Hoje Macau China / ÁsiaIA /EUA | Aplicação chinesa lidera descargas em dispositivos Apple A aplicação chinesa de modelos de inteligência artificial generativa (IA) DeepSeek R-1 liderou a tabela de descargas na App Store, tanto na China como nos Estados Unidos, na manhã de ontem, batendo o popular ChatGPT. O modelo DeepSeek-R1, lançado a 20 de Janeiro, é, de acordo com o criador, comparável ao modelo o1 da OpenAI, o criador do ChatGPT, na resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem natural. O modelo é uma criação da DeepSeek, empresa chinesa de modelação de inteligência artificial apoiada pela empresa de investimentos quantitativos Huanfang Quant. A ferramenta de código aberto teve recentemente um impacto significativo na comunidade internacional de programadores e no sector tecnológico devido à sua eficiência e baixo custo. Segundo a empresa, o modelo foi treinado ao longo de 55 dias, com um orçamento de 5,57 milhões de dólares, utilizando um conjunto de 2.048 unidades de processadores gráficos H800 do fabricante norte-americano de semicondutores Nvidia, uma versão de baixa capacidade concebida para o mercado chinês, face às restrições impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações de alta tecnologia para a China. Este custo representa menos de um décimo da despesa de formação do modelo 4o da OpenAI, segundo a imprensa chinesa. A empresa tornou públicos os detalhes técnicos do processo de formação, permitindo que outros utilizadores os utilizem como base para o desenvolvimento de outras ferramentas. As comparações de preços são baseadas no cálculo de fichas (“tokens”), no qual 1.000 fichas equivalem a aproximadamente 750 palavras em inglês. O DeepSeek oferece serviços de interface de programação de aplicações (API) a um custo de 1 yuan por milhão de fichas introduzidas e 16 yuan por milhão de fichas produzidas. Em comparação, o modelo o1 da OpenAI tem um preço de 15 dólares por milhão de fichas introduzidas e 60 dólares por milhão de fichas produzidas. Portas abertas O lançamento do DeepSeek-R1 ocorreu na mesma semana em que o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o projecto ‘Stargate’, que visa investir até 500 mil milhões de dólares, nos próximos quatro anos, para construir 20 novos centros de dados para apoiar projectos de IA. “A abordagem tecnológica da DeepSeek desafia o domínio dos EUA na IA, demonstrando que as suas restrições à venda de semicondutores à China têm sido ineficazes”, disse Li Baiyang, professor de estudos de inteligência artificial na Universidade de Nanjing, citado pelo jornal oficial chinês Global Times. O especialista Tian Feng disse ao mesmo órgão de comunicação que os resultados do DeepSeek, com custos de formação mais baixos, juntamente com a sua abordagem de código aberto, “redefinirão as regras de desenvolvimento da IA”. Mais de 200 grandes modelos linguísticos foram lançados no mercado chinês, alguns desenvolvidos pelos gigantes tecnológicos do país, como o “Doubao” da ByteDance, o “Jiutian” da operadora de telecomunicações China Mobile, o “Wenxin Yiyan” da Baidu, o “Tongyi Qianwen” do gigante do comércio electrónico Alibaba, o “Pangu” da Huawei Cloud e o “Lanxin” da Vivo.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestigadores pedem ao MP sul-coreano que acuse de insurreição líder deposto O gabinete anticorrupção da Coreia do Sul recomendou ontem ao Ministério Público que o presidente deposto, Yoon Suk-yeol, seja acusado de rebelião e abuso de poder por declarar lei marcial em Dezembro. O Gabinete de Investigação da Corrupção de Altos Funcionários (CIO) anunciou que transferiu o caso para o Ministério Público, que tem o poder de acusar formalmente um chefe de Estado sul-coreano. O CIO considera que Yoon conspirou com o então ministro da Defesa Nacional, Kim Yong-hyun, e outros oficiais militares para iniciar um motim, declarando lei marcial na noite de 03 de Dezembro. Defende, além disso, que Yoon abusou do poder ao enviar tropas para a Assembleia Nacional (parlamento), para impedir que os deputados revogassem a lei marcial. O Ministério Público dispõe agora de 11 dias para decidir se deve ou não dar início ao processo solicitado. Se Yoon for considerado culpado de liderar uma insurreição, crime para o qual um presidente não tem imunidade no país, pode ser condenado a prisão perpétua ou a pena de morte. Yoon encontra-se em prisão preventiva no Centro de Detenção de Seul, em Uiwang, a sul de Seul, desde 15 de janeiro. O Tribunal Constitucional está a realizar simultaneamente um julgamento para determinar se ratifica ou não a destituição aprovada pelos parlamentares em 14 de Dezembro. Se o mais alto tribunal da Coreia do Sul confirmar o ‘impeachment’, têm de ser convocadas eleições presidenciais antecipadas no prazo de 60 dias após a decisão da Justiça. Yoon, recusa-se a testemunhar na investigação sobre o alegado crime de rebelião. Yoon Suk-yeol surpreendeu o país em 03 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes, Yoon foi obrigado a revogar a decisão horas depois.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Pequim pede punição severa para autores do assassínio de cidadão chinês A China apelou ontem às autoridades afegãs para que façam uma “investigação exaustiva” e “punam severamente” os responsáveis pelo assassinato, na quarta-feira, de um cidadão chinês que trabalhava numa mina de ouro na província afegã de Takhar. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse ontem em conferência de imprensa que Pequim está “profundamente chocada” com o ataque. “A China é contra todas as formas de terrorismo”, vincou a porta-voz, apelando à “repressão do Estado Islâmico e de outras organizações terroristas listadas pelo Conselho de Segurança da ONU”. “A China vai continuar a prestar muita atenção à situação de segurança no Afeganistão e a apoiar as autoridades afegãs no combate a todas as formas de violência terrorista e na manutenção da segurança e da estabilidade no país”, acrescentou Mao, exortando o governo afegão a tomar as medidas necessárias “para garantir a segurança dos cidadãos e das organizações chinesas no país”. De acordo com a polícia local, a vítima trabalhava numa mina de ouro na região, que faz fronteira com o Tajiquistão. Um ramo local do grupo islâmico Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque. A China é um dos poucos actores internacionais que manteve relações diplomáticas com o Afeganistão desde que os talibãs chegaram ao poder em Agosto de 2021. Os dois países partilham uma pequena fronteira internacional de apenas 76 quilómetros na parte mais oriental do chamado Corredor de Wajan, uma passagem remota na cordilheira de Pamir. As empresas chinesas, com o apoio de Pequim, têm procurado aproveitar as oportunidades de exploração dos vastos depósitos de recursos não desenvolvidos do Afeganistão, especialmente a mina de Mes Aynak, que se crê conter o maior depósito de cobre do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim diz que taxas não beneficiam China, EUA ou o mundo O Ministério do Comércio chinês afirmou ontem que a imposição pelos Estados Unidos de taxas alfandegárias sobre bens chineses “não beneficiaria a China, os Estados Unidos ou o mundo”, face às ameaças do líder norte-americano, Donald Trump. O porta-voz da pasta, He Yadong, disse em conferência de imprensa que o seu país “manteve sempre uma posição consistente” sobre o aumento das taxas. “A China está disposta a trabalhar com os EUA para colocar as relações económicas e comerciais entre os dois países numa direcção estável, saudável e sustentável”, afirmou. Questionado sobre se o seu ministério já comunicou com a equipa comercial da nova administração norte-americana, He disse que a China “mantém sempre o contacto com as autoridades competentes” nos Estados Unidos. A diplomacia chinesa assegurou na quarta-feira que “não há vencedores numa guerra comercial”, depois de Trump ter avançado que está a considerar impor taxas de 10 por cento sobre as importações chinesas em retaliação pelo fluxo de fentanil. “Estamos a falar de uma taxa de 10 por cento com base no facto de eles estarem a enviar fentanil para o México e para o Canadá”, disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, na terça-feira. O líder republicano referiu que falou “no outro dia” com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e que este lhe disse que não queria essa “porcaria” no país. No ano passado, foram registadas cerca de 70 mil mortes nos Estados Unidos devido ao consumo daquele opioide sintético. Membros da equipa de Trump incluíram na segunda-feira a China, juntamente com o Canadá e o México, entre os países cuja relação comercial com os EUA seria revista pelo republicano, que lançou uma guerra comercial contra a nação asiática durante o seu primeiro mandato.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim ordena fundos a comprar mais acções para dinamizar mercados O Governo chinês anunciou ontem que vai ordenar os fundos de pensões e de investimento a comprar mais acções de empresas chinesas, visando estimular as praças financeiras do país, após anos de marasmo. As autoridades disseram que, a partir deste ano, os fundos mútuos devem aumentar as suas participações em acções nacionais, denominadas acções A, em, pelo menos, 10 por cento por ano, durante os próximos três anos. Os fundos de seguros comerciais terão de investir 30 por cento dos seus novos prémios anuais nos mercados de acções a partir deste ano, acrescentaram. “Isto significa que, pelo menos, várias centenas de milhares de milhões de yuan de fundos de longo prazo serão adicionados [ao mercado accionista] todos os anos”, disse Wu Qing, presidente da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China. “A implementação das várias medidas do plano aumentará ainda mais a capacidade de afectação de capital dos fundos de médio e longo prazo, expandirá constantemente a escala do investimento, melhorará a oferta e a estrutura dos fundos no mercado de capitais e consolidará as boas condições para a recuperação do mercado de capitais”, explicou. O Partido Comunista Chinês anunciou esta medida pouco antes do maior feriado do ano na China, o Ano Novo Lunar, que começa na quarta-feira, 29 de Janeiro. É uma altura em que as famílias tendem a aumentar os gastos com refeições, viagens e prendas em dinheiro para crianças e jovens adultos. Os mercados de Hong Kong e Xangai subiram após o anúncio, com o índice Shanghai Composite a ganhar inicialmente cerca de 1,5 por cento, embora ao meio da sessão estivesse a subir 0,8 por cento. O índice Hang Seng de Hong Kong perdeu os primeiros ganhos e manteve-se praticamente inalterado. Os mercados accionistas chineses atingiram o seu valor máximo antes da crise financeira asiática e, desde então, têm-se mantido muito abaixo desse nível. A falta de apreciação nos preços das acções, juntamente com a queda dos preços dos imóveis, diminuiu a confiança dos investidores, suscitando riscos deflacionários na segunda maior economia do mundo. Avanços e reformas Até à data, os esforços do Governo chinês para fazer com que as pessoas gastem mais e poupem menos têm tido um sucesso mitigado. Uma iniciativa para promover a compra de veículos e electrodomésticos energeticamente eficientes através do pagamento de subsídios aos consumidores que entregam versões antigas desses artigos aumentou as vendas. Mas os preços das acções estancaram, após uma breve recuperação no final do ano passado. Wu afirmou que os fundos de pensões vão ser obrigados a reformular a forma como avaliam o seu desempenho e que as empresas vão ser incentivadas a realizar mais recompras de acções e a pagar dividendos mais elevados para proporcionar aos accionistas melhores rendimentos. “Este é um avanço institucional muito importante para a entrada de fundos de médio e longo prazo no mercado. Pode dizer-se que resolve um problema que esteve por resolver durante muitos anos”, acrescentou. “As vendas dos principais accionistas e a elevada volatilidade do mercado prejudicaram as praças financeiras chinesas”, afirmou Lei Meng, analista de acções chinesas da UBS Securities, num comentário difundido ontem. “A vontade dos investidores de longo prazo de participar no mercado bolsista diminuiu”, acrescentou. “A proposta de reforma da gestão do valor de mercado aborda directamente esta questão, porque está directamente relacionada com o sentido de ganho dos investidores”, sublinhou.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim e Brasília destacam “consenso crescente” para encontrar solução política As duas nações continuam a desenvolver esforços para encontrar uma solução que ponha fim ao conflito na Ucrânia. Wang Yi e Celso Amorim, falaram ontem pelo telefone O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, destacou ontem o “crescente consenso de todas as partes para promover uma solução política” para a guerra na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com o conselheiro especial brasileiro Celso Amorim. Em 2024, Wang e Amorim avançaram com uma proposta conjunta para pôr termo ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. “O objectivo é reunir o consenso do ‘sul global’ e criar e acumular condições para conversações de paz”, disse ontem Wang Yi, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Wang afirmou que a China e o Brasil têm “trajectórias de desenvolvimento semelhantes e economias altamente complementares” e que a “forte confiança e amizade mútuas estabelecidas entre os chefes de Estado dos dois países lançaram uma base política sólida para que ambos levem a cabo uma cooperação abrangente”. “A China apoia firmemente a liderança do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para que o povo brasileiro explore um caminho de desenvolvimento, de acordo com as suas condições nacionais”, acrescentou o ministro, ao mesmo tempo que transmitiu o seu “apoio” ao país sul-americano durante a sua actual presidência do bloco de países emergentes BRICS. Wang manifestou ainda a sua esperança de “trabalhar com o Brasil para defender um multilateralismo genuíno”. Amorim apelou aos esforços para “construir uma comunidade de destino comum entre o Brasil e a China para um mundo mais justo e um planeta mais sustentável”. “Brasil e China, como potências emergentes, podem fortalecer ainda mais a cooperação e desempenhar um papel maior na manutenção da paz mundial e no combate às mudanças climáticas”, afirmou o conselheiro especial da Presidência brasileira. Amigo preferencial De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008. O mercado chinês foi o destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, quando as vendas para o país asiático totalizaram 104 mil milhões de dólares, constituídas maioritariamente por produtos alimentares e matérias-primas. A China, por sua vez, mantém investimentos no Brasil de cerca de 40 mil milhões de dólares, que nos últimos anos têm sido aplicados no sector energético.
Hoje Macau China / ÁsiaDavos | Pequim alerta para consequências “inimagináveis” de divisão do mundo O vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, alertou ontem, no Fórum Económico Mundial, em Davos, para os perigos de uma possível divisão do mundo em dois sistemas separados, advertindo que as consequências seriam “inimagináveis” e prejudicariam gravemente a humanidade. Ao discursar na cidade suíça, Ding sublinhou que a comunidade internacional está cada vez mais preocupada com este risco, uma vez que “seria muito difícil enfrentar em conjunto os desafios comuns”, incluindo as alterações climáticas, a segurança alimentar e a transição energética, “se o mundo estiver dividido”. O líder chinês alertou para os riscos de confronto no “pior cenário”, uma situação em que “nenhum país poderia ficar indiferente”. “Davos continua a ser um fórum fundamental para discutir questões globais e fomentar a cooperação internacional, promovendo novas ideias para o progresso comum”, afirmou. Ding apelou também à solidariedade global, sublinhando que a cooperação internacional é essencial para ultrapassar a turbulência e construir um futuro comum. Segundo o governante, a China tem sido um firme defensor do multilateralismo e continua empenhada no sistema internacional baseado no direito, tendo a ONU como centro. O vice-primeiro-ministro salientou o empenho do seu país na construção de uma globalização económica inclusiva, observando que, apesar das “divergências quanto à sua distribuição”, esta continua a ser uma tendência “vantajosa para todos”. A China é um “defensor e construtor” da ordem internacional, assegurou.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Bolsas caem após Trump ameaçar com subida de taxas As bolsas chinesas registaram quedas durante a sessão de ontem, depois de o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido que vai aplicar taxas de 10 por cento sobre as importações da China, em retaliação pelo fluxo de fentanil. O índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, caía 1,73 por cento por volta das 13:30 locais, pesando especialmente sobre as acções tecnológicas, que estão entre as mais atingidas pelas tensões entre as duas maiores potências mundiais. Na China continental, as bolsas de Xangai e de Shenzhen estavam também no vermelho à mesma hora, com uma descida de 1 por cento e 0,92 por cento, respectivamente. “Estamos a falar de uma taxa de 10 por cento com base no facto de eles estarem a enviar fentanil para o México e para o Canadá”, disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, na terça-feira. O líder republicano referiu que falou “no outro dia” com o homólogo chinês, Xi Jinping, e que este lhe disse que não queria essa “porcaria” no país. No ano passado, foram registadas cerca de 70.000 mortes por consumo excessivo do opiáceo sintético nos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaSunac | Primeiro promotor imobiliário a reestruturar dívida Os planos para pagar a dívida de mais de 15 mil milhões de yuan foram aprovados pelos credores A Sunac, outrora um dos maiores promotores imobiliários da China, tornou-se a primeira empresa do sector a reestruturar com êxito a sua dívida emitida nos mercados internos (“onshore”), depois de ter conseguido o apoio dos credores. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa afirmou que os credores destas obrigações, das quais faltavam pagar cerca de 15,4 mil milhões de yuan, aprovaram o plano apresentado pela empresa. A proposta previa uma redução para menos de metade desse montante e oferecia várias opções, como o prolongamento da maturidade das obrigações até 2034, sem obrigação de começar a pagá-las até 2029. A Sunac já tinha sido pioneira entre os promotores chineses quando, em Outubro de 2023, obteve a aprovação da justiça de Hong Kong para o acordo que tinha alcançado com os credores para reestruturar cerca de 10,2 mil milhões de dólares de dívida emitida nos mercados internacionais (“offshore”). A agência de notação da dívida Standard&Poor’s (S&P) afirmou na altura que a Sunac ia abrir caminho para a reestruturação da dívida ‘offshore’ de outros promotores chineses em situações semelhantes, uma vez que não só procurou prolongar as obrigações para ganhar tempo, como também incluiu instrumentos como ‘swaps’ de dívida. No entanto, a 10 de Março, o gestor de activos estatal Cinda apresentou um pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong por falta de pagamento de um empréstimo de 30 milhões de dólares. A primeira audiência foi marcada para 19 de Março. Este caso distingue-se de outros semelhantes, como os que também enfrentam em Hong Kong gigantes como a Evergrande ou Country Garden, pelo facto de o queixoso ser uma empresa estatal chinesa e não um credor privado, apesar de Pequim ter prometido repetidamente medidas para estabilizar o mercado imobiliário nos últimos meses. Ferida grave As acções do promotor em Hong Kong caíram mais de 25 por cento na sequência desta notícia. Ontem, apesar do acordo com os credores ‘onshore’, caíram 2,41 por cento, durante a parte da manhã da sessão. A Sunac tinha um passivo total de cerca de 896 mil milhões de yuan no final do primeiro semestre de 2024, durante o qual registou um prejuízo líquido de 14,957 mil milhões de yuan. A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em Agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Talibãs afirmam que cidadão chinês foi morto Um cidadão chinês foi morto no nordeste do Afeganistão, anunciou ontem um porta-voz da polícia talibã, apesar de o assassínio de estrangeiros ser raro no país, especialmente desde a retirada das tropas norte-americanas, em 2021. O porta-voz da polícia Mohammed Akbar, na província de Takhar, disse que o homem foi morto na noite de terça-feira por “pessoas desconhecidas”, quando estava a caminho do distrito de Dasht-e-Qala. Akbar disse que o cidadão chinês, de apelido Li, viajou para um destino desconhecido com o seu intérprete e sem informar as autoridades de segurança. O intérprete não ficou ferido no incidente, segundo Akbar. “A polícia iniciou a sua investigação inicial. Fiquem atentos para mais pormenores”, acrescentou Akbar, sem fornecer mais informações. Um grupo chamado Frente de Mobilização Nacional reivindicou a responsabilidade pelo assassínio e disse que os seus combatentes tinham como alvo o veículo do chinês. O grupo alegou que Li estava a treinar os serviços secretos talibãs na monitorização das plataformas das redes sociais, sem apresentar provas. Questionada sobre o incidente, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse ontem que não está familiarizada com o assunto. “Acredito que a Embaixada da China no Afeganistão fará tudo o que estiver ao seu alcance para proteger a segurança dos cidadãos chineses e acompanharemos a situação”, afirmou. A China é de particular importância para os talibãs, que estão a cortejar o investimento estrangeiro e as alianças regionais face ao seu contínuo isolamento na cena internacional devido à sua repressão contra as mulheres.
Hoje Macau China / ÁsiaPanamá | Pequim diz que nunca interferiu na gestão do canal A China garantiu ontem que “nunca interferiu” na gestão do Canal do Panamá e que “sempre respeitou” a soberania panamiana sobre a infra-estrutura, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter insistido que o canal está sob controlo do país asiático. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que “a soberania e a independência do Panamá não são negociáveis”. “O canal não está sujeito ao controlo directo ou indirecto de nenhuma grande potência”, afirmou Mao. “A China não participou na gestão e no funcionamento do canal, nunca interferiu nos seus assuntos e sempre respeitou a soberania do Panamá sobre o canal”, acrescentou, salientando que a China “reconhece o canal como uma via navegável permanentemente neutra para o tráfego internacional”. A porta-voz disse ainda que a China apoia as declarações do presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que defendeu que o canal “é e continuará a ser do Panamá” e que a sua administração continuará a estar sob controlo panamiano “com respeito pela sua neutralidade permanente”. Na passada segunda-feira, Trump disse no seu discurso de tomada de posse que “a China está a operar o Canal do Panamá”. “Mas nós não o demos à China. Demos ao Panamá e vamos recuperá-lo”, avisou o líder republicano.
Hoje Macau China / ÁsiaAcordo de Paris | Preocupação com retirada dos EUA A China manifestou ontem preocupação com a decisão de Washington de se retirar do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, depois de o Presidente Donald Trump ter assinado uma ordem executiva para formalizar a saída. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, sublinhou em conferência de imprensa que as alterações climáticas são um desafio global que exige a cooperação de todos os países. “As alterações climáticas são um desafio comum a toda a humanidade e nenhum país pode actuar sozinho para seu próprio benefício”, afirmou. Reiterou o compromisso de Pequim de continuar a enfrentar activamente este desafio. “A determinação e as acções da China em relação às alterações climáticas continuam a ser consistentes”, afirmou. Guo também enfatizou que a China trabalhará com todos os países com o objectivo de fazer avançar a transformação global para “uma economia verde e de baixo carbono”. Estas declarações de Pequim surgem na sequência da assinatura por Trump, na segunda-feira, de uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. A medida, que foi uma das suas principais promessas durante a última campanha eleitoral, visa dar prioridade aos interesses nacionais dos Estados Unidos, em detrimento dos acordos internacionais, nomeadamente no que diz respeito às políticas climáticas que Trump considera prejudiciais para a economia norte-americana.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Presidente Yoon levado para hospital após depor em tribunal O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, foi transportado ontem para um hospital militar em Seul depois de comparecer pela primeira vez perante o Tribunal Constitucional no julgamento sobre a sua destituição, noticiou a agência sul-coreana Yonhap. A caravana que deveria transportar Yoon de volta ao centro de detenção a sul de Seul, onde se encontra em prisão preventiva há uma semana, deixou o Tribunal Constitucional a meio da tarde e dirigiu-se directamente para o hospital. De acordo com o gabinete presidencial e fontes jurídicas citadas pela Yonhap, Yoon foi levado ao hospital para efectuar exames médicos. A deslocação ao hospital foi autorizada pelo director do centro de detenção onde se encontra, acrescentou a agência. Perante o tribunal, Yoon negou que tivesse ordenado aos militares que retirassem os deputados do parlamento para os impedir de votar a rejeição do decreto de lei marcial, segundo a agência norte-americana AP. Depois de ter imposto abruptamente a lei marcial a 3 de Dezembro, Yoon enviou tropas e agentes da polícia para cercar a Assembleia Nacional. No entanto, um número suficiente de deputados conseguiu entrar para votar unanimemente a rejeição do decreto, obrigando o gabinete de Yoon a levantar a medida na manhã seguinte. A Assembleia Nacional aprovou a destituição de Yoon a 14 de Dezembro, decisão que terá de ser julgada pelo Tribunal Constitucional. A presença de Yoon no tribunal foi a sua primeira aparição pública desde que se tornou o primeiro presidente em exercício da Coreia do Sul a ser detido por causa declaração de lei marcial, que mergulhou o país numa crise política. O Tribunal Constitucional dispõe de 180 dias desde a data em que recebeu o processo, a 14 de Dezembro, para confirmar a destituição ou para a rejeitar e reintegrar Yoon na chefia do Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaEnergia | Alcançado novo recorde mundial de capacidade renovável A China bateu, em 2024, o seu próprio recorde mundial em capacidade instalada de energias renováveis, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, ilustrando o crescente domínio do país asiático naquele sector emergente. No ano passado, o país instalou cerca de 277 gigawatts (GW) de nova capacidade de energia solar, em comparação com 217 GW em 2023, e 80 GW de nova capacidade de energia eólica, também mais do que no ano anterior, de acordo com os números publicados pela Administração Nacional de Energia (NEA), uma agência do Governo chinês. A China, que é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, registou o aumento mais meteórico na instalação de capacidade renovável nos últimos anos. Pequim quer atingir o seu pico de emissões de CO2 em 2030 e tornar-se neutra em termos de carbono até 2060. A sua capacidade total instalada de energia solar e eólica é actualmente de 887 GW e 521 GW, respectivamente, mais de 15 por cento do que o objectivo de 1.200 GW instalados até 2030, fixado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2020. O país, que está a construir mais capacidade de energia solar e eólica do que o resto do mundo todo junto, investiu mais de 50 mil milhões de dólares neste domínio, entre 2011 e 2022, de acordo com dados da Agência Internacional da Energia. A segunda maior economia do mundo continua fortemente dependente do carvão, mas reduziu em 83 por cento o número de autorizações de construção de centrais eléctricas alimentadas por aquele combustível fóssil no primeiro semestre de 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaFusão nuclear | ‘Sol artificial’ consegue gerar plasma estável durante mais de 17 minutos O reactor de fusão termonuclear EAST, conhecido como o “sol artificial” da China, bateu o seu recorde ao gerar e manter plasma altamente confinado e quente durante 1.066 segundos. O EAST (Experimental Advanced Superconducting Tokamak), localizado na cidade de Hefei, no leste da China, conseguiu gerar e manter plasma durante 1.066 segundos, mais de 17 minutos, superando o seu recorde anterior de 403 segundos, alcançado em 2023, revelou na segunda-feira a agência estatal chinesa Xinhua. A agência descreveu este novo recorde como “um passo fundamental para o desenvolvimento de um reactor de fusão”, noticiou a agência Efe. O objectivo final do EAST é criar fusão nuclear semelhante à do Sol, utilizando substâncias abundantes no mar para fornecer um fluxo constante de energia. Desde o seu lançamento em 2006, o EAST tem sido “uma plataforma de testes aberta para cientistas chineses e internacionais conduzirem experiências e investigações relacionadas com a fusão”, detalhou ainda a Xinhua. Segundo o cientista Song Yuntao, citado pela agência, a temperatura e a densidade das partículas aumentaram consideravelmente durante esta operação de plasma de alto confinamento. Esta operação estabelecerá “uma base sólida para melhorar a eficiência da geração de energia das futuras centrais de fusão e reduzir os custos”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim espera cooperação comercial durante novo mandato A China disse ontem que espera cooperar com Washington em questões comerciais, após a tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor taxas alfandegárias punitivas sobre produtos chineses. “A China está pronta para reforçar o diálogo e a comunicação com os Estados Unidos (e) gerir adequadamente as diferenças”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun. “Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para promover conjuntamente o desenvolvimento estável (…) das relações económicas e comerciais sino-americanas”, acrescentou. Embora admitindo a existência de “diferenças e fricções” entre os dois países, Guo Jiakun observou que “os interesses comuns e as possibilidades de cooperação são imensos”. As duas maiores economias do mundo têm mantido relações comerciais tumultuosas nos últimos anos. Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump impôs taxas sobre as exportações chinesas, invocando alegadas práticas desleais. O seu sucessor democrata, Joe Biden, manteve a pressão ao limitar drasticamente o acesso da China a semicondutores utilizados na produção de alta tecnologia. Durante a campanha eleitoral, Trump ameaçou impor taxas ainda mais elevadas à China, cujas exportações atingiram um nível recorde no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaOMS | China defende reforço do papel da instituição depois da saída dos EUA A ordem de saída dos EUA do organização mais credenciada para regular a saúde global mereceu críticas no país e um pouco por todo o mundo. Na memória, está ainda a gestão de Trump durante a crise da covid-19 e a sua sugestão de injectar lixívia, entre outros dislates A China destacou ontem o papel da Organização Mundial de Saúde (OMS) em assuntos de saúde pública global, depois de o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, ter decidido retirar os Estados Unidos daquela agência da ONU. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, sublinhou que a OMS é “a instituição internacional mais autorizada e profissional no domínio da saúde pública global” e tem desempenhado um “papel central na coordenação global da governação da saúde”. “O papel da OMS deve ser reforçado e não enfraquecido”, afirmou Guo, em resposta às acusações da Casa Branca sobre a alegada falta de contribuição significativa da China para a organização. Guo também reafirmou o compromisso da China com a instituição, dizendo que o país continuará a “apoiar a OMS no cumprimento das suas funções”, ao mesmo tempo que aprofunda a cooperação internacional no domínio da saúde pública. “A China vai aprofundar a cooperação internacional, melhorar a governação global da saúde e promover a construção de uma comunidade global de saúde para todos”, acrescentou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Sobrancelhas levantadas A resposta da China segue-se à ordem de Trump para retirar os EUA da OMS, uma decisão que suscitou críticas no país e no estrangeiro, sobretudo tendo em conta a crise sanitária mundial desencadeada pela pandemia da covid-19. Ao assinar o documento na Sala Oval da Casa Branca, o republicano justificou a sua decisão criticando o facto de os Estados Unidos contribuírem com muito mais recursos do que a China para este organismo. Trump lembrou que durante o seu primeiro mandato (2017-2021) já tinha tomado a decisão de sair da OMS: “Eles [China] estão a pagar 39 milhões de dólares. Nós estávamos a pagar 500 milhões. Pareceu-me um pouco injusto”.
Hoje Macau China / ÁsiaDíli | Primeiros 80 professores portugueses chegaram Mais de 80 professores portugueses, num total de 150, chegaram ontem a Díli para integrarem as escolas CAFE, um projecto conjunto da cooperação portuguesa e de Timor-Leste, presente nos 12 municípios timorenses e no enclave de Oecússi. “Temos, neste momento, 82 professores, mais um grupo de sete, que vai chegar a 25 de Janeiro. O total são 150. Veio já este grupo de continuidade e depois virão mais 60 novos professores”, explicou a coordenadora portuguesa do projecto Centro de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) ou Escola CAFE, Lina Vicente. A coordenadora falava à Lusa na embaixada de Portugal à margem da cerimónia de recepção aos professores portugueses, que integram o projecto e que durante esta semana serão distribuídos pelas várias escolas CAFE do território timorense. Segundo Lina Vicente, a “grande novidade deste ano é o CAFE de Ataúro”, ilha em frente a Díli, capital timorense, que já “estava no protocolo de 2023”, mas que apenas arranca este ano com aulas para o pré-escolar e para o primeiro ciclo. O projecto das escolas CAFE, teve início em 2014, e já está presente nos 12 municípios timorenses e no enclave de Oecussi, no lado indonésio da ilha de Timor, estando também prevista a extensão daqueles estabelecimentos de ensino para os postos de administrativos do país. Aquelas escolas, onde as aulas são dadas por professores portugueses e timorenses, são, actualmente, frequentadas por mais de 11.100 alunos timorenses. Naquelas escolas, as aulas são dadas em português, mas os alunos têm também aulas de tétum, segunda língua oficial de Timor-Leste. O ano lectivo em Timor-Leste começa em Janeiro e termina em Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Banco central revê em baixa crescimento O banco central da Coreia do Sul reviu ontem em baixa a previsão de crescimento para o país em 2025, devido à crise política desencadeada pela breve imposição da lei marcial, no início de Dezembro. De acordo com um comunicado divulgado pelo Banco da Coreia, a quarta maior economia da Ásia crescerá apenas entre 1,6 e 1,7 por cento este ano. Anteriormente, o banco central tinha previsto um crescimento de 1,9 por cento. “A declaração inesperada da lei marcial no início de Dezembro, juntamente com a contínua instabilidade política e o desastre do avião de passageiros da Jeju Air, afectaram significativamente o sentimento económico”, sublinhou o banco central. Um Boeing 737-800 da companhia aérea sul-coreana Jeju Air despenhou-se a 29 de Dezembro no aeroporto de Muan, matando 179 pessoas, o pior desastre aéreo alguma vez ocorrido em solo sul-coreano. O acidente e a crise política “levaram a contracções no consumo interno e no investimento em construção, o que provavelmente empurrou a taxa de crescimento do quarto trimestre muito abaixo da projecção de Novembro”, disse o banco central. O banco central da Coreia do Sul reviu também em baixa a estimativa de crescimento para 2024, que passa de 2,2 por cento para “um intervalo entre 2 por cento e 2,1 por cento”. O presidente deposto Yoon Suk-yeol surpreendeu o país a 3 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Detidos 57 homens por abuso sexual de adolescente A polícia da Índia deteve 57 dos 59 homens suspeitos de abusar sexualmente uma adolescente ao longo de vários anos no sul do país, declarou ontem a polícia local. O chefe da polícia do distrito de Pathanamthitta, no estado de Kerala, disse à agência de notícias indiana PTI que o último acusado a ser detido, um homem de 25 anos, foi detido no domingo. A jovem vítima pertence à comunidade dalit, anteriormente conhecida como “intocáveis”, que são particularmente alvo de violência sexual num país que regista uma elevada taxa de crimes contra as mulheres. A vítima, agora com 18 anos e cuja identidade não foi revelada, disse que foi abusada sexualmente desde os 13 anos por, pelo menos, 62 homens, mas as autoridades indianas só apresentaram acusações formais contra 59. Os dois acusados que ainda não foram detidos estão actualmente no estrangeiro, informou o The Hindustan Times. Os homens detidos eram conhecidos da vítima, incluindo vizinhos e amigos da família. “A família, no entanto, não estava consciente do pesadelo [vivido] pela sua filha”, disse na semana passada à agência de notícias AFP Rajeev N., advogado que dirige o comité distrital de protecção de menores. A jovem “está a ser mantida afastada dos meios de comunicação e só a polícia a visita para registar as suas declarações”, acrescentou Rajeev N. Problema comum O jornal Indian Express noticiou na semana passada que um dos acusados teria chantageado a vítima com um vídeo que tinha gravado das “suas relações sexuais”. Após esta chantagem, vários dos seus amigos agrediram a jovem sexualmente. De acordo com a investigação, a vítima foi violada colectivamente, pelo menos, cinco vezes, incluindo uma vez num hospital local. Cerca de 90 violações foram registadas todos os dias em 2022 na Índia, o país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de pessoas, mas muitas agressões deste tipo ainda não são denunciadas.
Hoje Macau China / ÁsiaBombardeamento militar mata 28 mulheres e crianças no Myanmar Um ataque aéreo do exército de Myanmar (antiga Birmânia) contra um centro de detenção temporário causou a morte de 28 crianças e mulheres e feriu outras 25 no estado de Rakhine, no oeste do país. O grupo rebelde Exército Arakan (AA, na sigla em inglês) disse que o bombardeamento ocorreu no sábado na cidade de Mrauk-U, no norte de Rakhine, e atingiu um centro que albergava familiares de soldados detidos pelos AA. Num comunicado, o grupo disse que entre os mortos e feridos estão 21 crianças entre os 2 e os 15 anos e acrescentou que alguns dos feridos estavam em estado grave e hospitalizados, pelo que o número de mortos poderá aumentar. O Exército Arakan é uma ala militar, bem treinada e bem armada, do movimento da minoria étnica de Rakhine, que procura a autonomia em relação ao governo central de Myanmar. Um ataque aéreo anterior levado a cabo pelo exército de Myanmar, que fez mais de 40 mortos e feriu 20 pessoas, em 08 de janeiro, levou o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários a manifestar-se “profundamente alarmado” com a escalada de violência em Rakhine. Rakhine, anteriormente conhecida como Arakan, foi palco de uma operação brutal do exército de Myanmar em 2017, que levou cerca de 740 mil muçulmanos da minoria rohingya a procurar segurança no Bangladesh, país que abriga agora mais de um milhão de rohingyas. O Exército Arakan, que controla há anos várias zonas de Rakhine, disse em meados de Dezembro ter assumido o controlo de toda a fronteira entre o Myanmar e o Bangladesh. Submersos em violência Myanmar está a viver uma espiral de violência desde que o exército birmanês derrubou o Governo democraticamente eleito da líder Aung San Suu Kyi, em Fevereiro de 2021. Depois de o exército ter usado força letal para reprimir manifestações pacíficas, muitos opositores do regime militar pegaram em armas e grandes zonas do país estão agora submersas por conflitos. O governo militar birmanês intensificou os ataques aéreos nos últimos três anos contra grupos armados pró-democracia conhecidos colectivamente como Força de Defesa do Povo e contra movimentos armados de minorias étnicas, que lutam há décadas por uma maior autonomia. Uns e outros realizam por vezes operações conjuntas contra o exército.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Guerra comercial pode transformar região Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa A uma hora de carro de Ho Chi Minh, a megametrópole no sul do Vietname, centenas de trabalhadores acorrem pela manhã às instalações do grupo brasileiro JBS, o maior processador de couro do mundo. Vestidos com uniformes azuis, os 750 operários distribuem-se rapidamente pelas 11 linhas de produção, dispostas ao longo de 35 mil metros quadrados, na cidade de Bien Hoa. As instalações no Vietname da JBS Couros, que tem sede em São Paulo, quase duplicaram de espaço em 2019, após um investimento de cinco milhões de dólares, mas Denis Almeida, gerente de vendas do grupo na Ásia, disse à agência Lusa que vão crescer muito mais nos próximos anos. “Hoje, fazemos por mês mais de meio milhão de metros quadrados de couro, que é já onze vezes mais do que quando compramos as instalações há dez anos. E estamos a montar mais uma linha para acrescentar 90 mil metros quadrados à produção este ano”, contou. “Estamos a crescer no Vietname ao ritmo da migração do fabrico de calçado e mobiliário da China”, acrescentou. O país do sudeste asiático foi um dos maiores beneficiários da guerra comercial lançada por Donald Trump contra a China, durante o seu primeiro mandato (2017-2021), à medida que várias multinacionais realocaram para ali as suas fábricas, visando evitar as taxas alfandegárias de 25 por cento impostas pelo republicano sobre centenas de milhares de milhões de dólares de produtos chineses. Passar de nível Os EUA absorvem agora quase 30 por cento das exportações vietnamitas, com o excedente do Vietname no comércio bilateral a fixar-se em 104 mil milhões de dólares, quase três vezes o valor de 38 mil milhões de dólares de 2017, quando Trump tomou posse. A Tailândia ocupa um distante segundo lugar na região, com um excedente comercial com os EUA de quase 41 mil milhões de dólares. No ano passado, Hanói e Washington, que travaram uma das mais sangrentas guerras do século XX (1955 – 1975), elevaram a sua relação para “parceria estratégica abrangente”, o nível máximo nas relações diplomáticas do Vietname. Joe Biden classificou o país asiático como “potência crítica no mundo e um termómetro nesta região vital”, e retirou ao país o rótulo de “manipulador cambial” imposto por Trump. A economia vietnamita expandiu-se 7,09 por cento, em 2024, em termos homólogos, segundo dados oficiais, superando o ritmo de 5,05 por cento alcançado em 2023. Em construção No horizonte da cidade de Ho Chi Minh, os esqueletos de aço de arranha-céus em construção e torres de escritório envidraçadas anunciam o nascimento de um novo Tigre Asiático – termo utilizado para Singapura, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan, que registaram um acelerado crescimento económico na segunda metade do século passado. Ao fim da tarde, milhares de motoretas entopem as ruas da cidade outrora designada Saigão, a capital do Vietname do Sul, aliado dos EUA durante a guerra. Tudo se serve ou se faz na rua – café, refeições ou barbearia – em cadeiras e mesas descartáveis, dispostas pelos becos, vielas e avenidas da metrópole de quase 10 milhões de habitantes, situada junto ao delta do Mekong, um dos mais longos rios do planeta. Com cerca de 110 milhões de pessoas e quase 70 por cento da população em idade activa (entre os 15 e os 64 anos), o Vietname posicionou-se como destino ideal para absorver indústrias de mão-de-obra intensiva: os salários dos operários duplicaram nos últimos dez anos, mas continuam a ser baixos, fixando-se em 350 dólares, em 2024. Mas Denis Almeida advertiu que o país é uma solução de curto a médio prazo. “O Vietname vai passar pelo mesmo processo de desenvolvimento de outros países da região”, previu. “Tem um dos sistemas de ensino mais avançados entre os países em desenvolvimento e rapidamente vai passar da produção intensiva para sectores de alto valor agregado”, notou. Os últimos resultados do PISA, uma das mais importantes organizações de classificação de estudantes do mundo, revelaram que as classificações médias das três disciplinas (matemática, leitura e ciências) dos estudantes vietnamitas ficaram em 34.º lugar entre 81 países, com uma pontuação de 468. O país assegurou o segundo lugar no Sudeste Asiático, logo a seguir a Singapura. “Daqui a 15 anos, o local desta fábrica será no Camboja, Bangladesh ou Paquistão”, previu.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Han Zheng pede a empresas que reforcem laços com Pequim O vice-presidente chinês Han Zheng apelou às empresas norte-americanas para “aproveitarem a oportunidade” de reforçar os laços económicos com a China, num encontro com o empresário Elon Musk, avançou ontem a imprensa chinesa. Han está nos Estados Unidos na qualidade de “representante especial” do Presidente chinês Xi Jinping, para participar na cerimónia de tomada de posse de Donald Trump. Elon Musk, o homem mais rico do mundo, chefe da fabricante de automóveis eléctrictos Tesla e da empresa aeroespacial SpaceX e accionista maioritário da rede social X, investiu milhões de dólares para apoiar a campanha presidencial de Trump. O bilionário também tem uma grande rede de apoiantes na China, onde a Tesla tem uma das suas megafábricas e está a tentar competir com os fabricantes de automóveis locais. Durante o encontro com Elon Musk, no domingo, Han Zheng “deu as boas-vindas às empresas americanas” e apelou a que “aproveitem a oportunidade e partilhem os frutos do desenvolvimento da China”, segundo a imprensa chinesa. Elon Musk disse que a Tesla está “pronta para aprofundar a cooperação com a China” e “desempenhar um papel activo nas trocas económicas e comerciais entre os Estados Unidos e a China”, de acordo com a imprensa oficial. Durante a sua campanha eleitoral, Donald Trump prometeu aumentar as taxas alfandegárias sobre os produtos chineses. Mas também manifestou a sua abertura a discussões com o Presidente Xi Jinping, que diz admirar há muito tempo. Trump e Xi falaram por telefone na sexta-feira, prometendo uma abordagem positiva para melhorar as relações entre as duas potências rivais. Han Zheng também se reuniu com o vice-presidente eleito dos EUA, J.D. Vance, no domingo.
Hoje Macau China / ÁsiaZhuhai | Autor do atentado que matou 35 pessoas executado A China executou ontem o autor de um ataque por atropelamento que matou 35 pessoas na cidade de Zhuhai, que faz fronteira com Macau, em Novembro, informou a imprensa estatal. Um tribunal da cidade de Zhuhai, no sul do país, “executou Fan Weiqiu de acordo com a ordem de execução emitida pelo Supremo Tribunal Popular”, avançou a televisão estatal chinesa CCTV. A 11 de Novembro, o homem conduziu deliberadamente o seu SUV, um automóvel utilitário desportivo, contra pessoas que faziam exercício no exterior de um complexo desportivo em Zhuhai, matando 35 pessoas e ferindo outras 43, de acordo com as autoridades. No final de Dezembro, o tribunal tinha condenado Fan Weiqiu, de 62 anos, à pena de morte por um acto praticado “de forma particularmente cruel” e por “razões extremamente desprezíveis”. Fan Weiqiu terá “decidido exprimir a sua raiva” devido a “um casamento desfeito, frustrações pessoais e insatisfação com a divisão dos bens após o divórcio”, segundo a mesma fonte. A China assistiu em 2024 a uma série de incidentes homicidas cometidos por indivíduos isolados, que alguns especialistas associaram à frustração causada pelo abrandamento da economia chinesa. No final de Dezembro, um homem que se lançou contra uma multidão à porta de uma escola foi condenado à pena de morte suspensa. O tribunal considerou também que o condenado tinha agido para “descarregar emoções pessoais”, nomeadamente após “perdas financeiras na sequência de investimentos” e “conflitos familiares”.