Aero Dili começa ano com rota que vai ligar capital timorense a Xiamen

A companhia aérea timorense Aero Dili inaugura na próxima sexta-feira a rota aérea de ligação da capital de Timor-Leste à cidade chinesa de Xiamen, disse ontem Lourenço de Oliveira, director executivo daquela empresa privada. Em declarações à Lusa, na sede da empresa em Díli, Lourenço de Oliveira explicou que decidiu abrir a rota porque esta “representa um grande mercado”, tendo em conta os milhares de chineses que vivem no território timorense.

Mas, salientou, também porque quando começou há dois anos a voar para Bali, na Indonésia, e depois para Singapura, a comunidade chinesa lhe pediu para fazer uma rota directa. “O processo não foi fácil”, disse o empresário timorense, mas o dia 14 de Fevereiro marca o início do voo para Xiamen, cidade da província de Fujian, no sul da China.

A ligação entre as duas cidades demora cerca de 05:20 horas e a viagem de ida e volta vai custar cerca de 1.060 dólares. Questionado pela Lusa sobre se a expansão da empresa inclui ligações aéreas para a Austrália, Lourenço de Oliveira disse que já está a “submeter os documentos”.

“Se aprovarem, tenho planos para fazer a rota Díli/Darwin e Díli/Melbourne”, afirmou. Lourenço de Oliveira disse também que o futuro da companhia é de sucesso, principalmente se Timor-Leste for admitido como membro pleno na Associação das Nações do Sudeste Asiático, processo que as autoridades esperam concluir ainda no decorrer deste ano.

Condições limitadas

Criada em 2023, a Aero Dili fez o seu voo inaugural para Denpasar, Bali, em Março do mesmo ano, e actualmente voa todos os dias para a capital daquela ilha indonésia. No ano passado iniciou a ligação a Singapura com um voo semanal e também tem várias ligações semanais a Oecussi, enclave timorense situado no lado indonésio da ilha.

O único apoio financeiro que a Aero Dili recebe do Governo timorense é uma compensação de 50.000 dólares mensais para voar para Oecussi. “Ainda assim, tenho de dar também um subsídio de 7.500 dólares” para manter os preços dos bilhetes acessíveis, disse Lourenço de Oliveira. Questionado pela Lusa sobre se já pediu um aumento da compensação ao Governo, Lourenço de Oliveira explicou que nunca pediu, mas salientou a rota para a Oecussi está a correr “muito bem”.

“Mas de qualquer maneira é bom e tem um bom aeroporto, podia era ser em Díli. Se eu pudesse mudar o aeroporto”, disse, salientando que as obras no aeroporto internacional Nicolau Lobato são “muito importantes”, principalmente o aumento da pista, que é pequena. O director executivo da Aero Dili explicou que fica com as operações condicionadas, porque não pode utilizar aviões maiores. A Aero Dili tem dois aviões, o segundo tem chegada prevista em Março.

“Estou a precisar de um outro avião para cumprir os critérios”, disse o empresário, salientando que para Singapura está prevista a realização de dois voos semanais e que aguarda a assinatura de um acordo aéreo entre Timor-Leste e a Tailândia para começar também a voar para aquele país.

O empresário timorense afirmou que decidiu formar a Aero Dili, porque passados mais de 20 anos o país não tinha uma empresa aérea de bandeira nacional, apesar de antes operar as ligações aéreas entre a capital timorense e Bali com voos ‘charter’. “Comecei a formar recursos humanos e agora já temos 22 duas aeromoças, três pilotos, mais três por causa da Airbus, que estão agora também a pilotar, e formei o pessoal do Governo na Aviação Civil, porque se não temos inspector, não podemos colaborar”, disse Lourenço de Oliveira.

10 Fev 2025

Panamá | Pequim apresenta protesto por saída da Iniciativa Faixa e Rota

A pressão da administração Trump obrigou o governo do Panamá a abandonar o projecto chinês de infra-estruturas globais. Pequim diz “lamentar profundamente” a decisão

 

A China apresentou um protesto formal ao embaixador do Panamá no país asiático, Miguel Lecaro Bárcenas, pela decisão panamiana de não renovar a cooperação com Pequim no projecto de infra-estruturas Faixa e Rota, declararam no sábado as autoridades chinesas. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Zhiyuan, disse a Lecaro Bárcenas, na sexta-feira, que Pequim “lamenta profundamente” a decisão da nação centro-americana, de acordo com uma declaração divulgada no portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

No âmbito da Iniciativa Faixa e Rota, observou o responsável, “a cooperação prática entre a China e o Panamá em vários domínios desenvolveu-se rapidamente, alcançou uma série de resultados frutíferos e trouxe benefícios tangíveis para a nação e o povo panamianos”.

“Retroceder (…) vai contra as expectativas dos povos chinês e panamiano e não favorece os interesses vitais do Panamá”, disse Zhao. O dirigente enfatizou que a China “respeita a soberania e a integridade territorial do Panamá e defende que todos os países, grandes ou pequenos, sejam iguais, se respeitem mutuamente e cumpram as suas promessas”.

“A China opõe-se firmemente aos esforços dos Estados Unidos para minar deliberadamente as relações entre a China e o Panamá”, acrescentou Zhao, manifestando esperança de que “o Panamá tome a decisão correcta com base na situação geral das relações bilaterais e nos interesses a longo prazo dos dois povos, eliminando a interferência externa”. Miguel Lecaro Bárcenas afirmou, por sua vez, que o Panamá “atribui grande importância às relações com a China”, ainda de acordo com a nota da diplomacia chinesa.

Pressão exterior

O Presidente do Panamá, José Raul Mulino, anunciou oficialmente a retirada do país da Iniciativa Faixa e Rota na passada quinta-feira. O anúncio foi feito pouco depois da visita ao país da América Central do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio.

Mulino disse que a embaixada do Panamá em Pequim “apresentou o documento” para “anunciar a retirada com um pré-aviso de 90 dias”, tal como acordado entre as partes. Marco Rubio descreveu a decisão do Panamá como um “passo importante” para o reforço das relações com Washington. Em causa, estão as preocupações norte-americanas com a influência da China sobre o Canal do Panamá.

As empresas de Hong Kong Landbridge Group e a CK Hutchison Holdings operam actualmente portos em ambas as extremidades do canal. Esta presença suscita preocupações quanto à possibilidade de dupla utilização civil e militar e manobras estratégicas, face à presença cada vez mais profunda do país asiático na América Latina.

A Iniciativa Faixa e Rota inclui a construção de portos, linhas ferroviárias ou auto-estradas, criando novas rotas comerciais entre o leste da Ásia e Europa, África ou América Latina. Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, em 2013, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda.

O projecto tornou-se, entretanto, no principal programa da política externa de Xi. Na última década, mais de 150 países em todo o mundo aderiram à Faixa e Rota.

10 Fev 2025

Hong Kong pondera recorrer à OMC contra “tarifas excessivas”

O Governo de Hong Kong anunciou ontem que está a considerar apresentar um recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC) em resposta às “tarifas excessivas” impostas pelos Estados Unidos aos produtos da região semiautónoma chinesa.

O secretário para o Comércio e Desenvolvimento Económico, Algernon Yau, condenou num programa de rádio a imposição de uma tarifa adicional de 10 por cento sobre as importações do território, classificando a medida de irracional.

“É um desrespeito pelo estatuto da região enquanto membro da OMC e território aduaneiro autónomo”, afirmou. “Washington cometeu um erro significativo ao impor estas tarifas”, advertiu, instando a Casa Branca a “abordar a decisão com prudência”.

O secretário referiu que, durante a última década, os Estados Unidos registaram um excedente comercial de mais de 270 mil milhões de dólares com Hong Kong, sublinhando os benefícios do comércio bilateral. Além disso, referiu que as exportações da antiga colónia britânica para o país representam apenas 0,1 por cento do total, o que sugere um impacto limitado dos novos direitos aduaneiros.

Yau notou que, nos últimos anos, Hong Kong diversificou os seus mercados, como Médio Oriente, Sudeste Asiático e Europa Central, para mitigar “as repercussões da geopolítica”, permitindo que as empresas locais ajustem as estratégias de exportação. Por último, destacou a resiliência do sector empresarial da região administrativa especial, que dispõe de câmaras de comércio preparadas para enfrentar os desafios que surgem neste contexto.

Contra-ofensiva

A China levou os direitos aduaneiros dos Estados Unidos à OMC e ambas as partes têm agora a possibilidade de resolver o litígio através de negociações bilaterais nos próximos 60 dias.

Após este período, as partes têm o direito de solicitar à OMC a formação de um painel para resolver o litígio comercial. No entanto, a decisão desse comité pode demorar meses ou mesmo anos, caso uma das partes venha a recorrer da mesma.

Na terça-feira, Pequim anunciou a aplicação de direitos aduaneiros de 10 a 15 por cento sobre determinados produtos norte-americanos, em retaliação aos direitos aduaneiros impostos pelos Estados Unidos à importação de produtos chineses. A China anunciou ainda novos controlos de exportação de minerais essenciais e lançou uma investigação por práticas de monopólio contra o gigante tecnológico norte-americano Google.

7 Fev 2025

Índia | Parlamento suspenso por protestos contra maus-tratos dos EUA a deportados

A sessão de ontem do parlamento indiano foi suspensa por protestos dos deputados contra os alegados maus-tratos infligidos a 104 migrantes deportados pelos Estados Unidos e que chegaram na quarta-feira ao país.

Os migrantes foram levados dos Estados Unidos para uma cidade do norte da Índia num avião militar, no âmbito de uma vaga de deportações decidida pelo novo Presidente, Donald Trump, mas o tratamento a que foram sujeitos indignou de tal forma os deputados indianos que ontem, muitos gritaram protestos em pleno parlamento e exigiram um debate sobre as deportações.

De acordo com deputados e meios de comunicação social, os braços e as pernas dos deportados foram algemados enquanto estavam no avião, apesar de a viagem ter demorado mais de oito horas, e só foram libertados no aeroporto de Amritsar, na Índia.

Um tratamento que os deputados consideraram degradante, lembrando que “algemados e com as pernas acorrentadas [os migrantes] tinham até dificuldade em usar a casa de banho”.

O presidente do parlamento, Om Birla, tentou acalmar os deputados, dizendo que o transporte dos deportados era uma questão de política externa dos EUA e que os Estados Unidos “também têm as suas próprias regras e regulamentos”, mas não impediu as manifestações dentro e fora do hemiciclo a exigir uma resposta do Governo.

Alguns dos deputados que protestaram na rua usaram algemas e empunharam cartazes que diziam: “Humanos, não prisioneiros”, enquanto o líder do Congresso, Rahul Gandhi, escreveu na rede social X que “os indianos merecem dignidade e humanidade, NÃO algemas”.

A sua mensagem foi acompanhada de um vídeo que mostra um dos deportados, Harvinder Singh, a dizer que todos foram algemados e tiveram os pés acorrentados durante 40 horas. “Não nos deixaram sair um centímetro dos nossos lugares. Foi pior do que o inferno”, contou.

Novos métodos

Os EUA geralmente realizam deportações em voos comerciais e fretados, mas a utilização do exército para devolver pessoas ao seu país de origem é um método novo, iniciado na administração Trump.

O ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, avançou ontem à câmara alta do parlamento que os regulamentos dos EUA permitem o uso de restrições desde 2012, tanto em voos militares como civis e garantiu que as autoridades norte-americanas os informaram que as mulheres e as crianças não são algemadas.

Jaishankar defendeu que, embora o Governo esteja a falar com as autoridades norte-americanas para “garantir que os deportados que regressam não são maltratados”, o foco da Índia deve estar na repressão da migração ilegal.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitará Washington na próxima semana, mas o tema já foi abordado numa conversa telefónica entre Trump e Modi realizada na semana passada. Durante a conversa sobre migrantes e deportações, Donald Trump sublinhou a importância de a Índia comprar mais equipamento de segurança fabricado nos Estados Unidos e haver um comércio bilateral justo.

A patrulha de fronteiras dos EUA deteve mais de 14.000 indianos na fronteira canadiana entre o final de Setembro de 2023 e o final do mesmo mês do ano passado, o que representou 60 por cento de todas as detenções ao longo da fronteira e um número 10 vezes maior do que o registado há dois anos.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, 15.668 cidadãos indianos foram deportados dos EUA desde 2009. Um relatório do Pew Research Center dizia que, em 2022, a Índia estava em terceiro lugar — depois do México e de El Salvador — na lista dos países com o maior número de imigrantes não autorizados — 725 mil — a viver nos EUA.

7 Fev 2025

Paquistão | Xi pede a Zardari mais segurança para interesses chineses

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem ao homólogo paquistanês, Asif Ali Zardari, que reforce as medidas de segurança para proteger os interesses da China no Paquistão, após vários ataques contra pessoal, projectos e instituições chinesas.

Os dois líderes reuniram-se em Pequim, por ocasião de uma visita oficial do líder paquistanês, durante a qual Xi também o instou a “reforçar a cooperação bilateral e multilateral” contra o terrorismo, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Em Outubro de 2024, dois cidadãos chineses foram mortos e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto da cidade de Carachi e, em Março do mesmo ano, outro bombista suicida matou pelo menos cinco chineses e um paquistanês, todos trabalhadores do projecto hidroeléctrico de Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país.

Durante o encontro, Xi destacou “a forte” amizade e cooperação bilateral, que completa 75 anos em 2025, bem como o desenvolvimento do Corredor Económico China – Paquistão, um projecto que disse estar empenhado em aprofundar.

Pequim comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projetos de infraestruturas no Paquistão no âmbito do Corredor Económico China – Paquistão (CPEC), parte da iniciativa chinesa Faixa e Rota, que visa criar novas vias comerciais ao longo da eurásia.

“A China aprecia o apoio activo do Paquistão às suas três iniciativas globais e está pronta a (…) resistir ao unilateralismo e às práticas hegemónicas, reforçar a coordenação multilateral e defender os interesses comuns dos países em desenvolvimento”, acrescentou.

Zardari sublinhou – de acordo com a declaração oficial chinesa – que o Paquistão se manterá incondicionalmente ao lado da China “independentemente da evolução da situação”.

7 Fev 2025

Tesla | Lançados maiores descontos de sempre na China

O fabricante norte-americano de veículos elétricos Tesla anunciou ontem a maior redução de preços de sempre para o seu Model 3 na China, parte de uma guerra de preços feroz entre as principais marcas no país. Desde ontem, a Tesla está a oferecer um subsídio de seguro equivalente a cerca de 1.100 dólares e um plano de pagamento de cinco anos sem juros. Esta é a primeira vez que os dois incentivos são combinados.

O preço inicial do Model 3 de tracção traseira será assim reduzido na China para cerca de 31.200 dólares. Os compradores beneficiarão de programas especiais de carregamento para os veículos e serão elegíveis para outros subsídios públicos e ofertas da Tesla no valor de até 8.000 dólares.

Nos últimos dias, outras marcas, como a Xpeng, a Nio e a IM Motors, anunciaram igualmente planos de pagamento sem juros, reduções no pagamento da entrada ou reduções de preços em alguns dos seus modelos.

De acordo com fontes do sector citadas pelo portal de notícias Yicai, as vendas das principais marcas em vários concessionários caíram mais de 40 por cento em Janeiro, em termos homólogos, afectadas pela aproximação da época alta de dezembro e pelo habitual abrandamento durante o Ano Novo Lunar, a principal época festiva do país.

O secretário-geral da associação de empregadores CPCA, Cui Dongshu, previu que a guerra de preços entre os fabricantes de automóveis na China continuará ao longo deste ano, num contexto de concorrência “extremamente feroz”, embora também tenha sublinhado que as vendas poderão aumentar graças ao “plano de renovação” multimilionário promovido pelo Governo, que prevê a atribuição de subsídios na troca de artigos velhos por novos.

7 Fev 2025

Internet | China e Tailândia prometem combater redes de fraude

Xi Jinping, e Paetongtarn Shinawatra reuniram-se ontem em Pequim onde reafirmaram o empenho conjunto no combate às fraudes ‘on-line’ que proliferam no sudeste asiático

 

O líder chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro tailandês, Paetongtarn Shinawatra, prometeram ontem combater as redes de burla que assolam o sudeste asiático, durante um encontro, em Pequim.

Myanmar (antiga Birmânia), Camboja e Laos, que se situam a sul da China e partilham fronteiras com a Tailândia, tornaram-se os principais centros de operações de fraude ‘online’, onde pessoas atraídas por falsos anúncios de empregos bem remunerados são mantidas em complexos secretos e forçadas a trabalhar para grupos criminosos que gerem burlas dirigidas a pessoas de todo o mundo.

Esta situação tem afectado a reputação da Tailândia, uma vez que surgiram várias histórias sobre chineses que foram atraídos para trabalhar em Banguecoque para depois serem traficados para alguns destes complexos no Myanmar, sendo o actor chinês Wang Xing a mais recente vítima.

As autoridades tailandesas e chinesas tomaram medidas públicas para resolver o problema das burlas, incluindo uma visita de Liu Zhongyi, vice-ministro chinês da segurança pública, à região fronteiriça.

“A China aprecia as fortes medidas adoptadas pela Tailândia para combater a fraude ‘online’. As duas partes devem continuar a reforçar a aplicação da lei, a segurança e a cooperação judicial”, afirmou Xi, citado pela televisão estatal CCTV.

“A Tailândia está disposta a reforçar a cooperação em matéria de aplicação da lei com a China e outros países vizinhos e a adoptar medidas resolutas e eficazes para combater os crimes transfronteiriços, como o jogo e a fraude”, afirmou Paetongtarn.

Antes da sua visita, a Tailândia cortou o fornecimento de electricidade a algumas zonas do Myanmar junto à sua fronteira, para tentar perturbar as operações dos grupos fraudulentos. O efeito desta medida não é claro, uma vez que os complexos têm frequentemente os seus próprios geradores.

Outras matérias

A visita à China foi a primeira de Paetongtarn como primeira-ministra e ocorre numa altura em que os dois países celebram 50 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas.

Relativamente a outras questões bilaterais, Xi afirmou que a China está disposta a trabalhar num novo projecto ferroviário entre os dois países. Na terça-feira, a Tailândia aprovou uma ligação ferroviária de 10 mil milhões de dólares que ligará Banguecoque à linha de alta velocidade Laos – China. O Presidente chinês afirmou ainda que os dois países esperam aprofundar a cooperação no domínio dos veículos eléctricos, uma vez que a Tailândia é um mercado emergente para os fabricantes de automóveis chineses.

A China já foi uma parte significativa do segmento turístico da Tailândia, mas em 2024, o número de visitantes baixou para 6,7 milhões, muito abaixo dos 11 milhões de visitantes em 2019, antes da pandemia do coronavírus, quando os visitantes chineses representavam quase um terço de todas as chegadas.

Paetongtarn demonstrou que a Tailândia está disposta a acomodar os interesses chineses em questões fundamentais. Após a reunião em Pequim, Paetongtarn afirmou que a Tailândia respeita “firmemente” o princípio de ‘uma só China’.

7 Fev 2025

DeepSeek | Lançada campanha de recrutamento com altos salários para responder à procura

A plataforma chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek anunciou ontem uma campanha de recrutamento com ofertas que superam os 150.000 dólares por ano, após ter alcançado sucesso a nível mundial no seu lançamento.

A empresa publicou pelo menos 37 ofertas de emprego para vários cargos de tecnologia avançada, o mais bem pago dos quais é o de investigador de aprendizagem profunda, com um salário anual de cerca de 1,12 milhões de yuan (148.000 euros), segundo o jornal de negócios Securities Times.

A DeepSeek tem atualmente 150 funcionários, contra cerca de 1.700 da OpenAI, o principal concorrente norte-americano e o modelo de IA mais utilizado até à data.

Segundo o jornal, a empresa pretende recrutar os melhores talentos acabados de sair das universidades chinesas, para o que lançou também uma oferta de bolsas de estudo nos principais domínios da IA, com compensações financeiras diárias bastante superiores às habituais num estágio e em que o almoço e até o jantar são subsidiados.

Com o reforço de pessoal, a empresa tecnológica procura responder ao crescimento exponencial de utilizadores desde o lançamento e melhorar e estabilizar o serviço, que tem sofrido interrupções e falhas técnicas supostamente devido ao afluxo maciço de consultas, ainda mais intenso devido ao Ano Novo Lunar, período em que grande parte da população chinesa esteve de férias.

O DeepSeek causou uma grande agitação na indústria global de IA após o lançamento, há algumas semanas, do seu modelo V3, que terá levado apenas dois meses a desenvolver e custou menos de seis milhões de dólares.

Em 20 de janeiro, lançou a última versão, denominada R1. Lançado em 2023 pelo fundo de investimento chinês High-Flyer Quant, o DeepSeek é de código aberto e oferece serviços 95 por cento mais baratos do que o modelo o1 da OpenAI.

6 Fev 2025

MNE | Pequim contra taxas impostas por Washington

A China afirmou ontem que se opõe resolutamente ao aumento das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos sobre os seus produtos e apelou ao diálogo, depois de ter revelado uma série de medidas de retaliação na terça-feira.

“A China manifesta a sua profunda insatisfação e opõe-se resolutamente” às medidas dos EUA, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. “O que precisamos agora não é de um aumento unilateral das taxas, mas sim de um diálogo e de discussões baseadas no respeito mútuo”, acrescentou.

Alvo de taxas alfandegárias adicionais de 10 por cento sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos, Pequim retaliou imediatamente na terça-feira, prometendo aumentar as barreiras alfandegárias sobre uma série de produtos norte-americanos, desde petróleo bruto a maquinaria agrícola.

Pequim anunciou também novas restrições à exportação de metais críticos, utilizados em sectores que vão da exploração mineira à indústria aeroespacial. “As medidas tomadas pela China são uma acção necessária para defender os seus direitos e interesses legítimos”, disse o porta-voz chinês.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na segunda-feira que uma chamada com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, poderia ter lugar em breve, dando a impressão de que era possível uma reviravolta rápida. Mas mais tarde desmentiu a afirmação, dizendo que “não tinha pressa” em falar com Xi.

Questionado sobre uma possível futura conversa entre os dois líderes, o porta-voz da diplomacia chinesa não deu pormenores.

6 Fev 2025

Toyota | Nova unidade de baterias e veículos eléctricos em Xangai

A Toyota Motor anunciou ontem que vai criar uma empresa detida a 100 por cento pela fabricante automóvel japonesa em Xangai, para desenvolver e produzir veículos eléctricos e baterias para a sua marca Lexus, que deverá estar operacional até 2027.

A nova empresa vai estar sediada no distrito de Jinshan, a sudoeste da cidade chinesa de Xangai, com uma capacidade de produção inicial de cerca de 100.000 unidades por ano, e deverá criar cerca de mil postos de trabalho na fase de arranque.

“Em virtude desta parceria com o governo municipal de Xangai, a Toyota espera contribuir para o objectivo do Governo chinês de atingir a neutralidade carbónica até 2060 em domínios como a energia do hidrogénio, a tecnologia de condução automatizada e a reciclagem e reutilização de baterias”, afirmou a empresa em comunicado.

Antes de estabelecer a própria empresa na China, a fabricante japonesa já tinha trabalhado com parceiros locais como o China FAW Group e o Guangzhou Automobile Group.

O anúncio surge no mesmo dia em que a empresa divulgou os resultados dos primeiros nove meses do ano fiscal (Abril-Dezembro), durante os quais registou um lucro líquido de 4,1 biliões de ienes (25,77 mil milhões de euros), um aumento de 3,9 por cento, graças à subida das vendas, impulsionada pelos modelos híbridos e pelo enfraquecimento da moeda japonesa, o iene.

6 Fev 2025

Hong Kong | Acções de empresa que opera portos no Panamá caem

As acções do conglomerado de Hong Kong CK Hutchison, empresa-mãe da sociedade que explora os portos panamianos Balboa e Cristobal, caíram ontem 1,8 por cento, devido à intenção do Presidente norte-americano de retomar o controlo do Canal do Panamá.

A CK Hutchison, propriedade de Li Ka-shing – o homem mais rico de Hong Kong e o oitavo mais rico da Ásia – detém desde 2015 a Panama Ports Company (PPC), que opera o porto de Balboa, no Pacífico, o segundo porto de contentores mais movimentado do país, e o porto de Cristobal, no Atlântico, o quinto da lista.

Em várias ocasiões, Donald Trump ameaçou “tomar” o Canal do Panamá e criticou a decisão do ex-presidente Jimmy Carter de negociar os tratados que permitiram a transferência do canal para o Panamá, um processo que foi concluído em 1999. No início deste mês, numa conferência de imprensa antes da sua tomada de posse como presidente, Trump chegou a não descartar o uso da força militar para recuperar o controlo do canal.

O crescente peso económico da China na América Latina tem sido uma fonte de preocupação há anos em Washington, que teme que a região, rica em recursos naturais e parte da sua esfera de influência, esteja a inclinar-se para Pequim.

6 Fev 2025

Gaza | China rejeita proposta de Trump de expulsar habitantes

Pequim voltou a defender a solução de dois Estados no Médio-Orinte e opôs-se veementemente à intenção de Donald Trump de assumir o controlo da região e expulsar os palestinianos da sua terra

 

A China manifestou ontem a sua oposição à proposta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de expulsar os habitantes da Faixa de Gaza e reiterou a sua defesa da solução de dois Estados para a questão israelo-palestiniana.

“Opomo-nos à deslocação forçada dos residentes da Faixa de Gaza. A China espera que todas as partes aceitem o cessar-fogo e regressem a uma solução política de dois Estados”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Trump disse na terça-feira que os palestinianos não têm outra escolha senão deixar a Faixa de Gaza porque o local é inabitável, e insistiu que quer que a Jordânia e o Egpito os acolham.

O porta-voz chinês acrescentou que as partes envolvidas devem “colocar a questão palestiniana no caminho certo”. “Isso significa um acordo baseado na ‘solução de dois Estados’ que visa uma paz duradoura no Médio Oriente”, advertiu.

Pequim tem afirmado repetidamente que a Palestina deve ser “plenamente” reconhecida como um Estado nas Nações Unidas e que insistirá na solução de dois Estados para garantir a “coexistência pacífica” entre israelitas e palestinianos.

A China também manifestou o seu apoio à “causa justa do povo palestiniano para restaurar os seus direitos e interesses legítimos”, e os seus funcionários realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as conversações de paz.

Ocupação e destruição

Trump afirmou que no enclave palestiniano “tudo está demolido” e que os habitantes de Gaza “ficariam felizes” por sair, se tivessem a oportunidade de o fazer num “local agradável com fronteiras agradáveis”.

Desde 1967, Israel construiu cerca de 160 colonatos ilegais que albergam mais de 700.000 judeus na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental. O Estado israelita também reivindica a soberania de toda a cidade de Jerusalém, cujo lado oriental foi capturado na guerra de 1967, ocupado militarmente e anexado unilateralmente em 1980.

6 Fev 2025

Seul | OpenAI e serviço de mensagens Kakao anunciam nova parceria

A empresa tecnológica norte-americana OpenAI e o serviço de mensagens líder na Coreia do Sul, Kakao, anunciaram ontem um novo projecto de colaboração para incorporar a inteligência artificial (IA) nesta plataforma sul-coreana.

O objectivo da parceria é incorporar o modelo de linguagem ChatGPT no Kakao, anunciaram as duas empresas, após uma reunião em Seul entre o director executivo do Kakao, Chung Shin-a, e o responsável da OpenAI, Sam Altman. “Tenho o prazer de partilhar a nossa parceria com a OpenAI como parte da nossa ambição de alcançar uma nova inovação e um salto em frente através da IA em 2025”, afirmou Chung Shin-a à imprensa.

Segundo explicou, as duas empresas vão trabalhar em conjunto para aplicar a tecnologia da empresa norte-americana nos serviços do Kakao e também desenvolver produtos conjuntos de IA, enquanto a empresa sul-coreana planeia lançar a nova marca integrada de IA, Kanana, até ao final de 2025.

“As tecnologias do ChatGPT serão integradas nos nossos serviços, incluindo a Kanana, e a parceria inclui a partilha de tecnologia e o desenvolvimento conjunto de produtos de IA para os 50 milhões de utilizadores do Kakao”, acrescentou Chung.

O Kakao é a principal empresa de tecnologias de informação da Coreia do Sul e opera a maior aplicação de conversação móvel, KakaoTalk, com mais de 50 milhões de utilizadores, um número que quase iguala a população do país.

O anúncio da OpenAI e do Kakao surge semanas após o lançamento do DeepSeek, a mais recente alternativa chinesa para o desenvolvimento de IA, que está no topo das tabelas de transferências gratuitas da loja de aplicações móveis App Store, tanto na China como nos EUA, superando o próprio ChatGPT.

5 Fev 2025

Nissan Motor | Tribunal confirma condenação de ex-director

O norte-americano Greg Kelly, ex-director da Nissan Motor, foi ontem novamente condenado no Japão por colaborar nas irregularidades financeiras cometidas pelo ex-presidente Carlos Ghosn, fugido da justiça japonesa.

O Supremo Tribunal de Tóquio manteve a decisão tomada em Março de 2022 por um outro tribunal da capital, que foi objeto de recurso por parte do arguido, após ter recebido uma pena suspensa de seis meses de prisão.

Kelly, outrora braço direito de Ghosn, foi considerado culpado de conspirar com o antigo presidente da empresa para não declarar futuras remunerações acordadas entre a Nissan e o dirigente máximo da fabricante de automóveis.

A pena de prisão suspensa significava que Kelly não tinha de cumprir pena de prisão desde que não se envolvesse em qualquer actividade criminosa ao longo de três anos, e na prática permitiu-lhe regressar aos Estados Unidos.

Kelly alegou no recurso a absolvição de todas as acusações de que foi considerado culpado. A acusação pediu até dois anos de prisão para o executivo norte-americano, detido no Japão em Novembro de 2018, na mesma altura da detenção de Ghosn.

O jurista norte-americano trabalhou na Nissan como director representante, uma das posições mais elevadas no topo da empresa, e acabou por ser o único executivo da Nissan a ser julgado depois de outros responsáveis japoneses terem chegado a acordos judiciais.

A sentença de 2022, ontem confirmada, foi a primeira no processo de 2018 contra Ghosn, que abalou a indústria automóvel, por tratar-se de um dos executivos mais respeitados entre os maiores fabricantes de automóveis do mundo.

5 Fev 2025

EUA | Trump cria fundo soberano que pode vir a comprar a Tiktok

Donald Trump assinou na segunda-feira uma ordem executiva que determina que os departamentos do Tesouro e do Comércio criem um “fundo soberano”, afirmando que este pode vir a adquirir a rede social TikTok.

“Acredito que Scott e eu vamos criar um fundo soberano incrível. Outros países muito mais pequenos já os têm e não são os EUA. Temos um potencial incrível neste país”, disse, aludindo ao seu nomeado para secretário do Tesouro, Scott Bessent, em declarações prestadas na Casa Branca.

Ao falar sobre este fundo, Trump avançou o exemplo da Tiktok, abrindo a porta à sua aquisição. “Vamos fazer alguma coisa. Talvez com a Tiktok ou talvez não. Podemos colocá-la no fundo soberano”, disse, acrescentando que há “um monte de coisas” que podem ser incluídas no fundo.

Esta plataforma continua a funcionar nos EUA, graças à prorrogação por 75 dias assinada por Trump, a 21 de Janeiro, um dia depois de ter sido empossado presidente. O decreto de Trump ordenou ao procurador-geral e ao Departamento de Justiça que não aplicassem sanções nem uma lei do anterior presidente, Joe Biden, nos próximos 75 dias.

A lei de Biden obrigava esta plataforma de vídeos a separar-se da sua ‘holding’ chinesa, ByteDance, e a encontrar um comprador de um país que não fosse considerado “um adversário” antes de 19 de Janeiro.

Apesar de o Supremo Tribunal ter aprovado a lei, a plataforma não mudou de empresa. Pelo que deixou de funcionar, durante um dia, até que Trump assinou a ordem. Há semanas, Trump escreveu na sua rede social, alusão ao futuro da Tiktok, que “gostaria que os EUA tivessem 50 por cento de uma empresa conjunta”. Desta forma, escreveu, “salvamos a TikTok, mantemo-la em boas mãos e permitimos que continue a crescer”.

5 Fev 2025

Rota da Seda | Pequim considera “lamentável” retirada do Panamá

A China considerou na segunda-feira “lamentável” a retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda, a qual classificou como uma plataforma de cooperação económica para os países do “sul global”, rejeitando qualquer “agenda política” nessa iniciativa.

“Eu acho que é uma decisão lamentável, porque, antes de tudo, (…) é uma iniciativa económica. O objectivo é construir uma plataforma para os países, especialmente do Sul Global, terem uma cooperação económica entre si. Não está relacionada com nenhuma agenda política”, afirmou o embaixador da China junto das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.

De acordo com o diplomata, a cooperação económica em causa “é mutuamente benéfica”, admitindo esperar que o Panamá “veja isso da maneira correcta”. “Qualquer campanha de difamação que é lançada pelos Estados Unidos e alguns outros países ocidentais” sobre a iniciativa da Rota da Seda “é totalmente infundada”, frisou ainda.

Ao mesmo tempo, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, considerou na segunda-feira que o Panamá deu “um grande passo” ao não renovar o acordo de cooperação comercial com a China sobre a iniciativa da Rota da Seda.

“O anúncio feito ontem [domingo] pelo Presidente José Raúl Mulino de que o Panamá deixará caducar a sua participação na Iniciativa da Cintura e da Rota do PCC [Partido Comunista da China] é um grande passo em frente para as relações entre os EUA e o Panamá e para um Canal do Panamá livre”, afirmou Rubio na rede social X.

5 Fev 2025

Pequim abre investigação contra Google e impõe tarifas a produtos dos EUA

A China anunciou ontem a abertura de uma investigação à Google e impôs novas tarifas sobre uma série de produtos norte-americanos, horas depois de o Presidente Donald Trump ter aplicado uma tarifa de 10 por cento aos produtos chineses.

A China vai investigar o gigante tecnológico norte-americano por alegada violação das leis ‘antitrust’ (práticas de monopólio) chinesas, de acordo com um comunicado da Administração Estatal para a Regulação do Mercado do país.

Pequim anunciou também a aplicação de taxas de 15 por cento sobre o carvão e o gás natural liquefeito (GNL) e de 10 por cento sobre o petróleo e o equipamento agrícola provenientes dos Estados Unidos.

“A imposição unilateral de direitos aduaneiros por parte dos Estados Unidos viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio”, declarou o Ministério das Finanças chinês num comunicado em que anunciou a imposição das tarifas retaliatórias.

“Não só é inútil para resolver os seus próprios problemas, como também prejudica a cooperação económica e comercial normal entre a China e os Estados Unidos”, acrescentou o Governo chinês.

As medidas da China foram tomadas quase imediatamente após a aplicação das tarifas norte-americanas.

A decisão de Washington em relação à China contrasta com as situações do México e do Canadá, em que ambas as nações obtiveram um adiamento da imposição de tarifas de 25 por cento por um mês, depois de chegarem a acordos separados com Donald Trump.

Moedas sofrem

No passado sábado, Trump apelou através de uma ordem executiva ao Partido Comunista da China para que impedisse as organizações criminosas de facilitarem o fluxo de drogas ilícitas para dentro dos Estados Unidos.

A reabertura da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China repercutiu-se no desempenho da moeda chinesa nos mercados ‘offshore’, onde o yuan caiu 0,3 por cento para 7,3340 dólares, na sequência do anúncio da retaliação. As negociações do yuan no mercado ‘onshore’ estão fechadas devido ao feriado do Ano Novo Lunar.

Se o dólar norte-americano recuperou em relação à moeda chinesa, já as moedas australiana e neozelandesa, que têm fortes ligações comerciais com a China, caíram quase 1 por cento. Outras moedas asiáticas, como o baht tailandês e a rupia indonésia, reduziram ganhos.

Os serviços de pesquisa e de Internet da Google para os consumidores estão indisponíveis na China desde 2010, embora a empresa mantenha operações no país, principalmente em torno do seu negócio de publicidade. Os Estados Unidos forneceram cerca de 6 por cento das importações de GNL da China no ano passado, de acordo com os dados de localização de navios.

No fim de semana, o líder da Administração norte-americana ordenou a aplicação de uma taxa geral sobre as importações chinesas, que entrou em vigor a partir da meia-noite de ontem nos Estados Unidos, devido ao que Trump justificou como o fracasso de Pequim em impedir o fluxo de drogas ilegais.

As ordens executivas do novo inquilino da Casa Branca incluíam cláusulas de retaliação que aumentariam os direitos aduaneiros se os países respondessem da mesma forma.

5 Fev 2025

ONU | China preside em Fevereiro ao Conselho de Segurança

A presidência chinesa já deu indicações de que pretende promover o multilateralismo e melhorar a governação global apelando à participação construtiva de todas as partes

 

A China, que preside este mês ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, vai organizar uma reunião de nível ministerial que visa “reformar e melhorar a cooperação global”, encontro que contará com a presença do MNE (Ministro dos Negocios Estrangeiros) chinês.

O representante permanente da China junto às Nações Unidas (ONU), Fu Cong, apresentou na segunda-feira à imprensa a sua agenda para Fevereiro, tendo indicado que o MNE da China, Wang Yi, presidirá, a 18 de Fevereiro, um debate aberto sob o tema “Praticar o multilateralismo, reformar e melhorar a governação global”.

O convite para participar no debate foi feito a ministros dos Negócios Estrangeiros ou altos funcionários de outros países, incluindo a Estados que não integram o Conselho de Segurança da ONU, disse Wang Yi.

De acordo com o diplomata chinês, esta será uma “boa oportunidade” para o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, se encontrar com o homólogo chinês, caso aceite o convite para se deslocar a Nova Iorque para participar na reunião do Conselho de Segurança.

“Ao assinalarmos este ano o 80.º aniversário da fundação da ONU e à medida que o mundo entra num período muito turbulento, este debate aberto visa encorajar os países a revisitarem as aspirações originais da ONU, reafirmarem o seu compromisso com o multilateralismo e a importância do papel das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança, e explorar formas de reformar e melhorar a governação global”, explicou o representante de Pequim.

“O objectivo é construir um sistema de governação global mais justo e equitativo, que aborde o défice de governação global e garanta que os seus benefícios são partilhados por todos”, acrescentou.

De acordo com Fu Cong, a solidariedade e a cooperação estão a ser substituídas pela divisão e pelo confronto, admitindo que, “muitas vezes o Conselho não conseguiu fazer nada perante grandes crises de segurança”.

Diferenças à parte

Questionado sobre se a deterioração das relações entre Pequim e Washington poderão afectar o trabalho do Conselho de Segurança – órgão do qual os Estados Unidos e China são membros permanentes -, o diplomata chinês afirmou que espera poder cooperar com a sua homóloga norte-americana, Elise Stefanik, apesar dos “preconceitos e ideias erradas” que tem expressado publicamente sobre Pequim.

“No geral, acredito que a China e os EUA (…) têm muito em comum e podemos cooperar nisso. Por exemplo, dentro da estrutura da ONU existem questões globais que exigem esforços conjuntos de toda a comunidade internacional e, em particular, de países como a China e os Estados Unidos, como o combate ao terrorismo, às drogas ou à não-proliferação. E também, na minha opinião, a questão das alterações climáticas deve ser uma questão em que os dois países podem cooperar entre si”, salientou.

“Espero que, apesar de toda a retórica que ouvimos dos políticos americanos, possamos adoptar uma abordagem construtiva e, sublinho, profissional no nosso trabalho aqui na ONU”, frisou. Durante a presidência chinesa do Conselho de Segurança, a situação no Médio Oriente continuará em foco, estando já agendados ‘briefings’ sobre a questão palestiniana, mas também sobre a Síria e o Iémen.

“Em relação a Gaza, há agora um cessar-fogo, mas a situação continua frágil. O Conselho necessita de acompanhar de perto os acontecimentos e tomar medidas, se necessário, para garantir que o acordo de cessar-fogo é implementado de forma plena e eficaz, e que o acesso humanitário se mantém aberto e desimpedido”, explicou Fu Cong.

“É evidente que a situação na Cisjordânia também merece a nossa atenção. Ainda ontem [domingo], ouvimos relatos de ataques militares das Forças de Defesa de Israel contra blocos residenciais nos campos de Jenin e Tulkarem”, disse.

Nesse sentido, o embaixador chinês reuniu-se na manhã de segunda-feira com o representante da missão palestiniana junto à ONU, Riyad Mansour, que por sua vez pediu ao Conselho de Segurança que adote medidas rápidas para pôr fim à situação e convoque uma reunião para abordar esses ataques.

5 Fev 2025

Rússia | ONU denuncia aumento de execuções de prisioneiros

A ONU denunciou e condenou ontem o aumento do número de execuções de soldados ucranianos mantidos em cativeiro pelas forças russas nos últimos meses, fazendo eco de acusações de Kiev. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há quase três anos, Moscovo e Kiev têm-se acusado regularmente de matar prisioneiros de guerra, o que constitui um crime de guerra.

“Muitos soldados ucranianos que se renderam ou estavam sob custódia física das forças armadas russas foram mortos a tiro no local. Testemunhas descreveram também o assassínio de soldados ucranianos desarmados e feridos”, disse a ONU.

A Missão de Observação dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU, na sigla em inglês) afirmou ter “registado 79 execuções deste tipo em 24 incidentes separados” desde o final de Agosto. A informação baseia-se na “análise de material vídeo e fotográfico publicado por fontes ucranianas e russas” que mostra as execuções, disse a missão num comunicado citado pela agência francesa AFP.

As figuras públicas russas “apelaram explicitamente ao tratamento desumano, ou mesmo à execução, dos militares ucranianos capturados”, afirmou a chefe da missão da ONU, Danielle Bell. “Combinadas com as leis de amnistia geral, estas declarações podem incitar ou encorajar comportamentos ilegais”, acrescentou, citada no comunicado.

A missão explicou que, em 2024, também registou a execução de um soldado russo “ferido e incapacitado” pelas forças armadas ucranianas. O Provedor dos Direitos Humanos ucraniano, Dmytro Loubinets, solicita regularmente às Nações Unidas e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) que investiguem as execuções extrajudiciais de soldados ucranianos em cativeiro.

Desconhece-se o número de vítimas civis e militares da guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em Fevereiro de 2022, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.

4 Fev 2025

Índia | Rupia atinge novo mínimo histórico

A rupia indiana atingiu ontem um novo mínimo histórico, sendo negociada a 87 unidades por dólar nos mercados de divisas internacionais, afectados pela imposição de novas tarifas norte-americanas sobre Canadá, México e China.

Nas primeiras horas do dia, a rupia indiana seguiu os passos de outras moedas asiáticas, enfraquecendo em relação ao dólar, observou a empresa de consultoria financeira Eforex Índia, na análise que costuma fazer diariamente.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou este fim de semana taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China. Embora a Índia não tenha sido afectada pelas políticas tarifárias do novo líder, antes de ser eleito, Trump referiu-se a Nova Deli como “um grande abusador” neste campo.

Países como Brasil e Japão ou blocos como a União Europeia (UE) também podem enfrentar novas ordens tarifárias, assumiu Trump. A rupia indiana tem estado numa desvalorização constante desde 1 de Janeiro de 2018, apesar de ter abrandado a queda desde meados de 2022.

Os receios de uma guerra comercial global, a volatilidade das acções das empresas que fazem parte do grupo empresarial indiano Adani – envolvido em vários escândalos – e, em geral, o cenário económico incerto, afectam a evolução da rupia.

O Governo indiano, liderado por Narendra Modi, revelou no sábado o orçamento anual para este ano, com uma estratégia centrada no reforço do poder de compra da classe média, no desenvolvimento inclusivo e no estímulo ao crescimento económico, numa altura em que a Índia, a quinta maior economia do mundo, enfrenta o seu crescimento mais lento em quatro anos.

4 Fev 2025

Timor-Leste | Mais de 5.500 alunos admitidos no ensino superior público

Um total de 5.749 alunos foram admitidos no ensino superior público de Timor-Leste no ano lectivo de 2025, segundo os dados divulgados pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura.

Os dados indicam que 5.211 alunos foram admitidos na Universidade Nacional de Timor-Lorosa’e (UNTL) e 538 no Instituto Politécnico de Betano. Na UNTL, foram admitidos 3.313 mulheres e 1.898 homens e no Instituto Politécnico de Betano 276 mulheres e 262 homens.

Para o novo ano lectivo foram registadas mais 513 admissões do que em relação ao ano passado, quando as instituições aceitaram 5.236 candidaturas. As candidaturas ao ensino superior público em Timor-Leste podem ser feitas em regime geral, destinadas a alunos que concluíram o ensino secundário e o ensino secundário técnico vocacional, e em regime especial.

O regime especial inclui pessoas que concluíram o ensino secundário há mais de quatro anos, filhos de antigos combatentes, famílias economicamente desfavorecidas, pessoas com necessidades especiais, quadros das forças de defesa e segurança, alunos de escolas internacionais e maiores de 23 anos.

Este ano concluíram o ensino secundário no país 22.922 alunos e 3.682 concluíram o ensino secundário técnico vocacional. Mais de 40.000 alunos frequentam em Timor-Leste 18 instituições do ensino superior públicas e privadas.

4 Fev 2025

EUA | Coreia do Norte critica declarações do chefe da diplomacia

A Coreia do Norte criticou no domingo o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por este ter descrito o país como um “Estado pária”, e avisou que não irá tolerar “qualquer provocação” dos Estados Unidos.

“Nunca toleraremos qualquer provocação dos Estados Unidos” e “tomaremos medidas vigorosas para responder como de costume”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, citado pela agência oficial KCNA.

Marco Rubio, chefe da diplomacia da administração norte-americana, disse, numa entrevista recente, que a Coreia do Norte e o Irão eram “Estados párias”, com os quais era preciso ter atenção quando se tomam decisões sobre diplomacia.

A reacção da Coreia do Norte é considerada a primeira crítica à administração do Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump. O início do segundo mandato de Donald Trump levantava perspectivas sobre a eventual recuperação da diplomacia entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, uma vez que Trump se encontrou com Kim três vezes durante o primeiro mandato.

Os contactos de alto nível terminaram em 2019 devido a disputas sobre as sanções económicas lideradas pelos Estados Unidos contra a Coreia do Norte. Pyongyang aumentou significativamente as actividades relativas a testes com armas, desde essa altura.

4 Fev 2025

Tóquio | OpenAI anuncia “pesquisa aprofundada” para ChatGPT

O director executivo da OpenAI, Sam Altman, está em Tóquio onde vai reunir com o primeiro-ministro japonês, e o director executivo do grupo SoftBank. A luta pelo domínio dos canais de IA conheceu um novo capítulo com o aparecimento da chinesa DeepSeek

 

A norte-americana OpenAI anunciou ontem uma ferramenta de “pesquisa aprofundada” para o ChatGPT, pouco antes de uma reunião em Tóquio com o parceiro SoftBank, numa altura em que a chinesa DeepSeek intensifica a concorrência na inteligência artificial. A OpenAI disse que a nova ferramenta “realiza em dezenas de minutos o que levaria muitas horas” a ser feito por uma pessoa.

“A pesquisa aprofundada é a nova ferramenta da OpenAI que pode trabalhar para si de forma independente: dê-lhe um comando e o ChatGPT encontrará, analisará e sintetizará centenas de fontes ‘online’ para criar um relatório abrangente ao nível de um analista”, afirma a OpenAI no portal oficial. O robô de conversação ChatGPT marcou o aparecimento da inteligência artificial (IA) generativa para o público em geral em 2022.

Numa apresentação vídeo em directo, os investigadores da OpenAI demonstraram como a ‘pesquisa aprofundada’ foi capaz de resumir dados de pesquisa na Internet para recomendar equipamento de esqui para umas férias de neve no Japão.

Concorrência apertada

O director executivo da OpenAI, Sam Altman, encontra-se em Tóquio para se encontrar com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o director executivo do grupo SoftBank, Masayoshi Son.

Altman e Son são parceiros no Stargate, um novo projecto que envolve investimentos de pelo menos 500 mil milhões de dólares em infra-estruturas de IA nos Estados Unidos, recentemente revelado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. Masayoshi Son também assistiu à tomada de posse de Trump em Janeiro.

Estes desenvolvimentos surgem numa altura em que a ‘startup’ chinesa DeepSeek abalou o mundo tecnológico norte-americano com o potente robô de conversação desenvolvido a baixo custo e a funcionar com menos recursos. Numa entrevista ao jornal económico japonês Nikkei, Sam Altman afirmou que a China está a recuperar o atraso em relação às tecnologias de IA baseadas nos EUA.

Alertou também para o facto de as tecnologias de IA poderem ser utilizadas por Estados autoritários para reforçar o controlo.

4 Fev 2025

Ano Novo Chinês | Registados recordes de bilheteira nos cinemas

Os números diários de bilheteira nas salas de cinema da China atingiram um novo marco na última quarta-feira, dia da Festa da Primavera, também conhecida como Ano Novo chinês, gerando uns impressionantes 1,805 mil milhões de yuans em receitas, indica o Diário do Povo.

O número de espectadores nesse dia foi de 35,15 milhões. Tanto as receitas de bilheteira, como a contagem de espectadores superaram os recordes anteriores estabelecidos no Ano Novo chinês de 2021, indicou a Administração de Cinema da China na quinta-feira.

O feriado anual da Festa da Primavera é uma das temporadas de cinema mais lucrativas da China e este ano acontece entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro, com um dia a mais do que nos anos anteriores. Os líderes da bilheteira são seis filmes nacionais que estrearam na quarta-feira – com géneros como mitologia chinesa, wuxia, que apresenta artes marciais e cavalheirismo, comédia, fantasia, animação e drama.

A Huajin Securities observou que esses seis novos lançamentos cobrem uma gama diversificada de géneros, atendendo aos gostos de vários grupos de público. Também destacou que a maioria desses filmes são séries de franquias de alta audiência e alta classificação, com forte reputação e grandes bases de fãs.

Desde Dezembro do ano passado, a Administração de Cinema da China vem incentivando as instituições relevantes a alocar aproximadamente 600 milhões de yuans em subsídios ao consumo de filmes – uma medida que os analistas dizem ter como objectivo promover todo o potencial de consumo dos espectadores.

A Kaiyuan Securities prevê que os valores de bilheteira totais terão um aumento de 6,7 por cento em termos anuais, atingindo 8,54 mil milhões de yuans durante os feriados da Festa da Primavera de 2025.

4 Fev 2025