China | Hotéis de luxo inspeccionados após vídeo expor falta de higiene

[dropcap]O[/dropcap] ministério chinês do Turismo pediu sexta-feira às autoridades em vários pontos do país para investigarem a limpeza dos quartos em 14 hotéis, após uma câmara oculta ter apanhado empregados a usar toalhas usadas para limpar chávenas e copos.

Vários dos hotéis, que incluem as redes Shangri-La, Sheraton e Waldorf Astoria, em Pequim, Xangai e três províncias, pediram já desculpa, após um ‘blogger’ ter difundido o vídeo no Weibo, o Twitter chinês, no início desta semana.

As filmagens mostram empregados da limpeza a limpar lavatórios, taças de café e copos com a mesma toalha usada, ou a retirar copos de plástico usados do lixo, e a repô-los como novos.
As cenas são acompanhadas pelo nome do respectivo hotel e preço da dormida, todos a marcar cerca de 200 dólares.

O ‘blogger’, que usa o pseudónimo ‘Huazong’, afirma que o problema é antigo e está generalizado.
Ele diz ter passado 2.000 noites em 147 hotéis diferentes nos últimos seis anos.

O vídeo, difundido na quarta-feira, obteve mais de 30 milhões de visualizações até à data. O Hotel Peninsula, em Pequim, disse sexta-feira que testes realizados por funcionários da Agência de Medicamentos e Alimentação revelaram que os copos usados no hotel estão mais limpos do que a norma.
O Park Hyatt, também na capital chinesa, afirmou que as cenas filmadas são uma ocorrência isolada.

19 Nov 2018

China apoia segunda reunião entre Trump e Kim Jong-un

O encontro entre os dois líderes agendado para o ano que vem ainda não tem data nem local marcados

 

[dropcap]A[/dropcap] China mostrou esta sexta-feira o seu apoio a uma segunda cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un, depois de o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ter anunciado na quinta-feira que os dois chefes de estado voltariam a reunir-se em 2019.

A porta-voz do ministério de Assuntos Exteriores, Hua Chunying, afirmou que a China “apoia sempre os compromissos e contactos” levados a cabo por ambos os países.

“Esperamos que este compromisso de alto nível ajude a melhorar e a encorajar o processo de acordos políticos sobre a questão da península coreana”, acrescentou a ministra, citada pela agência espanhola EFE.
A representante da diplomacia chinesa também mostrou o apoio do seu país para que “as duas partes tomem medidas para implementar o consenso alcançado entre os seus líderes”.

Acerca da visita de Kim Jong-un, na quinta-feira, a uma base de testes militares onde está a ser desenvolvido um sistema defensivo “de última geração”, Hua Chunying assegurou não conhecer os detalhes da questão e realçou as “mudanças positivas” registadas na situação da península coreana, antes de desejar que “se mantenha esta acalmia positiva”.

Em aberto

A primeira reunião entre Donald Trump e Kim Jong-un realizou-se no passado dia 12 de Junho em Singapura e resultou no acordo de desarmamento nuclear.

Desde o encontro, a Coreia do Norte renunciou aos testes balísticos e nucleares, desmantelou uma zona de teste de mísseis e prometeu proceder ao desmantelamento do principal complexo nuclear do país, em troca de algumas concessões e garantias de segurança por parte dos Estados Unidos.

No entanto, os dois países queixam-se de incumprimentos e acusam-se mutuamente de não ter mantido as promessas. “Pensamos que a cimeira decorrerá depois do dia 1 de Janeiro, mas ainda temos de decidir quando e onde”, afirmou Mike Pence, na quinta-feira, em declarações a jornalistas durante a cimeira anual da Associação dos países da Ásia do Sudeste (Asean).

Estas declarações foram feitas apesar das últimas informações revelarem que Pyongyang mantém bases de mísseis secretas.

O papel da China neste assunto tem sido objecto de críticas por parte de Washington, mas o vice-presidente norte-americano reconheceu que a China “está a fazer mais esforços do que nunca”, acrescentando que Trump irá abordar o assunto com Xi Jinping quando se reunirem em Buenos Aires, no fim deste mês, na reunião dos países do G20.

19 Nov 2018

Hong Kong | Jennifer Jett substitui Victor Mallet no Clube de Correspondentes

[dropcap]J[/dropcap]ennifer Jett, correspondente em Hong Kong do jornal New York Times, foi escolhida para substituir o repórter Victor Mallet como vice-presidente do Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong, informou o clube em comunicado.

As autoridades de Hong Kong recusaram renovar o visto de trabalho a Victor Mallet, que era correspondente do jornal Financial Times, depois do clube ter organizado uma palestra com Andy Chan, fundador do Partido Nacional de Hong Kong, ligado ao movimento pró-independência do território. Semanas mais tarde, Victor Mallet tentou entrar em Hong Kong como turista, mas a sua entrada também foi recusada.

O clube assume que “vai continuar a exigir ao Governo de Hong Kong uma explicação razoável pela recusa da entrada de Victor Mallet em Hong Kong e a recusa pela renovação do seu visto de trabalho”.

No mesmo documento lê-se os agradecimentos dos dirigentes do clube de correspondentes pelo trabalho que Victor Mallet realizou nos últimos anos.

18 Nov 2018

Presidente chinês e ‘vice’ dos EUA confrontam argumentos sobre guerra comercial

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês e o vice-presidente norte-americano trocaram ontem argumentos sobre a guerra comercial protagonizada pelos dois países nos discursos que proferiram numa reunião que junta 21 líderes de países e territórios na Papua-Nova Guiné.

O norte-americano Mike Pence disse que não haverá um recuo na política do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de combater a política comercial mercantilista da China e o roubo de propriedade intelectual que desencadeou este ano uma guerra tarifária entre as duas maiores potências económicas mundiais.

“Os Estados Unidos não mudarão de curso até que a China mude de rumo”, afirmou, acusando Pequim de roubo de propriedade intelectual, subsídios sem precedentes para empresas estatais e “tremendas” barreiras para travarem a entrada de empresas estrangeiras no seu gigantesco mercado.

Pence anunciou que os EUA vão envolver-se no plano da Austrália para desenvolver uma base naval na Papua Nova Guiné, onde está a ter lugar o encontro de líderes de 21 países e territórios da Costa do Pacífico que representam 60% da economia mundial.

A China tem-se mostrado disponível para financiar empréstimos e construir infra-estruturas na Papua Nova Guiné e em outras nações insulares do Pacífico.

Críticas a “Uma Faixa, Uma Rota”

O vice-presidente norte-americano aproveitou para criticar a iniciativa global ao nível das infra-estruturas promovida pela China, conhecida como “Uma Faixa, Uma Rota”, classificando muitos dos projectos de baixa qualidade que também sobrecarregam os países em desenvolvimento com empréstimos que depois não podem pagar.

Os EUA, uma democracia, é um parceiro melhor do que a China autoritária, argumentou. “Saibam que os Estados Unidos oferecem uma opção melhor. Não afundamos os nossos parceiros num mar de dívidas, não coagimos, não comprometemos a sua independência”, disse Pence.

Xi Jinping, que discursou antes de Pence, antecipou muitas das críticas dos EUA. O líder chinês declarou que os países estão a enfrentar uma opção de cooperação ou de confronto. Xi expressou apoio ao sistema global de comércio livre que sustentou a ascensão de seu país nos últimos 25 anos, transformando-a na segunda maior economia do mundo depois dos EUA.

“As regras feitas não devem ser seguidas ou distorcidas como se julgar conveniente e não devem ser aplicadas com padrões duplos para agendas egoístas”, disse Xi.

“A humanidade chegou novamente a uma encruzilhada”, sublinhou. “Que direcção devemos escolher? Cooperação ou confronto? Abertura ou fechamento de portas? Progresso vantajoso para as duas partes ou um jogo de soma zero?”, questionou.

Em resposta às críticas à iniciativa internacional da China, “Uma Faixa, Uma Rota”, Xi assegurou que esta não representa uma armadilha.

“Não é projectada para servir qualquer agenda geopolítica oculta, não é dirigida contra ninguém e não exclui ninguém. Não é um clube exclusivo que é fechado para não-membros nem é uma armadilha como algumas pessoas a rotularam”, defendeu.

Os líderes de 21 países e territórios da Costa do Pacífico que compõem 60% da economia mundial estão reunidos em Port Moresby, capital da Papua Nova Guiné, para uma reunião anual de Cooperação Económica Ásia-Pacífico.

Em cima da mesa está a obtenção de um acordo sobre uma declaração conjunta, nomeadamente sobre a possibilidade de exercerem pressões para mudanças na Organização Mundial do Comércio (OMC), que estabelece as regras e que pode penalizar as nações que as violam.

Debate sobre o Mar do Sul da China

As reivindicações territoriais da China para a maior parte do Mar do Sul da China também foram alvo do discurso de Pence.

A China exigiu que os EUA parem de enviar navios e aviões militares perto de suas ilhas artificiais naquelas águas disputadas por várias nações, depois de navios americanos e chineses quase terem colidido perto de um recife em setembro. Mas Pence ressaltou no sábado que os EUA não recuarão.

“Continuaremos a voar e a velejar sempre que a lei internacional o permitir e as exigências de interesse nacional o justifiquem. O assédio só fortalecerá a nossa determinação. Não vamos mudar de rumo”, garantiu.

Washington continuará a apoiar os esforços dos países e territórios do Sudeste Asiático para negociarem um “código de conduta” que vincule juridicamente a China e “que respeite os direitos de todas as nações, incluindo a liberdade de navegação no Mar do Sul da China”, concluiu o vice-presidente norte-americano.

18 Nov 2018

CIA concluiu que príncipe saudita ordenou morte de Khashogg, escreve Washington Post

[dropcap]O[/dropcap] jornal Washington Post noticiou na sexta-feira que a Agência Central de Informações (CIA, na sigla em inglês) concluiu que o príncipe herdeiro saudita ordenou o homicídio do jornalista Jamal Khashoggi em Istambul, citando fontes anónimas.

A informação veiculada pelo Washington Post, jornal com o qual Khashoggi colaborou, contradiz as recentes posições do reino saudita, que negou qualquer responsabilidade de Mohammed bin Salman na morte do jornalista em Outubro. Contactada pela agência de notícias France Press, a CIA recusou-se a comentar.

Para chegar a esta conclusão, lê-se no jornal norte-americano, a CIA cruzou várias fontes, incluindo um contacto entre o irmão do príncipe herdeiro, também embaixador da Arábia Saudita nos Estados Unidos, e Jamal Khashoggi.

De acordo com o jornal de Washington, Khalid bin Salmane aconselhou Khashoggi a visitar o consulado saudita em Istambul, assegurando-lhe que nada lhe aconteceria. O jornal acrescenta que fez o telefonema a pedido de seu irmão, mas não ficou claro que Khalid bin Salman soubesse que Khashoggi seria então assassinado.

Khalid ben Salman reagiu de imediato na sua conta pessoal na rede social Twitter a estas acusações, negando veementemente o teor da notícia do Washington Post.

“Esta é uma acusação séria que não deve ser suportada por fontes anónimas”, defendeu numa publicação na qual consta também uma declaração que disse ter enviado ao jornal. “Em nenhum momento o príncipe Khalid discutiu algo com Jamal sobre uma viagem à Turquia”, escreveu.

O jornal New York Times, por seu lado, noticiou também na sexta-feira que as autoridades dos EUA advertiram que os serviços de informação norte-americanos e turcos não possuem provas claras que liguem o príncipe herdeiro ao assassínio de Khashoggi.

Contudo, avança aquele jornal, a CIA acredita que a influência do príncipe é tal que o homicídio não poderia ter ocorrido sem a sua aprovação.

Khashoggi entrou a 2 de Outubro no consulado saudita de Istambul e acabou por ser assassinado. A Arábia Saudita, em várias ocasiões, mudou sua versão oficial do que aconteceu com Jamal Khashoggi, mas na quinta-feira o promotor saudita admitiu que o jornalista foi drogado e desmembrado no local.

De um total de 21 suspeitos, a Justiça saudita indiciou 11 pessoas pelo crime, cinco das quais enfrentam agora a pena de morte. Numa conferência de imprensa, o porta-voz do procurador-geral, Shaalan al-Shaalan afirmou que o príncipe Mohammed bin Salmane não tinha conhecimento do caso.

Aliado histórico de Riade, Washington anunciou no mesmo dia sanções contra 17 autoridades sauditas pela sua “responsabilidade ou cumplicidade” na morte de Khashoggi.

18 Nov 2018

Coreia do Norte agenda visitas oficiais ao México, Cuba e Venezuela

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação da Coreia do Norte encabeçada pelo presidente da Assembleia Popular Suprema, Kim Yong-nam, vai deslocar-se numa visita oficial ao México, Cuba e Venezuela, segundo a agência de notícias oficial norte-coreana KNCA.

Kim representará Pyongyang no México durante a tomada de posse do Presidente Andrés Manuel López Obrador, agendada para 1 de Dezembro. A agência oficial não forneceu detalhes sobre as deslocações e as datas em que a delegação norte-coreana chegará aos três países.

Kim Yong-nam, para além de presidente da Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte, é também o presidente honorário do regime de Pyongyang, representando o país em viagens institucionais.

O anúncio destas deslocações surge depois de Kim ter visitado o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

18 Nov 2018

Xi Jinping anuncia 2º Fórum da Rota da Seda em Pequim em Abril de 2019

[dropcap]O[/dropcap] presidente de China, Xi Jinping, confirmou que o segundo Fórum da Nova Rota da Seda para a Cooperação Internacional se vai realizar em Pequim em Abril de 2019, informou a agência estatal Xinhua.

Durante uma intervenção por ocasião do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (APEC), que se realiza na Papua Nova Guiné, Xi indicou que esta convocatória é uma “resposta à comunidade internacional”.

O presidente chinês não deu mais pormenores sobre o assunto, apesar de imediatamente depois se ter defendido das críticas do vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que acusou Pequim de ter uma “diplomacia opaca de livro de cheques”.

Segundo Pence, os projectos que a China promove nos países em desenvolvimento são de “baixa qualidade” e “geralmente mantêm fortes laços e conduzem a uma dívida avassaladora”.

“Não aceitem dívida externa que comprometa a vossa soberania. Protejam os vossos interesses e preservem a vossa independência. Como os Estados Unidos, ponham o vosso país em primeiro lugar”, instou Pence.

Sobre estas acusações, Xi defendeu que a iniciativa Nova Rota da Seda – lançada em 2013 e também conhecida como “Uma Faixa, uma Rota” – “não oculta uma agenda geopolítica” nem é uma “armadilha” para dominar nações mais desfavorecidas.

Perante a agenda chinesa de expansão da cooperação com países como os do Pacífico através de investimento em infra-estruturas e créditos suaves, os Estados Unidos, o Japão e a Austrália anunciaram o lançamento de uma iniciativa similar.

Os três países emitiram um comunicado no qual apontam que este novo plano de investimentos em infra-estruturas no Pacífico cumprirá com os padrões internacionais de “transparência e sustentabilidade orçamental”.

O primeiro Fórum da Nova Rota da Seda realizou-se em maio do ano passado, também em Pequim, com a participação de representantes de cerca de uma centena de países.

18 Nov 2018

Moody’s | Dívida pública chinesa atinge 149 por cento do PIB em 2020

[dropcap]A[/dropcap]agência de ‘rating’ Moody’s alertou ontem para o crescente endividamento do sector público na China, que deve atingir 149 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2020, devido a um modelo de crescimento económico assente no investimento.

O relatório da Moody’s assegura que a China está a abrandar as medidas que visam travar o ‘boom’ do endividamento, face ao abrandamento da actividade doméstica e os riscos gerados pelas disputas comerciais com os Estados Unidos.

“Apesar de os objectivos a longo prazo de redução do endividamento e dos riscos se manterem, é possível que, face às actuais circunstâncias, as autoridades recorram mais aos gastos do sector público para apoiar o crescimento”, aponta o analista George Xu, no relatório.

O vice-presidente e director de crédito da Moody’s, Martin Petch, afirma esperar que a “alavancagem financeira em todos os sectores da economia aumente ainda mais, face às crescentes pressões negativas sobre o crescimento”.

“Acreditamos que a dívida no sector público, que inclui o Governo e as empresas estatais, aumentará para 149 por cento do PIB, no final desta década, mais 15 por cento do que em 2017”, disse.

O documento afirma que, apesar de “as autoridades terem redobrado esforços para melhorar a supervisão das empresas estatais fortemente endividadas” e “controlar as suas fontes de financiamento”, o “sector público continua a acarretar riscos”.

Dependências estatais

No mês passado, o Banco do Povo Chinês (banco central) cortou o coeficiente de reservas obrigatórias dos bancos em 1 por cento, libertando quase 110.000 milhões de dólares norte-americanos em crédito, para impulsionar o desenvolvimento económico.

O aumento dos gastos públicos ocorrerá sobretudo através das autoridades locais, considera a Moody’s, que num outro relatório aponta os desafios da China no controlo das fontes de financiamento opacos a que recorrem os governos locais e regionais.

“A grande e contínua diferença entre as necessidades reais dos governos locais e regionais na China e as suas limitadas fontes de rendimento implicam que continuem dependentes de empresas estatais locais para financiarem as suas necessidades de infraestrutura”, aponta o relatório.

O documento lembra que as “empresas públicas locais detêm a maior proporção de dívida oculta” do país.
Num relatório recente sobre a dívida oculta local, o banco central chinês calcula que, só numa província do país, os cálculos apontam para um nível real de endividamento 80 por cento superior aos dados oficiais.

Motor global

Nos últimos dez anos, enquanto as economias desenvolvidas estagnaram, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos e dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas.

“Desde a crise financeira global [2008], a China criou 63 por cento do novo dinheiro no mundo” ou “mais do que os Estados Unidos, Europa e Japão combinados”, descreve Dinny McMahon, autor do livro “China Great Wall of Debt” (“A Grande Muralha de Dívida da China”).

Manter altas taxas de crescimento económico e a criação de postos de trabalho são considerados pelas autoridades chinesas como essenciais para assegurar a estabilidade social, uma preocupação constante do Partido Comunista Chinês. Há várias décadas que o crescimento económico é uma das principais fontes de legitimidade do partido único no país.

16 Nov 2018

China reconhece que surto de peste suína nacional é “muito grave”

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês reconheceu hoje que o país vive uma situação “muito grave”, com surtos de peste suína em várias províncias, que resultaram já no abatimento de centenas de milhares de porcos infectados.

“A situação da prevenção e controlo da peste suína africana é muito grave. O surto alastrou-se a 17 províncias e atingiu vastas áreas de criação de porcos, no interior do Sul da China”, afirma o ministério chinês da Agricultura e Assuntos Rurais, em comunicado hoje difundido.

O documento, que é também assinado pelos ministérios dos Transportes e da Segurança Pública, aponta o transporte de animais entre províncias como a causa do alastrar da doença, e apela às autoridades locais que reforcem a supervisão.

Serão estabelecidos postos de controlo para “inspeccionar de forma rigorosa” todos os veículos que transportam animais vivos, visando acabar com a “distribuição ilegal”.

“Os departamentos de pecuária e veterinária devem reforçar a investigação e punições sobre actos ilegais, como transporte de porcos sem certificado de quarentena (…) e romper com a cadeia de tráfico ilegal”, afirma.

A doença afecta porcos e javalis, mas não é transmissível aos seres humanos. No entanto, coloca em risco o mercado chinês, que produz anualmente 700 milhões de porcos.

A carne daquele animal é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país. Os surtos levaram já ao abatimento de “centenas de milhares” de porcos, segundo a imprensa chinesa.

15 Nov 2018

Responsável pela cibersegurança do Japão admite que não utiliza computador

[dropcap]O[/dropcap] ministro japonês responsável pela cibersegurança do país admitiu não utilizar o computador na sua actividade profissional, uma afirmação que provocou risos entre os parlamentares da oposição.

“Desde os 25 anos, sempre pedi aos meus secretários e assessores, por isso nunca utilizei um computador”, admitiu Yoshitaka Sakurada, na quarta-feira durante uma sessão parlamentar.

Yoshitaka Sakurada, de 68 anos, é vice-chefe da unidade de estratégia de segurança de computadores do governo e também ministro dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que Tóquio está organizará em 2020.

O ministro nipónico não foi capaz de responder a várias perguntas feitas pelos deputados sobre o uso de materiais tecnológicos na cibersegurança do país.

“É incrível que alguém que nunca tenha tocado num computador seja responsável pela política de segurança de informação”, afirmou o deputado da oposição Masato Imai.

15 Nov 2018

Human Rights Watch apela a Hong Kong que retire acusações a líderes pró-democracia

[dropcap]A[/dropcap] organização não-governamental Human Rights Watch apelou às autoridades de Hong Kong que suspendam as acusações sobre nove líderes das manifestações pró-democracia de 2014, do movimento apelidado de “guardas-chuva amarelos”, que vão a julgamento na próxima segunda-feira, dia 19.

Para a organização de defesa dos direitos humanos a repressão do Governo e os processos subsequentes de acusações aos activistas, após as manifestações que ocorreram entre 28 de setembro e 15 de dezembro de 2014, violaram os direitos de reunião pacífica e as liberdades de associação e expressão garantidas pelo Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), que se aplica em Hong Kong.

“Essas nove pessoas não fizeram nada além de pressionar pacificamente o Governo de Hong Kong a cumprir a sua obrigação de entregar uma democracia genuína às pessoas no território”, disse a directora da Human Rights Watch (HRW) para a China, Sophie Richardson.

“Esses processos levantam outras questões sobre as iniciativas das autoridades de Hong Kong para politizar os tribunais”, denunciou Sophie Richardson.

Os réus são os co-fundadores do movimento “guardas-chuva amarelos” (Umbrella Movement) Benny Tai (professor da Faculdade de Direito da Universidade de Hong Kong), Chan Kin-man e Rev Chu Yiu-ming, os deputados Tanya Chan e Shiu Ka-chun, o activista político Raphael Wong, os ex-líderes estudantis Tommy Cheung e Eason Chung e o ex-deputado Lee Wing-tat.

Os nove enfrentam várias acusações criminais, incluindo “incitação para cometer distúrbios públicos”, sendo que os três co-fundadores enfrentam uma acusação adicional de “conspiração para cometer distúrbios públicos” e podem ser condenados até sete anos de prisão.

De acordo com a HRW, após as manifestações, cerca de 200 manifestantes foram acusados por terem participado nas manifestações e dezenas destes foram condenados a crimes como reunião ilegal, posse de arma ofensiva e agressão comum.

Três líderes estudantis – Joshua Wong, Alex Chow e Nathan Law – também foram condenados em 2016 por reunião ilegal e incitamento à violência. Chow recebeu uma sentença de três semanas com uma suspensão de um ano, enquanto Wong e Law receberam ordens para realizarem serviço comunitário de 80 horas e 120 horas, respectivamente.

Durante mais de dois meses, centenas de milhares de pessoas paralisaram quarteirões inteiros da cidade para exigir um verdadeiro sufrágio universal. Mas Pequim não recuou. Os manifestantes treparam pelas barreiras metálicas e entraram na Civic Square, uma praça situada num complexo governamental.

Esta acção desencadeou manifestações mais importantes e dois dias mais tarde teria início o movimento pró-democracia, quando a polícia disparou granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, que se protegeu com guarda-chuvas.

“Desde o movimento “guardas-chuva amarelos”, os governos de Hong Kong e da China têm restringido cada vez mais as liberdades civis daqueles que estavam envolvidos nos protestos”, sublinhou a HRW.

Recentemente, o cancelamento de eventos literários e artísticos e a recusa em permitir a entrada de um jornalista do Financial Times em Hong Kong reacenderam a preocupação com a liberdade de expressão naquele território administrado pela China.

15 Nov 2018

Reactor nuclear na China atinge temperatura sete vezes superior à do Sol

[dropcap]U[/dropcap]m reactor nuclear experimental localizado no leste da China atingiu uma temperatura do plasma superior a 100 milhões graus celsius, quase sete vezes superior ao centro do Sol e capaz de realizar a fusão do núcleo dos átomos.

O reactor manteve aquela temperatura durante quase dez segundos, informou hoje o portal de notícias China.org.cn, acrescentando que é a primeira vez que o reator de fusão termonuclear EAST (sigla em inglês para Tokamak Supercondutor Experimental Avançado), conhecido como “Sol artificial”, atinge aquela temperatura.

O Instituto de Física de Hefei, que está sob alçada da Academia de Ciências da China, afirmou que o feito “lança as bases para o desenvolvimento de energia nuclear limpa”, devido ao uso de deutério e trítio, dois isótopos radioactivos que existem em grande quantidade nos oceanos.

A fusão nuclear é o processo de geração de calor das estrelas, e é considerada a forma mais eficiente e limpa de gerar energia, não produzido material radioactivo.

Este avanço contribuirá para a construção do Reator Experimental Termonuclear Internacional (ITER, sigla em inglês), no sul de França, e que conta com a colaboração de 35 países, incluindo China, Estados Unidos e Rússia, e da União Europeia.

Por agora, o EAST é um dos poucos dispositivos no mundo capazes de levar a cabo experiências relacionadas com a fusão do núcleo atómico.

A fusão é uma reação química que consiste na união de dois átomos, para formar um superior, um processo que liberta uma enorme quantidade de energia, maior inclusive do que a fissão realizada em centrais nucleares, onde se rompem átomos grandes em partículas mais pequenas.

Há dois anos, cientistas da Academia de Ciências da China conseguiram manter estável a fusão do núcleo durante 102 segundos, um recorde até à data, após elevarem a temperatura do hidrogénio até 50 milhões de graus celsius.

Após o aumento térmico, o hidrogénio passou de gás a plasma, o quarto estado da matéria – além do sólido, líquido e gasoso -, em que as partículas se movem a tal velocidade e chocam com tanta força que os electrões se separam do núcleo dos átomos, formando um conjunto ionizado.

O desafio actual é prolongar ao máximo o tempo de fusão, de forma estável e controlada, um esforço que poderá levar ainda vários anos ou décadas, segundo especialistas.

14 Nov 2018

Tailândia quer proibir muay thai a menores de 12 anos depois da morte de jovem

[dropcap]A[/dropcap] Tailândia quer proibir a prática da arte marcial mais popular naquele país a menores de 12 anos e obrigar ao uso de protecções até aos 15, depois da morte de um jovem de 13 anos no sábado.

De acordo com os ‘media’ locais, o ministro do Desporto está a preparar a reforma da lei que incide sobre o boxe tailandês, o muay thai. “O ministério vai acelerar o processo para ser apresentado ao Governo o mais rápido possível”, disse Weerasak Kowsurat, citado pelo jornal Bangkok Post.

Actualmente a lei tailandesa não estabelece nenhuma idade mínima para a participação de crianças e jovens em lutas de boxe e apenas recomenda que os menores de 15 anos devem combater com protecções.

Anucha Thasako, de 13 anos, morreu de uma hemorragia cerebral durante uma luta no sábado, um evento de caridade dentro do templo de Samut Prakan, nos arredores de Banguecoque.

O menor foi atingido por um soco na terceira ronda e foi levado para o hospital, onde acabou por morrer.

De acordo com a imprensa local, Anucha treinava boxe tailandês desde os oito anos e já tinha participado em de cerca de 170 lutas. O boxe tailandês é um dos desportos mais populares na Tailândia, praticado por milhares de crianças, a maioria delas oriundas de famílias pobres que lutam para obterem mais rendimentos.

14 Nov 2018

Suspensa medida que permitia comércio de animais em vias de extinção

Depois de muitos protestos de organizações de defesa dos direitos dos animais, o Governo voltou atrás e decidiu suspender para análise a alteração que iria permitir que caçadores furtivos e contrabandistas comercializassem partes de tigres e rinocerontes

 

[dropcap]A[/dropcap] China suspendeu a alteração à lei que permitiria o comércio de produtos feitos à base de partes de tigres e rinocerontes em perigo de extinção, após o protesto de vários grupos de defesa dos animais.

A agência noticiosa oficial Xinhua citou ontem Ding Xuedong, funcionário do Conselho de Estado, que informa que a alteração que permitiria o comércio de chifres de rinoceronte e ossos de tigre, sob “circunstâncias especiais”, foi “suspensa para análise”.

“Os departamentos relevantes do Governo chinês vão em breve continuar a organizar campanhas especiais de combate focadas em travar o comércio ilegal de rinocerontes, tigres ou produtos derivadas destes animais”, afirmou Ding, citado pela agência. “Vamos lidar com acções ilegais de forma rigorosa”, acrescentou.

A agência detalha que a interdição total da importação e exportação de partes daqueles animais, que estão em perigo de extinção, ou o seu uso na medicina tradicional chinesa, vão-se manter.
Ding não esclareceu se a suspensão significa que a decisão pode ser revogada.

Questão de imagem

Ossos de tigre e chifres de rinoceronte são usados na medicina tradicional chinesa, apesar da falta de evidência sobre a sua eficácia no tratamento de doenças e do impacto na vida selvagem.

No mês passado, as autoridades afirmaram que iriam permitir o comércio à base de partes do corpo de tigres e rinocerontes, sob “circunstâncias especiais”, levando a protestos de grupos de defesa dos animais.
O Fundo Mundial para a Natureza considerou que a decisão de Pequim iria ter “consequências devastadoras a nível global”, ao permitir que caçadores furtivos e contrabandistas se ocultassem por detrás do comércio legal.

O Partido Comunista Chinês raramente responde à pressão internacional, e a decisão parece reflectir preocupações sobre a reputação do país como apoiante da preservação do ambiente. A China é já um dos principais destinos para partes de animais em risco de extinção, incluindo marfim e pele de elefante, ou carne e escalas de pangolim.

Em 2016, o Fundo Mundial para a Natureza e o Global Tiger Forum contabilizaram cerca de 3.890 tigres, em todo o mundo. Estimativas apontam para menos de 30.000 rinocerontes.

14 Nov 2018

Mercado imobiliário chinês vai enfrentar recessão em 2019, diz banco estatal

[dropcap]O[/dropcap] mercado imobiliário chinês vai enfrentar uma recessão em 2019, segundo um relatório publicado hoje pelo banco estatal de investimento Corporação Internacional de Capital da China (CICC), confirmando o receio de vários analistas.

O documento prevê um “decréscimo significativo” das vendas, investimento e novas construções, no próximo ano, o que já levou muitas promotoras a cancelar a compra de terrenos, face à contracção do mercado.

Pequim “deve alterar as políticas destinadas a arrefecer o mercado imobiliário”, recomenda a CICC, nomeadamente através da redução do valor mínimo de entrada na compra de um imóvel, facilitar o acesso ao crédito e reduzir as taxas de juro.

A mesma nota refere que, devido à baixa procura, em setembro e outubro os proprietários tiveram de fazer “grandes promoções”, incluindo oferecer carros na compra de habitação ou baixar os preços até 30%, o que levou a protestos dos anteriores compradores, que pagaram preços mais altos.

Os últimos dados revelam uma queda homóloga do investimento no sector imobiliário de 8,9%, em Setembro, e 9,2%, em Agosto.

A CICC considera “provável” que a venda de propriedades na China “abrande [em 2019], pela primeira vez em cinco anos”, apontando para uma queda de 10%, tanto no volume de vendas como nos preços. O investimento e as novas construções também devem registar uma queda de 5% e 10%, respectivamente, aponta.

O mercado imobiliário é um dos principais motores de crescimento da economia chinesa e os economistas temem que sinais de sobre-endividamento dos construtores abalem o sistema financeiro do país.

No espaço de uma década, enquanto as economias desenvolvidas estagnaram, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos e dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas.

No entanto, segundo a agência suíça Bank for International Settlements (BIS), durante o mesmo período, a dívida chinesa quase duplicou, para 257% do Produto Interno Bruto (PIB).

Um dos efeitos mais visíveis do desperdício gerado por uma década de crescimento assente na construção são as mais de 50 milhões de casas vazias, cerca de 22% do imobiliário urbano no país, de acordo com um estudo a nível nacional, designado China Household Finance Survey.

“Os principais agentes económicos e financeiros da China não abordaram as perspectivas de arrefecimento no mercado imobiliário”, afirmou o CICC.

Também um relatório publicado na semana passada pela agência de avaliação de risco Standard & Poor’s (S&P) indica que o preço do imobiliário na China atingiu o seu valor máximo e pode cair até cinco por cento, em 2019.

A agência adverte que as cidades pequenas são “muito mais vulneráveis” a uma possível desaceleração, que poderá fazer com que passem “rapidamente” de “motores de crescimento” a “travões ao crescimento”.

Para os promotores imobiliários chineses, os grandes riscos são a “liquidez e refinanciamento”, lê-se no relatório, que aponta para um “panorama de financiamento mais desfavorável em anos”.

13 Nov 2018

NATO apela à China para aderir a tratado de controlo de armas nucleares

[dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, criticou hoje o programa de desenvolvimento de mísseis de médio alcance da China, apelando ao país para aderir ao tratado internacional de controlo deste armamento.

“Vimos que a China investiu fortemente em armas novas e modernas, incluindo mísseis, e a metade dos seus mísseis violaria o tratado INF (Intermediate Nuclear Forces) se a China fosse signatária”, disse Jens Stoltenberg numa entrevista à cadeia de televisão pública alemã ZDF.

Stoltenberg fazia referência ao tratado sobre armas nucleares de médio alcance (INF), assinado em 1987 pelos então dirigentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbatchev, que visa eliminar os mísseis lançados a partir do solo e com um alcance entre 500 a 5.500 quilómetros. “Somos favoráveis ao alargamento deste tratado de forma a que a China também possa fazer parte”, disse.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou recentemente a retirada do seu país deste tratado, alegando violações do acordo por parte da Rússia e evocando os programas de armamento da China como fundamentos.

Relativamente a Moscovo, os Estados Unidos questionam o novo sistema russo 9M729, mísseis disparados a partir de um dispositivo terrestre e cujo alcance ultrapassa, segundo Washington, os 500 quilómetros, o que Moscovo desmente.

“A NATO não vê uma nova corrida ao armamento, mas estamos muito preocupados com os novos mísseis russos. São móveis, podem transportar cargas nucleares e podem atingir cidades da Europa central como Berlim”, assinalou Stoltenberg.

13 Nov 2018

ASEAN | Membros assinam acordo para facilitar comércio electrónico

Os países do Sudeste da Ásia, representados em Singapura pelos ministros das Finanças, acordaram no estabelecimento de medidas que promovem as trocas comerciais on-line entre os Estados-membros. A guerra comercial é um dos principais temas na agenda da reunião que se realiza na cidade-Estado e que conta com a presença da China e dos Estados Unidos como convidados

 

[dropcap]O[/dropcap]s ministros das Finanças dos Estados-membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) assinaram ontem em Singapura um acordo que visa facilitar as transacções de comércio electrónico na região.

O acordo assinado tem como objectivo promover o comércio electrónico e a cooperação entre empresas e Governos, que irá gerar transacções mais eficientes, defendeu durante a cerimónia de assinatura do acordo o ministro da Finanças de Singapura, Chan Chun Sing.

Numa reunião paralela, o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, apelou a uma maior integração entre os países do Sudeste da Ásia, num momento em que o multilateralismo está sob ameaça, como resultado de medidas proteccionistas implementadas por Washington e Pequim.

A guerra comercial é um dos principais temas das conversações da cimeira de líderes da ASEAN, que se realiza até quinta-feira, e que conta com a participação da Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas.

Os Estados Unidos, a China, Rússia, Japão ou Coreia do Sul, estão entre os convidados desta reunião.
A ausência mais notada durante o Fórum Asiático será a do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que será representado pelo vice-presidente Mike Pence.

O vice-Presidente vai ainda esta semana a uma cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, na Papua Nova Guiné. Ontem, a líder da antiga Birmânia (agora Myanmar) discursou durante uma reunião comercial.
A legislatura de Aung San Suu Kyi ficou até agora marcada pela ofensiva militar na zona oeste do país contra a minoria muçulmana Rohingya, que levou cerca de 723.000 membros da comunidade a fugirem para o Bangladesh, e pela estagnação das negociações de paz com as cerca de 20 guerrilhas formadas por minorias.

13 Nov 2018

Opinião da Xinhua condena proteccionismo no Fórum da Paz

[dropcap]E[/dropcap]ste domingo em Paris decorreu o Fórum da Paz, que contou com a presença de 60 chefes de Estado e 30 organizações internacionais para discutir ideias para a segurança global. Além disso, centenas de pessoas prestaram tributo aos asiáticos “sacrificados” em território francês durante a I Guerra Mundial, escreveu a agência chinesa Xinhua.

Os líderes defenderam a necessidade de se combater os velhos “demónios” do primeiro conflito mundial e a aposta no multilateralismo, ideia também defendida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“É impossível falar de governação sem escolher entre unilateralismo e multilateralismo. Eu sou pelo multilateralismo, porque acredito que o multilateralismo é a única forma de resolver problemas no mundo”, disse.

Num comentário publicado este domingo na agência Xinhua, Tian Dongdong e Ying Qiang defenderam que “cem anos depois do fim da I Guerra Mundial, o mundo precisa, mais do que nunca, de um novo tipo de relações internacionais”.

“Infelizmente, a mentalidade de hegemonia é ainda popular no seio de políticos e especialistas cem anos depois do Armistício de 1918. Está espelhado na realidade de certos países que procuram ser os ‘primeiros’ ao nível das relações internacionais, impondo os seus sistemas políticos a outros países e interferindo intencionalmente nas questões de política interna de outros países. O reflexo hegemónico é também visível no medo de alguns países e na tentativa de evitar que outros recuperarem”, lê-se.

Nesse sentido, os autores do comentário defendem que, “para evitar erros do passado, as nações devem abandonar esta mentalidade hegemónica e procurar construir uma comunidade de partilha no futuro para criar um novo tipo de relações internacionais baseadas no respeito mútuo, igualdade e cooperação com resultados para todos”.

Isto porque, “com o modo antigo, na lei da selva, juntamente com o unilateralismo, irá crescer o risco de uma nova guerra”. “Para manter a paz e estabilidade, os países devem quebrar com suas divisões ideológicas. Afinal de contas, as nações podem prosperar ao não construírem muros de proteccionismo mas trabalhando em conjunto”.

Estas declarações surgem numa altura que a China e os Estados Unidos correm o risco de enfrentar uma guerra comercial face às medidas proteccionistas de Donald Trump. Em Março deste ano, a China apelou a Washington para que “trave” as medidas proteccionistas e “respeite as regras” do comércio multilateral, após Trump ter anunciado um aumento das tarifas para as importações de alumínio e aço.

13 Nov 2018

Chineses gastaram mais de 30,8 mil milhões de dólares online no “Dia dos Solteiros”

[dropcap]O[/dropcap]s consumidores chineses estabeleceram um novo recorde de gastos ‘online’ durante o “Dia dos Solteiros” no país, com as principais plataformas chinesas a facturarem, no total, 30,8 mil milhões de dólares.  O valor dos gastos representa um acréscimo de 27%, face ao ano passado.

Lançado em 2009 pelo gigante do comércio electrónico chinês Alibaba, que opera os populares ‘sites’ de compras Taobao e Tmall, o “Dia dos Solteiros” consiste em promoções nas empresas de comércio electrónico e grandes armazéns.

Durante a gala que marcou o dia, em Xangai, um ecrã exibiu em tempo real os gastos. Antes das 16h00 horas de domingo, as vendas tinham alcançado os 24,2 mil milhões de dólares, superando o total registado no ano passado.

O CEO do Alibaba, Daniel Zhang, considerou que os resultados reflectem a “força e crescimento da economia de consumo” no país. O “Dia dos Solteiros” começou a ser celebrado na China nos anos 1990 por estudantes universitários. A data escolhida é 11 de novembro pelos quatro ‘um’ que combinam neste dia (11/11), que afigura assim a condição de solteiro.

O Alibaba acabou por associar o dia a descontos em compras ‘online’. No Weibo, o Twitter chinês, vários comentários assinalaram o dia: alguns utilizadores anunciaram orgulhosamente que tinham resistido ao ímpeto do consumo, enquanto outros exibiam uma lista com todo o tipo de produtos adquiridos.

Jack Ma, o fundador do grupo Alibaba e um dos homens mais ricos na China, afirmou durante a abertura da gala em Xangai que o Dia dos Solteiros “não é um dia de descontos, mas antes de gratidão”. “É quando os retalhistas usam os melhores produtos e melhores preços como forma de agradecimento aos consumidores”, disse.

A data acarreta também grandes impactos ambientais. Enquanto as plataformas de comércio electrónico se comprometeram a utilizar embalagens biodegradáveis como forma de reduzir o desperdício, uma pesquisa realizada este mês pela Greenpeace revela que muitos dos plásticos classificados como biodegradáveis e usados pelos retalhistas chineses podem ser destruídos apenas sob altas temperaturas, em instalações que são ainda raras no país.

A organização ambiental estima que, em 2020, este tipo de embalagens produzirá o equivalente a 721 cargas de camião de lixo, por dia, no país.

12 Nov 2018

Mulher morre em Hong Kong após excesso de tratamento estético de botox

[dropcap]U[/dropcap]ma mulher de 52 anos morreu hoje em Hong Kong devido ao excesso de tratamento de botox numa clínica de estética, o terceiro caso em menos de um mês na China, anunciaram os media locais.

Segundo a polícia local, a mulher terá recebido mais de dez injecções de botox, tendo sido transferida já em estado crítico para o Queen Elizabeth Hospital, onde foi confirmada a sua morte. O caso está agora a ser investigado pelas entidades especializadas.

A toxina botulínica, mais conhecida como Botox, que em doses elevadas pode causar paralisia muscular progressiva, dificuldades respiratórias e até a morte, é uma neurotoxina utilizada como tratamento para algumas doenças neurológicas e como produto cosmético para eliminar as rugas faciais.

Este é o terceiro caso em menos de um mês: em Novembro, uma mulher de 41 anos ficou doente na China depois de ter feito um tratamento com Botox.

No mesmo mês, uma jovem de 24 anos foi internada no Queen Elizabeth Hospital após receber uma injeção de neurotoxina, que causou náuseas, tonturas e falta de ar, de acordo com os media da China.

12 Nov 2018

Coreia do Sul entrega milhares de tangerinas a Pyongyang

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul entregou milhares de caixas de tangerinas à Coreia do Norte em troca de grandes remessas de cogumelos, efectuadas em Setembro, anunciaram hoje as autoridades de Seul.

O Ministério da Defesa sul-coreano informou que o país vai enviar mais 200 toneladas de tangerinas para a Coreia do Norte esta tarde. No domingo, os aviões militares sul-coreanos voaram duas vezes para Pyongyang para entregar as frutas e vão voltar a fazer o mesmo durante a tarde de hoje.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram em meados de Setembro uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington.

Na sequência desta ocasião e como gesto de boa fé, a Coreia do Norte enviou duas toneladas de cogumelos aos vizinhos do Sul.

O transporte aéreo de tangerinas é um sinal que as duas Coreias estão a estreitar os laços, apesar das sanções internacionais e da pressão da comunidade internacional para que o Norte renuncie ao programa nuclear.

Na terça-feira passada, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou ter adiado um encontro com um alto dirigente norte-coreano.

Pompeo ia encontrar-se, em Nova Iorque, com Kim Yong-chol para discutir os progressos no desarmamento norte-coreano e preparar uma nova cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e Kim Jong-un.

Na sexta-feira, a Coreia do Norte advertiu que poderá reativar uma política de Estado dirigida a fortalecer o arsenal nuclear se os Estados Unidos não suspenderem as sanções económicas contra Pyongyang.

12 Nov 2018

Portugal representado pela primeira vez no centenário do armistício em Hong Kong

[dropcap]P[/dropcap]ortugal esteve ontem representado pela primeira vez nas comemorações em Hong Kong do Dia do Armistício da I Guerra Mundial, numa estreia que um representante da Liga dos Combatentes considerou positiva para a imagem internacional do país.

A presença reveste-se de especial importância pela “projecção da imagem do país junto da comunidade internacional”, afirmou Vitório Rosário Cardoso, após a cerimónia, durante um encontro do representante português, o adido da Defesa da embaixada em Pequim, com membros da comunidade lusófona de Hong Kong, vizinha de Macau.

“Normalmente, nestas ocasiões, quem não aparece, não existe (…) no mundo diplomático e no circuito diplomático, seja militar ou político”, o que tem um significado muito importante porque (…) projectou o nome de Portugal junto de uma comunidade multissetorial”, acrescentou.

Para o adido da Defesa em Pequim, Mário Mendes Saraiva, esta primeira representação “é uma grande honra”, sobretudo pela “distinção que fez o representante inglês ao mencionar o nome da embaixada de Portugal, em detrimento de outras comunidades”.

Cem anos depois do fim simbólico da Primeira Guerra Mundial, milhares de pessoas reuniram-se ao largo do Cenotáfio de Hong Kong, bem no centro da cidade, para homenagear as vítimas das duas guerras mundiais.

A comemoração do aniversário do centenário prosseguiu no Club de Recreio de Hong Kong, de grande significado para a comunidade lusa, porque “recorda os portugueses em combate na I e II Guerra Mundial, esta última já sob bandeira britânica”, sublinhou Vitório Cardoso, responsável pela reactivação da delegação da Liga dos Combatentes em Macau e Hong Kong, e ainda de uma outra extensão em Timor-Leste.

De resto, destacou, “os próprios militares portugueses em Hong Kong formaram uma companhia só de portugueses no regimento real de Hong Kong”.

Neto de um soldado que combateu na I Guerra Mundial, Francisco Roza disse à Lusa que esta primeira representação portuguesa nas cerimónias tem um valor simbólico pessoal. “O meu avô esteve envolvido na I Guerra Mundial, tenho comigo o certificado: era soldado voluntário”, lembrou, emocionado.

Igualmente comovido, Anthony Cruz disse ter evocado a memória do pai e dos tios que combateram nas duas guerras mundiais. “Pela primeira vez, prestei hoje homenagem a todas as almas valentes” envolvidas nos conflitos e que “lutaram para sobreviver”, disse.

Conhecido como Tony Cruz, seis vezes campeão nas corridas de cavalos em Hong Kong, proeminente personalidade da comunidade portuguesa na antiga colónia britânica, o descendente luso salientou ter pena de que só agora Portugal tenha marcado presença nas cerimónias do Dia do Armistício.

“Já devíamos [descendentes de portugueses] ter sido representados antes, porque somos aqueles que ficámos, depois de todos terem emigrado para os países falantes de língua inglesa”, declarou.

Hoje está prevista uma cerimónia, ainda para assinalar o Dia do Armistício, na capela de São Miguel Arcanjo, em Macau.

12 Nov 2018

Tailândia | Detido soldado infectado com HIV por violar mais de 70 adolescentes

[dropcap]A[/dropcap] polícia tailandesa deteve um soldado de 43 anos, infectado com o vírus do HIV/Sida, acusado de chantagear e violar mais de 70 adolescentes, informaram sexta-feira as autoridades.

De acordo com um comunicado, a polícia local recebeu uma denúncia sobre o suspeito, identificado como Jakkrit, que usava perfis falsos na rede social Facebook e na aplicação móvel de encontros ´gay´ Blued, na qual aliciava as vítimas entre os 13 e os 18 anos e lhe pedia para enviarem fotografias nuas. Depois, ameaçava-as com a divulgação das imagens se estas se recusassem a fazer sexo com ele.

O Tenente-Coronel da polícia, Nacharot Kaewpetch, informou que as autoridades descobriram medicação para o tratamento da doença na casa do suspeito, na província de Khon Kaen, nordeste do país. Os testes confirmaram que estava infetado com o vírus.

As autoridades suspeitam que possa haver mais vítimas que não tenham apresentado denúncias, disse a polícia tailandesa. Jakkrit está acusado de seis crimes: falsa identidade, sexo com menores com ou sem consentimento, agressão, separação de um menor dos pais sem motivo, chantagem e coacção para realização de actos impróprios, afirmaram as autoridades.

12 Nov 2018

ONU | HRW exige defesa de uígures por parte de países muçulmanos

[dropcap]A[/dropcap] Human Rights Watch (HRW) emitiu esta sexta-feira um comunicado onde questiona as razões pelas quais os países muçulmanos não apoiaram abertamente a questão de Xinjiang durante o terceiro Exame Periódico Universal do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Nem um único Governo da Organização para a Cooperação Islâmica [organização inter-governamental] exigiu abertamente explicações à China sobre os abusos chocantes perpetados a muçulmanos, o que tornou o caminho mais fácil para a China considerar esse criticismo como outra ‘conspiração do ocidente’”, lê-se.

A HRW frisa que “apenas a Turquia reconheceu o problema, tendo falado da ‘detenção de individuos sem mandatos de captura’ mas sem uma referência específica a Xinjiang”. Uma das razões apontadas pela HRW para o silêncio dos países muçulmanos prende-se com o facto de “alguns desses governos serem cúmplices com a campanha de Pequim, que tem obrigado ao regresso forçado de muçulmanos turcos, sobretudo uigures, para a China”. De acordo com o mesmo comunicado, a China também tem vindo a negar “a ida segura destas pessoas para terceiros países, sendo providenciada informação sobre estes individuos às autoridades chinesas”.

“Não é claro porque é que a defesa dos muçulmanos na China é um tema quase exclusivo dos governos ocidentais. Mas um fim à crise dessa comunidade irá exigir uma intervenção por parte de um coro estrangeiro”, aponta a HRW.

A delegação da China respondeu a um total de 300 perguntas de 150 países estrangeiros, tendo o debate ficado marcado pela questão dos direitos humanos na região autónoma de Xinjiang.

“De acordo com o que os diplomatas séniores chineses disseram no terceiro Exame Periódico Universal do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Xinjiang é um lugar ‘muito bonito, seguro e estável’. Só se isso fosse verdade!”, conclui a organização não governamental.

11 Nov 2018