Rádio-Táxis | Empresa de David Chow foi a única a ser aceite a concurso

Uma nova empresa detida pelo empresário David Chow ficará a cargo de cem rádio-táxis por oito anos. A decisão oficial ainda não foi anunciada, mas a Lai Ou foi a única das três candidatas a ser aceite

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma empresa de David Chow deverá ser a próxima companhia a operar cem rádio-táxis no território. A Lai Ou Serviços de Táxi, S.A. foi a única empresa a ser aceite no concurso público para a atribuição das licenças especiais para a operação destes veículos, depois das outras duas concorrentes terem chumbado por não cumprirem regras do concurso. A Lai Ou tem como presidente David Chow, empresário detentor da Macau Legend, que tem a Doca dos Pescadores.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) realizou ontem o acto público de abertura das propostas, que vai valer a emissão de cem licenças de táxi por chamada para oito anos de operação. Dentro das três propostas apresentadas, só a proposta da Lai Ou foi admitida e David Chow já se prepara para a entrada em funcionamento, ainda que o Executivo não tenha anunciado a decisão oficial.
“Vamos investir 70 milhões de patacas [em infra-estruturas] e mais 30 milhões em carros. Os veículos que vamos usar vão ser de boas marcas, já temos 30 Mercedes”, disse o empresário ao canal chinês da Rádio Macau.

Taxas pensadas

Só “no segundo ou terceiro trimestres” é que se deverá saber a decisão do Governo, mas a empresa já tem ideias fixas sobre as taxas que quer cobrar aos passageiros. “A empresa sugere uma taxa de chamada e uma taxa de hora marcada de 15 patacas cada, bem como uma taxa de ausência de cinco patacas”, explica um comunicado da DSAT.
O contrato para os rádio-táxis vai ter determinadas exigências, como a obrigação de serem providenciados ao público cinco carros adaptados para deficientes e táxis de grande porte. Mas não só. “Além de disponibilizar a marcação de serviços de táxi por telefone, através da página electrónica e de aplicações de telemóvel, deve-se explorar outras formas de marcação de táxis conforme o desenvolvimento social, a fim de possibilitar também a utilização do serviço por parte de pessoas com carências”, explica a DSAT.
Em contrapartida, o concessionário pode requerer ao Governo o pagamento de metade do preço destes veículos e pode ainda cobrar ao passageiro taxas diferentes das dos táxis normais – os pretos. Isto devido ao funcionamento ser apenas permitido por chamada, não podendo estes táxis apanhar passageiros nas ruas ou estar parados nas praças de táxi.
As exigências do Governo e a falta de autorização para cobranças de taxas especiais levaram a Vang Iek – anterior empresa responsável por estes táxis – a desistir do funcionamento, alegando falta de condições para tal. O ex-director geral da empresa, Sin Ma Lio, disse mesmo à rádio chinesa que “não entende porque é que o Governo nunca permitiu a cobrança destas taxas anteriormente”, quando a Vang Iek estava em funcionamento. A empresa – que não se candidatou a este concurso e não quis explicar a razão – pediu diversas vezes ao Executivo que autorizasse esta cobrança.
O concurso público para a atribuição destas licenças deveria ter terminado no mês passado, mas a DSAT adiou a data de entrega até ontem, na sequência de algumas alterações ao processo. Ainda assim, as duas outras empresas que concorreram contra a Lei Ou não tiveram hipótese no concurso, por não cumprirem regras.
No caso da Companhia de Serviços de Rádio Táxi de Macau, a proposta foi rejeitada porque colocou os preços das taxas a aplicar no documento de apresentação, algo que não era permitido porque estes valores só poderiam aparecer nas propostas, que são secretas. Esta empresa reclamou da decisão, mas a comissão responsável pelo concurso, cujo presidente é o vice-director da DSAT, Chiang Ngoc Vai,  não aceitou a justificação.
As candidatas podem também interpor recurso dentro de dez dias úteis, mas a segunda empresa a ser rejeitada – a Companhia de Serviços de Táxis Taxi Go – não o vai fazer. Esta errou pelo facto de não ter assinado nem carimbado todas as páginas do plano de operação e gestão dos serviços, bem como o currículo do pessoal de gestão da sociedade. O responsável pela empresa, Billy Choi, afirmou que não vai recorrer da decisão.  
Com a conclusão do acto público, a Comissão tem agora de avaliar a proposta da Lei Ou conforme o plano de operação de gestão e de serviços, sendo que a ideia é que os táxis especiais consigam entrar em funcionamento no próximo ano. A DSAT afirmou que, pelo menos 50 rádio-taxis, devem começar a circular em 2017, incluindo cinco acessíveis a deficientes.
Chang Cheong Hin, chefe da Divisão da Gestão de Transportes da DSAT, acredita que o novo modelo de operação vai fazer os cidadãos de Macau “mudar a percepção que têm dos táxis” actualmente, já que este inclui possibilidade de chamada e reserva de serviços através da internet ou de aplicações móveis. Tal e qual como a Uber.
“Este é um avanço no actual serviço de táxis, acredito que a qualidade vai alterar a percepção dos cidadãos”, frisou o responsável, escusando-se a comentar se a Uber poderia afectar o funcionamento destes táxis.

É preciso mais taxistas

O Centro de Política de Sabedoria Colectiva sugere que o Governo impulsione mais condutores a trabalhar como taxistas. Isto porque existem cerca de 14 mil pessoas com carteiras profissionais de táxi, mas apenas mil têm realmente profissão como taxistas. Ao Jornal Ou Mun, um membro do grupo, Choi Seng Hon, disse ser viável aproveitar o concurso público para estudar como atrair mais condutores com carteiras profissionais a integrar o sector, tanto a tempo parcial como inteiro. Nem que para isso seja necessário, diz, fornecer benefícios fiscais aos taxistas. 

14 Jan 2016

Hotel Estoril | Ng Kuok Cheong quer avaliação de valor patrimonial

Ng Kuok Cheong critica o Governo por não ter avaliado patrimonialmente o hotel Estoril e diz mesmo que o recente inquérito que vai de encontro às ideias do Governo para o edifício é tendencioso

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]resultado do inquérito sobre a reconstrução do antigo Hotel Estoril e da piscina, publicado pelo Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, indica que a maioria dos residentes concordam com a transformação do edifício. No entanto, o deputado Ng Kuok Cheong espera que o Governo não adie mais o início do processo de avaliação ao valor patrimonial do espaço, sendo que a petição para tal já foi entregue – por uma associação – há vários meses.
Os dados recolhidos mostram que 72,8% dos membros de associações e organizações locais respondeu que “não há necessidade” de preservar o espaço, sem opinar quanto ao destino exacto.
Para Ng Kuok Cheong, o Governo tem uma “intenção clara” de reconstruir o Hotel Estoril e a piscina para mostrar um “bom desempenho” do próprio Governo.  No entanto, o deputado defende que fazer um inquérito e começar uma avaliação ao eventual valor patrimonial do edifício “são duas coisas diferentes”.

Depois de classificar

“O inquérito não foi feito em relação ao valor artístico do edifício, mostra apenas que as opiniões para manter o espaço são poucas. Isto é a verdade que o Governo quer mostrar ao público. Não me parece justo, pois parece que o Governo tem uma grande vontade de demolir o antigo hotel e a piscina”, indicou. 
Ng Kuok Cheong indicou ainda que apesar das opiniões mostrarem que a população não quer manter o espaço, não é o mesmo que dizer que o espaço não deva ser classificado como património.
“O inquérito não inclui o significado histórico, ambiental e o design do edifício. Alguns residentes já entregaram uma petição para se iniciar uma avaliação ao valor do património. Acho que o Governo deve acelerar o processo. Caso seja para demolir o edifício, deve ser feito depois do mesmo ser avaliado”, reforçou. A Associação de urbanistas Macau Root Planning lançou a petição em causa em Setembro do ano passado.
Também a Associação Novo Macau (ANM) duvida dos critérios usados no inquérito que o Governo pediu à empresa e-research & solutions para fazer. “O Governo realizou a consulta pública e a recolha de opiniões de forma independente, mas desta vez gastou 600 mil patacas para pedir o mesmo a uma empresa. É importante referir que a empresa em causa já esteve envolvida num escândalo relativamente a um inquérito feito para a Lei da Imprensa. A empresa chegou a ser acusada de tendenciosa”, pode ler-se num comunicado enviado à imprensa, pela ANM.

Números claros

Em esclarecimento aos dados fornecidos no inquérito, a empresa responsável, feito via telefónica, clarificou que a expressão “não tem opinião”, que levou os meios de comunicação a indicar que 80% dos inquiridos não tinha de facto opinião relativamente ao futuro do Hotel, queria apenas dizer que os inquiridos já não tinham mais opiniões a acrescentar. “A pergunta em causa é colocada apenas depois de 14 perguntas, o que quer dizer que 81,5% da população disse que já não tem mais opinião ou algo especial a acrescentar sobre a demolição e reconstrução do antigo Hotel Estoril e da Piscina Municipal Estoril. Se os residentes tiverem opinião, no questionário havia um outro conjunto de questões para saber as suas opiniões sobre as formas de disposição do edifício”, apontou a empresa, num comunicado enviado pelo Gabinete de Alexis Tam. O mesmo comunicado indica ainda que a maioria dos residentes que escolheu a opção “não tem opinião” manifestou o seu apoio à reconstrução. “A fim de evitar que a sociedade entenda que 80% da população assumiu uma posição neutra ou contra a reconstrução, a equipa de investigação reitera que, segundo os resultados das análises cruzadas, divulgados na conferência de imprensa, de entre a população que manifestou “não ter opinião”, 70,4% expressou o seu apoio à reconstrução”, rematou.

14 Jan 2016

Pacha abre oficialmente com Djs convidados

A discoteca Pacha, no Studio City, abre as portas oficialmente no próximo dia 15. Durante dois dias, Djs convidados vão dar música aos presentes, com Sebastian Gamboa, DJ residente do Pacha Ibiza, a estrear-se em Macau na noite de sexta-feira.
“Alicerçado no nome do melhor clube nocturno do mundo com as melhores performances internacionais, planeámos o Pacha Macau no Studio City para ser uma das experiências mais incríveis de entretenimento que a cidade tem para oferecer”, explicou o presidente e CEO do Pacha nova-iorquino, Eddie Dean.
No sábado, está prometida a presença de Erick Morillo. O DJ espano-americano de reconhecimento mundial apresenta-se com os seus hits mais conhecidos frente à plateia do Pacha. Erick Morillo é conhecido pelo hit internacional “I Like to Move It”, de 1993, e pela discográfica Strictly Rythm. O DJ já foi premiado com uma série de galardões, incluindo de Melhor DJ da Casa três vezes em 1998, em 2001 e 2003. O de Melhor DJ Internacional foi em 2002, 2006 e 2009.

14 Jan 2016

Lei Sindical | Kwan Tsui Hang conta com metade do apoio do hemiciclo e alerta

A deputada mostra-se “mais ou menos” confiante na aprovação da “sua” Lei Sindical, que diz ser necessária a Macau. Kwan Tsui Hang sabe que alguns deputados não a vão apoiar e assegura que o Governo não se vai chegar à frente com um diploma previsto na Lei Básica

Porque decidiram apresentar agora o projecto da Lei Sindical?
A lei já foi apresentada muitas vezes, inclusivamente pelo deputado José Pereira Coutinho que a apresentou durante vários anos, mas nunca conseguiu que fosse aprovada. Agora vamo-nos esforçar ao máximo para conseguir que seja aprovada.

Quais as principais diferenças entre este projecto e os anteriores apresentados por Pereira Coutinho?
Não fizemos uma comparação entre os projectos de lei, apenas nos conteúdos que achamos ser necessários. De uma forma geral, os pormenores são iguais, mas não comparamos as diferenças de cada cláusula.

Mas há referências a qualquer um dos projectos já apresentados?
Fizemos uma referência ao conteúdo do projecto da Lei Sindical que apresentei em 2006 ou 2007.

Quais as cláusulas que foram alteradas ou melhoradas?
É difícil dizer. Com base no ângulo dos três deputados, no actual projecto de lei foi adicionado algum conteúdo que não estava incluído, tendo sido também alterada a forma como foi escrito o próprio diploma.

Acredita que desta vez os deputados vão votar a favor?
Metade, metade. Não tenho muita certeza, mas estamos a tentar ganhar apoio. Mas alguns já mostraram que não vão votar a favor.

Portanto já contactaram alguns deputados.
Uma parte. Contactámos sobretudo aqueles que consideramos que poderão apoiar [o projecto de lei].

Contactaram os deputados nomeados?
Alguns sim. De facto, já obtivemos as opiniões de alguns deputados nomeados, mas não podemos avançar agora quais são.

Considera que os deputados vão apoiar mais este projecto de lei?

É difícil dizer. Tudo depende da vontade de cada um, não depende do tipo de deputados (se são directos, indirectos ou nomeados).

Mas pensa que a área que os deputados representam pode ter influência? Por exemplo, os deputados da área comercial podem votar contra?
Sim. Existe uma preocupação em relação aos deputados que são empresários. Nós também os contactámos, mas não podemos deixar de apresentar um projecto de lei só porque vai contra os seus interesses.

Os deputados que o HM contactou afirmaram ainda estar a analisar o diploma, que será votado a 20 de Janeiro. Acha que podem votar contra com o argumento de que não tiveram tempo para analisar a lei?
Quanto a esta questão só podemos respeitar a decisão dos outros deputados. Para mim, a votação do projecto de lei no plenário é apenas a primeira fase, depois o conteúdo é aberto. Se for aprovado, a Comissão Permanente [que o analisar na especialidade] vai depois debater os pormenores do projecto. Essa não é a principal questão, mas sim o facto de Macau precisar de uma Lei Sindical. Sendo algo previsto na Lei Básica e tendo assinado as convenções internacionais, Macau precisa desta lei, sobretudo para os trabalhadores terem a liberdade de participar em sindicatos. Também os sindicatos devem estar devidamente regulamentados e não continuarem a ser apenas associações. A natureza é diferente.

Se este projecto de lei for reprovado, acredita que o Governo irá apresentar outro?
Creio que o Governo não vai apresentar num futuro próximo, porque o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) ainda não discutiu sobre esse assunto, apesar dos constantes pedidos dos representantes dos trabalhadores.

Os deputados poderão votar a favor só quando o Governo apresentar o seu projecto de lei?
Não adivinho isso.

O vosso projecto de Lei Sindical também engloba os Trabalhadores Não Residentes (TNR). Os TNR são fundamentais para a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME)?
Os TNR não suportam apenas as PME, mas as grandes empresas também estão a recrutar muitos TNR. Em Macau existem quase 180 mil TNR, o que ocupa uma grande parte da mão-de-obra. Assim os TNR devem estar abrangidos no âmbito da Lei Sindical, bem como os seus direitos.

Mas a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tem criticado a importação de TNR.
As duas coisas não podem ser faladas juntas. A importação de TNR deve estar de acordo com as necessidades da sociedade. Não contrariamos isso, mas apenas os abusos que acontecem nessa contratação.

13 Jan 2016

Lei Sindical é votada no dia 20

A Assembleia Legislativa (AL) vai votar, na generalidade, o projecto da
Lei Sindical no dia 20 de Janeiro, quarta-feira da próxima semana. Depois de chumbado seis vezes quando apresentado por José Pereira Coutinho, o projecto segue agora para uma nova votação assinada pelos deputados Kwan Tsui Hang, Ella Lei e Lam Heong Sang, vice-presidente da AL. No mesmo dia será ainda apresentada, discutida e votada na generalidade a proposta de alteração à Lei das Drogas, assim como o projecto de lei de alterações ao Código Penal apresentado pelos deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San. Será ainda apreciado o parecer da 3.ª Comissão Permanente relativo ao Relatório sobre a Execução do Orçamento de 2014 e votado o projecto de resolução para os efeitos do artigo 154.º do Regimento da AL.

13 Jan 2016

Música | Jovem de Macau lança hoje segundo álbum de originais

Toca bateria, teclas e guitarra e faz dos sintetizadores o seu brinquedo. Achun, nascido e criado em Macau, lança hoje “Hallucination”

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Achun e nasceu e cresceu em Macau. Foi também aqui que criou todas as músicas que fazem parte de “Hallucination”, o segundo álbum na sua carreira e que é agora dado a conhecer ao público. A data não foi escolhida ao acaso: Achun celebra hoje 32 anos e quis, com este CD, dar um “presente a si próprio”.
O disco inclui sete músicas, todas elas instrumentais, e compostas por Achun. A electrónica é o seu estilo, mas o músico – independente – explica que, por detrás do que faz, há muito trabalho.
“As pessoas pensam que eu sou um DJ, mas não. A verdade é que eu toco diversos sintetizadores e instrumentos, como bateria, guitarra e teclas”, explica ao HM, acrescentando que não se fica por aqui.

No início era os anos 80

Quando começou, há quatro anos, Achun enveredou por estilos mais relacionados com os anos 80. Como exemplo para ilustrar a sua explicação, o jovem diz-nos que começou por fazer sons semelhantes aos do jogo “SuperMario”. Ultimamente tenho criado algumas músicas mais asiáticas e de etnias diferentes, com instrumentos especiais como carimba e maracas. Quero criar músicas que misturam o estilo asiático e electrónico”, diz-nos.
Apesar de fazer tudo do zero sozinho, Achun assume que também pensa na sua audiência, especialmente quando tem concertos: o estilo pode ser mais “suave, mais vibrante, mais pesadão”. achun
Estudante do curso de Desenho do Instituto Politécnico de Macau, Achun acabou por não terminar a licenciatura. Ao mesmo tempo que estudava, trabalhava numa empresa de desenho. O facto de considerar que o conteúdo do curso não era tão interessante ajudou a que o jovem optasse pela sua paixão: a música.
“Comecei a minha carreira musical há quatro anos. A música sempre me interessou, sempre tive uma grande paixão por música e, nos três anos anteriores, sempre pensei em tornar-me músico a tempo inteiro. Só não me despedi do trabalho porque precisava de ganhar o meu pão.”
Achun publicou o seu primeiro álbum – “On The Other Side” – em 2012, tendo feito o seu primeiro concerto par ao lançamento do disco em Xangai. Foi aqui que a sua carreira deu um passo em frente.
“Conheci um italiano que era dono de uma editora em Bolonha. Combinamos lançar algumas músicas na internet e foi isso que fizemos com obras como ‘City Vibes’ e ‘The Gloaming Time’. Depois desta cooperação, fui contratado por uma empresa de Hong Kong.”
Achun passou, então, a viver e trabalhar na região vizinha. Voltou a Macau para criar mais música, mas a verdade é que o bichinho da RAEHK ficou para sempre consigo.
“Embora tenha tido concertos já em Xangai, Taiwan e Hong Kong, bem como em Macau, a maioria dos meus shows é na RAEHK. Macau não é muito conhecido nos países estrangeiros e, como morei e trabalhei lá, digo aos estrangeiros que sou de Hong Kong. Mas não me esqueço que nasci e cresci em Macau. Se for mais conhecido mundialmente, no futuro, vou dizer aos meus fãs que sou de Macau. E vou falar desta terra, caso eles não saibam onde fica”, conta-nos sorridente.

O mercado local

A dificuldade de fazer música em Macau é algo apontado pelo músico, que caracteriza a indústria musical local como um “papel branco”. Faltam recursos humanos e espaços, diz, mas também uma verdadeira paixão por música da parte do público.
“O território é pequeno, não há muito potencial para música aqui e os residentes não dão muita atenção à música. Por isso é que me concentrei mais no mercado internacional.”
Ainda assim, Achun não desiste do que gosta de fazer. Prova disso é este novo álbum, que é publicado de forma independente através da sua própria empresa – a “The Future Perfect”. Desde a criação da música, à gravação do disco e à promoção tudo é, então, feito por Achun.
O artista diz-nos ainda que todas as capas dos seus álbuns são desenhadas por si. A capa de “Hallucination” é inspirada em ficção científica, uma das suas outras paixões. O álbum vai ser lançado digitalmente, para já, e só depois em formato físico. As músicas de Achun podem ser ouvidas em plataformas como iTunes, Amazon e KKbox.

13 Jan 2016

Três propostas para rádio-táxis

O Governo recebeu três propostas de empresas para a exploração das licenças especiais de rádio-táxis. A informação foi avançada pela Rádio Macau em língua chinesa, depois do fim do período de entrega de propostas, ontem. Com estas licenças, o Governo quer colocar mais cem táxis na rua, os quais vão circular por um período de oito anos em sistema de chamada telefónica.

13 Jan 2016

Intoxicação leva quatro pessoas ao hospital

[dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uatro pessoas precisaram de assistência médica depois de terem sofrido uma intoxicação decorrente da inalação de Sulfureto de Hidrogénio. Duas delas ficaram mesmo internadas. A situação foi comunicada aos Serviços de Saúde após quatro funcionários do Supermercado San Miu, da Avenida Olímpica da Taipa, terem sido transportados para o Centro Hospitalar Conde de São Januário e para o Hospital Kiang Wu. Um dos funcionários, do sexo masculino ficou ferido na cabeça devido a uma queda decorrente de um desmaio. “Os relatos dos funcionários que foram observados referem que, antes de sentirem tonturas, falta de respiração e em três casos desmaios sentiram um intenso cheiro, decorrente das operações de desentupimento de canos que causaram uma inundação de água no estabelecimento.”
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, no local, “a concentração de sulfureto de hidrogénio era excessiva e a mesma pode estar relacionada com a libertação de gases tóxicos das operações de limpeza das canalizações”. As manifestações clínicas dos pacientes coincidem com os sintomas comuns de intoxicação por sulfureto de hidrogénio, refere um comunicado, mas a causa exacta está ainda a ser investigada.
O sulfureto de hidrogénio está habitualmente presente no petróleo bruto, gás natural, gases vulcânicos e em fontes termais. Os baixos níveis de concentração deste gás não provocam sintomas, mas a existência de um aumento da concentração pode provocar irritação dos olhos e vias respiratórias, tontura, dor de cabeça e sonolência. Os níveis elevados podem causar coma, paragem respiratória e até mesmo a morte. O sulfureto de hidrogénio tem um odor forte, pungente e semelhante ao odor de ovos podres, mas quando a sua concentração é muito alta, “as pessoas podem não o detectar devido a fadiga olfactiva”.
Os SS alertam os cidadãos para limpar os locais onde possa existir uma grande quantidade de gases, tais como esgotos.

12 Jan 2016

Assistentes Sociais | Regime de Credenciação entregue este ano à AL

Era para ser o ano passado, mas deverá ser este. Alexis Tam disse que o Regime de Credenciação de Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social vai ser entregue ao hemiciclo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Regime de Credenciação de Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social vai ser entregue à Assembleia Legislativa (AL) este ano. Isso mesmo foi anunciado pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.
Numa sessão de conversa entre o Secretário e jovens de Macau, no domingo passado, Alexis Tam foi questionado sobre o sistema de credenciação para os assistentes sociais, que será implementado com a entrada em vigor deste Regime. A consulta pública sobre o novo regime já foi concluída em Fevereiro do ano passado, mas até agora a proposta de lei ainda não foi apresentada.
Alexis Tam admitiu que concorda com a importância da credenciação para o exercício de funções destes profissionais e disse mesmo que está tudo bem encaminhado, sendo que se prevê que a proposta possa dar entrada no hemiciclo ainda este ano.
O Governo chegou a comprometer-se com a entrega da lei no segundo semestre do ano passado, no relatório final sobre a consulta pública. Depois de uma análise das opiniões da população e do sector, o Instituto de Acção Social (IAS) decidiu levar avante algumas alterações, entre as quais aumentar o número de membros do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais de nove para 11 elementos. O Conselho vai também poder ser eleito, ainda que não agora, depois de ter suscitado alguma polémica entre os profissionais do sector, que se queixavam do facto do grupo ser composto maioritariamente por pessoal da Administração.
A realização de um exame de avaliação profissional, tema que despertou bastante interesse por parte da sociedade e do próprio sector, irá continuar contemplada na proposta de lei. A integração dos assistentes sociais da Função Pública no Regime de Credenciação de Assistentes Sociais foi outro dos pontos mais polémicos, com o relatório final a mostrar que de 41,2% das respostas defendem a inclusão destes no regime, para não haver discriminação entre os profissionais.

12 Jan 2016

Camaleão excelentíssimo

Ambíguo, heteronímico, multifacetado, David Bowie foi a figura da cultura pop que melhor interpretou a segunda metade do século XX

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]avid Bowie, que morreu no domingo, aos 69 anos, conjugou magistralmente talento, ‘gancho’ comercial e ambiguidade, tornando-se num dos músicos mais influentes de sempre, com um estilo ímpar que nunca deixou de reinventar. Provocador, enigmático e inovador, construiu uma das carreiras mais veneradas e imitadas da indústria do espectáculo, que o colocou no pedestal das lendas da música.

Nascido David Robert Jones, a 8 de Janeiro de 1947, no seio de uma família modesta de Brixton, um bairro popular do sul de Londres, a lenda do rock viu o primeiro sucesso chegar em 1969, com “Space Oddity”, uma música que se tornou mítica sobre a história de Major Tom, um astronauta que se perde no espaço.

Nessa altura, já tinha operado a primeira de muitas reinvenções, ao “batizar-se” David Bowie quatro anos antes, para evitar confusões com Davy Jones, vocalista dos The Monkees, banda rival dos Beatles.

Os anos 1970 viram-no dominar o panorama musical britânico e conquistar os Estados Unidos da América com uma série de álbuns de sucesso.

david_bowie_hd_wallpaper-1600x1200Bowie, que estudou budismo e mímica, traçou o caminho para vingar como uma das figuras de maior relevância durante mais de cinco décadas. Multifacetado, também foi actor, produtor discográfico e venerado como ícone de moda pela tendência para provocar por via da indumentária.

Autor de álbuns aclamados como “Heroes” (1977), “Lodger” (1979) e “Scary Monsters” (1980), o artista, radicado em Nova Iorque há anos, chegou ao topo da indústria a 06 de junho de 1972 com “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spider From Mars”.

Este disco, em que relata a inverosímil história da personagem Ziggy Stardust, um extraterrestre bissexual e andrógino transformado em estrela de rock, reuniu duas das obsessões do cantor: o teatro japonês kabuki e a ficção científica. Contudo, essa excêntrica personagem foi apenas uma das muitas personalidades que adotou ao longo da carreira, como os outros “alter egos” da sua produção criativa: Aladdin Sane ou Duque Branco.

Em 1975, chegou o primeiro êxito nos Estados Unidos, com o ‘single’ “Fame”, que co-escreveu com John Lennon, e também graças ao disco “Young Americans”. Mais tarde, em 1977, chegou o minimalista “Low”, a primeira de três colaborações com Brian Eno, conhecidas como a “Trilogia de Berlim”, que entraram no top 5 britânico.

Ao lugar cimeiro da tabela musical no seu país chegou ainda com “Ashes to Ashes”, do álbum “Scary Monsters (and Super Creeps)”; colaborou com os Queen no êxito “Under Pressure” e voltou a triunfar em 1983 com “Let’s Dance”. Em 2006, anunciou um ano sabático e desde então muitos fãs choraram a prolongada ausência que deu azo a todo o tipo de rumores sobre a sua saúde.

Após anos de silêncio, David Bowie “ressuscitou” em 2013, aos 66 anos, com “The Next Day”, um disco produzido pelo veterano Tony Viscontti, o seu homem de confiança que enamorou a crítica com típicos elementos ‘bowinianos’. Um ano depois, pôs no mercado a antologia “Nothing Has Changed”, com a qual celebrou meio século de carreira.

O seu mais recente álbum foi “Blackstar”, em que surge como um ‘rocker’ ainda apostado em surpreender ao enveredar por alguma experimentação jazz, o qual foi posto à venda na passada sexta-feira, coincidindo com a data do seu 69.º aniversário. O seu 25.º álbum, surgido sob o signo de uma misteriosa estrela negra (“Blackstar”), é atravessado por baterias epilépticas, por correntes e explosões de saxofones (o primeiro instrumento de Bowie) e por uma voz de veludo que transmite ora doçura, ora inquietação em surdina.

David Bowie, que lutava há 18 meses contra um cancro, era casado desde 1992 com a modelo somali Iam, com a qual teve uma filha, Alexandria Zahra “Lexi” Jones. Tem outro filho, Duncan Jones, fruto de um primeiro casamento com Angela Bowie.

Blackstar, a última partida

O novo disco é sombrio e desafiador. Gravado ao lado de um quarteto de jazz (o Donny McCaslin Quartet), traz ecos do disco Outside, que Bowie lançou em 1995, em que conspirava com a ficção científica e o início da era digital, além de forte influência de música electrónica. Também é influenciado pelas distopias da nossa época actual – o saxofonista McCaslin disse que a faixa-título teve o Estado Islâmico como inspiração – e pelo disco mais recente do rapper Kendrick Lamar, To Pimp a Butterfly e tem uma música (“Girl Loves Me”) composta no inglês torto inventado por Anthony Burguess em Laranja Mecânica. É um disco que fala de morte de uma forma estranha e sem pessimismo, como se o cantor e compositor estivesse a preparar a forma como quer ficar conhecido.

Músicos locais lamentam morte de ídolo

bowie_aladin_sane_1000px“Uma gigante perda”
A morte do artista David Bowie, aos 69 anos, vítima de cancro, apanhou o mundo de surpresa. Depois de pulos de alegria, por parte dos seus seguidores, com o lançamento do novo álbum “Blackstar”, na semana passada, é tempo de chorar a morte do cantor.

“Estou chocado, fui apanhado completamente de surpresa. É uma perda enorme para o mundo da música, para os músicos, para o mundo”, reagiu Luís Bento, empresário e músico, residente em Macau. “Os anos 80 e 90 foram marcados pelo Bowie, nem acredito que isto aconteceu”, apontou ao HM. David Bowie era, conta, um artista de mão cheia que fez o que muitos não conseguem fazer. “Os músicos a sério são-no até morrer. Não tenho dúvida disso e Bowie é só mais um exemplo da qualidade e trabalho que sempre o distinguiu”, frisou.

Para Darrren Kopas, membro da banda local Music Boxx, esta é claramente “uma gigante perda”. “O mundo conhece o David Bowie, é uma referência para qualquer músico de pop rock. Perdemos um grande artista”, frisou.

O músico Ladislau Monteiro, mais conhecido por Zico, relembrou os tempos em que os discos do artista inundavam a casa dos pais. “Claro que David Bowie é uma influência. É um ídolo. Qualquer músico da nossa geração tem o Bowie como referência. Fico muito triste, muito triste mesmo, com esta notícia”, apontou.

“É uma enorme perda para o mundo musical”, refere Vincent Cheong, proprietário do Live Music Association (LMA). Bowie, diz, conquistou o mundo e agora deixa-o mais pobre.

O trabalho “Blackstar” fecha a história de uma vida. David Bowie despediu-se assim dos fãs. “Esta foi a melhor prenda que David Bowie nos podia deixar, um álbum”, refere Tatiana Lages, uma assumida seguidora do trabalho do artista.

Quais são os teus direitos como ser humano?

Bowie, sendo inglês, não partilha da visão anglo-saxónica do mundo, que é pragmática.

Nasce numa Londres parcialmente destruída pelos raides aéreos alemães e sujeita a um racionamento até 1954.

Bowie fez uma audição para o musical Hair, a primeira peça com nudez integral a estrear em Londres depois do fim da censura. Mas não foi aceite.

A chave está nos anos 70, quando Bowie surge como Ziggy Stardust.

O seu interesse pelo teatro musical era de tal forma que, em 1973, Bowie solicitou à viúva de George Orwell autorização para adaptar o romance 1984 para palco, mas não foi aceite. E foi daí que nasceu o álbum Diamond Dogs (1974), que é um concerto completamente encenado.

Bowie tinha visitado a Factory, de Andy Warhol, em Nova Iorque, onde o seu agente tinha comprado, em 1966, uma gravação de um álbum de Lou Reed and the Velvet Underground que era, também, uma forma completamente diferente de fazer teatro musical.

O que é interessante de analisar são as formas que Bowie encontrou para se fechar do mundo, como quando decidiu ir para Berlim nos anos 70. Na verdade, para ele tudo é representação e essa ideia está já no início da sua carreira.

Bowie foi aluno de Lindsey Kemp, um actor que foi também mimo e não se sabe se tiveram ou não um caso. Mas foi Kemp quem o levou para uma série de filmes onde era sempre type-casted.

A grande diferença de Bowie é que, ao contrário de outros grupos, nos anos 1980, como os Pet Shop Boys, ou agora a Lady Gaga, não teve que preencher qualquer vazio. Ou pelo menos, não o mesmo vazio. Marcel Duchamp fez o mesmo quando, nos anos 1920, deixou de produzir e considerou que o grande gesto criativo era jogar xadrez [publicou, mais tarde, o livro The Art of Chess].

Se o Ziggy Stardust andasse nas ruas de Londres ou de Lisboa, duvido que alguém lhe desse importância. Mas há muitas cidades no mundo em que se o fizesse, teria uma reacção hostil e possivelmente violenta, ou pior.

A influência de Bowie percebe-se na linha da frente de uma das maiores divisões do mundo, que já não é política ou religiosa, mas na verdade, é muito mais fundamental: quais são os teus direitos como ser humano?

Bowie não tem um programa político, mas disse: “eu decido ser isto, e tu decides o que queres”. A grande fractura, hoje, está na diferença entre o indivíduo e os seus direitos. Entre o indivíduo e a liberdade de escolha.

Há uma frase de William Blake que me parece ser adequada para explicar Bowie: alguém que não teve um predecessor, que não vive a par dos seus contemporâneos e não pode ser substituído por qualquer sucessor.

12 Jan 2016

Proposta da ala democrata para alteração ao CP aceite para votação

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]hemiciclo liderado por Ho Iat Seng aceitou levar a análise dos deputados as propostas de alteração ao Código Penal apresentadas por Ng Kuok Cheong e Au Kam San. De acordo com o site oficial da Assembleia Legislativa (AL), o projecto de lei dos deputados foi admitido, ainda que o Governo esteja já a apresentar iniciativa de alterar o mesmo Código no mesmo capítulo, referente aos crimes sexuais.
Os deputados da ala pró-democrata apresentaram o projecto de lei o ano passado, por considerarem que a Direcção dos Serviços de Reforma Jurídica de do Direito Internacional (DSJRDI), entidade responsável pela coordenação da revisão da lei penal, “não avançou” com qualquer proposta. Os dois deputados criticam ainda o Governo por “ter perdido muito tempo” para legislar e punir o atentado ao pudor, acusando o Executivo de “ter prometido avançar com auscultações públicas” em 2015 – depois de insistência dos deputados – e, até agora, “não ter concretizado nada”.
Ng Kuok Cheong e Au Kam San pedem a punição de até dois anos para quem praticar actos de atentado ao pudor – onde se incluem apalpões e beijos – com a pena a agravar-se no caso de vítimas menores, sugerem classificar o assédio sexual como crime semi-público e o agravamento da penalização até ao máximo de dois anos. Na nota que acompanha o projecto de lei, os dois deputados defendem que a dependência da acusação particular da vítima nos casos de assédio sexual enfraquece a sua protecção.
Os dois democratas sugerem ainda e defendem ainda circunstâncias agravantes, como casos em que o acusado e a vítima tenham laços familiares.
O Governo está já a iniciar os trabalhos de revisão do CP, tendo apresentado recentemente as sugestões que tem. Contudo, ainda não começou a consulta pública prometida pelo Executivo. O projecto de lei de Au Kam San e Ng Kuok Cheong foi entregue ao hemiciclo em Junho do ano passado.

11 Jan 2016

Jogo | Lionel Leong diz que é urgente aperfeiçoar as leis

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ionel Leong diz que é tempo de se rever as leis relativas ao Jogo, especialmente no que aos junket diz respeito. Num encontro onde fez questão de dizer que a indústria tem de ter cada vez mais características locais, o Secretário para a Economia e Finanças frisa a necessidade urgente de se reverem as leis relacionadas com a indústria, devido “às novas situações provocadas pelas mudanças na economia local”.
Lionel Leong reuniu-se na semana passada com representantes da Associação de Mediadores de Jogos e Entretenimento de Macau, onde o responsável falou das necessidades de aperfeiçoamento pelas quais a legislação tem de passar.
“Torna-se ainda mais premente o aperfeiçoamento dos regimes jurídicos relacionados com a indústria [ do Jogo], o reforço da sua gestão e a realização de uma monitorização da exploração das respectivas actividades de acordo com a lei, no intuito de promover o seu desenvolvimento ordenado e saudável”, começou por defender o Secretário.
Lionel Leong considera ainda que um “desenvolvimento saudável do sector de promotores de jogo”, ou junkets que lideram as salas VIP, poderá ajudar a impulsionar o avanço da indústria. Algo com que também Paulo Chan, ao leme da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), concorda. Chan considera que o aperfeiçoamento das leis e regulamentos legais é um dos “primeiros trabalhos que se devem fazer agora” e, ainda que se deva “reconhecer o papel que os promotores de jogo têm assumido em Macau”, estes precisam de elevar a sua imagem, diz o responsável.

Fora de jogo

Lionel Leong quer “colaborar” com os operadores do sector para criar um conjunto de regimes legais que, “além de poder proteger os consumidores e a exploração” do jogo, consiga contribuir “para a sustentabilidade do desenvolvimento da economia em geral”.
O Secretário para a Economia voltou a frisar o “esforço” de se explorarem os elementos não associados ao jogo, até porque, diz, desta forma, Macau poderá tornar-se mais competitivo. “[Temos de] reforçar o desenvolvimento mútuo entre a indústria do jogo e os sectores além do jogo, procurando, através do aumento dos factores não jogo, fomentar o desenvolvimento saudável da indústria do jogo e elevar a sua competitividade a nível internacional”, frisou, citado em comunicado. Leong acrescentou ainda que o objectivo do Governo é “criar uma indústria de jogo repleta de características singulares locais”.

11 Jan 2016

Projecto de Lei Sindical admitido na AL

Pela primeira vez, outros deputados que não Pereira Coutinho tomaram a iniciativa de apresentar um projecto para legislar o direito ao sindicato. Ella Lei, Kwan Tsui Hang e Lam Heong Sam tentam fazer passar um diploma “não discriminatório” que já foi chumbado mais de seis vezes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Assembleia Legislativa (AL) vai votar novamente um projecto de Lei Sindical, este entregue pelos deputados Ella Lei, Lam Heong Sang e Kwan Tsui Hang. O projecto foi admitido pelo hemiciclo, aguardando-se agora a marcação para a votação, naquela que poderá ser a primeira vez que um diploma do género é aprovado.
Chumbado seis vezes anteriormente – todas elas quando foi apresentado pelo deputado José Pereira Coutinho -, o projecto de Lei Sindical tem vindo a ser pedido por diversas entidades, nomeadamente por deputados do sector laboral. Contudo, até agora, foi apenas Pereira Coutinho quem deu um passo no sentido de apresentar um rascunho do diploma. Depois disso, foi a vez do Governo vir a terreiro assegurar que iria apresentar a Lei Sindical, mas os três deputados não quiseram esperar e acabaram por sugerir a implementação de uma lei que, referem, vem apenas colmatar uma lacuna.
“Esta iniciativa legislativa tem por objectivo concretizar o disposto na Lei Básica”, começam por dizer. “Vem dar cumprimento ao que é exigido pela Convenção da Organização Internacional de Trabalho e colmatar o vazio legislativo nesta matéria, criando-se a respectiva regulamentação no ordenamento jurídico da RAEM.”
Apesar da Lei Básica defender que os trabalhadores da RAEM têm o direito a associar-se sindicalmente e fazer greve, a verdade é que nunca isto foi posto em prática devido à falta de uma lei. Ainda que Macau tenha assinado a Convenção da OIT – que expressa claramente que as regiões membros têm de assegurar estas condições -, não existe, neste sentido, qualquer protecção para os trabalhadores.

Esforços comuns

Na análise feita ao documento entregue pelos deputados pode ver-se que se inclui no projecto de lei o princípio da não discriminação – podendo isto dizer que os trabalhadores não residentes estão incluídos –, sendo que “todo o trabalhador tem o direito de se organizar ou inscrever” num sindicato a partir dos 16 anos, bem como dele sair se assim o pretender.
É ainda sugerida a implementação de critérios específicos para a constituição de associações sindicais – não podendo estas ser políticas ou inteiramente financiadas pelos patrões – e a definição da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) como a entidade competente no registo e fiscalização destas associações.
É também à DSAL que compete a aplicação de sanções. O projecto de lei de Ella Lei, Kwan Tsui Hang e Lam Heong Sang não deixa as punições de lado, propondo multas que vão das cinco mil às 250 mil patacas para diversos casos, que vão desde impedir um trabalhador de se filiar num sindicato a não permitir que haja o exercício da liberdade sindical no local de trabalho.
Depois do sexto chumbo da Lei Sindical na AL, o Governo veio dizer que “está aberto” à legislação, mas nunca apresentou qualquer calendário para tal, tendo mesmo o ano passado justificado ao HM que “uma vez que este projecto de lei engloba uma considerável complexidade e abrange aspectos muito amplos, deve existir um amplo consenso da sociedade que possibilite desencadear de forma ordenada o processo legislativo”. O Executivo dizia que iria “continuar a estar atento às opiniões dos diversos sectores da sociedade” e, em 2015, os deputados pediram na AL que fosse o Executivo a apresentar a lei. Mas há mais de uma década que o projecto vem sendo chumbado. Esta é a primeira vez que é apresentado por outros deputados que não Pereira Coutinho ou Jorge Fão, ex-membro do hemiciclo que sugeriu a lei em 2005. Ainda não há data marcada para que o projecto suba a plenário.

11 Jan 2016

Sands China lidera mercado do Jogo

A Sands China conseguiu 23,7% do mercado do jogo no mês de Dezembro, seguida pela Galaxy Resorts (23,1%) e pela SJM (20,3%), segundo dados da consultora Sanford Bernstein. Quanto às outras três operadoras, a Melco Crown, de Lawrence Ho, teve 16,2% do mercado em Dezembro, a Wynn Resorts, do norte-americano Steve Wynn, conseguiu 9,1% e a MGM, co-presidida por Pansy Ho, ficou com uma quota de 7,5%, segundo os dados da consultora, publicados pelo portal GGRAsia, especializado em Jogo. Os casinos fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas, uma queda de 34,3% face a 2014, indicam dados oficiais divulgados a 1 de Janeiro. Só em Dezembro, os casinos encaixaram 18.340 milhões de patacas, menos 21,2% face ao mesmo mês de 2014. Trata-se do segundo ano consecutivo de quebra das receitas dos casinos depois de, em 2014, terem caído 2,6%.

11 Jan 2016

Escritores unidos pela Língua Portuguesa

[dropcap style=’circle’]Y[/dropcap]ao Jing Ming e Ricardo Pinto são dois dos participantes da sexta edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que decorre em Fevereiro na capital cabo-verdiana. O encontro, promovido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) em parceria com a câmara municipal da Praia, visa “contribuir para o diálogo e enriquecimento recíproco entre escritores dos diferentes continentes”, adianta a organização em comunicado.
No encontro participam escritores de todos os países de Língua Portuguesa e da RAEM. Na sexta edição do encontro, que decorre entre 1 e 3 de Fevereiro, serão analisados os temas “A Literatura e a Diáspora”, “A Literatura e a Insularidade” e a “Poesia e a Música”.
José Luís Peixoto (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e Luandino Vieira (Angola) são outros dos convidados, ao lado de Ana Paula Tavares, José Luís), João Paulo Cuenca (Brasil), Abraão Vicente, Germano Almeida e Vera Duarte (Cabo Verde), Odete Semedo (Guiné-Bissau), Luís Patraquim e Paulina Chiziane (Moçambique), João de Melo, José Carlos Vasconcelos, José Fanha, Miguel Real e Zeca Medeiros (Portugal), Goretti Pina (São Tomé e Príncipe) e Luís Cardoso (Timor-Leste), que são também presenças já confirmadas no encontro.

Prémios e homenagens

O programa, que contará com a presença do Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, inclui uma homenagem ao poeta cabo-verdiano Corsino Fortes, falecido no Verão, pelo também escritor cabo-verdiano Germano de Almeida.
Será ainda apresentado o prémio Cabo-Verdiano de Literatura do BCA, em parceria com a Academia Cabo-verdiana de Letras e o Prémio Literário UCCLA “Novos talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa”.
No âmbito do encontro estão ainda previstas várias iniciativas paralelas, nomeadamente visitas à Cidade Velha e Tarrafal de Santiago, a inauguração da exposição “Casa dos Estudantes do Império, 1944-1965. Farol da Liberdade” e a realização de uma feira do livro.
O Encontro de Escritores de Língua Portuguesa realiza-se este ano na Praia, depois de as quatro primeiras edições terem decorrido em Natal (Brasil) e a quinta em Luanda (Angola).

11 Jan 2016

Greek Mythology | Casino foi fechado para remodelação, mas vai reabrir

O casino Greek Mythology, no hotel Imperial Palace na Taipa, vai reabrir. A confirmação é da Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que refere ao HM que o espaço está fechado apenas para manutenção. O jornal Macau Daily Times avançava na edição de ontem que o casino estava fechado há cinco dias, mas que se desconheciam as razões. Questionada pelo HM, a DICJ confirma que o casino fechou no dia 31 de Dezembro e que “o encerramento é temporário e apenas para remodelação”. Também o director-executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) disse o mesmo à TDM. “O hotel e as instalações do casino estão um bocado desgastados e os accionistas querem fazer uma renovação antes de reiniciarem as operações. Os accionistas estão a discutir entre eles sobre a liderança. Acho que gostariam de abrir as instalações com a maior rapidez possível, porque querem continuar com as operações e fazer algum dinheiro”, afirmou Ambrose So. O casino fica situado no antigo New Century, espaço que causou polémica devido ao desvio de fundos por um responsável e que tem estado na ordem do dia devido às queixas de salários em atraso. Ambrose So disse ainda que os trabalhadores do casino vão ser transferidos para outros espaços de jogo da SJM.

6 Jan 2016

Imobiliário | Governo acaba com grupo de trabalho

O Governo decidiu acabar com o Grupo de Trabalho para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Mercado Imobiliário, criado em 2010, segundo um despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO). Ao HM, o Gabinete do Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, confirmou que, em cinco anos de existência, este grupo ajudou à criação do Regime Jurídico da Promessa de Transmissão de Edifícios em construção, à implementação da Lei da Actividade de Mediação Imobiliária e ainda criou o Imposto do Selo Especial Sobre a Transmissão de Bens Imóveis Destinados a Habitação. O grupo de trabalho era coordenado pelo Secretário da tutela e tinha como competências “recolher e analisar as opiniões dos diversos sectores sociais” para o desenvolvimento do sector imobiliário e “estudar e propor a implementação de políticas e medidas a curto, médio e longo prazo”, entre outras. O HM tentou obter reacções, mas até ao fecho desta edição não foi possível.

5 Jan 2016

Creative Macau | Professora apresenta livros de Meditação com música ao vivo

[dropcap style=’circle’]K[/dropcap]im Hughes Wilhelm apresenta esta quinta-feira os livros “The Journey Within” e “The Journeys Beyond”, na Creative Macau. A professora de Macau, a viver no território há mais de uma década, é autora dos dois livros, que serão dados a conhecer ao público a partir das 16h00 e até às 20h00.
Acompanhada de música ao vivo pelo músico Kelsey Wilhelm, da banda local Concrete/Lotus, a apresentação conta ainda com a leitura de alguns excertos das obras, escritas com base em entrevistas de praticantes de Meditação feitas na Índia, e pequenos debates. Os livros estarão à venda no espaço da Creative Macau, sendo que a entrada para o evento é livre.
Kim Hughes começou a praticar Meditação há quatro anos e meio, tendo descoberto que a disciplina – que começou por ser uma forma de “reduzir o stress e a alta tensão” – lhe trazia mais do que melhorias ao nível da saúde. Cover_Journeys Beyond
“A autora considera a Meditação como essencial para o corpo, para a mente e para o equilíbrio espiritual”, pode ler-se no comunicado da organização, que acrescenta que a necessidade de escrever estes livros surgiu quando Kim Hughes Wilhelm se apercebeu do pouco conhecimento sobre a matéria.
“Pareceu que poucas pessoas sabiam como começar e quão facilmente esta prática pode ser incorporada num estilo de vida agitado como é o de hoje em dia”, frisa, acrescentando que obteve permissão do Mestre de Meditação Shahaj Marg (O Caminho Natural, na tradução literal) para compilar um livro feito com base em entrevistas a praticantes.
“Começou então um projecto de investigação que durou mais de dois anos e onde quase 40 praticantes foram entrevistas. As suas palavras foram transcritas e este é o resultado: dois livros.”
A autora garante que as histórias de vida partilhadas nestas obras são “extremamente interessantes, uma vez que se movem de continente para continente, de era para era” e dão para “ouvir as mudanças pessoais ligadas à esperança de um futuro melhor para a humanidade em geral”.
Os livros falam ainda de “aspectos importantes” no que à disciplina diz respeito, bem como sobre como iniciá-la, as mudanças que traz e o papel do próprio guia espiritual. Os livros estão à venda na internet.

5 Jan 2016

Personalidade do Ano e outros prémios

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ersonalidade do Ano
Vítor Sereno
O cônsul-geral de Portugal em Macau estará de saída. Para trás, ficam três anos de um excelente trabalho. No entanto, não é por ter cumprido bem a sua missão que Vítor Sereno se distingue. É que, para além disso, o diplomata poderá ser considerado uma espécie de “cônsul do povo”, pelo modo franco, aberto e afável como interpretou o seu Consulado. Chegou dizendo que vinha para fazer. vitor sereno consulE fez: modernizou os serviços, reabriu o auditório, fez obras no Bela Vista e, sobretudo, conviveu de bem perto com a comunidade, como raramente acontecera em Macau. Acumulando o cargo de delegado do AICEP (e depois), desdobrou-se sempre em contactos para aclimatar empresários portugueses e chineses que pretendiam relações económicas com Portugal. Mais: passou incólume ao lado do escândalo dos vistos dourados, quando se encontrava numa posição delicada, enquanto cônsul em Macau. A nível interno do Consulado, Vítor Sereno fez igualmente um bom trabalho, sobretudo se tivermos em conta que sofreu cortes substanciais. A equipa de futebol, em que participa, foi um achado. A página no Facebook, uma acção plena de consequências. Para onde irá, não se sabe. Mas poderá sair de Macau com a consciência de ter realizado um bom trabalho. Deixará saudades.

O Bico-de-Obra do Ano

Hotel estoril
Começou por ser uma boa ideia, mas em Macau nada é simples. Quando surgiu a notícia de o prédio viria abaixo e nem a fachada se salvava, caiu o Carmo, a Trindade e a Nossa Senhora da Penha. Nem o nome de Alvaro Siza, como arquitecto do novo projecto para o lugar, sossegou as hostes. Razões de um lado, razões do outro, e Alexis Tam ficou com uma decisão difícil nas mãos. As consultas não resolvem, as opiniões avulsas também não. E, como sempre acontece na RAEM, já devem existir duas associações, uma contra e outra a favor, e as duas dispostas a jantar à conta do problema. A vida não é fácil.

Figura Internacional do Ano

Papa francisco
Quase não dá para acreditar que este Papa existe, mas a verdade é que ele continua na sua tarefa de reformar a Igreja de alguns poucos cristãos preconceitos. papa francisco É certo que tem inimigos, fora e dentro do Vaticano, que lhe chamam comunista e etc., contudo, o Papa Francisco prossegue a sua campanha de proximidade, frugalidade e aproximação a um cristianismo menos proibidor, mais integrante, no qual o amor poderá voltar a funcionar como elo de ligação entre os homens. O seu combate aos desenfreados interesses económicos e à desigualdade fazem dele a figura de 2015.

Político do Ano

José Pereira Coutinho
Ia batendo o recorde de candidaturas a cargos políticos e transnacionais. O deputado e conselheiro teve um ano superagitado mas, apesar das candidaturas portuguesas, não se esqueceu nunca de agir enquanto deputado da RAEM, sendo uma das vozes mais incómodas do hemiciclo. Contudo, a parte que teve mais graça foi ver que a sua candidatura à Assembleia da República causou o pânico entre os partidos tradicionais e só não resultou porque foi “papado” pelo sistema.

Governante do Ano

Alexis Tam
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura prometeu e cumpriu… algumas coisas, nomeadamente o que o deixaram. Apesar das resistências e da magnitude da pasta, Alexis Tam insiste em fazer, tendo demonstrado um bom desempenho na defesa das suas LAG. O pior é que ele há muito, mas muito, para fazer e o Secretário defronta vários polvos por essa cidade fora. Descentralizar talvez fosse uma boa ideia… ou talvez não.

Revelação do Ano

Raimundo do Rosário
Do actual Secretário para as Obras Públicas e Transportes esperava-se muito. Mas não se esperava uma postura tão desassombrada como a que mostrou no debate deste ano das LAG. Querem saber? Estão aqui os documentos. Quanto custa? Estnao aqui as contas. raimundo do rosárioQuando vai estar pronto? Quando Vossas Excelências deixarem. E assim surpreendeu o nosso incipiente e boquiaberto parlamento. Quando as bocas se fecharam, apareceu o seu director Li Canfeng a dizer que vai mostrar contas de três em três meses. E avaliar com os deputados os novos projectos. O seu antecessor, Lao Si Io, demonstrou ser um anti-cartesiano: pensava mas não existia. Raimundo do Rosário duvida, pensa e existe e isso é, sem dúvida, uma revelação.

Desilusão do Ano

Magistrados portugueses
O tocar a recolher dos magistrados portugueses por parte do Ministério Público de Portugal é, como todos afirmam, um disparate e grave. Todos? Todos não… num pequeno escritório em Lisboa alguns iluminados não conseguem encontrar outra solução que não sejam exterminar a presença de elementos da magistratura portuguesa no seio de um ambiente jurídico estrangeiro. Como resolver esta questão?

Artista do Ano

José drummond
Este foi um ano de consagração para José Drummond, cujo trabalho se desdobra em diversos media. josé drummondA exposição que realizou em conjunto com Peng Yu na Fundação Oriente, para além de juntar dois artistas de origens quase radicalmente diferentes, expressa-se numa linguagem contemporânea rara em Macau. Drummond tornou-se num dos poucos nomes seguros do panorama artístico da RAEM.

Instituição do Ano

Babel
Esta associação cultural, fundada e dirigida por Margarida Saraiva e Tiago Quadros, desenvolveu ao longo de 2015 uma série de iniciativas de grande qualidade e com um alcance bastante mais durável. Ao invés de investir unicamente em exposições, a Babel procura integrar a cidade nos seus projectos, como aconteceu com o MAP (Macau Architecture Promenade).

Evento do Ano

Pearl Horizon
Um caso que foi um verdadeiro braço de ferro e que contou, surpreendentemente, com decisões do Governo às quais não estamos habituados. Não se pode dizer que a notícia da retirada do terreno do Edifício Pearl Horizon tenha caído que nem uma bomba – até porque já se sabia desta eventualidade há mais de um ano -, mas pode-se dizer que as manifestações de pequenos proprietários e o apontar de dedos entre a empresa e o Governo foram realmente merecedores de muita atenção.

Vergonha do Ano

Podia ter sido uma oportunidade para Macau brilhar na esfera internacional, mas não. Nem cá dentro, nem lá fora – a RAEM continua na lista negra dos locais que ainda permitem a barbárie das corridas de galgos e, pior que isso, as más condições a que são diariamente sujeitos os animais que nelas participam. Centenas de mortes ao ano e milhares de assinaturas depois, o Governo decidiu brindar o Canídromo com mais um ano de funcionamento, parecendo esquecer que, durante meio século, já houve oportunidades suficientes para se fazer melhor. Nem a quebra estúpida das receitas das corridas fez o Executivo pensar que isto já não vale a pena, que o local dava um perfeito jardim para a zona com mais densidade populacional do mundo ou simplesmente que já não se encaixa em nenhum sector da economia de Macau. Resta esperar para ver se, para o ano, a vergonha acaba ou se vamos inventar mais estudos para continuar a esconder a cara.

Prémios especiais

Ai que jeito que me deste do ano

Lei das Rendas
Tudo parecia começar bem mas, feitas as contas, a nova lei vai surgir para proteger os senhorios e não os arrendatários. Um “escândalo” made in Macau e only in Macau. De facto, só aqui os deputados/senhorios têm a lata de usar a lei para isto.

O vale tudo do ano


Fong Chi Keong

O homem-forte da Associação de Beneficência do Kiang Wu acha que bater na mulher e nos filhos “acontece”, é pelo tabaco, expulsa velhotes dos seus negócios, protege os senhorios e é pela medicina privada contra o serviço público. Mais: diz isto tudo na Assembleia Legislativa, para a qual foi nomeado pelo Chefe do Executivo. Melhor que isto nem na antiga Jugoslávia.

O vai lá fora e não voltes do ano

Proibição total de fumar nos casinos
O Governo bem pode dizer e mostrar números. As concessionárias mostram outros. A verdade é que todos sabem que os jogadores gostam de fumar e fumam. Se não fumam aqui, vão fumar a outro lado. Ir lá fora fumar um cigarro é um convite para não voltar. E não jogar.

Tirem-me daqui do ano

Chu Lam Lam
Um caso de mau casting. A ex-directora dos Serviços de Reforma Jurídica e do Direito Internacional nem reformou e quando internacionalizou foi um desastre. Por outro lado, nunca soube compatibilizar os serviços internamente, depois da fusão com o GADI. A sua saída era esperada e augura-se-lhe uma excelente carreira docente na Universidade da Montanha.

E agora Manel? do ano

Lionel Leong
O Secretário tem de ler o guião de “Missão Impossível”, antes de ir a Pequim falar sobre diversificação económica. Apanhado pela austeridade e pela quebra das receitas, desperta numerosas interrogações sobre qual será realmente a sua estratégia. A renovação dos contratos de jogo constitui mais um ponto de interrogação no seu horizonte.

Já não sei a quantas ando do ano

Associação Novo Macau
Confusão total na mais tradicional de todas as associações “democráticas” da RAEM. os dois históricos têm um pé fora e um pé dentro. Os outros são miúdos, cujas intervenções fazem mais sentido nas questões fracturantes do que nas que nos põem e tiram o pão da mesa. O que vai acontecer no futuro é algo de indizível mas seria altura de surgir alguém com barba na cara.

O docinho do ano

Águas territoriais
Pequim deu este docinho a Macau nos dezasseis aninhos da RAEM: 85 quilómetros de águas territoriais. Finalmente temos águas onde nadar e espraiar a nossa criatividade e capacidade de crescimento. A pergunta será: e Macau, sabe nadar?

3 Jan 2016

Terrenos | Transmac pede aconselhamento jurídico

A Transmac – Transportes Urbanos de Macau SARL, está a pedir aconselhamento jurídico sobre o facto de o Governo querer reaver terrenos que foram concessionados à empresa e não foram desenvolvidos dentro do prazo. À revista Macau Business, Kuan Weng Kai, director-geral da Transmac, confirmou que a empresa “está a ter aconselhamento jurídico e depois vamos analisar todas as opiniões e ver que acção podemos ter”, mas não disse se a Transmac poderá ou não avançar para tribunal para manter os terrenos.

3 Jan 2016

Imperial Palace | DSAL entrega caso de conflitos laborais à PJ

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) entregou os casos de conflitos laborais entre empregados e patrões do Imperial Palace à Polícia Judiciária (PJ). Ontem, mais seis funcionários do hotel, na Taipa, ameaçaram saltar de uma das plataformas do edifício. Os homens, que não são os primeiros a protestar desta forma, ficaram – desta vez – noite dentro no local. Eram cerca das 14h00 de segunda-feira quando os Bombeiros foram chamados ao local, conforme explicou ao HM um porta-voz da corporação, sendo que os trabalhadores só foram demovidos do local ontem pelo meio-dia. Os homens são de nacionalidade vietnamita e queixam-se de ter salários em atraso. O responsável dos Bombeiros confirmou que funcionários da DSAL foram ao local para tentar negociar com os funcionários. Um porta-voz do organismo explicou ao HM que são cerca de 209 os trabalhadores envolvidos em 65 casos de “conflito laboral”. O caso foi agora entregue à PJ. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu contactar com o Imperial Palace.

30 Dez 2015

Reunião sobre Regime do Erro Médico só à porta fechada

A 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que analisa o diploma referente ao Regime Jurídico de Tratamento de Litígios Decorrentes de Erro Médico, vai reunir no início de Janeiro, mas não haverá a habitual conferência de imprensa com os órgãos de comunicação social. De acordo com um aviso do Gabinete de Comunicação Social, o encontro que costuma resumir os pontos que mais discussão levantaram na reunião à porta fechada foi “cancelado”, não se sabendo, contudo, as razões. A reunião vai contar com representantes do Governo.

30 Dez 2015

Governo eleva risco social em 2016

O Governo vai elevar, a partir de 1 de Janeiro, o valor do risco social, fixando o montante mínimo de sobrevivência em 4050 patacas, um aumento na ordem dos 3,3%. À luz da nova tabela, o valor mínimo correspondente a uma pessoa que viva sozinha passa para 4050 patacas, enquanto o máximo, para famílias com número igual ou superior a oito membros, sobe para 18.870 patacas, com a actualização a permitir alargar o universo de elegíveis ao apoio governamental. O valor do risco social, cuja actualização foi anunciada em Novembro, figura como o montante mínimo de sobrevivência estipulado pelo Executivo, pelo que são considerados como estando numa situação de carência económica pessoas ou famílias cujos rendimentos sejam inferiores a esse patamar. Segundo dados dos primeiros dez meses do ano, o Instituto de Acção Social (IAS) atribuiu subsídios a cerca de 4500 agregados familiares, correspondendo assim, em média, a uma despesa mensal no valor de 21,1 milhões de patacas.

30 Dez 2015

Terrenos | Governo promete tratar de situação de 16 lotes

O Secretário para os Transportes e Obras Públicas assegura que já tinha dado instruções à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) para que fossem iniciados os procedimentos de declaração da caducidade das concessões provisórias de terrenos à medida que expirarem os respectivos prazos, bem como daquelas cujo prazo já tenha expirado. As declarações de Raimundo do Rosário surgem depois do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) ter emitido um relatório sobre 16 terrenos cuja caducidade de concessão não foi declarada pelo Governo, mas que ainda não foram desenvolvidos. O Secretário diz que “tomou boa nota do conteúdo do relatório de investigação do CCAC” e assegura que vai dar tratamento aos casos.

29 Dez 2015