João Santos Filipe PolíticaAssistentes Sociais | Deputados querem critérios de selecção bem explicados A lei que define a acreditação dos assistentes sociais está a levantar muitas dúvidas, e os deputados optaram por fazer mais uma consulta pública e pedir novas explicações ao Executivo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] lei que estabelece o regime de acreditação profissional e inscrição para assistente social levantou muitas dúvidas à segunda comissão da Assembleia Legislativa, e o Governo vai ter de esclarecer os deputados. A situação da discussão do diploma foi explicada, ontem, pelo presidente da segunda comissão permanente, Chan Chak Mo, após uma reunião de análise ao documento. “A proposta permite-nos perceber que no primeiro mandato os membros do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais [CPAS] são nomeados pelo Governo. Mas será que no futuro vão poder ser eleitos?”, questionou Chan Chak Mo. “Será que no segundo e terceiro mandatos os representantes também vão ser nomeados? Eu não sei responder a isso porque não sou do Governo. Vamos ter de perguntar como é que estes cinco membros vão ser escolhidos no futuro”, acrescentou. Segundo a proposta do Governo, o CPAS – que vai tratar da acreditação dos profissionais do sector – conta na constituição com cinco vogais nomeados por despacho do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. No entanto, além da exigência de três dos nomeados terem de ser da área da Segurança Social, não existe uma explicação dos critérios e modelo de selecção adoptados. Outra questão levantada prende-se com os critérios para a recusa da acreditação dos assistentes sociais. Se a pessoa em causa tiver sido condenada com uma pena igual ou superior três anos por prática de um qualquer crime, o CPAS pode negar a inscrição. A comissão dúvida deste sistema para justificar a recusa da acreditação, porque entende que alguns dos crimes podem não ter relevância para o exercício da profissão. “Em situações muito graves de crime, existe a sugestão para a recusa da acreditação. Mas será que um acidente de viação, que pode levar a uma pena pesada, justifica que a pessoa não possa ser assistente social? É um crime que não está relacionado com a profissão”, apontou o presidente da comissão. Mais uma consulta Apesar do diploma já ter sido alvo de duas consultas públicas, a comissão entendeu que é necessário ouvir mais vozes junto da população. A partir de hoje e durante dez dias, os interessados podem fazer chegar as suas opiniões à Assembleia Legislativa. “Os deputados entenderam que devemos ser muito rigorosos e cumprir muito bem os nossos deveres. Queremos ouvir melhor o que têm para dizer os assistentes sociais e, se tivermos tempo, reunir-nos com algumas associações”, defendeu Chan Chak Mo. Ainda de acordo com o deputado, o presidente da Assembleia Legislativa pediu à comissão que apresentasse um relatório sobre a análise da proposta de lei até 8 de Janeiro. O prazo não deve ser um problema, visto que os deputados já acabaram a análise do documento.
João Santos Filipe DesportoSelecção está de fora da Taça Asiática Macau perdeu por 4-3 com o Quirguistão e está definitivamente de fora da principal competição Asiática para selecções. A equipa ainda acordou aos 72 minutos, mas já não conseguiu anular a desvantagem de três golos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] selecção de Macau perdeu ontem por 4-3 com o Quirguistão e está definitivamente afastada da Taça Asiática. Numa partida realizada no Estádio de Macau, a equipa comandada por Chan U Ming ainda chegou a sonhar com o empate, mas acabou a somar a quinta derrota em outros tantos encontros nesta fase de apuramento. O resultado é, porém, enganador, uma vez que o primeiro golo de Macau só surgiu aos 72 minutos, quando a selecção já perdia por 3-0. Até essa altura, o encontro tinha sido totalmente controlado pelos jogadores do Quirguistão, que mesmo assim falharam muitas ocasiões. Por sua vez, Chan U Ming, como tem sido hábito, apostou principalmente em defender e tentar surpreender o adversário em contra-ataque. No entanto, o desacerto defensivo em vários momentos do encontro impediu Macau de sonhar com algo mais. A estratégia começou a ruir, aos 25 minutos, com uma falta que deu origem a uma grande penalidade na área de Macau. Na marcação, o quirguiz Anton Zemlyanukhin não deu hipótese e fez o 1-0. Muito por culpa dos falhanços dos visitantes na altura de concretizar, até ao intervalo Macau só sofreu mais um golo, aos 36 minutos, com o marcador a ser Vitalij Lux. Após o intervalo, os primeiros minutos do segundo tempo pareciam indicar que se iria assistir a uma repetição do que tinha acontecido na primeira parte. O cenário parecia confirmado quando Zemlyanukhin bisou, aos 55 minutos, e fez o 3-0. Livre inspirador Só que aos 72 minutos os acontecimentos mudaram. Macau foi finalmente capaz de mostrar que poderia discutir o jogo e que não estava no relvado apenas para fazer a figura de corpo presente. Chun Chan Pak foi o jogador responsável pelo feito. Após falta dos rivais, Macau teve um livre a favor. Chun marcou em grande estilo de forma rasteira, com a bola a fugir do guarda-redes adversário, e fez o 3-1. Sete minutos passaram e Nikki Torrão, na área do Quirguistão, sentiu um toque de um adversário e deixou-se cair. O árbitro considerou que o contacto foi suficiente para marcar falta e assinalou grande penalidade. O avançado não desperdiçou a oportunidade e fez o 3-2. Com a equipa de Macau mais galvanizada os jogadores começaram a acreditar que era possível pontuar. Contudo, aos 84 minutos, após uma falta de atenção defensiva, Murzaev marcou o 4-2. Três minutos depois, Carlos Leonel reduziu para 4-3, após uma excelente jogada na direita do ataque local. Mas os jogadores já não foram capazes de marcar, nos minutos restantes, o golo do empate. Após cinco jogos no Grupo A de apuramento para a Taça da Ásia, Macau soma 0 pontos, com quatro golos marcados e 15 sofridos. O afastamento da competição ficou assim selado. No primeiro lugar do grupo está a Índia com 12 pontos, em quatro jogos, seguida por Quirguistão, com 7 pontos, e com igual número de jogos. O Myanmar soma quatro pontos, em três jogos, e é terceiro. A classificação não tem em conta o resultado do encontro entre a Índia e o Myanmar, que terminou já depois da hora de fecho.
João Santos Filipe DesportoJoel Eriksson aponta à vitória em Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] sueco Joel Eriksson foi segundo classificado no Campeonato Europeu de Fórmula 3, mas quer corrigir o resultado em Macau, com uma vitória na corrida da categoria. Nesta que é a sua segunda participação no circuito da Guia, depois de uma desistência no ano passado, o piloto de 19 anos vai voltar defender as cores da Motopark. “Estou muito entusiasmado com esta prova. Macau é aquela corrida que todos os pilotos querem ganhar e sinto-me muito bem preparado. Vai ser um desafio enorme, porque é a corrida mais complicada do ano. Mas não vou viajar para o outro lado do mundo para ficar no segundo lugar”, afirmou Joel Eriksson, em declarações ao seu portal oficial. O sueco vai voltar a ter pela frente Lando Norris, piloto britânico que foi o vencedor do Campeonato Europeu de F3. Contudo, Lando vai competir em condições mais desfavoráveis, porque ficou até ontem a testar o carro de Fórmula 1 da McLaren, em São Paulo, e só está previsto que chegue a Macau na quinta-feira à tarde. O britânico vai por isso falhar a primeira sessão de testes livres. Os outros favoritos incluem o alemão Maximilian Günther e o britânico Callum Ilott. Estes dois pilotos, em conjunto com Eriksson e Norris ,venceram 27 das 30 corridas de Fórmula 3 realizadas na Europa este ano. “Como acontece sempre em Macau, vamos ter um plantel muito rico em talento, com muitos pilotos rápidos. Aprendi muito no ano passado e espero conseguir mostrar isso durante a corrida deste ano”, apontou Eriksson. “Nesta pista é necessário ir ganhando confiança e velocidade de forma gradual. É uma coisa que leva tempo. Mas como esta é a minha segunda participação, acredito que vai ser um processo mais rápido”, completou sobre o assunto. Sem margem de erro Por outro lado, o vice-campeão europeu de F3 recordou que tal como acontece em Macau, quando as barreiras de protecção estão tão perto dos limites da pista, não há margem de erro para os pilotos. “No ano passado tive alguns contactos com as barreiras. Por isso, estou muito consciente de que não há espaço para erros. Temos de ser muito precisos. É claro que vai ser uma prova dura, mas quero acreditar que temos uma hipótese muito realista de vencer”, acrescentou. Mesmo assim, o piloto não deixa de acreditar nas suas capacidades porque diz ter “melhorado muito ao longo do ano, especialmente na abordagem a circuitos citadinos”. O Grande Prémio de Macau arranca na quinta-feira, com as ruas a começarem a encerrarem por volta das três da manhã. A corrida de F3 está agendada para o domingo, às15h30, caso não haja atrasos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSulu Sou | Legislador pró-democrata corre o risco de perder mandato Os deputados vão decidir se o mandato de Sulu Sou vai ser suspenso, para que o membro da AL responda pelo “crime de desobediência qualificada”. Em causa está a manifestação contra o donativo à Universidade de Jinan entregue pela Fundação Macau. Condenação pode levar à perda de mandato [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Sulu Sou corre o risco de perder o mandato devido à acusação da prática do “crime de desobediência qualificada”, que terá alegadamente acontecido durante a manifestação contra o donativo da Fundação Macau à Universidade de Jinan. O início do julgamento está agendado para 28 de Novembro, e a Assembleia Legislativa (AL) vai ter de votar a suspensão do mandato do pró-democrata, para que Sulu Sou possa ser julgado. Caso seja condenado pela prática do crime com uma pena igual ou superior a 30 dias de prisão, Sulu Sou vai depois ver o plenário da AL votar a perda do seu mandato. Segundo a moldura penal, o crime de desobediência qualificada é punido com uma pena até dois anos ou 240 dias de multa. “Se ele for condenado a uma pena igual ou superior [a 30 dias], pode perder o mandato. Mas não é um processo automático. Nessas situações terá de haver uma deliberação da própria Assembleia Legislativa. Em princípio a Assembleia Legislativa deve votar a favor da perda de mandato, mas é necessário que primeiro a pena transite em julgado”, explicou António Katchi, jurista, ao HM. No entanto, antes de ser agendada a votação para o plenário, a Comissão de Regimento e Mandatos vai reunir-se, na quinta-feira, para discutir uma posição sobre os factos apresentados. A comissão tem até dia 20, segunda-feira, para deliberar sobre este assunto. Antes de ser tomada uma posição a comissão tem de ouvir Sulu Sou, que terá direito a explicar a sua versão dos acontecimentos. No entanto, ontem de manhã, quando o HM falou sobre o assunto com o deputado, este ainda desconhecia a existência da reunião. Só horas mais tarde, o caso foi revelado publicamente. Ao HM, Au Kam San, membro da comissão, admitiu ter recebido uma notificação para o encontro de quinta-feira, mas que o mesmo não especificava o assunto da discussão. Crime negado Ontem, ainda antes da reunião da Comissão de Regimento e Mandatos ser do conhecimento público, Sulu Sou negou, ao HM, a prática do crime, e prometeu, em caso de debate na AL, explicar muito claramente as consequências políticas da suspensão do mandato. “Se houver uma votação para suspender o meu mandato, acredito que também vai ser uma discussão política. Como deputado eleito pela via directa tenho a responsabilidade de representar os meus votantes”, começou por dizer Sulu Sou, ao HM. “O resultado de uma eventual votação vai ter grandes implicações políticas e as decisões vão ter de ser tomadas com muito cuidado”, sublinhou. Quando falou ao HM, Sulu Sou admitiu que ainda não tinha sido notificado para a necessidade de estar presente na reunião da Comissão de Regimento e Mandatos: “Como deputado tenho o direito a ser ouvido na comissão antes de ser tomada uma decisão. Mas até agora [ontem de manhã] ainda não recebi qualquer convite para ser ouvido”, frisou. Por outro lado, Sulu Sou admitiu ter recebido a notificação do tribunal para comparecer diante da juíza titular do processo, Cheong Weng Tou, a 28 de Novembro. Julgamento pode ser suspenso Além do deputado da Novo Macau, também o anterior presidente da associação, Scott Chiang, vai estar no banco dos réus e enfrenta uma acusação sobre a prática do mesmo tipo de crime. Caso a Assembleia Legislativa vote contra a suspensão do mandato do pró-democrata, o processo pode avançar sem a acusação contra Sulu Sou. Assim, Scott Chiang vai ser julgado numa primeira fase, visto não estar protegido pela imunidade de deputado. Depois, Sulu Sou vai sentar-se no banco dos réus, quando deixar de ser deputado. “Embora haja uma conexão porque são pessoas acusadas em co-autoria do mesmo crime, esses processos podem ser separados. É uma decisão que o juiz do processo pode fazer com base em diversas razões: uma é se a conexão puder retardar excessivamente o caso”, afirmou o jurista António Katchi. “Nestes casos [em que se aguarda o fim do mandato] pode ser considerado não só excessivamente, mas até de uma maneira indefinida. São casos em que pode decidir-se a separação dos processos. Em princípio seria um processo único, mas assim abrir-se-ia uma conexão”, acrescentou. Novo deputado à vista Em caso de condenação igual ou superior a 30 dias de prisão e votação a favor da perda de mandato por parte do plenário da AL, a substituição de Sulu Sou vai ter de ser decidida através de eleições suplementares. Isto porque a lei eleitoral de Macau não admite a hipótese do número dois da lista que elegeu Sulu Sou de ocupar o lugar deixado vago. “Se houver perda de mandato, terá de haver eleições. A lei eleitoral de Macau, ao contrário da lei de Portugal, não prevê que o lugar seja ocupado automaticamente pelo candidato seguinte da mesma lista. Tal só seria possível no caso de não ter sido realizada a tomada de posse. Assim, terá de haver uma eleição suplementar”, explicou o jurista António Katchi. Antes da Assembleia Legislativa ter decidido revelar a reunião sobre o encontro para discutir o futuro de Sulu Sou, o HM contactou a advogada de defesa dos dois arguidos, Kuan Weng I. A causídica confirmou que para Sulu Sou ser julgado era necessária a suspensão do mandato por parte da Assembleia Legislativa, mas que até ontem não tinha qualquer informação sobre o andamento dos processos. “Até ao momento apenas temos a informação com a data do julgamento. Sei que que é necessária uma resposta da Assembleia Legislativa para que o julgamento vá em frente, mas não tenho qualquer informação sobre esse processo”, afirmou Kuan Weng I. De acordo com Sulu Sou, a advogada foi escolhida para o processo como oficiosa, ou seja o tipo de causídicos a que os arguidos recorrem quando não têm posses económicas para contratar um advogado. Kuan Weng I faz parte do escritório de Hong Weng Kuan, cabeça de lista da Associação dos Cidadãos Unidos para a Construção de Macau, nas últimas eleições. Aviões de papel O episódio que pode fazer com que Sulu Sou deixe de ser deputado ocorreu a 15 de Maio, do ano passado, ainda antes das eleições e tomada de posse. Na altura, a Novo Macau marcou uma manifestação contra a doação de 100 milhões de yuan da Fundação Macau à Universidade de Jinan. Através de um protesto que juntou cerca de 1.100 pessoas, de acordo com as contas das autoridades, foi exigida a restituição do donativo, a demissão de Fernando Chui Sai On da posição de Chefe do Executivo e o aumento da transparência das contas públicas. O protesto ficou igualmente marcado pelo facto dos manifestantes terem atirado aviões de papel com as reivindicações contra o Palácio do Governo. Logo nesse dia a Polícia acusou os manifestantes de concentração ilegal na Penha, e defendeu que a ordem pública foi perturbada pelo facto das pessoas terem caminhado pela estrada, e não pelo passeio junto ao edifício do Centro Comercial New Yao Hon. Maioria pró-sistema A Comissão de Regimento e Mandatos vai ter até dia 20 para emitir um parecer sobre a suspensão do mandato do deputado Sulu Sou. O deputado pró-democrata também vai ser ouvido, no entanto, a maioria dos membros da comissão é pró-sistema. Por isso, para estes membros da AL o processo pode ser visto como uma oportunidade para “silenciar” uma das vozes incomodativas. A comissão em causa é constituída pelos deputados eleitos pela via indirecta Kou Hou In, presidente, Vong Hin Fai, secretário e José Chui Sai Peng. Também as deputadas eleitas directamente Wong Kit Cheng e Angela Leong são conhecidas como pró-sistema. A estes junta-se o membro nomeado pelo Chefe do Executivo, Lao Chi Ngai. Apenas Au Kam San é pró-democrata. História que se repete A votação da suspensão do mandato de um deputado devido a processos nos tribunais não é caso novo em Macau. Na década de 90, durante a Administração Portuguesa, a AL teve de votar sobre a suspensão do deputado Chan Kai Kit, de origem tailandesa, também conhecido como Chio Ho Cheong. O deputado em causa acabaria por desaparecer, sem que tivesse dado alguma justificação. A última vez que foi visto em Macau foi precisamente na Assembleia Legislativa. Segundo os rumores que circulavam na altura, havia a versão de que Chan teria adoecido e sido internado em Pequim. Existia também uma outra versão a dar conta que o deputado tinha sido raptado pelas autoridades do Interior da China. A caça do vizinho Com o caso Sulu Sou, Macau arrisca-se a seguir as pisadas de Hong Kong, no que diz respeito à expulsão de deputados pró-democratas eleitos de forma directa para o Conselho Legislativo. Na região vizinha, durante a presente legislatura, devido à polémica com os juramentos de tomada de posse foram expulsos, numa primeira fase, Baggio Leung e Yau Wai Ching. Depois, as autoridades de Hong Kong abriram processos aos deputados Leung Kwok Hung, Nathan Law, Lau Siu Lai e Yiu Chung Yim, que também acabaram por ser colocados fora do hemiciclo. Como resultado, o campo pró-democrata perdeu a capacidade para vetar as decisões tomadas pelo pró-sistema. Caso Angela Leong sem explicações Em 2015, as autoridades descobriram um apartamento, no edifício Lake View, que prestava serviços de alojamento de forma ilegal. O imóvel, em nome da deputada Angela Leong, acabou por ser selado. No entanto, a quarta mulher de Stanley Ho responsabilizou a empresa imobiliária responsável pela gestão dos sues imóveis pela alegada prática. O caso nunca chegou à Assembleia Legislativa, nem foi necessário pedir a suspensão do mandato da deputada eleita de forma directa. Wong Kit Cheng sem comentários Wong Kit Cheng, membro da Comissão de Regimento e Mandatos, recusou ontem comentar o caso, com o pretexto de necessitar de mais tempo para analisar a situação que envolve Sulu Sou. “O encontro está agendado para quarta-feira e nós fomos informados apenas esta tarde [ontem]. Não tenho nenhuma posição definida, precisamos de falar na associação [Geral das Mulheres de Macau] primeiro”, apontou.
João Santos Filipe DesportoAtleta de 23 anos é o primeiro japonês a vencer Open de Badminton de Macau [dropcap style≠’circle’]K[/dropcap]ento Momota derrotou Ihsan Mustofa por 2-0 na final do Open de Macau em Badminton. O dia ficou marcado por várias vitórias para as cores chinesas e Huang Yaqiong levou mesmo duas medalhas de ouro para casa. Kento Momota derrotou Ihsan Mustofa por 2-0, com os parciais de 21-16, 21-10, e conquistou o Macau Open de badminton, que decorreu no Pavilhão Desportivo do Tap Seac. Momota, de 23 anos, tornou-se no primeiro japonês a vencer a competição do território e sucede ao chinês Zhao Jupeng. O indonésio Mustofa era considerado o favorito porque ocupava a 70.ª posição do ranking, enquanto o japonês era 79.º. Contudo, no Pavilhão Tap Seac, não deu qualquer hipóteses. O início do encontro foi muito equilibrado, mas a partir do 5-5, Momota disparou no marcador e acabaria por fechar o primeiro set com 21-16. Em desvantagem, Mustofa precisava de vencer o set seguinte para ainda disputar o encontro. Porém, Momota entrou muito forte e colocou-se a ganhar por 9-0. Com uma vantagem tão grande, o japonês só precisou de gerir o resultado. Na final singular feminina, a vitória foi para a jovem promessa chinesa, Cai Yanyan, que tem apenas 17 anos. Na final a atleta do Império do Meio teve uma tarefa complicada, mas levou de vencida a taiwanesa Pai Yu Po por 2-1, com parciais de 21-15, 17-21 e 21-16. Os dois primeiros sets foram particularmente bem disputados com as duas atletas a terem trocas constantes na liderança do marcador. Mas no último set, Cai conseguiu mesmo impor-se, tendo estado sempre à frente da adversária. O resultado do encontro também acabou por ser uma surpresa, visto que a atleta de Taiwan é mais experiente e ocupa a 42.ª posição no ranking mundial, enquanto a chinesa está no 91.º lugar. Dupla vitória de Huang Yaqiong O dia de ontem foi particularmente feliz para as cores chinesas, com todas os atletas envolvidos em finais a levarem o ouro para casa. Para este sucesso muito contribuiu a jogadora Huang Yaqiong, ao vencer nada menos do que duas finais. A primeira foi em pares mistos. Huang Yaqiong teve como parceiro o atleta Zheng Siwei e impôs-se à dupla sul-coreana constituída por Seung Jae Seo e Kim Ha Na, por 2-0, com os parciais 21-14 e 21-11. A segunda vitória foi na final de pares femininos. Huang fez dupla com Yu Xiaohan e derrotaram as também sul-coreanas Ha Na Baek e Yu Rim Lee, por 2-0, com os parciais 21-10 e 21-17. Já na final masculinas de pares, Seung Jae Seo, que já tinha perdido a final mista, e Kim Won Ho foram derrotados pelos indonésios Arya Pangkaryanira e Ade Santoso em dois sets, por 21-13 e 21-14. Rodolfo Ávila com pódio em Wuhan [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]odolfo Ávila (VW Lamando GTS) somou um terceiro lugar e uma desistência nas duas corridas do Campeonato da China de Carros de Turismo, disputadas este fim-de-semana na pista citadina de Wuhan, na província de Hubei. Na altura em que desistiu, na prova de domingo, o piloto mostrava um ritmo forte, tendo recuperado do 10.º ao terceiro lugar. Contudo problemas de motor impediram-no de pontuar. “Foi pena [a desistência], porque para além de ter perdido um pódio garantido, em termos de campeonato este abandono também foi bastante prejudicial”, disse o piloto no final. As provas do fim-de-semana foram vencidas pelos colegas de equipa de Ávila, o britânico Robert Huff e o chinês Zheng Zheng Dong. O piloto de Macau é agora 6.º no campeonato com 97 pontos, a 19 do líder Robert Huff, que soma 116.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTrabalho | Empregados domésticos e deficientes sem salário mínimo A consulta pública sobre salário mínimo começa hoje e o Executivo está a estudar deixar de fora empregados domésticos e pessoas com deficiência. O valor do ordenado só vai ser definido após a recolha de opiniões [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo está a ponderar deixar de fora da lei geral do salário mínimo empregados domésticos e pessoas com deficiência. Esta é uma proposta em cima da mesa quando o Executivo começa a ouvir opiniões, numa consulta que começa hoje e vai estar em vigor até 27 de Dezembro. Numa conferência de imprensa realizada, ontem, pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), o director Wong Chi Hong, explicou que o facto dos trabalhadores domésticos não puderem ser avaliados em termos de produção, justifica que não sejam abrangidos pelo diploma que deve entrar em vigor em 2019. “De uma forma geral, os trabalhadores são contratados de acordo com a capacidade de produção, mas isso não acontece quando se contrata um trabalhador doméstico”, disse Wong Chi Hong, director da DSAL. “É por isso que queremos ouvir a população sobre se quer incluir os trabalhadores domésticos no salário mínimo”, frisou. Por outro lado, o Executivo teme que um aumento no ordenado deste tipo de trabalhadores force as pessoas a deixarem de trabalhar para tratarem dos assuntos domésticos. Uma preocupação que se explica com o medo de ver a mão-de-obra encolher. Segundo os dados do Governo, no Interior da China, Hong Kong e Taiwan, a lei do salário mínimo também não inclui os trabalhadores domésticos. Em relação às pessoas com deficiência, os responsáveis do Governo mostraram-se preocupados com o facto da imposição de um salário mínimo poder resultar em menos empregabilidade. “Estamos a ponderar se a partir do momento em que houver um salário mínimo para pessoas com deficiência, se isso não vai afectar a empregabilidade. Se eles também receberem o salário mínimo, não será que os empregadores vão optar por contratar antes outros trabalhadores? Queremos ouvir os empregadores sobre essa questão”, explicou Wong Chi Hong. Sem definição A consulta pública não apresenta nenhum montante para o salário mínimo como referência. Segundo o director da DSAL, a questão só vai ser proposta depois da consulta pública. “Queremos ouvir as opiniões do público antes de propor um montante. Estamos a ponderar a situação geral, porque o salário mínimo irá afectar a inflação, vai ter impacto para os empregadores e pode levar o aumento dos salários a reflectir-se nos preços finais que serão sentidos pelos consumidores”, afirmou o responsável da DSAL sobre este ponto. Actualmente os sectores laborais das empregadas de limpeza e seguranças de condomínio já estão abrangidos pelo salário mínimo. O valor nestes casos é de 30 patacas por hora. Porém, Ng Wai Han, subdirectora, admitiu que o ordenado mínimo até pode ser inferior a esse valor, dependendo da consulta pública. No final do ano passado havia 44.200 trabalhadores a receberem um ordenado inferior ao do montante mínimo para as empregadas de limpeza e seguranças de condomínio. Com a consulta pública a terminar quase no final do próximo mês, a proposta de lei só deverá entrar na Assembleia Legislativa no próximo ano. Mesmo assim, o director da DSAL mostrou-se confiante que a lei entre em vigor ao longo de 2019, como foi prometido pelo Governo. Só para residentes A deputada ligada à Associação Geral das Mulheres, Wong Kit Cheng, defende que apenas os trabalhadores domésticos residentes devem ser protegidos pelo salário mínimo. Questionada sobre o tema, a subdirectora da DSAL, Ng Wai Han, admitiu esse cenário, se for essa a conclusão da consulta pública. “Se o resultado da consulta pública indicar que a medida se deve aplicar a trabalhadores residentes mas não a trabalhadores não residentes, será isso que vamos propor”, admitiu a responsável.
João Santos Filipe Perfil PessoasIris Sio, licenciada em marketing e professora: “Ensinar crianças é muito fascinante” [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ascida em Macau, há 23 anos, Iris Sio adora explorar novos caminhos e nesta fase prepara-se para rumar a mais uma aventura. Depois de se ter licenciado em marketing, na Universidade de Macau, Iris está a preparar-se para reunir as últimas forças e saltar para o sonho de se tornar professora de estudantes com necessidades especiais. Um objectivo que surgiu na vida da jovem, após ter começado a dar aulas de inglês para crianças. “Quero mudar o rumo da minha vida e ser professora a tempo inteiro. Comecei a dar aulas de inglês, em regime de part-time, já há algum tempo e tenho grande satisfação com este trabalho. Ensinar crianças é muito fascinante porque têm sempre a capacidade de nos surpreender, adoro esta experiência”, afirmou Iris Sio, ao HM. “O mais interessante de trabalhar com os mais novos é que podemos ensinar de uma maneira mais dinâmica. Mais importante do que as notas, é a evolução e aquisição de conhecimentos. Assim, sem a pressão de exames, ensinamos de uma forma mais lúdica e eficaz. É mais fácil para os nossos alunos evoluírem se sentirem que estão a fazer algo de que gostam muito”, acrescentou. Antes de poder dedicar-se a pessoas com necessidades especiais, Iris Sio vai aprofundar os conhecimentos sobre o ensino. Posteriormente, vai procurar especializar-se no ramo do ensino para pessoas com necessidades mais específicas. “O ensino especial é um processo de procura, porque falamos de pessoas que muitas vezes têm problemas no sistema escolar tradicional. Por isso, acredito que o nosso grande desafio passa por ajudá-las a explorar os talentos que possuem e onde podem fazer a diferença”, explicou. “Para o ano espero começar a mudar a minha carreira, começando a frequentar algumas das formações dos Serviços de Educação. Depois vou ponderar frequentar um curso para o ensino especial, talvez no estrangeiro. Uma boa formação no exterior poderia ser uma mais-valia com a aquisição de conhecimentos muito mais especializados”, frisou. Nesta altura Iris Sio ainda trabalha ligada à área do marketing, porém admite fazer uma saída, pelo menos, temporária. Uma decisão motivada pelo facto do trabalho não lhe permitir explorar tanto o lado criativo tanto quanto desejava. “Sou uma pessoa extrovertida e sempre achei que o marketing seria uma área que se adequaria à minha personalidade. No entanto, depois de ter trabalhado na área, a verdade é que os casos que estudamos nos livros são muito mais interessante do que a realidade” disse a jovem. “O problema também tem a ver com o mercado de Macau, que é pouco original e foca-se demasiado na venda de produtos e bens materiais, em vez de transmitir mensagens fortes, que nos permitem ser mais criativos”, considerou. Contacto com o português Nascida em Macau, Iris optou por estudar português no IPOR durante algum tempo. Para melhorar os conhecimentos fez mesmo um curso intensivo em Lisboa durante um mês. Porém, admite que para conseguir dominar a língua deveria ter investido mais. “Antes de optar pelo marketing, cheguei a admitir estudar português. Contudo acabei por considerar que não era o caminho que realmente queria seguir. Mesmo assim tive aulas de português no IPOR. Gosto de desafios e acho que ter alguns conhecimentos da língua pode ser útil. Até porque é uma das línguas oficiais de Macau”, afirmou. “Reconheço que não é uma língua fácil porque é muito diferente do chinês. Por exemplo, são muitos os tempos verbais utilizados e depois existe a questão do género. Saber se devemos utilizar o género masculino ou feminino é mesmo muito complicado”, considerou. Sobre a aventura em Lisboa, revela que foi uma experiência muito interessante, mesmo que muitas vezes não fosse compreendida quando falava na língua de Camões: “Lisboa foi uma experiência engraçada porque embora o meu português fosse muito básico, conseguia usar algumas palavras ou expressões mais simples. Mas às vezes as pessoas não me compreendiam e tinha de falar em inglês ou usar os gestos, uma forma de comunicação muito universal”, recorda divertida. De volta a Macau, Iris admite que sente saudades da cidade antiga, mesmo que agora se sinta confortável. “Na altura não havia tanta multidão, hoje é quase impossível ir para algum sítio e não haver muita gente”, aponta. É por esta razão que a jovem de 23 anos acaba por regularmente ir a Coloane fazer caminhadas, à procura de uma “maior tranquilidade” entre os espaços verdes.
João Santos Filipe DesportoRudolfo Ávila participa em mais uma ronda do CTCC na cidade de Wuhan [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]odolfo Ávila vai competir este fim-de-semana no circuito citadino de Wuhan, na província de Hubei, em mais uma ronda do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC). Na pista montada de propósito para o evento, o piloto de Macau vai ter como objectivo acumular o maior número de pontos ao volante do VW Lamando GTS e ajudar a equipa a conquistar o título de construtores. “Prevejo que seja um fim-de-semana muito duro, mas os objectivos e desafios são iguais aos das provas anteriores. A prioridade é ajudar a equipa na conquista do Campeonato de Construtores e para isso é preciso somar o maior número de pontos possível, mesmo que isso signifique abdicar de arriscar um resultado melhor”, afirmou Rodolfo Ávila, em comunicado. Actualmente a Shanghai VW 333 Racing Team, em que Ávila compete, soma 260,5 pontos, mais 21,5 pontos do que a scuderia que surge no segundo lugar, a Baicmotor Racing Team. Também na luta pelo título está a Changan Ford Racing Team com 228,5 pontos, mas mais atrás. Ao nível do campeonato de pilotos, Carlos Zhu é o líder com 102 pontos, mais 22 do que Rodolfo Ávila, que está em quarto lugar, com 80 pontos. Neste momento, e contando com a jornada de Wuhan, faltam dois fins-de-semana de competição para o final do campeonato. Fim-de-semana de estreias Na cidade chinesa a grande novidade é o facto do traçado ser citadino. Também o facto dos pilotos não terem experiência anterior nesta pista torna a tarefa mais complicada. “Qualquer erro num circuito citadino paga-se muito caro”, começou por dizer Ávila. “Obviamente que a minha experiência neste tipo de traçados, como a do ‘nosso’ Circuito da Guia ajudará, mas esta é uma pista com características bastante diferentes. Será muito importante saber gerir o desgaste dos pneus, até porque a curva nove irá colocar um esforço suplementar nos pneus do lado direito”, considerou. O evento terá um formato diferente do habitual, arrancando hoje com duas sessões de treinos livros, havendo também tempo para uma sessão de testes de 20 minutos. A qualificação e a primeira corrida, de 19 voltas, são amanhã e a segunda corrida, no domingo.
João Santos Filipe PolíticaFerries | Susana Wong apela à denúncia de venda ilegal de bilhetes O aumento dos preços dos ferries para Hong Kong foi considerado “razoável”, pela directora da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong. A responsável confirmou também, ontem, que as mudanças foram autorizadas pelo Governo. [dropcap style≠’circle’]“F[/dropcap]oi uma questão que tivemos de analisar. O pedido [da TurboJet] tinha sido feito em Julho. Após uma análise, considerámos que, apesar do preço dos combustíveis não ter subido, o último aumento tinha sido em 2014, há quase três anos, e que houve outros custos que subiram”, afirmou Susana Wong. “Considerámos que o aumento foi razoável. Eles fizeram uma proposta inicial, que nós baixámos, mas mesmo assim autorizámos uma subida dos preços”, sublinhou. A partir de amanhã os preços dos barcos para Hong Kong vão ter aumentos entre 4,6 por cento e 6,8 por cento. Assim, os bilhetes de Macau para Hong Kong para os residentes vão aumentar de 164 para 171 dólares de Hong Kong. À noite, os preços sobem de 200 para 211 dólares. Mercado Negro A responsável foi igualmente questionada sobre a venda no mercado negro dos bilhetes, que ocorre frequentemente junto aos lugares de venda das operadoras de barcos para Hong Kong. “Considero que essa é uma prática ilegal. As pessoas devem queixar-se à polícia quando virem essas situações. Não me parece que a companhia tenha a vontade que essa venda aconteça. É um acto ilegal. Tem de haver queixa às autoridades, quando as pessoas virem essas actividades”, disse a directora da DSAMA sobre o fenómeno. Em relação à abertura da ponte entre Hong Kong e Macau, a DSAMA admite que pode haver consequências para o sector marítimo e as empresas envolvidas. Porém, Susana Wong diz que só mais tarde se vai ver como vai ser a preferência dos utilizadores. “É uma boa questão. Estamos a acompanhar a situação com as empresas de navegação, que são quem se tem focado mais na mudanças. Também temos de ver como vão ser as condições para a utilização dos autocarros e a vontade das pessoas, se preferem os meios terrestres ou marítimos”, explicou. Susana Wong falou com os jornalistas à margem da cerimónia de inauguração da Estação Postal do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCartas de Condução | Abertura de ligação força implementação de medida Raimundo do Rosário pede compreensão aos cidadãos para a medida de reconhecimento das cartas de condução dos cidadãos do Interior da China e diz que não pode estar “permanentemente a fechar as portas de Macau” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou ontem que a medida de reconhecimento das cartas de condução para os cidadãos do Interior da China está relacionada com a abertura da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. O responsável pela tutela dos transportes negou também o cenário de que o reconhecimento vá causar um aumento drástico no número de veículos em circulação. “Não posso estar permanentemente a fechar as portas de Macau. Mas isto é uma proposta, ainda não há uma calendarização. É uma medida que tem que ver com a ponte que vai ser inaugurada em breve. Espero que as pessoas percebam isso”, disse, ontem, Raimundo do Rosário, à margem da inauguração da estação de correios, no terminal marítimo da Taipa. “Neste momento já há um reconhecimento entre a China e Hong Kong. Não podemos adiar muito mais esta questão, o reconhecimento entre Hong Kong e a China já está implementado há dez anos”, acrescentou. Por outro lado, o secretário rejeitou o cenário de um aumento acentuado do número de carros, devido ao reconhecimento das cartas de condução do Continente. “O que está em causa é o reconhecimento das cartas [de condução] não são os carros. As pessoas quando são titulares das cartas e vão a um sítio a carta de condução é reconhecida”, disse, ontem, Raimundo do Rosário. “Uma pessoa vai ter de alugar o carro. Quantos carros é que há para alugar em Macau? Vê as grandes empresas de aluguer em Macau? Elas até podem vir, mas não vai entrar em Macau um bilião de carros, apenas os titulares das cartas”, acrescentou. Comportas a ritmo lento Outro dos assuntos abordados foi a instalação da comporta para o controlo das marés junto ao Porto Interior. Esta é uma medida que pode ajudar a combater a subida do nível das águas durante os tufões. “Os trabalhos estão a andar e ainda há um longo caminho a percorrer. Estão em curso as sondagens do subsolo do fundo do mar. Mas espero que as pessoas percebam que todos os processos que temos são urgentes e que compreendam que levam tempo”, explicou. O facto de envolver negociações com as autoridades do Interior da China também contribuiu para que o processo seja mais lento: “Há mais dificuldade porque o que quer que façamos envolve falar com a outra parte. O espaço entre Macau e o Interior da China abrange uma parte que está sob a nossa jurisdição e outra que não está. É mais um procedimento”, apontou. Ainda em relação à nova lei da habitação social, que foi aprovada na generalidade no início da semana, Raimundo Rosário mostrou abertura para negociar, mas deixou um aviso. “Já disse que vamos ter a oportunidade de discutir todos os artigos, mas isto não quer dizer que tenhamos de ter no fim os mesmos pontos de vista. Como sabem, nem tudo é aprovado por unanimidade. Se nos conseguirmos convencer uns aos outros, muito bem, se não…”, frisou. La Marina não vai ser recuperado Raimundo Rosário assegurou que o terreno onde está a ser construído o edifício La Marina, junto ao Centro de Saúde da Areia Preta, não vai ser recuperado pelo Governo, ao contrário do que aconteceu com o Pearl Horizon. “Foi emitida a licença de utilização dentro dos prazos legais e os promitentes-compradores podem ficar descansados que a partir de agora só faltam procedimentos administrativos”, disse o secretário. “Eu já disse que não vai haver reversão do terreno”, frisou. O La Marina foi desenvolvido pela Polytech e acabado em ritmo de contra-relógio. No início do mês foi noticiado pela imprensa chinesa que os bancos estavam a rejeitar empréstimos para a compra de fracções no empreendimento. Linha do metro electrificada A linha do metro ligeiro entre a estação dos Jardins do Oceano e a estação junto ao Macau Jockey Club já está electrificada. A informação foi avançada ontem pelo secretário da tutela. “A linha entre a Estação dos Jardins do Oceano e a Estação junto à pista dos cavalos já está electrificada. Agora vamos electrificando sucessivamente até chegarmos ao Pac On”, disse Raimundo do Rosário. A partir de agora, todos os meses vai chegar uma remessa [de carruagens], a última das quais em Abril. Só nessa altura chegarão todas as carruagens necessárias para operar a linha da Taipa”, sublinhou.
João Santos Filipe DesportoSelecção de Macau de Sub-19 perde por 2-0 diante de Taiwan [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] boa exibição da equipa do território ficou comprometida pela pouca eficácia do jogo ofensivo e um penálti, por mão na área, que permitiu à equipa da casa colocar-se em vantagem Chegou ao fim a esperança da selecção de sub-19 se apurar para o Campeonato Asiático do escalão do próximo ano. Macau perdeu, ontem, por 2-0 com Taiwan e manchou uma exibição consistente, com erros que acabaram por ser decisivos. No Estádio Hsinchu, na Ilha Formosa, a equipa orientada por Iong Cho Ieng deixou Taiwan assumir o jogo e concentrou-se em defender bem durante os primeiros minutos. As intenções de Macau foram bem conseguidas, e a estratégia funcionou bem nos primeiros momentos, sem que o adversário tivesse oportunidades claras de golo. Apesar de dois remates ao lado, aos 11 e 13 minutos, foi a selecção do território que teve a melhor oportunidade, quando o relógio indicava 23 minutos. Porém, antes, aos 14 minutos, Macau teve a primeira grande contrariedade do encontro. O local Leung Chi Seng perdeu uma bola e tentou recuperá-la o mais depressa possível. No entanto, quando corria atrás de adversário, Leung colocou mal o pé esquerdo no relvado, torcendo o pé e o joelho. Como consequência, o avançado teve de sair e foi substituído por Carlos Choi. Foi o recém-entrado que, aos 23 minutos, poderia ter feito o encontro ter um rumo completamente diferente. Após um passe em profundidade, a partir do centro do terreno, de Iury Sousa, Carlos Choi desmarcou-se e surgiu isolado à frente do guarda-redes adversário. Com uma oportunidade de ouro, Choi rematou mas a bola embateu na barra, perdendo-se assim a melhor oportunidade. Dos falhanço Após o desperdício, a selecção de Taiwan subiu de produção, e começou a ser muito mais perigosa, principalmente nos lances de canto. Logos aos 27 minutos, Fong Shao-Chi, após um canto, cabeceou por cima da baliza defendida por Vaselie Lei. No entanto, o momento decisivo chegou aos 43 minutos. Após mais um canto para a equipa de Taiwan, Jorge Vitorino tentou aliviar a bola junto à linha de fundo. Porém, o esférico acabou por acertar-lhe na mão e o árbitro sírio Masoud Tufayelieh apontou prontamente para a marca de grande penalidade. Na marcação do castigo máximo, Tu Shao-Chieh rematou para a sua esquerda, com o guarda-redes a atirar-se para o lado contrário. Com 1-0, o jogo seguiu para intervalo. A perder por 1-0, Macau poderia ter empatado o encontro, aos 54 minutos. Carlos Choi fez um passe longo à procura do Ng Wa Keng, que cabeceou sozinho à frente da baliza. Contudo, o capitão de Macau fez a bola seguir por cima, falhando mais uma oportunidade muito clara. À semelhança da primeira parte, quem não marca, acaba por sofrer e Taiwan aproveitou para dilatar a vantagem, aos 77 minutos. Wang Chung-Yu rematou à entrada da área, entre três defesas de Macau, e a bola bateu à frente de Vaselie Lei, que apesar de ainda lhe ter tocado, não conseguiu defender. A equipa da casa ficou assim na frente por 2-0. Após três jogos, Macau chegou ao fim da fase de grupos de apuramento para o Asiático de sub-19 com duas derrotas e uma vitória, diante do Laos por 1-0. A primeira derrota tinha sido por 2-0, com o Vietname.
João Santos Filipe SociedadeGoverno arrenda espaço de 500 m2 à Nam Yue com renda de 24 mil patacas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Nam Yue vai pagar uma renda mensal de 24 mil patacas pelo arrendamento de uma sede com 500 m2, no Novo Mercado Abastecedor de Macau, na Ilha Verde. O proprietário do espaço é o Governo e o preço de 48 patacas por metro quadrado foi revelado ontem, com a publicação de parte do contrato no Boletim Oficial. A sede da empresa vai ficar no novo mercado abastecedor, que também vai ser explorado pela Nam Yue. Assim, do total de 15 pisos do edifício, a empresa com ligações ao Interior da China vai ficar com a gestão de quatro pisos. Um dos andares será a sede e os outros três vão ser destinados ao mercado. Pelo espaço concedido para a exploração da actividade abastecedora, a Nam Yue vai pagar dois por cento sobre as facturas cobradas aos grossistas que forem abastecidos. Os outros andares, que não a sede da empresa, vão ser utilizados para abastecer os comerciantes grossistas com produtos de origem vegetal e ovos. Esta é uma actividade que a Nam Yue desenvolve em regime de exclusividade. O contrato para a exploração do mercado abastecedor revelado ontem termina a 15 de Abril de 2022. A partir do momento em que o espaço puder entrar em funcionamento, a Nam Yue compromete-se a abandonar as instalações actuais que ocupa, localizada no Canal dos Patos e que tem uma área de 7.433 m2. Com a assinatura do contrato a Nam Yue tem igualmente de pagar uma caução no valor de 500 mil patacas, para garantir que a empresa cumpre as obrigações assumidas. Esta será devolvida posteriormente. 860 milhões em ajuste directo O restante edifício será ocupado com instalações do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Os dois pisos subterrâneos vão ser utilizados para lugares de estacionamento. Já o espaço entre os pisos quatro e sete vai ser usado para vendas por grosso e câmara de frio, e será explorado e mantido pelo IACM. Os restantes pisos, à excepção do sete, vão ser utilizados para as instalações do organismo liderado por José Tavares. O novo mercado abastecedor de Macau também foi construído pela Nam Yue, num trabalho com o custo de 860 milhões de patacas e que foi atribuído por ajuste directo. A obras fazem parte do reordenamento desta zona da cidade, que é conhecida como Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação Pública | Mais de 1.400 inscrições em menos de duas horas Pela primeira vez desde 2013, o Governo abriu ontem um concurso para a atribuição de fracções sociais. Na sede do IH, na Ilha Verde, por volta das 9h00 já havia fila para recolher os boletins de inscrição [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro concurso para a atribuição de habitação pública desde 2013 começou ontem e, às 10h30 da manhã, mais de 1.400 pessoas já tinham ido buscar os boletins de inscrição. Os interessados têm agora até 7 de Fevereiro para se deslocarem à sede do Instituto de Habitação Social, na Ilha Verde, e entregarem as candidaturas. Apesar do processo ter começado ontem, os responsáveis do IH ainda não conseguem fazer uma previsão sobre quando é que os candidatos escolhidos vão poder começar a receber as fracções. Um procedimento que vai depender do número de candidaturas, explicou Arnaldo Santos, presidente do IH. “Agora estamos a fazer o concurso e depois vamos analisar as candidaturas. Primeiramente vai ser elaborada uma lista provisória, que depois passará a definitiva. Só quando os candidatos forem organizados de acordo com a pontuação é que vamos começar a distribuir as fracções”, disse Arnaldo Santos. “A lista definitiva é o mais importante, mas este é um processo que leva o seu tempo, normalmente demora mais de um ano. Mas todos os candidatos que cumprem os requisitos vão poder arrendar uma habitação social”, acrescentou. Neste momento, o Governo tem disponíveis 1.346 fracções de habitação social, algumas das quais precisam de ser renovadas. Além disso, estão actualmente em construção 1.278 habitações na Rua Central do Tói San e na segunda fase do projecto de Monga Há. Também o projecto na Avenida Venceslau Morais, onde está a estação da CEM, vai receber 1500 fracções de habitação pública. De acordo com Arnaldo Santos, o concurso público para a fase da construção deve começar no próximo ano. O responsável explicou ainda que o Governo não fez estimativas sobre o número de candidatos, ficando à espera do fim do concurso. Esta é a primeira vez desde 2013 que o Executivo abre um procedimento para a atribuição pública. O concurso é lançado depois de todos os processos que estavam na lista de espera de 2013 terem sido resolvidos. Assim, entre as cerca de 6.100 candidaturas entregues na altura, 3.800 foram admitidas, e, após as desistências, cerca de 2.500 candidatos passaram a viver numa habitação social. Condições de acesso Durante o lançamento do concurso, no IH, o Chefe do Departamento de Habitação Pública, Chan Wa Keong, clarificou que os candidatos precisam de ter mais de 18 anos, serem portadores do bilhete de identidade de residente e habitarem em Macau há pelo menos sete anos. Além disso, para que a candidatura seja bem sucedida, os pretendentes têm de cumprir os limites ao nível do património e dos rendimentos. No caso de famílias com três elementos, os rendimentos não podem ultrapassar as 23.430 patacas e o património não pode estar avaliado em mais de 506 100 patacas. Quando o agregado é de quatro pessoas, os rendimentos não podem ser superiores a 25 680 patacas e o limite patrimonial é de 554 700. Se o agregado for constituído por duas pessoas, os rendimentos estão limitados as 17 360 patacas e o limite patrimonial é de 375 mil patacas. Neste momento, está a ser discutida na Assembleia Legislativa uma nova lei para a atribuição de casas sociais. Arnaldo Santos explicou que a nova lei apenas vai afectar as assinaturas dos contratos, com condições mais exigentes. Os candidatos deste concurso terão igualmente prioridade face a futuras candidaturas. Distribuição de afectos Após a abertura do concurso, o presidente do IH, Arnaldo Santos, esteve na sede a acompanhar a distribuição dos boletins e o trabalho dos funcionários na clarificação das dúvidas. Arnaldo Santos não se coibiu mesmo de agarrar a mão a um dos residentes durante alguns minutos e explicar-lhe alguns dos procedimentos necessários: “Estava a esclarecer umas dúvidas sobre as candidaturas, as condições, coisas que os funcionários também vão explicar. O fundamental é que devem trazer todos os documentos para sabermos qual é a situação, os rendimentos, etc..”, disse, posteriormente, sobre esse momento.
João Santos Filipe SociedadeÁgua | Autonomia de abastecimento passa para 12 horas A passagem do Tufão Hato colocou a nu as fragilidades do abastecimento de água em Macau e agora a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau está a trabalhar para preparar uma resposta mais eficaz em caso de desastres naturais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] território vai passar a ter uma autonomia de 12 horas no abastecimento de água, quando ocorrerem desastres naturais que danifiquem a rede. Actualmente a autonomia é de quatro horas, mas a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) está a proceder a um estudo para expandir as instalações. O documento, que deve ficar pronto no próximo ano, vai depois ter de ser aprovado pela Direcção de Serviços dos Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). O andamento dos trabalhos foi explicado, ontem, por Nacky Kuan, directora-executiva da SAAM, à margem de um seminário organizado pela empresa sobre “abastecimento de água e plano de contingência durante catástrofes naturais”. “Queremos aumentar a autonomia dos serviços de água de quatro para 12 horas. Consideramos que 12 horas são suficientes para termos tempo de fazer as reparações necessárias e implementar o sistema de resposta em casos de emergências”, afirmou Nacky Kuan. Quando o tufão Hato passou por Macau, houve zonas do território que estiveram mais de 12 horas sem terem fornecimento de água. No entanto, a directora-executiva da SAAM frisou que os atrasos na reposição do abastecimento de água se ficaram a dever às dificuldades de acesso às instalações da empresa, que ficaram inundadas. “A autonomia de 12 horas tem como referência a legislação de países da União Europeia, como o Reino Unido. Os problemas e atrasos na reposição do serviço durante o tufão Hato não tiveram a ver com as obras de reparação da rede”, apontou. “Os principais problemas foram o transporte dos técnicos para a estação de abastecimento da Ilha Verde. Foi um processo que demorou cerca de quatro horas. Depois a estação estava inundada, tivemos de pedir ajuda aos bombeiros para resolver essa questão, porque não tínhamos electricidade para fazer com que as nossas bombas removessem a água da estação”, acrescentou. Nacky Kuan afirmou também que a empresa já implementou medidas para resolver esses problemas e aumentou a capacidades dos geradores para bombear águas. “Instalámos comportas nas nossas estações para prevenir as cheias. Claro que se a subida da maré for muito muito elevada ainda podem ocorrer inundações, mas se a altura for 1,5 metros, estamos bem preparados. Foram medidas temporárias que agora estamos a reforçar para serem permanentes”, clarificou. DSAMA à espera No evento esteve também presente o vice-director da DSAMA, Chou Chi Tak. O responsável explicou que o Governo está neste momento a aguardar pela proposta da SAAM sobre as medidas a adoptar para aumentar a capacidade. “A autonomia vai ser aumentada com a instalação de tanques elevados, por isso precisamos de esperar que a SAAM façam um estudo sobre todas as instalações do fornecimento de água e sugestão de futuras localizações para os tanques. Podem optar por construir os tanques novos ou expandir os actuais”, disse Chou Chi Tak. “Nesta altura temos dois tanques: um fica situado na Colina da Guia o outro na Colina da Taipa Grande. Só temos essas duas localizações e vamos ter de aguardar pela proposta da SAAM”, explicou sobre uma eventual abertura para instalar os tanques em áreas verdes, como Coloane. Chou Chi Tak sublinhou também que na preparação do mecanismo de resposta a situações de catástrofes, que o Governo está a trabalhar para alargar o âmbito da cooperação com as autoridades do Interior da China. Este é um trabalho que deve demorar tempo, mas Chou considerou haver uma boa base com o mecanismo utilizado durante o tufão Hato, quando Zhuhai enviou camiões cisterna para abastecimento de águas nas zonas afectadas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDeclarações de rendimentos | Chan Iek Lap ligado a nove grupos associativos O deputado Chan Iel Lap está envolvido em nove associações, sendo presidente da Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau e da Associação de Antigos Alunos da Escola Pui Tou [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Chan Iek Lap está envolvido em nada menos do que nove associações diferentes. Os dados foram disponibilizados pelo próprio médico, na declaração de rendimentos exigida a deputados, entregue a 18 de Outubro. Entre os cargos que o ocupa, Chan assume as funções de presidente em dois casos: na Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau, desde Março de 2015, e na Associação de Antigos Alunos da Escola Pui Tou, desde Julho de 1999. O deputado, que foi eleito através do sufrágio indirecto, ocupa também, desde 2008, o cargo de vice-presidente da Associação dos Naturais de Pun Un de Macau. Chan é igualmente membro da Fundação Dr. Stanley Ho para o Desenvolvimento da Medicina e Consultor Médico na União Geral das Associações dos Moradores de Macau, ou seja dos Kaifong. Ainda no que diz respeito a cargos em associações, o médico de 59 anos é supervisor geral da Associação de Antigos da Universidade de Jinan em Macau, membro da Associação Fraternal da Zona de Cantão de Macau, supervisor da Associação Choi In Tong Sam e Consultor da Associação da Construção Conjunta de Um Bom Lar. Em relação ao património, Chan não declarou participações em empresas e declarou como imóveis a posse de uma casa em Macau, que também está em nome do cônjuge, e a posse de três lugares de estacionamento. Ng Kuok Cheong do arrendamento Por sua vez, Ng Kuok Cheong, que é deputado desde a década de 1992, declarou como património um fracção de condomínio com fins habitacionais e duas fracções para arrendamento. O membro da Assembleia Legislativa pró-democrata não tem na sua posse qualquer estacionamento. Ao nível da participação em associações sem fins lucrativos, Ng Kuok Cheong declara ser membro da União de Macau para o Desenvolvimento da Democracia, desde 1989. A partir do momento em que tomam posse como deputados, os legisladores tem 90 dias para apresentar as declarações de rendimentos. O primeiro a fazê-lo foi Sulu Sou, que entregou o documento logo a 19 de Outubro, ou seja três dias depois da tomada de posse. O documento preenchido pelo mais jovem deputado de sempre a sentar-se no hemiciclo de Macau, com 26 anos, não declara qualquer posse a nível de imóveis ou participações em empresas. Por outro lado, o deputado declarou em Outubro que era vice-presidente da Associação Novo Macau, lugar em que já foi substituído por Wong Kin Long, e ainda secretário da Open Macau Society, desde 2014. Com a entrega de três declarações de rendimentos, ficam a faltar 30 deputados fazerem o mesmo. O prazo dos 90 dias definidos por lei após a tomada de posse do cargo termina por volta de meados de Janeiro do próximo ano.
João Santos Filipe DesportoSelecção de futebol sub-19 vence Laos e volta a sonhar com apuramento [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m golo do avançado Iury Sousa, na segunda parte, permitiu à selecção de sub-19 de Macau derrotar o Laos por 1-0. No Estádio de Hsinchu, no norte de Taiwan, o avançado local aproveitou uma distracção da defesa contrário, castigou os desperdícios laocianos, e voltou a colocar Macau na luta pelo apuramento. Com esta vitória, a selecção do território conseguiu o primeiro triunfo no Grupo H de apuramento para o Campeonato da Confederação Asiática de Futebol, após ter perdido no sábado com o Vietname por 2-0. Antes do apito inicial, o Laos era a formação teoricamente favorita por fazer parte do pote número dois no sorteio para os grupos de qualificação, enquanto Macau estava apenas no quarto pote. Por essa razão, a selecção local deixou que o Laos assumisse o controlo dos acontecimentos, limitando-se a defender e a correr atrás da bola. No entanto, a equipa do Sudeste Asiático não conseguiu, durante a primeira parte, colocar-se em vantagem. Mesmo quando o Laos teve ocasiões em que deixou o guarda-redes U Wai Chon e a defesa em apuros, os laocianos não conseguiram concretizar, somando alguns desperdícios. Por outro lado, a selecção do território, sempre que conseguia, tentava sair em ataque organizado ou contra-ataque. O castigo Foi na segunda parte que o golo de Iury Sousa surgiu. Após uma falta ofensiva no meio campo de Macau, aos 54 minutos, o defesa Kong Wai Fong bombeou a bola para a área do Laos. O lance não aparentava grande perigo, mas a bola passou por cima de todos os defesas, bateu no chão e sobrou para Iury Sousa, que ficou isolado. Perante o guarda-redes, o número sete de Macau encostou para o 1-0. Em vantagem, os comandados por Iong Cho Ieng mostraram grande maturidade e conseguiram aguentar o resultado até ao apito final. Com este resultado, Macau volta a entrar na luta pelo apuramento para a próxima fase, somando três pontos no grupo H, os mesmos que Taiwan. No primeiro lugar está o Vietname que ganhou à equipa da casa por 2-1. No último lugar está o Laos com duas derrotas e zero pontos. Amanhã, Macau tem encontro agendado com Taiwan às 19h00. O jogo pode ser visto na internet, através do canal do youtube da federação local, Chinese Taipei FA.
João Santos Filipe Manchete SociedadePME | Governo aponta gestão moderna para ultrapassar desafios O director da Direcção de Serviços de Economia diz que o Executivo está atento ao possível aumento das rendas e promete um Governo a trabalhar para ajudar as pequenas e médias empresas a ultrapassarem esses obstáculos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo aposta em criar condições para que as pequenas e médias empresas possam ser mais competitivas e, dessa forma, ultrapassar a questão dos elevados custos das rendas. A estratégia foi apontada, ontem, pelo director da Direcção de Serviços de Economia (DSE), Tai Kin Ip, quando questionado sobre os efeitos do crescimento do jogo. “O Governo está atento e acompanha de perto o andamento da economia e os efeitos que podem recair sobre as pequenas e médias empresas. Os custos com as rendas também acontecem em outros locais e zonas com elevado nível de vida. Mas as empresas desses locais conseguem sobreviver porque apostam no aumento da produtividade”, disse Tai Kin Ip. “Temos a responsabilidade como Governo de criar as condições e apoiar as pequenas e médias empresas para que possam aperfeiçoar as respectivas técnicas de produção ou as estratégias de marketing e gestão da empresa”, acrescentou. O director da DSE sublinhou igualmente que mesmo entre os negócios familiares existe uma maior tendência para que haja uma gestão mais moderna e corporativa, ao invés da gestão tradicional familiar. No que diz respeito aos negócios tradicionais de Macau, o Executivo lançou ontem o “Grupo de Apoio a Lojas Antigas Típicas” com o objectivo de ajudar este tipo de negócios a modernizar-se e expandir as operações. No futuro, os estabelecimentos comerciais que forem classificados “lojas antigas típicas” vão receber apoios do Executivo. A cerimónia de lançamento do grupo de trabalho decorreu ontem com a assinatura do protocolo entre a Direcção de Serviços de Economia e a Associação Macau Chain Stores and Franchise. “O nosso objectivo nesta primeira fase passa por fazer um inventário das lojas antigas que podem e pretendem ser classificadas. Depois vamos lançar uma série de medidas de apoio a estes estabelecimentos comerciais. No entanto, as medidas de apoio ainda estão a ser estudadas”, afirmou Tai Kin Ip. Por agora, o Governo ainda está a trabalhar para definir os critérios que vão ser utilizados na classificação. Esta é uma tarefa em que a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) também vai auxiliar. Orçamento de 800 mil Na mesma cerimónia, a DSE assinou com Federação da Indústria de Comércio de Guangdong e Macau, presidida pelo deputado Si Ka Lon, uma parceria para a criação de um “Centro de Serviços de Orientação para o registo dos Assuntos Comerciais no Interior da China”. Estas são políticas que fazem parte do Plano Quinquenal definido pelo Executivo para o desenvolvimento da região e têm como objectivo aprofundar a integração de Macau no Interior do Continente e facilitar a entrada das empresas locais na Ilha da Montanha. O centro em questão está situado no edifício China Civil Plaza e entrou em funcionamento ontem. “Queremos que as empresas de Macau acompanhem o desenvolvimento e também sejam beneficiadas com a criação da Grande Baía. Com estes serviços poupa-se muito trabalho em burocracias para a entrada no mercado da Ilha da Montanha”, explicou Si Ka Lon, na condição de presidente da Federação da Indústria de Comércio de Guangdong e Macau. De acordo com a informação avançada por Tai Kin Ip estas parcerias vão ter um custo de 800 mil patacas, na primeira fase, sendo que cerca de 500 mil patacas são para o Centro de Serviços, montado em cooperação com a federação presidida por Si Ka Lon.
João Santos Filipe Manchete PolíticaÓrgãos municipais | Governo Central não autoriza sufrágio directo A nomeação pelo Chefe do Executivo dos membros dos órgãos municipais e a consulta pública foi ontem alvo de críticas na AL, mas o número dois do Gabinete Jurídico do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional veio a público explicar que o Governo Central não autoriza eleições por sufrágio directo [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim não autoriza o Governo de Macau a implementar eleições por sufrágio directo para constituição dos órgãos municipais sem poder político. A revelação foi feita, ontem, pelo número dois do Gabinete Jurídico do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, Zhang Rongshun, ao canal chinês da Rádio Macau. De acordo com a lógica do governante do Interior da China, caso os órgãos municipais fossem eleitos por sufrágio directo, passariam a deter um poder executivo, à semelhança do que aconteceu durante o tempo da Administração Portuguesa. Zhang disse ainda que se houvesse sufrágio directo, estava a ser ultrapassado o grau de autonomia autorizado pelo Governo Central para a criação do futuro órgão municipal. Em declarações à Ou Mun Tin Toi, o dirigente chinês admitiu também que a criação dos órgãos municipais em Macau foi sucessivamente adiada, uma vez que houve várias visões em cima da mesa. Zhang frisou que o Governo de Macau avançou com a proposta actual, depois de uma “profunda análise”. Polémica no hemiciclo No entanto, a proposta actual, que coloca o Chefe do Executivo a nomear os responsáveis pelos futuros órgãos municipais, está longe de gerar consenso. Na sessão de ontem na Assembleia Legislativa foram vários os deputados que abordaram os diferentes assuntos relacionados com a proposta. Agnes Lam foi a primeira a apontar ao método escolhido para a selecção dos membros dos órgãos: “O Governo pretende nomear, através da designação do Chefe do Executivo, todos os membros deste órgão, com a razão de ser ‘sem poder político’, e esta decisão derivou numa intensa oposição no seio da sociedade”, começou por dizer a deputada. A académica sublinhou que há vozes na sociedade que sentem que com este método a “participação dos cidadãos” vai ser colocada em causa e as nomeações vão ser vistas como uma “recompensa política”. Agnes pediu também ao Executivo liderado por Chui Sai On que esclareça do ponto de visto jurídico os cidadãos e que inicie uma segunda consulta sobre este tema. Ao contrário do que é habitual, também Ma Chi Seng, deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, alertou para a forma como a consulta pública está a ser realizada: “o Governo deve disponibilizar mais informações e um melhor esclarecimento, para haver consenso e alcançar o reconhecimento da população”, afirmou o membro da família Ma. Defesa académica Se por um lado houve críticas à actuação do Governo, por outro, houve quem tentasse explicar a visão do Executivo, à base de uma comparação entre Macau e Hong Kong. O deputado em causa foi Iau Teng Pio, nomeado por Chui Sai On, e especialista em Direito. “Existem diferenças relativamente grandes no âmbito da natureza jurídica e do estatuto entre as organizações distritais de Hong Kong e os órgãos municipais de Macau; bem como diferenças quanto à relação jurídica entre as organizações distritais e o Governo de Hong Kong e entre a dos órgãos municipais e o Governo de Macau”, apontou o académico. “Verificam-se diferenças, especialmente, entre o que está definido no artigo 95.º da Lei Básica de Macau, quanto à natureza da relação jurídica e da incumbência [ndr. nomeação] pelo Governo dos órgãos municipais de Macau, e o artigo 97.º da Lei Básica de Hong Kong”, acrescentou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaKam Sut Leng: a primeira dama da Novo Macau Kam Sut Leng foi nomeada presidente interina da Novo Macau, na passada sexta-feira. A escolha da direcção não foi unânime, mas a nova mulher forte do campo pró-democrata conseguiu cinco votos entre os oito membros votantes. Agora, promete trabalhar para alargar o número de associados [dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] a primeira mulher a ser eleita presidente da Novo Macau, como é que se sente? Agradeço a confiança que me foi depositada pelos outros membros. Até às eleições do próximo ano vou dar o meu melhor pela associação, para fazer com que os membros se desiludam com a escolha. O facto de ser a primeira mulher a assumir as funções de presidente marca uma nova fase para a associação? Entrei na Novo Macau em 2013 e na altura é verdade que havia poucas mulheres a participar nas actividades. Ainda me lembro que 80 a 90 por cento dos participantes eram do sexo masculino. Mas nos últimos dois anos começámos a ver mais jovens não só do sexo masculino mas também do sexo feminino a participar nas actividades. É algo que me deixa contente. O seu caso pode servir para atrair mais mulheres para a política local? Posso tornar-me um exemplo que demonstra que a participação nos assuntos socais não é exclusiva dos homens e que todos os interessados podem encontrar o seu espaço e dar o seu contributo. Os resultados da escolha não foram unânimes e mesmo no passado falou-se em divisões internas. Acredita que pode unir a Novo Macau? A nossa associação tem algumas diferenças face às outras. As associações tradicionais têm um pensamento igual e não permitem muitas vozes diferentes. Na nossa associação não actuamos desta forma, o que é algo muito valioso, porque há uma variedade de opiniões e sejam quais forem as ideias dos membros podem ser expressas através da Novo Macau. Mas é possível criar união entre essas vozes diferentes? Vou tentar o meu melhor. A Novo Macau oferece-me uma boa plataforma para aprender como coordenar e integrar as diferentes opiniões. Está de forma interina no cargo, acredita que pode ser reeleita no Verão do próximo ano? Não pensei nisso. Vou concentrar-me em dar o meu melhor e trabalhar bem nos próximos meses. Daqui a um ano pode haver muitas mudanças e até pode dar-se o caso de acharmos que há outras pessoas em melhor posição de serem presidentes. Nessa altura vamos analisar a situação e tomar uma decisão. Quais vão ser as suas prioridades? Vou focar-me nas prioridades da Novo Macau, que nesta fase passam por alargar a base de apoio da associação, atrair mais pessoas para se inscreverem como sócios e acompanhar os trabalhos do deputado eleito [Sulu Sou]. Porque sentem que precisam de mais sócios? Actualmente são poucos os membros que falam e aparecem em público. O Jason Chao, o Scott Chiang e o Sulu Sou são as pessoas que no passado recente deram a cara na maior parte das vezes. Contudo, o Sulu Sou passou a ser deputado, o Jason Chao deixou a associação para estudar no estrangeiro e o Scott Chiang decidiu abandonar o cargo de presidente. Se o número de membros for demasiado pequeno não haverá pessoas suficientes para, por exemplo, substituir os que saem. É por essa razão que queremos aumentar o número dos sócios. Pretendem evitar uma dependência dos membros mais influentes? Não queremos que haja só um Jason Chao, um Sulu Sou ou um Scott Chiang. Queremos mais pessoas a prestar atenção aos assuntos que afectam a sociedade, para que depois possam desempenhar diferentes tarefas, mesmo que seja nos bastidores. Este vai ser um dos meus focos. Vai pedir conselhos aos antigos presidentes da associação? Claro que sim. Vou fazer várias perguntas ao Jason, ao Scott e ao Sulu. Tenho pouca experiência e os trabalhos da associação são muitos, por isso vou precisar de conselhos. Estou numa posição semelhante à do Sulu Sou [estreante na Assembleia Legislativa], que requere que façamos as nossas tarefas com muita atenção. Quais são as dificuldades que espera encontrar e como vai resolvê-las? Tenho pouca experiência em tratar dos assuntos da associação por não saber bem a história da Novo Macau nem como tratar estas questões. Também a carga de trabalho vai ser elevada e é necessário estar muito por dentro das políticas locais. Porém, estou contente por ter o Sulu Sou e o Scott Chiang a darem-me apoio na área da política. Que tarefas desempenhava na Novo Macau antes de ser presidente? Foram quase sempre tarefas de bastidores. Antes de ser escolhida para presidente realizava mais trabalhos para atrair outras pessoas a participarem nos eventos da Novo Macau, principalmente atrair os jovens. Como é feita a captação de membros? Quando vamos a palestras ou seminários e encontrarmos pessoas com ideias semelhantes às nossas, ou que queiram contribuir para esta área, normalmente vamos abordá-las e convidá-las para as actividades da Novo Macau. É uma tarefa complicada? A maioria dessas pessoas acaba por se tornar apoiante da associação. Foram muito importantes durante as eleições porque nos ajudaram nos postos de campanha e fizeram o trabalho de ligação com a comunidade. É um trabalho muito importante porque temos membros responsáveis pelas pastas dos assuntos sociais, políticos e mesmo das eleições, mas membros que, como eu, fazem a ligação com as pessoas não temos assim tantos. Quais as razões que a levaram a entrar para a associação? Em 2013 comecei a auxiliar como voluntária a Novo Macau, naquela altura ainda não era membro. Não me lembro bem quando passei a ser oficialmente sócia. No início foi Au Kam San que me pediu para ser apresentadora do fórum da Novo Macau, depois fiquei a conhecer os membros e a discutir os assuntos. Com a passagem do tempo, comecei a considerar que era importante ser membro da Associação. No passado revelou que era professora de chinês, ainda mantém essa profissão? De facto, em Julho tive de escolher se queria renovar o contrato que tinha como professora. Acabei por não renovar porque se tivesse aceitado tinha estado muito ocupada entre os finais de Agosto e o início de Setembro, altura em que decorreram as eleições. Tomei a decisão de fazer uma pausa durante um ano para ajudar nas eleições. Por isso, nos próximos meses vou deixar de ser professora para ter como prioridade a Novo Macau. Alguma vez se sentiu prejudicada na sua vida profissional por ser membro da Associação? Pensei que isso poderia acontecer na altura das eleições, quando fiz uma pausa no trabalho de professora. Contudo, na vida não se pode pensar sempre muito, porque era possível que me arrependesse no futuro, se não me tivesse envolvido desta maneira nas eleições e aceitado o cargo de presidente. Admito que não pensei muito sobre a decisão, e que pode dar-se o caso de, quando começar o próximo ano lectivo, eu querer seguir por outro caminho. Quais são os maiores desafios dos activistas pró-democratas em Macau? Os pró-democratas têm poucos poderes, o que é diferente do que acontece em Hong Kong, apesar de haver um recuo no desenvolvimento da sociedade civil. O desenvolvimento da sociedade civil em Macau está desactualizado e sofre pressões, principalmente do Governo. Por exemplo, está a decorrer a consulta pública para a criação dos órgãos municipais e o Governo indica logo que os membros desses órgãos vão ser nomeados. Será que era necessário o Governo limitar tanto a sociedade e encurtar o espaço para o desenvolvimento? Porque acha que isso acontece? Parece que o Governo tem medo que os pró-democratas sejam eleitos e obtenham mais recursos. De facto, o Governo não precisa de estar tão preocupado, porque mesmo que haja eleições, nós não conseguimos eleger muitos candidatos, devido ao poder das associações de conterrâneos e das mais tradicionais. Perfil Kam Sut Leng tem cerca de 30 anos e nasceu em Macau, na década de 80. Licenciou-se em Educação, na Faculdade de Educação da Universidade de Macau e é professora de chinês de profissão, apesar de estar a atravessar um ano sabático. Kam é membro da Associação Novo Macau, com a qual começou a cooperar como voluntária, em 2013, passando mais tarde à condição de sócio. Desde sexta-feira que assumiu o cargo de presidente da Novo Macau, sucedendo a Scott Chiang. “Novas ideias e nova mentalidade” Scott Chiang, antecessor de Kam Sut Leng, acredita que a nova presidente vai ter uma tarefa difícil, mas que vai trazer novas ideias e uma nova mentalidade para a Novo Macau. “É a primeira presidente da Novo Macau e acredito vai trazer novas ideias e uma nova mentalidade para a associação”, disse Scott Chiang, ao HM. “Não acho que o trabalho vá ser mais fácil ou difícil por haver um deputado eleito ligado à associação. Vai ser o mesmo, ou seja, um trabalho sempre muito difícil”, acrescentou. Apesar de Kam Sut Leng fazer parte da associação desde 2014, foi uma pessoa mais focada no trabalho de bastidores. No entanto, Chiang desvalorizou a falta de experiência: “A experiência não tem de ser um critério importante na escolha para atribuir esta missão às pessoas. Se fosse, muitas pessoas não teriam hipóteses de provar o seu verdadeiro valor”, defendeu. O ex-presidente mostrou-se igualmente disponível para aconselhar a nova presidente na função, sempre que necessário, frisando que continua a ser um membro da Novo Macau. Visibilidade feminina O deputado ligado à Novo Macau, Sulu Sou, considera que a escolha de Kam Sut Leng para presidente tem especial importância porque representa a maior adesão, dos últimos anos, das pessoas do sexo feminino à associação. “É uma escolha importante porque há cada vez mais mulheres a juntarem-se à Novo Macau. Sempre contribuíram muito ao nível das tarefas de bastidores. Mas agora vai haver uma mulher num papel mais visível. Isso também é importante para a associação”, disse Sulu Sou, ao HM. O jovem deputado apontou a forte ligação de Kam com a comunidade: “Ela pode organizar melhor a associação e fazer uma maior ligação entre os membros efectivos e os voluntários. Pode contribuir também muito para o desenvolvimento da associação ao nível de membros, até porque um dos seus principais pontos fortes é esta ligação com a comunidade”, frisou. Sulu Sou disse ainda que espera que Kam aposte na estabilização da Novo Macau, até como forma de preparar as eleições que deverão decorrer no próximo Verão. Jovem de 20 anos assume vice-presidência Além de Kam, Wong Kin Long foi nomeado, na sexta-feira, vice-presidente da Novo Macau. O jovem de 20 anos foi o candidato número quatro da lista liderada por Sulu Sou, sendo que na altura da campanha foi acusado, nas redes sociais, de ter defendido a independência de Hong Kong. Estas foram acusações que o estudante universitário sempre negou.
João Santos Filipe DesportoFutsal | Macau procura apuramento para a Campeonato AFC [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção do território sentiu ontem muitas dificuldades diante do Japão, ao perder por 11-0, mas ainda está a disputar um lugar no play-off de acesso ao Campeonato da Confederação Asiática de Futebol, que se realiza no próximo ano, em Taiwan. A selecção de Macau está em Banguecoque a disputar o acesso ao Campeonato de Futsal da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e recorre hoje à última esperança para se apurar para a competição. Depois de ter perdido com Taiwan, por 6-0, no sábado, e com o Japão, por 11-0, ontem, os locais têm pela frente a selecção da Mongólia. O vencedor deste encontro tem mais uma oportunidade para estar no próximo ano em Taiwan, ao segurar a vaga no play-off. No entanto, a tarefa de Macau está longe de ser fácil. Ontem, os comandados por Ku Chan Chong foram “esmagados” pelo Japão, por 11-0. Antes já tinha perdido por 6-0, estando numa sequência de dois jogos sem golos. Ontem, a selecção de Macau começou a sofrer logo de início e aos três minutos já perdia por 2-0. Até ao intervalo a selecção conseguiu limitar os danos e sofrer apenas mais um tento. Contudo a segunda parte foi desastrosa e a formação do território sofreu oito golos, sem conseguir marcar. No final, o encontro acabou com uma derrota pesada por 11-0. Por sua vez, a Mongólia, com que Macau vai disputar o acesso ao play-off, entrou a perder no apuramento por 5-1 frente, ao Japão, e diante de Taiwan foi goleada por 6-2. Sábado menos drástico No encontro de sábado, diante de Taiwan, Macau ainda aguentou 16 minutos, graças a um trabalho defensivo muito eficiente. Todavia, uma mão na área do local Leong Chong fez ruir a estratégia montada pelo seleccionador Ku Chan Chong. Na conversão do penálti decisivo, o taiwanês Chi Seng-fa não perdoou e fez o 1-0. Apesar do bom trabalho feito até então, os atletas de Macau desorientarem-se completamente com o golo sofrido e permitiram que nos quatro minutos seguintes o taiwanês Lin Ching-hung bisasse, aos 18 e 20 minutos. No segundo tempo, Macau continuou a ser incapaz de reagir ou mesmo ameaçar de forma significativa a baliza do adversário. Como consequência da incapacidade, acabou por sofrer mais três golos. Primeiro, Chan Tsz Yeung, ao 24, fez um auto golo. Depois foi novamente Li Chih-hung que apontou mais dois golos, aos 32 e 40, terminando o encontro com um póquer, ou seja quatro tentos. “Estivemos muito bem no nosso jogo defensivo durante os primeiros 15 minutos, mas depois do penálti os jogadores perderam a concertação. Acabámos por sofrer demasiados golos antes da segunda parte”, disse Ku Chan Chong, técnico de Macau, no final da partida. “Tínhamos a esperança de marcar alguns golos, mas no final o resultado não nos foi favorável”, acrescentou. Nesta altura, o grupo B de apuramento é liderado pelo Japão e Taiwan, com 6 pontos, Mongólia e Macau ocupam com os últimos lugares, com 0 pontos. No entanto, os mongóis têm vantagem em caso de empate, porque têm menos golos sofridos e mais marcados. Hoje, em caso de vitória, Macau apura-se para o play-off, visto que Taiwan organiza a competição e está automaticamente apurado. China e Coreia do Sul são os possíveis adversário do play-off, que se realiza na quarta-feira, também em Banguecoque.
João Santos Filipe DesportoLam Pak abandonou encontro com queixas da arbitragem [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação de Futebol de Macau vai reunir-se para analisar o caso do Lam Pak, que na sexta-feira, 27 de Outubro, abandonou a partida diante do Cheng Fung, quando perdia por 4-0. O encontro foi interrompido quando faltavam cerca de nove minutos para o fim, depois do Cheng Fung ter abandonado o relvado por alegadamente se sentir prejudicado pelo trabalho da equipa de arbitragem, liderada por Ho Ka Seng. O caso vai agora ser analisado pela associação, numa reunião que vai decorrer entre hoje e segunda-feira, dependendo da disponibilidade dos membros que constituem a comissão do organismo que tutela o futebol em Macau. “A associação vai reunir-se para tomar uma decisão sobre o caso. A reunião deverá acontecer amanhã [hoje] ou na segunda-feira. Será num desses dias, dependendo da disponibilidade dos membros que vão tomar a decisão”, disse Daniel Sousa, vice-presidente da AFM, ao HM. Das atenuantes Sobre o encontro, o responsável sublinhou ser fundamental ouvir os responsáveis do Lam Pak, antes de ser tomada qualquer decisão. Contudo, admitiu que o facto de se tratar de um torneio substituto poderá servir de atenuante para um eventual castigo. Actualmente, o Lam Pak apenas disputa o campeonato de Bolinha, não participando na competição de futebol de onze. “Primeiro vamos analisar os relatórios feitos pelos árbitros sobre o caso. Iremos também pedir a presença de um responsável do Lam Pak na reunião. Queremos que nos relatem o que aconteceu e a razão de terem tomado aquela decisão. Com base em todas essas informações vai ser tomada uma decisão”, explicou Daniel Sousa. “Mas vamos ter em conta que esta vez o torneio é uma competição de substituição da Bolinha. Esse facto vai ser tido em conta”, sublinhou. Como medida mais imediata, o jogo entre Lam Pak e os Sub-23, que estava agendado para hoje às 20h30, no Canídromo, foi adiado. Já as outras partidas que também estão agendadas para hoje e que colocam o Kei Lun diante do Cheng Fung e os Monte Carlo perante a Polícia B vão decorrer dentro da normalidade, às 18h30 e 19h30, respectivamente. Ainda em relação à vertente desportiva do torneio, na quarta-feira a Polícia B venceu por 3-1 o Kei Lun e o Monte Carlo impôs-se aos Sub-23 por 1-0.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação | Receitas do jogo vão fazer disparar preços No mês passado as receitas dos casinos bateram todas as expectativas do mercado e cresceram a um ritmo de 22,1 por cento. Com o sector do jogo a entrar num novo período de euforia, os especialistas ouvidos pelo HM acreditam que os preços das casas e do arrendamento vão voltar a subir As receitas de jogo cresceram 22,1 por cento no mês passado face ao período homólogo e renderam aos casinos 26,6 mil milhões de patacas, o valor mais alto desde Outubro de 2014. Contudo, para a população que quer comprar ou arrendar casa, as notícias estão longe de ser as mais animadoras. Esta é pelo menos a perspectiva partilhada pelo presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial, Paul Tse, e pelo economista Albano Martins, que apontam para uma subida dos preços. Em causa está o facto da indústria do jogo ter uma relação muito forte com o mercado do imobiliário, e por arrasto com os preços do arrendamento. Seguindo esta lógica, as previsões apontam para que o mercado volte a aquecer, após a crise motivada pela quebra do jogo, que se começou a sentir em 2014. “O jogo é o pai de toda esta grande família ligada ao sector turístico. Quando cresce, as oportunidades de negócio crescem e tudo à volta tende a crescer. O imobiliário tem uma correlação positiva muito forte com o jogo. Quando o jogo sobe os preços no imobiliário também sobem. Se o jogo tem problemas, o imobiliário também reflecte essa realidade”, disse Albano Martins, ao HM. “Com os valores das receitas do jogo a dispararem, a atenção para o mercado imobiliário vai voltar a aumentar, o que aliás até já se está a sentir. Assim, os valores das rendas vão acompanhar a tendência. As pessoas vão ter de se preparar para os aumentos das rendas e das casas porque o jogo vai puxar tudo para cima”, acrescentou. Em relação ao arrendamento, Albano Martins deixa uma certeza: “As pessoas que tiverem os contratos a terminar em fases de crescimento do jogo, vão sentir as rendas a disparar”, sublinhou. Optimismo e ponte Além dos números do jogo, que Paul Tse considerou acima das expectativas do mercado, o presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial sublinha que o imobiliário é ainda atractivo pela forma como os rendimentos dos locais se mantiveram estáveis, mesmo durante o período de abrandamento da economia. “O mais importante é que os rendimentos ficaram estáveis durante um largo período de anos. Isto mostra que há estabilidade em Macau e existe um potencial de crescimento, que é sempre um facto de atracção do mercado” afirmou Paul Tse, ao HM. Esta é uma tendência que o presidente da associação ligada ao imobiliário acredita que se irá manter pelo menos durante cinco anos: “O mercado do imobiliário vai acelerar e vai haver mais transacções, até porque os números do jogo ficaram acima das expectativas, e as pessoas acreditam que a economia de Macau vai crescer”, previu. “Também vai abrir a ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau. Com isto, Macau passará a ter um aeroporto de grande nível a 30 minutos de distância. Há igualmente planos para um grande parque de estacionamento e um centro de logística na ilha artificial. São tudo factores positivos para o imobiliário. Nos próximos cinco anos, os preços no mercado imobiliário só podem subir”, acrescentou. Controlo da especulação Na altura de abordar o problema que poderá sentido pelos cidadãos, as pessoas contactadas pelo HM apresentam diferentes soluções. Albano Martins acredita que nas condições actuais é necessário controlar mais a acção especulativa, que fazem os preços crescer de forma irrazoável. “As soluções para o Governo travar o aumento dos preços do imobiliário passam por aumentar o período em que há uma penalização nas transacções após a aquisição do imóvel. Em vez de a penalização ser para vendas que aconteçam em menos de dois anos após a compra, deveria passar para cinco anos. Se alguém quisesse vender o imóvel seria muito mais penalizado do que acontece agora”, sustentou. O economista defende igualmente que em Macau, dada a falta de terrenos, que não faz sentido permitir que as pessoas “enriqueçam de um dia para o outro”, à conta de “um bem essencial”. “Num país onde existe muito espaço, aceita-se que haja especulação no imobiliário. Mas num território que não tem espaço para se viver, deixar que as pessoas façam esse tipo de actividade é, no mínimo, incompreensível para não dizer que é desumano. Não devia ser permitido”, completou. Problema da oferta Para o presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial o principal problema reside no facto de nos últimos anos, e principalmente desde 2002, não terem sido disponibilizados terrenos na proporção adequada para a construção do sector privado. “O problema de Macau é que há falta de oferta de novas casas no sector privado para comprar. O Governo tem a chave para resolver esse problema e devia disponibilizar mais terrenos para a construção. Com as medidas para controlar a procura só vão dificultar o processo de compra ou de arrendamento das pessoas com menos recursos”, afirmou Paul Tse. O também empresário defende que o Governo devia facilitar os processos de alteração da finalidade dos vários terrenos atribuídos em Coloane, que foram concessiondos com propósitos industriais. “Existem terras em Coloane, e estou a excluir os espaços verdes, onde pode haver construção. São terrenos que foram atribuídos com fins industriais e que podem ser transformados em habitações. O Governo disse, há mais de dez anos, que queria que esses terrenos fossem aproveitados para habitações privadas, só que os terrenos atravessam questões jurídicas complicadas [ndr. devido à nova Lei de Terras] e as terras permanencem por ocupar”, explicou. Porém, Paul Tse admite que só a construção privada em Coloane não é “suficiente” para resolver a questão, mas que atenuaria os efeitos do problema. Economia a sofrer Outro dos efeitos esperados com a subida prevista para os próximos anos prende-se com a economia de Macau, que segundo Albano Martins, com a bolha do imobiliário vai perder competitividade. “O imobiliário é o bem essencial para qualquer actividade económica, incluindo a privada. Se a base está sempre a ficar mais cara, os preços tornam-se incomportáveis e vai haver uma perda brutal da competitividade, que se vai acentuar quando as economias ao lado começarem a crescer”, clarificou. “Nessa altura, Macau arrica-se a só ter casinos. Tudo o resto vai morrer. Quando há uma bolha no mercado imobiliário há uma distorção brutal dos preços, que faz com que as economias sejam ineficientes. O Governo tem de pensar que ao contrário do que muita gente diz – porque mete mais dinheiro ao bolso – isto destrói a economia saudável”, acrescentou. Fracções públicas não oferecem solução Apesar do Governo, no estudo sobre as necessidades da habitação pública, apontar que o problema vai estar resolvido até 2023 ou 2024, Albano Martins não acredita que esta seja uma solução para a maioria do problema dos residentes. “A habitação pública não é a resposta para as necessidades da classe média. Há classes mais desfavorecidas que não têm outra solução que não seja as casas oferecidas pelo Governo. Mas essa não é uma solução para a classe média”, disse Albano Martins. “A solução mais plausível é criar as condições no mercado para que cada residente possa ter acesso a habitação a preços considerados aceitáveis. Não se pode admitir que um indivíduo de classe média tenha que passar toda a vida a entregar a maior parte do ordenado para pagar uma habitação”, acrescentou. Em termos do arrendamento, Albano Martins explicou que a nova regra que faz com que os contratos tenham uma duração mínima de três anos pode beneficiar os arrendatários e limitar a subida dos preços. “Se não forem assinados contratos que definem um aumento anual do valor da renda, como acontece muito com os escritórios, e se não houver violações da lei, acredito que haverá alguma contenção no mercado principalmente para os contratos antigos”, frisou. A estabilizar em 2025 O final da abertura da segunda vaga de casinos no Cotai e a maior integração de Macau na zona da Grande Baía são factores que vão levar à estabilização do mercado da habitação. Esta é a crença de Albano Martins, que admite a possibilidade de cada vez mais as pessoas viverem foram de Macau. “Mais dia menos dia, toda esta zona vai ficar muito próxima. Aliás já há muita gente que vem de Hong Kong e Zhuhai para Macau todos os dias. Com essa inclusão e o final da abertura dos casinos o mercado vai estabilizar”, opinou o economista. “Depois da última vaga de não-residentes virem para os casinos do território as coisas vão estabilizar. Deve ser algo que vai acontecer por volta de 2025. Também a partir dessa altura, com a indústria do jogo desenvolvida, não acredito que haja outros períodos de crescimento tão fortes”, frisou.
João Santos Filipe DesportoFutebol de Sete | Desperdício leonino coloca meias-finais em risco [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Sporting de Macau mostrou-se muito perdulário diante do Ka I e com uma derrota por 2-1 fica a precisar de ganhar ao Benfica para sonhar com as meias do Torneio de Futebol de Sete. O Ka I derrotou o Sporting por 2-1 e está a um “pequeno” passo de garantir a presença nas meias-finais do Torneio de Futebol de Sete. Na quarta-feira, no Canídromo, os comandados por Josecler não facilitaram, principalmente na altura de concretizar, e levaram de vencida os leões, numa partida equilibrada e bem disputada. Para o Sporting o encontro era o primeiro de dois match-points para garantir o apuramento. Com a derrota, os jogadores treinados por Nuno Capela precisam de ganhar ao Benfica, em jogo que ainda não tem data definida. Já o Ka I conseguiu o triunfo que lhe permite estar novamente em posição de apuramento para as “meias”. Na quarta-feira à noite, Samoel Ramosoeu foi o atleta em maior destaque, mas nem sempre pelos melhores motivos. O jogador apontou dois golos, mas foi também o responsável pela perda de bola que permitiu a Cissé marcar para o Sporting. Apesar dos leões terem entrado melhor na partida, foi Ramosoeu que inaugurou o marcador, aos 16 minutos, colocando na altura o Ka I a vencer por 1-0. Já no segundo tempo, Cissé respondeu, aos 24 minutos, mas Ramosoeu emendou o erro, e aos 27 minutos fez o golo da vitória. “O Sporting teve duas oportunidades muito claras de golo, creio que através de Fabrício. Mas por felicidade não sofremos golo, e depois conseguimos fazer o 1-0. O Samoel ainda teve depois uma jogada em que perdeu a bola que permitiu o empate, mas redimiu-se com o golo da vitória”, disse Josecler, ao HM. “Foi um bom jogo e acredito que a vitória foi merecida. Era um jogo que precisávamos de ganhar para nos apurarmos e conseguimos. Pode haver outras leituras, mas acho que controlámos bem o jogo e agora que temos de ganhar à Polícia”, acrescentou. Também o técnico do Sporting, Nuno Capela, reclamou o domínio do encontro, considerando que a equipa teve o melhor desempenho do torneio. A equipa trabalhou bem e está de parabéns. Soube perceber o jogo, soube dominar, mas faltou marcar mais. Fomos infelizes, porque depois em situações em que devíamos ter sido mais agressivos a lutar pela bola sofremos dois golos”, explicou Nuno Capela, ao HM. “Temos mais uma oportunidade diante do Benfica e acredito que depois desta exibição contra o Ka I, que a equipa sente que é capaz de jogar de igual para igual com qualquer equipa”, acrescentou. Nos restantes encontros de quarta-feira referentes ao Grupo B, o Benfica superiorizou-se à Polícia A, com golos, ainda na primeira parte, de Carlos Leonel, aos 10 minutos, e Nikki Torrão, aos 16. Cheng Fung e Kei Lun apurados Antes dos jogos de hoje, Ka I, Sporting e Benfica estão na frente com seis pontos, seguidos por Polícia e Chiba, com um ponto, cada. Hoje, entram em acção no Canídromo, a partir das 18h30, Polícia A e Ka I, e às 19h30, Benfica e Chiba. Caso Ka I e Benfica ganhem os respectivos encontros, o jogo em atraso entre águias e leões torna-se decisivo para escolher a equipa que se junta ao Ka I nas meias–finais. No Grupo A, Cheng Fung e Kei Lun já garantiram o apuramento, depois de na quarta-feira, o Cheng Fung ter batido a Polícia B por 1-0, com um golo de Chao Long Hong, e selou o apuramento das duas formações. No outro encontro, Monte Carlo e Lam Pak empataram a uma bola. Nesta altura, o Cheng Fung lidera o grupo com nove pontos, seguido de Kei Lun com seis pontos. Polícia B e Lam Pak estão nas posições seguintes, com dois pontos, sendo que os últimos lugares do grupo são ocupados por Sub-23 e Monte Carlo, com um ponto. Hoje o Kei Lun defronta os Sub-23, e o Lam Pak tem pela frente o Cheng Fung.
João Santos Filipe SociedadeAtracções inglesas vão inspirar renovação de Sands Cotai Central [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] concessionária Sands China vai transformar o Sands Cotai Central num hotel inspirado em Londres, que vai ter como nome Londoner, ou seja Londrino, em português. A revelação foi feita na madrugada de ontem, com a apresentação dos resultados das empresa durante o terceiro trimestre. A empresa desvendou um plano para investir 1,1 mil milhões de dólares norte-americanos na renovação de alguns dos espaços que controla em Macau, nos próximos três anos. Desse valor, cerca de 700 milhões vão ser utilizados na criação do Londoner. A concessionária aposta em desenvolver mais um hotel inspirado em cidades europeias, depois de já ter construído o Venetian e o Parisian, à imagem de Veneza e Paris. “Com três hotéis icónicos inspirados em destinos turísticos europeus vamos reforçar o nosso serviços aos clientes e a capacidade de promoção ao nível de marketing. Acreditamos que desta forma nos vamos posicionar para crescer mais depressa do que o mercado em Macau”, afirmou Sheldon Adelson, presidente da empresa. Entre o investimento de 1,1 milhões consta igualmente um plano para expandir o Hotel Four Seasons com a criação de mais 295 quartos de hotel, numa torre separada. Esta operação terá um custo aproximado de 250 milhões de dólares. Segundo as informações avançadas na apresentação dos resultados por Sheldon Adelson, as obras vão começar no segundo trimestre do próximo ano e vão durar entre um ano e meio e dois anos para serem finalizadas. Lucros a subir Em relação aos lucros no terceiro trimestre do ano, a Sands China, empresa detém a licença de jogo para Macau, viu os lucros crescerem 24,4 por cento para os 403 milhões de dólares-norte americanos. Um valor que tinha sido de 324 milhões no mesmo período do ano passado. No comunicado de ontem à Bolsa de Hong Kong, Sheldon Adelson definiu o trimestre entre Julho e Setembro deste ano como o melhor desde 2014. O magnata do jogo de 84 anos explicou igualmente que face ao ano passado número de visitantes aos hotéis e casinos da operadora cresceu 26 por cento.