João Santos Filipe PolíticaConsulado | Negada contratação de Isabel Salsinha A possível contratação da professora Isabel Salsinha para o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong como assessora foi ontem negada pelo cônsul-geral Alexandre Leitão, em declarações ao jornal Hoje Macau. “Nenhum embaixador, nenhum cônsul pode contratar assessores. Isso não existe na rede diplomática portuguesa. Portanto, é completamente falso”, afirmou Alexandre Leitão. “Eu não tenho prevista a contratação dessa pessoa, muito menos para uma posição que não existe”, acrescentou. Alexandre Leitão explicou também que actualmente o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong tem apenas uma vaga para técnicos superiores e que se encontra ocupada. No caso de no futuro vier a ter lugar uma autorização extra para a contratação de técnicos superiores, que não se prevê, o cônsul também garantiu que será feito um concurso público.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEnsino | Regressos da Grande Baía aumentam número de alunos O ano lectivo arrancou ontem com cerca de 89 mil estudantes e mais 30 turmas no ensino secundário face ao ano passado. O aumento das turmas foi justificado com a transição da geração do Dragão para este nível de ensino Apesar da redução da natalidade, o novo ano lectivo arrancou com cerca de 89 mil estudantes, um número considerado elevado pelas autoridades. O cenário foi traçado ontem por Kong Chi Meng, director da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), que reconheceu que um dos motivos que justifica o número elevado é o regresso de estudantes que frequentavam escolas da Grande Baía para frequentar instituições de Macau. Decorreu ontem a cerimónia de arranque do novo ano lectivo, e Kong Chi Meng, em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun, comentou os factores que contribuíram para o elevado número de alunos inscritos, apesar da redução da taxa da natalidade ser uma das questões sociais mais presentes no discurso político. Segundo o líder da DSEDJ, um dos motivos que se destaca é o facto de os estudantes locais que viviam do outro lado da fronteira, e principalmente na Grande Baía, terem optado por regressar a Macau onde vão frequentar o ensino. O regresso dos estudantes para Macau não se limitou à Grande Baía, e também haverá alunos que regressaram do exterior. Neste contexto, o responsável salientou alguns problemas menores como, por exemplo, pelo menos 10 alunos que regressaram a Macau mas só começaram a procurar escola no final de Agosto. Kong garantiu que a situação vai ser resolvida nos próximos dias, com colocação dos regressados em diferentes instituições de ensino do território. Ajustes atempados Kong Chi Meng explicou o aumento de inscrições de alunos no ensino secundário também com a transição de alunos nascidos no último Ano do Dragão que entram agora neste nível de escolaridade. Os anos do Dragão tendem a registar picos de natalidade. Segundo as superstições relacionadas com o zodíaco chinês, as crianças que nascem no ano do Dragão tendem a ser bafejadas pela sorte. Como consequência, os anos do Dragão, que se repetem a cada 12 anos, costumam registar mais nascimentos. Como consequência da transição da geração do Dragão para o ensino secundário, o director da DSEDJ revelou que foi necessário abrir mais 30 turmas neste nível de ensino, que vão ter capacidade para acolher mais 1.200 alunos, em comparação com o ano passado. Kong Chi Meng afirmou também que o regresso às aulas no primeiro dia foi “um sucesso”, devido à coordenação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. Segundo as estatísticas dos autocarros, entre as 06h e as 09h de ontem, contaram-se 2.800 frequências de autocarro, o que representou um aumento de 53 por cento em comparação com a semana anterior, e um aumento de 40 por cento face ao período homólogo. Ao mesmo tempo, os dados mostraram que o número total de passageiros ultrapassou 117 mil, uma redução de 9 por cento em termos anuais. Cerca de 14 mil destes passageiros usaram o cartão de estudante para pagar as tarifas dos autocarros.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDeutsche Bank | Sands China com a maior fatia das receitas O banco de investimento fez uma revisão em alta das estimativas anuais das receitas brutas de jogo, depois dos dados de Agosto, com um aumento de 3 mil milhões de patacas Em Julho, a concessionária Sands China dominou o mercado do jogo com uma fatia de 22,5 por cento do total das receitas, que no total atingiram 18,6 mil milhões de patacas. Os dados fazem parte das previsões mais recentes do banco de investimento Deutsche Bank sobre a principal indústria do território. A concessionária norte-americana manteve a liderança do mercado no primeiro mês do terceiro trimestre, depois de ao longo do segundo trimestre ter alcançado uma quota de mercado de 23,6 por cento. No entanto, entre Julho e o segundo trimestre a operadora apresentou uma ligeira perda. No pólo oposto, a Galaxy fez crescer em Julho a sua quota de mercado. A proprietária do hotel e casino com o mesmo nome tinha registado uma fatia do mercado de 19,2 por cento, no segundo trimestre. Todavia, Julho apresentou uma recuperação para os 19,5 por cento. No lugar mais baixo do pódio está a MGM, embora também tenha visto a fatia de mercado ficar mais reduzida. Após ter conseguido uma quota de mercado de 16,3 por cento no segundo trimestre, em Julho não foi além dos 15,5 por cento. A segunda metade da tabela das receitas de jogo em Julho teve na liderança a concessionária Melco, ligada ao empresário Lawrence Ho, que alcançou uma fatia de mercado de 14,5 por cento. No entanto, em comparação com o segundo trimestre a quota do mercado registou uma quebra de 0,4 pontos percentuais. Segundo a Deutsche Bank, a Wynn e SJM obtiveram a proporção do mercado mais reduzida em Julho, ambas com uma fatia de 14 por cento. Apesar do último lugar, tanto a Wynn como a SJM têm motivos para ficar mais satisfeitas, dado que a proporção das receitas registou um crescimento em comparação com o segundo trimestre. No caso da Wynn, o crescimento foi de 0,8 pontos percentuais, enquanto na concessionária local o crescimento foi de 1,2 pontos percentuais. Estimativas de 18 mil milhões O relatório do Deutsche Bank foi emitido após ter sido divulgado o valor das receitas brutas de jogo de Agosto, que atingiram 19,8 mil milhões de patacas, de acordo com os dados os oficiais. Em relação a Setembro, o documento assinado pelo analista Carlo Santarelli prevê que as receitas devem rondar os 18,0 mil milhões de patacas, um nível de 18,8 por cento abaixo dos valores de Setembro de 2019, antes da pandemia. Com mais dados disponíveis, o banco de investimento também fez uma revisão em alta das receitas para todo o ano de 2024. Segundo os dados do Deutsche Bank, as receitas brutas anuais deverão atingir 230,1 mil milhões de patacas, um aumento de 3 mil milhões de patacas face às estimativas de Julho, que rondavam 227,4 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeWai Hung | Deloitte pediu investigação a pagamentos em 2022 Entre Abril e Maio de 2022, a Comissão de Auditoria, presidida por Rita Santos, recebeu três cartas da auditora Deloitte a pedir uma investigação independente a transferências suspeitas. Rita Santos presidiu a uma “task force” que numa “visão preliminar” se opôs à investigação Apesar de o escândalo com o Grupo Wai Hung apenas ter rebentado há cerca de duas semanas, desde 2022 que tinham sido tornadas públicas suspeitas ligadas aos pagamentos de 113,1 milhões de patacas que agora são visados pelos investigadores. Segundo um comunicado do grupo de 2022, a Comissão de Auditoria, integrada por Rita Santos e Wu Chou Kit, recebeu pelo menos três cartas da auditora Deloitte a alertar para uma possível violação da lei do Interior e a pedir uma investigação independente. A informação sobre as práticas questionáveis foi tornada pública a 17 de Maio de 2022, quando o grupo comunicou à Bolsa de Hong Kong que a multinacional Deloitte tinha apresentado a demissão como auditora. Em causa, estavam pagamentos de 113,1 milhões de patacas a cinco subempreiteiros do Interior, justificados pela administração do grupo como um investimento de expansão, através da realização de projectos de “garagens inteligentes”, ou seja, utilização de tecnologia digital nos equipamentos e infra-estruturas das garagens. No comunicado de 17 de Maio de 2022, o Grupo Wai Hung revelou igualmente que a Deloitte foi incapaz de determinar a substância comercial e a lógica empresarial” dos pagamentos feitos, com base nos documentos disponibilizados pela Wai Hung e na comunicação com a administração da empresa. Como motivo para apresentar a demissão, a Deloitte terá ainda argumentado que os pagamentos foram feitos de forma “indirecta” para as contas dos subempreiteiros, o que poderia constituir uma violação das leis do Interior sobre o controlo de câmbios. Cartas de aviso A demissão da Deloitte aconteceu depois da auditoria ter enviado pelo menos duas cartas a recomendar a realização de uma investigação independente aos pagamentos. O comunicado indica que as duas cartas foram enviadas a 16 de Abril de 2022 e 6 de Maio de 2022, à Comissão de Auditoria, presidida por Rita Santos, a recomendar que fosse realizada uma investigação “independente” por “uma empresa de contabilidade forense”. A resposta às cartas foi dada pela administração do grupo que considerou que a investigação seria “desnecessária” ou “prematura”. Como consequência, é enviada uma terceira carta à Comissão de Auditoria, com a data de 7 de Maio, em que a Deloitte apresenta a demissão como auditora do grupo, por considerar que sem a investigação não teria “uma base robusta” para analisar os pagamentos. A multinacional destaca também que a questão dos pagamentos se trata de um “assunto sério”. No comando Quando a Deloitte se demitiu, a Comissão de Auditoria era integrada por Rita Santos, na condição de presidente, e ainda pelo deputado Wu Chou Kit. O documento de 17 de Maio de 2022 enviado à Bolsa de Hong Kong pelo Grupo Wai Hung revela também que Rita Santos liderou um grupo constituído pela empresa para analisar as alegações feitas pela Deloitte , a chamada “task force”. Segundo o comunicado, os membros do grupo especializado incluíam também advogados de Hong Kong e do Interior, e um solicitador de Hong Kong. “A visão preliminar da Task Force, que tem o apoio da empresa e da Comissão de Auditoria, é que a investigação forense é desnecessária e/ou prematura, uma vez que o assunto deve ser analisado com base nos aspectos contratuais e as práticas da indústria da construção civil”, constava igualmente no comunicado. A demissão da Deloitte surgiu numa altura em que a apresentação dos resultados do ano anterior auditados do Grupo Wai Hung estavam atrasados, desde 30 de Março de 2022, e a compra e venda de acções tinha sido suspensa, a 11 de Maio de 2022. Investigação imposta Apesar da resistência inicial à investigação independente às contas do grupo, esta acabou por ser realizada, ordenada pelo regulador da Bolsa de Hong Kong, a 28 de Junho de 2022. A empresa Crowe (HK) Risk Advisory Limited foi a empresa independente escolhida para analisar os pagamentos suspeitos. Os resultados da investigação foram publicados a 10 de Novembro de 2023, num comunicado à Bolsa de Hong Kong do grupo, e revelam que os pagamentos realizados no Interior foram aprovados sem que tivesse sido apresentado à administração qualquer orçamento, projecto das obras ou houvesse registo da aprovação da administração. Consta também do comunicado, que parte dos pagamentos, identificados como cauções, partiram da subsidiária de Macau do Grupo Wai Hung. A Crowe (HK) Risk Advisory Limited indicou igualmente que não se conseguiu provar a “substância comercial e a lógica empresarial” dos pagamentos de 113,1 milhões de patacas. Como consequência, Kennedy Li, director financeiro do grupo, acabou demitido, não só por ter sido apontado como o responsável pelos pagamentos, mas também por ter desaparecido durante o período da investigação independente. Feita a investigação, a empresa conseguiu publicar os resultados financeiros auditados dos anos anteriores e as acções voltaram a ser negociadas a 19 de Janeiro deste ano. Confirmadas detenções O escândalo com o Grupo Wai Hung ganhou contornos mediáticos no final do mês passado, quando a Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong (ICAC, no acrónimo em inglês) realizou detenções no seio do grupo, por suspeitas de fraude e falsificação de documentos que se estendem a Macau. Apesar das autoridades de Macau se manterem em silêncio, o ICAC indicou que a Polícia Judiciária também esteve no terreno, no âmbito da operação denominada “demarcação”. Na sexta-feira, em comunicado à Bolsa de Hong Kong, o Grupo Wai Hung reconheceu as detenções de Li Kam Hung, presidente, e Yu Ming Ho, director executivo, embora realce que ainda não teve lugar qualquer acusação. Após a operação ter sido tornada pública, Rita Santos e Wu Chou Kit emitiram um comunicado a recusar qualquer envolvimento com a investigação. O HM contactou ontem Rita Santos sobre o conteúdo do comunicado enviado pela Wai Hung com a data de 17 de Maio de 2022. A presidente da Comissão de Auditoria do grupo remeteu comentários para o próprio grupo, que foi também contactado pelo HM. Até à hora de fecho desta edição não foi avançada qualquer resposta oficial.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAcidente | Suspenso bombeiro alcoolizado que danificou 18 motos O processo disciplinar a um bombeiro que teve um acidente quando estava de folga resultou na aplicação da pena de suspensão, a terceira pena mais grave das previstas no Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau O bombeiro que sofreu um acidente, durante o período de folga, quando conduzia alcoolizado e destruiu 18 motos, foi suspenso de funções, no âmbito do processo disciplinar interno. A informação foi divulgada ontem pelo portal do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, num caso que remonta a Agosto do ano passado. “Finalizada a investigação do processo disciplinar, foi aplicada ao bombeiro a pena de suspensão de funções por despacho do Comandante do CB, de 8 de Agosto de 2024”, foi comunicado. O bombeiro foi alvo da terceira pena mais pesada das cinco previstas no Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau (ETAPM), mais grave do que a repreensão escrita e multa. Ainda assim, a penalização é menos gravosa do que teria acontecido em caso da aposentação compulsiva ou a demissão, que também estão previstas no ETAPM. A decisão do processo disciplinada foi tomada, depois de também o processo criminal ter sido concluído, com a condenação do bombeiro. “Em 30 de Abril de 2024, o Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base proferiu a sentença, condenando o referido bombeiro na pena de 3 meses de prisão, suspensa na sua execução por 1 ano e 9 meses, e inibição de condução pelo período de 1 ano e 9 meses”, consta no portal do secretário para a segurança. “A sentença transitou em julgado no dia 20 de Maio de 2024”, foi acrescentado. Em fuga O caso aconteceu a 11 de Agosto do ano passado, quando as autoridades registaram um acidente de trânsito com um carro na Estrada do Repouso, na Península, próximo do Hospital Kiang Wu. Como consequência do sinistro, registaram-se danos em 18 motociclos que se encontravam numa zona de estacionamento. Além disso, de acordo com as autoridades, o condutor também “fugiu do local” para evitar ser responsabilizado pelo ocorrido. Mais tarde, o “bombeiro foi sujeito à realização de um teste de álcool, tendo-se constatado que excedia o limite da taxa de álcool”. Face ao resultado do teste, o caso foi enviado para o Ministério Público (MP), com o agente indiciado pelos crimes de condução em estado de embriaguez e fuga à responsabilidade. Apesar de ter divulgado a pena que resultou do julgamento, o portal do secretário para a Segurança não indicou os crimes pelos quais o bombeiro acabou efectivamente condenado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPesca | Sector em crise por menos receitas e desinteresse na profissão Os deputados da FAOM Ella Lei e Leong Sun Iok e associações ligadas à indústria piscatória estiveram reunidos com a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água para discutir as dificuldades que o sector atravessa A redução do valor pago aos pescadores e a falta de interesse dos mais jovens na pesca são os principais problemas da indústria, de acordo com Ella Lei e Leong Sun Iok. As opiniões foram partilhadas numa reunião entre a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), a Associação para o Desenvolvimento de Pesca no Oceano e de Proprietários de Barcos de Macau, a Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau e os deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau. Segundo o comunicado dos deputados, Ella Lei e Leong Sun Iok reconheceram que o papel da DSAMA se prende principalmente com as funções de supervisão das medidas de segurança. Todavia, alertaram a DSAMA para a necessidade de maiores apoios à indústria piscatória, porque nos últimos anos tem vindo a perder embarcações, apesar de ser uma das poucas actividades do sector primário que sobrevive em Macau, quando se procura diversificar a actividade económica. Os deputados insistiram que actualmente existem pouco mais de 100 embarcações em Macau, mas a queda do valor pago aos pescadores e pela pesca, assim como um maior desinteresse da população na actividade gera “muitas dificuldades”. Como soluções, os deputados pedem que a aprovação do financiamento aos pescadores através do Fundo de Desenvolvimento e Apoio à Pesca seja agilizada, apesar da revisão mais recente do ano passado, para “apoiar o desenvolvimento sustentável da actividade”. Para desenvolver a indústria de forma sustentável, os deputados pediram também que se siga o exemplo de Hong Kong, com a distribuição de mais apoios para transformar e melhorar os meios de pesca, apostar numa política de pesca fora das águas de Macau, mas dentro da Grande Baía, e adicionar mais elementos culturais e de turismo, para financiar as actividades durante o período em que não se vai para o mar. Foram também pedidas mais medidas de formação para futuros pescadores, que se esperam conciliadas com campanhas de promoção para atrair mais residentes para a indústria. Impacto de medida anti-fogo Por sua vez, Leung Tai Fok, presidente da Associação para o Desenvolvimento de Pesca no Oceano e de Proprietários de Barcos de Macau, mostrou-se preocupado com as exigências de regulação do armazenamento de materiais inflamáveis dentro das embarcações. Em 2022, após um incêndio em várias embarcações que se encontravam no Porto Interior, e que demorou mais de 10 horas a ser extinto, foram impostos vários limites ao armazenamento dos materiais inflamáveis, como o combustível. Leung Tai Fok defendeu que a quantidade armazenada de produtos inflamáveis deve ser “ligeiramente aumentada”, para permitir agilizar a pesca. Além disso, pediu esforços das autoridades para tornarem mais fácil o acesso aos empréstimos para os donos das embarcações, incluindo o aumento do período de devolução dos empréstimos, para um período de 10 anos. Segundo os deputados da FAOM, a directora da DSAMA, Susana Wong Soi Man respondeu que a segurança é sempre a prioridade máxima, e que o armazenamento de materiais inflamáveis pode ser agilizado, desde que haja um pedido especial de autorização. Quanto ao acesso a condições de empréstimos e apoios financeiros mais favoráveis, Wong afirmou que será um pedido que terá de ser bem ponderado, antes de ser aprovado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCE | Wong Wai Man e Lei Kuong Un levantaram boletim de candidatura O presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, Wong Wai Man, e o “eterno candidato” Lei Kuong Un declaram ontem a intenção de concorrer à eleição para Chefe do Executivo e levantaram o boletim de candidatura. No campo de Sam Hou Fai, o objectivo é recolher o maior número possível de apoios O primeiro dia para os candidatos a Chefe do Executivo levantarem o boletim de candidatura ficou marcado pela intenção de concorrer de Wong Wai Man presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, e Lei Kuong Un, médico tradicional chinês e ‘eterno candidato’, dado que esta é a sexta vez que tenta reunir apoios para se candidatar. Depois de na quarta-feira ter sido expulso do Centro de Ciência de Macau, quando tentava assistir à conferência de imprensa de Sam Hou Fai, Wong Wai Man compareceu ontem de manhã no Edifício Administração Pública, para levantar o “Boletim de Propositura de Candidato”. Cada candidato precisa do apoio de 66 membros dos 400 elementos da Comissão Eleitoral. De acordo com o portal All About Macau, Wong Wai Man não terá prestado declarações aos jornalistas, apesar de ter confirmado a intenção de tentar reunir os apoios necessários para se candidatar. Também no Edifício Administração Pública esteve Lei Kuong Um, que tenta candidatar-se pela sexta vez. Aos jornalistas, Lei reconheceu que tem tentado participar nas eleições para Chefe do Executivo desde que atingiu 50 anos, sem nunca ter conseguido nomeações suficientes ou devido a outras formalidades. “Vou tentar obter as nomeações possíveis e aceito todos os apoios”, afirmou Lei, citado pelo jornal All About Macau. O médico tradicional chinês declarou ainda ser “um verdadeiro membro do Partido Comunista” e que a decisão “cabe a Pequim”, numa alusão ao Governo Central. Não é esperado que qualquer dos candidatos consiga qualquer apoio para participar na eleição, que deverá ter como único concorrente Sam Hou Fai. Desde o estabelecimento da RAEM que nenhuma eleição contou com mais do que um único concorrente. Piscina dos grandes Em relação a Sam Hou Fai, o representante da candidatura e advogado Lei Wun Kong foi levantar o boletim de propositura, por volta das 9h40. De acordo com a Rádio Macau, Lei Wun Kong traçou como objectivo recolher “o maior número de assinaturas” entre os 400 membros da Comissão Eleitoral, que vota para decidir o próximo Chefe do Executivo. “O senhor Sam já anunciou a candidatura ao sexto mandato ao cargo do Chefe do Executivo na conferência de imprensa de ontem. Hoje [ontem], eu como mandatário da campanha de Sam Hou Fai, vim buscar o formulário em nome da candidatura”, afirmou Lei, citado pela emissora. “Vamos proceder agora aos trabalhos de candidatura o mais rápido possível e de forma ordenada. Ao mesmo tempo, vamos ouvir os membros da Comissão Eleitoral, em conformidade com as disposições da Lei Eleitoral, a fim de procurar obter o maior número de assinaturas”, acrescentou. A eleição para o Chefe do Executivo está agendada para 13 de Outubro.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSam Hou Fai destaca “consideração especial” pela comunidade portuguesa Sam Hou Fai garantiu ontem que com a sua candidatura a Chefe do Executivo as comunidades macaense e portuguesa têm uma “consideração especial”, por permitirem a distinção do território. As declarações foram prestadas, quando respondia a perguntas na conferência de imprensa de apresentação de candidatura a Chefe do Executivo. “A comunidade macaense, inclusivamente qualquer pessoa falante da língua portuguesa, tem uma consideração especial na RAEM, porque é uma das nossas características”, afirmou o candidato. “Com certeza que o futuro desenvolvimento desta região vai oferecer oportunidades de trabalho e de para esta comunidade”, sublinhou. O candidato a líder do Governo destacou também o posicionamento atribuído pela República Popular da China a Macau, como “um centro, uma plataforma, uma base” e vincou que se for bem concretizado que haverá mais oportunidades para a comunidade macaense. No sentido da missão da RAEM como “um centro, uma plataforma, uma base”, Sam indicou o papel da comunidade falante de português, para atrair mais turistas para o território e promover maiores ligações com os países de língua portuguesa. Vinho de Coimbra O candidato vincou também a ligação do seu percurso académico com Portugal, mais concretamente a cidade de Coimbra, onde admitir ter aprendido a gostar de vinho tinto. “Também me formei em Portugal. Antes de chegar não bebia vinho, depois aprendi a gostar”, confessou. “Na altura, não gostava de vinho tinto porque achava que era ácido. Depois fiquei em Coimbra, convivi com os portugueses e aprendi a beber vinho tinto, que é um dos vinhos que mais aprecio”, admitiu. Sam Hou Fai afirmou ainda que a “cultura portuguesa” foi uma das grandes influências na sua formação. “Também aprecio a cultura portuguesa, e tem sido uma grande influência para a minha pessoa no dia-a-dia”, vincou. O ex-juiz do TUI destacou também que a defesa da comunidade macaense consta da Lei Básica, um documento legal com valor reforçado, e que o território será uma das poucas jurisdições em que a protecção de uma comunidade surge tão claramente imposta por lei.
João Santos Filipe Grande Plano MancheteChefe do Executivo | Sam Hou Fai realça percurso profissional de 40 anos O ex-presidente do Tribunal de Última Instância apresentou ontem a candidatura a líder do Governo, num discurso marcado pela repetição de vários dos slogans políticos nacionais e locais Mais de 40 anos na área da justiça, conhecimento de procedimentos administrativos semelhantes aos do Governo e vários anos a aprender e a viver em Macau. Foi desta forma que Sam Hou Fai, ex-presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) e candidato a Chefe do Executivo, defendeu a adequação do seu currículo para ocupar o cargo de líder do Governo. Um dos pontos em foco sobre a candidatura de Sam Hou Fai ao lugar de Chefe do Executivo passa pela falta de experiência em posições de Administração Pública ou conhecimento do mundo empresarial, dado que até à última semana era juiz desde 1997 e presidente do TUI desde 1999. Na apresentação oficial da candidatura a Chefe do Executivo, Sam Hou Fai reconheceu ontem ser pouco conhecido “por algumas pessoas da sociedade” por ter sido presidente do TUI durante vários anos, e porque os juízes “não são realmente personalidades públicas”. Todavia garantiu ter trabalhador muito para a RAEM. O ex-juiz considerou também que a experiência na vertente administra do TUI é muito semelhante ao que vai encontrar no Executivo. “A gestão dos magistrados é semelhante à gestão de um pequeno governo, o ingresso na magistratura é muito diferente do que acontece com várias empresas, assim como também são os processos de aquisição [pública]. E aprendi muito sobre isso”, assegurou. Ao longo da conferência que durou cerca de uma hora, Sam Hou Fai abordou igualmente a possibilidade de ser o primeiro Chefe do Executivo da RAEM a nascer fora de Macau. “Penso que percebo bastante bem Macau, estou bastante integrado e não fico atrás daqueles que estão há mais tempo em Macau”, opinou. “Desde que cheguei a Macau, sempre me tentei inteirar sobre como é Macau e como as coisas funcionam”, acrescentou. Por outro lado, o candidato destacou as suas ligações com o território. “Os meus filhos nasceram em Macau, tenho netos, e são três gerações em Macau. Acredito que várias gerações de Macau estão na mesma situação do que eu e que me encaram como um residente com um longo período em Macau”, argumentou. Rol de slogans Sobre os motivos que levaram à apresentação da candidatura, Sam Hou Fai recorreu a vários slogans da política nacional e local, como a necessidade de assegurar “a implementação plena, correcta e firme do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’” e realizar “o grande empreendimento de fortalecimento do país e do rejuvenescimento nacional”. O magistrado afirmou também que a candidatura se deve “à forte missão de salvaguardar a prosperidade e a estabilidade a longo prazo de Macau na nova era e na nova jornada”, assim como a vontade de “assumir novas responsabilidades e obter novas conquistas para Macau”. Sam Hou Fai revelou ainda que a sua candidatura se move pela “aspiração inicial de criar juntos um futuro melhor para Macau” e que para “a população em geral possa ter uma vida melhor”. No discurso de Sam Hou Fai foram também frequentes as menções “à pátria”, e a ligação desta com o sucesso da RAEM. “A pátria é sempre o respaldo mais forte de Macau, e quanto melhor for a pátria, melhor será Macau. […] A construção de um país poderoso e a revitalização nacional estão intimamente ligados ao futuro de Macau e à felicidade dos seus residentes. Macau, enquanto parte integrante da grande família da pátria, deve naturalmente acompanhar de perto os passos do país”, realçou. Primado da união Sobre os objectivos de um futuro mandato como representante da RAEM, Sam Hou Fai afirmou ir trabalhar para “unir todos os sectores da sociedade”, e revelou que o lema da candidatura vai ser: “trabalhar com espírito empreendedor e avançar juntos, persistir no caminho certo e apostar na inovação”. A união da sociedade de Macau foi outro dos pontos em que insistiu, numa fase que indicou ser “um novo ponto de partida histórico”. “A minha candidatura a Chefe do Executivo tem como objectivo unir todos os sectores da sociedade para que Macau seja mais próspera e harmoniosa e para que os cidadãos tenham uma vida melhor e feliz”, disse o candidato. “Neste novo ponto de partida histórico, devemos reunir consensos sociais, permanecer vigilantes contra perigos mesmo em tempos de paz e prosperidade, agir com espírito empreendedor, avançar com firmeza para conquistar triunfos maiores; vamos unir as forças de todos para promover o desenvolvimento e trabalhar juntos para alcançar a prosperidade, de modo a que toda a população possa partilhar os frutos do desenvolvimento económico e social e traçar um maior círculo concêntrico de amor à pátria e a Macau”, acrescentou. Na sessão de ontem, Sam Hou Fai admitiu que o programa político da candidatura para os cinco anos de Governo só vai ser apresentado mais tarde, depois de ouvir “os sectores da sociedade”. Todavia, o candidato prometeu cumprir o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, e empenhar-se na “elevação da eficiência da governação”, aproveitando as “vantagens particulares” de Macau, diversificação da economia e construção “de um belo lar”, que passa pela defesa nacional e uma maior promoção “dos valores tradicionais do amor à pátria e a Macau”. Equipa de candidatura Representante do Candidato: Lei Wun Kong Advogado no escritório Rato, Ling, Lei & Cortés – Advogados Lektou Vogal da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Advogados de Macau Membro da Comissão da Lei Básica da RAEM do Comité Permanente da APN da RPC Coordenador da Candidatura: Ip Sio Kai Deputado à Assembleia Legislativa Vice-Director-Geral da Sucursal de Macau do Banco da China Administrador do Banco Tai Fung Administrador não executivo do Banco da China Internacional Membro do 14.º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês Presidente da Associação de Bancos de Macau Vice-Presidente da Direcção da Associação Comercial de Macau Coordenador-Adjunto da Candidatura: Chan Ka Leong Presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau Subdirector da Escola dos Moradores de Macau Membro do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais Nota: Todos os membros da equipa integram a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, ou seja, vão poder votar em Sam Hou Fai Aparato de segurança Os jornalistas que participaram ontem na conferência de imprensa de apresentação da candidatura de Sam Hou Fai depararam-se com um apertado aparato de segurança à entrada do Centro de Ciência de Macau. Antes de terem acesso à sala onde decorreu a sessão que durou cerca de uma hora, os jornalistas convidados e registados para o evento, apenas a estes foi garantido o acesso, tiveram de ser revistados, além de mostrarem aos seguranças o interior das malas e mochilas. Além disso, os chapéus-de-chuva ficaram à entrada. Durante a conferência, os repórteres de imagem foram chamados à atenção e avisados para não se aproximaram do palco, quando tentavam tirar fotografias. Perfil de Sam Hou Fai Idade: 62 anos (Maio de 1962) Formação Académica Licenciatura em Direito pela Universidade de Pequim Licenciatura nos Cursos de Direito e de Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Coimbra Curso de Introdução ao Direito, na Universidade de Macau Curso de Formação de Magistrados Percurso Profissional Advogado no Interior da China Auditor Judicial de Macau Juiz do Tribunal de Competência Genérica Presidente do Tribunal de Última Instância
João Santos Filipe PolíticaGoverno garante plano para resgatar pessoas com dificuldades motoras De forma a auxiliar a população com dificuldades de mobilidade durante a ocorrência de desastres naturais, a polícia actualiza regularmente a base de dados sobre a população que necessita de auxílio nas zonas baixas da cidade. A garantia foi deixada pelo presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, na resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang. Segundo Hon, no “âmbito das acções de contingência para desastres”, antes do início da época de tufões, “as Forças e Serviços de Segurança realizam sistematicamente uma triagem de moradores e comerciantes das zonas baixas mais vulneráveis a inundações, recolhendo e actualizando informações e identificando os casos que poderão necessitar de apoio na evacuação”. Os dados são depois carregados num sistema, disponível no caso de haver necessidade de evacuar as zonas identificadas. Na interpelação, Ho Ion Sang mostrava-se preocupado com a mobilidade das pessoas com dificuldades motoras, durante as catástrofes naturais e pedia ao Governo que fizesse uma lista à qual se pudesse recorrer em caso de emergência. Apoio à acessibilidade Sobre o apoio para as pessoas com dificuldade, o IAS garantiu também que se encontra a decorrer o chamado “Projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade”. Este é um programa que consiste no envio de pessoas especializadas na criação de acessos sem barreiras para diferentes serviços públicos. “Actualmente, 14 serviços públicos, com um total de 22 locais de serviços, fazem parte do “Projecto-piloto” e existe um total de 60 coordenadores de apoio à acessibilidade”, foi indicado. “Após a realização de um balanço sobre as experiências adquiridas, o Governo da RAEM pretende alargar gradualmente o Projecto-piloto a outros serviços e está a preparar-se para uma plena implementação”, foi acrescentado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPortugal | José Cesário destaca papel “fundamental” da comunidade O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reuniu-se com o Chefe do Executivo e afirmou que a permanência da comunidade Portuguesa em Macau é “absolutamente fundamental” para as relações entre as duas partes. A partir de 2026, os passaportes portugueses passam a ter duração de 10 anos O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, destacou a importância atribuída pelo Governo de Portugal à relação com Macau, relação que tem de passar pela permanência da comunidade portuguesa no território. As declarações sobre o conteúdo do encontro de ontem com o Chefe do Executivo foram prestadas à margem de uma reunião na Associação de Trabalhadores da Função Pública (ATFPM). “Abordou-se genericamente a questão da relação entre Portugal e Macau, e houve pormenores que ficam entre nós. […] Foi muito importante transmitir-lhe [ao Chefe do Executivo] a atenção que o Governo português actual está a dar à relação com Macau”, revelou José Cesário. “Sou o terceiro membro do Governo a vir a Macau em cinco meses, o que traduz uma diferença muito grande em relação ao passado”, acrescentou. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu ainda ter recebido como reposta de Ho Iat Seng que o papel dos portugueses é considerado. “Nessa relação, o papel dos portugueses que estão em Macau é absolutamente central. E ouvi da boca do Chefe do Executivo exactamente toda a reafirmação dessa consideração pelos portugueses que estão em Macau”, adiantou. Questionado sobre o facto de Macau ter eliminado o regime especial para os cidadãos portugueses na atribuição do bilhete de identidade de residentes, Cesário assegurou que do lado das “autoridades de Macau” existe disponibilidade para encarar a situação como sempre aconteceu no passado. A resposta deixou de fora a posição das autoridades centrais. Melhorias no consulado Em relação aos serviços consulares, o governante de Portugal prometeu melhorias de tratamento dos cidadãos. “Foram dadas instruções a todos os pontos consulares para haver uma diversificação do método do agendamento dos actos consulares, para deixarmos de nos limitar exclusivamente às plataformas online e haver maior diversidade das possibilidades de fazer esse mesmo agendamento. É um problema geral da rede consular”, admitiu. “E tem de haver um atendimento, diria eu, mais disponível. Essa recomendação já foi dada, e o senhor cônsul vai naturalmente fazer um esforço conjuntamente com os funcionários para resolver os problemas em causa”, acrescentou. A situação do tratamento consular foi abordada também por Alexandre Victal, vice-presidente do Conselho Fiscal da ATFPM, que acusou o consulado de adoptar um tratamento racista contra os portugueses de etnia chinesa, após a chegada de Alexandre Leitão ao cargo. Alexandre Victal também afirmou sentir-se tratado como “um espião” no consulado, por ter participado num encontro com o cônsul em que lhe foi pedido que não entrasse na sala com telemóvel. O membro da ATFPM afirmou que o mesmo aconteceu com Rita Santos. O HM tentou contactar Alexandre Leitão sobre as acusações, mas até ao fecho da edição não recebeu resposta. Passaportes com 10 anos Polémicas à parte, José Cesário revelou que o Governo está a trabalhar para que os passaportes tenham uma duração de 10 anos, a partir de 2026. “Decidiu-se também que o passaporte vai ter uma validade de 10 anos. A execução da medida será operada ao longo do ano 2025, e em princípio vai entrar em vigor em 2026. Mas estamos a trabalhar para eventualmente poder ser implementada antes, porque o que está em causa, nesta fase, são problemas de natureza técnica”, prometeu. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas defendeu ainda Alexandre Leitão das críticas perante a demora na emissão de vistos para os residentes de Macau que pretendem estudar em Portugal. Este tem sido um dos pontos recentes na agenda da ATFPM, da conselheira Rita Santos e do deputado José Pereira Coutinho. “As questões estão a ser tratadas. Mas há que dizer que a maior parte dos problemas não depende daqui [consulado de Portugal em Macau]”, realçou. “Por um lado, o sistema informático mudou e ainda não está com a eficácia desejável, por outro lado, a grande parte dos vistos são vistos nacionais que necessidade do parecer da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] e a AIMA está a passar por uma fase de transformação que não está concluída”, frisou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeParques Industriais | Quebra de 70 por cento nos lucros em 2023 Após um 2022 com lucros de 33,0 milhões de patacas em receitas extraordinários, as contas da Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau caíram no ano passado para ganhos de 9,3 milhões de patacas A Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau registou uma quebra superior a 70 por cento dos lucros. A informação sobre a empresa detida a 100 por cento pela RAEM consta das demonstrações financeiras, publicadas no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos. De acordo com os dados divulgados, no ano passado, os lucros da empresa não foram além dos 9,3 milhões de patacas. Esta é uma redução de 71,8 por cento dos lucros, que em 2022 atingiram o montante de 33,0 milhões de patacas. A situação significa um regresso à normalidade para a empresa que em 2022 tinha registado como receitas extraordinárias cerca de 31,8 milhões de patacas, explicados com “transferências de contratos”, do total das receitas de 48,8 milhões de patacas. A nível dos lucros nem tudo são más notícias para a empresa da RAEM, que conseguiu gerar 5,9 milhões de patacas com os juros do dinheiro que tem guardado. Foi um aumento acentuado face a 2022, quando o montante gerado com juros se fixou nos 2,7 milhões de patacas. Em termo de despesas, os custos com o pessoal tiveram um peso de 5,8 milhões de patacas, o que significa uma redução muito ligeira em relação ao ano anterior. Os salários do conselho de administração custaram 1,4 milhões de patacas, dos quais cerca de 1,2 milhões têm como destino Lo Ioi Weng, presidente do Conselho de Administração. Os custos com o restante pessoal que não faz parte dos órgãos sociais atingiram 3,9 milhões de patacas, em comparação com os 3,8 milhões de patacas do ano anterior. No final de 2022, a empresa declarava ter 10 trabalhadores. Além dos salários, a segunda grande despesa foi o pagamento de condomínios que atingiu 2,7 milhões de patacas, o que não deixou de ser uma redução dos custos face a 2022, quando o montante gasto foi de 2,9 milhões de patacas. Cantiga da diversificação A Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau foi criada em 1993 com o objectivo de atrair investimento e mais indústrias para o Parque da Concórdia em Coloane. Em 2003, a empresa ficou responsável pela exploração do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde, no que foi igualmente uma forma de tentar diversificar a indústria do território. A empresa tem assim como objectivo desenvolver e gerir terrenos que ficaram reservados para o desenvolvimento industrial e actividades relacionadas, de acordo com o portal da companhia.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Número de visitantes bate recordes, mas consumo preocupa O novo recorde de visitantes por dia é visto como um sinal de alento para o comércio. No entanto, Paul Wong, presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, admite que em termos de lucros, a situação fica aquém dos melhores dias de 2019 O recorde no número de turistas durante o Verão está a surpreender as associações e os negócios ligados ao turismo. Apesar das boas notícias para o sector, o poder de compra dos novos visitantes fica aquém das expectativas, o que é encarado como um sinal de alarme para os comerciantes. No sábado passado, o número de turistas a entrar no território foi superior a 166 mil, o que representa um aumento de 7,5 por cento em comparação com o recorde anterior, de 155 mil visitantes num único dia, no Verão de 2019. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Paul Wong, presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, reagiu ao novo recorde e reconheceu que em termos de visitantes, o número de é “inesperadamente” alto, acima das melhores expectativas do sector. Paul Wong revelou também que em comparação com o passado recente existe um ambiente de maior optimismo entre os comerciantes, porque o turismo tem mostrado capacidade para atrair cada vez mais visitantes do Interior, numa altura de competição intensa com outros destinos. Wong explicou que há cada vez mais países do sudeste asiático a tentarem atrair turistas do Interior, com políticas de entrada sem necessidade de visto. Face ao contexto regional, o dirigente associativo afirma que o território tem mostrado ser muito competitivo, mantendo uma “reputação muito forte” no outro lado da fronteira. Problemas de ocasião Apesar dos números positivos, o presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau reconheceu que o poder de compra dos novos visitantes é uma preocupação, com impacto para o comércio local. Paul Wong explicou que nos pós-pandemia existe um novo tipo de visitantes, com um poder de compra mais fraco. Além disso, os comerciantes ainda estão a encontrar dificuldades para se adaptarem às “novas preferências” dos visitantes, que mudaram consideravelmente. O responsável associativo revelou também que face a todas as mudanças, os lucros estão longe dos resultados de 2019. Face ao problema, Paul Wong espera que o sector consiga adaptar-se melhor aos novos consumidores, para que as pessoas gastem mais dinheiro. Além disso, considera que o Governo tem de assumir um papel de liderança a melhorar os transportes em Macau, facilitar a circulação de pessoas e criar atracções nos bairros residenciais, para que mais pessoas sejam beneficiadas com o turismo. Em relação ao futuro mais próximo, com o ano lectivo a começar em Setembro, Paul Wong espera uma redução do número de turistas, para valores semelhantes aos do ano passado. Contudo, mostrou-se confiante que entre Outubro e Dezembro, devido aos vários eventos para celebrar o dia da implementação da República Popular da China e às outras festividades, que haja um crescimento em relação ao ano passado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Morte duas vezes mais provável em não vacinados Um estudo de académicos da Universidade de Macau e de pessoal médico do Hospital Kiang Wu conclui que a vacinação foi eficaz na prevenção da morte por covid-19 em idosos. Entre 426 idosos vacinados internados com sintomas graves ou que morreram, 375 tinham sido inoculados com a vacina Sinopharm Após o fim da política de zero caso de covid-19, em Dezembro de 2022, os idosos não vacinados tinham duas vezes mais probabilidades de morrer na sequência de complicações surgidas por infecções do novo coronavírus do que os vacinados. A conclusão faz parte de um estudo com base nos dados do Hospital Kiang Wu, elaborado por académicos e médicos da Universidade de Macau e da instituição médica, com o título “Eficácia da Vacinação Contra a Covid-19 na Prevenção de Sintomas Graves e Morte entre Pacientes Geriátricos”. Para chegarem aos resultados publicados na revista Vaccines, os académicos tiveram em conta uma amostra de 848 idosos diagnosticados com covid-19, com mais de 60 anos que foram internados na instituição mais de 24 horas. Entre a amostra de 848 doentes, 426 estavam vacinados com pelo menos uma dose de qualquer umas das vacinadas disponíveis e 422 não tinham sido vacinados. Entre 12 de Dezembro de 2022 e 12 de Março de 2023, a instituição registou um total de 171 mortes por covid-19, e entre estes, 107 eram idosos não vacinados, uma proporção de 62,6 por cento, enquanto 64 mortes (37,4 por cento) ocorreram com pessoas vacinadas. “Os dados mostram que entre os não vacinados as probabilidades de morrer eram quase duas vezes mais elevadas, em comparação com o grupo de vacinados”, indicou os académicos. Durante a pandemia, Macau disponibilizou dois tipos de vacinas, a chinesa Sinopharm, que recorre à tecnologia tradicional de vírus inactivado, e a germano-americana Pfizer-BioNTech, com recurso à tecnologia mais moderna mRNA. Segundo os autores, feitas as contas aos pacientes do Kiang Wu, as duas vacinas não apresentaram diferenças. Também foi considerado que o número de doses não terá tido impacto na protecção dos pacientes. “Não houve diferenças estatisticamente relevantes nos resultados, tanto na redução dos sintomas ou das hipóteses de morte, quando se tem em conta o tipo de vacina ou o número de doses recebida”, foi indicado. Popularidade da Sinopharm Entre a amostra recolhida, a grande maioria dos hospitalizados recorreu à vacina da Sinopharm, num total de 375 pessoas entre os 426 vacinados. As mortes de pessoas vacinadas com a Sinopharm foram 57, uma proporção de 15,2 por cento. Os vacinados com a Pfizer-BioNTech eram 39, tendo sido registadas 7 mortes, uma proporção de 17,9 por cento. Houve ainda 12 pessoas a recorrerem às duas vacinas, não tendo ocorrido qualquer óbito entre estes. Mais relevante, indicam os investigadores, foi o facto de o programa de vacinação ter sido completo antes do fim da política de zero casos de covid-19. As pessoas que levaram duas doses de qualquer uma das vacinas mostraram maior resistência. “Quando se comparou o estado da vacinação, foi observada uma diferença significativa nos resultados […] As chances de ocorrência de morte no grupo de pessoas com a vacinação incompleta foram duas vezes maiores do que no grupo de pessoas com a vacinação completa”, foi indicado. Entre as 64 mortes em vacinados, 52 (81,3 por cento) aconteceram em pessoas com a vacinação incompleta, enquanto 12 (18,8 por cento) ocorreram em infectados que tinham sido vacinados com pelo menos duas doses. O estudo tem como autores Xiao Zhan Zhang, Phyllis Wong Hio Hong, Yang Bo, Song Menghuan, Li Junjun e Carolina Ung Oi Lam, que pertencem a instituições como a Universidade de Macau, Hospital Kiang Wu e o Laboratório de Referência de Investigação de Medicina Chinesa.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDSF | Desmentido investimento de 40 mil milhões em empresa de Jason Ho Na semana passada voltou a circular o rumor que a empresa do filho de Ho Iat Seng teria recebido do Governo um investimento avultado para desenvolver plataformas no metaverso. As finanças vieram a público negar a informação A Direcção de Serviços de Finanças (DSF) negou o investimento de 40 mil milhões de patacas na empresa do filho de Ho Iat Seng, sem nunca referir a empresa ou o nome do filho do Chefe do Executivo. O desmentido foi feito na sexta-feira, através de uma resposta enviada ao Canal Chinês da Rádio Macau. “Em resposta às perguntas dos média, a Direcção de Serviços de Finanças declara que o Governo da RAEM nunca realizou o chamado investimento público de 40 mil milhões de patacas no metaverso”, pode ler-se na resposta. A DSF defende ainda que este tipo de despesa, a ser realizado pelo Governo, teria de constar no orçamento da RAEM, o que não acontece. “Todos os orçamentos e despesas têm de cumprir rigorosamente as leis do orçamento e estão sujeitas à supervisão da Assembleia Legislativa”, foi acrescentado. O rumor sobre a realização de um investimento de 40 mil milhões de patacas na empresa de Jason Ho Kin Tong para investir num projecto de metaverso não é novo, e terá começado a circular em 2022. Em plena pandemia, o conceito de metaverso entrou no discurso político do Governo e deputados, a reboque das alterações na empresa proprietária da rede social Facebook, que em Fevereiro desse ano adoptou a denominação Meta. No entanto, o rumor voltou a ganhar predominância online na semana passada, com as notícias da não recandidatura de Ho Iat Seng a Chefe do Executivo, e também da saída de Jason Ho Kin Tong do Conselho de Curadores do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT). Nas caixas de comentários de diferentes jornais, inclusive nos meios mais próximos do Governo, e ainda nos grupos de Facebook mais populares do território eram vários os utilizadores que ligavam as saídas ao facto de os dois terem ficado satisfeitos com o “investimento” de 40 mil milhões de patacas. Origem do número Segundo o jornal Cheng Pou, o rumor terá começado com as declarações de Ho Iat Seng, quando em Agosto de 2022, se deslocou à AL e mencionou terem sido feitos investimentos estatais por parte das autoridades do Interior na Ilha da Montanha. Os investimentos de 40 mil milhões teriam sido feitos em áreas como saúde ou novas tecnologias, como a produção em grande escala de semicondutores. Também nessa ocasião, Ho terá mencionado que havia projectos de metaverso a serem desenvolvidos em Hengqin, tendo o Chefe do Executivo expressado o desejo que os jovens de Macau pudessem “participar no desenvolvimento do país, através do metaverso”. O Cheng Pou indica igualmente que a partir dessa ocasião começam a circular rumores de um investimento de 40 mil milhões de patacas da RAEM em Hengqin, que no início não surgem ligados à empresa do filho do Chefe do Executivo. Todavia, em Setembro do ano passado, a ligação com a empresa do filho de Ho Iat Seng começou a ser feita.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGrupo Wai Hung | Investigação por fraude e falsificação enreda Rita Santos A Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong anunciou uma operação em Macau, pela Polícia Judiciária, relacionada com suspeitas de crimes. Rita Santos e o deputado Wu Chou Kit são directores independentes não-executivos do grupo. A conselheira afirma não estar envolvida nem ter sido contactada pelas autoridades O Grupo Wai Hung, cotado na Bolsa de Hong Kong e com representação em Macau, está a ser investigado pela Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong (ICAC, no acrónimo em inglês) por suspeitas de fraude e falsificação de documentos que se estendem a Macau. A investigação foi divulgada pela ICAC, e contou com uma operação simultânea da Polícia Judiciária (PJ) em Macau. No comunicado emitido na quarta-feira, o grupo não surge identificado. Contudo, a identidade foi revelada por vários órgãos de comunicação social de Hong Kong. Também desde segunda-feira, dia em que as rusgas terão começado, que a compra e venda de acções do Grupo Wai Hung está suspensa. No comunicado emitido na bolsa de Hong Kong a anunciar a suspensão da compra e venda de acções, o grupo prometia mais informações no futuro, sem mencionar a investigação. O Grupo Wai Hung tem ligações a Macau, onde terá sido responsável pelas renovações do interior de salas de junkets, lojas, restaurantes. Além disso, surgem identificados no portal do grupo como directores independentes não-executivos Rita Santos, presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas e presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), e Wu Chou Kit, deputado nomeado por Ho Iat Seng e presidente da Associação dos Engenheiros de Macau. Rita Santos, no relatório com os resultados de 2020, surge ainda identificada como presidente da comissão de auditoria da empresa. Também Wu Chou Kit é membro da comissão. “Vou processar o jornal que escreveu que eu estou envolvida nisto. Já estou a arranjar um advogado […] Não tem a ver com os administradores não executivos, hoje [ontem] é que tive conhecimento disso […]. Não estou envolvida”, afirmou Rita Santos, quando foi contactada pelo HM sobre a investigação ao grupo. “Não fui contactada”, esclareceu, quando questionada se tinha sido abordada pela PJ. Posteriormente, a conselheira enviou um comunicado ao HM reafirmar a sua posição: “Sou meramente uma dos três directores independentes não executivos da referida empresa cotada na bolsa de Hong Kong e só hoje [ontem] tive conhecimento das notícias de investigação pelas autoridades de Macau e de Hong Kong através da reunião on-line do Board Meeting. Não tenho nada a ver com esta investigação”. Por sua vez, Wu Chou Kit manteve-se incontactável durante o dia de ontem, com o telemóvel aparentemente desligado. Transacções fictícias Segundo a informação do ICAC, os dirigentes do grupo presidido por Li Kam Hung, terão alegadamente relatado “transacções fictícias” e “falsificado a contabilidade”, num valor aproximado de 120 milhões de dólares de Hong Kong. Os alegados crimes terão acontecido na RAEHK e em Macau. A operação denominada “demarcação” resultou em sete detenções em Hong Kong, entre os quais o presidente do grupo, assim como vários administradores, que não surgiram identificados. “A investigação revelou que alegadamente o presidente da companhia cotada em bolsa e outros indivíduos falsificaram registos comerciais e de contabilidade ligados às sucursais em Hong Kong e Macau, ao mesmo tempo que as contas a receber pela empresa, superiores a 113 milhões de patacas, foram reduzidas”, indicou o ICAC. “Alegadamente os envolvidos falsificaram documentos e os registos da contabilidade para esconderem a apropriação de mais de 9 milhões e dólares de Hong Kong em fundos do grupo”, foi acrescentado. Operação em Macau O comunicado do ICAC revela também que na quarta-feira, devido aos crimes investigados, a Polícia Judiciária foi para o terreno, dado que se suspeita que parte dos factos aconteceram em Macau. O ICAC sublinha que esta foi a primeira operação simultânea deste género entre as duas regiões administrativas especiais. “A operação conjunta demonstra totalmente a colaboração estreita e a determinação das agências das duas cidades na luta contra a corrupção transfronteiriça e outros crimes, para manter um ambiente de negócios limpo, justo e um funcionamento eficaz dos mercados financeiros”, afirmou Ricky Yau Shu-chun, vice-comissário do ICAC e chefe das operações, em comunicado. “O ICAC vai continuar a trabalhar com outras agências de aplicação da lei para combater a corrupção e outras actividades ilegais, e trazer os criminosos locais e transfronteiros à justiça”, frisou. O HM contactou a PJ para confirmar a operação revelada pelo ICAC, mas as autoridades de Macau após afirmarem não ter, “de momento”, qualquer informação para divulgar, enviaram ao fim do dia um comunicado às redacções (ver caixa). De acordo com o relatório e contas de 2020 do Grupo Wai Hung, o mais recente disponível do website, a empresa apresenta cinco sucursais com sede em Macau e mais duas empresas a operar na RAEM. As empresas com sede na RAEM são a Companhia de Construção New Wai Hung, Keng Chuan, WHHE (Macau), WHHDD e Yiu Kwong Decoration Engineering (Macau). As duas outras empresas com actividade declarada em Macau, e com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, são Splendor Haze Limited e Loyal Auspicious Limited. PS exige saída de Rita Santos caso se confirmem suspeitas A secção do Partido Socialista (PS) emitiu ontem uma nota sobre o caso que envolve Rita Santos, pedindo a suspensão do mandato como conselheira das Comunidades Portuguesas caso as suspeitas se confirmem. “A comunidade portuguesa residente em Macau foi surpreendida por notícias graves que envolvem a Conselheira para as Comunidades Portuguesas, alegadamente associando-a a investigações de combate a fraude financeira dirigidas pelas autoridades de Hong Kong e Macau. Aliás, a notícia menciona que a Conselheira é uma das principais visadas.” Na mesma nota, é referido que este Conselho “é um órgão de consulta do Presidente da República Portuguesa e do Governo português devendo, por isso, ser intocável na sua honorabilidade e deve manter-se alheio a qualquer suspeita. A confirmar-se [a suspeita], a Conselheira das Comunidades Portuguesas para a região da Ásia e Oceânia deve de imediato pedir a suspensão do seu mandato até que estejam concluídas as investigações”, conclui-se. PJ sem detenções A Polícia Judiciária (PJ) emitiu ontem uma nota onde refere, sobre o caso que envolve Rita Santos, que “já tinha aberto uma investigação sobre o caso”, tendo contactado “recentemente a Comissão Independente contra a Corrupção de Hong Kong e o Comité de Supervisão dos Valores Mobiliários e Futuros”. Posteriormente foi lançada a operação conjunta com o nome “Demarcação”, sendo que, até à data, ninguém foi detido nem “foram divulgadas mais informações”, é referido.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCE | Governo Central dá sinal de confiança a futura liderança Apesar de ainda não haver candidatos a Chefe do Executivo, nem se saber a constituição do próximo Governo, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado acredita que os escolhidos vão “continuar a escrever um capítulo colorido” O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado acredita que o futuro Governo e Chefe do Executivo vão “continuar a escrever um capítulo colorido da implementação do princípio um país, dois sistemas com características de Macau”. Foi esta a mensagem deixada pelo órgão do Governo Central responsável pelos assuntos da RAEM, após ter sido tornado público que Ho Iat Seng não se vai candidatar a um novo mandato. “Ao longo dos últimos 25 anos, sob a forte liderança do Governo Central e a forte liderança dos sucessivos Chefes do Executivo e dos sucessivos governos da RAEM, todos os sectores da sociedade de Macau trabalharam unidos e lançaram as bases sólidas para alcançar um melhor desenvolvimento”, foi indicado. “Acreditamos que o futuro Chefe do Executivo e Governo que estão prestes a nascer vão com certeza continuar a trabalhar arduamente e continuar a escrever um capítulo colorido da implementação de um princípio um país, dois sistemas com característica de Macau, e a dar maiores contributos para a concretização do sonho chinês do grande rejuvenescimento da nação chinesa!”, foi acrescentado. A mensagem foi publicada na conta de WeChat do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado com o título “Paz em Hong Kong e Macau”, tendo sido divulgada integralmente nos principais jornais em língua chinesa do território. Visita ao passado Em relação à RAEM, o artigo menciona ainda as palavras de Xi Jinping, quando afirmou que apesar de Macau ser um território pequeno pode alcançar grandes feitos, se tiver a “abordagem correcta”. “O presidente Xi Jinping indicou que apesar de Macau ser pequeno, enquanto mantiver a abordagem correcta, com boas políticas, boas capacidades e uma população unida, também pode alcançar grandes feitos”, é recordado. No texto de quarta-feira, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado indicou ainda vários aspectos que considerou terem contribuído para os 25 anos de sucesso em Macau no pós-transição. Entre estes, foram apontados “a insistência no correcto entendimento da relação entre o poder de governação compreensivo do Governo Central e o elevado grau de autonomia”, “a eficiente salvaguarda da ordem constitucional estabelecida pela Constituição e a Lei Básica”, os “esforços para melhorar a consciencialização sobre o nacionalismo e o espírito patriota”, assim como o desenvolvimento económico ou a construção da cidade como “um centro, uma base, uma plataforma” e um “centro mundial de turismo”.
João Santos Filipe PolíticaClínicas comunitárias | Ella Lei defende mais vagas de atendimento Com a época de pico da gripe esperada para o final do ano, a deputada quer mais consultas externas subsidiadas pelos serviços de saúde nas clínicas privadas. O objectivo passa por desviar os casos menos graves do hospital A deputada Ella Lei defende um aumento das parcerias entre os Serviços de Saúde (SS) e as clínicas comunitárias privadas, para responder à maior procura de cuidados médicos. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita divulgada ontem pelo gabinete da legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). A membro da Assembleia Legislativa confessa que nos últimos dois anos tem recebido cada vez mais queixas dos residentes devido à falta de vagas de atendimento nas clínicas comunitárias subsidiadas pelos SS ou nas clínicas pagas com dinheiros públicos. Ella Lei mostra-se preocupada, porque apesar da procura ser cada vez maior e acima da oferta de serviços, a tendência tem sido para os SS reduzirem o número de consultas ou de serviços disponíveis. “O número de vagas no programa de subsídio das clínicas é cada vez mais apertado”, afirmou a deputada. “Na realidade, a distribuição dos serviços de medicina ocidental prestados pelas clínicas diminuiu, o que tem afectado o acesso à saúde por parte de alguns residentes”, acrescentou. A deputada ligada à FAOM avisa também que a situação actual pode ter impacto durante o pico de gripe, esperado para o quatro trimestre do ano. “É uma situação mais preocupante porque as vagas nas clínicas comunitárias vão mostrar-se mais insuficientes, no quarto trimestre, quando se entrar no esperado pico de gripe”, sublinhou. Alargamento do subsídio Com o cenário traçado, a legisladora espera que as autoridades “revejam e actualizem” o número de vagas oferecidas para consultas externas subsidiadas pelas clínicas comunitárias. Para a deputada, os SS precisam de lidar com o facto de a população estar mais envelhecida o que exige uma diferente distribuição dos recursos existentes. Ella Lei destaca ainda a importância das clínicas comunitárias, por permitirem desviar do hospital públicos os casos mais simples, ao mesmo tempo que se agiliza a aposta num sistema de saúde preventivo. A parceria entre os Serviços de Saúde e as clínicas comunitárias privadas começou em 1980, com o objectivo de levar os serviços médicos a todas as zonas de Macau, principalmente ao nível das consultas externas, para os casos menos graves. Na interpelação, Ella Lei reconhece que um dos principais serviços disponibilizados passa pela prescrição de medicamentos, aquele que mais frequentemente tem as vagas esgotadas.
João Santos Filipe SociedadeExigida autorização a diplomatas em Hong Kong para deslocações a Macau O Governo Central enviou uma carta dirigida aos trabalhadores estrangeiros nos consulados com sede em Hong Kong a exigir que peçam autorização antes de se deslocarem a qualquer outro lugar da Grande Baía, incluindo Macau. A notícia foi avançada pelo Hong Kong Free Press (HKFP). De acordo com a carta das autoridades chineses citada, quando os trabalhadores dos consulados pretenderem deslocar-se de Hong Kong a Macau ou às outras cidades da Grande Baía têm de fazer um pedido de autorização, com 10 dias de antecedência. No pedido, feito através de carta, é esperado que seja detalhado o motivo das deslocações, o pessoal envolvido, os horários previstos, locais de passagem e os “departamentos” com os quais os representantes consulares se vão reunir. A publicação online contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Hong Kong, que não respondeu “aos múltiplos emails e chamadas telefónicas”. Segundo uma fonte anónima citada pelo HKFP, que trabalha num consulado de Hong Kong, actualmente, os trabalhadores dos consulados conseguem entrar na RAEM, ao utilizarem os passaportes diplomáticos ou os cartões para os trabalhadores dos consulados, emitidos pelas autoridades de Hong Kong. No entanto, a medida é vista como “uma preocupação”, porque muitos consulados com sede em Hong Kong servem igualmente a RAEM e em alguns casos Cantão. A existência de um pedido de autorização abre assim o risco das deslocações serem recusadas. Com o novo pedido, a actividade consular também pode ser afectada, explica a fonte citada pelo HKFP, porque há pessoas que “não se sentem confortáveis ao serem identificadas junto das autoridades chinesas”. Convenção e Viena Para justificar o pedido de autorização, a carta das autoridades centrais utiliza o artigo 6.º da Convenção sobre Relações Consulares, concluída em Viena em 24 de Abril de 1963. “Em circunstâncias especiais, um funcionário consular poderá, com o consentimento do Estado receptor, exercer as suas funções fora da sua área de jurisdição consular”, consta no artigo. A carta com a nova exigência também define que o pedido de autorização deve ser enviado, no caso de Macau, para o Gabinete do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros. No caso de Cantão, o pedido de autorização é feito junto do Gabinete para os Negócios Estrangeiros do Governo Popular de Cantão. Em Setembro do ano passado, o Gabinete do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Hong Kong também enviou cartas aos consulados para que entregassem uma lista com a identificação de todos os trabalhadores localmente contratados, incluindo os postos de trabalho e as moradas. De acordo com a fonte anónima ouvida pelo HKFP, “nem todos os consulados cumpriram com o pedido”, o que significa que não forneceram os dados dos trabalhadores localmente contratados.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFDCT | Filho de Ho Iat Seng sai de conselho de curadores Ao contrário de Ho, Karl Ma Chi Kong, sobrinho mais velho de Ma Man Kei, e Eric Ho King Fung, sobrinho do antigo Chefe do Executivo, Edmund Ho, viram os respectivos mandatos prolongados por mais dois anos Jason Ho Kin Tong vai deixar de ser membro do Conselho de Curadores do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) no final do mês, dado que o mandato não foi renovado pelo pai, Ho Iat Seng. Esta é uma opção contrária à que foi tomada para os curadores cujos mandatos também chegavam ao fim. Além da renovação não constar no Boletim Oficial, a saída foi igualmente confirmada ao HM pelo FDCT, tendo sido explicado que Jason Ho apresentou “motivos pessoais” para não continuar na instituição. A nomeação de Jason Ho para o FDCT pelo pai, em Setembro de 2022, causou polémica, dado que poderia estar em causa uma situação de impedimento como chegou a ser argumentado pelo deputado José Pereira Coutinho. O dirigente da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau chegou inclusive a comentar a nomeação de forma irónica. “Muitos Parabéns! Agora só falta nomear netos, sobrinhos, enteados, primos, amigos próximos, vizinhos, condutores, criados, jardineiros, etc.”, escreveu Coutinho, numa publicação nas redes sociais, em Setembro de 2022, tendo indicado que a nomeação contrariava o Código de Procedimento Administrativo. A ilegalidade da nomeação foi sempre recusada pelo FDCT. “O FDCT, tendo em consideração a competência do interessado, apresentou proposta ao presidente do Conselho de Curadores ao abrigo das disposições dos Estatutos do FDCT”, foi afirmado, nos esclarecimentos prestados em Setembro de 2022. “Relativamente à questão de a nomeação ser efectuada através de despacho do Chefe do Executivo, trata-se de uma forma de nomeação definida por lei, não havendo lugar a impedimento, assim sendo, os procedimentos de nomeação estão em conformidade com as leis e os regulamentos”, foi acrescentado. Clãs Ma e Ho continuam O despacho publicado ontem no Boletim Oficial confirma que as famílias Ma, ligada ao empresário Ma Man Kei, e Ho, do empresário Ho Yin, vão continuar representadas no FDCT. Karl Ma Chi Kong, sobrinho mais velho de Ma Man Kei, fundador do Grupo Pine Peak Capital, em Hong Kong, teve o mandato como curador do FDCT renovado. Eric Ho King Fung, sobrinho do antigo Chefe do Executivo, Edmund Ho e irmão de Kevin Ho, também viu o seu mandato renovado. Os novos mandatos prolongam-se durante dois anos. Os outros membros com mandatos renovados foram Fong Man Keng, Yuen Ka Veng e Tong Ka Lok. O conselho de curadores é presidido pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Neng, e tem como competências a garantia da manutenção dos fins do FDCT e definição das orientações gerais sobre o funcionamento e política de investimentos. O conselho aprecia ainda as propostas relativas ao relatório anual de actividades e contas anuais, assim como as propostas de orçamento privativo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEléctricos | Estudo sugere novos subsídios para incentivar compra O trabalho de três académicos da Universidade Politécnica de Macau (UPM) defende que os incentivos na compra de veículos eléctricos devem ser mais específicos e beneficiar quem adquire as viaturas menos poluentes O Governo devia lançar um novo subsídio para a aquisição de veículos eléctricos com maiores apoios para a compra de viaturas com maior eficiência energética, menos emissões ou para uso comercial. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado por Cai Rongjiang, Li Lue e Lei Wenchang, académicos da Universidade Politécnica de Macau (UPM), com o título “Estão os residentes dispostos a pagar por veículos eléctricos?”, publicado na revista World Electric Vehicle Journal. Actualmente, a compra de veículos eléctricos em Macau está isenta do Imposto sobre Veículos Motorizados. Os automóveis ligeiros, motociclos e ciclomotores eléctricos também não precisam de pagar o Imposto de Circulação Anual. No entanto, o estudo sugere que se fosse criado um modelo de subsídio com diferentes escalões e maiores benefícios para os veículos com maior eficiência energética e menos emissões, a redução do impacto ambiental dos veículos seria maior. Nas conclusões, sobre a disponibilidade para adquirir uma viatura eléctrica, é ainda indicado que nesta fase a criação de incentivos financeiros é “crucial para promover a adopção de veículos eléctricos”. Mais acesso As sugestões dos autores para aumentar o número de veículos eléctricos a circular em Macau passam também por investir em redes de carregamento nas “áreas mais densamente povoadas” e “nos grandes centros de infra-estruturas e transportes”. Em relação aos investimentos na rede de carregamentos no território, o estudo sugere a criação de mais parcerias com o sector privado para acelerar o processo de instalação, ao mesmo tempo que se reduzem os custos. De acordo com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, no final de 2023, havia cerca de 1200 postos de carregamento públicos para automóveis eléctricos ligeiros, disponíveis em auto-silos ou na via pública. Além disso, havia um total de 550 postos de carregamento para motociclos e ciclomotores. Até 2030, o Executivo definiu como meta a instalação de 4.000 postos de carregamento. Por último, é indicada a necessidade de promover mais activamente campanhas de consciencialização da população para os benefícios das viaturas eléctricas. Segundo as sugestões deixadas, as campanhas devem focar questões como “a redução das despesas com os veículos” ou o melhor “custo-benefício” e passar pela realização de mais test drivers.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAMCM | Alerta para riscos monetários e tensões geopolíticas No relatório anual de 2023, a AMCM identifica os principais riscos para a economia de Macau e reconhece que o sector de seguros está a atravessar dificuldades, face à competição de Hong Kong na venda de seguros a residentes do Interior da China A “incerteza das políticas monetárias internacionais” e o “agravamento constante das tensões geopolíticas” são os riscos que a economia e o sector bancário local enfrentam este ano. O aviso consta do relatório sobre o ano de 2023 publicado ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que regula o sector bancário local. “A incerteza das políticas monetárias internacionais juntamente com o agravamento constante das tensões geopolíticas constituem variáveis que afectam o desenvolvimento futuro da economia e do sector financeiro de Macau”, pode ler-se no documento publicado ontem. Neste sentido, o regulador pede aos bancos que aproveitem “activamente a recuperação económica e as oportunidades de desenvolvimento”, mas que também permaneçam “vigilantes quanto aos potenciais riscos do mercado financeiro”. A AMCM recomenda ainda o reforço da “flexibilidade das estratégias de gestão operacional” para “responder, de forma eficaz, às mudanças do mercado”. A AMCM promete também “empenhar-se na elevação da eficácia de supervisão e de prevenção de riscos financeiros” para garantir “o desenvolvimento estável e contínuo do mercado financeiro”. Sobre o ano em vigor, o organismo prevê que “Macau possa consolidar ainda mais as bases da recuperação económica” e a criação de “novas oportunidades para o desenvolvimento económico e financeiro de Macau, através da implementação da estratégia do desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, promovida pelo Governo. Menor compra de seguros Numa altura em que o Governo se esforça para diversificar a economia além do jogo, a AMCM reconhece que 2023 foi um ano marcado por dificuldades acrescidas para as seguradoras locais, que estão a perder força no mercado do Interior da China para Hong Kong. “Com o retorno à normalidade da passagem fronteiriça entre o Interior da China e Hong Kong, uma parte dos residentes do Interior da China optou por subscrever um seguro de vida em Hong Kong, sendo que, a par da incerteza do ambiente económico externo, o sector segurador de Macau enfrentou muitos desafios, o que se reflecte em pressão sobre o crescimento dos negócios e a rentabilidade das seguradoras de Macau em 2023”, é reconhecido. Como soluções para o abrandamento da venda de seguros, a AMCM aponta como caminhos para o futuro a “inovação” nos produtos oferecidos e a criação de parcerias na área da saúde, com o Hospital das Ilhas. “Tendo em conta o eventual abrandamento na aquisição de seguros em Macau por parte de residentes do Interior da China […] a AMCM irá incentivar o sector segurador a procurar maiores inovações nas suas actividades e a construir relações cooperativas com o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital, de forma a aproveitar as oportunidades decorrentes dos esforços do Governo da RAEM, no que diz respeito ao desenvolvimento da indústria de big health, e de forma a incentivar os visitantes a comprar produtos de seguros em Macau”, foi indicado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCECE | Segurança e patriotismo prioridades para votantes Alguns dos deputados de Macau à APN que integram a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) entregaram ontem as declarações de honra, e defenderam o patriotismo e a segurança nacional como questões prioritárias para o futuro líder do Governo O presidente da Assembleia Legislativa (AL) considera que a salvaguarda da segurança nacional deve ser uma prioridade para o próximo Chefe do Executivo e espera que o novo Governo apresente uma nova imagem. As declarações de Kou Hoi In foram prestadas ontem, enquanto membro da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), na condição deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN). Após entregar a declaração com o juramento da tomada de posse como membro da CECE, Kou Hoi In afirmou que o futuro Chefe do Executivo deve ter como prioridade “defender de forma firme a segurança nacional”. O presidente da AL deixou ainda a esperança de que o futuro Governo possa “apresentar uma nova imagem”. Citado pelo jornal Ou Mun, Kou afirmou igualmente esperar que o futuro líder da RAEM se comprometa com “a promoção do desenvolvimento estável da sociedade de Macau”, com a política “um centro, uma plataforma, uma base”, na qual Macau serve como ligação da China com o Mundo, e com a diversificação da economia. Por sua vez, o também deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional e influente empresário Lao Ngai Leong considerou que o futuro líder do Governo tem de jurar lealdade à RAEM e Lei Básica, garantindo o respeito pelo “princípio Macau governada por patriotas”. Após entregar o juramento, Lao destacou também que o Chefe do Executivo tem de continuar a promover a reforma administrativa e aumentar e eficiência, ao mesmo tempo que promove a diversificação da economia. Sobre o perfil indicado, o empresário considerou que o futuro representante da RAEM deve ter a “capacidade política e integridade” para “fazer um uso completo de todas a políticas oferecidas a Macau pelo Governo Central”. Ajudar a população Outro dos deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional que apresentou ontem a declaração de honra com o juramento de fidelidade à RAEM, foi José Chui Sai Peng. Segundo o jornal Ou Mun, Chui começou por destacar a necessidade de o futuro líder do Governo apoiar a população a enfrentar as adversidades e a implementar o “princípio Macau governada por patriotas”, para garantir que os residentes podem “servir melhor o pais e Macau” e promover a integração no país. José Chui Sai Peng afirmou ainda representar “diferentes vozes na sociedade” e esperar encorajar a que todos apoiem o Chefe do Executivo para que este possa fazer um melhor trabalho e elevar o bem-estar da população para um novo nível.
João Santos Filipe PolíticaRita Santos acusa cônsul de Portugal de ter “agenda própria” A presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas, Rita Santos, acusou ontem o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, de ter uma agenda próprio e de não ouvir as opiniões dos conselheiros. A crítica foi deixada numa publicação no Facebook, em reacção ao facto de o consulado ter retomado os atendimentos prioritário sem marcação. “Desde o estabelecimento da RAEM que sempre houve um excelente diálogo com os representantes máximos do Consulado Geral de Portugal em Macau sendo de referir as múltiplas reuniões de trabalho onde eram transmitidas as principais preocupações dos nossos conterrâneos, bem como o apoio prestado na divulgação quanto aos serviços consulares”, começou por escrever Rita Santos. “Infelizmente, o actual cônsul-geral tem uma agenda própria e continua a não querer auscultar as opiniões dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas”, acrescentou. A conselheira não indica o que entende como “agenda própria” de Alexandre Leitão. Várias críticas Sobre as opiniões que considera ignoradas, Rita Santos indica que o consulado não disponibilizou “um canal especial” para o recenseamento eleitoral, ao contrário do que tinha sugerido o Conselho das Comunidades Portuguesas. “Infelizmente, o Sr. cônsul não atendeu o nosso pedido e o consulado facultou um e-mail errado para que não se pudesse fazer a marcação”, atirou a conselheira. Rita Santos acusa também o consulado de não explicar como irá resolver o eventual esgotamento de vagas diárias para atendimentos sem marcação, se ficarem pessoas por atender. As críticas são feitas a dias da visita a Macau de José Cesário, secretário de Estados das Comunidades de Portugal, que vai estar no território entre 27 e 29 de Agosto. Nas eleições de Março, Rita Santos foi alvo de uma queixa, remetida para o Ministério Público, tendo sido acusada de fazer campanha pelo Partido Social-Democrata, a que José Cesário pertence. A conselheira das comunidades portuguesas criticou ainda o consulado por não emitir visto para chineses e não portugueses de Macau que pretendem estudar em Portugal. Segundo a conselheira, existem pedidos sem resposta há mais de dois meses. Importa recordar que os portadores de passaporte da RAEM podem entrar e permanecer em Portugal durante 90 dias sem necessidade de visto.