Hoje Macau VozesAcima de tudo a liberdade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] providência cautelar apresentada pelos advogados de José Sócrates é uma legítima medida de defesa do seu constituinte; a decisão judicial de impedir as publicações do grupo Cofina de falarem sobre o “caso Sócrates” coloca sérias reservas sobre o direito à liberdade de informação e tem implícito um princípio de censura que é inaceitável. Não queria sobre isto deixar qualquer hesitação: acima do meu próprio gosto ou desgosto pelo conteúdo das notícias e a sua forma, está a liberdade de informação e expressão. Sucede que eu sei o que é a censura prévia, por experiência directa, tendo tido artigos censurados e livros proibidos antes do 25 de Abril. A liberdade de expressão é em primeiro lugar para aquilo de que não gosto Como na célebre Primeira Emenda da Constituição americana, o direito à liberdade de expressão faz-se exactamente para proteger aquilo de que não gosto. Eu não gosto que se bata em quem está em baixo, não gosto de campanhas contra pessoas, nem que se use amálgamas, factos sem enquadramento, condenações antes do julgamento. Mas uma coisa é não gostar de qualquer destas coisas, outra é proibir que outros, no exercício da sua liberdade de expressão, entendam que é legítimo fazê-lo, por causas que são suas, ou porque entendem que assim estão a lutar contra a corrupção e a travar um combate cívico. Ou porque não gostam da pessoa A, ou porque não gostam da política B, ou porque consideram que valem mais coisas do que aquelas que eu penso valer. O julgamento ético ou profissional (sobre a qualidade do jornalismo) é uma coisa, outra é a censura prévia. O exemplo que não vem de cima Se o jornal e os seus jornalistas estiverem a cometer crimes, então que sejam punidos por isso. Se existe um crime de violação de segredo de justiça, os seus responsáveis devem ser por ele punidos, ainda mais se se verificar que se está a abusar da figura de se ser “assistente do processo” para os jornalistas obterem informações que violam as obrigações que têm para o serem. A verdade é que o exemplo não vem de cima, com um ministro deste governo breve a ser apanhado em flagrante delito de, enquanto director da Polícia Judiciária, passar informações aos jornalistas. Pelos vistos isso não afecta o currículo necessário para se ser ministro de uma área tão sensível como a justiça. A liberdade permite o abuso… Porém, a decisão judicial cria o absurdo de todas as publicações do grupo Cofina estarem proibidas de falar do caso Sócrates enquanto as de quaisquer outros grupos de comunicação têm liberdade para o fazer. Além disso, o efeito é instituir uma censura prévia que torna um crime qualquer informação, mesmo que seja mais que justificada pelo interesse público. O facto de publicações como o Correio da Manhã terem publicado notícias especulativas e que o interesse público não justifica de todo – um exemplo é a conversa trivial entre Sócrates e Guterres que não devia sequer ter sido transcrita como escuta (e infelizmente muitas outras existem do foro pessoal e íntimo que vão acabar por sair cá para fora) –, pode fragilizar o órgão de comunicação, mas não justifica a medida judicial. …desde que não seja crime O Correio da Manhã, que é o principal alvo da providência cautelar, é em parte, insisto em parte, feito pelo modelo da imprensa tablóide. Mas isso não implica, como aliás já o tenho escrito várias vezes, que não seja muitas vezes nessa imprensa menos convencional que se encontram informações de genuíno interesse público que a imprensa “de referência” hesita em dar, muitas vezes pelas piores razões. Porém há um passo jornalisticamente dúbio entre notícias, mesmo puxadas para a especulação, e uma campanha contra a pessoa. É verdade que se soube através do Correio da Manhã de algumas coisas sobre o comportamento de José Sócrates que estão para lá do processo e que aí o jornal cumpriu a sua obrigação jornalística. A investigação que fez ao trem de vida de Sócrates quando este esteve fora de Portugal denunciava um facto relevante: que este vivia muito acima dos meios que tinha ao seu dispor e isso numa figura pública implica uma justificação. Sócrates nunca se retirou da vida política activa e isso tornava-o objecto de um escrutínio público, independentemente de se saber se tinha ou não cometido qualquer crime. Os seis telefones Mas, depois, o Correio da Manhã não se tem limitado a publicar informações retiradas do processo Sócrates, usa-as para “sugerir” determinadas conclusões. Infelizmente está a duplicar aquilo que muitas vezes é uma técnica usada por maus investigadores quando não encontram verdadeiras provas. Por exemplo, numa gaveta num armário ao lado da mesa em que estou a escrever eu tenho cerca de 10 telemóveis, todos os que usei na vida a começar por um grosso Nokia que era o state of the art muitos anos atrás, e vários que se lhe seguiram. Um comprei-o no estrangeiro, porque me esqueci do carregador, outros que se foram substituindo uns aos outros. Presumo que mais de metade deles estão operacionais, se os carregar devidamente e encontrar chips actualizados. Significa isso que os estou a usar para dificultar a vida às escutas policiais e organizar actividades criminosas? Se achasse que elas eram indevidas e abusivas, podia ser, mas mais do que isso é pura especulação. Por isso não sei se Sócrates ter seis telemóveis é relevante ou não, não sei se os usa todos ao mesmo tempo ou não, e só saberei se se passar além do número de telemóveis para saber se existe no processo mais do que essa constatação de facto. Não há necessidade O Correio da Manhã não precisa de nos convencer sobre as malfeitorias do eng. Sócrates – não me pronunciando eu sobre se essas são as de que é acusado criminalmente –, mas outras de vária natureza, de carácter político ou de abuso do poder quando era primeiro-ministro, pelas quais assino eu por baixo sem precisar das fugas de informação do jornal. Por isso tudo é desnecessária a campanha do jornal, embora eu esteja na primeira fila para defender, a meu contragosto, o direito de a continuar a fazer. José Pacheco Pereira, na Sábado
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Vinhos de Portugal em destaque [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ezenas de países produtores de vinho, da Argentina à Austrália, disputam na Hong Kong International Wine & Spirits Fair a atenção dos profissionais e consumidores chineses, mas, na edição deste ano, Portugal parte em vantagem. “Só o facto de termos sido designados como país convidado é já um marco bastante importante”, disse à agência Lusa em Pequim o director de ‘marketing’ da ViniPortugal, Nuno Vale. “Vai dar uma grande visibilidade aos vinhos portugueses, perante vários profissionais, não só de Hong Kong, mas também dos mercados vizinhos”, acrescentou o responsável da associação que promove a imagem de Portugal enquanto produtor de vinhos. Segundo dados da ViniPortugal, participam na International Wine & Spirits Fair, que abriu oficialmente na quinta-feira, perto de meia centena de empresas portuguesas, a representar diversas regiões de norte a sul do país. O programa inclui ainda 12 seminários sobre vinhos portugueses. Nuno Vale mostrou-se optimista: “Ainda mais neste ano, em que a própria feira celebra o oitavo aniversário”, realçou, aludindo ao significado auspicioso do número oito na China. Com queda para subir No primeiro semestre de 2015, a China comprou mais 58,2% de vinho a Portugal, acompanhando a tendência que dura desde o início da década. Pelas contas da ViniPortugal, no espaço de seis anos (2008-2013) as exportações de vinhos portugueses para o país subiram de 1,8 milhões de euros para 14 milhões de euros. O número de empresas portuguesas com escritórios ou representantes na China também têm aumentado: “Decerto, já ultrapassam uma dezena”, comenta Nuno. Ainda assim, “há um longo caminho a percorrer”, explicou à Lusa Jin Gang, vendedor na sociedade comercial Nam Kwong, um grupo estatal chinês que representa várias quintas vinícolas de Portugal. “Os vinhos portugueses só agora começam a aparecer na China. Vai demorar até que sejam tão conhecidos como, por exemplo, os franceses”, disse. Na China, o vinho é também designado de “Faguojiu” (literalmente álcool da França, em chinês), ilustrando o domínio que aquele país tem no mercado chinês. Para Nuno Vale, as campanhas lançadas pelas autoridades chinesas para combater a ostentação e a corrupção, que causaram uma quebra acentuada no consumo de produtos de luxo, poderão levar a uma mudança de paradigma. “No momento em que houve esses cortes por entidades governamentais, que tipicamente consumiam vinho francês, o mercado voltou-se para vinhos que ofereciam a mesma qualidade, mas a um preço significativamente mais baixo”, explicou. “Isso está a despertar o interesse pelos vinhos portugueses”, acrescentou. À beira do pódio Portugal já é o quinto fornecedor europeu de vinhos importados pela China, que, entretanto, também está a apostar na produção e, de acordo com algumas projecções, dentro de cinco anos poderá mesmo tornar-se o maior produtor mundial. Porém, “no mercado interno, a China terá sempre de lutar com um problema típico de países em desenvolvimento, que é: tudo o que vem de fora é sempre mais apreciado do que aquilo que é produzido dentro”, referiu Nuno Vale. “O consumidor chinês não estará disposto a dar um valor superior pelos vinhos domésticos. Isso vai acontecer durante muitos anos”, previu. Per capita, o consumo na China não chega a um litro e meio por ano; em Portugal ronda os 40 litros. Contudo, só em 2014, o país importou cerca de 383 milhões de litros de vinho, posicionando-se como o maior consumidor do mundo, segundo dados das alfândegas chinesas. “É um mercado muito volátil”, considerou Nuno Vale. “Tanto cresce muito, como decresce, como volta a crescer. Não é um mercado maduro”, concluiu.
Hoje Macau PolíticaEUA | “Postura operacional” para responder a eventual agressão russa [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos adaptam a sua “postura operacional” para contrariar qualquer “agressão russa”, declarou sábado o secretário da Defesa norte-americano, Ashton Carter. “Adaptamos a nossa postura operacional e os nossos planos de emergência no trabalho que fazemos – nós próprios e com os nossos aliados – para dissuadir a Rússia de uma agressão e para contribuir para reduzir a vulnerabilidade dos nossos aliados e dos nossos parceiros”, afirmou Carter, durante um fórum sobre questões de defesa, na Califórnia (costa oeste dos Estados Unidos da América). O chefe do Pentágono acrescentou que Washington está a modernizar o arsenal nuclear e a investir em meios de alta tecnologia como drones (aparelhos não tripulados), bombardeiros de longo alcance, lasers, canhões electromagnéticos e guerra electrónica. Carter referiu novos meios militares “surpreendentes (…) que não podia descrever de momento”. “Actualizamos e aperfeiçoamos os nossos planos de dissuasão e de defesa tendo em conta as alterações de comportamento da Rússia”, afirmou Carter no mesmo fórum, que reuniu políticos norte-americanos e especialistas em defesa, na biblioteca Ronald Reagan, em Simi Valley.
Hoje Macau BrevesChefe do Executivo lança vídeos sobre LAG [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo lançou ontem quatro vídeos promocionais dos trabalhos das Linhas de Acção Governativa (LAG), sendo que o primeiro, intitulado “Cidadade habitável e partilhar uma vida de qualidade” foi ontem divulgado. Seguem-se os vídeos “Medidas Eficientes e Benefícios para a População”; “Diversificação da Economia” e “Apoio ao Desenvolvimento dos Jovens em Várias áreas”. Os quatro vídeos podem ser visionados pelo público na página do Gabinete do Chefe do Executivo, do Gabinete de Comunicação Social, pelo portal do Governo.
Hoje Macau BrevesExecutivo assina novo acordo com UE na área da tradução [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ontem assinado um acordo entre o Governo de Macau e a Direcção-Geral de Interpretação da Comissão Europeia, da União Europeia (UE). O acordo visa “organizar de forma contínua” o Programa de Formação de Tradução e Interpretação das Línguas Chinesa e Portuguesa. Segundo um comunicado, o novo programa de aprendizagem na área da tradução “tem a duração de três anos, durante o qual serão organizados três cursos de formação, com duração de dois anos cada e um limite máximo de 25 formandos por cada curso”. Para além disso, “o curso de formação vai ter uma nova concepção, introduzindo conteúdos de formação das capacidades de expressão escrita da língua chinesa, prevendo ainda convidar a Shanghai International Studies University para leccionar”. O novo programa “visa preparar os formandos com capacidades de interpretação de conferência e de tradução, com o intuito de satisfazer as necessidades que a RAEM tem de tradutores da língua chinesa e portuguesa”.
Hoje Macau BrevesUM forma pessoal de Informática com empresa da RAEHK [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Laboratório de Comunicações por Wireless da Universidade de Macau (UM) celebrou ontem um memorando de entendimento com a empresa Rohde & Schwarz Hong Kong Ltd (RSHK) no sentido de formar pessoal da área de Informática para integrarem os quadros da empresa. “Ambas as partes acordaram em aumentar o número de colaborações na área da formação de profissionais de comunicações de wireless em Macau e do desenvolvimento de sistemas de inovação. Um dos objectivos expressos no memorando é a criação de um laboratório conjunto e a doação de equipamentos na área da tecnologia. O acordo, explica a UM, pretende dar aos alunos da universidade a oportunidade de porem os seus conhecimentos à prova e aplicá-los na prática.
Hoje Macau BrevesLai Man Wa | Directora homenageada por Chefe do Executivo [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]fável, sincera, rigorosa nos seus actos e, mais que isso, amiga de longa data é assim que Chui Sai On, Chefe do Executivo homenageia Lai Man Wa, directora-geral dos Serviços de Alfândega, encontrada morta na passada sexta-feira. Numa mensagem em homenagem à directora-geral, Chui Sai On escreve que Lai Man Wa era “uma figura com uma vida ímpar que amava a sua famílias e cultivava laços fortes com os seus familiares e amigos e óptimas relações com os colegas de trabalho”. Conhecendo-a há mais de 16 anos, o líder admite que Lai Man Wa partilhava o “mesmo conceito quanto à missão de bem servir Macau”, do próprio. “Após o regresso de Macau à Pátria, continuámos, cada um na sua área, a trabalhar ao serviço do País e da RAEM, mantendo sempre boas relações institucionais”, aponta. Um motivo de grande consternação é como Chui Sai On vê a perda da amiga. “Lamento profundamente a perda de tão distinta personalidade da RAEM, mas sobretudo da Amiga constante com quem partilhava os mesmos ideais”, escreve. “Íntegra e cumpridora leal dos seus deveres”, a directora-geral é assim lembrada por Chui Sa On. Uma mulher que contribuiu para o “desenvolvimento estável dos Serviços de Alfândega de Macau” que irá permanecer sempre na memória.
Hoje Macau BrevesCriada Comissão de Construção de Centro Mundial de Turismo e Lazer [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ontem anunciada a criação da Comissão para a Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer, que deverá ter quatro funções distintas. A primeira é a de realizar um estudo para a construção deste centro e de elaborar a política de acção do mesmo. A Comissão fica também responsável por coordenar a elaboração do plano de desenvolvimento da RAEM nesta área para os próximos cinco anos, por implementar um regime sobre o plano a médio prazo e por emitir instruções adicionais. O colectivo vai ser presidido por Chui Sai On e constituído pelos Secretários para a Economia e Finanças, para os Assuntos Sociais e Cultura e para os Transportes e Obras Públicas. Aos governantes juntam-se a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, o porta-voz Victor Chan, dois outros representantes deste Gabinete e dois do Gabinete de Estudo das Políticas do Executivo. Todos os membros da Comissão são nomeados e têm mandatos fixos. O orçamento do novo organismo será suportado com dinheiros do cofre público.
Hoje Macau BrevesLAG | Chui Sai On prepara caminho com académicos locais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, presidiu a uma reunião com académicos e especialistas locais para preparar as Linhas de Acção Governativa (LAG), a começar já no próximo dia 17 de Novembro. Segundo comunicado à imprensa do Governo, o foco principal foi o ajustamento da economia “a vertente do desenvolvimento futuro a longo prazo e na configuração das várias áreas”. Consideraram, os especialistas, que, “com o ajustamento do sector do jogo, os efeitos positivos são maiores que os negativos, pelo que o Governo deve manter a atenção na vida da população e manter os benefícios da população”. Outros temas, tais como o trânsito e o planeamento e gestão das áreas marítimas sob a jurisdição da RAEM, foram também debatidos.
Hoje Macau BrevesSuncity prevê melhorias no negócio das salas VIP [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director-geral do grupo Suncity, Alvin Chau, considera que as receitas do Jogo no próximo ano não vão ser piores do que as registadas este ano, defendendo que o negócio das salas VIP poderá voltar a ser estável a curto prazo. Ao jornal Exmoo News, Alvin Chau considerou que as empresas que tenham apenas jogo não correspondem ao desenvolvimento de Macau, tendo afirmado que o grupo Suncity vai seguir a tendência do sector de aposta em produtos turísticos diversificados.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Impasse em encontro de chefes da Defesa da Ásia-Pacífico [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Mar do Sul da China está a criar um impasse no encontro dos chefes da Defesa da Ásia-Pacífico, com Pequim a pressionar para o tema ser excluído do comunicado conjunto, revelou ontem um dirigente norte-americano. Os ministros da Defesa dos dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e os seus parceiros regionais estão em Kuala Lumpur para o encontro anual da organização, mas fonte norte-americana disse que há dúvidas quanto à realização da cerimónia de assinatura de acordos. Washington e Pequim entraram em conflito devido à construção, por parte da China, de ilhas artificiais no Mar do Sul da China e à presença de navios de guerra norte-americanos na zona, na semana passada. A China reivindica quase todo o mar e rejeita “interferência” exterior nas suas actividades na zona e disse não querer qualquer referência ao assunto na declaração final do encontro dos ministros da Defesa da ASEAN. “Compreensivelmente, vários países da ASEAN acharam que isso era inapropriado”, disse o dirigente norte-americano, sob condição de anonimato, citado pela AFP. “[Esta situação] reflecte a divisão que a reivindicação e militarização da China sobre o Mar do Sul da China causam na região”, acrescentou. Washington tem dito repetidamente que não reconhece as reivindicações da China sobre as águas em torno das ilhas artificiais. Na semana passada, o contratorpedeiro lança-mísseis USS Lassen, da Marinha dos Estados Unidos, navegou a menos de 12 milhas das ilhas artificiais. O gesto irritou Pequim, que convocou o embaixador norte-americano e avisou que o Governo chinês “defenderá resolutamente a sua soberania territorial e os seus interesses marítimos”.
Hoje Macau China / ÁsiaCrescimento anual na China não ficará abaixo dos 6,5% até 2020 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China pode manter um crescimento económico anual de cerca de 7% ao longo dos próximos cinco anos mas há incertezas que permanecem, incluindo o fraco comércio global e o alto nível de endividamento doméstico, disse o Presidente, Xi Jinping, segundo a agência de notícias estatal Xinhua esta terça-feira. O crescimento anual não ficará abaixo de 6,5% nos próximos cinco anos para o país alcançar a meta de dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) e o rendimento per capita de 2010 até 2020, disse Xi, segundo a Xinhua. “É possível para a economia da China manter o crescimento de cerca de 7% no futuro, mas também enfrentamos mais incertezas”, disse Xi, afirmando que as principais instituições de investigação nacionais e estrangeiras acreditam que o potencial de crescimento do país pode ficar entre 6% e 7% no período de 2016 a 2020. O comércio global deve permanecer fraco e o crescimento do consumo e investimento da China pode desacelerar, e ainda podem haver riscos de altos níveis de endividamento, disse Xi. O desenvolvimento ao longo dos próximos cinco anos não deve focar-se apenas no ritmo do crescimento, mas também na qualidade e no volume, disse Xi, explicando uma proposta para o 13º plano quinquenal do país, um projecto de desenvolvimento económico e social para o período de 2016 até 2020. Meta esperada O primeiro-ministro, Li Keqiang, disse que a China precisa de crescimento anual de ao menos 6,53% nos próximos cinco anos. Os investidores estão à espera do anúncio de uma meta de crescimento económico para os próximos cinco anos. Um documento divulgado após reunião do Partido Comunista que discutiu o plano quinquenal afirmou que a China procura manter a economia num crescimento a “uma taxa de média a alta”. As autoridades podem enfrentar mais desafios para decidir a meta de crescimento de longo prazo dadas as incertezas na economia global e sinais de fraqueza na procura doméstica, disseram fontes envolvidas nas discussões. A meta de crescimento precisa da aprovação do Parlamento quando este se reunir em Março. O crescimento chinês caiu para 6,9% no terceiro trimestre, o mais fraco desde a crise financeira global, afectado em parte pelo enfraquecimento dos investimentos e levando o banco central a cortar as taxas de juros novamente.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Grupo islâmico pede 57 ME para libertar reféns [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m grupo islâmico das Filipinas exige mil milhões de pesos (19 milhões de euros) por cada um dos reféns estrangeiros, dois canadianos e um norueguês, sequestrados há seis semanas, num total de 57 milhões de euros, segundo um vídeo. Neste vídeo divulgado pelo grupo SITE, de monitorização de ‘jihadistas’, baseado nos Estados Unidos, os sequestradores com máscaras identificam-se como membros do grupo Abu Sayyaf, listado nos Estados Unidos da América como terrorista e conhecido por vários raptos e atentados à bomba. Os turistas canadianos John Ridsdel e Robert Hall, o gestor norueguês de um ‘resort’, Kjartan Sekkingstad, e a filipina Marites Flor foram levados de iates numa marina no sul das Filipinas a 21 de Setembro. As autoridades filipinas dizem não saber onde estão os reféns, mas analistas de segurança indicam ser provável que se encontrem na ilha de Jolo, um bastião do Abu Sayyaf, a cerca de mil quilómetros de Manila. Escondidos na selva No vídeo, os três estrangeiros, rodeados por homens armados num cenário de selva, disseram que o preço para serem libertados era de mil milhões de pesos por cada um. Flor, que é namorada de Hall, não falou. Acredita-se que o grupo tenha também cativos outros três estrangeiros, dois malaios e um holandês, de acordo com o exército. Um italiano foi raptado do seu restaurante na cidade de Dipolog, no mês passado, mas as autoridades não confirmaram que tenha sido levado pelo Abu Sayyaf. Um sul-coreano de 74 anos, sequestrado em Janeiro, foi encontrado morto em Jolo no fim de semana. O exército acredita que os ‘jihadistas’ o abandonaram depois de morrer com uma “doença grave”. O Governo filipino mantém a sua política de não pagar resgates, mas é frequente que os familiares dos reféns o façam. Em Outubro do ano passado, o Abu Sayyaf disse ter recebido 4,8 milhões de euros em troca de dois reféns alemães que mantive cativos durante seis meses.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasVioloncelo Stradivarius “Chevillard-Rei de Portugal” estrela em concerto solidário da Gulbenkian Michel Reis [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] violoncelo Stradivarius Chevillard-Rei de Portugal, datado de 1725 e classificado como Tesouro Nacional, é uma das jóias da coroa do espólio do Museu Nacional da Música, em Portugal, tendo pertencido a S. M. o Rei Dom Luís I (1838-1889) e sendo o único instrumento de arco em Portugal com a assinatura do famoso construtor italiano de instrumentos musicais Antonio Stradivari (1644-1737). Construído em 1725, quando Stradivari tinha 81 anos, foi primeiramente conhecido por Violoncelo Chevillard, por ter pertencido ao famoso violoncelista belga Pierre Chevillard (1811-1877) e foi posteriormente propriedade de um dos irmãos da família de luthiers franceses Vuillaume, que o vendeu ao Rei Dom Luís em 1878 por 20,000 francos. O Chevillard – Rei de Portugal tem a famosa forma “B”, a mais célebre entre as diferentes formas utilizadas por Antonio Stradivari na construção de instrumentos de arco, sendo o último construído segundo esta forma. Esta forma foi utilizada de 1707 a 1726, o período de ouro do construtor. Contudo, não estando o instrumento certificado, atribuem-no alguns a Jean-Baptiste Vuillaume (1798-1875), que imitava Stradivari com perfeição extrema. Restam hoje apenas 25 violoncelos deste tipo em todo o mundo, entre os quais o “Davidoff” (1712) , actualmente emprestado a Yo-Yo Ma, o “Duport” (1711), que pertenceu a Mstislav Rostropovich e é hoje propriedade dos seus herdeiros, o “Piatti” (1720), que pertence ao violoncelista mexicano Carlos Prieto, o “Mara” (1711), que pertence ao violoncelista austríaco Heinrich Schiff e o “Batta” (1714), que pertenceu ao violoncelista russo-americano Grigor Piatigorsky. É conhecido o interesse que o Rei Dom Luís tinha pela música. Como compositor, deixou-nos algumas obras musicais: uma Barcarola, uma Missa (a parte de violoncelo), cinco valsas e uma Avé Maria, que o próprio Rossini elogia, pelo que não raras vezes comporá obras dedicadas a Dom Luís. Parte do seu acervo instrumental encontra-se hoje, no Museu Nacional da Música. São de realçar o violoncelo Stradivarius e um piano que pertenceu a Franz Liszt. O valioso instrumento saiu há pouco tempo do Museu Nacional da Música para ser tocado pelo violoncelista russo Pavel Gomziakov num concerto de solidariedade para com a Plataforma de Apoio aos Refugiados, intitulado Música por uma Causa, realizado no passado dia 18 de Outubro, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, no qual o violoncelista, juntamente com a Orquestra Gulbenkian, tocou a Suite Nº 2 em Ré menor de Johann Sebastian Bach e o Concerto para Violoncelo e Orquestra em Dó Maior de Joseph Haydn, sob a direcção de Michel Corboz. O concerto, que esgotou a lotação do auditório, obteve uma receita de 24 mil euros. A saída do instrumento, avaliado em vários milhões de euros, do Museu Nacional da Música, esteve relacionada com a sua descoberta por Gomziakov, que esteve em Lisboa anteriormente para tocá-lo num concerto realizado no Museu da Música. Ficou tão emocionado com o som do instrumento, que pediu ao Museu para usá-lo numa gravação na Fundação Calouste Gulbenkian, com a orquestra da Fundação, do referido Concerto para Violoncelo de Haydn, que integra a sua próxima gravação discográfica dedicada a Haydn, da editora Onyx, a ser lançada no início de 2016. Depois da primeira saída, Pavel Gomziakov pediu também ao Museu da Música para usar o violoncelo Stradivarius no concerto solidário da Gulbenkian, o que só foi possível com o apoio de mecenas do Museu Nacional da Música como a Lusitânia Seguros, visto que o valor do seguro é bastante elevado e a peça precisa de medidas de segurança muito especiais. Tratou-se da segunda saída, em poucos meses, de um instrumento que não foi tocado fora do museu desde que ingressou nas colecções que o viriam a constituir, em 1937, e que é um dos 11 tesouros nacionais que o museu tem à sua guarda. Crê-se existirem ainda hoje em dia entre 630 a 650 violinos, violas e violoncelos construídos por Antonio Stradivarius, 512 dos quais são violinos. Tivemos muito recentemente oportunidade de ter em Macau o agrupamento de origem suíça Stradivari Quartett, que realizou dois concertos integrados no XXIX Festival Internacional de Música de Macau, nos quais o público pôde ouvir os fabulosos Stradivarius “Aurea” (violino, 1715), “King George” (violino, 1710), que pertenceu ao Rei Jorge III de Inglaterra, “Gibson” (viola, 1734) e o “Bonamy Dobree – Suggia”, que pertenceu à famosa violoncelista portuguesa Guilhermina Suggia (1885-1950).
Hoje Macau China / ÁsiaONU promete reformas após escândalo de corrupção [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] ONU comprometeu-se ontem a aplicar reformas no funcionamento do gabinete do presidente da Assembleia-geral, numa reacção ao escândalo de corrupção que está a envolver um ex-presidente daquele órgão plenário das Nações Unidas. John Ashe, diplomata oriundo de Antígua e Barbuda e ex-presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas entre Setembro de 2013 e Setembro de 2014, foi recentemente acusado pelas autoridades norte-americanas da prática de crimes de corrupção. O ex-presidente da Assembleia-geral da ONU enfrenta duas acusações por delitos fiscais, após ter alegadamente recebido mais de um milhão de dólares de subornos de empresários chineses. “A Assembleia deve tirar conclusões deste incidente e agir de forma decisiva”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, num discurso diante daquele órgão. Ban Ki-moon, que insistiu que as Nações Unidas não podem tolerar a corrupção, defendeu que os Estados-membros da organização devem “melhorar” o funcionamento do gabinete do presidente da Assembleia-geral para tornar aquela estrutura mais organizada, transparente e responsável. “Isso é o essencial”, afirmou o secretário-geral, nomeando as várias medidas que a organização internacional está a colocar em prática para responder ao caso de John Ashe. Entre essas medidas, Ban Ki-moon destacou a auditoria interna que está a ser realizada para estudar as relações entre a ONU e as organizações envolvidas no escândalo, mas também a criação de um grupo de trabalho para analisar o financiamento e os contratos realizados pelo gabinete do presidente da Assembleia-geral e, posteriormente, para propor melhorias. O secretário-geral recordou, porém, que as possíveis reformas e decisões também passam pelos 193 países que têm assento naquele órgão plenário das Nações Unidas. No mesmo tom O actual presidente da Assembleia-geral, o dinamarquês Mogens Lykketoft, também se manifestou favorável a uma melhoria do funcionamento daquele órgão e defendeu uma avaliação de diversos aspectos, como é o caso da independência financeira e da transparência da instituição. Mogens Lykketoft nomeou, por exemplo, a importância de clarificar os aspectos que envolvem as viagens dos presidentes da Assembleia-geral e quem paga essas deslocações. Neste sentido, e com o objectivo de reforçar a transparência, Mogens Lykketoft anunciou ontem a criação de uma página na Internet na qual serão publicadas informações sobre o funcionamento do gabinete do presidente da Assembleia-geral. Tanto Ban Ki-moon como Mogens Lykketoft garantiram que a ONU vai cooperar plenamente com as autoridades norte-americanas para tentar esclarecer o alegado caso de corrupção, cuja investigação está a ser conduzida pelo Ministério Público federal de Manhattan, Nova Iorque. Até ao momento, segundo Lykketoft, a Assembleia-geral da ONU não foi contactada para colaborar na investigação. John Ashe foi detido em 6 de Outubro, mas no passado dia 26 de Outubro um tribunal de Nova Iorque aceitou que o ex-presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas ficasse em prisão domiciliária. O diplomata conseguiu reunir o montante necessário para o pagamento de uma caução de um milhão de dólares e vai permanecer em prisão domiciliária, vigiado por pulseira electrónica. No âmbito do mesmo caso também foram detidas outras cinco pessoas, incluindo um multimilionário chinês empresário da construção civil, Ng Lap Seng, suspeito de estar no centro do escândalo e de pagar subornos a Ashe para impulsionar a construção de um centro de conferências da ONU em Macau.
Hoje Macau PolíticaSaúde | Protocolo de contingência em grande escala assinado Foi ontem assinado um protocolo que em caso de emergência de saúde em grande escala irá permitir a Hong Kong, Macau e China unirem-se e trabalharem em conjunto. O momento foi marcado na 14ª reunião conjunta, em que Lei Chin Ion afirmou, ainda, que é preciso ter cuidado com o regulamento de transplante e registo de órgãos [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau, Hong Kong e China assinaram, ontem, um protocolo na área da pública que pretende criar um mecanismo de contingência, em grande escala. “O âmbito da cooperação abrange a comunicação em caso de emergências de saúde de grande escala e surtos de doenças transmissíveis; coordenações e cooperações conjuntas em resposta à emergência; cooperações e intercâmbios nas áreas técnicas e formativas assim como nas investigações científicas nesse âmbito”, apontou o director dos Serviços de Saúde de Macau, Lei Chin Ion, à Rádio Macau, durante a conferência de imprensa da 14ª reunião conjunta. Em cima da mesa estiveram ainda temas como a prevenção e controlo de doenças transmissíveis, os cuidados de saúde comunitários, o controlo do tabagismo, o fomento da medicina tradicional chinesa e a medicina convencional, discutidos pelas entidades de saúde de cada região. As autoridades garantiram assim o compromisso de entreajuda para a formação de profissionais, tendo Lei Chin Ion garantido o recrutamento de mais cem enfermeiros este ano. Órgão em cima da mesa Questionado sobre a regulação do transplante e registo de órgãos, Lei Chin Ion explicou que o assunto continuará a ser discutido pela Comissão de Ética para as Ciências da Vida. “Sabemos que o transplante de órgãos tem de ser um regime muito bem formulado, muito bem apresentado para regularizar todas as situações a fim de evitar o aparecimento de irregularidades. Por isso, temos de ter muita cautela e prudência na sua elaboração”, afirmou o director dos Serviços de Saúde, à rádio, admitindo que este é um assunto muito sensível para a comunidade chinesa e por isso é preciso ter cuidado na forma da sua regulamentação. “Já conseguimos um consenso e vamos agora preparar um projecto para que os serviços jurídicos façam o diploma legal”, rematou.
Hoje Macau BrevesLusofonia | Nasce nova editora da diáspora na Alemanha [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] cidade alemã de Dortmund é agora sede para a Oxalá, uma nova editora da diáspora portuguesa. Fundada este mês, a Oxalá apresenta-se como sendo um refúgio e ponto de encontro da lusofonia para o mundo. “Os portugueses da diáspora são cinco milhões. Por detrás da vida de cada emigrante existe uma história de aventura com adaptação a uma nova cultura, aprendizagem de uma língua, criação de famílias interculturais, nostalgia e sentimentos ambíguos em relação à pátria que os viu partir”, define a Oxalá no seu comunicado. O foco da empresa é a literatura da diáspora, mas está também disponível para publicar romance, ensaio, poesia, biografia, entre outros géneros. “A Oxalá Editora tem sede em Dortmund na Alemanha e age globalmente no mundo lusófono, tendo por detrás a ampla experiência editorial do Grupo Portugal Post Verlag”, esclarece a empresa. Os interessados deverão aceder ao website oficial da Oxalá, em www. oxalaeditora.de.
Hoje Macau BrevesMar do Sul | EUA vão operar onde o direito internacional permitir [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s Forças Armadas dos EUA vão continuar a operar sempre e onde o direito internacional o permitir, incluindo no Mar do Sul da China, disse ontem um almirante em Pequim. “As águas internacionais e o espaço aéreo pertencem a toda a gente e não estão sob o domínio de uma só nação”, afirmou o almirante Harry Harris, de acordo com o discurso preparado para o Stanford Center, na Universidade de Pequim. “O nosso exército vai continuar a voar, navegar e operar sempre e onde quer que o direito internacional o permita. O Mar do Sul da China não é – e não será – uma excepção”, afirmou. Harris é o chefe das forças dos Estados Unidos no Pacífico e as suas declarações públicas na capital chinesa marcam a tomada de posição de Washington em relação a uma via marítima considerada vital e onde Pequim está a transformar rochas e corais em ilhas artificiais com instalações para uso militar. Pequim reivindica soberania sobre quase todo o mar, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940. Washington tem dito repetidamente que não reconhece as reivindicações da China sobre as águas em torno das ilhas artificiais. Na semana passada, o contratorpedeiro lança-mísseis USS Lassen, da Marinha dos Estados Unidos, navegou a menos de 12 milhas das ilhas artificiais. O gesto irritou Pequim, que convocou o embaixador norte-americano e avisou que o Governo chinês “defenderá resolutamente a sua soberania territorial e os seus interesses marítimos”.
Hoje Macau BrevesMais de 40% dos produtos vendidos ‘online’ são falsos ou de baixa qualidade [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m total de 41,3% dos produtos vendidos nos portais de comércio electrónico da China em 2014 eram falsos ou de baixa qualidade, segundo um relatório oficial apresentado à Assembleia Popular Nacional, citado ontem pelo jornal China Daily. O documento revela também que as queixas dos consumidores chineses relacionadas com as vendas através da Internet quadruplicaram no ano passado em relação a 2013, chegando às 77.800, representando 92,3% do total das reclamações. Segundo o mesmo documento, só 58,7% dos produtos investigados cumpriam com os padrões de qualidade e eram autênticos. O relatório, elaborado para dar seguimento à aplicação da Lei de Protecção dos Direitos e Interesses dos Consumidores, foi apresentado na segunda-feira numa reunião da comissão permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) da China. “Ignorar os direitos dos consumidores e vender falsificações são elementos notórios da indústria de comércio online”, disse Yan Junqi, vice-presidente da comissão permanente da APN, em declarações citadas pelo China Daily. A investigação evidenciou algumas das falhas de um sector em expansão, que no ano passado aumentou as suas vendas em mais de 40% e facturou 2,8 biliões de yuan.
Hoje Macau BrevesAir China começa a voar para Cuba em Dezembro [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] companhia aérea Air China iniciará voos para Cuba a partir do próximo dia 27 de Dezembro, naquela que será a primeira ligação aérea entre o país asiático e a região do Caribe, avançou ontem a imprensa estatal. O Boeing 777 fará a nova rota, que liga Pequim a Havana, três vezes por semana, com uma escala em Montreal, no Canadá. O turismo é a segunda maior fonte de receitas da economia cubana e só no primeiro semestre de 2015 facturou 1.700 milhões de dólares, segundo dados oficiais. Em 2014, 109 milhões de chineses viajaram para fora da China Continental, transformando o país no maior emissor mundial de turistas, à frente dos Estados Unidos da América. No mesmo período, 113.200 chineses visitaram Portugal – o dobro de há dois anos – e gastaram 54 milhões de euros, quase 20 milhões a mais do que em 2013.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Mais um alto quadro do PCC condenado [dropcap style=’circle]L[/dropcap]i Chongxi, um antigo aliado de Zhou Yongkang, o mais alto líder da China condenado desde a fundação da República Popular, em 1949, foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção. O ex-presidente da Conferência Consultiva Política da província de Sichuan, no sudoeste da China, começou a ser investigado no ano passado, juntamente com outros altos quadros do Partido Comunista Chinês (PCC) vistos como próximos de Zhou. Segundo a sentença do tribunal, Li recebeu subornos no valor de 11,1 milhões de yuan e todos os seus activos pessoais foram confiscados, noticiou a imprensa estatal. Li foi conselheiro de Zhou, ex-membro do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, onde tutelava o aparelho de segurança do país, incluindo polícias, tribunais e serviços de informação. Nos últimos meses, vários aliados de Zhou foram detidos ou condenados, entre os quais Wang Tianpu, ex-presidente da petrolífera chinesa Sinopec, e Jiang Jiemin, ex-responsável pela supervisão das empresas estatais chinesas. Outros ramos Ontem, a comissão de disciplina do PCC expulsou do partido e do exército dois altos cargos militares, Zhang Genheng e Li Wenli, confirmando o alargamento da campanha anti-corrupção às forças armadas, até há pouco vistas como intocáveis. Zhang era o chefe do regimento fronteiriço do exército chinês em Xinjiang, uma das províncias chinesas mais susceptíveis ao separatismo e frequente palco de incidentes violentos entre a minoria étnica muçulmana uiguir e o principal grupo étnico chinês han. Li era o director do departamento militar do Gabinete de Segurança Pública na Mongólia Interior, noroeste do país. Desde que subiu ao poder, em 2012, o actual líder chinês Xi Jinping prometeu “combater tanto as moscas como os tigres”, numa alusão aos altos quadros do PCC que durante muito tempo pareciam agir com total impunidade.
Hoje Macau VozesMacau, Um Visão Metafísica POR AURELIO PORFIRI [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m mais do que uma ocasião tive oportunidade de falar sobre a minha visão de Macau. É evidente que tenho uma ligação a esta cidade, mesmo que algumas pessoas pensem que o meu olhar crítico revela ingratidão ou quaisquer outras razões insondáveis. Todos temos o direito de opinião, mesmo que essa opinião não tenha uma aparente ligação a factos concretos. Na verdade, tenho uma teoria sobre Macau: esta cidade deve ser entendida, não do ponto de vista materialista, mas do ponto de vista metafísico. E com isto quero dizer exactamente o quê? A Enciclopédia Filosófica Routledge apresenta a seguinte definição de Metafísica: “A Metafísica é uma disciplina da Filosofia. Possui um campo de estudo alargado e caracteriza-se por duas análises fundamentais. A primeira pretende levar a cabo uma investigação, o mais detalhada possível, sobre a natureza da Realidade: haverá princípios que se possam aplicar de forma constante ao Real, a tudo o que existe? – se nos abstrairmos da natureza particular de todas as coisas que as distinguem umas das outras o que é que podemos ficar a saber sobre cada uma, baseando-nos apenas no facto da sua mera existência? THE LAST EMPEROR, director Bernardo Bertolucci on set, 1987, (c) Columbia A segunda análise pretende revelar a essência do Real, dando frequentemente respostas que contrastam vivamente com o nosso entendimento empírico do mundo. Entendida em função destas duas questões, a Metafísica relaciona-se de perto com a Ontologia, que se interroga sobre a questão da natureza da existência (do Ser) e também sobre as diferenças fundamentais entre todos os seres.” E em que sentido é que esta definição se aplica a Macau? No sentido em que, para entender a estrutura profunda de uma entidade, é necessário ir além da experiência do dia a dia; no caso de Macau a estrutura mais profunda é o conceito platónico de fusão entre o Oriente e o Ocidente, que efectivamente permanece mais como uma ideia metafísica do que como uma realidade palpável. Muito poucas pessoas que tenham vivido em Macau poderão afirmar que este encontro de culturas se realizou em pleno, existem demasiadas diferenças de perspectiva sobre a vida, para permitir que uma fusão cultural seja bem sucedida. Não nos podemos esquecer que, quando os ocidentais vieram inicialmente para Macau tinham dois objectivos em mente: fazer negócio e converter as pessoas ao Catolicismo. Nenhum destes propósitos requer um encontro com a população e com a cultura local numa base de igualdade. Se os missionários quiseram converter a população à mensagem de Jesus foi porque acreditavam que esta mensagem salvadora podia proporcionar o que nenhuma outra cultura, fora do cristianismo, podia. Isto não quer dizer que depreciassem outras culturas. É sabido que missionários como Matteo Ricci, ou Alessandro Valignano, tentaram compreender a cultura chinesa. Mas, em última análise, o objectivo era a evangelização da população chinesa. Ver Macau como um local onde o Ocidente e o Oriente se encontram é certamente uma ideia apelativa e, tenho a certeza que, em termos metafísicos, é muito interessante e com potencial para ser explorada. Mas, por favor, não usemos esta entidade metafísica para representar uma realidade que, nunca o foi, não o é, e pelo caminho que a cidade está a levar, provavelmente, nunca o será. De Aurelio Porfiri
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas da SJM caíram 37,9% no terceiro trimestre [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem receitas de 11,243 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 37,9% do que no mesmo período de 2014. Num comunicado, a SJM, fundada por Stanley Ho e a operadora de jogo de Macau com mais mesas no território, revelou ainda que nos primeiros nove meses do ano teve receitas de 37,562 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 39,6% do que em 2014. Já o EBITDA ajustado da SJM (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) no terceiro trimestre deste ano (Julho a Setembro) baixou 49,5%, em comparação com o período homólogo de 2014, situando-se nos 884 milhões de dólares de Hong Kong. No mesmo comunicado, o grupo disse que as receitas do terceiro trimestre lhe deram 21,3% do mercado do jogo em casino de Macau, quando no mesmo período de 2014 tinha 22,5%. Contra o pessimismo O presidente do Conselho de Administração da SJM, Ambrose So, citado no mesmo comunicado, disse que num momento de “condições desafiantes” para o jogo de Macau, em que as receitas dos casinos do território registam quedas há seis trimestres consecutivos (desde Junho de 2014), o grupo que lidera tem controlado custos e melhorado os serviços prestados aos clientes. “Continuamos optimistas em relação ao futuro”, disse ainda Ambrose So, referindo a boa situação financeira da SJM, apesar das quedas das receitas, e que o grupo mantém o propósito de concluir o “Lisboa Palace”, o seu primeiro ‘resort’ no COTAI (a zona de casinos de Macau situada nos aterros que agora unem as ilhas da Taipa e de Coloane), no prazo previsto, ou seja, em 2017. As receitas dos casinos em Macau, pilar da economia do território, registam quedas mensais homólogas consecutivas desde Junho de 2014, tendo em Setembro descido para níveis de há cinco anos (17,13 mil milhões de patacas, cerca de 1,91 mil milhões de euros). Em Outubro, manteve-se a tendência de queda, mas a descida homóloga de 28,4% nas receitas brutas dos casinos foi a de menor dimensão desde Fevereiro. Por outro lado, as receitas brutas dos casinos voltaram em Outubro a superar a fasquia dos 20 mil milhões de patacas, barreira que levou o Governo da região a adoptar medidas de austeridade (cortes em despesas da Administração) que entraram em vigor a 1 de Setembro. Lusa
Hoje Macau BrevesNíveis de poluição em Pequim caíram mais de 20% [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s níveis de poluição em Pequim caíram mais de 20% nos primeiros dez meses de 2015, em termos homólogos, avançou ontem a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. A densidade de PM 2.5 – as partículas mais pequenas e susceptíveis de se infiltrarem nos pulmões – diminuiu 21,8%, enquanto a densidade de PM 10 – dióxido de enxofre e dióxido de nitrogénio – caiu 21%, escreve a Xinhua, citando o Gabinete Municipal de Protecção Ambiental. Segundo a mesma fonte, comparando com os primeiros nove meses do ano passado, houve mais 31 dias com boa qualidade do ar e menos 16 dias com níveis de poluição graves. O gabinete atribuiu as melhorias às medidas de controlo da poluição adoptadas pelo Governo chinês e condições climatéricas favoráveis. No ano passado, foram encerradas na capital chinesa duas centrais eléctricas a carvão e 315 empresas consideradas poluidoras, indica a Xinhua.