EUA | Conselheiros de Biden temem repercussão de protestos estudantis

Os conselheiros do Presidente dos EUA, Joe Biden, estão preocupados com a repercussão para a Casa Branca das manifestações pró-palestinianas nas universidades, que recordam protestos estudantis dos anos 60 do século passado.

Em recentes declarações ao jornal Washington Post, um assessor da recandidatura presidencial de Biden confessava que o debate sobre a posição da Casa Branca relativamente ao conflito no Médio Oriente pode tornar-se um tema de campanha que acabará por beneficiar o adversário republicano, o ex-presidente Donald Trump, sobretudo depois da escalada de conflito nos protestos estudantis nas universidades.

O argumento que sustenta as preocupações nas fileiras democratas prende-se com o radicalismo das posições assumidas pelo Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que pode desmobilizar o eleitorado mais à esquerda do Partido Democrata, se Biden não se demarcar de algumas das suas decisões no conflito na Faixa de Gaza.

Por outro lado, os conselheiros do Presidente norte-americano estão preocupados com o facto de as manifestações pró-palestinianas em diversas universidades estarem igualmente a suscitar um debate sobre os limites da liberdade de expressão, o que poderá dar relevantes armas políticas a Trump, que tem acusado Biden de usar instrumentos da máquina judicial e política para procurar conter as posições conservadoras dos republicanos.

A história repete-se

Os conselheiros de Biden lembram ainda que a Casa Branca pode ser afectada por qualquer escalada no conflito social provocado pelas manifestações nas universidades, tal como aconteceu em 1968, quando, a propósito da luta pelos direitos civis e contra a guerra no Vietname, num cenário de manifestações estudantis, o Partido Democrata acabou por ser derrotado por Richard Nixon.

O paralelismo entre o que aconteceu na Universidade de Columbia em 1968 e agora, em 2024, é inevitável, sobretudo depois de a presidente da instituição, Minouche Shafik, ter apelado à intervenção policial para desmobilizar os estudantes ativistas pró-palestinianos, repetindo acções de detenção de alunos que se verificaram há mais de 50 anos.

Em 1968, os alunos protestavam contra a ligação da Universidade de Columbia a uma organização que fazia investigação de armas para a guerra do Vietname, bem como contra a forma como a administração tratava os alunos de minorias étnicas.

Tal como sucedeu nos últimos dias, a administração da universidade permitiu que agentes da Polícia de Nova Iorque entrasse nas instalações para expulsar os manifestantes, provocando duros confrontos físicos, que levaram a dezenas de detenções e feridos.

Os confrontos estudantis prejudicaram fortemente a imagem do então presidente democrata Lyndon Johnson, bem como as aspirações políticas do candidato do partido às eleições presidenciais de Novembro de 1968, Hubert Humphrey, que acabou derrotado pelo republicano Richard Nixon.

Charles Blow, analista político e colunista do jornal The New York Times, estabelece o paralelo entre o momento vivido em 1968 e aquele que agora se repete em várias universidades e lembra que há 50 anos os democratas sentiram na pele os efeitos dos protestos estudantis na convenção do partido que se realizou em Chicago.

Também em 1968 se debateu a questão do direito à liberdade de expressão dos estudantes e também a decisão de usar os agentes policiais para desmobilizar as manifestações acabou por afetar a imagem da Casa Branca, o que pode ser um aviso para a postura de Biden sobre esta matéria, como defende Blow.

Esta semana, Donald Trump preferiu comparar os protestos estudantis na Universidade de Columbia com a invasão do Capitólio, a 6 de Janeiro de 2021, pelos seus apoiantes, com o objectivo de tentar reverter a vitória de Biden nas eleições presidenciais de 2020.

“Os alunos ocuparam um edifício. Isso é um grande problema. Eu interrogo-me se o que acontecerá será comparável ao que aconteceu a 6 de Janeiro”, ironizou Trump, referindo-se ao facto de muitos dos seus apoiantes terem sido investigados e punidos judicialmente pela invasão do Capitólio.

3 Mai 2024

Timor Gap e Timor Resourse assinam acordo que põe fim a diferendo

A petrolífera estatal timorense Timor Gap e a Timor Resource, empresa privada australiana, assinaram ontem um acordo que põe fim ao diferendo que as opunha e abre a porta para o início da exploração de petróleo “onshore”.

“Este acordo resolve as diferenças que a Timor Gap e a Timor Resource tiveram no passado”, afirmou Rui Soares, presidente da Timor Gap. Segundo Rui Soares, os diferendos foram ultrapassados e encontrada uma solução, que foi aprovada por Conselho de Ministros.

“Hoje (ontem) é um dia muito importante para nós, enquanto empresa pioneira estrangeira na exploração ‘onshore’ em Timor-Leste. O que assinamos hoje foi um acordo mutuamente benéfico, que cria estabilidade e certeza para a entrada de investimento estrangeiro em Timor-Leste”, afirmou a presidente do conselho de administração da Timor Resource, Suellen Osborne.

As duas empresas mantinham um diferendo sobre direitos e obrigações do consórcio, detido pela Timor Resourse, Timor GAP e subsidiárias – nomeadamente sobre o financiamento das atividades para desenvolvimento da exploração, apesar de terem uma participação idêntica no consórcio.

A Timor Resource e a Timor GAP têm um contrato de partilha de produção para dois blocos terrestres, nomeadamente os blocos A (no município de Covalima) e o B (nos municípios de Manufahi e Ainaro). Entre 2021 e 2022, a Timor Resource completou a prospeção em três poços (Karau, Kumbili e Lafaek) e os resultados das perfurações exploratórias mostraram a descoberta de hidrocarbonetos (petróleo e gás).

Teste comercial

Questionado sobre o início da exploração comercial daquelas descobertas, Stuart Laque, director operacional da Timor Resource, começou por dizer que historicamente a operação foi um sucesso, mas que ainda falta provar se é comercial.

“Desde 1957 foram perfurados 26 poços em terra e temos apenas três sucessos técnicos. O nosso foco inicial serão as oportunidades petrolíferas, porque o petróleo está a menos de 1.000 metros de profundidade”, salientou.

Segundo Stuart Laque, apesar de se saber que “offshore” há petróleo e gás em Timor-Leste, “onshore” ainda não está provado que seja comercial, mas, caso seja, o objectivo é “chegar a cerca de 5.000 barris de petróleo por dia até ao final de 2025”.

3 Mai 2024

Sérvia | Presidente Aleksandar Vucic enaltece visita de Xi Jinping

O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse na terça-feira que a iminente visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, é não só um grande evento diplomático para a Sérvia, mas também um grande evento digno da alegria de todo o povo sérvio.

Ao expressar a sua crença de que a visita de Xi trará uma nova esperança para o desenvolvimento da Sérvia, o Presidente afirmou: “Estou muito ansioso pela visita do presidente Xi”, inca a Xinhua. Vucic proferiu estas declarações ao reunir com o presidente da Agência de Notícias Xinhua, Fu Hua, em Belgrado.

Observando que a China é o “amigo de ferro” da Sérvia e que os intercâmbios entre os dois países são totalmente francos e abertos, Vucic disse que a Sérvia nunca esquecerá o apoio do povo chinês, acrescentando acreditar que Xi sentirá a simpatia e a amizade do povo sérvio durante sua visita.

A Sérvia apoia firmemente a posição da China em salvaguardar seus interesses centrais e grandes preocupações, enfatizou Vucic. Sobre a questão de Taiwan, Vucic disse que a Sérvia defende firmemente o princípio de Uma Só China e apoia a China na salvaguarda da sua soberania e integridade territorial.

3 Mai 2024

Guangdong | Balanço de colapso de autoestrada sobe para 48 mortos

O colapso de uma autoestrada no sul da China devido ao mau tempo provocou 48 mortos, segundo um novo balanço divulgado ontem pelos meios de comunicação social estatais chineses.

“O desmoronamento da autoestrada matou 48 pessoas”, noticiou a agência Xinhua após uma conferência de imprensa das autoridades da cidade de Meizhou, na província de Guangdong.

O balanço anterior era de 36 mortos e 30 feridos. Vinte e três viaturas foram encontradas numa vala depois de um troço da autoestrada com 17,9 metros de comprimento ter desabado, disse o governo local em comunicado.

O acidente ocorreu pelas 02:00 de quarta-feira. Imagens publicadas nas redes sociais e divulgadas pela imprensa local mostravam fumo e chamas a sair da vala onde os carros caíram. O solo por baixo da autoestrada parece ter cedido, juntamente com o troço que desabou.

Trinta pessoas ficaram feridas, nenhuma em risco de vida, referiu a nota. As autoridades anunciaram que cerca de 500 pessoas foram enviadas para ajudar nos trabalhos de resgate. A razão do desmoronamento ainda não é conhecida.

3 Mai 2024

Filipinas | Diplomata chinês convocado após incidente em águas disputadas

As disputas no mar do Sul da China acentuam-se com o mais recente incidente entre embarcações dos dois países a provocar a chamada do representante chinês em Manila ao MNE filipino. Pequim acusa as Filipinas de provocações ao entrarem em águas que a China considera seu território

 

As Filipinas anunciaram ontem que convocaram um representante da embaixada chinesa em Manila após um incidente entre navios dos dois países em águas disputadas no mar do Sul da China.

“As Filipinas protestaram contra o assédio, (…) bloqueio, manobras perigosas, uso de canhões de água e outras acções agressivas por parte dos navios da guarda costeira chinesa e da milícia marítima chinesa contra” navios filipinos, disse a diplomacia de Manila.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino disse que convocou Zhou Zhiyong, o número dois da embaixada chinesa em Manila, por causa de um incidente que causou danos a um navio da guarda costeira filipina e outro da agência de pescas na terça-feira.

“As acções agressivas da China, especialmente o uso de canhões de água, causaram danos aos navios. As Filipinas exigiram que os navios chineses deixassem imediatamente o atol de Masinloc e os seus arredores”, disse o ministério, num comunicado.

Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acusou navios filipinos de “violarem a soberania chinesa” após entrarem em águas disputadas adjacentes ao atol de Scarborough.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, disse que a guarda costeira da China desempenhou as suas funções “de acordo com a lei e garantindo a integridade territorial da China”, expulsando dois navios oficiais das Filipinas.

“Exortamos as Filipinas a pararem imediatamente com estas provocações e a não desafiarem a firme determinação da China em defender a sua soberania”, acrescentou o porta-voz.

Virado para o ocidente

Em Março, Pequim alegou que 34 cidadãos filipinos “desembarcaram ilegalmente” em Sandy Cay (conhecida na China como Tiexian), outra ilha no mar do Sul da China cuja soberania é disputada pela China e pelas Filipinas, entre outros países. Estas águas, fundamentais para o comércio marítimo mundial e ricas em recursos naturais, foram palco de vários confrontos entre navios chineses e filipinos nos últimos meses.

As autoridades chinesas reivindicam quase todo o mar do Sul da China, incluindo os arquipélagos de Paracel e Spratly, uma reivindicação que se sobrepõe às zonas económicas exclusivas de 200 milhas de países como as Filipinas, o Vietname e a Malásia, ao abrigo do direito internacional.

O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., reforçou os laços de defesa com os Estados Unidos e criticou Pequim pelas reivindicações de soberania no mar do Sul da China.

Pequim alega razões históricas, mas em 2016 o Tribunal Permanente de Arbitragem confirmou a reivindicação de Manila contra as pretensões das autoridades chinesas, uma decisão que a potência asiática se recusou a cumprir.

3 Mai 2024

1º de Maio | Milhares de pessoas manifestaram-se no Sudeste Asiático

Milhares de pessoas manifestaram-se ontem, Dia Internacional do Trabalhador, em vários países do Sudeste Asiático, incluindo Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia e Camboja, com reivindicações como salários mais altos nesta região desigual e em expansão.

A Indonésia atraiu multidões que marcharam nas ruas de várias cidades do arquipélago, incluindo a capital, com cartazes a exigir melhores salários e respeito pelos direitos laborais, de acordo com a agência espanhola EFE.

“A lei laboral é uma piada”, lia-se no cartaz de um activista em Jacarta, referindo-se às reformas laborais de 2023 aprovadas para estimular a economia e criar emprego, mas que os sindicatos criticam por enfraquecerem os direitos laborais e promoverem a precariedade, segundo fotografias da EFE-EPA.

O presidente da Confederação Indonésia de Sindicatos, Said Iqbal, disse na véspera que os principais problemas que os trabalhadores indonésios enfrentam são os baixos salários, a precariedade devido à subcontratação e aos falsos contratos temporários, entre outros, noticia a revista Tempo, citada pela EFE.

A Indonésia, a maior economia do Sudeste Asiático, e outros países da região estão a atrair muito investimento e interesse de multinacionais como o fabricante chinês de veículos elétricos BYD e a norte-americana Tesla, bem como de ‘gigantes’ da tecnologia como a Apple, a Microsoft e o Facebook.

Um dos problemas na região é a ‘uberização’ da economia, uma vez que as plataformas digitais de transporte, encomendas e entrega de alimentos criaram milhares de postos de trabalho, mas com condições frequentemente precárias para os trabalhadores. Além disso, estas economias em expansão sofrem de graves desigualdades económicas, com salários mínimos tão baixos como cerca de 311 dólares (por mês na Indonésia ou tão elevados como 293 dólares por mês na Tailândia.

Mais dignidade

A este respeito, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou ontem um aumento de 13 por cento do salário mínimo dos funcionários públicos para 2.000 ringgit (cerca de 419 dólares ou 393 euros), durante um evento comemorativo do 1º de Maio. Também o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, manifestou na rede social X o seu apoio a “salários mínimos justos” que permitam aos trabalhadores viver com “dignidade”, bem como ao acesso a benefícios laborais e a uma boa qualidade de vida.

“O suor do trabalho tailandês é a força motriz do país. Nunca esqueço o compromisso de aumentar os rendimentos e reduzir as despesas, deixando mais dinheiro nos bolsos das pessoas”, escreveu. Em Banguecoque, milhares de manifestantes, incluindo agricultores que exigem preços mais elevados para o arroz e migrantes que exigem melhores empregos, passaram pelo Monumento à Democracia.

A manifestação colorida incluiu uma actuação em que pessoas vestidas de criminosos de colarinho branco apareceram acorrentadas dentro de uma cela de prisão, de acordo com as imagens da EFE-EPA.

2 Mai 2024

Espaço | Astronautas regressam à Terra após seis meses na estação espacial

O programa espacial chinês, que tem como objectivo colocar astronautas na Lua até 2030, tem ainda programadas mais quatro missões este ano

 

Uma nave espacial chinesa regressou à Terra na terça-feira com três astronautas que terminaram uma missão de seis meses a bordo da estação espacial em órbita do país, informou ontem a imprensa local. A nave Shenzhou-17, que transportava Tang Hongbo, Tang Shengjie e Jiang Xinlin, aterrou em Dongfeng, na Região Autónoma da Mongólia Interior, no norte da China, no deserto de Gobi, pouco antes das 18:00h.

A China construiu a sua própria estação espacial depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional, em grande parte devido às preocupações dos Estados Unidos com a influência do Exército chinês sobre o programa espacial do país.

Este ano, a estação chinesa tem programadas duas missões de transporte de carga e duas missões de voos espaciais tripulados. O ambicioso programa espacial chinês tem como objectivo colocar astronautas na Lua até 2030, bem como trazer de volta amostras de Marte por volta do mesmo ano e lançar três missões com sondas lunares nos próximos quatro anos.

A nova tripulação é composta pelo comandante Ye Guangfu, com 43 anos, um astronauta veterano que participou na missão Shenzhou-13 em 2021, e pelos pilotos de caça Li Cong, 34 anos, e Li Guangsu, 36 anos, que se estão a estrear em voos espaciais.

Os astronautas vão passar cerca de seis meses nos três módulos da estação espacial, a Tiangong, que pode acolher até seis astronautas de cada vez. Durante a sua estadia, realizarão testes científicos, instalarão equipamento de protecção contra detritos espaciais, efectuarão experiências com cargas úteis e transmitirão aulas de ciências a estudantes na Terra.

A China também afirmou que planeia oferecer acesso à sua estação espacial a astronautas estrangeiros e turistas espaciais. Com a Estação Espacial Internacional a aproximar-se do fim da sua vida útil, a China poderá vir a ser o único país a manter uma estação tripulada em órbita.

Chegar à lua

A China realizou a sua primeira missão espacial com tripulação em 2003, tornando-se o terceiro país, depois da antiga União Soviética e dos EUA, a colocar uma pessoa no espaço utilizando os seus próprios recursos. A Tiangong foi lançada em 2021 e concluída 18 meses depois.

Acredita-se que o programa espacial dos EUA ainda tenha uma vantagem significativa sobre o da China devido ao seu orçamento, cadeias de abastecimento e capacidades. No entanto, a China tem-se destacado em algumas áreas, trazendo amostras da superfície lunar pela primeira vez em décadas e pousando uma sonda no lado da Lua não visível a partir da Terra.

Os Estados Unidos pretendem colocar uma tripulação na superfície lunar até ao final de 2025, no âmbito de um compromisso renovado com as missões tripuladas, com a ajuda de empresas do sector privado como a SpaceX e a Blue Origin.

2 Mai 2024

América Latina | MNE de três países de visita à China

As visitas à China esta semana dos chefes da diplomacia da Argentina, Peru e Bolívia “vão dar um bom impulso” às relações entre Pequim e a América Latina, afirmou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que as viagens dos ministros da Argentina, Peru e Bolívia, Diana Mondino, Javier González-Olaechea e Celinda Sosa, respectivamente, “vão abranger uma vasta gama de questões”, incluindo “relações bilaterais e questões de interesse mútuo a nível internacional e regional”.

“As relações entre a China e estas nações registaram um crescimento constante nos últimos anos, caracterizado por uma confiança e colaboração crescentes”, afirmou Lin. O porta-voz mostrou-se confiante de que as reuniões vão contribuir significativamente para o desenvolvimento futuro das relações entre a China e a América Latina: “Continuaremos a reforçar a unidade e a cooperação com os países latino-americanos”, afirmou.

Mondino, González-Olaechea e Sosa iniciaram as suas respectivas visitas oficiais no domingo. Lin acrescentou que os três ministros dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se com o seu homólogo chinês, Wang Yi, que já teve um encontro, este domingo, com o chefe da diplomacia boliviana, com quem reafirmou a “amizade tradicional” que une os seus países.

A visita de Mondino, acompanhado por uma delegação de autoridades económicas do país, incluindo o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, e o secretário das Finanças, Pablo Quirno, surge num momento particularmente importante para as relações bilaterais, uma vez que Buenos Aires procura abordar o acordo de troca de divisas com Pequim.

Para além deste mecanismo que permite à Argentina pagar as importações da China na moeda chinesa, o yuan, e não em dólares, a viagem do Ministro dos Negócios Estrangeiros argentino tem como objectivo reforçar a cooperação no sector do lítio e atrair o investimento chinês para obras públicas.

30 Abr 2024

Paris | Xi reúne com Macron a 6 e 7 de Maio

O Presidente chinês, Xi Jinping, tem prevista uma visita de Estado a França, a 06 e 07 de Maio, para discutir a guerra na Ucrânia com Emmanuel Macron.

“Esta visita tem lugar por ocasião do 60.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países e ocorre na sequência da visita do Presidente a Pequim e Cantão em Abril de 2023”, afirmou o Palácio do Eliseu num comunicado de imprensa.

“Os contactos vão concentrar-se nas crises internacionais, nomeadamente a guerra na Ucrânia e na situação no Médio Oriente, nas questões comerciais, na cooperação científica, cultural e desportiva, bem como nas nossas ações comuns para enfrentar os desafios globais, em particular a emergência climática, a proteção da biodiversidade e a situação financeira dos países mais vulneráveis”, acrescentou a Presidência francesa em comunicado.

No ano passado, na República Popular da China, Emmanuel Macron apelou a Xi Jinping para “chamar a Rússia à razão” relativamente à Ucrânia “e para que todos regressem à mesa das negociações”.

O Presidente chinês disse na altura que estava pronto para contactar o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, de acordo com a delegação francesa. O contacto telefónico teve lugar pouco tempo depois, mas os progressos diplomáticos esperados por Paris na frente russo-ucraniana não evoluíram.

Segundo a Agência France Presse (AFP), um ano depois, a “análise francesa não mudou”: Pequim continua a ser o principal aliado político e económico de Moscovo e o diálogo com a superpotência chinesa sobre o conflito ucraniano continua a ser uma prioridade.

“Temos de continuar a envolver a China, que é objectivamente o actor internacional com maior influência para mudar a mentalidade de Moscovo”, disse uma fonte diplomática francesa a AFP, reconhecendo, no entanto, que não se pode esperar uma grande mudança “de um dia para o outro”.

Canais abertos

Apelando a uma solução de paz, as autoridades chinesas nunca condenaram a invasão russa. O Presidente russo Vladimir Putin deve visitar a República Popular da China em Maio.

“Com esta visita, a França demonstra que é um dos poucos países do mundo capaz de manter canais de discussão a todos os níveis com a segunda maior economia do mundo, a China, numa altura em que as relações com os Estados Unidos e o Reino Unido são tensas. Trata-se de uma mais-valia única para a França”, acrescentou a mesma fonte diplomática.

Em meados de Abril, o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu ao Presidente Xi Jinping, em Pequim, para pressionar Moscovo a parar a “campanha sem sentido” na Ucrânia, afirmando simultaneamente o apoio germano-chinês a uma conferência de paz em Junho na Suíça.

Na semana passada, o líder chinês recebeu também o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, a quem pediu que os Estados Unidos “sejam parceiros e não rivais”. O secretário de Estado norte-americano disse ter manifestado a Pequim preocupações relativamente ao apoio dado à Rússia, afirmando que a invasão da Ucrânia seria “mais difícil” sem o apoio de Pequim.

Esta visita a França marca o início da primeira deslocação de Xi Jinping à Europa desde a pandemia de Covid-19. De acordo com a imprensa francesa, Xi Jinping vai visitar a Sérvia e a Hungria de 08 a 10 de Maio.

30 Abr 2024

Pequim volta a autorizar viagens para Taiwan a partir da província de Fujian

A China anunciou no domingo que vai voltar a permitir residentes da província de Fujian a visitar Taiwan, visando estimular a interacção e atenuar a tensão entre os dois lados do Estreito da Formosa.

A medida, que entra em vigor na quinta-feira, vai permitir que residentes de Fujian visitem as ilhas Matsu, controladas por Taiwan, por motivos de turismo e negócios. Numa segunda fase, vão ser autorizadas viagens de grupo a outras partes de Taiwan, informou o Ministério da Cultura e do Turismo chinês, no domingo.

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês, Zhu Fenglian, instou Taiwan, no mesmo dia, a considerar os interesses do público e das companhias turísticas de ambos os lados do Estreito para retomar todos os voos directos e viagens marítimas o mais rapidamente possível.

“Apesar do regresso parcial das rotas aéreas e marítimas directas no ano passado, após a China levantar as restrições relativas à covid-19, as opções de voos continuam a ser limitadas e os serviços marítimos directos de passageiros ainda não foram retomados”, afirmou Zhu.

A Administração Geral das Alfândegas da China também anunciou no domingo que vai aprovar a importação de toranja e outros produtos agrícolas e de pesca de Taiwan, desde que cumpram os requisitos do continente chinês.

Em resposta à retoma do turismo entre Fujian e Matsu, o Conselho de Taiwan para os Assuntos Continentais – organismo responsável pelas relações com a China – criticou a decisão das autoridades de Pequim de “reduzir grosseiramente os objectivos iniciais” do plano de intercâmbio turístico entre os dois lados do Estreito.

“Apenas os residentes de Fujian estão autorizados a visitar Matsu, mas não Kinmen e Penghu”, declarou o organismo num comunicado, no qual sublinhou ainda que os princípios chineses de “abertura recíproca” do turismo não estão a ser respeitados.

O ministro do Interior de Taiwan, Lin Yu-chang, afirmou que “os intercâmbios equitativos” entre as duas margens do estreito são uma “expectativa e um consenso partilhados” pelo povo taiwanês, mas que esses intercâmbios, acrescentou, devem ser “sem condições prévias ou considerações políticas”.

Resultados imediatos

A abertura das exportações agrícolas e da pesca e a retoma das viagens entre Fujian e Matsu coincidiram com uma viagem à China de um grupo de deputados do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição de Taiwan.

Liderado por Fu Kun-chi, líder do grupo do KMT no Yuan Legislativo (parlamento taiwanês), o grupo de dezassete deputados reuniu-se com Wang Huning, presidente da Conferência Consultiva do Povo Chinês, e Song Tao, director do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, no sábado.

“Somos todos chineses e pertencemos à mesma família”, afirmou Wang durante a reunião. Após regressar a Taipé, Fu afirmou que, depois da “maratona de conversações” e da “coordenação constante” entre o KMT e as autoridades de Pequim, “registaram-se melhorias extraordinárias no turismo e na [exportação de] produtos agrícolas”.

“Após o distanciamento dos últimos oito anos, é possível obter resultados frutuosos num curto espaço de tempo. É claro que isto é apenas o início e vamos continuar a trabalhar arduamente”, afirmou o deputado da oposição, segundo a agência noticiosa estatal CNA.

30 Abr 2024

BMW | Investimento de mais 2.572 ME em renovações em Shenyang

O fabricante automóvel alemão BMW vai fazer um investimento adicional de 20.000 milhões de yuan para renovar a sua fábrica na cidade de Shenyang, no nordeste da China. Este montante destina-se à renovação em “grande escala” da fábrica da BMW em Dadong e à inovação tecnológica para lançar as bases para a produção localizada dos seus modelos de próxima geração na China, noticiou ontem o diário económico Yicai.

No ano passado, a BMW indicou que iria iniciar a produção de veículos eléctricos da próxima geração em Shenyang, em 2026, e investir 10.000 milhões de yuan para construir uma fábrica de baterias. O novo plano de investimento faz ainda sobressair a China como “núcleo” da estratégia da BMW para veículos inteligentes conectados, disse o presidente do grupo BMW, Oliver Zipse, na cerimónia de assinatura com o governo local.

O líder da BMW também acompanhou o chanceler alemão Olaf Scholz na sua visita à China no início deste mês, antes da qual afirmou que a BMW está confiante nas perspectivas económicas chinesas e tenciona aumentar o seu investimento no país, tendo na ocasião referido ainda que o desenvolvimento ecológico é uma “oportunidade” para Pequim e Berlim aprofundarem os seus laços.

As vendas da BMW na China aumentaram 4,2 por cento no ano passado para 824.932 unidades, representando cerca de um terço do total mundial.

30 Abr 2024

Tesla | PM considera empresa “exemplo de sucesso” na cooperação com EUA

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse no domingo ao chefe da Tesla, Elon Musk, que a presença da empresa norte-americana no país é um “exemplo de sucesso da cooperação económica e comercial”.

Musk, que esteve em Pequim para participar no 18.º Salão do Automóvel da China, disse que a fábrica da Tesla em Xangai, a “capital” económica do país, apresenta o melhor desempenho entre as instalações da empresa em todo o mundo “graças ao trabalho árduo e à sabedoria da equipa chinesa”, segundo a empresa estatal.

Inaugurada em 2019, a fábrica produziu mais de 710.000 veículos só em 2022, muitos dos quais fazem parte dos 1,7 milhões de carros vendidos pela Tesla na China desde que entrou no mercado chinês há uma década.

“É bom ver o progresso dos veículos eléctricos na China. Todos os carros vão ser eléctricos no futuro”, disse Musk, num vídeo publicado nas redes sociais por um utilizador afiliado à imprensa oficial do país asiático. A visita surpresa de Musk a Pequim suscitou expectativas sobre a possível aprovação pela China da tecnologia de condução autónoma da Tesla.

A empresa norte-americana pode oferecer piloto automático e condução autónoma supervisionada no país asiático, o que seria um grande passo em frente para a indústria automóvel chinesa, embora este não tenha sido o tema da conversa na reunião com o primeiro-ministro.

Estrada para andar

O Salão Automóvel de Pequim, que decorre entre 25 de Abril e 4 de Maio, assistiu à apresentação de 278 novos modelos de automóveis movidos a novas energias, o que reflecte o crescente interesse da China por este tipo de veículos.

A Tesla enfrenta assim concorrência crescente dos fabricantes locais de veículos eléctricos, incluindo a BYD, Xpeng e Nio. Também o grupo tecnológico chinês Xiaomi entrou este mês no sector com o modelo SU7.

Para manter a posição dominante no mercado chinês, a Tesla anunciou reduções de preços até 6 por cento em alguns dos seus modelos. A empresa pretende também construir uma nova fábrica em Xangai para fabricar Megapack, baterias de grande capacidade para armazenamento de energia, com uma capacidade de produção de cerca de 10 mil unidades por ano.

30 Abr 2024

Reveladas primeiras imagens do cosmos obtidas pela sonda Einstein Probe

A China divulgou ontem as primeiras imagens obtidas pela sua sonda espacial Einstein Probe, um satélite que oferece uma nova perspectiva sobre fenómenos cósmicos violentos como as colisões de estrelas de neutrões e a actividade dos buracos negros.

As primeiras imagens, divulgadas no Fórum Zhongguancun, em Pequim, mostram vários objectos celestes, incluindo a região central da Via Láctea, o buraco negro supermassivo M87 e restos de supernovas, informou ontem a emissora estatal CCTV.

Entre as onze imagens reveladas, que mostram objectos próximos do centro da Via Láctea, o buraco negro supermaciço M87 e restos de supernovas, destacam-se 17 novos transientes de raios X e 168 erupções estelares.

Lançada em Janeiro deste ano, a sonda está equipada com dois telescópios de raios X: um telescópio de campo amplo e um telescópio de rastreio. Esta combinação permite efectuar observações em grandes áreas, ao mesmo tempo que se concentra em eventos específicos de alta resolução.

“A capacidade (da sonda Einstein) de observar quase todo o céu nocturno em cerca de cinco horas com alta sensibilidade torna-a num instrumento ideal para detectar eventos transitórios imprevisíveis de raios X”, disse o cientista de projeto da ESA, Erik Kuulkers, citado pela CCTV.

Conquistas espaciais

A Einstein Probe é um projecto de colaboração internacional liderado pela Academia Chinesa de Ciências, com a participação da Agência Espacial Europeia (ESA), do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre da Alemanha e do Centro Nacional de Estudos Espaciais de França.

Este projecto vem juntar-se às recentes conquistas espaciais da China, que incluem o pouso da sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua, a exploração de Marte e a construção da sua própria estação espacial, Tiangong. A ambição espacial da China continua a crescer, com a possibilidade de Tiangong se tornar na única estação espacial em funcionamento, caso a Estação Espacial Internacional, tal como previsto, seja retirada.

29 Abr 2024

Japão | Moeda em baixa e a bater recordes negativos

A moeda japonesa ultrapassou a barreira de 158 ienes por dólar, um valor que não se registava há mais de 30 anos

 

A moeda do Japão ultrapassou sábado a barreira psicológica de 158 ienes por dólar, pela primeira vez em 34 anos, um dia depois do banco central nipónico ter decidido manter inalterada a política monetária. Na sexta-feira, antes do anúncio da decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), a moeda estava a negociar acima dos 155 ienes por dólar, mas chegou a ultrapassar 158,44 esta madrugada.

O conselho de política monetária do banco central japonês decidiu na sexta-feira, de forma unânime, manter a taxa de juro de referência, um mês após ter subido a taxa de juro de referência a curto prazo, para 0,1 por cento, o primeiro aumento em 17 anos.

“É necessário prestar muita atenção à evolução dos mercados financeiros e cambiais e ao seu impacto na actividade económica e nos preços no Japão”, disse o BoJ, num comunicado. Horas antes, o ministro das Finanças japonês disse estar pronto para intervir e travar a queda acentuada do iene.

“Em linha com a nossa política, o Governo vai continuar a acompanhar de perto a evolução do mercado cambial e vai tomar todas as medidas necessárias”, disse Shunichi Suzuki, à comunicação social.

“Estamos preocupados com o lado negativo do iene mais fraco”, disse o ministro, acrescentando que lidar com o aumento dos preços é uma prioridade para o Governo japonês. Um iene fraco tende a impulsionar o mercado de ações, uma vez que inflaciona as remessas estrangeiras dos exportadores, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o Japão é dependente.

Tendência contínua

O iene tem vindo a desvalorizar-se acentuadamente face ao dólar, entre outras moedas, em grande parte devido ao diferencial de taxas de juro entre os dois países. A tendência acelerou nas últimas semanas porque não se espera que o banco central dos EUA comece a reduzir as taxas tão cedo.

O Governo japonês interveio pela última vez em Outubro de 2022, quando a moeda nipónica se aproximou das 152 unidades em relação ao dólar. Em declarações recentes, o governador do banco central do Japão, Kazuo Ueda, indicou que vai considerar uma mudança de política se o impacto do iene fraco sobre a inflação “não puder ser ignorado”.

29 Abr 2024

Hamas e Fatah reúnem-se em Pequim para tentar unidade palestiniana

Representantes dos grupos palestianos Hamas e Fatah chegaram a Pequim na passada sexta-feira para uma reunião com vista a ultrapassar diferenças e alcançar a unidade nacional, afirmaram fontes palestinianas no Cairo à agência noticiosa EFE.

Uma fonte diplomática palestiniana e uma fonte dos islamitas do Hamas disseram que as delegações das duas facções foram recebidas no Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês e que “disputas internas” seriam discutidas, sem avançarem mais pormenores.

Os meios de comunicação social árabes noticiaram a chegada das delegações e referiram ter partido da China o convite à Fatah e ao Hamas para acolher o encontro depois de o país ter manifestado interesse em mediar a guerra na Faixa de Gaza e apoiar a criação de um Estado palestiniano independente.

O encontro surge depois de uma reunião em Moscovo entre as duas facções no início de Março quando foi acordado prosseguir o diálogo para alcançar a unidade nacional com todas as forças palestinianas no âmbito da Organização de Libertação da Palestina (OLP), segundo a resolução divulgada na altura.

O acordo surge ainda depois de o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, ter procedido a uma mudança no governo da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) com vista a uma reforma através de um executivo tecnocrático, que assuma o controlo da Faixa de Gaza quando a guerra terminar.

Esta reforma estrutural é uma das principais exigências dos Estados Unidos para que a ANP possa governar a Faixa de Gaza, embora não conste dos planos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Propostas de Istanbul

Na passada semana, o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniye, propôs, na Turquia, a criação de um Estado palestiniano sob a liderança da OLP, quando esta se reorganizar de forma a acolher todos os grupos palestinianos.

“Apelámos a que se pusesse ordem na política interna palestiniana em duas fases. A primeira seria reorganizar a OLP para integrar todos os grupos palestinianos”, disse Haniye à agência noticiosa oficial turca Anadolu, durante uma visita a Istambul.

“Numa segunda fase, a unificação de todas as instituições em Gaza e na Cisjordânia sob o mesmo tecto, permitindo a realização de eleições para o chefe do governo, para os conselhos legislativo e nacional e a criação de um governo nacional”, continuou Haniye.

A guerra em Gaza arrasta-se há quase sete meses, depois de um ataque na região Sul de Israel, no qual militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 250 reféns. O bombardeamento israelita e a ofensiva terrestre em Gaza mataram já mais de 34.000 palestinianos, segundo as autoridades de saúde locais.

29 Abr 2024

Guangzhou | Tornado causa pelo menos cinco mortos e 33 feridos

Um tornado atingiu a cidade de Guangzhou, capital da província de Guangdong, no sul da China, deixando pelo menos cinco mortos e 33 feridos, informou ontem a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

O fenómeno climático extremo afectou, na tarde de sábado, quatro aldeias da zona de Zhongluotan, no distrito de Baiyun, a cerca de 20 quilómetros do aeroporto internacional de Guangzhou, assim como 141 fábricas, embora não haja relatos de desabamento de edifícios.

O tornado adquiriu uma intensidade de nível três (o terceiro mais elevado na escala) e percorreu uma distância de aproximadamente um quilómetro, com ventos que atingiram 20,6 metros por segundo, de acordo com o centro meteorológico local.

As autoridades mobilizaram rapidamente grupos de resgate, reparação, manutenção da ordem e outros grupos de trabalho para responder ao desastre, referiu a agência de notícias estatal.

Pessoal médico, agentes de segurança pública, polícia de trânsito, bombeiros, funcionários públicos das tutelas da habitação e construção e representantes das aldeias afectadas foram deslocados para a área para realizar trabalhos de busca e salvamento, acrescentou a Xinhua.

As operações de busca e resgate estavam praticamente concluídas às 22:00 de sábado, disse a agência. As autoridades do distrito de Baiyun prometeram concentrar-se na ajuda às famílias afectadas e nos esforços de recuperação da zona, incluindo da produção industrial.

Os trabalhos de reparação da infra-estrutura elétrica ainda estão em andamento para tentar restabelecer o fornecimento de energia, interrompido devido ao tornado.

29 Abr 2024

Espionagem | Pequim protesta por Alemanha ter detido suspeitos

A China apresentou um protesto formal à Alemanha por as autoridades alemãs terem detido várias pessoas acusadas de espionagem a favor de Pequim, anunciou na passada sexta-feira a diplomacia chinesa. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse numa conferência de imprensa em Pequim que as acusações alemãs eram infundadas.

Wang reiterou a firme oposição da China a qualquer tentativa de difamar o gigante asiático e exigiu que a Alemanha mantenha uma vigilância adequada para evitar prejudicar as relações bilaterais.

“Exigimos que a Alemanha se abstenha de orquestrar campanhas de difamação maliciosas e que pare com qualquer espectáculo político contra a China”, disse. “Esta é a forma de manter a estabilidade e o desenvolvimento saudável das nossas relações”, acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.

A embaixadora alemã em Pequim, Patricia Flor, disse na passada quinta-feira que tinha sido convocada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, o que descreveu nas redes sociais como “uma boa oportunidade para explicar algumas questões”.

A diplomata disse ter deixado claro que a Alemanha não tolera a espionagem, independentemente do país que estiver em causa. A polícia alemã deteve três pessoas na segunda-feira passada, suspeitas de colaborarem com os serviços secretos chineses e de lhes fornecerem dados sobre tecnologia militar.

O principal acusado é um homem de Bad Homburg, que, segundo as autoridades, estava em contacto com uma agência de espionagem chinesa.

29 Abr 2024

Economia chinesa | Lucros das empresas industriais sobem 4,3%

Os lucros das principais empresas industriais da China aumentaram 4,3 por cento no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023, revelou no sábado o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (NBS).

De acordo com dados oficiais, os lucros destas empresas ascenderam a 1,5 biliões de yuan nos primeiros três meses de 2024. O NBS atribuiu o aumento à implementação de políticas macroeconómicas que permitiram melhorar a procura, e que terão sido responsáveis por uma subida de 2,3 por cento nos lucros.

A melhoria significativa das receitas industriais e empresariais cria condições favoráveis para o crescimento dos lucros, explicou Yu Weining, um funcionário de estatísticas do NBS. Em 2023, apesar da procura “melhorar gradualmente”, de acordo com o gabinete, os lucros das empresas industriais chinesas caíram 2,3 por cento em termos anuais.

Para compilar esta estatística, o NBS tem apenas em conta as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuans. De acordo com Yu, os lucros destas empresas industriais aumentaram em três trimestres consecutivos, mantendo uma tendência de recuperação após o final da pandemia de covid-19.

Injecção de sucesso

A economia da China cresceu 5,3 por cento, no primeiro trimestre de 2024, após ter sido impulsionada pelas políticas de estímulo do governo e o aumento da procura.

A expansão da segunda maior economia do mundo entre Janeiro e Março superou as previsões dos analistas, que eram de cerca de 4,8 por cento, de acordo com dados oficiais divulgados em 16 de Abril. Em comparação com o trimestre anterior, o crescimento foi de 1,6 por cento.

A economia chinesa teve dificuldades em recuperar da pandemia, face à queda na procura e a uma crise de liquidez no sector imobiliário. Os dados económicos surgiram dias depois de a China ter comunicado um declínio das importações e exportações em Março, bem como um abrandamento da inflação, após meses de pressão deflaccionista.

A produção industrial no primeiro trimestre aumentou 6,1 por cento e as vendas a retalho cresceram 4,7 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado. O investimento em activos fixos no primeiro trimestre cresceu 4,5 por cento, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os decisores políticos lançaram uma série de medidas de política fiscal e monetária, numa altura em que Pequim procura impulsionar a economia. A China estabeleceu um objectivo de crescimento do PIB de 5 por cento, para 2024.

29 Abr 2024

Seul | Maior crescimento económico dos últimos dois anos

A economia da Coreia do Sul cresceu 1,3 por cento no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o período anterior, o valor mais elevado desde o final de 2021, disse ontem o banco central. Num comunicado, o Banco da Coreia (BoK) justifica o aumento do produto interno bruto (PIB) com a força das exportações e à recuperação dos gastos das famílias e do investimento na construção civil.

A quarta maior economia da Ásia cresceu duas vezes mais depressa do que no último trimestre de 2023, quando registou uma expansão de 0,6 por cento, e atingiu o valor mais elevado desde que subiu 1,4 por cento, entre Setembro e Dezembro de 2021.

Em termos anuais, o PIB da Coreia do Sul aumentou 3,4 por cento no primeiro trimestre do ano, muito acima da subida anual de 2,2 por cento registada nos últimos três meses de 2023.

No ano passado, a economia sul-coreana cresceu 1,4 por cento, a taxa mais baixa dos últimos três anos, devido ao abrandamento das exportações, causado por políticas monetárias restritivas em grande parte do mundo. As exportações, um dos pilares do PIB da Coreia do Sul, cresceram 0,9 por cento no primeiro trimestre, impulsionadas pelos telemóveis, enquanto as importações baixaram 0,7 por cento devido uma queda no equipamento eletrónico.

O investimento na construção aumentou 2,7 por cento, em contraste com a queda de 4,5 por cento no último trimestre de 2023, e o consumo privado subiu 0,8 por cento, face ao crescimento de 0,2 por cento dos três meses anteriores. O investimento público cresceu 0,7 por cento, mais duas décimas do que no período entre Setembro e Dezembro, enquanto o investimento das empresas diminuiu 0,8 por cento devido a cortes no equipamento de transporte.

26 Abr 2024

Blinken aborda práticas comerciais em reuniões em Xangai

O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, abordou ontem, em Xangai, junto de funcionários do governo da “capital” económica da China, o que os Estados Unidos consideram ser práticas comerciais chinesas injustas.

Blinken reuniu-se com o principal responsável da cidade, o secretário local do Partido Comunista, Chen Jining, e “manifestou a sua preocupação com as políticas comerciais [chinesas] e as práticas económicas não mercantis”, afirmou o Departamento de Estado, em comunicado.

Blinken sublinhou que os Estados Unidos procuram uma concorrência económica saudável com a China e “condições equitativas para os trabalhadores e as empresas norte-americanas que operam” no país asiático. “As duas partes reafirmaram a importância dos laços entre os povos dos Estados Unidos e [da China], incluindo a expansão dos intercâmbios entre estudantes, académicos e empresários”, acrescentou.

Blinken chegou a Xangai na quarta-feira, pouco antes de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinar um pacote de ajuda externa de 95 mil milhões de dólares que contém vários elementos susceptíveis de desagradar a Pequim, incluindo 8 mil milhões de dólares para Taiwan.

Em busca de compromissos

Pequim tem-se insurgido contra a assistência dos EUA a Taiwan e condenou imediatamente a ajuda como uma provocação perigosa. Também se opõe fortemente aos esforços para forçar a venda do TikTok, a plataforma de partilha de vídeos detida por uma empresa chinesa.

“Penso que é importante sublinhar o valor – na verdade, a necessidade – de um compromisso directo, de falarmos uns com os outros, de expormos as nossas diferenças, que são reais, e de procurarmos ultrapassá-las”, disse Blinken a Chen.

“Temos uma obrigação para com o nosso povo, e mesmo uma obrigação para com o mundo, de gerir de forma responsável as relações entre os nossos dois países”, afirmou. “É essa a obrigação que temos e que levamos muito a sério”. Chen disse esperar que Blinken obtenha uma “profunda impressão e compreensão” de Xangai, uma cidade repleta de arranha-céus, portos e mais de 25 milhões de pessoas que é um íman para jovens ambiciosos da China e do estrangeiro.

Pouco após a sua chegada, Blinken assistiu a um jogo de basquetebol entre os Shanghai Sharks e os Zhejiang Golden Bulls, com a equipa da casa a perder nos últimos segundos por 121-120. Com a corrida presidencial norte-americana a aquecer, não é claro quais as ramificações que uma vitória de Joe Biden ou do antigo Presidente Donald Trump poderá ter para as relações.

26 Abr 2024

Pequim | Salão automóvel arranca em período de ascensão dos fabricantes

Os fabricantes mundiais de automóveis e novas empresas no segmento eléctrico revelaram ontem novos modelos e conceitos no maior salão automóvel da China, que se está a assumir como um importante concorrente das marcas tradicionais.

A Toyota e a Nissan anunciaram acordos com as principais empresas tecnológicas chinesas, numa altura em que se esforçam por satisfazer a procura dos clientes pela incorporação de serviços digitais e sistemas de inteligência artificial nos automóveis, incluindo funcionalidades de condução autónoma.

Os veículos eléctricos representaram cerca de um quarto de todas as vendas de automóveis na China, no ano passado.

O maior fabricante de veículos eléctricos da China, a BYD, apresentou dois automóveis que podem funcionar apenas com electricidade ou como híbridos e um SUV híbrido todo-o-terreno da sua marca de luxo Yangwang na gama de mais de 1 milhão de yuan.

“Os veículos eléctricos chineses, representados pelas séries Qin e Han [da BYD], conseguiram substituir em grande escala os automóveis tradicionais a combustível, e esta tendência é irreversível”, afirmou Lu Tian, chefe de vendas dos modelos Dynasty da BYD.

Um executivo da Chery, um fabricante chinês mais tradicional, apresentou uma perspectiva mais moderada. Li Xueyong, um director-geral adjunto, afirmou que a empresa prevê um futuro com 40 por cento de veículos a combustível, 30 por cento de híbridos e 30 por cento de eléctricos. A empresa planeia desenvolver automóveis movidos a combustível e a novas energias.

A BYD tem-se expandido rapidamente para os mercados estrangeiros, incluindo em Portugal.

O grupo está a construir uma fábrica no Brasil no local de uma antiga fábrica da Ford que fechou quando o fabricante norte-americano deixou o país. Duas outras montadoras chinesas, incluindo a Chery, já têm fábricas no Brasil.

A BYD foi responsável por 41 por cento das vendas de veículos eléctricos no Brasil nos primeiros três meses deste ano, embora o número total ainda seja relativamente baixo.

Corrida europeia

Os fabricantes chineses também estão a fazer incursões na Europa, o que suscita a preocupação de que possa constituir uma ameaça para os fabricantes de automóveis e os postos de trabalho europeus.

A União Europeia está a ponderar a possibilidade de impor taxas alfandegárias punitivas aos veículos eléctricos fabricados na China devido aos subsídios governamentais que impulsionaram o crescimento da indústria.

A proliferação de fabricantes de veículos eléctricos, incentivada por benefícios fiscais e subsídios à energia verde, deu origem a uma feroz guerra de preços que deverá conduzir a um abanão e à consolidação do sector nos próximos anos.

Para os fabricantes estrangeiros, a ascensão dos concorrentes chineses desafiou-os a acelerar o desenvolvimento de novos modelos de automóveis elétricos para se manterem competitivos.

“Em nenhuma outra região do mundo a transformação da indústria automóvel é tão rápida como na China”, afirmou Oliver Blume, Diretor Executivo da construtora alemã Volkswagen, num evento no salão automóvel.

“Este mercado tornou-se uma espécie de ‘ginásio’ para nós”, afirmou. “Temos de trabalhar mais e mais depressa para o manter”, observou.

A Nissan quer assinar um memorando de entendimento com a tecnológica chinesa Baidu. O presidente da empresa, Makoto Uchida, disse que a Nissan precisa de satisfazer as necessidades dos clientes chineses e a velocidade a que o mercado está a mudar. “Se não conseguirmos responder nestes dois aspetos, será muito difícil manter o nosso negócio na China”, afirmou.

A Toyota anunciou uma parceria com a tecnológica chinesa Tencent. As marcas norte-americanas presentes no salão incluíram a Lincoln, a Cadillac, a Buick e a Chevrolet. A Ford apresentou um visual musculado ligado à sua história, contando a história do Mustang e do Bronco – que descreveu como um “veículo utilitário desportivo” quando foi lançado em 1966 – e mostrando as versões mais recentes desses modelos.

25 Abr 2024

Bruxelas | Pequim acusa UE de proteccionismo

A China acusou ontem a União Europeia de proteccionismo, depois de Bruxelas ter anunciado uma investigação sobre os contratos públicos chineses para a compra de dispositivos médicos, por suspeita de práticas discriminatórias contra produtos europeus.

“A UE apresenta-se sempre como o mercado mais aberto do mundo, mas tudo o que o mundo exterior pode ver é que está a caminhar gradualmente para o proteccionismo”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

Bruxelas declarou ontem que suspeita que a China favorece os fornecedores locais no mercado dos dispositivos médicos, nomeadamente através da sua política de “comprar na China”, de acordo com o aviso de abertura do inquérito publicado no boletim oficial da UE. Se estas alegadas medidas discriminatórias não cessarem, o procedimento permitirá à UE penalizar as empresas chinesas nos concursos europeus.

“Exortamos a Europa a cumprir a sua promessa de abertura dos mercados e de concorrência leal, a respeitar as regras da Organização Mundial do Comércio e a deixar de utilizar o mais pequeno pretexto para suprimir e restringir” o acesso das empresas chinesas, insistiu Wang.

“A UE tem utilizado frequentemente os seus instrumentos comerciais e as suas medidas de ajuda ao comércio, mas estas apenas enviam sinais proteccionistas, visam as empresas chinesas e prejudicam a imagem da UE”, afirmou. O inquérito terá agora de apurar os factos no prazo de nove meses.

25 Abr 2024

China / Laos | Operação conjunta detém 250 suspeitos de fraudes telefónica

As forças de segurança da China e Laos desmantelaram três grupos criminosos envolvidos em fraudes telefónicas transfronteiriças, o que resultou na detenção de 250 suspeitos chineses, informou ontem o Ministério da Segurança Pública chinês.

A colaboração entre as autoridades dos dois países foi intensificada depois de terem sido descobertas na China pistas que apontavam para a existência de redes no Laos. Os grupos criminosos alegadamente visavam cidadãos chineses através de burlas telefónicas que envolviam grandes somas de dinheiro.

Depois de verificar os factos e recolher provas, a polícia chinesa partilhou a informação com os homólogos do Laos, que actuaram para desmantelar os grupos criminosos, numa operação que resultou na apreensão de mais de mil telemóveis e computadores utilizados para cometer crimes.

Este tipo de cooperação entre Pequim e os países do Sudeste Asiático para combater as burlas informáticas e as fraudes telefónicas não é novo, especialmente em Myanmar, onde mais de 44.000 suspeitos de crimes informáticos foram detidos e transferidos para a China em 2023.

A grande proporção de suspeitos em Myanmar explica-se pela proliferação de centros de fraude ‘online’ nas zonas fronteiriças, na sequência do golpe de Estado de Fevereiro de 2021, que criou uma grande instabilidade no país e incentivou a actividade de todos os tipos de bandos de crime organizado.

De acordo com um relatório da ONU, pelo menos 120.000 pessoas estão detidas em centros no Myanmar, onde são obrigadas a praticar fraudes na Internet, enquanto no Camboja, outro epicentro destes crimes, o número é estimado em cerca de 100.000.

25 Abr 2024

Aviação | Air China retoma rotas para a América Latina

A Air China, companhia aérea de bandeira chinesa, vai relançar duas rotas para a América Latina, incluindo para o Brasil, e abrir dois novos destinos internacionais, para expandir a rede de voos. A partir de 28 de Abril, a companhia vai retomar as rotas Pequim–Madrid-São Paulo e Pequim–Madrid-Havana, ambas com duas frequências semanais de ida e volta, informou ontem a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Estes voos juntam-se à retoma de outras rotas para a Europa e América do Norte que a Air China tem efectuado nos últimos meses, num esforço para recuperar a normalidade após a pandemia de covid-19, que manteve as fronteiras do país praticamente fechadas durante três anos.

Para além da retoma na América Latina, a Air China também anunciou na terça-feira a abertura de duas novas rotas, a partir de Pequim, uma para Riade e outra para Daca. A rota para a capital da Arábia Saudita começa a operar a 6 de Maio, com três voos semanais de ida e volta, enquanto a conexão para a capital do Bangladesh vai ser inaugurada em Junho, com quatro frequências semanais. A Air China amplia assim a sua rede de voos para um total de 452 rotas, incluindo 112 rotas internacionais e regionais.

25 Abr 2024