirmou ontem o compromisso de Pequim com a desnuclearização da península coreana, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido que a China poderá interferir nas conversações entre Pyongyang e Washington. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Kong Xuanyou, disse em conferência de imprensa que a China e os EUA têm “mantido uma comunicação e coordenação próximas” na questão da península coreana. Ao reconhecer que “não vai ser um processo fácil”, Kong disse acreditar que se o diálogo for sincero e feito com base no respeito mútuo e igualdade, “todas as questões encontrarão resposta”. Na segunda-feira, Trump escreveu na rede social Twitter que a China “talvez esteja a exercer pressão negativa” sobre a Coreia do Norte, devido às crescentes disputas comerciais com os EUA, acrescentando: “espero que não!”. Entretanto, o porta-voz da Administração-Geral das Alfândegas da China, Huang Songping, garantiu que Pequim “está a implementar consistentemente” as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte, relativamente ao programa nuclear e de mísseis. De acordo com os últimos dados oficiais, as importações chinesas oriundas da Coreia do Norte caíram 92,6 por cento, em Junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações de petróleo e de outros bens, da China para a Coreia do Norte, recuaram 40,6 por cento, durante o mesmo período. As alfândegas chinesas não indicaram os valores envolvidos nas trocas comerciais entre os dois países em Junho, e divulgaram apenas as variações homólogas. Nos primeiros seis meses do ano, as importações chinesas da Coreia do Norte caíram 88,7 por cento, relativamente ao mesmo período de 2017, para 690 milhões de yuan. As exportações recuaram 43,1 por cento, para 6,4 mil milhões de yuan.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Xi Jinping diz que reunificação é imparável O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que a reunificação de Taiwan com a China faz parte do “imparável rumo da história”, levando o Governo taiwanês a apelar a este que respeite a vontade popular [dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]i reuniu-se com Lien Chan, o antigo vice-Presidente taiwanês, que dirige agora o partido de oposição e pró-Pequim Kuomintang, e a quem reafirmou a sua confiança numa reunificação pacífica. “Enquanto corrigimos as coordenadas históricas e agarramos com firmeza o leme, o rumo do desenvolvimento pacífico e da reunificação pacífica seguirá vitorioso”, afirmou o líder chinês, citado pela imprensa oficial. O Governo taiwanês reagiu com um apelo a Xi para que aceite a realidade e respeite a vontade popular da ilha. Taipé vai manter a actual situação pacífica e não deixará de defender a soberania taiwanesa, assegurou Qiu Chui-zheng, porta-voz do Conselho para os Assuntos da China Continental. Qiu afirmou que a China deve reduzir as suas “acções negativas” contra Taiwan, que estão a afectar as relações, e resolver as suas diferenças com Taipé por via da comunicação e sem intimidações. Ponto de viragem Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen do Partido Democrático Progressista, pró-independência, em 2016, e só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Lien fez, em 2005, uma histórica visita a Pequim, num período de tensão entre o regime comunista e o governo pró-independência de Chen Shui-bian, e conseguiu vários acordos com o então Presidente chinês, Hu Jintao, que foram implementados após o Kuomintang regressar ao poder, em 2008. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana. Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em Outubro passado, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Número de nascimentos diminuiu entre 2016 e 2017 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de nascimentos na China diminuiu 3,2 por cento entre 2016 e 2017, segundo dados divulgados ontem pela Comissão Nacional de Saúde citados pela imprensa estatal. Em 2016, o primeiro após o fim da política do filho único, os números apontavam para 18,46 milhões de nascimentos, com um aumento de 11,5 por cento em relação a 2015. Agora, em 2017, registou-se o nascimento de 17,58 milhões de bebés, sendo que 51 por cento não eram filhos únicos. O Governo chinês eliminou a política do filho único a 1 de Janeiro de 2016 para combater o envelhecimento demográfico e permitiu que as famílias tivessem dois filhos. No entanto, apesar do aumento inicial no primeiro ano, a desaceleração em 2017 e os números relativos ao primeiro semestre de 2018 estão a levar as autoridades a ponderar eliminar todos os limites de nascimento, de acordo com notícias publicadas pelos ‘media’ chineses, algo que pode acontecer já este ano. Após o fim da política do filho único, que foi introduzida em 1979, os nascimentos não aumentaram como o esperado pelas autoridades devido ao alto custo para as famílias com a habitação nas grandes cidades e serviços relacionados com a educação ou a saúde.
Hoje Macau China / ÁsiaAir China | Copiloto suspeito de fumar causou queda de mais de 7.500 metros [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] queda a pique do avião num voo da Air China, durante dez minutos, esta semana, deveu-se a um erro do copiloto, que estava a fumar um cigarro electrónico, divulgaram as autoridades. Investigações preliminares revelam que o copiloto tentou, sem avisar o piloto, desligar o ventilador de circulação do ar, para evitar que o fumo chegasse à cabine. “No entanto, terá por engano desligado o aparelho de ar condicionado que estava ao lado, resultando em oxigénio insuficiente na cabine e um alerta de altitude”, afirmou um responsável da Administração Civil da China, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. “Estamos a investigar as causas em pormenor. Caso se confirmem as suspeitas, vamos actuar de acordo com a lei e as regulações e lidar com esta questão de forma rigorosa”, acrescentou. Fumar é expressamente proibido em voos comerciais, incluindo cigarros electrónicos. Na terça-feira, meia hora depois do voo CA106 ter partido de Hong Kong, com 153 passageiros a bordo, as máscaras de oxigénio caíram do tecto do avião, que imediatamente desceu mais de 7.500 metros em dez minutos. O avião, um Boeing 737, recuperou depois a altitude e voou em segurança até ao destino final, a cidade de Dalian, no nordeste da China. Não foram reportados feridos entre os passageiros ou danos no avião.
Hoje Macau China / ÁsiaCultura | Entretenimento chinês chega a milhões de africanos Com uma indústria de cinema que ultrapassa já o número de espectadores que os filmes de Hollywood atraem, a China aumenta a exportação de produtos de entretenimento para África, desafiando as narrativas tipicamente ocidentais Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a nova zona de desenvolvimento de Daxing, a quase 30 quilómetros do centro de Pequim, um grupo de nigerianos, tanzanianos e togoleses, envergando trajes tradicionais, acorrem pela manhã a um moderno complexo de edifícios envidraçados. Inaugurado em 2012, o complexo é composto por quatro prédios administrativos, um bloco de dormitórios e um pátio tradicional chinês, ligado por um extenso sistema de corredores que abre para diferentes jardins. Trata-se da sede da StarTimes, empresa de telecomunicações privada chinesa que ao longo dos últimos 15 anos apoiou dezenas de países africanos na transição de televisão analógica para digital, garantido o acesso das casas do continente a conteúdo audiovisual chinês. “Já temos 50 milhões de utilizadores em África”, diz à agência Lusa Lily Meng, vice-directora-geral do departamento de média do grupo, que está encarregue da dobragem de conteúdos audiovisuais para português, inglês, francês, mas também línguas regionais como haúça, suaíli ou iorubá. Em Moçambique, o único país de língua oficial portuguesa onde está presente, o grupo estabeleceu a StarTimes Media, uma ‘joint-venture’ com a Focus 21, empresa controlada pela família do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza. “Para trabalhar em África é preciso ter boas ligações”, admite Lily Meng. “Ou então é muito difícil obter licença para transmitir”. No seu portal electrónico oficial, o grupo StarTimes compromete-se a “fazer com que todas as famílias africanas desfrutem de televisão digital por um custo acessível”. Meng explica que os objectivos da empresa passam por “divulgar a cultura chinesa” enquanto assegura um modelo de negócio sustentável. “Temos apoio político para transmitir conteúdo chinês em África, mas não somos uma empresa estatal”, clarifica. “Fazemos estudos de medição de audiências e escolhemos os conteúdos em conjunto com os colegas africanos. Precisamos de garantir que os nossos clientes estão satisfeitos e continuam a pagar pelo nosso serviço”, descreve a responsável. Carga ideológica O português Samuel Gomes, que desde há um ano trabalha na dobragem e revisão de conteúdos da StarTimes, define as séries, filmes e documentários difundidos pelo grupo como “propaganda cultural”. “Noto muito a vontade da StarTimes em difundir a cultura chinesa em África e estabelecer uma ponte para negócios”, resume. Dani Madrid-Morales, um pós-doutorado pela City University, de Hong Kong, que fez pesquisa sobre a StarTimes, considera, porém, que o grupo “tem uma enorme componente ideológica”. “Os conteúdos seleccionados mostram uma China urbana, próspera: uma China não controversa”, diz. Pequim, que há muito se queixa que as empresas ocidentais dominam o discurso global e alimentam preconceitos contra o país, investiu nos últimos anos milhares de milhões de dólares para convencer o mundo de que a China é um sucesso político e cultural. A agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, por exemplo, conta já com 180 delegações além-fronteiras. Criado em 2004, o departamento de português da agência emprega, só em Pequim, 16 pessoas, incluindo quatro brasileiros. Também a versão digital do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês, tem um serviço em língua portuguesa. No entanto, o mais antigo serviço noticioso em português da República Popular arrancou em 1960 na Rádio Internacional da China. Naquela altura, a política externa chinesa era guiada pela defesa do internacionalismo proletário e Pequim “apoiava os países africanos na luta contra o imperialismo”, nomeadamente Angola e Moçambique. Hoje, o país asiático é o maior parceiro comercial de África. Só em 2015, as trocas comerciais somaram 145 mil milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaJovens resgatados na Tailândia têm alta na quinta-feira [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s 12 jovens da equipa de futebol Wild Boars e o seu treinador, que ficaram presos durante mais de duas semanas numa gruta no norte da Tailândia, vão ter alta do hospital na quinta-feira, foi ontem anunciado. De acordo com o ministro da Saúde da Tailândia, Piyasakol Sakolsatayadorn, os 12 jovens com idades entre os 11 e os 16 anos, e o seu treinador, de 25 anos, vão sair do hospital no mesmo dia. Anteriormente, os médicos que trataram os primeiros quatro jovens resgatados disseram que estes poderiam sair do hospital neste domingo. O anúncio acontece no mesmo dia em que foram divulgados vídeos com os jovens resgatados, sentados nas camas do hospital, a agradecer às equipas de resgate. Os jovens ficaram encurralados durante mais de duas semanas numa gruta em Tham Luang, situada na província de Chiang Rai, norte da Tailândia, depois de o espaço, que fica junto à fronteira com Myanmar (antiga Birmânia) e o Laos, ter ficado inundado pelas chuvas. A operação de resgate, que envolveu centenas de pessoas, incluindo mergulhadores, foi concluída na terça-feira com a saída das últimas quatro crianças e do treinador. As restantes crianças já tinham sido resgatadas no domingo e na segunda-feira. O grupo de 12 rapazes e o treinador foram explorar a área depois de um jogo de futebol no dia 23 de junho. Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só é possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes. O local onde os jovens ficaram presos situa-se a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afetam a zona, o que obriga a que parte do percurso tenha de ser feito debaixo de água e sem visibilidade.
Hoje Macau China / ÁsiaONGs exigem libertação do activista Qin Yongmin Organizações não-governamentais exigiram ontem às autoridades chinesas a libertação “imediata e incondicional” do veterano dissidente chinês Qin Yongmin, condenado na quarta-feira a 13 anos de prisão por subversão “O único ‘crime’ de Qin Yongmin foi criar um grupo de supervisão de direitos humanos para impulsionar reformas pacíficas na China”, afirmou, em comunicado, a directora da Human Rights Watch (HRW) na China, Sophie Richardson. Na quarta-feira, um tribunal da cidade de Wuhan, no centro da China, considerou Yongmin culpado do crime de “subversão do poder do Estado”, frequentemente usado pelo Governo chinês para prender dissidentes. A HRW pediu às autoridades chinesas a libertação “imediata e incondicional” porque a acusação “é injusta” e a sentença “terrivelmente dura”, que mostra “o desapreço do Governo chinês pelos direitos humanos”, segundo o comunicado. Qin foi um dos fundadores do Partido Democrático Chinês, banido pelo regime comunista logo após ter sido criado. Durante a sua extensiva luta pela defesa dos direitos humanos, 22 anos foram passados em prisões ou com privação parcial de liberdade. A organização chinesa Defensores dos Direitos Humanos (CHRD) também criticou a condenação de Qin, que considerou “injusta e arbitrária”, e apelou aos especialistas das Nações Unidas que tomem medidas para exigir a libertação de Yongmin ao regime comunista. “O Governo chinês mais uma vez profanou os padrões internacionais dos direitos humanos, que a China tem a obrigação de defender como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, frisou a organização, em comunicado. Processo kafkiano Durante o julgamento, as autoridades negaram os “direitos básicos” a Yongmin, incluindo o direito a um advogado sem “interferência política”, indicou. “Ao punir Qin Yongmin com tanta força, o Governo de Xi Jinping [Presidente chinês] reforça os sinais de que está determinado a esmagar as ONG de defesa dos direitos humanos e da sociedade civil no país”, alertou a mesma organização. Qin, de 64 anos, é considerado um dos dissidentes mais veteranos da China, desde 1979 participou de movimentos pró-democracia na sua cidade, Wuhan, e liderou uma publicação com ideias reformistas chamada “Campana”. Na quarta-feira, a Amnistia Internacional (AI) considerou a sentença “chocante e dura” contra um activista veterano que “simplesmente exerceu a liberdade de expressão”, logo depois de a libertação de Liu Xia “ter dado alguma esperança”. Um dia antes, a poeta e viúva do dissidente chinês e Nobel da Paz Liu Xiaobo, que morreu em Julho de 2017, foi autorizada a deixar a China depois de oito anos em detenção domiciliária em Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Cadeia Luckin Coffee avaliada em mais de mil milhões de dólares [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chinesa Luckin Coffee tornou-se a primeira ‘startup’ do país no ramo do café a ser avaliada em mais de mil milhões de dólares, ilustrando o ‘boom’ do consumo de café no antigo “império do chá”. A cadeia de cafés conseguiu angariar 200 milhões de dólares numa rodada de financiamento, numa altura em que tenta desafiar a posição dominante da multinacional norte-americana Starbucks no país asiático. Fundada em 2017, a Luckin diz ter aberto mais de 500 lojas na China, nos últimos cinco meses, com preços 30 por cento inferiores aos praticados pela cadeia norte-americana e entregas em escritórios. Segundo contas do sector, as cadeias de café geraram 22 mil milhões de yuan em receitas, no ano passado, na China. Até 2020, aquele valor deve aumentar para 28 milhões de yuan. O Starbucks tem 3.300 estabelecimentos na China e os britânicos do Costa Coffee 420. O grupo português Delta Cafés, presente há alguns anos em Macau, também já está estabelecido em Xangai, desde o final de 2013, através de uma parceria com um distribuidor local de produtos alimentares.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim considera taxas de Washington inaceitáveis e vai retaliar A China considerou ontem “totalmente inaceitável” a decisão dos Estados Unidos de imporem novas taxas alfandegárias sobre produtos chineses e anunciou que adoptará as “contramedidas necessárias”, confirmando uma guerra comercial entre os dois países [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s relações entre as duas maiores potências económicas mundiais continuam a ferra-e-fogo. Depois do anúncio de imposição de novas taxas sobre produtos chineses, Pequim respondeu na mesma moeda. “A atitude dos Estados Unidos prejudica a China, o mundo e a eles próprios. Esta conduta irracional não pode ter apoio”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio chinês, em comunicado. Pequim está “chocado” com a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor novas taxas, de 10 por cento, sobre um total de 200 mil milhões de dólares (170 mil milhões de euros) de bens importados da China. A China vai denunciar a “conduta unilateral” dos EUA na Organização Mundial do Comércio, indicou o mesmo comunicado, acrescentando, sem avançar pormenores, que o Governo chinês, em defesa dos interesses essenciais do país, “terá que tomar as contramedidas necessárias”. Milhões e milhões O anúncio de Washington surgiu poucos dias depois da entrada em vigor nos Estados Unidos de taxas alfandegárias, de 25 por cento, sobre um total de 34 mil milhões de dólares (30 mil milhões de euros) de bens importados da China. Esta foi a primeira de uma série de medidas retaliatórias de Washington contra alegadas “tácticas predatórias” de Pequim, que visam o desenvolvimento do sector tecnológico chinês. A administração norte-americana acusou a China de roubo de tecnologia e de exigir às empresas estrangeiras que transfiram ‘know how’ em troca de acesso ao mercado. Trump quer ainda uma balança comercial mais equilibrada com o país asiático. Pequim retaliou ao adoptar taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA, sobretudo produtos agrícolas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Denúncias de envolvimento da polícia em casos de abusos sexuais [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma organização filipina denunciou ontem o envolvimento de pelo menos 33 agentes da polícia em 13 casos de abusos sexuais de mulheres desde Janeiro de 2017. Neste período, o Centro de Recursos para a Mulher (CWR) documentou até 13 casos de abusos: oito violações, em que estão implicados 16 agentes, três casos de actos lascivos, um caso de assédio e outro de abuso sexual com violência. De acordo com o CWR, metade destes casos ocorreram no contexto da guerra antidrogas do Presidente filipino, Rodrigo Duterte. Desde Julho de 2016, mais de 4200 suspeitos foram abatidos pela polícia do arquipélago. “A violência perpetrada pelo Estado contra as mulheres é alarmante. Reflecte quão abusivas se tornaram as autoridades sob um regime que envia sinais de impunidade às suas forças armadas e ignora descaradamente os direitos humanos da mulher”, segundo um comunicado da directora do CWR, Jojo Guan. Para Guan, esta campanha antidroga transformou-se “numa desculpa para abusos sexuais”, perpetrados durante as operações anti-tráfico. Dos sete casos registados no âmbito da guerra contra as drogas, contam-se quatro violações e três casos de actos lascivos. Duterte e o ex-director da polícia nacional filipina Ronald Dela Rosa, no cargo até Maio passado, defenderam que toxicodependentes foram responsáveis pelas violações e justificaram o papel da guerra anti-droga para atacar este problema.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Governo anuncia 199 mortes, primeiro-ministro visita zonas mais afectadas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo nipónico elevou ontem para 179 o número de mortos relacionados com as chuvas torrenciais no oeste do Japão, para onde o primeiro-ministro, Shinzo Abe, viajou esta manhã para visitar as zonas mais afectadas. De acordo com o porta-voz do Governo, Yoshihide Suga, Shinzo Abe encontra-se em Kurashiki, na província de Okayama, uma das mais devastadas pelas inundações, a par de Hiroshima. O governante cancelou as viagens à Europa e Médio Oriente, agendadas para esta semana. Além das 179 mortes confirmadas, as autoridades dão conta de pelo menos nove desaparecidos. A imprensa japonesa fala em mais de 50. “Este é o pior desastre relacionado com as chuvas torrenciais no arquipélago desde 1982”, recordou Suga, na terça-feira. As chuvas intensas registadas desde sexta-feira provocaram grandes inundações, deslizamentos de terra e outros danos, deixando isoladas muitas pessoas, que não puderam ou não quiseram abandonar as suas casas. De acordo com Suga, o Governo mobilizou 75 mil militares e equipas de emergência e quase 80 helicópteros para os esforços de busca e resgate. “Estamos sem água, comida, nada chega aqui”, disse ao jornal Mainich o japonês Ichiro Tanabe, que mora na cidade portuária de Kure. “Vamos ficar todos secos se continuarmos isolados”, advertiu. Empresas e serviços de entregas disseram que os envios de e para as áreas inundadas foram suspensos ou muito reduzidos, enquanto os supermercados fecharam lojas ou abreviaram horas devido a atrasos na entrega e escassez de mercadorias. Ao início da manhã de ontem, milhares de casas não tinham ainda água potável ou electricidade.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Jovens perderam peso, mas “estão bem de saúde”, diz especialista As autoridades sanitárias tailandesas indicaram ontem que, embora tenham perdido peso, os jovens resgatados de uma gruta no norte da Tailândia “estão bem de saúde” Por João Carreira, jornalista da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ara o inspector de saúde pública Thongchai Lertwilairatanapong, as 12 crianças e o treinador “cuidaram bem de si mesmos”, durante os 18 dias em que estiveram presos na gruta. O responsável indicou que o treinador e um dos últimos jovens a serem resgatados contraíram uma “leve infeção pulmonar”. Do primeiro grupo a ser resgatado, no domingo, dois apresentaram os mesmos sintomas, acrescentou. Na terça-feira à noite, no terceiro dia das operações de resgate na gruta, o salvamento das 12 crianças e do treinador de futebol suscitou imediatas reacções à escala mundial, com vários líderes internacionais a celebrarem o feito. O grupo ficou preso numa gruta durante 18 dias, metade dos quais sem acesso a água potável e a comida. Entretanto, a vida quotidiana aguarda impaciente o retorno dos jovens à normalidade. Arthittaya Kunadoi, umas das amigas de escola de seis das crianças resgatadas da gruta na Tailândia, disse à Lusa que está ansiosa por lhes “dar um abraço” e “conforto” quando regressarem, recuperados e de boa saúde. Com a ajuda de uma colega que fala inglês, a rapariga de 15 anos explicou que o desfecho feliz de terça-feira a deixou “muito contente e agradecida”, depois de dias de incerteza quanto à sobrevivência dos amigos. Arthittaya Kunadoi é uma das estudantes na Maesaiprasitsart School, que tem 2.827 alunos, e falou como ‘porta-voz’ do grupo de amigos. Dois deles, “tomaram notas durante as aulas, só para serem entregues a eles quando voltarem”, frisou, corroborando as palavras de um responsável da escola que disse à Lusa estar em preparação um plano de estudos especial para os alunos. “Temos em elaboração um programa especial de recuperação das actividades escolares que ajude esses alunos nos estudos” e “estamos a preparar uma recepção de boas-vindas com a ajuda dos estudantes, dos professores e dos funcionários”, disse Mongkorchai Khochom. “Estou muito feliz pelo desfecho”, mas foi “difícil gerir o interesse e a ansiedade dos alunos” durante os 18 dias que passaram, desde que os colegas ficaram presos numa gruta em Mae Sai, acrescentou o assistente do director. Festa de boas-vindas Os estudantes estão a criar cartões com todo o tipo de mensagens de encorajamento para serem entregues aos amigos que deixaram de aparecer na escola desde 23 de junho e que podem ainda necessitar de tratamento médico mais prolongado, em resultado das extremas condições que viveram no interior do complexo subterrâneo, a quatro quilómetros da entrada da gruta. “É claro que cheguei a pensar que podia não os ver mais, mas tentei concentrar-me apenas em pensamentos positivos”, sublinhou a estudante, Arthittaya Kunadoi. Já o assistente do director, Mongkorchai Khochom, afirmou que “sempre acreditou num final feliz”, confiante no facto de serem atletas, “corajosos, pacientes e obedientes” à liderança do treinador da equipa de futebol (Wild Boars).
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Enfermeira afirma ter envenenado 20 pacientes [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma antiga enfermeira de um hospital num subúrbio de Tóquio, detida sob suspeita de ter matado um paciente, disse aos investigadores que envenenou cerca de 20 pessoas, segundo os meios de comunicação japoneses. Ayumi Kuboki, 31 anos, foi detida neste sábado no âmbito de uma investigação sobre a morte de um homem de 88 anos num hospital perto de Tóquio, afirmou ontem a polícia japonesa, sem disponibilizar mais detalhes sobre a investigação. Suspeita de ter injectado desinfectante nas bolsas de administração intravenosa de um paciente em 2016, Kuboki admitiu à polícia que fez o mesmo a mais 20 pacientes, segundo reportaram os meios de comunicação japoneses. De acordo com a comunicação social, a polícia japonesa detectou a presença de desinfectante nos corpos de mais quatro pacientes, com idades compreendidas entre os 70 e 80, que morreram no hospital num curto espaço de tempo. Um líquido semelhante foi também detectado no equipamento de infusão intravenosa. Kuboki explicou que pretendia que as mortes dos pacientes não ocorressem durante os seus turnos. “Explicar aos familiares a morte de um parente durante as minhas horas de serviço era muito difícil”, disse Kuboki aos investigadores, citada pela agência de notícias japonesa Jiji. Foram registados, nos últimos anos, vários casos de assassínios de pacientes em centros de cuidados de saúde
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteDireitos humanos | Libertação de Liu Xia vista como jogada política da China Em prisão domiciliária há oito anos sem ter sido acusada de qualquer crime por parte das autoridades chinesas, Liu Xia, a viúva do activista Liu Xiaobo, já está em Berlim. Analistas dizem que esta foi uma manobra política da China para se aproximar dos parceiros europeus, numa altura em que se intensifica a guerra comercial com os Estados Unidos [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o passado dia 8 de Abril disse estar pronta para morrer caso fosse necessário, mas ontem chegou a Berlim, capital da Alemanha, com um sorriso rasgado nos lábios e braços abertos prontos a abraçar um novo mundo. Liu Xia, a viúva do activista de direitos humanos Liu Xiaobo, falecido em Junho do ano passado, conseguiu finalmente sair da China onde permanecia em prisão domiciliária desde 2010, apesar de nunca ter sido formalmente acusada de qualquer crime. Pelo contrário, o seu marido foi acusado pelas autoridades chinesas do crime de subversão em 2009. A China anunciou a saída de Liu Xia do país com o argumento de que iria procurar tratamento médico na Alemanha, uma vez que há vários anos que Liu Xia vem sofrendo de depressão grave. Ontem, à chegada ao aeroporto de Berlim, a viúva do activista foi recebida por membros da Amnistia Internacional (AI), que há muito vinham clamando pela sua libertação. “A AI tem vindo a trabalhar no seu caso durante tanto tempo que estamos aliviados e felizes pelo facto de ela estar finalmente livre”, disse Sara Fremberg, porta-voz da AI, citada pelas agências internacionais. A libertação aconteceu quando o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, se encontrava numa visita oficial à Alemanha, e muitos analistas acreditam que a libertação de Liu Xia não é mais do que uma manobra política de Pequim para se aproximar dos países europeus, uma vez que a guerra comercial com os Estados Unidos se tem vindo a intensificar. Além disso, acontece na próxima semana a Cimeira União Europeia – China. Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, garantiu em conferência de imprensa de que não se pode fazer a ligação entre um caso de direitos humanos e uma política do foro económico. “Ela [Liu Xia] foi para a Alemanha para receber tratamento médico pela sua própria vontade. Sobre a possibilidade de esse assunto estar relacionado com a visita diplomática de alto nível que decorre nesta altura, não vejo nenhuma ligação”, referiu. De frisar que, em Maio, a chanceler alemã realizou uma visita oficial à China onde, além de procurar pontes económicas e um equilíbrio diplomático entre o país e os Estados Unidos, também abordou a questão dos direitos humanos. A organização não governamental Human Rights Watch acreditava que já nessa altura Angela Merkel poderia levar consigo Liu Xia para a Alemanha, depois da chanceler se ter reunido com as mulheres de dois advogados da área dos direitos humanos detidos: Li Wenzu, mulher do advogado Wang Quanzhang, detido em Julho de 2015, e Xu Yan, esposa de Yu Wensheng, processado no início do ano por ter solicitado eleições livres. Em declarações recentes, Li Keqiang, primeiro-ministro chinês, deixou claro de que o país está disposto a olhar mais para a questão dos direitos humanos. “Devemos respeitar o humanitarismo e seguir os princípios humanitários. Estamos dispostos a dialogar com a Alemanha.” Irmão permanece na China Na visão de Bill Chou, especialista em ciência política da Universidade Chinesa de Hong Kong, o interesse económico está por detrás da libertação de Liu Xia. “Em primeiro lugar esta libertação deve-se ao esforço de Angela Merkel que fez uma pressão constante. Recentemente, a China tem vindo a mostrar interesse em juntar-se à Europa tendo em conta a guerra comercial com os Estados Unidos. A China tem poucos incentivos para confrontar a Europa neste momento”, defendeu. Também um representante do “Liu Xia Concern Group”, baseado em Hong Kong, que não se quis identificar, disse ao HM que a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos “é definitivamente um factor que acelerou o processo de libertação”, embora as negociações “decorram há bastante tempo”. Nesta luta pela liberdade de Liu Xia, que sempre foi um dos temas fortes das manifestações em Hong Kong, há ainda uma outra questão a ter em conta: o seu irmão, Liu Hui, que continua na China onde cumpre pena de prisão domiciliária desde 2013 por fraude. Foi ele que anunciou nas redes sociais que a sua irmã tinha sido libertada, e que, na Europa, ela pode começar “uma nova vida”. “Agradeço às pessoas que se preocuparam com ela e que a ajudaram nestes anos (…) Desejo paz e alegria para a sua vida futura”, referiu nas redes sociais. Para o representante do “Liu Xia Concern Group”, “ele é, sem dúvida, um refém”. Já Bill Chou não está certo “até onde é que Angela Merkel foi para pressionar a libertação de Liu Hui”. “Tal como Liu Hui disse ao jornal Apple Daily, será necessário algum tempo para clarificar o obstáculo antes da sua reunião com a irmã”, acrescentou o académico. Numa altura em que a China acaba de prender outro activista veterano (ver caixa), o representante do “Liu Xia Concern Group” considera fundamental que a Europa continue a pressionar Pequim relativamente à questão dos direitos humanos. “Claro que devem continuar a pressionar a China e falar publicamente no apoio que deve ser dado aos direitos humanos e activistas democráticos na China. Precisamente hoje foi detido o activista Qin Yongmin, sentenciado a 13 anos de prisão apenas pela sua advocacia pacífica. A União Europeia (UE) e outros países deveriam falar mais em casos semelhantes.” Ainda assim, “neste caso particular da Liu Xia, a pressão não deverá acontecer até que Liu Hui seja liberto”. Deputados da AL aplaudem Na imprensa chinesa local foram poucas as linhas que se escreveram sobre a libertação de Liu Xia, à excepção das publicações Macau Concelears e All About Macau, mais ligadas ao movimento pró-democrata. Para o deputado Sulu Sou, ligado à Associação Novo Macau, a libertação da viúva do Prémio Nobel da Paz serviu, sobretudo, para a China aumentar a sua influência e contactos na Europa. “Para ela são boas notícias, e todos nós estávamos preocupados sobre a questão da saúde, e espero que ela tenha uma boa e nova vida na Europa. O conflito comercial entre a China e os Estados Unidos pode ter sido uma das razões para a libertação de Liu Xia por parte das autoridades chinesas. Serviu de moeda de troca, porque acredito que esta é a altura ideal para libertar Liu Xia.” Sulu Sou acrescenta ainda que “as autoridades chinesas estão a tentar aproximar-se da Europa, sobretudo da Alemanha, tendo em conta que Li Keqiang fez uma visita oficial esta semana ao país. Não nos podemos sentir aliviados com a libertação de Liu Xia, porque há muitas pessoas que lutam pelos direitos humanos, incluindo advogados, e muitos continuam na prisão. É apenas um caso que devemos observar no futuro, mas nesta fase não vejo que haja optimismo em termos da situação dos direitos humanos na China”. Também o deputado José Pereira Coutinho aplaudiu a libertação de Liu Xia. “Vejo isso como uma medida extremamente importante. Tenho a ideia de que o Homem é universal e deve-se respeitar as opiniões individuais de cada um, ainda mais no caso de uma senhora que está doente. A Alemanha é um dos países europeus com um sistema de medicina muito avançado. Espero que ela recupere e retome a sua vida normal em liberdade, paz e saúde. É um acho que fica muito bem à China.” Já Agnes Lam defende que se trata de um sinal de “algum progresso e abertura do Governo chinês”. “É algo bom para ela, porque era o que ela queria”, frisou. UE fala em “avanço positivo” Ontem a UE aplaudiu, em Pequim, a libertação de Liu Xia, tendo considerado esta acção como sendo “um avanço positivo” num país onde a situação dos direitos humanos é “ainda preocupante”. Uma delegação europeia concluiu, esta terça-feira, uma nova ronda de diálogos sobre direitos humanos na capital chinesa, em encontros de preparação para a cimeira entre os líderes de Pequim e Bruxelas, na próxima segunda-feira. Durante as reuniões, a UE abordou com as autoridades chinesas o caso de Liu Xia, que deixou na terça-feira a capital chinesa com destino a Berlim, na Alemanha, para receber tratamento médico. “É um avanço positivo que há muito procurávamos”, indicou em comunicado a embaixada da UE na China. Apesar deste progresso, a UE sublinhou a “deterioração da situação dos direitos civis e políticos na China, acompanhada pela detenção e condenação de um número significativo de defensores dos direitos humanos chineses”. Neste sentido, pediu às autoridades chinesas que libertem dezenas de activistas e defensores dos direitos humanos sob custódia, como o livreiro Gui Minhai, natural de Hong Kong e com passaporte sueco, preso em Janeiro durante uma viagem de comboio a Pequim. A UE insistiu, ainda, na necessidade de investigar alegações de tortura de detidos, às quais as autoridades devem garantir o acesso a um advogado, visitas familiares e assistência médica. A pena de morte, a detenção arbitrária e as restrições à liberdade de expressão e associação na China foram outras das questões abordadas durante o diálogo. Por sua vez, Pequim insistiu que o gigante asiático conseguiu um “enorme avanço” nos direitos humanos nos últimos cinco anos. “A Europa foi convidada a examinar as conquistas da China em direitos humanos e a realizar intercâmbios de direitos humanos com a China, com base na igualdade e respeito mútuo”, lê-se num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Subversão | China condena veterano activista a 13 anos de prisão A justiça chinesa condenou ontem a 13 anos de prisão um veterano activista pelos direitos humanos, por “subversão contra o poder do Estado”, um dia após ter libertado a viúva do Nobel da Paz Liu Xiaobo. Um tribunal da cidade de Wuhan, centro da China, anunciou a sentença de Qin Yongmin no seu portal oficial electrónico, citando um delito frequentemente utilizado pelo regime chinês contra dissidentes. A condenação surge um dia depois de organizações de defesa dos direitos humanos e a comunidade internacional celebrarem a libertação de Liu Xia, detida desde que o marido ganhou o Nobel da Paz, em 2010, apesar de não existir qualquer acusação judicial formal contra ela. “É realmente chocante ver uma sentença tão dura contra um activista veterano que simplesmente exerceu a sua liberdade de expressão, após [a libertação] de Liu Xia dar alguma esperança”, afirmou Patrick Poon, investigador da Amnistia Internacional, citado pela agência EFE. Qin foi um dos fundadores do Partido Democrata da China, proibido pelo regime comunista pouco depois da sua criação. Em 2015, foi detido após ser acusado de “incitar a subversão contra o poder estatal”, após ter escrito textos sobre a democracia e activismo. A defesa pelos direitos humanos levou-o já a passar, no total, 22 anos na prisão ou privado de liberdade. Entre 1981 e 1989 esteve preso e, entre 1993 e 1995, cumpriu dois anos de “reeducação” pelo trabalho, após colaborar na redacção da “Carta da Paz”, na qual apelou ao Governo chinês que revisse a sua posição sobre a sangrenta repressão do movimento de Tiananmen.
Hoje Macau China / ÁsiaDois feridos e 3.430 pessoas em abrigos à passagem do tufão Maria por Taiwan [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] passagem do tufão Maria por Taiwan causou dois feridos e mais de três mil pessoas foram retiradas para abrigos, foi hoje anunciado. De acordo com o centro de resposta a desastres do Governo da ilha, duas pessoas foram atingidas por ramos de árvores, em Taipé, na terça-feira. Um total de 3.430 pessoas tinham sido retiradas de suas casas em nove cidades até esta manhã para evitar serem apanhadas em aluimentos de terra desencadeados pela chuvas fortes, acrescentou o centro. Do outro lado do estreito da Formosa, escolas e fábricas nas zonas costeiras na província de Fujian, cuja capital Fuzhou fica a cerca de 730 quilómetros de Macau, foram encerradas e dezenas de milhares de pessoas foram retiradas para abrigos, enquanto milhares de barcos de pesca regressaram aos portos. Entretanto, na província chinesa de Sichuan (leste), chuvas torrenciais e aluimentos de terra obrigaram ao encerramento de destinos turísticos populares como o monte Emei e Jiuzhaigou.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Missão cumprida e gente feliz, sem lágrimas Por João Carreira, enviado da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o ‘acampamento’ onde os voluntários deram alimento às equipas de socorro em troca de esperança no sucesso da missão a noite terminou 18 dias depois num ambiente festivo e com muita gente feliz, sem lágrimas. “Este era o dia que todos esperávamos e para o qual trabalhámos muito”, sublinhou uma das voluntárias, com a mesma tranquilidade e convicção com que garantira à Lusa, no dia anterior, que “tudo ia correr bem”, entre preces e orações que lhe deram forças para aguentar as cerca de 12 horas de esforço diário desde que as operações de resgate tiveram início. À passagem de um helicóptero, de uma ambulância, de um jornalista que empunhasse uma câmara fotográfica ou de televisão, multiplicaram-se os acenos, os sorrisos e os ‘vivas’, sem qualquer embargo na voz e sempre com uma serenidade singular. A notícia de que todos estavam bem e a salvo, no exterior da gruta, pairou durante a tarde em Mae Sai, cidade da província de Chiang Rai, e foi recebida inicialmente sem particular ou visível excitação. Ao cair da noite, e com a chegada prevista do líder da célula de crise, Narongsak Osatanakorn, as manifestações de contentamento abriram caminho para uma conferência de imprensa na qual o responsável se permitiu expressar de forma mais expansiva, chamar o seu ‘staff’ para uma fotografia de grupo com uma dedicatória especial a toda a equipa de resgate, à monarquia tailandesa, aos voluntários e à mais de uma centena de jornalistas de todo o mundo. “Fizemos uma coisa que ninguém pensava ser possível”, atirou Narongsak Osatanakorn antes de abandonar o ‘acampamento’ improvisado pelas autoridades, com um ar de felicidade estampado no rosto, perseguido pelos ‘media’ até à carrinha que o levaria ainda, e de novo, para o teatro das operações. Antes, a página da marinha tailandesa expressava alguma da espiritualidade que pareceu acompanhar as pessoas que no centro logístico tiveram alguma interação com os jornalistas: “Não sabemos se foi um milagre, se foi a ciência, ou seja o que for. O importante é que os 13 javalis selvagens estão a salvo”, escreveram, numa alusão ao nome da equipa de futebol resgatada, os ‘Javalis Selvagens’. De resto, o resgate das 12 crianças e do seu treinador de futebol, que estiveram presos numa gruta na Tailândia mais de duas semanas, suscitou hoje uma reação de júbilo à escala mundial, com vários líderes internacionais a celebrarem o feito. Recorde-se que o grupo ficou preso numa gruta durante 18 dias, metade dos quais sem acesso a água potável e a comida. Os 12 rapazes, entre os 11 e os 16 anos, e o seu treinador, de 25, foram explorar a gruta depois de um jogo de futebol no dia 23 de junho. Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só era possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes. Nas operações de socorro participaram 90 mergulhadores, 40 tailandeses e 50 estrangeiros. O local onde os jovens ficaram presos estava localizado a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afetaram a zona, o que obrigou a que parte do percurso tivesse que ser feito debaixo de água e sem visibilidade.
Hoje Macau China / ÁsiaTufão Maria | Voos anulados e escolas fechadas em Taiwan [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezenas de voos foram anulados e escolas fecharam ontem em Taiwan à medida que o tufão Maria se aproxima da ilha, trazendo consigo chuvas torrenciais e ventos violentos. O Maria situava-se a 500 quilómetros a leste da localidade costeira de Yilan (nordeste de Taiwan), com rajadas de vento a atingir os 190 quilómetros por hora (k/h), cerca das 10h, indicaram os serviços de meteorologia. O impacto mais forte do tufão é esperado a partir desta noite e até quarta-feira de manhã, com chuvas que podem atingir os 500 milímetros em algumas zonas, acrescentaram. As autoridades de Taiwan alertaram para a possibilidade de inundações e aluimentos de terras. Como medida de prevenção, escolas e repartições públicas vão fechar já esta tarde em cinco localidades, incluindo Yilan, onde a forte ondulação marítima começou a atingia a zona costeira, disseram as autoridades. Entretanto, a companhia de Taiwan UNI Air anulou cerca de 70 voos internos e duas outras transportadoras cancelaram ligações para a ilha japonesa de Okinawa. A companhia aérea Cathay Pacific anulou mais de uma dezena de voos entre Hong Kong e Taipé, e também Okinawa, ontem e hoje. O primeiro-ministro de Taiwan pediu às autoridades e aos habitantes para “permanecerem vigilantes” durante a passagem pela ilha do primeiro tufão da estação. William Lai pediu aos residentes que ficassem em casa e cooperassem com as autoridades encarregadas da prevenção. Taiwan é frequentemente atingida por tufões no verão. No ano passado, mais de uma centena de pessoas ficaram feridas durante a passagem pela ilha da tempestade tropical Nesat, que causou inundações e importantes cortes no fornecimento de electricidade.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi Jinping anuncia apoio milionário aos países árabes O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu ontem aos países árabes mais de 23 mil milhões de dólares americanos em empréstimos e assistência humanitária, visando reforçar a influência de Pequim na região [dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] China está preparada para ter um maior papel na paz e estabilidade da região”, afirmou Xi, durante uma conferência com os líderes árabes, na capital chinesa, onde revelou que a Síria, Iémen, Jordânia e Líbano vão receber 91 milhões de dólares em assistência humanitária. O Presidente chinês referiu ainda a necessidade de abordar a situação na Palestina a apelou às partes envolvidas no conflito em Gaza a que retomem as conversações “o mais rápido possível”, visando alcançar a paz e estabelecer novos mecanismos para trabalhar na mesma direcção. “Devemos dar mais apoio concreto aos palestinianos, quero anunciar 100.000 milhões de yuan em ajuda à Palestina para apoiar os seus esforços de crescimento económico e a sua população”, afirmou Xi. A China oferecerá ainda assistência aos organismos das Nações Unidas encarregues de apoiar os refugiados palestinianos, acrescentou. Novo actor Pequim tem expandido a sua influência entre os países árabes, contrabalançando a Europa e EUA, através da cooperação nos sectores energia, infra-estruturas e comércio. Xi adiantou que assinará declarações conjuntas de acção visando melhorar a cooperação no âmbito da “Nova Rota da Seda”, um gigantesco projecto de infra-estruturas inspirado nas antigas vias comerciais entre Ásia e Europa. Lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a “Nova Rota da Seda” inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas. “Isto marca um novo ponto de partida histórico na associação e cooperação entre a China e o mundo árabe”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Pedida investigação a Seul sobre deserção de 12 norte-coreanas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] relator da ONU para a Coreia do Norte pediu ontem a Seul uma investigação “alargada e abrangente” sobre o caso controverso das 12 norte-coreanas que em 2016 viajaram da China para a Coreia do Sul. Tomas Ojea Quintana defendeu que as 12 trabalhadoras, que alegadamente desertaram para o Sul, desconheciam “para onde estavam a ir”, conclusão a que chegou depois de entrevistar algumas das norte-coreanas, em Seul, na semana passada. As mulheres abandonaram o restaurante na cidade chinesa de Ningbo em 2016, juntamente com o gerente, e na altura o caso foi noticiado como sendo uma deserção voluntária. Pyongyang, por outro lado, sempre tratou o caso como “um sequestro”. Em Maio deste ano, o gerente do restaurante norte-coreano admitiu que enganou as empregadas a pedido dos serviços secretos sul-coreanos. Na altura, explicou que tinha começado a trabalhar como informador dos serviços secretos numa altura em que se sentiu desiludido com o regime de Kim Jong-un. Quintana pediu ao governo sul-coreano que conduza “uma investigação independente e abrangente” para esclarecer o caso e “responsabilizar os responsáveis”. O relator da ONU não especificou se as mulheres com quem falou manifestaram o desejo de regressar à Coreia do Norte, mas acrescentou que os “seus desejos devem ser respeitados”. “A minha posição como relator de direitos humanos é respeitar as decisões das vítimas e, quando digo vítimas, sugiro que elas tenham sido objecto de algum tipo de engano em relação ao seu destino”, indicou.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Exportadores europeus alteram fluxo de bens face a taxas dos EUA Empresas europeias que exportam a partir da China estão a mudar o fluxo global dos seus produtos, visando evitar as taxas alfandegárias que entraram em vigor nos Estados Unidos, divulgou ontem um grupo empresarial em Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] entrada em vigor de taxas sobre 34.000 milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas está a “atingir imediatamente” empresas que dependem do fluxo internacional de componentes, segundo Mats Harborn, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China. As empresas estão a “esforçar-se para reajustar as suas cadeias de fornecimento”, para que bens com destino aos EUA não passem pela China, detalhou Harborn, em conferência de imprensa. O responsável detalhou que uma das empresas mudou o acabamento dos seus produtos da China para uma nova unidade nos EUA. Trata-se da primeira de uma série de medidas retaliatórias de Washington contra alegadas “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. As taxas, sobre equipamento médico, electrónico e outros produtos abarcam as exportações a partir da China por empresas chinesas, norte-americanas ou europeias. Os governos europeus criticaram os métodos de Trump, mas resistiram aos esforços da China de os recrutar como aliados na disputa. Gestão de risco As taxas alfandegárias são “um instrumento perigoso e muito incisivo” para a resolução de disputas, afirmou Harborn. “Nós partilhamos das mesmas preocupações que os Estados Unidos. Mas há formas melhores e menos arriscadas de lidar com os problemas”, acrescentou. Na segunda-feira, empresas chinesas e alemãs, incluindo a Volkswagen e BASF, assinaram acordos no valor de 20 mil milhões de euros, durante uma visita a Berlim do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Harborn disse que um fornecedor europeu de tecnologia ambiental recebeu um contrato do Governo chinês, em detrimento de um rival norte-americano. No mesmo dia, o fabricante de automóveis BMW disse que vai aumentar os preços de veículos na China montados nos EUA, depois de Pequim retaliar com o aumento em 25 por cento das taxas sobre automóveis importados do país, para 40 por cento. A China é o maior mercado automóvel do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos Humanos | Pequim confirma que viúva de Liu Xiaobo deixou o país [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem que Liu Xia, viúva do Nobel da Paz e activista chinês Liu Xiaobo, abandonou o país com destino à Alemanha, para receber “tratamento médico”, após oito anos em prisão domiciliária. “Ela viajou para a Alemanha por vontade própria para receber tratamento médico”, informou em conferência de imprensa Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. Hua negou que a decisão de Pequim, em permitir a saída de Liu Xia, esteja relacionada com a visita oficial a Berlim do primeiro-ministro, Li Keqiang, esta semana. Liu Xia encontrava-se em prisão domiciliária desde que o marido ganhou o Nobel da Paz, em 2010, apesar de não existir qualquer acusação judicial formal contra ela. Liu Xiaobo morreu em Julho do ano passado, aos 61 anos, com cancro do fígado, e sob custódia da polícia. O dissidente chinês esteve detido mais de oito anos por subversão. Foi o primeiro Prémio Nobel a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938 num hospital quando estava detido pelo regime nazi. No mês passado, organizações não-governamentais (ONG) apelaram aos líderes da União Europeia (UE) para que, durante a cimeira UE-China, exijam a Pequim a libertação de activistas pelos direitos humanos. À data, apelaram para a libertação de Liu Xia. A cimeira UE-China está agendada para 16 e 17 de Julho.
Hoje Macau China / ÁsiaBirmânia mantém julgamento dos dois jornalistas da Reuters [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] justiça birmanesa decidiu ontem que vai avançar com o julgamento dos dois jornalistas da agência Reuters acusados de violação de “segredos de Estado”, no âmbito de uma investigação sobre a “limpeza étnica” da minoria rohingya. De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), o juiz encarregado do caso anunciou ontem de manhã a decisão de iniciar o julgamento “sob a lei do segredo de Estado”. Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram detidos em 12 de Dezembro por terem adquirido “documentos secretos importantes” de dois polícias. Se forem condenados incorrem numa pena de até 14 anos de prisão. Na investigação que efectuaram, os dois jornalistas citam aldeões budistas que terão participado com soldados no massacre de dez rohingya cativos na aldeia, em 2 de Setembro de 2017. O trabalho dos jornalistas da Reuters foi baseado em testemunhos de aldeões budistas, membros das forças de segurança e familiares das vítimas. O exército reconheceu, em Abril, que os militares cometeram “execuções extrajudiciais” neste caso, sem admitir que se integrava num plano mais amplo de limpeza étnica, com tem sido referido pela ONU. Alguns dias após a detenção dos dois jornalistas birmaneses, em Dezembro de 2017, o exército reconheceu que soldados e camponeses budistas tinham morto a sangue frio detidos rohingya, na primeira confissão pública após meses de desmentidos. Feridas antigas Myanmar (antiga Birmânia) tem estado em convulsão após as acusações de limpezas étnicas feitas pela ONU, na sequência de uma vasta operação do exército no oeste do país, em resposta aos ataques de uma rebelião rohingya em Agosto de 2017. Cerca de 700.000 muçulmanos rohingya que viviam nesta região refugiaram-se no vizinho Bangladesh desde Agosto de 2017 e acusaram os militares e as milícias budistas de diversos crimes, incluindo violações, tortura e mortes. Os rohingya são o alvo de um movimento nacionalista budista, muito implantado na Birmânia, que os considera uma ameaça. O próprio Governo civil da prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi tem sido relacionado com este ódio anti-rohingya, muito instrumentalizado pela hierarquia das Forças Armadas, durante décadas de regime da junta militar.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Valor da indústria florestal ultrapassa os 930 mil milhões de euros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] valor total da indústria florestal da China ultrapassou os 930 mil milhões de euros, em 2017, informou ontem a Administração Nacional de Silvicultura do país, ilustrando a aposta de Pequim num modelo de desenvolvimento mais sustentável. No ano passado, foram comercializados na China 127.000 milhões de euros em produtos florestais, disseram funcionários da Administração, durante a Conferência Anual Global do Fórum Ecológico, que decorre na província de Guizhou, no sudoeste do país. Os produtos florestais da China incluem bambu, cogumelos, mel, amoras, sementes, entre outros. A mesma fonte informou que a indústria criou 52 milhões de empregos, contribuindo em média para 20 por cento do rendimento das populações mais pobres nas regiões montanhosas do país. A China tem 306,7 milhões de hectares de floresta. Décadas de acelerado crescimento económico causaram sérios problemas ambientais no país, com as principais cidades do país a serem frequentemente cobertas por um manto de poluição e a terem parte dos solos contaminados. Com cerca de 35 milhões de habitantes, a província de Guizhou é uma das zonas-piloto escolhidas pelo Governo Central para testar políticas ambientais. Situada nos cursos superiores dos rios Yangtse e das Pérolas, a província é conhecida pelas densas florestas e diversidade biológica. É também uma das mais pobres da China, com quatro milhões de habitantes a viverem com menos de 1,90 dólar por dia (1,60 euro). As autoridades locais têm procurado, no entanto, promover um modelo de desenvolvimento limpo, com uma aposta na indústria de ‘big data’, em detrimento da indústria pesada, atraindo firmas como a Apple, Huawei, Tencent ou Alibaba com incentivos fiscais e mão-de-obra e electricidade baratas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | ONG pede justiça para abuso contra advogados dos direitos humanos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] organização não-governamental Chinese Human Rights Defenders (CHRD) apelou ontem a que os membros do regime chinês responsáveis pela repressão contra advogados dos direitos humanos sejam julgados por detenção arbitrária ou tortura. “Os responsáveis devem prestar contas pela perseguição exercida pelo Governo chinês contra advogados dos direitos humanos”, afirmou a organização em comunicado, quando se cumprem três anos do início da “campanha 709”, que resultou na detenção de mais de 300 activistas chineses. Desde então, vários advogados envolvidos em casos de direitos humanos ou civis tiveram as suas licenças profissionais suspensas ou retiradas. No entanto, “nenhum polícia ou funcionário governamental foi investigado ou processado criminalmente pelo seu papel nas violações cometidas contra estes advogados”, afirmou a CHRD. A organização denunciou a detenção arbitrária, o acesso negado a um advogado durante o período de detenção, prolongamento de prisão preventiva, tortura ou represália contra familiares. “A ausência tanto de justiça para as vítimas como de julgamento das autoridades que ordenaram ou levaram a cabo [estes abusos] acompanharam o aumento da perseguição a advogados”, acrescenta. Em Maio, a CHRD apresentou provas para que fossem impostas sanções contra o antigo responsável pela polícia da cidade portuária de Tianjin, segundo a lei norte-americana que autoriza o Presidente dos EUA a bloquear ou retirar vistos e impor sanções a cidadãos estrangeiros que violem os direitos humanos. Zhao Fei, que é agora membro do governo de Tianjin, era o responsável pela polícia local durante a campanha 709, e esteve envolvido em 19 casos de abusos graves, segundo a CHRD. Em Dezembro de 2017, o Governo norte-americano puniu com sanções Gao Yan, funcionário da polícia de Pequim, por estar ligado à detenção e morte sob custódia da dissidente Cao Shunli, após lhe ter negado acesso a tratamento médico.