Hoje Macau China / ÁsiaTV da Coreia do Norte passa de satélite chinês para russo A Coreia do Norte transferiu as emissões da televisão estatal de um satélite chinês para um satélite russo, anunciaram ontem as autoridades sul-coreanas. “A Coreia do Norte deixou de utilizar um satélite chinês e transmite agora através de um satélite russo”, declarou o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, em comunicado. Esta decisão “teve o efeito de limitar a recepção das emissões por satélite em algumas das nossas regiões”, acrescentou o ministério. Embora o público sul-coreano não tenha legalmente acesso aos meios de comunicação estatais de Pyongyang, as autoridades e os meios de comunicação sul-coreanos têm de seguir as emissões durante as quais o Norte faz anúncios importantes e divulga propaganda. Moscovo e Pyongyang são aliados desde a criação da Coreia do Norte, depois do fim da Segunda Guerra Mundial e tornaram-se ainda mais próximos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. O Presidente russo, Vladimir Putin, visitou o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Pyongyang no mês passado e os dois líderes assinaram um acordo que inclui assistência militar mútua em caso de agressão. Washington e os aliados acusaram a Coreia do Norte de fornecer munições e mísseis à Rússia para a guerra na Ucrânia, e a recente cimeira russo-norte-coreana alimentou o receio de novas entregas de armas. Os líderes também concordaram em “reforçar o intercâmbio e a cooperação nos domínios da agricultura, educação, saúde pública, desporto, cultura e turismo”. Sem K-pop A Coreia do Norte colocou em órbita o primeiro satélite espião no final do ano passado, com a ajuda da Rússia, de acordo com Seul. A utilização de um satélite russo pode ser “um passo para o desenvolvimento de um satélite comercial com a ajuda da tecnologia russa no futuro”, disse à AFP Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul. Esta alteração permite também ao Norte “bloquear a difusão de conteúdos populares sul-coreanos ligados às frequências do anterior satélite chinês”, acrescentou. A Coreia do Norte, um país recluso, procura impedir que a população tenha acesso à música pop sul-coreana, mais conhecida por K-pop, ou às séries sul-coreanas, ou K-dramas. Especialistas consideraram também que esta decisão mostra também que Pyongyang dá prioridade aos laços com Moscovo em detrimento das relações com Pequim, até agora o principal aliado do país.
Hoje Macau China / ÁsiaSpace Pioneer | Empresa promete indemnizar pessoas afectadas por queda de foguetão A empresa chinesa Space Pioneer, responsável pelo foguetão Tianlong-3 que se despenhou no passado domingo durante um teste em terra, pediu ontem desculpa aos habitantes da cidade de Gongyi, que prometeu indemnizar. A empresa chinesa, também conhecida como Tianbing Technology, reconheceu os danos e os inconvenientes causados pelo incidente e criou um mecanismo de resposta de emergência para trabalhar com as autoridades locais na investigação do acidente, na identificação das pessoas afectadas e numa indemnização justa, eficiente e atempada das mesmas. “A nossa empresa assegurará que todos os residentes que sofreram perdas materiais devido ao fracasso do teste recebam uma indemnização atempada, eficiente e justa”, lê-se no comunicado. A empresa reiterou o seu empenho na inovação e segurança aeroespaciais, sublinhando a implementação de uma abordagem de “segurança em primeiro lugar” em todas as suas operações futuras. A 30 de Junho, durante um teste de rotina em terra, o foguetão Tianlong-3 da empresa chinesa sofreu uma falha estrutural que o fez desprender-se da plataforma de lançamento e despenhar-se nos arredores da cidade de Gongyi, no centro da China. A empresa e as autoridades locais disseram que não houve vítimas, apesar da grande dimensão da explosão, que foi captada em vídeos que circulam na Internet, mas o incidente causou danos materiais e incómodos aos residentes na zona. A investigação do incidente está em curso e espera-se que a Space Pioneer publique um relatório pormenorizado sobre as causas da falha nos próximos dias. A Space Pioneer é uma das várias empresas aeroespaciais privadas da China que estão a desenvolver foguetões reutilizáveis de médio porte para ajudar o país a montar as suas próprias constelações de satélites, comparáveis ao Starlink da SpaceX dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping no Cazaquistão para cimeira sobre segurança e possível encontro com Putin O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Cazaquistão, onde vai participar na cimeira dos líderes da Organização de Cooperação de Xangai, que conta também com a presença do homólogo russo, Vladimir Putin. Durante o evento, Xi “vai trocar opiniões com os líderes dos países participantes sobre o aprofundamento da cooperação, bem como sobre as principais questões internacionais e regionais”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning, em conferência de imprensa, na segunda-feira. A Organização de Cooperação de Xangai visa a colaboração na segurança regional, na luta contra o terrorismo, o separatismo étnico e o extremismo religioso, e integra China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. A Bielorrússia deve tornar-se o 10.º membro na cimeira, em Astana. Após a reunião, a China vai assumir a presidência da organização até 2025, com o objectivo de “contribuir para a paz duradoura e a prosperidade comum no mundo” e “beneficiar a região”, de acordo com Mao. Em Maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou que Xi e Putin iam reunir-se no Cazaquistão, à margem da cimeira, no segundo encontro em cerca de dois meses, depois da visita do líder russo à China, em meados de Maio. Durante a visita de Putin à China, os dois líderes mostraram consenso sobre questões globais como os conflitos na Ucrânia e em Gaza, distanciando-se das posições ocidentais. Xi e Putin sublinharam que “uma solução política para a ‘crise’ na Ucrânia é a direcção certa” e apontaram para a “extrema urgência de encontrar uma saída para a situação na Palestina”. Analistas chineses citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, afirmaram que o momento da cimeira e o provável encontro entre Xi e Putin são “especialmente oportunos, dadas as mudanças drásticas na situação internacional e a intensificação da contenção e do confronto entre blocos instigada pelos países ocidentais”. “A visita envia uma mensagem ao mundo ocidental de que há muitas vozes das economias emergentes que precisam de ser ouvidas e representadas, e que a tendência dominante da cooperação global não será invertida pela sua obstrução”, disse o investigador Zhou Rong, citado pelo jornal. Próxima paragem No âmbito da deslocação, Xi fará também uma visita de Estado ao Cazaquistão e ao Tajiquistão. O Cazaquistão “apresenta-se como um vizinho amigável e um parceiro estratégico integral e permanente da China” e as relações entre os dois países “têm mantido uma dinâmica de desenvolvimento saudável e estável”, afirmou Mao. Em Maio, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Murat Nurtleu, disse ao homólogo chinês, Wang Yi, que China e Cazaquistão “partilham posições semelhantes em muitas questões da agenda internacional e regional”. Esta será a quinta visita de Estado de Xi ao Cazaquistão. Nos últimos anos, a China reforçou os laços com a Ásia Central, uma região vasta e rica em recursos que Pequim considera crucial para a expansão das rotas comerciais e para a segurança energética, bem como para a manutenção da estabilidade na região de Xinjiang, onde vivem numerosos grupos étnicos minoritários muçulmanos.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Partido deve alcançar os 100 milhões de membros até ao final do ano Os registos mais recentes indicam que em 2023 o Partido já contava com mais de 99 milhões de membros, sendo, por isso, de prever que ainda este ano se alcance a fasquia histórica dos 100 milhões O Partido Comunista Chinês (PCC) deve atingir a marca dos 100 milhões de membros no final deste ano, indicam dados divulgados por ocasião do aniversário da fundação da organização política que dirige a China desde 1949. O PCC atingiu os 99 milhões de membros no ano passado e está a caminho de atingir os 100 milhões no final de 2024, detalhou a organização, que celebrou na segunda-feira o 103.º aniversário. O partido foi fundado em 1921, em Xangai. O Departamento de Organização Central – o principal departamento de pessoal do partido – registou um aumento líquido de 1,14 milhões de membros, um crescimento de 1,2 por cento, em comparação com o final de 2022, quando o número de membros do partido aumentou 1,4 por cento, ou em 1,32 milhões de pessoas. O Presidente chinês, Xi Jinping, também o secretário-geral do PCC, saudou os membros do partido em todo o país, por altura do 103.º aniversário, numa sessão de estudo do Politburo. Xi sublinhou que a “governação abrangente e rigorosa do Partido” deve ser mantida, para fazer avançar a construção do PCC na nova era, e a organização deve ser eficaz, insistindo numa liderança “centralizada e unida”. As organizações partidárias de base também têm de ser reformadas, para aumentar a capacidade de governação local do partido, afirmou. A Internet e as tecnologias da informação devem ser aplicadas na construção do PCC, de modo a obter uma cobertura total da organização, destacou. O número de membros com menos de 30 anos diminuiu para 12,41 milhões, o que representa uma redução de 0,18 por cento, ou de 23.000 membros, em relação a 2022. A queda foi muito mais lenta do que no ano anterior, quando o número de jovens membros diminuiu 1,5 por cento, ou seja, 189.000, em relação a 2021. Maior minoria O PCC tornou-se mais instruído, com 56,2 por cento – 55,78 milhões de membros – com um diploma universitário ou superior, um aumento de 2,13 milhões. Embora as mulheres e os grupos étnicos minoritários continuem sub-representados, registaram-se melhorias. O número de mulheres aumentou em 88.300, atingindo 30,18 milhões – 30,4 por cento do total de membros – enquanto os grupos étnicos minoritários representam agora 7,7 por cento do partido, com um aumento de 14.700, em 2023, para um total de 7,59 milhões, segundo os dados. Em Outubro do ano passado, numa reunião com a Federação das Mulheres da China, Xi afirmou que o papel das mulheres “era insubstituível” e apelou para uma maior participação feminina em áreas como o desenvolvimento de alta qualidade e a revitalização das aldeias. A participação das mulheres na política de topo da China continua, no entanto, a ser escassa. Rompendo com uma tradição de duas décadas, o actual Politburo é composto apenas por 24 homens.
Hoje Macau EventosFestival Artes para Crianças | Abertas inscrições para “Campo de Música” Estão abertas as inscrições para o “Campo de Música” integrado na primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau”, que terá instrução por parte dos músicos da “Academy of St Martin in the Fields” e actuação com o violinista Joshua Bell. O “Campo de Música”, organizado pelo IC e que conta com a participação da operadora de jogo Wynn Resorts, é produzido pela empresa gestora da Orquestra de Macau e decorre entre os dias 16 e 21 de Agosto. Segundo uma nota do IC, Joshua Bell é um conhecido mestre de violino distinguido com vários Prémios Grammy. Os participantes podem ter orientação individual dos músicos da Academia e tornarem-se membros de uma orquestra de cordas com estes músicos. Além disso, os participantes com melhor desempenho ainda terão a oportunidade de actuar com Joshua Bell. Relativamente ao conteúdo transmitido no âmbito do “Campo de Música”, os participantes podem ter cursos de instrumento e aulas individuais, bem como uma “Master Class” com músicos da orquestra de câmara da “Academy of St Martin in the Fields”, formando-se uma orquestra de cordas. Haverá ainda ensaios com Joshua Bell. O “Campo de Música” inclui ainda passeios aos sítios de Macau que são património mundial da UNESCO, para que os participantes possam testemunhar “a coexistência harmoniosa das culturas chinesa e ocidental, para aprenderem mais sobre a história e a cultura de Macau”. O “Campo de Música” tem um total de 40 vagas, cujos destinatários são jovens locais e do exterior, nascidos entre 2006 e 2016, que tenham estudado instrumentos de cordas. As inscrições terminam dia 12 de Julho. Os candidatos admitidos serão informados por email até ao dia 25 de Julho. A taxa de inscrição para o “Campo de Música” é de dez mil patacas. Será atribuído um desconto de duas mil patacas aos alunos admitidos titulares do Bilhete de Identidade de Residente Permanente ou Não Permanente da RAEM.
Hoje Macau EventosExposição | UM apresenta “Elementos” de Euclides, de 1491 A Universidade de Macau (UM) inaugurou, na Biblioteca da UM, a exposição “Obra-prima Intemporal: O Incunábulo de 1491 dos Elementos de Euclides”, um livro raro do período em que a imprensa dava os primeiros passos. Assim, este incunábulo, livro impresso já com tipos móveis, trata-se de uma “obra rara adquirida pela UM”, sendo mais um elemento incluído no conjunto de “mais de 20 mil livros raros”. Trata-se também “do único incunábulo dos ‘Elementos’ existente na China”, aponta a UM, em comunicado, estando o livro exposto no espaço dos manuscritos. É explicado, na mesma nota, que a edição dos “Elementos de Euclides” adquirida pela UM, que tem o título completo, em latim, “Preclarissimus liber elementorum Euclidis perspicacissimi: in artem geometrie incipit quam foelicissime”, é “uma versão revista baseada em traduções latinas anteriores e em novas traduções de várias fontes árabes”. Neste caso em específico, é um livro cuja edição foi reeditada pelo editor Leonardus de Basilea e Gulielmus de Papia em Vicenza, Itália, em 1491. Em comparação com a primeira edição, a menção “Dedicada ao Doge de Veneza” foi omitida nesta reimpressão. A margem decorativa da primeira página foi alterada dos motivos árabes da primeira edição para motivos de Cupido, plantas e animais, e o tipo de letra foi alterado de gótico para romano, uma fonte mais legível e conforme a primeira edição. Jeremy Norman, um especialista em livros raros e em história da ciência, escreveu uma carta de avaliação para esta aquisição. Apenas 84 bibliotecas no mundo possuem esta edição de 1491.
Hoje Macau SociedadeKorean Air | Primeiro voo de Seul para Macau chegou segunda-feira O primeiro voo operado entre Seul e Macau pela Korean Air chegou ao território na segunda-feira, aponta uma nota de imprensa. Neste contexto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em cooperação com a companhia aérea, lançou descontos nos bilhetes de avião e acções de promoção, além de organizar, até ao dia 11, visitas em Macau para jornalistas sul-coreanos, a fim de divulgar as opções do turismo e património locais. Dados oficiais citados num comunicado da DST destacam que, entre Janeiro e Maio deste ano, a Coreia do Sul ocupou o primeiro lugar no mercado internacional de visitantes e o quarto lugar nos dez maiores mercados de visitantes de Macau. Com a abertura desta rota, o número de voos semanais directos passa a 35 entre Seul e Macau, incluindo três voos semanais de passageiros entre Busan e Macau. Destaque ainda para o facto de, a partir de Setembro, a Korean Air passar também a operar voos directos entre Macau e Lisboa, via Seul, com um só bilhete e bagagem despachada até ao destino final. Desta forma, aponta a DST, “o reforço da interligação da rede de transportes aéreos de Macau contribuirá para o aumento da competitividade de Macau no mercado turístico internacional”.
Hoje Macau Manchete SociedadeGestor do primeiro fundo público quer potenciar pataca como investimento O responsável da empresa gestora do primeiro fundo do mundo denominado somente em patacas, a ser lançado hoje, disse à Lusa querer aumentar a literacia financeira local e potencializar a pataca como moeda de investimento. Mais de duas décadas após a aprovação da lei que regula a constituição e o funcionamento dos fundos de investimento em Macau, Bernardo Tavares Alves, fundador e presidente da A&P Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, estabeleceu o primeiro fundo público no território. O A&P Macau Patacas Fundo de Tesouraria é “um fundo público aberto” e tem como objectivo de investimento “a aplicação em instrumentos do mercado monetário de elevada qualidade e em depósitos bancários de curto prazo”, detalhou o responsável. “A A&P está aqui em Macau para tentar redefinir a relação do capital. Nós temos que desenvolver este mercado, já que o Governo diz que nós temos que diversificar a economia e, no sistema financeiro, esta parte de fundos realmente não foi tocada”, acrescentou. Olhar a GB O projecto tem como ambição arrancar com a indústria de fundos e “potencializar a pataca como moeda local, moeda regional da Grande Baía”. “O dólar de Hong Kong é uma moeda internacional forte e também bastante operada na Grande Baía. Chegou agora o momento também de Macau ter uma moeda de investimento (…) Em Macau recebemos todos o salário em patacas, mas para investir tem de ser sempre em dólares de Hong Kong, e é isso que eu quero tentar quebrar”, referiu. O novo instrumento financeiro, indicou ainda, “o fundo mais básico em termos de investimento”, é dirigido à “população em geral” da RAEM, onde a literacia financeira ainda “é bastante baixa”. “Pode ser um fundo ideal para se lançar primeiro para a população perceber o que é que é um fundo, ou como é que este fundo pode alterar a dinâmica do que é o sistema financeiro em Macau”, explicou. O A&P Macau Patacas Fundo de Tesouraria vai para já estar apenas disponível no Banco da China de Macau, que é também a instituição depositária, ou seja, a quem cabe a supervisão do capital dos clientes. “Amanhã [hoje] os bancos começam a explicar aos clientes que existe este fundo e durante três semanas temos o fundo em IPO [sigla inglesa para Oferta Pública Inicial], em que nós, gestores, não tocamos no fundo, portanto vão angariando o dinheiro e dia 24 ou três semanas depois inicia-se então a aplicação do fundo e começa assim a operação”, indicou Bernardo Tavares Alves. A ideia futura, declarou ainda, é “tentar lançar um fundo por ano nos próximos três anos”. Um fundo de ‘bonds’ e um fundo de acções, com investimentos em títulos de dívida pública e em ações na bolsa, respectivamente, estão nos planos da sociedade.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Pequim oferece dois pandas A China vai presentear Hong Kong com dois pandas gigantes para assinalar o 27.º aniversário da transferência de soberania, anunciou ontem o chefe do Executivo, John Lee. A antiga colónia britânica foi devolvida à China em 1997 ao abrigo do princípio “Um país, dois sistemas”, concebido para garantir à região um elevado grau de autonomia e de liberdades estabelecidas na Lei Básica e diferentes das existentes no país. O presente é “a prova de que [a China] apoia e se preocupa com a cidade” e os pandas vão chegar dentro de alguns meses, disse Lee.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Japão lança satélite de observação terrestre O Japão lançou ontem um novo satélite de observação da Terra, o ALOS-4, a bordo do novo foguetão H3, que tem sido alvo de preocupações depois do fracasso do voo inaugural no ano passado. O foguetão H3 número 3 descolou do Centro Espacial de Tanegashima, ilha a sudoeste da prefeitura de Kagoshima, às 12:06, tal como previsto, numa manhã nublada e quente, depois do adiamento de um dia devido ao mau tempo. O voo decorreu sem problemas até o satélite se separar, 16 minutos e 34 segundos após o lançamento, como se vê na transmissão em direto na Internet fornecida pela agência aeroespacial do Japão JAXA. O ALOS-4 é um satélite de observação da Terra destinado a avaliar os danos em caso de catástrofes naturais ou a controlar as anomalias da actividade vulcânica, tendo também outras missões. Os lançamentos do H3 têm sido seguidos com grande expectativa desde o voo inaugural, em Março de 2023, quando o motor da segunda fase não acendeu e a JAXA teve de ordenar a autodestruição em voo. Em 17 de Fevereiro, o foguetão H3 fez o primeiro voo bem sucedido, mas nessa ocasião transportava carga útil simulada.
Hoje Macau China / ÁsiaTailandeses celebram Orgulho LGBTI+ após aprovação do casamento homossexual Milhares de tailandeses desfilaram no domingo em Banguecoque para celebrar o Orgulho LGBTI+, pela primeira vez, após ter sido aprovada a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que entrará em vigor antes do fim do ano. “Junto-me às celebrações deste mês da igualdade, porque acredito no amor igualitário. Este mês de Junho é diferente dos anos anteriores, porque na Tailândia aprovámos o casamento igualitário”, afirmou o primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, numa mensagem publicada na rede social X. O governante, agitando uma bandeira com as inscrições “amor, igualdade e paz”, conduziu um dos carros alegóricos que percorreram as ruas da capital para comemorar o evento. Ao longo de Junho, foram organizados colóquios, exposições e outros eventos em Banguecoque e noutras cidades tailandesas para celebrar o mês do Orgulho LGTBI+. A 18 de Junho, a Tailândia tornou-se o primeiro país do Sudeste Asiático e o terceiro do continente, depois de Taiwan e Nepal, a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A lei deverá entrar em vigor no final de 2024, depois de passar por uma série de procedimentos legais. Os primeiros casamentos já poderão ser celebrados no fim de Outubro ou Novembro, 120 dias após a publicação da lei. Janelas alargadas Entre as alterações que a lei pretende introduzir está a designação do casamento como união entre “duas pessoas”, em vez de entre “um homem e uma mulher”, e a alteração do estatuto jurídico de “marido e mulher” para “um casal”, sem especificar o género. Além disso, a lei garante aos sindicatos LGTBI+ os mesmos direitos que gozam os casais heterossexuais, incluindo os relacionados com a herança, os benefícios fiscais e a adopção de crianças. A Tailândia manifestou interesse em celebrar o Orgulho Mundial em 2030. Embora o país tenha uma das maiores e mais visíveis comunidades LGTBI+ de toda a Ásia, os activistas criticam que as leis conservadoras tailandesas não reflectem as mudanças e atitudes da sociedade nas últimas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Pyongyang lança dois mísseis na direcção do mar nipónico O regime norte-coreano dá seguimento com a sua política de lançamento de mísseis balísticos na região. Em menos de uma semana, este foi o segundo lançamento A Coreia do Norte lançou ontem dois mísseis balísticos na direcção do mar do Japão, disse o exército sul-coreano, no segundo lançamento em menos de uma semana. “As nossas forças armadas detectaram dois mísseis balísticos lançados na direcção nordeste às 05:05 e às 05:15 a partir da zona de Jangyeon, na província de Hwanghae do Sul”, declarou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano, em comunicado. O projéctil lançado em primeiro lugar voou cerca de 600 quilómetros, enquanto o segundo percorreu cerca de 120 quilómetros, indicaram as autoridades sul-coreanas. “As especificações estão a ser cuidadosamente analisadas” pelos serviços secretos militares sul-coreanos e norte-americanos, acrescentaram. Estes lançamentos podem ser uma resposta às manobras efectuadas na semana passada pela Coreia do Sul, pelo Japão e pelos EUA, que Pyongyang condenou veementemente, alertando para “consequências fatais”. “Condenamos veementemente os Estados Unidos, o Japão e a República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] pelas repetidas demonstrações militares imprudentes e provocadoras contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] e outros Estados independentes da região e, mais uma vez, alertamos seriamente para consequências fatais”, de acordo com um editorial publicado no domingo pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA. União não agrada As forças armadas dos três países realizaram, entre quinta-feira e sábado, as manobras “Freedom edge” nas águas a sul da ilha sul-coreana de Jeju. O texto da KCNA de domingo denunciava o acordo entre os líderes dos três países, no Verão passado, para a realização dos exercícios, referindo que “fazia lembrar o princípio de defesa colectiva da NATO, no qual é exigida a mobilização das capacidades de defesa se um país-membro for atacado”. Na semana passada, a Coreia do Norte e a Rússia assinaram um novo acordo de parceria estratégica, com uma cláusula de assistência militar mútua em caso de agressão, num pacto que suscitou preocupações quanto à possibilidade de aprofundar a cooperação militar entre os dois Estados.
Hoje Macau China / ÁsiaChina tenta reprimir discurso de ódio contra Japão após ataque com faca As principais plataformas ‘online’ da China anunciaram, nos últimos dias, medidas para reprimir o discurso de ódio contra o Japão, na sequência de um esfaqueamento mortal contra um autocarro escolar japonês na semana passada. O antigo editor do jornal do Partido Comunista Chinês Global Times Hu Xijin pediu também que a China “evite exagerar desafios externos e a hostilidade [nas redes sociais], o que transforma o nacionalismo extremo numa mercadoria de ódio à América e ao Japão, atribuindo a maior parte dos problemas [do país] a factores externos”. Esta posição surgiu depois de um homem armado com uma faca ter atacado uma mãe japonesa e o filho e uma mulher chinesa na paragem de um autocarro escolar, na cidade de Suzhou, no leste da China. De acordo com a imprensa oficial, a cidadã chinesa Hu Youping, empregada do transporte escolar, interpôs-se entre o agressor e as vítimas, recebendo uma facada que a acabou por matar. Hu foi desde então homenageada como heroína na China e no Japão, que colocou a bandeira a meia haste na embaixada em Pequim. O ataque foi seguido por uma vaga de discurso de ódio contra o Japão nas redes sociais chinesas, nomeadamente na Netease, plataforma de notícias e de partilha de conteúdos gerados por utilizadores, WeChat e Weibo. A Netease afirmou, no domingo, que “certos acontecimentos” foram aproveitados por utilizadores “para incitar sentimentos nacionalistas extremos, distorcendo, exagerando ou mesmo fabricando conteúdos para publicar comentários inadequados”. A plataforma afirmou ter “silenciado ou banido contas envolvidas nestas declarações extremas e prejudiciais”. Também a Tencent, operadora da rede social WeChat, pediu aos utilizadores para denunciarem conteúdo que “incite ao conflito sino-japonês e provoque nacionalismo extremo”. “Alguns internautas têm fabricado declarações extremistas. A plataforma combate firmemente este tipo de violações e de contas, tendo tratado 836 violações relacionadas e 61 contas infratoras. Dependendo da gravidade e das regras da plataforma, as medidas tomadas incluem o silenciamento e exclusão de contas”, indicou, em comunicado. A rede social chinesa Weibo puniu também 36 contas e removeu 759 publicações relacionadas com o ataque. O conteúdo removido “interpretava excessivamente o incidente” e “difundia discurso extremista que incitava ao sentimento nacionalista, promovia o ódio e até aplaudia actos criminosos em nome do patriotismo”, lê-se no comunicado emitido pela plataforma, equivalente à rede X (antigo Twitter) na China. Guerras antigas A disputa entre China e Japão sobre a decisão de Tóquio de libertar as águas residuais tratadas da central nuclear de Fukushima veio agravar décadas de animosidade entre as duas nações. Em particular, os chineses ressentem a ocupação japonesa durante a Segundo Guerra Mundial, que incluiu atrocidades como a “Violação de Nanquim” – um período de assassínios e violações em massa cometidos depois de os soldados japoneses terem tomado a cidade – e a tortura, escravatura sexual e experiências científicas com seres humanos. As velhas feridas ressurgem quando políticos nacionalistas japoneses visitam o santuário Yasukuni, em Tóquio, que homenageia militares e políticos condenados por crimes de guerra após a Segunda Guerra Mundial. A China classifica estas visitas como “graves provocações”, instando Tóquio a “aprender com a História”. A ocupação é frequentemente tema de séries televisivas e filmes na China, onde a retórica oficial do regime pede à população para “não esquecer a humilhação nacional”.
Hoje Macau China / ÁsiaBadminton | Jogador de 17 anos morre durante torneio na Indonésia Um jogador chinês de badminton, de 17 anos, morreu no domingo depois de ter caído em campo durante um jogo de um torneio asiático, na Indonésia, anunciaram ontem os organizadores. “O jogador chinês Zhang Zhijie teve um colapso durante um jogo ao fim da tarde”, informou a Confederação de Badminton da Ásia e a Federação Indonésia de Badminton (PBSI) num comunicado conjunto. Zhang Zhijie desmaiou quando defrontava o japonês Kazuma Kawano, no Campeonato Asiático de Badminton Júnior em Yogyakarta, na ilha indonésia de Java. “Foi tratado pelo médico do torneio e pela equipa médica e foi transportado na ambulância de emergência em menos de dois minutos e enviado para o hospital”, referiu o comunicado. O jovem jogador foi “levado para o hospital onde morreu às 23:20” de domingo, lê-se na mesma nota. “De momento, o hospital local ainda não identificou a causa da morte”, declarou a Federação Chinesa de Badminton, que se juntou às duas organizações por detrás do comunicado para expressar as suas “mais sinceras condolências aos pais e à família” do jogador. Zhang Zhijie começou a jogar badminton cedo, e integrou a equipa nacional de juniores da China no ano passado. No início deste ano, ganhou o título de singulares no Dutch Junior International, um prestigiado torneio juvenil realizado em Haarlem, nos Países Baixos. Ontem, foi observado um minuto de silêncio no torneio por equipas em Yogyakarta e a equipa chinesa usou braçadeiras pretas em sinal de respeito. A jogadora indiana Pusarla Venkata Sindhu, que ganhou a prata e o bronze olímpicos em 2016 e 2021, respectivamente, descreveu a morte de Zhang como “absolutamente desoladora”. “O mundo perdeu hoje um talento notável”, escreveu na rede X, oferecendo as suas “mais sinceras condolências” à família do jovem jogador chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Actividade cresce em Junho ao ritmo mais rápido desde 2021 A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Junho pelo oitavo mês consecutivo e ao ritmo mais rápido desde Maio de 2021, foi ontem divulgado pelo jornal privado Caixin. O Índice de Gestores de Compras (PMI), compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e que muitos investidores internacionais tomam como referência para analisar o sector industrial chinês, subiu de 51,7 pontos em Maio para 51,8 em Junho. Quando se mede o PMI, uma marca acima dos 50 pontos representa uma expansão da actividade no sector em relação ao mês anterior, enquanto uma marca abaixo dos 50 representa uma contracção. O valor também supera as previsões dos analistas, que esperavam que o indicador se fixasse em torno de 51,2 pontos. A leitura da Caixin difere da oficial, divulgada no domingo pelo Gabinete de Estatística da China, que se manteve na zona de contracção, em 49,5 pontos. O jornal apontou um aumento simultâneo da oferta e da procura, com o maior registo em dois anos no sub-índice que mede a produção e o 11.º mês consecutivo de aumentos nas novas encomendas. No entanto, e apesar da maioria dos outros indicadores que compõem o PMI difundido pela Caixin serem positivos, o índice que mede o optimismo dos gestores das empresas da indústria transformadora em relação ao futuro da produção caiu mais de três pontos em relação ao mês anterior, situando-se no valor mais baixo desde Novembro de 2019, embora ainda se mantenha na zona de expansão. Os principais factores que preocupam os gestores inquiridos, referiu o relatório, são a “proeminente pressão descendente” sobre a economia e “a intensa” concorrência no mercado.
Hoje Macau China / ÁsiaImprensa alerta para “riscos da gerontocracia” após debate nos EUA A imprensa oficial chinesa alertou ontem para os riscos colocados pela gerontocracia após o “divertido” debate eleitoral realizado na passada sexta-feira nos Estados Unidos, que foi amplamente comentado e analisado no país. Após o desempenho vacilante no debate do actual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times criticou “a falta de vitalidade na política rígida da América”. “A gerontocracia representa uma grande incerteza e risco nos assuntos internacionais e internos dos Estados Unidos”, afirmou o investigador Lü Xiang, citado pelo jornal. Com a possibilidade de Biden se afastar e propor um novo candidato democrata, o professor Li Haidong disse que a possível substituição “reflecte as preocupações do público sobre a idade avançada dos candidatos nas eleições presidenciais, uma vez que não querem que um candidato doente e de mente pouco clara lidere o país numa altura em que este enfrenta desafios significativos”. Hu Xijin, antigo editor-chefe do Global Times, descreveu o debate como “divertido para os chineses”, devido aos “ataques pessoais, má memória e escárnio”. “Objectivamente, o desempenho de baixa qualidade destes dois anciãos foi uma publicidade negativa para a democracia ocidental”, afirmou Hu. Comédia ou tragédia? Na segunda-feira, a referência ao debate registou mais de 72 milhões de visualizações na rede social Weibo, semelhante à X, que está bloqueada na China. A plataforma, fortemente censurada, estava repleta de internautas que felicitavam sarcasticamente “os dois velhos” pela sua “perseverança” em participar nas eleições. Os internautas chineses prestaram especial atenção às referências à China durante o debate, especialmente por parte do representante republicano e antigo presidente Donald Trump. Trump acusou Biden de aceitar dinheiro da China e criticou a sua forma de lidar com as taxas alfandegárias e a política comercial, ao mesmo tempo que avisou que a China “será dona” dos EUA. No entanto, alguns comentadores salientaram que as menções ao país asiático foram, na verdade, poucas e semelhantes, o que “é um sintoma de que as suas posições sobre a China não diferem muito”. Entretanto, a plataforma de vídeo Douyin, o equivalente chinês do TikTok, que está bloqueado na China, está repleta de vídeos que ridicularizam as discussões do debate, os factos inexactos e o fraco desempenho de Biden. Alguns dos comentários no Douyin e no Weibo utilizaram a ironia para criticar a ridicularização do debate: “Quando é que votamos?”
Hoje Macau China / ÁsiaEnergia | Pequim poderá alcançar este ano metas de renováveis para 2030 A aposta na renovação das fontes de energia mais amigas do ambiente prossegue a bom ritmo. O país pode ultrapassar ainda em 2024 ano as estimativas previstas para 2030 A China poderá alcançar os seus objectivos em matéria de energias renováveis para 2030 seis anos antes do previsto, face ao rápido crescimento da capacidade solar e eólica do país, segundo previsões de uma entidade estatal. A China acrescentará 70 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia eólica e 190 GW de capacidade solar até ao final de 2024, de acordo com um novo relatório do Instituto de Engenharia de Energias Renováveis da China (CREEI), um organismo de investigação sob tutela da Administração Nacional de Energia (NEA). De acordo com estatísticas divulgadas pela NEA, em 2023 a China adicionou 217 GW de energia solar e 76 GW de capacidade de energia eólica, elevando a capacidade total para 1.050 GW no final do ano passado. As novas adições estimadas elevariam a capacidade instalada de energia solar e eólica da China para 1.310 GW até ao final deste ano, ultrapassando o seu objectivo para 2030 de ter 1.200 GW em capacidade instalada seis anos antes do previsto. “Melhorar a autossuficiência energética exige um maior desenvolvimento e utilização das energias renováveis”, lê-se no relatório do CREEI. A China, o maior emissor de gases com efeito de estufa do mundo, foi responsável por quase 60 por cento do aumento da capacidade de produção de energias renováveis a nível mundial no ano passado, com um recorde de 301 GW de capacidade de produção de energia solar, eólica e hidroeléctrica. Mas a rápida expansão do sector das energias renováveis do país – em especial a indústria das células solares – suscitou preocupações quanto ao excesso de capacidade de produção, devido a um desfasamento entre o rápido crescimento da oferta e a procura. O sector da energia eólica da China continuará a crescer “relativamente depressa”, enquanto a capacidade de produção de energia solar se expandirá à “velocidade máxima”, segundo o CREEI. A fazeres No final de Maio, a China já tinha cerca de 690 GW de capacidade instalada de energia solar e 460 GW de capacidade de energia eólica, o que representa cerca de 38 por cento da capacidade de produção de energia instalada no país, de acordo com dados divulgados pela NEA. Para atingir o objectivo de ter 80 por cento do seu cabaz energético proveniente de combustíveis não fósseis até 2060 – o mesmo ano em que pretende atingir emissões líquidas nulas de dióxido de carbono – a China tem de melhorar a estabilidade e a fiabilidade do seu fornecimento de energia renovável e actualizar as suas redes eléctricas para aumentar o consumo de energia renovável, indicou o CREEI. A capacidade de armazenamento de energia da China baseada em novas tecnologias, como as baterias de iões de lítio, triplicou em termos homólogos no primeiro trimestre de 2024, com gigantes tecnológicos como a Tesla e a Contemporary Amperex Technology a procurarem oportunidades de crescimento neste sector.
Hoje Macau Via do MeioA Rota das Especiarias e a história do Oriente e do Ocidente – Parte I Texto de Ritchie Lek Chi, Chan Primeiro contacto com a colheita de especiarias As especiarias fazem parte da vida das pessoas do Sudeste Asiático. Na Indonésia, famosa pela produção de especiarias desde os tempos antigos, tornaram-se numa necessidade para a população. Lembro-me do meu primeiro contacto com o processo de fabricação do cravo na Indonésia, quando era criança. Essa experiência levou ao meu interesse posterior pela história das especiarias. Mais tarde, através da exploração em várias línguas, descobri que existe muita informação sobre o comércio de especiarias e as suas rotas desde a antiguidade até à Idade Média. Mais tarde, após décadas de viagens ao redor do mundo, descobri muitas informações ocultas sobre o comércio de especiarias e as suas rotas desde os tempos antigos até a Idade Média. Após o século XVI, com a chegada dos portugueses, Macau teve também uma importante relação com o comércio de especiarias. Para compartilhar essas informações com os leitores, aqui fica este artigo. A colheita Quando eu morava em Jacarta, sempre que havia feriados prolongados na escola, o meu pai costumava “exilar-me” em casa da minha tia, por vezes durante mais de dez dias. A família da minha tia morava na cidade de Bogor. O clima nesta cidade é confortável e agradável. Podia ter contacto com a natureza e gostava de lá ficar. Bogor é uma cidade antiga cercada por quatro vulcões que abraçam esta povoação numa bacia a mais de 260 metros acima do nível do mar. Foi a capital do Reino de Sunda entre os séculos XII e XVI. Quando os holandeses governaram a Indonésia, a cidade tornou-se na sua capital. Embora a cidade esteja a apenas 66 quilómetros de Jacarta, o clima e o ambiente das duas cidades são muito diferentes. Bogor tem um clima fresco e húmido com chuvas abundantes. É o local com mais trovoadas do mundo e por isso é conhecida como a “Capital Mundial do Trovão”. O clima único e o solo vulcânico fértil tornam a vegetação local rica, e os tipos e quantidades de produtos agrícolas também são extremamente ricos. O nome chinês da cidade é “Mou”, que também pode significar “plantas luxuriantes”. Bogor tem um pouco de tudo isso. O mundialmente famoso Jardim Botânico Tropical e a Estação Experimental Agrícola também aqui estão localizados. A residência do Presidente da Indonésia foi construída ao lado do jardim botânico. Cada vez que passo por este lugar, vejo o cervo sika comendo pacificamente a relva verde no pasto verdejante (foto 1), como uma cena mágica do filme “The Wizard of Oz”. Voltando ao dormitório da escola onde moravam a minha tia e a sua família, atrás da casa havia uma pequena encosta coberta de mata do outro lado de um riacho. O riacho no sopé da encosta estava coberto de arbustos. Ao princípio, eu não sabia que tipo de planta eram esses arbustos. Só um dia obtive a resposta. Numa manhã clara, o meu primo levou-me até um arbusto cheio de botões de flores (foto 2). O cenário era muito lindo! Todos amarraram um saco de pano atrás da cintura e subiram a uma pequena árvore para colher os botões de flores que depois colocaram no pequeno saco. A tarefa repetiu-se durante alguns dias até que o trabalho de colheita dos botões ficou concluído. Com o tempo bom, todas as manhãs, dezenas de sacos de botões eram atirados no campo para aproveitar o sol. Cerca de três a quatro dias depois, os botões florais secos emitem gradualmente uma fragrância especial, que flutua sobre o enorme espaço. Esta fragrância familiar revela ser uma das famosas especiarias, o cravo (foto 3 ). Antiga rota das especiarias Quando se trata de intercâmbio cultural ou de comércio entre a China e o Ocidente nos tempos antigos, as pessoas geralmente pensam apenas na “Rota da Seda”, “Rota da Porcelana” ou “Rota do Chá”, etc., e raramente mencionam a “Rota das Especiarias”. Na verdade, o comércio de especiarias existe desde os tempos antigos. Podemos citar alguns artigos chineses e estrangeiros para confirmar esses dados históricos. Em 2021, o Arquivo Nacional da Indonésia publicou o livro “Arquivos Originais das Ilhas das Especiarias do século XVII ao XVIII” (Nota 1). O Arquivo Nacional da Indonésia colecciona materiais manuscritos sobre as Ilhas das Especiarias dos séculos XVII ao XVIII. Foi publicado em livro e anotado (Foto 4) para mostrar ao público a situação do comércio de especiarias nas ilhas naquela época. A introdução do livro descreve: “A Indonésia tornou-se um factor importante no desenvolvimento do comércio global nos séculos XVII e XVIII devido à sua produção de especiarias. Embora até agora não seja claro quando é que o comércio de especiarias atravessou os mares e chegou à Ásia, África e Europa. No entanto, as evidências existentes mostram que um dos materiais usados para preservar as múmias no antigo Egipto é o cravo. Várias evidências da Europa também mostram que os antigos gregos e romanos estavam familiarizados com o cravo, sobretudo na Mesopotâmia. Escavações arqueológicas na Ásia encontraram cravos na cozinha de residentes comuns.” Outro livro, “The Lands Beneath the Winds”, foi co–editado por vários estudiosos, historiadores, professores universitários, escritores e jornalistas indonésios conhecidos. O prefácio do livro contém um parágrafo sobre a “misteriosa rota das especiarias” e o conteúdo afirma claramente que “a Rota das Especiarias remonta a três mil anos”. Para escrever uma crónica completa e abrangente das rotas das especiarias, seria necessário viajar ao redor do mundo. John Keay (Nota 2) usou mapas antigos, relatos e histórias de viajantes, antigos diários de navegação e listas de navios para reconstruir as rotas de navegação dos egípcios, que foram os pioneiros do comércio marítimo de especiarias. “Marinheiros romanos e gregos vindos do Oeste, passando pela Península Arábica e encontrando rotas para a Índia e as ilhas indonésias, colhiam pimentas e gengibre. “(Nota 3) Comércio externo de especiarias de Macau Ao apresentar uma das especiarias, a “cânfora”, a versão em inglês da Wikipedia afirma: “A cânfora também é usada como substância anti-bacteriana. Em termos de anti-sepsia, o óleo de cânfora era um dos ingredientes usados pelos antigos egípcios na fabricação de múmias” (Foto 5). Lembro-me de ter assistido a um documentário que apresentava várias ilhas da Indonésia há alguns anos, mas infelizmente esqueci o título do filme. O conteúdo do filme é consistente com os fatos históricos declarados na Wikipedia. O vídeo apresenta Barus, uma pequena cidade no norte de Sumatra. O terceiro milénio a.C., era conhecido por ser rico em “cânfora”. De 1567 a.C. a 1339 a.C., durante a Décima Oitava Dinastia do Egipto, os egípcios viajaram por mar até Sumatra para obter cânfora como matéria-prima para fazer óleo de cânfora. A curta-metragem indica ainda que os antigos egípcios seguiram a rota marítima das especiarias até ao arquipélago indonésio para obter especiarias. Na verdade, o tempo pode ser adiado ainda mais. De 1938 a.C. a 1756 a.C., o rei da Décima Segunda Dinastia ordenou aos seus homens que cruzassem o oceano até as Ilhas Moluku, Molucas (Ilhas das Especiarias) na Indonésia para obter cravo, porque o cravo também era usado na preservação de múmias. Nesta época, a primeira dinastia apareceu na história chinesa – a “Dinastia Xia”. Esta dinastia inaugurou quatro mil anos de trono hereditário na China. Recentemente, visitei o Museu Marítimo de Macau e descobri que a história do comércio das especiarias também está exposta na sala de exposições. Embora as exposições sejam relativamente simples, raramente conseguem mostrar ao público que o comércio de especiarias tem uma relação histórica importante no mundo e em Macau (Foto 6). Além disso, os folhetos promocionais colocados nesta área expositiva apenas contam que a rota das especiarias existe desde a antiguidade. Parte do conteúdo é extraído da seguinte forma: “A maioria das especiarias é produzida em áreas tropicais da Ásia. Além de melhorar o sabor dos alimentos, civilizações antigas como Egipto, Índia e China sabem há muito tempo que as especiarias têm funções medicinais, anti-sépticas e de remoção de odores. A história mais antiga do uso humano das especiarias pode ser rastreada há 5.000 anos, embora o comércio de especiarias tenha começado por terra, o seu rápido desenvolvimento e impacto económico dependiam do transporte marítimo…”. (continua) Notas: 1-“A História das Especiarias”, Lucien Guyot (França), traduzido por Liu Deng. Primeira edição, 2006. Sociedade Yushan de Taiwan, página 44. 2-John Keay, historiador britânico, jornalista, apresentador de rádio e conferencista especializado em história popular indiana. 3-“Tales of The Lands Beneath the Winds”, Yanuardi Syukur, Dewi Kumoratih, Irfan Nugraha, etc. Negeri Rempah Foundation Publishing House, 2020. Página 8, parágrafo 2.
Hoje Macau SociedadeIC | “Duplo Aniversário” com apoios para eventos culturais O Instituto Cultural (IC) vai conceder subsídios a entidades que organizem eventos em celebração do chamado “Duplo Aniversário”, ou seja, os 75 anos da Implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário da transferência de administração portuguesa de Macau para a China. As candidaturas para os apoios, concedidos pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC), arrancam hoje e duram até ao dia 19 deste mês. Podem concorrer associações formadas até 31 de Dezembro de 2023 que apresentem ideias “nas áreas das artes e da cultura”, com actividades como “espectáculos e actuações culturais e artísticas, realização de exposições, feiras, concursos e actividades festivas do património cultural intangível”. Haverá também espaço para extensões desses eventos ao nível da produção audiovisual, cinematográfica, televisiva, de animação, realização de palestras ou cursos de formação e de seminários, bem como publicações de livros e periódicos. O limite máximo do subsídio é de 500 mil patacas, dependendo a concessão do montante do tipo de actividade. O orçamento global para este plano de subsídios é de 25 milhões de patacas. O apoio financeiro dura entre os dias 2 de Julho e 31 de Dezembro deste ano, sem prorrogação, pelo que, segundo o IC, “o projecto deve estar concluído até 31 de Dezembro de 2024”.
Hoje Macau PolíticaDST | Nova campanha promocional na Malásia A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) dá início esta sexta-feira a uma nova campanha promocional noutro país, desta vez na Malásia. A campanha “Sentir Macau”, que inclui actividades na rua, roadshows com operadoras de jogo e seminários de fomento de negócios. Segundo um comunicado da DST, “pretende-se que os residentes e operadores turísticos da Malásia possam conhecer melhor as vantagens turísticas de Macau”, além de se pretender “expandir os mercados de visitantes internacionais”. A acção irá durar quatro dias, terminando dia 8, e decorre na cidade de Kuala Lumpur, em locais como o centro comercial “Sunway Pyramid”, entre outros. A DST espera que esta acção promocional “possa atingir um maior número de visitantes, atraindo mais residentes da Malásia a escolherem visitar Macau para experienciar os elementos do ‘Turismo +'”. Serão ainda promovidos pacotes de viagem de Macau, a preços especiais, em cooperação com agências de viagem da Malásia. Além disso, serão convidados artistas, influenciadores digitais e cantores famosos da Malásia como Danny Koo e Hael Husaini, a par com os cantores de Macau Filipe Tou e Giulianna Fellini, entre outros. De frisar que, no primeiro semestre deste ano, a DST organizou campanhas promocionais no Japão, Singapura, Indonésia, Coreia do Sul e Tailândia.
Hoje Macau Manchete SociedadeDSF | Cheques pecuniários começam hoje a ser depositados Começam hoje as transferências bancárias relativas ao Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico de 2024, também conhecido como cheque pecuniário. As quantias serão hoje depositadas nas contas de beneficiários do subsídio para idosos, da pensão de aposentação e pensão de sobrevivência, indivíduos que tenham registado a recepção da devolução de impostos ou demais pagamentos a cargo da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) por transferência bancária, beneficiários do subsídio de invalidez. Recebem por transferência também hoje docentes beneficiários do subsídio directo ou subsídio para o desenvolvimento profissional e alunos que recebam bolsas de estudo para o ensino superior do Fundo Educativo, além dos trabalhadores da Administração Pública. Os residentes permanentes, que recebem 10 mil patacas totalizam 717.018 beneficiários, enquanto os não-permanentes, que recebem 6 mil patacas, são 30.850 no total. A comparticipação através de cheque cruzado irá será enviada por correio a partir de 9 de Julho.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang condena de exercícios entre EUA, Japão e Coreia do Sul A República Popular Democrática da Coreia denunciou ontem os exercícios militares conjuntos entre a República da Coreia, Japão e Estados Unidos, chamando-os de “versão asiática da NATO” e alertou para “consequências fatais”. Os três aliados completaram, no sábado, as manobras militares “Freedom Edge” que se prolongaram por três dias envolvendo mísseis balísticos, defesa aérea, guerra submarina e defesa cibernética. Numa cúpula tripartida realizada no ano passado, os líderes dos Estados Unidos, República da Coreia e Japão concordaram em realizar exercícios anuais como um sinal de unidade diante das ameaças da República Popular Democrática da Coreia com armas nucleares e da crescente influência da China na região. “Denunciamos veementemente (…) provocações militares” contra a República Popular Democrática da Coreia, referiu o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, num comunicado publicado pela agência Central de Notícias da Coreia (ACNC). “As relações entre os Estados Unidos, o Japão e a República da Coreia assumiram a aparência de uma versão asiática da NATO”, acrescentou, deixando ainda um alerta para “consequências fatais”. Poder de fogo O porta-aviões de propulsão nuclear norte-americano USS Theodore Roosevelt, o contratorpedeiro japonês de mísseis guiados JS Atago e caças sul-coreanos KF-16 foram mobilizados para os exercícios. Pyongyang vê exercícios combinados deste tipo como ensaios para uma invasão. A República da Coreia rejeitou as acusações de Pyongyang, sublinhando que os últimos exercícios eram uma continuação de exercícios conjuntos regulares entre os três aliados. “É absurdo que a Coreia do Norte, principal fonte de tensão na Península Coreana, critique o exercício ‘Freedom Edge’ como “NATO asiática”, referiu o Ministério da Defesa da República da Coreia, em comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Seul aumenta lista de produtos proibidos de vender à Rússia A Coreia do Sul proibiu na sexta-feira a exportação para a Rússia e a Bielorrússia de 243 produtos potencialmente utilizados para fins militares, em resposta ao acordo de cooperação de Moscovo com a Coreia do Norte. A decisão eleva para 1.400 o número de produtos proibidos pelo Ministério do Comércio, da Indústria e da Energia da Coreia do Sul desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em Fevereiro de 2022. Seul incluiu desta vez na “lista negra” equipamento de corte de metais, peças de instrumentos ópticos e sensores, entre outros, noticiou a agência sul-coreana Yonhap. A decisão que afecta esta nova lista de produtos deverá entrar em vigor no final de Agosto, altura em que as autoridades esperam ter toda a legislação e autorizações em vigor. O Governo sul-coreano reserva a possibilidade de uma análise caso a caso, nomeadamente para os acordos comerciais que tenham sido celebrados antes do anúncio desta proibição, segundo a agência espanhola Europa Press. A Rússia assinou um tratado de cooperação com a Coreia do Norte em Junho, durante uma visita. Os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assinaram um tratado de parceria estratégica a 19 de Junho, durante uma visita do Presidente russo a Pyongyang. O acordo prevê a prestação de assistência mútua se um dos países for atacado. Os Estados Unidos e os aliados ocidentais têm acusado a Coreia do Norte de fornecer à Rússia munições e mísseis para a guerra contra a Ucrânia. A Rússia e a Coreia do Norte são aliadas desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), mas tornaram-se mais próximos desde a invasão russa da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaMonte Fuji | Novas restrições a partir de hoje para controlar turismo As visita ao Monte Fuiji, no Japão, vão ter novas restrições, como a aplicação de uma taxa, a partir de hoje, no início da temporada de Verão, para tentar controlar o excesso de turismo. A partir da madrugada desta segunda-feira, os turistas que pretendam utilizar a trilha Yoshida vão ter de pagar uma taxa de 2.000 ienes, cerca de 11,60 euros. O limite máximo de acessos a este trilho é agora de 4.000 turistas por dia. O Monte Fuiji atrai, todos os verões, mais de 220.000 visitantes. Para controlar este fluxo de migrantes e o respectivo impacto ambiental, as autoridades introduziram, pela primeira vez, um sistema de reservas ‘online’. Na semana passada, quatro pessoas morreram enquanto escalavam o Monte Fuiji. Muitos turistas sobem o monte durante a noite para poderem ver o nascer do sol a partir do cume, que fica a 3.776 metros de altura. Alguns visitantes dormem nos trilhos, acendendo fogueiras para se aquecer, ou tentam completar o trajecto sem efectuarem pausas.