Tribunal considera que Wynn Macau transmitiu dados de forma ilegal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] juízes do Tribunal Judicial de Bases deram como provado que a operadora Wynn Macau transmitiu os dados pessoais de Rogelio Yusi Bangsil Jr sem autorização do visado e num acto que violou a Lei de Protecção de Dados Pessoais. Em causa está o diferendo em que o ex-regulador filipino exige uma compensação de 10 milhões de patacas à operadora devido a danos causados pela transmissão dos dados para a elaboração de um relatório sobre práticas suspeitas.

A decisão não implica que Rogelio Bangsil Jr vai ter de ser compensado, apenas se relaciona com a matéria de facto provado. Agora, os deputados vão ter um prazo de 20 dias para se pronunciarem sobre os factos e só depois haverá uma decisão final.

“O tribunal deu como provado que a Wynn Macau transferiu os dados pessoais do senhor Bangsil contra a vontade dele, sem que tivesse havido uma autorização e em violação da Lei de Protecção de Dados Pessoais. A Wynn Macau foi inclusivamente punida pelo Gabinete de Protecção de Dados Pessoais por essa mesma infracção”, afirmou José Leitão, advogado do Rogelio Bangsil Jr, ao HM. “Não é a decisão final, mas é uma decisão que, pelo menos neste aspecto, confirma o que sempre foi a nossa posição”, acrescentou.

Defesa “não está insatisfeita”

Por sua vez, Rui Simões, advogado que representa a operadora, escusou-se a fazer comentários, mas recusou estar insatisfeito com a decisão: “Não comento, por questões deontológicas, processos que se encontram a decorrer”, afirmou, ao HM. “Mas não estou insatisfeito com a decisão”, reconheceu.

Os juízes confirmaram a versão do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais, que logo em Março de 2012 tinha multado a operadora Wynn Macau em 20 mil patacas, por duas violações à Lei de Protecção de Dados Pessoais.

No processo que agora decorre nos tribunais, Rogelio Yusi Bangsil Jr exige uma indemnização de 10 milhões de patacas à concessionária Wynn por danos materiais e não-materiais. Em causa está um relatório publicado em 2012 nos Estados Unidos, em que consta que um dos accionistas da Wynn na altura, Kazuo Okada, teria feito ofertas suspeitas a reguladores filipinos. Entre os nomeados está Bangsil, assim como a esposa e a filha. O queixoso diz que o documento forçou a sua saída da Pagcor, regulador do jogo das Filipinas.

15 Mar 2018

Éric Sautedé acredita que limitações do governo vão manter jovens ligados à política

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] académico Éric Sautedé não acredita que os mais novos virem às costas à política, mesmo que sintam que os candidatos em que votam para a Assembleia Legislativa não são tolerados pelo sistema de Macau.

As afirmações foram feitas ao HM, ainda antes de ser conhecida a segunda investigação contra Sulu Sou, deputado que está suspenso devido a uma acusação da prática do crime de desobediência qualificada. Caso seja considerado culpado e punido com uma pena de 30 dias de prisão, o deputado pode mesmo ser expulso da AL pelos outros legisladores.

“Não, acredito que aconteceria o contrário. O meu entendimento é que a geração mais nova de Macau está a ficar cada vez mais exigente, o que está relacionado com a subida do nível da riqueza e da educação, em contraste com as muitas limitações, para não dizer falhas, do Governo e dos seus ‘amigos’ na Assembleia Legislativa”, afirmou Éric Sautedé. “Existe uma descrença muito clara em relação às capacidades do Governo”, acrescentou.

Acto nojento

Contudo, e mesmo que o deputado suspenso seja expulso, Éric Sautedé não acredita que haja grandes alterações nos resultados de eventuais eleições intercalares: “Mesmo em relação a Sulu Sou, se ele for expulso da Assembleia Legislativa, o que seria um acto muito nojento e poderia resultar numa reacção muito adversa do eleitorado mais jovem, não acredito que houvesse uma grande mudança no sentido dos votos”, considerou.

“Macau é uma espécie de círculo eleitoral muito grande em que as forças Pró-Pequim já têm uma maioria muito confortável. Em 2017 os Democratas tiveram 32 por cento dos votos, incluindo as três listas próximas da Novo Macau, mais Agnes Lam e José Pereira Coutinho. Por isso, para que pudesse haver um resultado diferente, com uma vitória democrata, o campo pró-Pequim teria de estar altamente divido com dois ou três deputados”, justificou.

Ao mesmo tempo, o também analista político defendeu que as eleições locais são ainda definidas pelo conluio de interesses: “A política em Macau continua a ser muito mais definida pela relação entre patronos e clientes do que pela racionalidade…”, apontou.

15 Mar 2018

Futebol | Benfica de Macau foi à Coreia do Norte vencer por 3-2

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s águias foram à Coreia do Norte carimbar a segunda vitória a contar para o Grupo I da Taça AFC. No império de Kim Jong-un, Carlos Leonel foi o ditador com dois golos e tem quatro tentos em duas jornadas.

O Benfica de Macau venceu ontem o Hwaepul por 3-2, em Pyonyang, na Coreia do Norte, somando a segunda vitória na Taça da Confederação Asiática de Futebol (AFC). Perante uma assistência de 22 mil pessoas, no Estádio Kim Il Sung, o avançado Carlos Leonel voltou a estar em destaque com mais dois golos.

As águias entraram da melhor maneira no encontro e, logo aos 7 minutos, Carlos Leonel aproveitou a ocasião de golo para começar a fazer história e colocou os encarnados na frente.

No entanto, poucos minutos depois, aos 13, o árbitro assinalou uma falta na área do Benfica de Macau, que originou uma grande penalidade. O capitão do Hwaepul, Jong Chol-Hyok, foi chamado para cobrar o castigo máximo e não deu hipóteses ao guarda-redes Batista. Este foi também o primeiro golo na competição da formação da Coreia do Norte, que na jornada inaugural do grupo tinha sido derrotada pelos conterrâneos do 25 de Abril por 1-0.

A primeira parte daquela que foi a estreia de uma equipa de Macau como visitante na fase de grupos da Taça AFC foi disputada com uma grande intensidade. Foi por essa razão que não houve grandes surpresas, quando antes do intervalo o Benfica teve tempo para se colocar novamente em vantagem.

O 2-1 para as águias foi apontado por David Tetteh, internacional do Quirguistão, que permitiu aos encarnados chegarem ao intervalo na frente do marcador.

Um golos para cada lado

No segundo tempo, os norte-coreanos entraram determinados em virar o resultado e não precisaram de muito tempo para igualar o encontro. O autor do do 2-2 foi o norte-coreano Pak Chol-Song, aos 49 minutos do jogo.

Apesar do golo sofrido, os jogadores orientados por Bernardo Tavares conseguiram manter a concentração e não se deixaram intimidar pelo empate.

A boa resposta encarnada fica demonstrada pelo facto de terem mesmo conseguido vencer o jogo, apesar dos esforços da formação que tem à frente o técnico Il Mun-Ho.

Foi quando o cronómetro indicava 75 minutos de jogo que o herói da primeira partida voltou a brilhar. Carlos Leonel não desperdiçou a oportunidade criada e apontou o 3-2. O avançado tem agora quatro golos em dois jogos na Taça AFC.

Em vantagem, as águias já não deixaram fugir os três pontos e carimbaram um dos momentos mais altos da História do futebol local.

Para se ter uma ideia da diferente dimensão das formações, a Coreia do Norte ocupa actualmente a 120.ª posição do Ranking Mundial FIFA, enquanto Macau não vai além do 186.º lugar do ranking. Uma diferença de 66 lugares, que ontem não ficou visível.

No outro jogo do grupo I, o 25 de Abril derrotou, em Taiwan, o Hang Yuen FC por 5-1. Os golos da equipa vencedora foram apontados por Om Chol-Song (43’), An Il-Born (45+2’, 58’), Rim Chol-Min (55’) e Ri Hyong-Jin (88’). Para os taiwaneses marcou Liu Yung-Sheng (74’).

15 Mar 2018

Subsídios | Zheng Anting defende isenção para incumpridores

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Zheng Anting quer que o Governo isente e impeça as empresas incumpridoras de serem obrigadas a devolver os subsídios recebidos no âmbito do Plano de Apoio Financeiro à Aquisição de Produtos e Equipamentos para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética.

Segundo o deputado de Jiangmen várias Pequenas e Médias Empresas (PMEs) locais receberam subsídios para comprarem lâmpadas de baixo consumo. No entanto, não houve instruções sobre o que fazer no caso das lâmpadas se fundirem e esta foram atiradas para o lixo. Por isso, quando a Direcção dos Serviços e Protecção Ambiental fez inspecções às empresas não encontrou as lâmpadas instaladas e exigiu a devolução dos subsídios.

Zheng Anting veio agora dizer que a situação é “injusta” e, numa interpelação escrita, defende que as empresas não devem ser obrigadas a devolver os subsídios, caso se comprometam a comprar lâmpadas novas desse género.

O deputado diz também que houve muitas empresas que estão falidas, mas que mesmo assim o Executivo lhes exige a devolução do subsídio. Neste caso, Zheng diz que estas empresas falidas deviam ser perdoadas ou ter, pelo menos, uma redução das dívidas.

Finalmente, Zheng critica o plano por ter definido vidas úteis dos equipamentos demasiado longas, que não se adequam à realidade.

15 Mar 2018

EPM | Agressão acaba com aluno internado no São Januário

Um desentendimento na cantina fez com que um aluno de 13 anos tivesse de ser internado no Hospital Conde São Januário com falhas de memória. A situação foi relatada ao HM pelo pai da vítima, Ricardo Pontes, que apresentou queixa na PSP. A direcção da escola esteve incontactável durante o dia de ontem

[dropcap style’circle’]U[/dropcap]m aluno de 13 anos da Escola Portuguesa de Macau passou a noite no Hospital Conde São Januário, com lesões na cabeça e falhas de memória, após ter sido agredido por um colega de 15 anos. A situação foi relata, ao HM, pelo pai da vítima, Ricardo Pontes, que desconhece o que esteve na origem do desentendimento entre os estudantes. No entanto uma versão ouvido pelo HM aponta para uma situação que terá começado das redes sociais.

“Hoje [Ontem] de manhã, no intervalo entre as 09h30 e as 11h50, na cantina, um colega mais velho e o meu filho trocaram verbalmente insultos. Depois, cobardemente, esse colega deu um soco ao meu filho, que estava de costas, e atingiu-o no maxilar inferior esquerdo”, começou por contar Ricardo Pontes.

“Depois de levar um murro, perder os sentidos e cair no chão, o agressor ainda lhe deu um valente empurrão, o que fez com que batesse com a cabeça ainda com mais violência no chão”, acrescentou.

Após a situação, os dois alunos foram levados para o enfermeiro e, posteriormente à direcção da escola. No entanto acabaram por regressar às aulas. Só da parte da tarde, quando Rodrigo, o agredido, mostrou estar com amnésia, é que o encarregado de educação foi chamado à escola.

“Recebi uma chamada da escola, porque a professora estava preocupada que o meu filho só lhe dizia que não se lembrava de nada. Fui buscar o meu filho e fiquei bastante assustado porque ele perguntava-me de cinco em cinco minutos o que se passava. Respondia-lhe, mas passados dois minutos ele fazia as mesmas perguntas e não se lembrava”, revelou Ricardo Pontes.

Assim que chegou ao Centro Hospitalar Conde São Januário, o aluno de 13 anos foi imediatamente atendido e foi-lhe realizado um exame TAC (tomografia axial computorizada). “Foi-lhe feito muito rapidamente um exame TAC, que revelou a existência de lesões. Presume-se que sejam duas lesões e ele teve de ficar internado. Pelo menos uma noite vai passar internado. Poderá ter de ficar outra noite no hospital, mas isso vai depender da reavaliação”, explicou o encarregado de educação.

“Na parte exterior da face ficou com um grande hematoma e na parte interior no maxilar e no lábio, ficou ainda pior. A parte exterior da face apresenta melhorias significativas porque ele esteve a fazer gelo constantemente desde que deu entrada nas urgências às 13h50”, acrescentou.

Queixa na PSP, escola incontactável

Devido à natureza das lesões, Rodrigo Pontes decidiu apresentar queixa da Polícia de Segurança Pública. “Horas mais tarde, o agressor enviou mensagem ao meu filho a pedir-lhe os meus contactos. Mas recusámos qualquer contacto porque tendo em conta a gravidade das agressões, eu e a minha mulher decidimos que era melhor apresentar queixa na PSP”, revelou.

“Vamos ver quais as consequência das lesões. Só o tempo dirá se haverá lesões permanentes. Não passa pela cabeça de ninguém que jovens desta idade se comportem desta maneira. É importante haver um castigo”, defendeu o pai do agredido.

Ricardo Pontes mostrou-se igualmente muito agastado por considerar que “havia uma relação de amizade” entre o seu filho e o agressor que chegaram a jogar na mesma equipa de futebol, na Escola Portuguesa.

O HM tentou contactar a Escola Portuguesa de Macau que se mostrou incontactável. Por sua vez, a presidente da Associação de Pais da EPM, Valeria Koob, ainda não tinha conhecimento do caso. Mas prometeu que o problema vai ser abordado com a direcção.

Por sua vez, Manuel Gouveia, ex-candidato à Associação de Pais, mostrou-se preocupado com o comportamento dos alunos e aponta o dedo à direcção da EPM: “Não há consequências, não há disciplina nem direcção na Escola Portuguesa de Macau”, apontou. “Um dia destes em vez de amnésia vai acabar um aluno ao cemitério. Depois há umas lágrima de crocodilo e palavras de circunstância”, acrescentou.

15 Mar 2018

Nações Unidas | Wong Kit Cheng defende direitos das mulheres lá fora

A deputada esteve em Nova Iorque para discutir a igualdade de género. No entanto, defende que “os trabalhadores domésticos”, na maioria mulheres de nacionalidade filipina, não devem ter salário mínimo e que as não-residentes devem pagar mais pelos partos

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng, representante da Associação Geral das Mulheres de Macau, está em Nova Iorque e participou na abertura da 62.ª Comissão da Condição da Mulher da Organização das Nações Unidas. Num comunicado emitido pelo gabinete da deputada, Wong Kit Cheng comprometeu-se a defender os direitos das mulher e escreveu: “Ninguém fica para trás, por um planeta 50-50 até 2030”. Contudo, o discurso adoptado pela legisladora lá fora entra em colisão com as ideias defendidas dentro de portas, nomeadamente em relação às trabalhadoras não-residentes.

No estrangeiro, Wong Kit Cheng promete fazer todos os seus esforços para criar uma maior igualdade entre homens e mulheres em Macau: “Espero que este intercâmbio com mulheres de diferentes países consiga aprender com a força das outras mulheres. Quero utilizar estes conhecimentos como uma referência no futuro desenvolvimento da igualdade de género em Macau”, afirmou a deputada.

Em relação à situação do território, Wong diz que “houve uma melhoria significativa nos últimos anos”, mas que não é suficiente para que as pessoas “possam estar satisfeitas”. A representante da Associação Geral das Mulheres de Macau sublinha também que “é necessário estudar de forma mais aprofundada as causas das diferenças em termos económicos e estatuto social dos dois géneros, como por exemplo os salários”.

Wong Kit Cheng declarou ainda que as trocas de experiências com pessoas do estrangeiros vão permitir “trazer para Macau questões relacionadas com as mulheres que marcam a agência internacional”. Por último, a deputada termina o documento encorajando as mulheres a “irem à luta, criar oportunidades e transformar o seus sonhos em realidade”.

Pesadelos em casa

Se por um lado, Wong frisa a necessidade de haver uma maior igualdade de salários entre os dois géneros, por outro, defende que os trabalhadores domésticos não devem ter salários mínimo. A posição foi tomada numa interpelação escrita, com a data de Novembro do ano passado, em que reconhece que a maior parte destas trabalhadoras têm nacionalidade filipina.

“A estabilidade salarial dos trabalhadores domésticos tem implicações importantes para os encargos económicos de muitas famílias. As autoridades devem tomar como referência a prática de Hong Kong e excluir os trabalhadores domésticos do âmbito de aplicação da lei do salários mínimo”, é apontado por Wong Kit Cheng.

Também numa outra interpelação, com a data de Março de 2017, Wong mostrou-se preocupada com a utilização dos serviços de Macau de Ginecologia e Obstetrícia por parte de não-residentes. Nesse documento, a deputada sublinhava que era necessário garantir que os não-residentes “não sobrecarregavam” os serviços “destinados ao residentes de Macau”.

De resto, terá sido esta corrente de opinião que levou mesmo os Serviços de Saúde a proporem medidas para penalizarem a utilização dos serviços pelas não-residentes. Assim, o Governo está a propor uma subida dos preços dos partos no hospital pública para as trabalhadoras não-residentes de 975 para 8 775 patacas.

O HM tentou contactar a deputada sobre as eventuais contradições nos discursos, mas Wong Kit Cheng esteve incontactável.

15 Mar 2018

Governo quer apostar na vertente turística e cultural dos barcos-dragão

Com um orçamento de 12 milhões de patacas, a edição deste ano das regatas de barcos-dragão vai ter uma forte componente cultural e gastronómica, com um desfile e espectáculos para animar os participantes

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] edição deste ano das Regatas Internacionais de Barcos-Dragão vai decorrer entre 16 e 18 de Junho e vai ter um custo de 12 milhões de patacas. Na apresentação do evento, que decorreu ontem na sede do Instituto do Desporto (ID), o presidente Pun Weng Kun traçou como objectivo afirmar o carácter cultural e turístico das regatas.

“O orçamento para o evento vai ser de 12 milhões patacas, o que significa um montante semelhante ao da edição anterior. Vamos controlar todas as despesas com muito rigor”, prometeu, ontem, Pun Weng Kun.

“O nosso objectivo é que o evento não se fique apenas pela vertente desportiva, mas se complemente com uma forte componente turística e cultural”, acrescentou.

No que diz respeito à vertente desportiva, não há limite de inscrições e a organização vai aceitar tantos participantes quanto possível: “Não temos um limite máximo de inscritos. Pretendemos abarcar mais equipas para se tratar de uma grande festa tradicional. Vamos aceitar o número máximo de equipas”, justificou o presidente do ID.

Nesse sentido as inscrições são feitas em três fases, a primeira, que envolve o preenchimento dos formulários, vai decorrer entre amanhã e 6 de Abril, tendo de ser feita junto da Associação de Barcos de Dragão de Macau China, com sede no Centro Náutico da Praia Grade.

Também nesta altura o ID está em negociações com formações do Interior da China e Indonésia, para que participem nas provas de Macau: “Estamos em conversações. Queremos convidá-los e estamos negociações. A presença vai também depende da disponibilidade deles. Mas temos todo o interesse que venham a Macau”, referiu.

 

Desporto e… comida

Ao longo dos três dias de prova, a vertente cultural não vai ser esquecida e vários grupos locais vão ser convidados para se exibirem perante a audiência e os competidores participantes.

“Vamos convidar grupos locais que durante os três dias de prova vão realizar actividades no recinto. Haverá também um desfile não só para os cidadãos mas também para os estrangeiros, que assim podem apreciar a actividade cultural local, além do desporto”, justificou o membro do Governo.

Também o facto de Macau ter sido admitida como Cidade Criativa da Unesco devido à gastronomia vai ser realçado durante o evento.

“Vamos apostar mais na gastronomia pelo facto de Macau também ter sido reconhecida como Cidade Criativa da UNESCO. Vamos investir neste aspecto. Queremos fortalecer a ligação entre desporto, turismo e cultural”, avançou Pun Weng Kun.

O presidente do Instituto do Desporto frisou ainda esperar um aumento não só no número de participantes mas também de pessoas a assistir.

14 Mar 2018

DSAMA | Governo apela a cidadãos que evitem areais das praias

As pessoas devem evitar os areais das praias do território, após terem sido detectadas “substância pretas”. O aviso foi feito, ontem, pela DSAMA. Em relação às manchas negras no Porto Interior, as autoridades defendem que se trata de lama

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção de Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) apela aos cidadãos que não entrem na areia das praias do território, devido à existência do que afirma ser “substâncias pretas” nos areais. O caso foi divulgado por um cidadão que, na segunda-feira, partilhou fotografias dos pés do filho todos negros, após ter brincado no areal da Praia de Hác Sa.

Neste momento as autoridades ainda não sabem do que se trata a substância, mas prometem uma investigação. Na rede social, o pai da criança apontava para que se tratasse de óleo. 

“Hoje ainda houve as substâncias pretas que fluíram até à areia da praia de Há Sa, por isso, a empresa concessionária de limpeza procedeu à limpeza [do local] rapidamente. Os funcionários da DSAMA também viram substâncias pretas na praia de Cheoc Van e limparam-nas imediatamente”, explicaram as autoridades, em resposta às questões do HM.

“A DSAMA afixou avisos nas referidas duas praias, apelando aos cidadãos e turistas que prestem atenção a esta situação e não entrem nas areias das praias. Esta Direcção já notificou a Direcção do Serviços de Protecção Ambiental e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais para que seja efectuada uma inspecção in situ e que sejam recolhidas amostras”, é acrescentado.

Num outro comunicado em chinês, o Executivo recorda que por não se tratar da época balnear que não existem nadadores-salvadores nas praias e que se os cidadãos se depararem com condições anormais, que devem informar a DSAMA por telefone.

Tudo lama

Também ontem a DSAMA explicou a situação das manchas negras que surgiram, na segunda-feira, junto à ponte que liga a zona norte de Macau à aos aterros da Zona A e, mesmo ontem de manhã, na zona do Porto Interior.

De acordo com as autoridades, e ao contrário do que a cor indica, no Porto Interior não há sinais de derrames de petróleo ou combustíveis, tratando-se de lama.

“O trem naval da DSAMA procede diariamente à fiscalização no mar, sendo o mar do Porto Interior a zona com mais frequência de fiscalização. Hoje [ontem] de manhã e à tarde, esta Direcção também enviou o trem naval para fiscalização, não se verificando combustíveis no mar do Porto Interior”, é explicado.

“Relativamente ao vídeo sobre uma parte negra e longa no mar do Porto Interior publicado na rede social, foi a fuga das lamas de uma draga enquanto navegava no mar do Porto Interior esta [ontem] manhã. Até agora, não se verificou poluente no mar do Porto Interior”, é sublinhado.

Em relação ao incidente na segunda-feira, junto à ponte de acesso à Zona A, é defendido que a movimentação da embarcação levantou as areias, causando o surgimento de uma mancha negra. Neste caso, as investigações da DSAMA também chegaram à conclusão que não se trata de uma descarga ilegal de combustível.

14 Mar 2018

Eleições Hong Kong | Cenário de baixa afluência às urnas em Macau afastado

No passado fim-de-semana, em Hong Kong, as eleições intercalares ficaram marcadas por uma redução de 15 por cento no número de votantes. Em Macau, Agnes Lam, José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes não acreditam que uma tendência semelhante se registe, mesmo que Sulu Sou seja expulso do cargo de deputado

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]lém da derrota do campo pró-democrata, as eleições intercalares de Hong Kong para substituir os deputados expulsos do Conselho Legislativo ficaram marcadas por uma quebra na afluência às urnas.

Nas eleições de 2016, a afluência tinha sido de 58 por cento do total de votantes, no entanto, no passado fim-de-semana apenas 43 por cento dos 2,1 milhões de eleitores se disponibilizaram para votar, o que representa uma quebra de 15 por cento. O campo pró-democrata foi o mais afectado com a proporção dos votos a cair de 55 para 47 por cento.

Em Macau, o cenário da realização de eleições intercalares poderá ser uma possibilidade no futuro. O deputado Sulu Sou está suspenso para ser julgado pela alegada prática de um crime de desobediência qualificada, mas só se for declarado culpado e julgado com uma pena superior a 30 dias de prisão é que poderá ser expulso da Assembleia Legislativa. A decisão não é automática e terá de passar, novamente, pelos deputados do órgão legislativo.

Sulu Sou vs. Localistas de HK

Neste contexto, os especialistas ouvidos pelo HM consideram que em Macau não existe o risco de votantes desiludidos com o sistema deixarem de se deslocarem às urnas nas próximas eleições. No centro da argumentação está o facto de considerarem que o caso do pró-democrata Sulu Sou não tem comparação com os localistas da região vizinha.

“As situações de Hong Kong e Macau são muito diferentes. As pessoas mais novas que desistiram do sistema em Hong Kong pertencem aos grupos radicais. São pessoas que viram os legisladores que apoiam expulsos do Conselho Legislativo”, disse a deputada Agnes Lam, ao HM.

“É um problema dos localistas e não do campo pró-democrata de Hong Kong. Os mais novos, que são mais radicais face à China, são as pessoas que desistiram do sistema. Foi esse grupo de pessoas que andou a boicotar as eleições e a pedir a outros que não votassem. Não se trata de um problema do campo pró-democrata”, acrescentou.

Por outro lado, a deputada moderada defende que em Macau os eleitores de Sulu Sou não deixaram de ser representados. Pelo menos enquanto o deputado ainda mantiver o estatuto, mesmo que de forma suspensa.

“O deputado não foi expulso da Assembleia Legislativa. Ele está suspenso para ser julgado e depois vai regressar. Por isso não se pode dizer que os seus eleitores não estejam representados. Ele vai voltar e é uma questão de tempo”, considerou.

“Talvez em Macau haja pessoas que pensem que o sistema não funciona. Mas se formos a ver a proporção da população que tem essa opinião, estamos a falar de um número que nem é representativo”, acrescentou.

Comparações perigosas

Por sua vez, José Sales Marques, antigo presidente do Leal Senado, recusa qualquer tipo de comparação, que define como “perigosas”. O agora presidente dos Instituto de Estudos Europeus vai mais longe e diz que os pró-democratas em Hong Kong estão a pagar o preço da sua irresponsabilidade, uma conduta que o campo pró-democrata local nunca teve, defende.

“É extremamente perigoso e desnecessário fazer comparações entre Macau e Hong Kong. Na minha opinião não se devem fazer estas comparações, porque os democratas acabaram por ser penalizados pela sua atitude irresponsável em Hong Kong, uma atitude que nunca houve em Macau”, afirmou José Sales Marques, ao HM.

“Foi uma atitude completamente irresponsável que não só prejudicou a evolução do sistema político em Hong Kong, como pode ter tido efeitos em eventuais evoluções do sistema político de Macau. Em Hong Kong, os democratas perderam porque se comportaram de forma irresponsável”, acusou.

Sales Marques recusou que alguma vez Sulu Sou tivesse tido algum tipo de comportamento semelhante aos radicais de Hong Kong: “Até ao momento não vejo qualquer paralelo em Macau, inclusive na atitude do Sulu Sou. Não vejo paralelo com o território”, frisou.

Eleitorado conhece as diferenças

Para o antigo deputado e advogado Miguel de Senna Fernandes, os resultados em Hong Kong e a abstenção registada são uma punição para o campo pró-democrata, por ter demonstrado um comportamento “infantil” na altura do juramento. O advogado recusa a ideia que em Hong Kong a abstenção se tenha ficado a dever a uma descrença no sistema, mas antes à intenção de punir os pró-democratas.

Por essa razão, Miguel de Senna Fernandes não acredita que o cenário se repita em Macau e faz questão de frisar que a conduta de Sulu Sou não pode ser comparada ao que acontece em Hong Kong.

“Ele contesta de outra maneira. A Novo Macau mudou de estratégia e joga muito com a mentalidade política local, dentro do sistema. É uma estratégia em que o público se pode rever”, começou por dizer.

“Mas não acredito que sejam situações comparáveis. Ele não fez nada que justificasse ser expulso imediatamente da posição de deputado, ao contrário dos outros catraios em Hong Kong. E o que ele fez, foi antes de ter sido eleito. As pessoas também sabem ver isso”, defendeu.

Por último, Miguel de Senna Fernandes sublinha que mesmo que Sulu Sou seja expulso da Assembleia Legislativa, de acordo com os procedimentos legais, que poderá voltar a candidatar-se ao lugar. Um cenário que não se verificou em muitos dos casos em Hong Kong, devido à diferente natureza dos actos praticados.

Assuntos superiores

Em relação a explicações para a redução do número de votantes em Hong Kong, Agnes Lam recusa que se possa explicar apenas com o desencantamento com o sistema, da parte dos radicais. A deputado justifica que as pessoas estiveram mais interessadas no acompanhamento da Assembleia Popular Nacional e na questão da eliminação do limite de mandatos para o cargo de Presidente da República Popular da China.

“Desta vez em Hong Kong houve um conjunto de factores que contribuiu para que a afluência fosse mais. A sociedade esteve a prestar mais atenção à eliminação do limite de mandatos do Presidente da China. Acho que foi o grande tópico, mesmo entre os órgãos de comunicação social”, disse. “Por outro lado, acho que não houve uma cobertura suficientemente profunda das eleições, mesmo nos órgãos de comunicação social de Hong Kong. Isso também pode ter contribuído para que menos gente tenha saído de casa”, apontou.

 

Resultados das eleições em Hong Kong    

Ilha de Hong Kong     

Au Noh-hin (Pan-Democrata)         50,7% Eleito

Judy Chan (Pró-Pequim)     47,2%

Moderados e outros  2,1%

Taxa de Participação            43,8%

Novos Territórios Este       

Gary Fan (Pan-Democrata)  44,6% Eleito

Bill Tang (Pró-Pequim)        37,1%

Christine Fong (Poder Profissional)           15,7%

Taxa de Participação            44,3%

 

Kowloon Oeste       

Edward Yiu (Pan-Democrata)         48,8%

Vincent Cheng (Pró-Pequim)          49,9% Eleito

Moderados e outros  1,3%

Taxa de Participação            42,1%

 

Circulo de Arquitectura, Topografia, Planeamento e Paisagem      

Tony Tse (Sem filiação)        55,54%          Eleito

Paulus Zimmerman (Independente)         44,46%

Taxa de Participação            70,7%

14 Mar 2018

Automobilismo | André Couto vai competir em campeonato no Japão

O piloto de Macau está de regresso e vai correr ao longo da temporada no campeonato de resistência japonês Super Taikyu Series. André Couto vai tripular um Audi R8 LMS da formação Phoenix Racing Asia e vai ter como colega de equipa Jeffrey Lee

 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois do acidente sofrido em Julho do ano passado, André Couto tem confirmado o regresso oficial à competição e vai defender as cores das equipa Phoenix Racing Asia, no campeonato de resistência japonês Super Taikyu Series. A primeira ronda está agendada para o fim-de-semana entre 31 de Março e 1 de Abril, no circuito do Suzuka, e o piloto de Macau vai ter como colega de equipa o taiwanês Jeffrey Lee, nos comandos do Audi R8 LMS.

“Estou muito feliz por poder regressar à competição no Japão, um país que sempre me recebeu bem, e por ir correr com as cores da Phoenix Racing Asia. É uma equipa que me garante o melhor material existente e excelentes condições de competição. Também temos um Audi dos novos o que é sempre uma boa garantia”, afirmou André Couto, ontem, ao HM.

“Estamos a falar de uma equipa altamente profissional, que é uma filial da Phoenix Racing, que compete na Alemanha com a Audi. Só para se ter uma ideia do profissionalismo, a Phoenix Racing é uma equipa que Edoardo Motara já representou no DTM”, acrescentou.

O campeonato Super Taikyu Series é constituído por seis provas, entre as quais uma corrida com a duração de 24 horas, em Fuji. No entanto, a maioria das restantes ronda do campeonato tem uma duração de cinco horas.

“É uma campeonato que exige muitas horas de condução e que junta pilotos profissionais e pilotos amadores, os gentlemen drivers. No nosso caso, o Jeffrey Lee é o gentleman driver e, por isso, eu devo passar mais horas no carro. Ainda vamos ver como as coisas são definidas”, explicou.

Engenheiro português

A possibilidade de passar longas horas ao volante vai exigir que André Couto apresente uma excelente condição física. Por essa razão, o piloto de 41 anos tem passado várias horas no ginásio.

“Neste momento não sei bem o que esperar do campeonato, porque depois de uma paragem tão longa as coisas são uma incógnita. Mas no que me diz respeito tenho passado muitas horas no ginásio e estou bem fisicamente”, disse.

Na Phoenix Racing Asia André Couto vai reencontrar o engenheiro Ruben Silva, que o acompanhou na Audi Cup. O piloto de Macau espera que o português o ajude a encontrar sua melhor forma.

“Foi uma das razões que me levou a aceitar este convite. Além de ajudar no acerto do carro, o engenheiro no automobilismo também ‘treina’ o piloto. O Ruben Silva vai ser o meu José Mourinho nesta aventura”, considerou.

Em relação ao convite, André Couto revelou que as conversações para a participação no campeonato Super Taikyu Series começaram no ano passado, durante o Grande Prémio de Macau. No entanto a oficialização só chegou nos últimos dias, com o piloto a ter pouco tempo para dar uma resposta: “foi tudo muito rápido”, confessou.

Esta aventura representa o regresso à competição de André Couto. O piloto sofreu um acidente em Julho do ano passado, numa prova em Zhuhai, e foi obrigado a uma paragem de vários meses, devido à fractura de uma vértebra.

13 Mar 2018

Agente que pendurou bandeira ao contrário vai cumprir suspensão

Um agente que içou a bandeira da República Popular da China ao contrário pretendia congelar a suspensão de 80 dias a que foi sujeito, mas o Tribunal de Última Instância negou-lhe a intenção

 

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância (TUI) recusou a providência cautelar de um agente alfandegário que içou a bandeira da República Popular da China ao contrário, a 21 de Abril do ano passado, no Terminal de Coloane. O agente dos Serviços de Alfândega (SA) foi suspendo durante 80 dias e pretendia que o castigo fosse congelado até que os tribunais, num outro caso, decidam sobre a justiça da suspensão.

O acórdão do TUI vem confirmar a primeira decisão tomada sobre esta providência cautelar, que já tinha sido negada, no início de Janeiro, pelo Tribunal de Segunda Instância.

No recurso da primeira decisão, a defesa do agente considerou que o congelamento da suspensão não resulta “numa grave lesão do interesse público”. Porém, o argumento não convenceu os juízes do TUI, que sublinham que as consequências da alegada acção do agente tiveram repercussões fora do foro interno dos serviços.

“De facto, o acto em causa, publicitado na internet, foi fortemente criticado e censurado pela opinião pública, que é o facto notório, e a imagem, a dignidade e o prestígio dos Serviços de Alfândega foram consequentemente postos em questão”, é justificado.

“Tendo ainda em consideração o interesse público concretamente prosseguido por acto disciplinar punitivo, de corrigir e prevenir […] não se nos afigura que,no caso ora em apreciação, a suspensão de eficácia do acto punitivo não determine uma lesão grave do interesse público concretamente prosseguido pelo mesmo acto”, é acrescentado.

 

Razão parcial

O outro argumento apresentado pela defesa apontava o dedo ao TSI por não ter analisado se o impacto da suspensão para o agente seria “desproporcionadamente superior” aos prejuízos para o interesse público.

Neste ponto, o TUI deu razão à defesa, mas recusou enviar de novo o processo para o TSI por considerar que “nos processos urgentes” o tribunal deve decidir, “em vez de mandar baixar o processo para que o tribunal recorrido some decisão”.
Sobre o impacto para a sua vida, o agente argumentou que com a suspensão a sua família ficava sem o “único rendimento” do agregado. O membro dos SA justificou ainda que o seu pai está doente e que precisa do salário para pagar os tratamentos. No entanto, os juízes não acreditaram na versão do agente.

O TUI explicou que além de atestados médicos, não foram apresentadas despesas em relação à condição do pai e que através dos documentos apresentados concluiu que “além do seu salário, o recorrente teve outros rendimentos, já que se registaram vários depósitos bancários [ao longo de Dezembro de 2017], com valor superior a dez mil [patacas] cada”.

13 Mar 2018

Mudanças na lei levam senhorios a procurar fugir aos impostos

Há senhorios que oferecem condições de arrendamento mais favoráveis aos inquilinos que concordam com a prática de não ter os contratos reconhecidos por um notário. O objectivo passa por fugir ao impostos

[dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]om a entrada em vigor das alterações à lei das rendas há senhorios que oferecem condições mais favoráveis aos inquilinos que os ajudem a fugir aos impostos. Em causa estão ofertas mais baratas para os contratos que não são reconhecidos por notários e que permitem evitar o pagamento de um montante de 10 por cento.

Ao HM, uma residente, que preferiu não ser identificada, relatou a experiência de procurar casa, numa altura em que os contratos têm de ser reconhecidos por um notário e ter uma duração de três anos: “Andei à procura de casa durante cerca de um mês e umas semanas e, nas duas ou três vezes em que me mostrei interessada, os agentes e senhorios mostraram-se igualmente interessados. No entanto, quando chegou a hora de negociar os preços e foi referida a necessidade de ir ao notário, mostraram-se reticentes em fazê-lo”, começou por contar.

“Alegavam que a ida ao notário os obrigava a pagar o imposto, algo que, diziam, ‘muitos nunca tiveram de fazer’. Sempre que insisti em formalizar no notário o contrato, pediram uma renda mais alta, justificando servir para cobrir o valor do imposto”, acrescentou.

Este é um cenário confirmado por Elda Lemos, agente imobiliária da JML Property, que reconheceu ter conhecimento de casos em que os senhorios fazem questão de pedir que os contratos não sejam reconhecidos por um notário. Este é um pedido prontamente negado pela agência.

“Sei que algumas agências locais estão a aceitar os pedidos para não haver reconhecimento notarial, mas nós seguimos a lei. Quem não quiser seguir a lei não pode trabalhar connosco, até porque a qualquer momento podemos ter uma fiscalização”, afirmou Elda Lemos, ao HM.

“Nós sabemos que essas situações estão a acontecer. E claro que isso dificulta as condições do mercado. Se há um agência imobiliária que não segue o que está definido na lei, está a concorrer de forma desleal”, apontou a agente.

Boas práticas

No entanto, também há quem esteja a levar as mudanças na lei a sério. Foi este o caso do residente Tony Lai, que recentemente esteve à procura de habitação.

“Encontrei uma casa em menos de duas semanas. Não fui a muita agências imobiliárias, limitei-me a fazer buscas online para saber que casas estariam disponíveis. Depois de encontrar o que me interessava entrei em contacto com agentes e vi as casas que quis”, contou Tony Lai, jornalista, ao HM.

“No meu caso foi tudo feito dentro da lei. A senhoria foi muito simpática e deixou-me à vontade quanto à duração do contrato, dentro dos três anos previstos”, acrescentou.

Neste momento o residente está à espera do reconhecimento de um notário para que o contrato de arrendamento se torne efectivo. Em relação à conversa com os agentes imobiliários, diz que se limitaram a falar do preço e se as casa estavam ou não mobiladas.

Em relação à existência de queixas sobre pedidos para os contratos não sejam reconhecidos, a Direcção dos Serviços de Finanças não avançou com números ao HM. Porém, recordou que “no prazo de 15 dias depois de ser assinado o contrato ou ter começado a relação de arrendamento” que o contrato tem de ser declarado.

A mesma fonte da DSF explicou que a Repartição de Finanças de Macau faz inspecções diárias e que cruza diferentes informações. Quando encontram anomalias, entram em acção.

Menos casas no mercado

A entrada em vigor da nova lei e a duração mínima de três anos para os contratos de arrendamento fez com que muitos proprietários tenham tirado as casas do mercado. O cenário do mercado é traçado por Suzanne Watkinson, proprietária da agência imobiliária Ambiente. “Temos uma senhora que é detentora de várias casas na zona da Taipa Central. Após a aprovação da lei, ela pediu para retirar todas as casas do mercado. Simplesmente não queria que as casas tivessem arrendadas durante três anos. É muito tempo”, explicou. Também Elda Lemos, da JML Property, traça um cenário semelhante: “Nota-se que há donos a tirar os imóveis do mercado. Muitos querem ver como é que a situação vai evoluir”, frisou.

13 Mar 2018

PSP | Brinquedos à venda na internet

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem, na Praça do Tap Seac, o Dia de Convívio entre a Polícia e o Cidadão, que contou com a participação de várias famílias locais. Durante o evento foram distribuídos brinquedos, que passadas algumas horas estavam à venda em diferentes páginas do facebook.

Por exemplo, um carro miniatura da PSP, do modelo Toyota, estava à venda por 400 patacas. Já os bonecos representativos dos diferentes uniformes e agentes da PSP, eram vendidos pela proposta mais alta. Nos comentários dos artigos, vários utilizadores da rede social manifestaram-se interessados nos brinquedos.

12 Mar 2018

Transexualidade | Ellie Cheng falhou grupo de 12 finalistas em concurso de beleza

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]llie Cheng, representante da China e de Macau do concurso para transexuais Miss International Queen, falhou o apuramento para as 12 finalistas, mas acabou entre o grupo das 28 melhores classificadas.

Na sexta-feira, em Pattaya, a grande vencedora foi a vietnamita Nguyen Huong Giang, que levou para casa um cheque de 117 mil patacas, além dos prémios individuais dos patrocinadores.

O concurso é organizado anualmente na Tailândia e tem como objectivo amealhar fundos para ao Fundação Real Contra a SIDA, do país do sudeste asiático. Para participarem, as concorrentes têm de ter nascido com o sexo masculino, mas não lhes é exigido a realização de mudança de sexo.

12 Mar 2018

Candidatura a CE | Ho Iat Seng deixa participação na corrida em aberto

O presidente da Assembleia Legislativa não sabe se vai ser candidato ao cargo de Chefe do Executivo. No passado, Ho Iat Seng negou sempre a possibilidade. Porém, no sábado, confrontado com o cenário, limitou-se a responder que não sabe se vai ser candidato

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, mudou de discurso e admite agora que não sabe se vai ser candidato à posição de Chefe do Executivo. No passado, Ho sempre negou que tivesse intenção de se candidatar à posição, mas, no sábado, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, apenas se limitou a responder que não sabe se vai ser um dos candidatos.

Por outro lado, quando questionado sobre eventuais candidatos ao cargo de representante máximo de Macau, o presidente da Assembleia Legislativa assumiu o mesmo discurso, explicando desconhecer quaisquer movimentações nesse sentido.

A possibilidade de Ho Iat Seng ser candidato à posição do Chefe do Executivo não é nova. No passado, o presidente da AL foi confrontado por mais do que uma vez com essa possibilidade, mas rejeitou sempre a hipótese. Entre os argumentos utilizados, mais recentemente, Ho explicou a tomada de posição com a sua idade (60 anos), que considerou demasiado avançada para o cargo. Porém estas declarações apontam para uma mudança no discurso de Ho Iat Seng.

O próximo Chefe do Executivo, que vai suceder a Chui Sai On, vai ser escolhido no próximo ano, altura em que também se celebram 20 anos do retorno de Macau à Pátria. Nessa altura, o presidente da Assembleia Legislativa, que nasceu a 12 de Junho de 1957, vai ter 62 anos.

As declarações de Ho Iat Seng foram feitas em Pequim, à margem da participação do dirigente na Assembleia Popular Nacional. O presidente da AL é um dos membros eleitos por Macau e chefia a comitiva legal.

Cooperação positiva

Outro dos pontos abordados por Ho Iat Seng foi a assistência judicial entre o Governo Central e a RAEM. Nesse capítulo, o presidente da Assembleia Legislativa considerou que as coisas têm corrido bem, principalmente no que diz respeito à comunicação, e que existe uma coordenação muito positiva. No entanto, reconheceu que também há espaço para haver algumas melhorias.

Ainda de acordo com o presidente da AL, a vertente que levanta maiores desafios são as leis comerciais, uma vez que envolvem diferentes sistemas. Segundo Ho Iat Seng, esta questão envolve o recurso às leis internacionais, até pelos diferentes sistemas utilizadas nas diferentes regiões.

Esta é uma questão cada vez mais importante, até no âmbito do reforço das práticas comerciais entre Macau, o Interior da China e Hong Kong dentro da criação da Grande Baía.

12 Mar 2018

Avenida Kwong Tung | Governo vence batalha jurídica e recupera terreno

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo vai mesmo recuperar o terreno na Avenida Kwong Tung, na Taipa, conhecido como Lote BT 11, que estava concessionado à Companhia de Investimento Predial Pak Lok Mun. A decisão do Tribunal de Última Instância, anunciada ontem, coloca um fim na batalha judicial entre o Executivo e a empresa, que durava desde 15 de Maio de 2015.

Foram vários os argumentos utilizados pela empresa para evitar a devolução do terreno com um área de 2209 metros quadrados. Entre eles, a empresa defendia uma extensão do prazo por ter havido um erro sobre o número de edifícios a construir na tradução para chinês do despacho da concessão em 1999, que só foi corrigido em 2005.

“Esta particularidade não tem nenhuma relevância”, apontam os juízes sobre o sucedido. “Com certeza que a concessionária não andou seis anos sem saber se a concessão abrangia a construção de um ou dois edifícios”, é acrescentado.

O TUI considerou também que o prazo de aproveitamento foi de 42 meses a contar a partir de 1999, altura do início da concessão e não da data da correcção, ou seja de 2005.

Por outro lado, foi julgado que os procedimentos do Governo cumpriram a lei, apesar de do despacho da declaração do fim da concessão ter partido do Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas e não do Gabinete do Chefe do Executivo. Nesse despacho, o Chefe do Executivo era citado a dizer “Concordo”.

Prazo imperativo

Ainda entre os argumentos da Companhia de Investimento Predial Pak Lok Mun, o prazo de 42 meses era “meramente indicativo”. Os juízes do TUI fizeram outra interpretação: “Esta tese, não tem, igualmente, qualquer base legal e vai contra todos os princípios vigentes em matéria de contratação pública. Como se fosse possível, que um prazo fixado para o particular cumprir o contrato, que outorgou com o contraente público, não fosse imperativo, mas meramente indicativo”, é justificado. Segundo o tribunal e tendo em conta o argumento apresentado: “O particular só cumpria o prazo se quisesse…”.

O TUI esclarece igualmente que os prazos das concessões são imperativos e que apenas podem ser suspensos ou prorrogados pelo Chefe do Executivo em condições especiais, nomeadamente quando o não aproveitamento não pode ser imputável ao concessionário.

12 Mar 2018

Jogo | The 13 Holdings quer mudar de nome para South Shore

A direcção da empresa considera que precisa de um novo nome para que possa ser feita a distinção entre o grupo e o seu principal activo, o Hotel The 13, em construção em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa The 13 Holdings, responsável pelo hotel e casino com o mesmo nome em Seac Pai Van, propôs a alteração do nome do grupo para South Shore Holdings Limited. “A direcção da empresa considera que o novo nome proposto vai permitir uma melhor distinção entre a identidade corporativa do grupo e o nosso principal activo”, justifica a companhia, num comunicado enviado, ontem, à Bolsa de Hong Kong. “A direcção considera que esta alteração vai ao encontro do que é benéfico para os interesses da companhia e dos accionistas”, é acrescentado.

Segundo as informações reveladas, a mudança do nome está dependente de dois factores: a aprovação pelos accionistas durante uma assembleia geral extraordinária; e a autorização da mudança do nome por parte das autoridades das Bermudas, onde a empresa está registada.

Todavia, o comunicado não avançada com a data da futura assembleia geral extraordinária em que se vai decidir a questão em causa.

Desde que foi criada, a The 13 Holdings tem atravessado uma situação complicada. Em causa está a autorização para instalar mesas de jogo em Seac Pai Van, apesar da empresa ter anunciado anteriormente que tinha um acordo com uma operadora local.

Há poucos dias foi também divulgado um comunicado a explicar que abertura do hotel em Macau só deverá acontecer a 31 de Março do próximo ano. Neste espaço, a empresa espera ter um total de 66 mesas, das quais quase um quarto estão destinadas ao segmento VIP, ficando as restantes para o chamado “premium mass”, mercado intermédio entre o de grandes apostadores e o de massas. Também prevê ter, aproximadamente, 50 ‘slot machines’ com “as apostas mínimas fixadas a um nível relativamente alto”.

Ganhos da Wynn em alta

Também ontem a operadora Wynn revelou que entre Janeiro e Fevereiro registou um aumento nos lucros ajustados antes de impostos por casino entre os 27 e 34 por cento, face ao ano passado. Num comunicado enviado à bolsa de Nova Iorque, a operadora fez um balanço dos primeiros 30 dias do novo CEO, Matthew Maddox.

“Os resultados até 28 de Fevereiro são considerados fortes, com os lucros ajustados por casino antes de impostos a aumentarem entre 27 por cento e 34 por cento, face ao ano anterior”, pode ler-se no comunicado.

No casino Wynn Macau, os ganhos antes de impostos subiram para 137 milhões de dólares americanos, face ao valor de 109 milhões registado em 2017. No Wynn Palace, o casino do grupo situado no Cotai, os ganhos atingiram os 138 milhões de dólares, quando nos primeiros dois meses do ano passado se tinham ficado pelos 77 milhões.

No entanto, segundo a empresa, o verdadeiro valor deste crescimento das receitas da operadora só poderá ser conhecido após o primeiro trimestre, devido à forma como a contabilidade do grupo é feita.

9 Mar 2018

Instituto de Acção Social vai lançar mais um grupo de apoio ao domicílio para idosos

Nos próximos três anos o Instituto para a Acção Social (IAS) vai criar mais um grupo de serviços de cuidados domiciliários para auxiliar os idosos isolados que residem no território. A informação foi avançada pelo IAS, em resposta a uma interpelação do deputado Zheng Anting.

Segundo o Governo, esta é uma medida que pretende acompanhar “a tendência de envelhecimento da população em Macau”. Actualmente estão em funcionamento seis grupos de cuidados domiciliários que servem 761 pessoas da terceira idade em condições de necessidade. Entre os auxiliados, 505 são idosos ou casais de idosos em situações de isolamento.

Na interpelação, o membro da Assembleia Legislativa tinha-se mostrado preocupado com o número de grupos existentes, por considerar que poderia ser insuficiente face ao crescente envelhecimento. Porém, o IAS explica que “não há filas de espera” para recorrer a estes serviços.

Ainda em termos do apoio aos idosos que vivem sozinhos, o IAS explica que desde 2014 foram auxiliadas 4202 pessoas no âmbito do programa de financiamento de equipamentos de segurança que são instalados na casa dos necessitados. O tipo de equipamentos financiados visa garantir a segurança das pessoas que vivem sozinhas, principalmente aquelas com dificuldades motoras.

Apoio psicológico

No documento enviado ao Governo através da Assembleia Legislativa, Zheng Anting defendeu que há demasiados idosos a passar tempo em casa, sem terem actividades para fazer. Diz o deputado, que este tipo de situações causa “uma série de problemas emocionais” às pessoas em questão.

Sobre este assunto, o IAS refere que criou “mais de 30 estabelecimentos” que permitem aos idosos participar em diferentes actividades. Por outro lado, explica o Executivo, existem em Macau programas como a rede de “serviços carinhosos” e os serviços de tele-assistência Peng On Tung disponíveis para auxiliar as pessoas em situações de solidão. Segundo os números oficiais, até ao final do ano passado 7.100 idosos, ou casais, tinham recorrido a estes serviços.

Zheng Anting também questionou o Governo sobre as dificuldades em identificar as situações em que os idosos vivem num clima de solidão e isolamento. Em relação a este ponto, o IAS explica que tem desenvolvido várias actividades de promoção dos serviços existentes, como visitas a edifícios ou distribuições de panfletos nas ruas.

9 Mar 2018

Novo Macau | Recolha de fundos a 58 mil patacas do objectivo

Numa altura em que faltam 30 dias para o fim da campanha de recolha de fundos, a Associação Novo Macau está a cerca de 58 mil patacas de alcançar a meta das 300 mil patacas.

Segundo os responsáveis da associação pró-democrata, os fundos têm como objectivo o pagamento das despesas operacionais da associação, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento dos salários a dois funcionários e para materiais de campanhas cívicas e de promoção da própria associação.

A Novo Macau está representada na Assembleia Legislativa através do deputado suspenso Sulu Sou, que reuniu cerca de 9 mil votos nas últimas eleições legislativas.

9 Mar 2018

Manifestações | Deputados esperam aumento no número de rejeições

José Pereira Coutinho e Sulu Sou mostra-se preocupados com a proposta do Governo para alterar a lei do Direito à Reunião e Manifestação e acreditam vai haver um aumento de recusa de pedidos

Os deputados José Pereira Coutinho e Sulu Sou acreditam que as alterações à lei do Direito de Reunião e de Manifestação vão levar a um aumento no número de recusas nos pedidos. Segundo a proposta do Executivo, os avisos de manifestação passa a ser entregues ao Comando da Polícia de Segurança Pública, em vez de serem entregues ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

“É evidente que o número de rejeições vai subir. Sem margem de dúvidas. É evidente que, se o poder de decidir a autorização das manifestações estiver nos órgãos policiais, significa que vão haver menos autorizações”, disse José Pereira Coutinho, ao HM.
Por outro lado, o deputado eleito pela via directa, e com o apoio da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, mostra-se preocupado com as alterações porque não vê no território razões que justifiquem um aumento dos pedidos de manifestações.

“Não há razões de qualquer natureza para restringir um dos direitos fundamentais à indignação através de manifestações nas ruas”, acrescentou.

Também Sulu Sou se mostrou contra a passagem do poder de decisão do IACM para o Comandante da PSP. Na óptica do deputado suspenso, em termos práticos, a decisão fica agora sob a tutela do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

“Uma das nossas preocupações é que resulte num aumento do número de recusas de manifestações. Não me consigo recordar de um caso em que o IACM tenham recusado uma manifestação. Mas se for a polícia a tomar as decisões, há motivos para acreditar que as coisas vão mudar”, afirmou o membro da Assembleia Legislativa.

“No passado, a polícia já apresentou alguns argumentos pouco razoáveis contra manifestações ou para mudar percursos. Agora, nada os vai impedir de usar essas justificações para impedirem uma manifestação”, sublinhou. “Não concordamos que os avisos passem para a polícia, quando são assuntos cívicos”, acrescentou.

Concentração de poderes

Por outro lado, Sulu Sou mostrou-se preocupado com a concentração de poderes, devido ao esvaziamento do IACM, com a criação dos novos órgãos municipais: “os órgãos deviam manter os seus poderes. Não concordo com a política de diminuir os poderes do IACM. Não me parece que vá resultar numa melhor governação da cidade”, considerou.

“Poderá redundar na concentração dos poderes em menos gente, mas o poder da comunidade vai acabar por ficar mais enfraquecido”, frisou.

Sulu Sou encontra-se suspenso para ser julgado pela alegada prática de um crime de desobediência qualificada, que a polícia defende que aconteceu durante uma manifestação contra o donativo de 100 milhões de yuan chineses da Fundação Macau à Universidade de Jinan.

As alterações à Lei do Direito de Reunião e de Manifestação foram apresentadas na Sexta-feira passada e o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, garantiu que só vão afectar os procedimentos internos. No entanto, Leong, que foi um dos participantes nas manifestações do 1-2-3, em 1966, omitiu possíveis alterações no artigo seis da lei, que estipula a recusa das manifestações, quando se considera que a iniciativa tem “fins contrários à lei”.

9 Mar 2018

FC Porto | Filial dos Dragões vai participar no campeonato de veteranos

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] filial azul-e-branca vai marcar o regresso ao desporto local com a participação no campeonato de veteranos. Os projectos para o futuro são comunicados esta noite ao sócios, num jantar de convívio.

O FC Porto em Macau vai apresentar aos sócios, esta noite, o projecto para a participação no campeonato local de veteranos, durante o jantar de celebração do Ano Novo Chinês. O evento está agendado para as 19h30, no Clube Militar, e tem na agenda a apresentação da situação do clube ao sócios, de acordo com Diana Massada, recém-eleita presidente da filial dos dragões no território.

“A nível do futebol temos uma equipa preparada para entrar no campeonato de veteranos, que é futebol de sete. Os treinos da equipa já começaram. Estamos também a trabalhar para ter uma equipa no campeonato Bolinha”, disse Diana Massada, ao HM.

“Na Bolinha vamos ter de começar pela 2.ª divisão. Mas queremos apresentar uma equipa com qualidade que possa dar luta aos adversários e defender as cores e o nome do FC Porto em Macau”, acrescentou.

Já o regresso ao futebol local e à 4.ª divisão só deverá acontecer na temporada de 2019. Eleita em Dezembro, mês em que começam as inscrições para os campeonatos de futebol, Diana Massada reconhece que não houve tempo para montar um projecto.

“O regresso à 4.ª Divisão será em 2019. Pareceu-nos a melhor decisão porque os actuais órgãos sociais tomaram posse quando já se estava na altura das inscrições”, apontou.

Sobre o regresso à Liga de Elite, onde actualmente militam Benfica e Sporting, Diana mostrou-se mais cautelosa: “Se quisermos pensar no futebol e em ir subindo de divisão, no médio prazo, precisamos de outro tipo de apoios e patrocinadores. Temos de ter capacidade para fazer face às despesas inerentes ao futebol e às modalidades”, justificou.

O futebol é um dos pratos principais do jantar de hoje, que vai servir para fazer um ponto da situação e apresentar os órgãos sociais. A presidente do FC Porto Macau admite também o apoio a outras modalidade, nomeadamente ténis, hóquei patins ou vela.

 

Casa-mãe entusiasmada

A reactivação da filial em Macau do FC Porto foi recebida com agrado pela casa-mãe. As duas partes têm estado em contacto e, apesar de ainda não haver nenhuma parceria concreta, no futuro, poderão ser desenvolvidos projectos ao nível da formação.

“Neste momento, estamos a desenhar um processo de formação infanto-juvenil com a casa-mãe. Após a tomada de posse, tivemos reuniões com o responsável das casas do FC Porto em Portugal, Alípio Jorge, que se mostrou entusiasmado com a reactivação da casa do FC Porto em Macau. A casa-mãe mostrou todo o seu apoio à reactivação”, revelou a nova mulher-forte do futebol azul-e-branco no território.

“Também tivemos reuniões com elementos ligados à administração, em que discutimos eventuais parcerias. Mas neste ponto ainda não há nada de muito concreto para apresentar”, admitiu.

A filial do FC Porto em Macau tem cerca de 90 sócios registados, contudo, está a decorrer uma actualização das listas. Também os mecanismos de comunicação com os sócios estão a ser melhorados, através da presença nas redes sociais.

 

9 Mar 2018

DSAMA propõe barreira temporária para controlo de cheias no Porto Interior

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo liderado por Chui Sai On reconhece a sua incapacidade para instalar a comporta de controlo de marés no Porto Interior em tempo útil e, como tal, vai avançar com a instalação de uma barreira removível ao longo da costa. Os detalhes do projecto foram explicados numa reunião entre a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) e os comerciantes daquela zona.

Durante o encontro, Susana Wong, directora da DSAMA, explicou que foi adoptada uma estratégia de “‘remate de fissuras’ para reforçar a capacidade de controlo de inundações da linha costeira, construindo comportas amovíveis e muretes de protecção contra inundações’”.

Segundo o subdirector do Instituto de Estudos Científicos de Recursos Hídricos do Rio da Pérolas, Xie Yufeng, a barreira temporária vai ser instalada ao longo de 2,13 quilómetros, entre a Escola de Pilotagem, no sul da península, e o Edifício Portuário no Lam Mau, no norte. Ao longo da distância de 2,13 quilómetros, 300 metros são constituídos por um muro semi-desmontáveis, 400 metros por muros totalmente desmontáveis e 600 metros por muros em betão armado. Os restantes 800 metros da barreira utilizam as construções já existentes, como as paredes dos Mercado do Patane e o hotel Ponte 16.

A barreira vai ter uma altura de 1,5 metros, com capacidade para aguentar uma subida do nível da maré de 4,8 metros.

Ao mesmo tempo vão ser instalados 13 poços quadrangulares ao longo da Costa Interior de Macau com a intenção de drenar as águas que se acumulem naquela zona.

Impactos no negócio

Segundo o comunicado do Governo, durante a reunião os comerciantes da zona declararam apoiar as medidas, mas apelaram para a necessidade do prazo das obras serem respeitados.

“Os representantes do sector esperam que, ao elaborar o projecto, para além de efectuar estudos profissionais e análises de dados, o Governo tome também em consideração o ambiente de exercício de actividades dos diversos pontes-cais, e comunique e coopere adequadamente antes de executar a obra, minimizando os impactos da obra causados ao sector”, pode ler-se no documento emitido pela DSAMA.

A barreira temporária serve para minimizar o impacto das cheias até ser instalada a comporta na zona do Porto Interior. Sobre esse assunto, Susana Wong reconheceu que o projecto “demorará alguns anos para ser concluído”.

8 Mar 2018

Taça AFC | Benfica estreia-se com vitória por 3-2 frente ao Hang Yuen

Ontem à noite fez-se História no Futebol de Macau. O Benfica estreou-se na fase de Grupos da Taça AFC com uma vitória, depois de ter estado a perder por 2-0. O jogo contou com uma assistência de 1200 pessoas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau venceu ontem por 3-2 o Hang Yuen, no Estádio de Macau. No encontro que marcou a estreia de uma equipa local na fase de grupos da Taça AFC, as águias estiveram a perder por 2-0, mas 13 minutos à Benfica, no segundo tempo, permitiram uma vitória histórica.

Antes do início do encontro, Bernardo Tavares tinha prometido uma equipa à procura do domínio do jogo e não desiludiu. Os encarnados apostaram num 4-4-2, com uma linha mais ofensiva constituída por Leonel e Torrão. No centro do terreno Cuco e Edgar Teixeira davam estabilidade à equipa, enquanto nas alas a aposta passava pela velocidade de Pang e a técnica de Hugo Silva.

Por sua vez, o Hang Yuen entrou com um esquema de 3-5-2, que nos momento defensivos se transformava num 5-3-2, com os alas a juntarem-se à última linha defensiva. Ao contrário do Benfica, os taiwaneses não tiveram problemas em entregar o controlo do jogo, apostando na eficácia ofensiva.

Logo aos dois minutos do encontro, o Benfica deu uma amostra daquilo que ia fazer durante a primeira parte. Num ataque de três para dois, Carlos Leonel não teve dificuldades em servir Torrão, na área, mas o avançado atirou por cima da baliza de Huang Chiu-Lin.

Os comandados por Bernardo Tavares conseguiram criar boa jogadas, ganharam as segundas bolas no ataque, mas, no momento da verdade, falharam. E nem o goleador Carlos Leonel, ao contrário do habitual, conseguiu concretizar as oportunidades claríssimas de golo aos 25 e 42 minutos do encontro.

Já a equipa orientada por Hung Ching-huai mostrou-se muito eficaz. Após um primeiro aviso aos 12 minutos, Chen Ching-Huang marcou, aos 19 minutos. O avançado taiwanês aproveitou um cruzamento e, ao segundo poste, cabeceou sozinho para o 1-0. Chen bisaria, minutos depois, aos 34, aproveitando uma perda de bola do Benfica em zona proibida.

A perder por 2-0 as coisas ficaram ainda mais complicadas, quando a seis minutos do intervalo Nicholas Torrão saiu do jogo, em lágrimas, devido a lesão sendo substituído por Bruce Tetteh.

A reviralvolta

Ao intervalo, as águias eram penalizadas pela incapacidade de concretizar. Mas tudo mudou no segundo tempo. Se em Portugal, o Benfica ficou conhecido por resolver encontros em 15 minutos, levando à criação da famosa expressão “15 minutos à Benfica”, ontem, a filial de Macau fez melhor. Foram necessários apenas 13.

Logo aos 50 minutos, Gilchrist Nguema aproveitou uma bola perdida após um lançamento de linha lateral, e à entrada da área rematou para o 2-1. Com a determinação em altas, o Benfica não tirou o pé do acelerador. Já o Hang Yuen, à excepção de um contra-ataque perigoso, pouco mais fazia do que defender.

O empate esteve mesmo perto de acontecer 53 minutos. Após uma saída em falso do guarda-redes adversário, Leonel domina a bola e remata para a baliza. Valeu a acção de defesa do Hang Yuen que salvou a equipa em cima da linha de golo.

Aos 60 minutos, após vários falhanços, Carlos Leonel fez aquilo que melhor sabe fazer: marcar. O avançado surgiu ao segundo poste, após um cruzamento de Hugo Silva e cabeceou para o 2-2.

Finalmente, três minutos depois, o internacional de Macau bisou e estabeleceu o resultado final. O golo surgiu após um canto na esquerda do ataque encarnado, a que o avançado correspondeu com um remate fulminante de pé esquerdo que resultou no golo da vitória e na explosão de euforia das bancadas do Estádio de Macau.

Após os 13 minutos de luxo, o Benfica voltou à toada da primeira parte. Criou muitas oportunidades de golo, algumas claríssimas, mas no final falhou na concretização. Já a formação de Taiwan adoptou uma postura mais ofensiva, mas não conseguiu recuperar o resultado.

Com este resultado o Benfica lidera o Grupo I, com três pontos, os mesmo que 25 de Abril, vencedor do outro encontro e marca um momento histórico no futebol de Macau.

Resumo do jogo


“Cometemos erros”

“Na segunda parte, cometemos erros que permitiram ao Benfica dar a volta ao resultado. Fomos muito passivos e não pressionámos o suficiente para ganhar as segundas bolas no ataque”, disse Hung Ching-huai, treinador do Hang Yuen, no final da partida. “Sentimos que poderíamos ter ganho o encontro. Mas pagámos devido aos nossos erros na defesa. Deixámos muito espaço para o adversário”, acrescentou.

“Com o golo tudo mudou”

“Foi a estreia de muitos jogadores e senti que alguns estavam nervosos. Cometemos dois erros colectivos, na minha visão, que causaram os golos. Mas o primeiro golo tirou o nervosismo do jogadores e criámos oportunidades para marcar mais golos”, afirmou Bernardo Tavares, técnico do Benfica. “Ao intervalo cheguei ao balneário e tinha sete jogadores com a cabeça em baixo. Mas três minutos foram suficientes para mudar a atitude e com o golo tudo mudou. Foi uma vitória histórica”, acrescentou.

FICHA DE JOGO
8 Mar 2018

Camboja | Cidadãos de Sihanoukville preocupados com imitação do modelo da RAEM

A construção de hotéis e casinos por chineses na cidade costeira de Sihanoukville gera apreensão entre os locais, que não querem ver imitado o modelo de Macau. Aumento da criminalidade por chineses é outra das preocupações dos locais

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o últimos anos registou-se um aumento do investimento chinês na construção de casinos e hotéis na cidade costeira de Sihanoukville, no Camboja. No entanto, os cambojanos estão preocupados que a cidade com praias paradisíacas acabe por se tornar numa imitação de Macau. A apreensão mais recente sobre o caso foi expressa por Hun Manet, oficial das Forças Armadas do Camboja e filho do primeiro-ministro.

“Concordo com a exploração do investimento e do potencial de desenvolvimento no longo prazo. Mas não concordo que se permita que Sihanoukville se transforme em Macau”, afirmou Hun Manet, no lançamento da primeira pedra do hotel Jing Gang. “Sihanoukville deve tornar-se numa cidade com identidade própria”, sublinhou o tenente-general, de acordo com a publicação cambojana Khmer Times.

O potencial turístico de Sihanoukville tem feito despoletar o investimento proveniente do Interior da China. Contudo, com o aumento do fluxo de capital subiu, igualmente, o crime envolvendo cidadãos chineses.

A situação levou mesmo o embaixador chinês no Camboja, Xiong Bo, a prometeu o auxílio e a cooperação das autoridades chinesas para lidar com a criminalidade que envolva cidadãos da China.

“A China apoia o governo Cambojano nas acções necessárias, dentro das leis vigentes, contra qualquer tipo de actividade criminosa ligada a cidadãos chineses”, afirmou Xiong Bo. “Vamos continuar a cooperar, a coordenar com o governo cambojano e a lutar contra todas as actividades ilegais”, acrescentou.

Aumento da criminalidade

Desde 2011 até Outubro de 2017, segundo o Khmer Times, foram detidos 1113 cidadãos chineses, entre os quais 222 mulheres, pela prática de crimes cibernéticos. Os detidos acabaram por ser todos deportados para o Interior da China.

As preocupações com o crime e as ligações à China não são novas. Em Janeiro, Yun Min, o Governador da província cambojana de Preah Sihanouk, enviou um relatório interno para o Ministério do Interior do seu país a alertar para a existência de actividades da máfia chinesa. Segundo o documento, o investimento chinês pode criar as condições para que as tríades da China se instalem no Camboja. Entre as autoridades do Camboja existe a preocupação que se verifique um aumento nos casos de rapto, ligados aos casinos.

No ano passado a província de Preah Sihanouk, onde fica situada a cidade de Sihanoukville, recebeu dois milhões de turistas. Entre os visitantes, 470 mil são estrangeiros, e 120 mil vieram da China.

8 Mar 2018