Timor-Leste e Austrália analisam fronteiras e cooperação na segurança

[dropcap]A[/dropcap]ltos funcionários dos governos de Timor-Leste e da Austrália reuniram-se terça-feira em Díli para analisar a relação entre os dois países, com destaque para as fronteiras e cooperação na segurança, segundo um comunicado conjunto.

“As autoridades discutiram a amplitude e profundidade do relacionamento cooperativo de longa data entre Timor-Leste e a Austrália, os interesses partilhados na região e como ambos os países podem colaborar mais estreitamente para promover o seu compromisso comum com a ordem internacional baseada em regras”, pode ler-se no comunicado divulgado.

O encontro, a primeira Reunião de Altos Funcionários sobre Relações Bilaterais, foi organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) timorense e reflete, segundo o comunicado, “a dinâmica do relacionamento desde a assinatura do Tratado de Fronteiras Marítimas em março deste ano”.

No caso das fronteiras, os dois governos comprometeram-se a avançar na implementação do Tratado das Fronteiras Marítimas “assim que os seus processos internos estivessem concluídos e o novo regime regulador tivesse sido acordado com as empresas cujos interesses se moveriam para território exclusivo de Timor-Leste assim que o tratado entrar em vigor”.

Sete meses depois da assinatura do documento, o tratado continua por ser ratificado, tendo o processo sido iniciado na Austrália, não em Timor-Leste, onde o parlamento tem estado envolvido em questões relacionadas com as contas públicas. Na agenda da reunião estiveram assuntos como a “expansão da cooperação bilateral em segurança na região e as direções futuras para a parceria para o desenvolvimento”.

A Austrália reiterou ainda “o seu apoio aos esforços de Timor-Leste para se juntar à Associação das Nações do Sudeste Asiático, à Organização Mundial do Comércio e à Commonwealth das Nações, da qual a Austrália é um membro fundador”.

A delegação timorense no encontro foi liderada pelo embaixador Isílio Coelho, diretor-geral de Assuntos Bilaterais do MNEC, pelo lado de Timor-Leste, enquanto a delegação australiana foi encabeçada por Julie Heckscher, primeira secretária adjunta da Divisão do Sudeste Asiático do Departamento de Relações Exteriores e Comércio.

Camberra acolherá a próxima reunião de altos funcionários em 2019, antes das primeiras conversações anuais entre os chefes da diplomacia dos dois países.

17 Out 2018

Laboratório chinês multado em mais de nove mil milhões de yuan por vacinas ilegais

[dropcap]A[/dropcap] empresa farmacêutica chinesa envolvida no escândalo de vacinas com defeito ocorrido no verão terá de pagar uma multa equivalente a mais de mil milhões de euros, anunciaram hoje as autoridades.

Os serviços de Saúde chineses detetaram em Julho um processo de produção ilegal de vacinas contra a raiva num laboratório da província de Jilin, no nordeste da China, e o caso provocou controvérsia junto da opinião pública do país.

A empresa autora do crime, Changchun Changsheng, falsificou registos de produção e modificou parâmetros de fabrico. Quinze pessoas foram detidas.

“O montante total do dinheiro apreendido e das multas infligidas atingirá os 9,1 mil milhões de yuans”, indicaram em comunicado conjunto a Administração Estatal dos Medicamentos e o Departamento de Controlo dos Produtos Alimentares e Farmacêuticos da província de Jilin, onde se situa a sede do laboratório.

Este montante inclui nomeadamente a apreensão de 1,89 mil milhões de yuans de receitas geradas pela venda das vacinas com defeito.

No comunicado, o laboratório é acusado de ter modificado centrifugadoras, de ter misturado mal as soluções-base durante a produção e ainda de ter “destruído discos duros e provas para esconder os seus atos ilegais”.

Um total de 14 dirigentes, entre os quais a presidente do conselho de administração, Gao Junfang, não poderão mais trabalhar na indústria farmacêutica.

A multa anormalmente pesada imposta à Changchun Changsheng surge num contexto de extrema sensibilidade sobre as questões da saúde infantil da opinião pública na China. Devido à política de redução dos nascimentos, a maior parte dos casais só tem um filho.

Logo no início do escândalo, o Presidente chinês, Xi Jinping, juntou-se aos protestos, condenando as práticas “desprezíveis e chocantes” da empresa farmacêutica.

Em Agosto, muitos responsáveis políticos e de organismos de controlo dos medicamentos foram demitidos das respetivas funções, e iniciou-se uma inspecção nacional aos laboratórios de fabrico de vacinas, mas muitos pais dizem que deixaram de ter confiança nas doses produzidas na China.

As autoridades chinesas impõem com alguma frequência multas a empresas culpadas de irregularidades, mas os montantes raramente alcançam o valor agora registado. Em Março, o organismo que fiscaliza os mercados bolsistas infligiu uma sanção de 5,5 mil milhões de yuans a uma firma acusada de manipulação de preços.

Este caso de vacinas ilegais fez muitas mães procurarem serviços de vacinação em Macau e Hong Kong em clínicas privadas, uma vez que, no caso da RAEM, os Serviços de Saúde apenas disponibilizam vacinação gratuita a residentes permanentes.

Em 2008, um enorme escândalo relacionado com leite em pó para bebés contaminado (seis crianças morreram, mais de 300.000 foram contaminadas) causou grande indignação. A empresa Sanlu, então uma das jóias da indústria nacional de laticínios, foi condenada a pagar uma multa de 50 milhões de yuans.

17 Out 2018

China impõe medidas ‘anti-dumping’ sobre químicos oriundos dos EUA e Japão

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que vai impor medidas ‘antidumping’ (venda abaixo do custo de produção) sobre importações de ácido iodídrico provenientes dos Estados Unidos e Japão, a partir de 16 de outubro.

As alfândegas chinesas vão cobrar entre 41,1% e 123% em taxas sobre o ácido iodídrico proveniente daqueles dois países, durante os próximos cinco anos.

O ministério chinês do Comércio informou, em comunicado, que aquela medida vai ser adoptada depois de se terem verificado danos substanciais causados à indústria nacional.

A investigação realizada pelas autoridades chinesas, entre 16 de outubro de 2017 e junho deste ano, concluiu que as empresas norte-americanas e japonesas que vendem aquele químico fixaram preços inferiores aos custos de produção.

15 Out 2018

Coreias vão avançar com projeto para ligar ferrovia e rede viária

[dropcap]A[/dropcap]s duas Coreias rivais acordaram realizar um evento inédito no final de Novembro ou início de Dezembro relacionado com um ambicioso projeto para conectar as suas ferrovias e redes viárias, informou hoje o Ministério da Unificação da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte a Coreia do Sul concordaram também em realizar conversações militares para discutir a redução das tensões nas fronteiras e a criação de um comité militar conjunto destinado a manter a comunicação, bem como a evitar crises e eventuais confrontos acidentais.

As Coreias acordaram ainda em prosseguir conversações entre as autoridades desportivas no final de outubro para discutir planos de enviar equipas combinadas para as Olimpíadas de Verão de 2020 e fazer um esforço para garantirem a organização conjunta dos Jogos de Verão de 2032.

Finalmente, as duas Coreias decidiram promover reuniões da Cruz Vermelha em novembro, de forma a organizarem encontros por videoconferência entre familiares idosos separados pela Guerra da Coreia (1950-1953).

15 Out 2018

Alto quadro chinês defende que religião no Xinjiang deve ser “achinesada”

[dropcap]U[/dropcap]m alto quadro chinês defendeu este fim-de-semana que as autoridades devem manter os esforços para “achinesar” a religião, durante uma visita ao extremo noroeste do país, onde muçulmanos estão a ser forçados a doutrinação política.

You Quan, diretor do Departamento da Frente Unida de Trabalho do Comité Central do PCC, que está encarregue de supervisionar os assuntos étnicos e religiosos, fez as afirmações durante uma visita à região do Xinjiang.

Organizações estrangeiras têm denunciado, nos últimos meses, o internamento “massivo” e “arbitrário”, na região, de até um milhão ou mais de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure em campos onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao PCC.

Pequim argumenta que os “centros de educação vocacional” são necessários para ajudar “os que foram enganados pelo extremismo religioso (…) através do reassentamento e educação”.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, You defendeu que “a liderança do Partido sobre o trabalho religioso deve ser mantida” e apelou ao combate “contra a infiltração do extremismo religioso”.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, o internamento dos uigures ocorre sem direito a julgamento, nem acesso a advogados e familiares. As detenções podem ocorrer sob acusações como aceder a portais estrangeiros ou contactar familiares além-fronteiras.

Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.

Desde então, as autoridades lançaram uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete.

15 Out 2018

Milhares protestam em Hong Kong contra projecto multimilionário na ilha de Lantau

[dropcap]Q[/dropcap]uase seis mil pessoas da ilha de Lantau protestaram no domingo em Hong Kong contra a criação de uma ilha artificial que pode custar cerca de 500 mil milhões de dólares de Hong Kong, noticiou hoje o South China Morning Post (SCMP).

Em causa está o projecto proposto pela Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, intitulado de “Visão Lantau Amanhã”, que prevê a construção de um centro residencial e de negócios em 1.700 hectares de terras recuperadas, que deverão abrigar cerca de um milhão de pessoas, noticiou hoje o SCMP.

“Primeiro, há o ambiente, segundo, eles estão efetivamente a atacar os cofres públicos, e seria mais prudente gastar o dinheiro em áreas como a saúde e educação”, defendeu uma manifestante citada pelo SCMP, numa alusão ao facto do investimento estimado representar cerca de metade das reservas fiscais daquele território administrado pela China.

Outros opositores ao projeto sugeriram também impulsionar o aproveitamento dos terrenos de forma mais rentável para a ilha, incluindo o desenvolvimento de mil hectares de terras agrícolas ou de 1.300 hectares de áreas industriais abandonadas.

A esmagadora maioria dos residentes de Lantau são originários da ilha, muito desabitada e coberta de montanhas, caracterizada pelos vastos espaços verdes e procurada turisticamente pelas suas praias e mosteiros.

De acordo com Carrie Lam, a metrópole proposta para a zona leste da ilha pode tornar Lantau no terceiro distrito comercial de Hong Kong, logo depois de Central e Kowloon (Este).

15 Out 2018

Celebridade chinesa da Internet detida por “desrespeitar” hino da China

[dropcap]U[/dropcap]ma celebridade ‘online’ chinesa foi detida pela polícia, por cinco dias, ao abrigo da Lei do Hino, depois de ter cantado parte da Marcha dos Voluntários de forma “desrespeitosa”, durante a transmissão de um vídeo.

Yang Kaili, de 21 anos, que tinha 44 milhões de seguidores numa plataforma chinesa de transmissão de vídeos, “insultou” o hino nacional, em 7 de Outubro, segundo um comunicado da polícia do distrito de Jingan, em Xangai.

Yang falava de um festival de música, quando cantou o início da Marcha dos Voluntários, enquanto movimentava os braços no ar como um maestro.

O comunicado da polícia descreve o comportamento de Yang como “um insulto à dignidade do hino nacional”, que “causou repúdio aos internautas”.

A detenção de Yang decorre sob uma lei aprovada no ano passado, que determina que quem modificar o conteúdo ou cantar o hino de forma “distorcida ou desrespeitosa, em público”, pode ser detido até 15 dias ou condenado a uma pena de prisão até três anos.

Semelhante legislação foi também aprovada em Macau e Hong Kong, depois de vários incidentes na antiga colónia britânica envolvendo o hino chinês, incluindo ter sido vaiado em jogos de futebol.

Em Macau não há registo de manifestações públicas de desrespeito.

Yang publicou dois pedidos de desculpa na rede social Weibo, admitindo ter cometido um “erro estúpido”.

“O que eu fiz foi magoar os vossos sentimentos. Peço desculpa à pátria, aos fãs, aos internautas e à plataforma”, afirmou.

Yang revelou que vai suspender as transmissões para “estudar” e “assistir a filmes patrióticos”.

A plataforma Huya eliminou imediatamente os vídeos de Yang e bloqueou a sua conta.

O Vídeo

15 Out 2018

Hong Kong | Ex-deputada pró-democracia afastada de eleições

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong rejeitou, na sexta-feira, a candidatura de uma ex-deputada pró-democracia às eleições do Conselho Legislativo, decisão imediatamente contestada por activistas e grupos de direitos humanos. De acordo com o jornal South China Morning Post, Lau Siu-lai foi impedida de concorrer às eleições do Conselho Legislativo, no próximo dia 25 de Novembro, por já ter defendido a autodeterminação da região administrativa especial chinesa. A organização não-governamental (ONG) Hong Kong Watch, que monitoriza as liberdades e o Estado de direito no território, referiu que a decisão comprova que existe “uma avaliação política de candidatos de quem Pequim não gosta” que “viola o direito de participar em eleições justas e livres”. Na noite de sexta-feira, Lau e uma dúzia de activistas pró-democracia protestaram no exterior da sede do Governo de Hong Kong e marcharam até ao gabinete da Chefe do Executivo do território, de acordo com o mesmo jornal.

15 Out 2018

Espaço | Brasil celebra trinta anos de parceria com a China

A cooperação entre as duas nações já permitiu a produção de cinco satélites sino-brasileiros. O sexto lançamento deverá acontecer em 2019. Na calha está também uma parceria com Portugal

[dropcap]O[/dropcap] Brasil e China celebram este ano três décadas de cooperação bilateral na área de satélites e o director da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho, afirmou ter também em vista projectos futuros com Portugal.

“O nosso relacionamento com Portugal, na área espacial, sempre foi muito pretendido. Portugal, há cerca de três anos, começou a pensar seriamente em desenvolver um programa espacial, envolvendo a Europa, mas procurou-nos (ao Brasil) também. Nós achamos esse projecto muito bom, uma oportunidade de retribuir o facto dos portugueses terem descoberto o nosso país”, afirmou José Raimundo Coelho, em entrevista à agência Lusa.

O director da Agência Espacial Brasileira (AEB) adiantou que a  oportunidade de parceria com Portugal já deu os primeiros passos, com a criação de um centro de desenvolvimento na área espacial nos Açores. José Raimundo Coelho disse ainda que, no momento, Portugal encontra-se a “atender uma chamada pública” que a Agência Espacial Europeia lançou, e espera que o Brasil possa ajudar nesse projeto.

“Essa seria uma forma de começarmos um projecto espacial com Portugal. Se não acontecer dessa maneira, o Brasil vai batalhar para que aconteça de outra forma”, afirmou o diretor da AEB, que confidenciou à Lusa ter ascendência portuguesa.

Laços fortes

No entanto, se as relações entre o Brasil e Portugal, na área espacial, ainda estão a começar, com a China a ligação já está bem consolidada, celebrando 30 anos de colaboração.

A parceria, conhecida como Programa Cbers (sigla em inglês para Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), permitiu a produção de cinco satélites sino-brasileiros [pertencentes à China e ao Brasil] de recursos terrestres.

O sexto equipamento, o Cbers-4A, tem o seu lançamento previsto para o próximo ano, na cidade de Taiyuan.

Coordenado pela Agência Espacial Brasileira e pela Administração Nacional Espacial da China, o programa permitiu o desenvolvimento de um sistema completo para o fornecimento de imagens gratuitas a ambos os países e a mais de 20 nações da América do Sul, do sul de África e do sudeste asiático.

Para José Raimundo Coelho, esta parceria duradoura não podia ter melhores frutos: “Os resultados são excepcionais. Os brasileiros e os chineses já conversavam sobre a possibilidade de colaboração desde o ano de 1984, só que num outro segmento da área espacial”, disse.

No início, “os chineses já estavam um pouco avançados em relação ao Brasil, mas não muito, e isso foi óptimo, porque se estivessem muito avançados, essa união de esforços e competências não daria os resultados que acabou por dar”, afirmou o diretor da AEB.

Ao longos das últimas três décadas, foram lançados com sucesso o Cbers-1 (1999), Cbers-2 (2003) e Cbers-2B (2007). O Cbers-3 teve uma falha ocorrida no lançamento em Dezembro de 2013. O Cbers-4 foi lançado em Dezembro de 2014 e continua em operação.

O sexto satélite está em fase de testes e é desenvolvido em conjunto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.

Um dos pontos mais importantes do programa Cbers é a distribuição das imagens geradas pelos satélites, cobrindo as áreas ambientais e agrícolas. A distribuição das imagens é gratuita e, actualmente, mais de 20 mil instituições brasileiras já receberam o material.

O Cbers-4A irá garantir a continuidade do fornecimento de imagens para monitorizar o meio ambiente, a expansão da agricultura e das cidades.

“Todas as pessoas do mundo podem precisar de usar (estas imagens). Por exemplo, se precisar de melhorar alguma infraestrutura, o governo (brasileiro) exige que se apresente imagens de satélite. Para se fazer uma escritura de um terreno, eles pedem imagens de satélite”, garantiu José Raimundo Coelho, assegurando que a distribuição dessas imagens é totalmente gratuita.

Estando o Brasil a atravessar um atípico período eleitoral, o director da Agência Espacial Brasileira assumiu que espera que o novo Presidente da República brasileiro apoie o desenvolvimento espacial no país.

“Essa é uma esperança constante nossa, de que todos os governos apoiem e reconheçam a importância que essa área tem para o país. Isso não quer dizer que esse apoio já tenha ocorrido no nível que devia. Nós temos muitas queixas a esse nível”, explicou.

“Tentamos usar exemplos de países que dão a devida importância à área espacial para sensibilizar o nosso governo. Às vezes conseguimos, outras vezes não”, lamentou.

15 Out 2018

Secretário dos Transportes de Hong Kong desconhece data de abertura da ponte HZM

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Transportes de Hong Kong afirmou desconhecer quando a ponte que liga a cidade a Macau e a Zhuhai vai abrir à circulação, desmentindo que a abertura ocorra no final deste mês.

“[Sobre a abertura] da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau no final deste mês, devo dizer que, para mim, isto é uma novidade. Não tenho qualquer ideia de quando a ponte vai abrir” à circulação, declarou Frank Chan Fan, no final de um programa de rádio em que participou no sábado, de acordo com o jornal South China Morning Post.

O secretário para os Transportes e Habitação da antiga colónia britânica afirmou que as três cidades continuam à espera que o Governo central dê “luz verde” para a inauguração.

Há 15 dias, à margem da cerimónia do 69.º aniversário da implantação da República Popular da China, também o chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, admitiu aos jornalistas desconhecer a data de abertura e indicou que a mesma será divulgada “em tempo oportuno”.

As autoridades de Hong Kong, Macau e Zhuhai realizaram, no final do mês passado, três dias de testes na ponte. Os resultados destes testes foram enviados para Pequim e deverão determinar a data de abertura, indicou o diário.

Considerada a maior travessia marítima do mundo, a ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros.

A construção começou em 2011 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.

14 Out 2018

Capital Airlines quer voos directos entre Xi’an e Lisboa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] companhia aérea chinesa Capital Airlines pediu autorização às autoridades chinesas para iniciar um voo directo entre Xi’an, noroeste da China, e Lisboa, depois de ter suspendido, este mês, a ligação a partir de Pequim.

Segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China, a que a agência Lusa teve acesso, a empresa quer arrancar com o novo voo em Dezembro deste ano.

A informação detalha que o voo terá duas frequências por semana e ficará a cargo dos aviões Airbus A330, com capacidade máxima para 440 passageiros.

Com cerca de 12 milhões de habitantes, Xi’an é a capital da província de Shaanxi, a cerca de mil quilómetros de Pequim.

Trata-se de uma das mais importantes cidades da China Antiga, servindo de capital ao longo de dez dinastias, incluindo os Qin (255 a 206 a.C.), Han (206 a.C. a 220 d.C.) e Tang (618 d.C. a 907 d.C.), e acolhe o ‘Exército de Terracota’, uma das principais atracções turísticas do país.

O pedido da Capital Airlines surge no mesmo mês em que suspendeu o voo direto, entre Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, lançado a 26 de julho de 2017, com três frequências por semana.

Contactada pela Lusa na altura em que anunciou a suspensão do voo, a empresa recusou detalhar os motivos, referindo apenas “razões operacionais”.

No primeiro ano que voou para Portugal, a Capital Airlines transportou mais de 80 mil passageiros, segundo dados divulgados por altura do aniversário. A taxa média de ocupação do voo fixou-se nos 80%, nos meses mais fracos, enquanto na época alta superou os 95%.

Em dívida

A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado o ano passado com uma dívida de 598 mil milhões de yuan, de acordo com os dados divulgados na apresentação dos resultados anuais da empresa.

A escalada nos custos de financiamento desencadeou uma onda de venda de activos do grupo, que tem sido um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas sobre “investimentos irracionais” no estrangeiro, que podem “acarretar riscos” para o sistema financeiro chinês.

No lançamento da ligação aérea, o primeiro-ministro português, António Costa, disse esperar que os voos directos Lisboa-Pequim fossem um reforço de Portugal como “grande ‘hub’ intercontinental” (centro de operações).

A afirmação de António Costa foi feita a 11 de julho de 2017 durante a cerimónia de inauguração dos voos directos Lisboa-Pequim, com a presença do presidente do parlamento da China, Zhang Dejiang, em visita a Portugal. Para António Costa, a abertura da rota Lisboa-Pequim tem um “enorme simbolismo” e “é a nova rota da seda do século XXI”.

12 Out 2018

Economia | Pequim pede ao Canadá que proteja livre comércio

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu ontem ao Canadá que proteja o comércio livre e rejeite medidas proteccionistas, numa aparente referência ao novo acordo comercial com Washington, que permite aos EUA travarem um acordo comercial entre Otava e Pequim.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu a Otava que trabalhe em conjunto com a China para avançar com o acordo de livre comércio China-Canadá, durante uma conversa por telefone com a homóloga canadiana, Chrystia Freeland.

O apelo de Pequim surgiu dias após a conclusão das negociações para o acordo EUA-México-Canadá [USMCA, na sigla em inglês], que dá a Washington o direito de vetar um acordo entre os países vizinhos e uma “economia que não seja de mercado”, numa referência à China.

“A China espera que o Canadá adopte medidas concretas para proteger o comércio livre com a China, e que avance com a zona de comércio livre China-Canadá”, afirmou Wang Yi, segundo um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“[Pequim] opõe-se a qualquer tipo de proteccionismo e comportamento que revele critérios duplos”, acrescentou. “Nenhuma tentativa que vise travar a modernização da China será bem sucedida”, sublinhou.

De acordo com o comunicado do Ministério chinês, Chrystia Freeland afirmou que o USMCA “não deve prejudicar os interesses legítimos” de outros países, e que o Canadá vai continuar a negociar acordos de livre comércio.

Esta semana, o secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, afirmou que Washington vai tentar incluir a mesma cláusula em outros acordos, nomeadamente com a UE, o Japão e o Reino Unido.

Criticas e protestos

A embaixada chinesa em Otava condenou já o artigo 32.10 do USMCA, afirmando que “fabrica noções do que é, ou não, uma economia de mercado fora do quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e serve de “desculpa para alguns países fugirem às suas obrigações e recusarem cumprir os seus compromissos internacionais”.

Na mesma nota, a embaixada chinesa protestou contra a “atitude hegemónica” dos EUA e disse “sentir pena” pelo Canadá, por ter renunciado à soberania económica.

A postura norte-americana ilustra a crescente bipolarização em torno das disputas comerciais entre Pequim e Washington, à medida que os EUA tentam isolar a China, visando contrariar as ambições chinesas no sector tecnológico.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático.

“O risco de a China e os EUA entrarem numa nova guerra fria está a aumentar”, admitiu recentemente Tu Xinquan, professor na Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Pequim.

Os EUA, a UE e o Japão recusam reconhecer a China como “economia de mercado”, por considerarem que a intervenção do Estado chinês a nível económico continua a ser forte.

12 Out 2018

Associação guineense alerta para ameaça à pesca ilegal no país da China, entre outros 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] associação guineense que participa no Festival da Lusofonia de Macau escolheu como tema a pesca tradicional daquele país, ameaçada por actores internacionais, entre eles a China, disse à Lusa a presidente daquela entidade.

“Hoje em dia tem havido fluxos de barcos da China que acabam por pôr em causa esse modo de vida”, afirmou a presidente da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau em Macau.

Grazia Lopes criticou a pesca indiscriminada na zona económica exclusiva no país feito pela China, mas também pelos vizinhos da costa de África, como o Senegal, que na sua opinião estão a afectar “o modo de viver” dos guineenses, principalmente nas ilhas.

“A nós cabe-nos chamar a atenção às autoridades e às pessoas que têm alguma influência nesta área”, referiu a presidente, constatando que a associação não tem poderes para intervir, mas sim para mudar mentalidades e avisar para o problema.

Nesse sentido, a associação decidiu usar ‘palco’ do Festival da Lusofonia, que todos os anos acolhe em Macau milhares de pessoas dos países de língua portuguesa e também residentes locais, para mostrar “a importância da pesca tradicional na cultura guineense”, apontou a presidente.

“Dá-nos a oportunidade de mostrámos a nossa cultura e a forma como as famílias vivem”, disse.

O Festival da Lusofonia de Macau regressa às Casas-Museu da Taipa, entre 19 e 21 de Outubro, para recriar o ambiente das festas populares portuguesas, com música, artesanato e gastronomia dos países de língua portuguesa.

Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau vão ter expositores com artesanato e “petiscos e bebidas típicas” junto às Casas-Museu da Taipa.

11 Out 2018

Governo australiano trata “com cuidado” relacionamento com a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro australiano disse hoje que o relacionamento de Camberra com a China é importante e tratado “com cuidado”, embora tenha admitido que as duas nações se mantêm distantes.

“A realidade é que temos relações comerciais muito construtivas com a China, [mas] não partilhamos os mesmos valores e princípios”, afirmou Scott Morrison à estação de rádio australiana 3AW.

A China é o principal parceiro comercial da Austrália, mas as relações bilaterais têm estado tensas nos últimos meses devido às suspeitas de que Pequim interferiu na política interna de Camberra.

Em relação às diferenças comerciais e à crescente tensão entre os Estados Unidos e a China, Morrison destacou o papel da Austrália na aproximação entre as duas nações.

“O nosso papel é fechar a lacuna” entre essas duas potências, argumentou Morrison. “Nós partilhamos valores e mantemos uma aliança profunda com os Estados Unidos e temos uma aliança estratégica com a China”, afirmou.

11 Out 2018

Timor-Leste está “viciado pelo petróleo” e sem alternativas económicas, diz presidente

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]imor-Leste é um país “viciado pelo petróleo”, cujo potencial “não está a ser estimulado, desenvolvido, trabalhado”, importando quase tudo o que consome e sem políticas públicas geradoras de emprego, disse hoje o Presidente timorense.

“Estamos a importar quase tudo. Temos um desemprego considerável e até agora uma teimosa incapacidade de políticas públicas geradoras de emprego”, afirmou, em Díli, Francisco Guterres Lu-Olo.

Na análise da situação atual, o Presidente timorense repetiu uma mensagem antiga, de que “a economia está excessivamente dependente das receitas petrolíferas”.

“O êxodo rural é um problema sério que desde já tem implicações negativas no nosso país. O reforço do setor privado, um verdadeiro imperativo na esfera económica”, afirmou num discurso perante os principais empresários do país.

Francisco Guterres Lu-Olo falava na abertura do 3.º Congresso Nacional da Câmara de Comércio e Indústria de Timor-Leste (CCI-TL), numa altura em que o país atravessa uma grave crise económica, provocada por mais de um ano de tensão política, ainda não totalmente resolvida.

O encontro conta com a presença de vários dos principais empresários timorenses e representantes de associações, cooperativas e entidades dos 12 munícipios e da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).

Sob o tema “Por um Setor Privado Mais Criativo, Produtivo e Sustentável”, esta reunião marca uma vontade de reforço da capacidade organizativa e de capacitação empresarial nacional para responder aos desafios nacionais, considerou.

“O setor privado tem um papel importante no desenvolvimento de qualquer economia. O Estado não pode deter o monopólio de potenciar a atividade económica do país, ou seja, não pode dinamizar a economia do país, detendo competência exclusiva”, disse Lu-Olo.

O chefe de Estado lembrou que quase 90% do orçamento é financiado através do Fundo Petrolífero de onde, desde a sua criação em 2005 e até 2017, “foram levantados mais de 9,6 mil milhões de dólares” (8,3 mil milhões de euros), com as receitas domésticas não petrolíferas a representarem pouco mais de 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Um dos principais desafios da economia de Timor-Leste é o enorme desequilíbrio da sua balança comercial devido a importações muito grandes que não são compensadas por exportações significativas”, afirmou.

No ano passado, as importações de bens e serviços corresponderam a 58% do produto interno bruto não-petrolífero, com um défice comercial anual de mais de 900 milhões de dólares, referiu.

Lu-Olo insistiu que é urgente fortalecer outros setores da economia, com destaque para agricultura e pescas, o que ajudaria igualmente a combater a subnutrição no país e a fortalecer o emprego.

“O desemprego é um dos problemas mais graves da nossa sociedade atual. Apesar do setor privado timorense contribuir com mais de 60 mil empregos, ainda não é suficiente para acomodar os mais de 15 mil jovens que anualmente entram no mercado de trabalho”, alertou.

Aos empresários, o chefe de Estado sublinhou que “o setor privado nacional ainda é muito fraco” e exige esforços de capacitação, comprometendo-se a articular com o Governo para ajudar “a dotar de meios e de recursos o setor privado nacional” na fase atual de arranque.

11 Out 2018

Mais de metade da população chinesa viajou durante Semana Dourada

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de metade da população chinesa viajou dentro do país e gastou, no conjunto, 75.200 milhões de euros, durante as viagens, entre 1 e 7 de Outubro, período que assinala a fundação da China comunista.

No período conhecido como ‘semana dourada’, um total de 726 milhões de chineses realizaram viagens domésticas. Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China é o país mais populoso do mundo.

Segundo o ministério chinês do Comércio, durante aquela semana, os sectores da restauração e retalho facturaram 1,4 biliões de yuan, sobretudo em comida orgânica, têxtil, televisões de alta definição ou veículos.

Durante o último dia de férias, 15,2 milhões de pessoas viajaram de comboio, de acordo com o operador nacional China Railway Corporation, que reforçou as ligações ferroviárias com 800 comboios durante aquele período.

Fotografias difundidas nas redes sociais chinesas mostram uma densa massa humana ao longo de várias secções da Grande Muralha, uma das principais atracções turísticas da China.

Mas dados publicados pela agência noticiosa oficial Xinhua colocam a província de Guizhou, uma das mais pobres do país, entre os destinos mais visitados, com um total de 49 milhões de turistas, uma subida homóloga de 37,6%.

Entre 1 e 7 de Outubro, 6,63 milhões de chineses viajaram para fora do país, mais 9,8% do que durante o mesmo período do ano passado, segundo dados difundidos pela televisão estatal CCTV.

Tailândia, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Rússia, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido estão entre os destinos mais visitados.

11 Out 2018

Guerra comercial | China avisa que não vai subjugar-se aos EUA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China avisou ontem que não vai subjugar-se aos Estados Unidos, mesmo que Washington imponha mais taxas alfandegárias sobre bens chineses, num sinal de que a guerra comercial entre os dois países se deverá agravar.

“Existe a ideia nos EUA de que, enquanto continuarem a aumentar as taxas alfandegárias, a China vai recuar. Eles não conhecem a história e cultura chinesas”, advertiu o ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, num comunicado difundido pela agência noticiosa Bloomberg.

“Esta nação inabalável sofreu ameaças de países estrangeiros várias vezes na História, mas nunca sucumbiu, nem nas condições mais difíceis”, afirmou Zhong.

O ministro chinês lembrou também que a China “não quer uma guerra comercial, mas vai erguer-se para enfrentar as disputas”.

“Os EUA não devem subestimar a determinação e vontade da China”, sublinhou.

Trata-se, até à data, da mais forte tomada de posição da China à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor taxas alfandegárias sobre quase metade dos bens chineses importados pelos EUA.

O comunicado de Zhong Shan surgiu poucos dias depois da deslocação do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Pequim, onde se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

Confiança minada

Wang disse que os EUA danificaram a “confiança mútua” e que devem parar com “acções incorretas” contra a China, enquanto Pompeo admitiu existirem “divergências fundamentais” entre os dois países.

Os EUA acusaram a China de forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, enquanto protege as firmas domésticas da concorrência externa. Mas Zhong Shan reiterou que a China não usurpa tecnologia.

“Quero enfatizar que as leis e regulações chinesas não contêm qualquer exigência sobre transferência de tecnologia, e que a compra de tecnologia e patentes é apenas um comportamento do mercado”, disse.

O ministro defendeu que “o desenvolvimento económico e o progresso cientifico e tecnológico da China devem-se à reforma e abertura [do país] e aos esforços do povo chinês”.

Mas as disputas entre os dois países superaram, nas últimas semanas, as questões comerciais, com Trump a acusar a China de interferir nas eleições intercalares norte-americanas.

Na semana passada, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, condenou ainda Pequim por usar “todos os meios ao seu dispor” para minar o sistema político norte-americano.

11 Out 2018

Mulher de ex-director da Interpol desaparecido na China revela ameaças

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mulher do ex-director da Interpol que desapareceu na China revelou que tinha recebido um telefonema ameaçador avisando-a de que agentes iriam buscá-la, mas sublinhou que continuará a lutar por informação sobre o paradeiro do marido.
Na sua primeira entrevista individual desde que Meng Hongwei desapareceu, Grace Meng negou acusações de suborno ao seu marido, uma figura destacada, e disse que falar publicamente sobre o seu desaparecimento estava a colocá-la “em grande perigo”, em declarações à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

Meng Hongwei – que é também o vice-ministro da Segurança Pública da China – desapareceu numa viagem de regresso à China no fim do mês passado.

Membro de longa data do Partido Comunista, com décadas de experiência no grande aparelho de segurança da China, Hongwei, de 64 anos, é o mais recente alto responsável a ser vítima de uma purga contra elementos alegadamente corruptos ou desleais à administração autoritária do Presidente Xi Jinping.

Falando à AP na segunda-feira à noite, num hotel em Lyon, França, onde está sediada a Interpol, Grace Meng disse que o marido estava fora há mais de uma semana, numa viagem à China, quando ela recebeu uma chamada ameaçadora no seu telemóvel de um homem que falava chinês.

Tinha acabado de pôr os seus dois filhos pequenos na cama em casa, em Lyon, e recordou que o seu último contacto com o marido foi por mensagem escrita, a 25 de setembro, quando este escreveu “espera pela minha chamada” e lhe enviou um ‘emoji’ de uma faca, depois de viajar para a China. Mas afinal, não telefonou à mulher.

Em vez dele, ligou um homem que não se identificou, dizendo-lhe “Ouça, mas não fale. Nós trouxemos duas equipas de trabalho, duas equipas só para si”.

A única pista que o homem deu sobre a sua identidade foi, segundo Grace Meng, ter dito que costumava trabalhar com o seu marido, o que sugere que fazia parte do aparelho de segurança da China, e que sabia quem ela era.

Em resultado disso, Grace Meng encontra-se agora sob proteção da polícia francesa.

Ao falar publicamente sobre o desaparecimento do marido, ela adotou uma atitude praticamente inaudita na política chinesa, onde tais jogadas são encaradas como afrontas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros não respondeu ainda a um pedido de comentário feito na terça-feira à noite, em Pequim.

As autoridades chinesas indicaram na segunda-feira que Meng Hongwei estava a ser investigado judicialmente por aceitar subornos e por outros crimes resultantes da sua “vontade”.

Algumas horas antes, a Interpol disse que Meng se tinha demitido do cargo de presidente daquela agência policial internacional, não tendo ficado claro se o fez de livre vontade.

A sua mulher sugeriu que a acusação de suborno foi só uma desculpa para o manterem detido por muito tempo.

“Como mulher dele, penso que ele é simplesmente incapaz de uma coisa dessas”, sustentou, acrescentando estar disposta a divulgar publicamente o conteúdo das contas bancárias de ambos.

Grace Meng explicou que decidiu falar na esperança de que, ao fazê-lo, isso pudesse ajudar outras famílias em circunstâncias semelhantes.

“Sinto que tenho a responsabilidade de me erguer. Só quando se por tanta dor como eu se pode compreender que mais pessoas têm estado a sofrer”, frisou.

10 Out 2018

Presidente chinês elogia combate à corrupção e reformas em Angola 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, enalteceu o combate à corrupção e reformas “profundas” lançadas pelo homólogo angolano, João Lourenço, durante um encontro no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

“Após ser eleito Presidente, [João Lourenço] impulsionou reformas profundas, combateu a corrupção e abriu-se ao mundo, com políticas que têm o apoio do povo angolano”, afirmou Xi.

“Angola está a conseguir acelerar o seu desenvolvimento e acredito que vai registar progressos ao longo dos próximos anos”, acrescentou.

João Lourenço foi recebido hoje, em Pequim, por Xi Jinping, com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar.

A cerimónia decorreu junto à porta leste do Grande Palácio do Povo, de frente para a Praça Tiananmen, o centro físico e político da capital chinesa.

Os dois estadistas reuniram-se a seguir num dos salões do Grande Palácio do Povo, onde assistiram à assinatura de acordos para evitar a dupla tributação e de cooperação económica e técnica, e uma linha de crédito de 3.000 milhões de dólares, disponibilizada pelo Banco de Desenvolvimento da China.

Os dois lados assinaram ainda um memorando de entendimento para formação de recursos humanos.

João Lourenço sublinhou a “reação encorajadora” e “disponibilidade” de Pequim para financiar a construção de infraestruturas em Angola, nomeadamente estradas, caminhos de ferro, barragens, portos e aeroportos.

“Devo sublinhar que temos procurado apresentar projetos que possam contribuir para o crescimento económico de Angola, e melhorar a sua capacidade de reembolsar os créditos que recebe”, afirmou.

Lourenço, que tomou posse como chefe de Estado angolano a 26 de setembro de 2017, lembrou ao homólogo chinês que Angola vive uma “nova era”, com “maior abertura ao mundo, maiores direitos e liberdades para os seus cidadãos” e “maior transparência e concorrência nos negócios”, com “menos burocracia e mais combate à corrupção”.

O líder angolano enfatizou ainda a importância do investimento privado chinês em Angola, numa relação que tem sido dominada pela aliança entre os dois Estados.

“Considero que este será um importante fator dinamizador da economia e do desenvolvimento do nosso país, por via da geração de recursos, aumentando a produção interna de bens e serviços de consumo e as exportações, que nos permitirão fortalecer a capacidade interna de geração de divisas”, disse.

Trata-se da segunda visita de João Lourenço a Pequim no espaço de 40 dias, depois de ter participado na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), no início de setembro.

A China é hoje o maior cliente do petróleo angolano e, depois de a guerra civil em Angola ter acabado, em 2012, tornou-se um dos principais atores da reconstrução do país, nomeadamente das suas estradas, caminhos de ferro e outras infraestruturas.

Segundo estimativas da China Africa Research Initiative, da Universidade Johns Hopkins, desde 2000, Angola recebeu um total de 42 mil milhões de dólares (36,6 mil milhões de euros) em crédito chinês.

O programa do Presidente angolano na China inclui ainda uma deslocação a Tianjin, o maior porto do norte do país, a cerca de 150 quilómetros da capital, e uma visita ao Centro Tecnológico da gigante de telecomunicações chinesas Huawei, no norte de Pequim.

10 Out 2018

Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês vai a Díli para analisar relações bilaterais

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aro Kono vai efectuar uma visita de 24 horas a Timor-Leste para inaugurar uma ponte e assinar um novo acordo de colaboração entre as duas nações

O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês inaugura na sexta-feira uma nova ponte em Díli, durante uma visita que efectua a Timor-Leste e em que deverá ser assinado um novo acordo de cooperação, disseram ontem fontes do Governo timorense.

Taro Kono inaugura a nova ponte sobre a ribeira de Comoro, na zona ocidental da capital timorense, Díli, oferta do Governo japonês.

A ponte, que está aberta ao público desde 13 de Setembro, teve um custo de cerca de 26 milhões de dólares e permite uma ligação alternativa para uma das zonas de maior expansão da cidade.

Com um comprimento de 249 metros e ligações dos dois lados da ribeira que totalizam mais de 3,2 quilómetros, a obra inclui ainda uma estrada até perto da zona de Tasi Tolu e uma nova ligação à rotunda do aeroporto Nicolau Lobato, esta última ainda em curso.

Segundo as fontes do executivo, deverá ser assinado um novo acordo entre a agência de cooperação japonesa (JICA) e o Instituto Nacional de Administração Pública (INAP) timorense.

Dar a conhecer

O apoio à formação e capacitação de recursos humanos é um dos elementos centrais da cooperação japonesa com Timor-Leste, em particular através do projecto da Bolsa de Desenvolvimento de Recursos Humanos (JDS, na sua sigla em inglês).

Segundo a cooperação japonesa, o objectivo do projeto JDS, atualmente implementado em 15 países, é “apoiar o desenvolvimento de recursos humanos nos países receptores da ajuda japonesa, através de funcionários governamentais altamente capacitados e outros”.

O objectivo é conceder bolsas a formandos timorenses para estudarem em universidades japonesas para que adquiram “conhecimento especializado, conduzam pesquisas e construam redes” de contactos.

Durante a vista de 24 horas a Díli, Taro Kono deverá reunir-se, entre outros, com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak e com o ministro dos Negócios Estrangeiros interino, Agio Pereira.

A deslocação do chefe da diplomacia japonesa a Timor-Leste insere-se numa visita mais ampla à região, que inclui passagens pela Austrália e Nova Zelândia e ainda a participação nas reuniões anuais do FMI, que decorrem em Bali, na Indonésia.

10 Out 2018

FMI revê em baixa crescimento mundial da economia

O relatório do Fundo Monetário Internacional indica um crescimento económico global abaixo das previsões de Julho passado. O documento agora divulgado traça vários cenários possíveis da guerra comercial desencadeada pelo Estados Unidos e o seu impacto nas diversas economias mundiais

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento da economia mundial devido ao aumento das taxas de juros e às crescentes tensões sobre o comércio.

O FMI divulgou na segunda-feira que a economia global crescerá 3,7% este ano, o mesmo que em 2017, mas abaixo dos 3,9% previstos em julho, revendo em baixa a estimativa para o desempenho de 19 países que usam o euro e para a Europa Central e Oriental, América Latina, Médio Oriente e África Subsariana.

O relatório foi divulgado no âmbito dos Encontros Mundiais do FMI e do Banco Mundial, que se prolongam até 14 de outubro em Bali, na Indonésia. O FMI indicou esperar que a maior economia mundial, a dos Estados Unidos, cresça 2,9% este ano, o ritmo mais rápido desde 2005, mantendo a previsão de Julho.

Em Bali, o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, afirmou que “o crescimento nos Estados Unidos permanece excepcionalmente robusto no momento”, atribuindo o desempenho à política fiscal da administração do Presidente Donald Trump.

Contudo, o FMI previu que o crescimento norte-americano caia para os 2,5% em 2019, por causa da guerra comercial com a China, apesar do impulso que resulta dos recente cortes nos impostos. Mas este efeito deverá diluir-se com o tempo, alertou.

Por outro lado, ainda que a organização mundial tenha notado que a inflação pareça estar sob controlo, em torno da meta de 2%, avisou que a verificar-se um aumento dos preços e da inflação “isso pode causar um aumento das taxas de juros mais rápido do que o esperado atualmente” e “um aumento do dólar com efeitos potencialmente negativos sobre a economia global”.

Efeitos da guerra

O Fundo não alterou também a sua previsão de crescimento da economia chinesa para 2017 (6,6%), mas, também devido à tensão comercial com os EUA, reviu em baixa o crescimento da China no próximo ano, estimando-o em 6,2%, o que a confirmar-se será o menor registado no país desde 1990.

As perspectivas para o comércio mundial também expressam um menor optimismo: o FMI estimou que o comércio global cresça 4,2% este ano, abaixo dos 5,2% em 2017 e dos 4,8% esperados na análise realizada em Julho.

Para o Fundo Monetário Internacional, uma guerra comercial desenfreada vai desacelerar o crescimento da economia global.

Mesmo no pior cenário em que se concretizariam todas as ameaças norte-americanas sobre os produtos importados da China e de outros países, o seu impacto seria inferior a um ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), para um crescimento global estimado em 3,7% para 2018, 2019 e 2020.

No curto prazo, os efeitos dessa guerra comercial seriam duas vezes mais prejudiciais para a economia chinesa do que para a dos Estados Unidos.

O crescimento da maior economia do mundo, a norte-americana, baixaria de 2,5% para 1,6% em 2019, enquanto o da segunda cairia de 6,2% para 4,6%, segundo cálculos divulgados pelo FMI.

Para a China, esse nível de crescimento seria o menor já registado desde que o país se começou a industrializar.

No Japão, a terceira maior economia do mundo, o crescimento passaria de 0,9% para cerca de 0,4%, enquanto a zona do euro, a menos afectada, veria o PIB descer de 1,9% para 1,5%.

Tal desaceleração, no entanto, agravaria os problemas de desemprego em alguns países europeus já afetados por altos níveis de endividamento.

Uma rápida desaceleração do crescimento colocaria o Japão em risco de gerir uma deflação.

Em 2023, a China e os Estados Unidos perderiam cada um 0,6 pontos percentuais do PIB, mas, no longo prazo, uma guerra comercial total seria mais prejudicial para a economia dos EUA do que para a economia chinesa, segundo o FMI.

A economia norte-americana perderia um ponto do PIB em relação a uma situação comercial estável, enquanto a China perderia apenas meio ponto. Ainda no pior cenário, em pontos percentuais, o Japão perderia 0,4 e a zona euro 0,2 em 2023.

Níveis de impacto

O FMI desenvolveu um cenário de cinco níveis com base nas medidas já tomadas ou que os Estados Unidos poderiam tomar em 2019 em relação aos parceiros comerciais, bem como em relação aos efeitos.

O primeiro é o aumento das tarifas aduaneiras já registado entre os Estados Unidos e a China, cujo impacto foi incluído na última análise económica global.

O segundo leva em conta a taxação de 25% sobre 267 mil milhões de dólares de importações chinesas para os Estados Unidos, o terceiro os efeitos de tarifas punitivas sobre todos os produtos chineses que entram no mercado norte-americano.

Nesse nível, a indústria automóvel dos Estados Unidos e os fornecedores seriam particularmente afetados, com efeitos colaterais no México, Canadá e Japão.

O quarto nível incorpora os efeitos dessas medidas nos projectos de investimento, enquanto o quinto nível inclui uma deterioração das condições de financiamento das empresas.

No entanto, o FMI concluiu a análise antes dos Estados Unidos, Canadá e México anunciarem um amplo acordo que elimina o risco de uma disputa comercial entre os três países.

10 Out 2018

Taiwan | Exercícios militares na véspera do Dia Nacional

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aiwan promoveu ontem exercícios militares na véspera do Dia Nacional, o que não acontecia há décadas, com a participação do Exército e da Força Aérea, e a presença do Presidente Tsai Ing-wen e o homólogo paraguaio Mario Abdo Benítez.

O Presidente taiwanês lançou, nos últimos anos, uma forte campanha para fortalecer as defesas, com promessas de aumentar o orçamento militar e acelerar o desenvolvimento do seu próprio equipamento de guerra, incluindo submarinos.

Na ocasião, Tsai Ing-wen supervisionou os exercícios de terra e ar do Exército em Taoyuan, norte de Taiwan, em que a defesa era simulada contra ataques inimigos no ar e na costa. Nos exercícios militares participaram tanques, aviões e helicópteros, unidades de artilharia e plataformas de defesa aérea.

10 Out 2018

China espera que visita de Mike Pompeo ajude a restabelecer a confiança

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China afirmou ontem esperar que a visita a Pequim do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, restabeleça a confiança mútua entre os dois países, apelando ao fim das “más práticas”, que levaram ao deteriorar das relações.

“Estamos dispostos a manter os contactos com a parte norte-americana, mas julgamos que as más práticas dos Estados Unidos em algumas questões não contribuíram para a cooperação”, afirmou em conferência de imprensa Lu Kang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

O porta-voz disse que Washington deve voltar ao “caminho certo” e “mostrar a sua disposição em trabalhar com a parte chinesa, para alcançar uma melhoria nas relações entre os dois países”.

Pompeo reuniu-se ontem com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, para analisar possíveis avanços na desnuclearização do regime norte-coreano, numa altura de crescentes disputas comerciais entre os dois países.

“Pompeo mostrou a sua vontade em trabalhar sobre a questão da península coreana e a China está também disposta a tratar deste assunto”, afirmou Lu.

“Como dois importantes membros do Conselho de Segurança, a China e os EUA têm necessidade de reforçar a cooperação em certas questões internacionais, e restabelecer a confiança mútua”, disse.

9 Out 2018

China | Condenada cláusula que dá aos EUA direito de veto no acordo com Canadá e México

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap[ diplomacia chinesa condenou este fim de semana a “cláusula envenenada” no novo acordo comercial entre Estados Unidos, Canadá e México, que permite a Washington travar um acordo comercial entre estes países e a China.

A embaixada chinesa em Otava afirmou, em comunicado, que o artigo 32.10 do Acordo EUA-México-Canadá [USMCA, na sigla em inglês], “fabrica noções do que é ou não uma economia de mercado fora do quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e serve de “desculpa para alguns países fugirem às suas obrigações e recusarem cumprir os seus compromissos internacionais”.

Na mesma nota, a embaixada chinesa protestou contra a “atitude hegemónica” dos EUA e disse “sentir pena” pelo Canadá, por ter renunciado à soberania económica.

Em causa está a cláusula imposta pelos EUA no USMCA, que exige ao Canadá e ao México que notifiquem Washington em caso de negociação de um acordo comercial com uma “não economia de mercado”.

A cláusula obriga os países a revelarem detalhes sobre as negociações e permite a Washington romper o acordo comercial com estes, caso façam um acordo com Pequim.

Os EUA, a UE e o Japão recusam reconhecer a China como “economia de mercado”, por considerarem que a intervenção do Estado chinês na economia continua a ser forte. Uma decisão contrária retiraria poderes aos outros países ao nível das acusações de ‘anti-dumping’ – produção subsidiada que mantém o preço abaixo do custo de fabrico – na OMC.

Fechar portas

O comunicado da embaixada chinesa é a primeira reacção pública da China à cláusula incluída no USMCA, concluído na semana passada, em substituição do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla em inglês).

No domingo, fonte da Casa Branca, citada pelo jornal Financial Times, afirmou que Washington vai tentar incluir a mesma cláusula em outros acordos, nomeadamente com a UE, o Japão e o Reino Unido.

“Será isto um precedente para o futuro? Absolutamente”, afirmou a mesma fonte. “É importante ter a certeza que qualquer acordo que façamos não é minado e que a China não encontra uma porta traseira para aceder ao mercado norte-americano”, acrescentou.

9 Out 2018