LMA | International Artists Association convida a festa chill-out no domingo

Domingo o dia é para relaxar, com a música de artistas internacionais, comida e arte. É o que promete a festa que tem lugar no LMA e onde Sancho-Meiso-Chaya é o convidado especial

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Live Music Association (LMA) e a International Artists Association (I.A.A.) prometem um domingo diferente, no próximo dia 10. Com “Take Off Your Shoes”, as duas organizações juntam-se para dar música a Macau, num evento que garantem ser único e inovador no território.

Sancho Chaya do Japão
Sancho Chaya do Japão

A actividade tem hora marcada para as 18h00 – estendendo-se até à noite – e traz concertos de música lounge e electrónica ao vivo, bancas de comida saudável e pequenas lojas de venda de artesanato e roupa. Do Japão, chega um convidado especial, Sancho-Meiso-Chaya.
O entretenimento é variado e está a cabo de diversos artistas: Achun, de Macau, brinda o público com música electrónica/indie misturada com instrumentos ao vivo, num estilo semelhante à banda local Concrete/Lotus, que apresenta uma mistura de elementos electrónicos e ao vivo.
Da Catalunha chega Enric Carbonell AKA Doctr’n’ric, produtor, compositor e músico. Do Punk ao Ska, do Jazz ao Reggae, Enric está ligado à área da música desde 1992, tendo trabalhado com The Pioneers e Derrick Morgan, entre outros artistas.
Enric
Enric

O japonês Ryoma, radicado em Macau, é outros dos artistas encarregues do som, desta vez como DJ. Ryoma – que é parte do grupo local High Tech Tribe e membro fundador da I.A.A. – começou como organizador de eventos nos anos 1990, altura em que foi “baptizado na cultura hippie, em Goa, na Índia”. É daqui que retira algumas influências para o estilo de música que opta por passar.
Mas Ryoma não é o único nipónico, já que Sancho-Meiso-Chaya chega de Tóquio como o convidado especial da “Take Off Your Shoes”.
Sancho é um produtor de música dub e chill-out desde os anos 1990, quando começou também por enveredar na cultura reggae. “Nos anos 2000, começou a solo, actuando na cena musical de Tóquio”, refere a organização.
A portuguesa RITArita, fundadora do estúdio Yogaloft, estará também a cargo dos pratos, num evento onde se quer, diz a I.A.A., “que a audiência tire os sapatos e se deixe mergulhar num domingo diferente, rodeado de boas vibrações e boa música”.
Achun
Achun

E porque não é só de música que se faz uma festa, estão ainda convidadas as lojas Headz e Worker Playground – que vão vender arte “tribal e psicadélica” e roupa – e ainda a loja Chakra Space, de Tc e Meng, encarregue de oferecer “comida vegetariana pura e café artesanal”.
Prometida está uma atmosfera chill-out, com decoração a condizer. Almofadas, carpetes e pés descalços dão o mote para uma festa que só quer “que as pessoas de Macau possam relaxar”. A entrada custa 120 patacas, sendo os bilhetes adquiridos à porta do LMA, no Fai Chi Kei, onde tem lugar a festa.

6 Jan 2016

António Lobo Vilela é novo assessor jurídico de Lionel Leong

O advogado português António Lobo Vilela é o novo assessor jurídico do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. A notícia foi avançada pelo jornal Business Daily, que não cita fontes. O jurista trabalhou nos Serviços para os Assuntos Laborais entre 2000 e 2003, tendo-se licenciado em Direito na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Em 2003, António Lobo Vilela integrou a Comissão Especializada sobre o Sector dos Jogos de Fortuna ou Azar. Sete anos depois, o jurista tornou-se parceiro na empresa Macau Gaming Consulting Limited e, em 2012, ficou sócio da LVT Layers. Como assessor jurídico do Secretário, Lobo Vilela deverá cumprir funções relacionadas com o Jogo na região.

5 Jan 2016

Partido Comunista reforça proibição das superstições

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Partido Comunista Chinês reforçou a proibição da crença em “superstições feudais”, como parte de novas regulações disciplinares, avançou ontem a imprensa estatal. O Presidente Xi Jinping tem vindo, nos últimos meses, a apertar o controlo dentro do partido, juntamente com a sua campanha anticorrupção.
Xi Jinping exigiu aos 88 milhões de membros do partido uma maior adesão aos ensinamentos ideológicos e alertou-os contra o questionamento público de políticas oficiais. 110629pcchines2_f_020
As práticas supersticiosas, como a crença em adivinhos e nas práticas tradicionais chinesas de ‘feng shui’, vão contra as crenças centrais marxistas do partido, que dizem ser fundadas em métodos científicos. Vários dirigentes de alto nível do partido foram acusados de participar em práticas supersticiosas nos últimos anos.
Zhou Yongkang, o antigo chefe de segurança e o mais alto detentor de cargo público a sucumbir à campanha anticorrupção, pediu conselhos a Cao Yongzheng, um adivinho e mestre da prática de meditação chinesa de ‘qigong’. Mais tarde, Cao Yongzheng testemunhou contra Zhou durante o julgamento.
As novas regras, que entraram em vigor este ano, ameaçam com expulsão do partido membros que “organizem” actividades supersticiosas, enquanto aqueles que apenas participem enfrentam avisos, diz a agência oficial Xinhua.
A linguagem utilizada é mais severa que a da versão anterior, de 2003, quando a “superstição feudal” estava incluída nas actividades que “perturbam a produtividade, o trabalho e a ordem social”. Agora, as novas regras elevam a “superstição feudal” a uma categoria por si própria, tornando-a uma violação distinta à disciplina do partido.

5 Jan 2016

Charlie, um ano depois

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão vale sermos politicamente correctos. Enquanto jornalistas, sabemos que somos os muitos odeiam, os que muitos esquecem, os maus da fita quando convém. Coordenar um jornal não é tarefa fácil, especialmente quando o conteúdo dita um determinado movimento, uma ideia defendida com unhas e dentes, seja ela qual for. O ataque ao Charlie Hebdo levou mais do que vidas – dentro e fora do jornal. Levou a que a liberdade de expressão – exagerada, dirão alguns – fosse violada mais um bocadinho. Mas fez também o mundo perceber que, concordemos ou não com o destaque que foi dado aos ataques ao Charlie, concordemos ou não com a sua forma de trabalho, há por aí questões bem mais fortes que devem merecer ser o centro das atenções: o fanatismo, a forma errada de julgamento do que é ter fé. O facto de que, seja o que for que escolhamos mostrar enquanto jornalistas, também nós – como vós todos – somos constantes vítimas de algo bem maior do que um atentado terrorista. Charlie hebdo
Somos vítimas de uma imposição que não queremos, somos vítimas da intolerância. Mas somos também os perpetradores da violência psicológica que nos divide todos os dias, enquanto nos exprimimos livremente sobre quem e o que quisermos. O Charlie Hebdo – como os jornalistas de todo o mundo – fê-lo publicamente. Seguindo uma linha criticada por alguns (por outros valorizada, não fosse estar vivo desta forma há mais de 20 anos) o Charlie Hebdo fez menos do que nós – enquanto pessoas – fazemos todos os dias: mostrou-se livre de qualquer religião, partido, nação. Por isso, contra todas as críticas, sejam eles – o Charlie Hebdo e as suas vítimas – um símbolo do quotidiano de milhares de outros: dos que sofrem com a guerra, dos que estão à mercê de terroristas, dos que morrem mesmo sem culpa. Sejam eles uma lição para todos nós, que alimentamos egos e conflitos sem muitas vezes nos apercebermos. Para todos nós que perdemos tempo a julgar o que não compreendemos e o que não queremos compreender, só porque podemos – e podemos sem que haja, por isso, consequências.
Joana Freitas

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma caricatura de quem não deve ser desenhado. Foi assim que começou um dos mais negros anos de ataques terroristas do século XXI. O tiroteio numa redacção francesa culminou com o assassinato em massa em cinco locais de Paris. Ancara, Beirute, Charleston, Kuwait, Bamako, Sousse. Todas cidades agora manchadas com sangue de inocentes que nunca pediram homens-bomba nem espingardas apontadas. A autoria remete, na maioria dos casos, para o Estado Islâmico, mas o terrorismo não tem cara nem alma: tem ideais distorcidos de cor, de religião, de etnia. As diferenças caracterizam a humanidade, mas é a igualdade que define os humanitários.
Leonor Sá Machado
[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] que nos mata é a cegueira. A maior cegueira de todas, “a dos olhos abertos”. Não é aquele nem os outros. Não é o vermelho, o azul ou o branco. Não é o veneno, a pistola ou a faca. É a cegueira. É fechar os olhos aos outros, rejeitar a diferença, desligar a mente. O que nos mata somos nós. Tu a mim, eu a ele, ela aos outros. O que nos mata é um mundo fechado dentro de nós mesmos, são as verdades únicas e absolutas. Um ano depois, o que nos mata continuamos a ser nós, continuamos com sangue nas mãos e com a mente suja. Ouvem-se os tiros, tapam-se os gritos.
Filipa Araújo

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á uma expressão em Chinês que diz “os bons conselhos são duros para o ouvido”. Criticar pode não ser uma maldade, é apenas o compreender de algo de forma diferente e dar uma opinião que é nossa. O jornal satírico Charlie Hebdo não deveria ter sido uma vítima do atentado terrorista de há um ano. Só mostrou aquilo com que não concordava. Sendo jornalistas, recebemos todos os dias críticas, positivas e negativas. Porque é que os jornalistas podem e devem escrever o que os outros dizem, mas os terroristas não conseguem aceitar opiniões críticas?
Flora Fong

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á um ano o mundo assistiu a um ataque bárbaro que devia envergonhar o mundo moderno e as suas instituições, e que lembra que a liberdade e a dignidade humana estão cada vez mais em risco. O desenho é uma arma, mas a morte e a violência não devem ser os meios usados para acabar com essa arma. Um ano depois, só podemos pedir ao Charlie Hebdo que continue com a mesma criatividade e coragem com as quais se mostraram ao mundo.
Andreia Sofia Silva

5 Jan 2016

Jogo | Receitas descem 34,3%

[dropcap style=’circle]O[/dropcap]s casinos fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas, uma queda de 34,3% face a 2014, indicam dados oficiais divulgados na semana passada. Só em Dezembro, os casinos encaixaram 18.340 milhões de patacas – menos 21,2% face ao mesmo mês de 2014, de acordo com os dados publicados no portal da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).
Trata-se do segundo ano consecutivo de quebra das receitas dos casinos depois de, em 2014, terem sofrido uma diminuição de 2,6%. As receitas do Jogo iniciaram em Junho de 2014 uma curva descendente, com Dezembro a marcar o 19.º mês consecutivo de quedas homólogas. Este foi o mês com o terceiro pior desempenho de 2015, depois de os casinos terem terminado Novembro com receitas de 16.425 milhões de patacas – caindo assim para o valor mensal mais baixo em cinco anos.
No entanto, a percentagem de queda em Dezembro (21,2%) foi a segunda menor – a seguir à de Janeiro (17,4%). Em Fevereiro, as receitas dos casinos sofreram um tombo de 48,6%.
Apesar da queda das receitas, as operadoras prosseguem com novos projectos, ainda que tenham sido anunciados adiamentos. Foi o caso da Wynn que adiou de 25 de Março para 25 de Junho a abertura do novo hotel-casino no Cotai. Também para a segunda metade do ano está prevista a abertura do Parisian, que inclui uma réplica da Torre Eiffel (com metade do tamanho da original), da também norte-americana Las Vegas Sands, bem como a do MGM Cotai. A última operadora a instalar-se no Cotai vai ser a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), com a inauguração, prevista para o final de 2017, do Lisboa Palace.

4 Jan 2016

Luso-descendentes asiáticos criticam CPLP

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]uso-asiáticos de dez países estão a organizar-se em bloco em resposta ao que consideram ser o esquecimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), voltada para as “nações ricas”, segundo o lusodescendente Joseph Sta Maria. O também representante das minorias junto da administração de Malaca e autor do livro “Pessoas Proeminentes na Comunidade Portuguesa em Malaca”, disse que os luso-descendentes de dez países asiáticos estão a organizar a primeira Cimeira da Comunidade dos Portugueses Asiáticos.
O encontro, adiantou, terá lugar em Malaca, onde reside uma das maiores comunidades de descendentes de portugueses, por altura da festa do São Pedro, entre “23 e 29 de Junho” do próximo ano. O bloco terá representantes da Malásia (Malaca), Índia (Goa, Damão e Diu), Sri Lanka, Singapura, China (Macau), Tailândia (Banguecoque), Austrália (Perth), Indonésia (Jacarta, Ambon e Flores), Timor-Leste e Myanmar.
O luso-descendente afirmou que o bloco poderá vir a ter “muito mais” membros, por acreditar que ainda existem grupos de descendentes de portugueses por identificar. Joseph Sta Maria, que está a liderar a iniciativa, adiantou que vai convidar para a cimeira o primeiro-ministro português, o “mestiço” António Costa, porque também ele é um luso-asiático com antepassados goeses.
O mesmo responsável justificou esta decisão “rebelde” com o facto de a CPLP “estar interessada nas nações ricas”, como a Guiné Equatorial, onde a língua oficial é o espanhol. “Eu não sei se eles [CPLP] sabem que nós existimos”, questionou. lusofonia
O lusodescendente reconheceu que os euro-asiáticos em causa são minorias sem força política, ou seja, não administram países e, como tal, não podem ser incluídas como membros na CPLP. O representante das minorias em Malaca frisou que o facto de haver comunidades como a sua, que “mantém a cultura portuguesa há cinco séculos e vive num ambiente de comunidade, comunicando em português [crioulo malaio-português]”, é algo que “não tem preço”.
Deu ainda o exemplo dos portugueses negros de Tugu, que “foram levados como escravos para a Batávia [antiga Jacarta], forçados a converterem-se ao protestantismo e a mudarem os seus nomes para nomes holandeses” e que, mesmo assim, “ainda se sentem orgulhosos por serem chamados de portugueses”. “Portugal não se sente orgulhoso disto?”, questionou, considerando que o país “tem uma responsabilidade moral” para com os seus “filhos” espalhados pelo mundo.
Após reconhecer que Portugal enfrenta dificuldades, o autor destacou que a “CPLP tem nações ricas”, como o Brasil. Questionado sobre ajudas concretas, Joseph Sta Maria deu a ideia de “montar uma aldeia cultural dos portugueses asiáticos” na Ásia, caso “Portugal e os seus parceiros da CPLP” estejam interessados.
Essa aldeia de “80 a 100 hectares” totalmente portuguesa seria “um negócio muito lucrativo para a CPLP e para organizações ricas no mundo, com as fundações [Calouste] Gulbenkian e Oriente”, prosseguiu.
O projecto, reforçou, seria útil para disseminar a cultura e a língua portuguesas e o catolicismo, ao atrair turistas de todo o mundo. Os portugueses foram responsáveis por muitos dos primeiros contactos dos europeus com o Oriente e chegaram a administrar várias zonas na região, desde Malaca e Timor-Leste a Macau.

28 Dez 2015

Condecoração | Rocha Vieira “assegurou com êxito transferência para a China”

Rocha Vieira recebeu uma condecoração das mãos do Presidente da República português devido, entre outras razões, ao seu papel na transferência de Macau para a China

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]General Vasco Rocha Vieira foi condecorado na sexta-feira com a Ordem da Torre e da Espada por Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República. Cavaco Silva enalteceu os serviços prestados por Rocha Vieira, sublinhando a “brilhante carreira militar e de serviço público do último Governador de Macau”. Já Rocha Vieira diz-se honrado por receber uma condecoração “com o valor de uma vida”.
O Presidente da República notou que Vasco Rocha Vieira é um “justo merecedor de ser distinguido com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada”, lembrando como ao longo de “uma brilhante e multifacetada carreira militar e de serviço público, prestou relevantes e distintíssimos serviços às Forças Armadas e a Portugal”.
Recordando as “excepcionais qualidades de comando” demonstradas enquanto Chefe do Estado-Maior do Exército e a “acção perseverante e avisada” desenvolvida as funções de Ministro da República para os Açores, o chefe de Estado destacou a forma como Rocha Vieira, como último representante da administração portuguesa em Macau, assegurou “de modo notável e com pleno êxito” a transição de poderes para a República Popular da China.
Uma missão em que, frisou, “revelou um invulgar perfil de homem público, indefectível patriotismo e inteira devoção na defesa do interesse nacional e que concluiu com elevado brilhantismo, unanimemente reconhecido no país e no seio da comunidade internacional”.
Ramalho Eanes fez também referência ao facto de (ver caixa) ser condecorado em conjunto com Rocha Vieira, sublinhando que isso poderá permitir que a sociedade civil olhe de outra forma para os militares e sinta que eles pertencem a uma instituição em que se pode confiar e onde existem homens que em todas as situações sobrepõem aos seus interesse pessoais os valores do patriotismo, liberdade, amor aos outros e interesse nacional.
“Ao atribuir-me a Ordem Militar e Torre e Espada é uma grande honra para mim e tem um significado profundo e muito especial, tem para mim o significado e o valor de uma vida”, acrescentou, por outro lado, Rocha Vieira, que deixou um agradecimento especial a Ramalho Eanes por lhe ter confiado o comando do exército, a Cavaco Silva por o ter indicado para Representante da República nos Açores e a Mário Soares por o ter nomeado o último Governador de Macau.
“Sinto poder dizer que ao longo da minha vida sempre cumpri com lealdade as funções que me foram confiadas”, vincou.

Ramalho Eanes recebe Grande Colar da Ordem da Liberdade

“Senhor general Ramalho Eanes, em Portugal, vossa excelência merece, como ninguém, ser distinguido com o Grande Colar da Ordem da Liberdade, em reconhecimento da grandeza do seu carácter e dos serviços que prestou para que Portugal seja hoje uma pátria de liberdade e de democracia”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, num discurso na cerimónia em que condecorou o antigo Presidente da República, em conjunto com Vasco Rocha Vieira. Atribuindo como traços marcantes da personalidade de Ramalho Eanes o “amor à pátria, a honestidade e seriedade de carácter, o sentido de Estado e a firmeza inabalável das convicções, a que sempre foi fiel”, Cavaco Silva lembrou a forma como se destacou como “um homem da liberdade” no período do 25 de Abril, considerando que “em momentos muito conturbados da História” o antigo Presidente da República “foi um lutador, um homem de coragem”. “Com invulgar serenidade e sentido de equilíbrio conduziu os destinos de Portugal com firmeza e determinação, colocando o interesse nacional e do povo português acima das várias tentativas de pressão e intimidação. Enquanto Presidente da República, demonstrou de novo o seu profundo apreço pela democracia e pela liberdade, mantendo-se integralmente fiel aos valores e aos mais nobres ideias de serviço a Portugal e aos portugueses”, acrescentou.

20 Dez 2015

José Mourinho demitido do Chelsea

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] português José Mourinho foi ontem demitido do cargo de treinador do Chelsea, deixando o clube, actual campeão e 16.º classificado da Liga inglesa de futebol, com 16 jornadas. “O clube deixa claro que José [Moutinho] deixa-nos em comum acordo e será sempre recordado como uma pessoa muito querida, respeitada e uma figura de relevo no clube”, refere o comunicado do Chelsea.
Depois de ter regressado ao clube de Londres em 2013, Mourinho conquistou o terceiro título inglês pelos ‘blues’ em 2014/15, tal como a Taça da Liga, o que levou à renovação de contrato até 2019.
Em 16 jogos para a Liga inglesa, o Chelsea tem apenas 15 pontos, equivalentes a quatro vitórias, três empates e nove derrotas, encontrando-se a apenas um ponto de distância da zona de despromoção.
No entanto, a formação londrina assegurou o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, depois de terminar em primeiro lugar no Grupo G, à frente dos ucranianos do Dínamo de Kiev e do FC Porto.
Esta qualificação ficou garantida apenas na última jornada, depois de ter vencido o FC Porto por 2-0, relegando os ‘dragões’ para a Liga Europa.
Depois de a BBC e a Sky Sports terem anunciado o despedimento do treinador do português dos blues, a imprensa inglesa adiantou o nome de Hiddink como treinador da equipa londrina até final desta época. O técnico holandês já orientou a equipa inglesa em 2008/09, numa situação semelhante, quando Scolari foi demitido do comando técnico.
No entanto, anteriormente o Chelsea sondou Juande Ramos para assumir o cargo de treinador interino, caso o clube rescindisse com José Mourinho, segundo publicou o jornal The Times. O espanhol Juande Ramos, 61 anos, ex-técnico do Sevilla, Tottenham Hotspur e Real Madrid, está actualmente sem treinar, depois de ter deixado os ucranianos do Dnipro Dnipropetrovsk.
Segundo, o britânico The Times, o patrão do Chelsea Roman Abramovich era contra a saída de Mourinho, que levou o clube ao título pela segunda vez, mas está preocupado com os maus resultados e teme que a relação entre Mourinho e figuras como Eden Hazard, Diego Costa, Cesc Fàbregas, John Terry ou Nemanja Matic se tenha deteriorado.

18 Dez 2015

AL | Deputados votam orçamento “que não é de austeridade”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Assembleia Legislativa (AL) vota amanhã, na especialidade, a proposta de Lei de Orçamento para 2016, que “dificilmente se pode considerar de austeridade”, após uma análise relâmpago em sede de Comissão. A proposta de lei foi aprovada na generalidade, por unanimidade, a 25 de Novembro, e vai subir a plenário para a votação final, depois da análise pela 2.ª Comissão Permanente da AL, que lamenta ter disposto “de apenas oito dias úteis para efeitos de exame e emissão de parecer sobre um tão relevante diploma para a vida económica, financeira e social” da região.
“Ora, um tal prazo revela-se relativamente curto, pelo que tendo em vista uma melhor apreciação e análise do orçamento por parte da Assembleia Legislativa, espera-se que no futuro o Governo venha a apresentar atempadamente os documentos relevantes para o efeito, nomeadamente o relatório intercalar de execução do Orçamento e mapas de controlo da execução do PIDDA (Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração)”, refere o parecer sobre a lei.
Segundo a proposta de orçamento para o próximo ano, o Governo espera receitas de 103.251 milhões de patacas – menos 13,9% face ao orçamento rectificativo de 2015 – e despesas na ordem de 85.038 milhões de patacas – mais 1,5% –, pelo que prevê encerrar 2016 com um saldo orçamental positivo de 18.213 milhões de patacas.
Apesar de os valores serem mais modestos do que os relativos a este ano, os deputados da 2.ª Comissão Permanente da AL rejeitam a ideia de “austeridade”, termo que tem vindo a ser utilizado pelo Executivo para se referir à aplicação de medidas definidas para quando a média mensal das receitas do jogo fica abaixo dos 20 mil milhões de patacas.
“A decomposição da despesa proposta para 2016 revela que dificilmente se pode considerar o presente orçamento proposto como um orçamento de ‘austeridade’, dado que se as despesas de investimento público se mantivessem ao nível do ano anterior – o que até teria efeitos positivos no crescimento económico -, a despesa do Governo cresceria 4,5%, ou seja, aumentaria sensivelmente ao ritmo da taxa de inflação expectável”, lê-se no parecer.
Os dez deputados da 2.ª Comissão Permanente da AL notam ainda que “para 2016 não existem previsões oficiais de crescimento económico e de outras principais variáveis macroeconómicas em Macau, não havendo também indicações estatísticas de que o processo de ajustamento em curso do nível das receitas brutas mensais arrecadadas com os jogos de fortuna ou azar em casino tenha estabilizado ao fim de vários meses de declínio”.

16 Dez 2015

Grande Prémio | Mais de 50 milhões em receitas e dois recordes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] 62º Grande Prémio de Macau deu origem a mais de 12,7 milhões de patacas em receitas só na venda de bilhetes. De acordo com um comunicado do Governo, este é um valor recorde, que se inclui num outro recorde nas receitas totais – mais de 40 milhões foram conseguidos também em publicidade e patrocínios, perfazendo um total de 53 milhões de patacas em receitas. A 62ª. Edição do GP contou com a presença de 90 equipas, 221 pilotos oriundos de 31 países e regiões, 49 pilotos locais e oito corridas. Mais de 80 mil pessoas visitaram o território por causa daquele que é, para o Governo, um evento que contribui para a diversificação do sector do turismo. “De acordo com as estatísticas da DST e Corpo de Polícia de Segurança Pública, o território registou, durante os quatro dias do Grande Prémio, 400 mil visitantes e a taxa média de ocupação nos hotéis de três a cinco estrelas foi de 93,47%.”

16 Dez 2015

Ensino | EPM cai 175 lugares na média de exames nacionais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Escola Portuguesa de Macau (EPM) cai mais de uma centena de lugares no ranking que compara as médias dos exames nacionais do 12º ano do ensino português. A direcção da escola descarta que haja um declínio na qualidade do ensino.
A lista, elaborada pelo semanário Expresso e pela estação de televisão SIC com base em dados do Ministério da Educação, junta mais de 500 escolas. De acordo com a rádio Macau, que cita a notícia, de um ano para o outro, a EPM caiu 175 posições: do 62º lugar para o 237º.
Ainda que no ano lectivo 2014/2015 a média da escola tenha sido positiva, houve uma descida de 11 valores e meio para 10,88 (em 172 exames) na média. Os alunos fizeram exames nacionais a quarto disciplinas, tendo a média mais alta, de 12,78 valores, sido obtida a Matemática. Já o Português foi a única disciplina com média negativa: 9,97 valores.
Segundo a rádio, Macau perde também o estatuto de escola mais bem classificada entre as instituições portuguesas de ensino no exterior, já que foi ultrapassada pela Escola Portuguesa de Moçambique que, este ano, registou uma subida para o 184º lugar.
A Escola de Ruy Cinatti, em Díli, Timor-Leste, teve uma média negativa de 6,92 valores.
A lista compara os resultados de 505 escolas que realizaram pelo menos cem provas. Para os resultados contam apenas as notas obtidas na primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário.

Despreocupados

Em declarações à Rádio Macau, a direcção da EPM recusa que a descida no ranking signifique uma quebra na qualidade do ensino. Zélia Mieiro, vice-presidente, defende a capacidade dos professores da EPM que “são os mesmos que tiveram sempre bons resultados e vão continuar a ter”, como disse aos microfones da rádio.
“Para nós, muito mais importante que estar nessa posição do ranking é o facto de, quando os nossos alunos acabam o 12º ano e vão para escolas do mundo inteiro, verificarmos que eles são sempre elogiados. O mais importante é que eles estejam bem preparados para enfrentar a vida e eles estão”, diz Zélia Mieiro.
A vice-presidente da EPM lembra ainda que a instituição não tem o espírito de concorrência, a não ser com ela própria no sentido de “desenvolver o máximo de competências para que os alunos consigam ter sucesso na vida”.
Nestas declarações à Rádio Macau, Zélia Mieiro destaca ainda o aumento no número de alunos de língua materna não portuguesa que a escola tem recebido desde a introdução do ano preparatório, algo que, apesar de orgulhar a EPM, “pode levar a que algumas pessoas possam considerar que o ensino não seja tão excelente como costuma ser”, embora a responsável acredite que continua a haver uma boa qualidade no ensino.

14 Dez 2015

Raimundo do Rosário fala em “nova cultura” no Governo

[dropcap style=’circle’]“N[/dropcap]ão sei se consigo fazer tudo aquilo que foi prometido pelo Governo da RAEM, tantas obras até 2019 – autocarros, habitação pública, táxis, gestão de terrenos, tenho de estudar e criar novos diplomas, aterros sanitários, a quarta ligação entre Macau e as ilhas, o terminal de Pac On, o complexo de cuidados de saúde com mais de 40 mil metros quadrados. Não sei consigo acabar os meus trabalhos até 2019.” Foi assim que Raimundo do Rosário anunciou ontem aos deputados ter já assumido “alguns riscos” ao avançar com datas para grandes projectos. Numa intervenção durante a apresentação das LAG da sua tutela, o responsável fez questão de salientar, contudo, que há uma nova cultura no Governo. “Este plano de cinco anos deve ser entendido como uma primeira tentativa de o Governo da RAEM ter um plano. Não temos o hábito de planear, é verdade. Mas acho que há sempre um momento para começar e para experimentar. Eu próprio assumi aqui alguns riscos ao dizer que a obra do Pac On vai acabar, a obra do metro da Taipa vai acabar em 2019. Vamos criando uma nova cultura – aos poucos, mas vamos”, rematou. 
 

11 Dez 2015

ONU | Comité apreensivo com extradição, tortura e violência

Os acordos judiciários entre Macau, Hong Kong e China, os casos de tortura por agentes policiais e o tráfico humano continuam a ser preocupações da ONU, que diz que o território deve separar quem investiga casos e quem está neles envolvido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Comité contra a Tortura da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) apresentou uma lista com duas dezenas de preocupações em relação a Macau, com destaque para o tráfico humano, violência policial e o acordo para a entrega de fugitivos. As conclusões foram apresentadas na semana passada em Genebra, na sequência da entrega do relatório periódico pelas autoridades de Macau e de grupos da sociedade civil e constam agora de um documento disponível na página da ONU.
Uma das preocupações do Comité são os alegados casos de maus tratos por agentes de autoridade. No relatório são destacados os casos de tortura ou maus tratos policiais que a ONU lembra serem investigados “por membros da polícia, o que cria um claro conflito de interesses”.
Das 87 queixas apresentadas entre 2006 e 2011 contra membros das forças de segurança, apenas três resultaram em multas (abrangendo cinco polícias). Entre 2013 e 2014, 79% das queixas de tortura foram descartadas.
Para solucionar o problema, o Comité sugere a criação de “um mecanismo de queixas confidenciais em todos os locais de detenção para facilitar a apresentação de queixas por vítimas de tortura ou maus tratos, incluindo para obterem provas médicas para apoiar as suas acusações e garantir que os queixosos estão protegidos de represálias”.
O Ministério Público é também aconselhado a entregar a investigação a profissionais independentes sem qualquer relação institucional ou hierárquica com os alegados atacantes, sendo proposto que os suspeitos sejam suspensos de funções durante a investigação.
O relatório salienta também a falta de formação de profissionais de várias áreas para reconhecer vítimas de tortura e sugere que se reforce a preparação para profissionais de saúde, agentes envolvidos na investigação destes casos, todo o corpo policial, juízes, Ministério Público e funcionários dos serviços prisionais e de imigração.
A ONU sublinha ainda que a definição de tortura, cuja legislação decorrente se encontra em revisão, deve estar em conformidade com a Convenção contra Tortura e “garantir que todos os dirigentes públicos ou qualquer pessoa com um cargo oficial possa ser acusada de actos de tortura”. Actualmente, esta definição só se aplica a quem cumpra determinadas funções relacionadas com a investigação de infracções criminais ou disciplinares, execução de sanções ou protecção, guarda ou vigilância de uma pessoa detida ou presa, de acordo com o Código Penal.

Tráfico que preocupa

O Comité destaca ainda o tráfico humano como uma preocupação devido “ao número muito baixo de processos e condenações de autores de tráfico” e ao reduzido registo de casos de “trabalho forçado, apesar do elevado número de queixas”.
Além disso, “o Comité lamenta a falta de um programa específico para lidar com o problema do turismo sexual infantil, apesar do facto de mais de metade das vítimas identificadas durante o período em revisão terem menos de 18 anos”.
É ainda manifestada apreensão por a “alternativa legal de atribuir residência por motivos humanitários a vítimas” não estar a ser utilizada.

Acordos que assustam

A entrega de criminosos em fuga, actualmente em negociação com a China e Hong Kong, é outro tema que preocupa a ONU: “O Comité lamenta a falta de informação sobre o conteúdo desses acordos. O Comité está preocupado que os criminosos transferidos possam ser expostos ao risco de tortura ou maus tratos enquanto detidos ou na prisão ao regressarem à China ou através de uma transferência indirecta via Hong Kong”.
Neste ponto, o órgão sublinha que Macau “não deve transferir fugitivos para a China continental, onde há motivos substanciais para acreditar que estariam em perigo de ser sujeitos a tortura ao regressarem ou após uma transferência indirecta”.
A violência doméstica é também mencionada pelo Comité, que insta Macau a abranger os casais do mesmo sexo na lei aprovada este ano.
Tal como outros comités da ONU, também este aconselhou Macau a criar uma instituição independente focada na defesa dos direitos humanos, uma ideia que o Governo já rejeitou por considerar que o Comissariado contra a Corrupção cumpre esse papel.

11 Dez 2015

Transportes | Mais 350 licenças de táxi e 170 estacionamentos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] próximo ano deverá acabar com um total de 350 novas licenças de táxis atribuídas e mais 1750 lugares de estacionamento do que os actualmente existentes. Isso mesmo confirmou Raimundo do Rosário durante as LAG da sua área. “Prevemos a existência, no final de 2016, de 1600 táxis”, revelou o Secretário para os Transportes  e Obras Públicas. Na mesma linha, o responsável fala ainda da criação de “mais ou menos 90 novos lugares de estacionamento para motociclos” em 2016.

11 Dez 2015

Pequim levanta alerta vermelho devido à poluição

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades de Pequim levantaram ontem aquele que foi o primeiro alerta vermelho por poluição que emitiram, 48 horas depois de medidas para controlar níveis de poluição inferiores aos de ocasiões anteriores.
O alerta terminou formalmente às 12:00, mas já desde madrugada uma frente fria com ventos ligeiros levou o manto de névoa e de poluição que desde o fim de semana cobria a capital chinesa.
As autoridades chinesas anunciaram na segunda-feira que, pela primeira vez desde que se instaurou, em 2013, um sistema de alerta de quatro cores, a activação do nível mais grave, o vermelho, a partir das 7:00 de terça-feira e até ao meio-dia de ontem.
Durante esse período, Pequim pôs em marcha medidas como a circulação dos automóveis privados de acordo com o último número da matrícula – um dia pares, noutro ímpares – ou a proibição de saída para a estrada de veículos pesados.
Além disso, também foram suspensas as obras e as fábricas reduziram ou pararam a produção, incluindo as de geração de energia, as siderurgias e as de cimento.
O pacote de medidas aliviou o habitual denso tráfego de Pequim, também reduzido pela recomendação às escolas primárias e secundárias para que suspendessem as aulas e ao pedido de empresas e instituições oficiais para que fossem permitidos horários flexíveis para os seus funcionários.
Apesar de a medida ter sido aplaudida por organizações como a Greenpeace e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que sublinhou que “as autoridades estão a levar a sério a qualidade do ar”, alguns moradores em Pequim consideraram-na excessiva e demasiado prolongada.
Enquanto por estes dias os níveis de poluição rondaram picos de 400 microgramas por metro cúbico das partículas PM 2.5 – as mais prejudiciais à saúde –, na semana passada, quando se activou apenas o alerta laranja após vários dias da maior poluição de 2015 na capital, foram superados os 650 microgramas.
A OMS estabelece em 25 microgramas o máximo recomendado para que não prejudique a saúde.

11 Dez 2015

Kim Jong-un afirma possuir bomba de hidrogénio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte afirmou pela primeira vez que o país tem a bomba de hidrogénio, noticiou ontem a agência oficial KCNA, embora vários peritos duvidem que Pyongyang tenha conseguido desenvolver esta arma.
Kim Jong-un disse que a Coreia do Norte “se transformou num poderoso Estado, que possui armas nucleares, capaz de fazer detonar uma bomba atómica e também uma bomba H (de hidrogénio) para defender eficazmente a soberania e dignidade da nação”, de acordo com a KCNA.
O “Grande Sucessor” proferiu esta afirmação durante uma visita ao sítio de Phyongchon, na capital norte-coreana, onde foi construída a primeira fábrica de munições do país há seis décadas.
O líder, de 32 anos, reafirmou em várias ocasiões que a Coreia do Norte possui armas nucleares e que este recurso é o principal pilar da defesa contra os alegados planos de invasão pelos Estados Unidos.
De acordo com peritos sul-coreanos, esta é a primeira vez que o regime da Coreia do Norte assegura possuir a bomba de hidrogénio, um explosivo que pode multiplicar por milhares a potência de um míssil nuclear comum, como os que foram lançados sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Os serviços secretos sul-coreanos (NIS) afirmaram desconhecer que o regime de Kim Jong-un tenha desenvolvido a bomba de hidrogénio, indicou um dos responsáveis do NIS à agência noticiosa sul-coreana Yonhap, em Seul.
“A Coreia do Norte não teve êxito na miniaturização das bombas nucleares, por isso não pode contar com a tecnologia para produzir uma bomba H”, acrescentou a mesma fonte, que considerou as declarações de Kim Jong-un de “simples retórica”.
No caso das bombas nucleares comuns, a Coreia do Norte conseguiu um grande desenvolvimento tecnológico, tendo realizado três explosões em 2006, 2009 e 2013.
Os especialistas desconhecem se Pyongyang é ou não capaz de miniaturizar os explosivos atómicos para serem instalados nas ogivas dos seus mísseis.

11 Dez 2015

Jogo | Sugerido regime de avaliação para trabalhadores

Iau Teng Pio, professor de Direito da Universidade de Macau, considera necessário criar um regime de avaliação para os trabalhadores do Jogo. Num seminário, organizado pela  Federação das Associações dos Operários de Macau, Iau Teng Pio defendeu que um sistema destes poderia ajudar o sector a perceber como gerir os recursos humanos.
“Os trabalhadores de Jogo são profissionais e, se existir um sistema de ranking para todos os trabalhadores e com a concordância dos casinos, estes podem ser avaliados objectivamente, ao nível do seu desempenho no trabalho, o que pode ajudar o sector em vários aspectos, como na promoção dos funcionários, na mobilidade de recursos dentro das empresas e na aposentação”, defende.
“Se a capacidade puder ser verificada por um regime de avaliação os empregadores vão ter uma forma de medida objectiva quando acontecerem eventuais problemas contratuais, como despedimento. O regime pode ser útil tanto no problema da promoção, como de despedimento, desde que espelhe a competência e potencialidade dos empregados”, explica ao Jornal do Cidadão, sugerindo que a lista seja partilhada entre operadoras para quando os empregados mudarem entre casinos.

10 Dez 2015

Pedidas vagas temporárias para deficientes mentais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Promoção de Saúde Mental da População de Macau sugere ao hospital Conde de São Januário e às associações de apoio aos doentes mentais que aumentem o número de vagas para este tipo de utentes. Durante uma conferência de imprensa, realizada no passado domingo e que reuniu associações da área, um dos membros defendeu que durante a sua estada no hospital por motivos de saúde, ninguém cuidou do seu filho, portador de doença mental.
“Os lares para deficientes alegaram que não tinham capacidade para tomar conta do meu filho. Neste caso, parece-me que o hospital e as associações devem ter estas vagas a tempo parcial para os doentes mentais”, exemplificou ao Jornal Ou Mun.
Um outro membro apela a que o Governo apoie mais as associações para que estas possam oferecer este serviço e que seja criado um programa de visitas de assistentes sociais a casa dos doentes.
“Os pais destes doentes vão envelhecer e, por vezes, vão ficar hospitalizados e serão os assistentes sociais e o pessoal técnico que os poderão ajudar”, argumentou.
O presidente da Associação, Lo Io Chou, defendeu ainda que a Associação tem carência de dinheiro para contratar mais assistentes sociais e espera, por isso, que o Governo dê mais apoio aos pacientes através de outros mecanismos.

9 Dez 2015

Desfile por Macau com Caretos de Podence e mais de 1500 artistas

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau voltou a afirmar-se como sendo uma “cidade latina” com um desfile com 1500 artistas e figurantes, locais e estrangeiros, com o qual iniciou as celebrações do 16.º aniversário da transferência da administração de Portugal para a China. Este é um dos maiores eventos festivos do território e custou 16 milhões de patacas.
Este ano, em que os Caretos de Podence representaram Portugal, serviu também para comemorar o décimo aniversário da classificação do Centro Histórico de Macau como património da humanidade pela UNESCO.
A parada, que atrai milhares de pessoas, é para continuar, “com certeza”, seguindo o mesmo modelo e com a mesma dimensão, assegurou o presidente do Instituto Cultural, Guilherme Ung Vai Meng, em declarações aos jornalistas.
“Macau é pequeno, tem 600 mil habitantes, mas Macau tem quatro séculos de intercâmbio, não só entre Portugal e Macau, mas com o mundo ocidental. Macau é uma chave que abre muitas portas, entre a China e a Europa. É uma chave com quatro séculos, não é uma chave nova”, afirmou, insistindo na ideia de que as ligações não se limitam a Portugal, mas ao “mundo latino, França, Itália, América do Sul e África”.
“Essa é a nossa característica, importantíssima, de certeza que continuamos [a realizar este evento]”, acrescentou.
Ao todo, foram 52 os grupos que, no domingo, percorreram o trajecto entre as ruínas de São Paulo e a praça do Tap Seac, onde foram colocadas bancadas para o público assistir aos espectáculos e ao final do desfile.

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Ung Vai Meng sublinhou que esta é uma forma de promover o Centro Histórico e a história de Macau no exterior.
Grupos e artistas de França, Indonésia, China, México, Guadalupe, Taiwan, Brasil ou Cuba, entre outros países e territórios, estiveram nesta “parada latina”, para além dos Caretos de Podence, que pela primeira vez viajaram até à Ásia.
“Vai ficar para a história do grupo”, disse à Lusa o presidente da Associação do Grupo de Caretos, António Carneiro, satisfeito pela “reacção muito positiva” do público aos caretos, “o grupo mais fotografado” e “diferenciado” do desfile. “Onde vamos, voltamos sempre”, vincou António Carneiro, admitindo “grandes expectativas” em relação a esta apresentação em Macau.
Para além dos artistas e figurantes, este ano, em diversos locais do percurso do desfile “Macau, cidade latina” foram colocadas obras de jovens ‘designers’ locais, convidados expressamente pelo IC para fazerem criações com esse fim, que os residentes no território poderão levar para casa dentro de algum tempo, no âmbito de concursos que o instituto vai promover ou através de uma inscrição cujas regras serão posteriormente divulgadas.

9 Dez 2015

Hospital das Ilhas | Raimundo Rosário não confirma construção até 2019

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, não consegue garantir que o novo hospital possa estar concluído em 2019, data que já tinha sido referida anteriormente e que Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, voltou a confirmar na Assembleia Legislativa (AL).
De acordo com a Rádio Macau, também a data inicialmente prevista para a primeira fase é impossível de cumprir.
“Com toda a sinceridade não sei [se conseguimos ter o hospital pronto em 2019], já que não temos ainda o projecto completo. Para a semana vou à AL e terei certamente oportunidade de esclarecer, mas neste momento não é possível dizer quando o hospital fica completo dado que não temos o projecto completo e aprovado”, disse Raimundo Rosário à Rádio Macau, no final de uma reunião da 1.ª Comissão Permanente da AL, afastando a possibilidade de “conseguir ter o projecto aprovado” até à apresentação das Linhas de Acção Governativa da tutela, que começa amanhã.
Sobre a data avançada no início do ano pelos Serviços de Saúde, que previam a conclusão da primeira fase do hospital das ilhas para 2017, Raimundo do Rosário disse que seria “impossível”, porque no final de 2015 ainda não há um projecto feito e o novo hospital “é muito grande”.
Supostamente a segunda fase era que a ficaria concluída em 2019, mas Alexis Tam frisou na sexta-feira que essa era a data nova para a conclusão total. “Só posso dizer que o plano vai ser adiado até 2019. Nós não compreendemos essas questões da construção. Por isso, eu e o director dos Serviços [de Saúde] também só conseguimos ser informados do calendário da construção e qual será, mais ao menos, a data apontada para a conclusão, consoante as informações dos engenheiros, dos técnicos de construção civil”, afirmou, acrescentando que existe “outro Secretário para tratar dos grandes empreendimentos”.

8 Dez 2015

Portuguesa vence meia-maratona internacional de Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]portuguesa Carla Martinho ganhou a meia maratona internacional de Macau, prova em que os quatro primeiros lugares foram todos conquistados por atletas de países lusófonos. Carla Martinho fez o percurso em 1:18:56 e cruzou a meta à frente da cabo-verdiana Crisolita Silva, da são-tomense Djamila Tavares e da timorense Natércia Maia.
A atleta disse à Lusa que tinha expectativa de ficar entre as três primeiras, mas “não estava à espera de ganhar” e que o tempo que fez ficou dentro do que tinha pensado (abaixo de uma hora e vinte minutos), atendendo ao percurso e ao clima de Macau.
Já na meia maratona masculina, o português Bruno Silva ficou em quarto lugar, com um tempo de 1:08:24, numa prova que foi ganha pelo queniano Joseph Ngare (1:05:19) e em que o atleta de Cabo Verde Nelson Cruz foi o segundo classificado (1:07:56).
Quanto à maratona, os portugueses Tiago Silva e Miguel Quaresma terminaram em 8.º e 9.º lugar, com tempos de 2:28:58 e 2:29:18, respectivamente.
A edição deste ano da Maratona Internacional de Macau foi ganha pelo ucraniano Vitaliy Shafar, que fez o percurso em 2:14:44.
Na maratona feminina, a portuguesa Luísa Oliveira terminou em 11.º lugar e a ucraniana Olena Shurkhno ganhou, com um tempo de 2:33:24.
O treinador dos atletas portugueses, Américo Brito, disse à Lusa que o balanço da participação nacional nestas provas em Macau é “muito positivo” por terem sido alcançados todos os objectivos iniciais.
A expectativa era, na meia maratona, terminar entre os cinco primeiros lugares e, no caso da maratona masculina, que os dois atletas terminassem entre os dez primeiros, o que aconteceu.
Américo Brito considerou também “óptimo” o resultado de Luísa Oliveira, que terminou em 11.º depois de ter estado “algum tempo sem treinar” devido a uma lesão.

8 Dez 2015

Aeroporto quer chegar aos 5,5 milhões de passageiros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]aeroporto de Macau espera chegar este ano, pela segunda vez na sua história de 20 anos, aos 5,5 milhões de passageiros, um número, ainda assim, muito inferior aos 31 milhões de turistas que a cidade recebe anualmente. A maioria dos visitantes continua a chegar a Macau por terra, mas isso não impede os especialistas de concordarem na importância da existência de um aeroporto que, acreditam, deverá continuar a crescer.
“Estou convencido de que, com o desenrolar dos anos, muitos [turistas] virão também pelo ar”, disse à Lusa o antigo director do aeroporto (1999 – 2007) Carlos Seruca Salgado, a propósito do 20.º aniversário da inauguração da infra-estrutura, a 8 de Dezembro de 1995.
“É fundamental ter um aeroporto”, sublinhou o ex-director, hoje na administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil portuguesa (ANAC), considerando a estrutura essencial para o desenvolvimento económico de Macau, que se deseja afirmar como uma cidade turística.
“É fundamental apostar nos congressos, nas grandes apresentações mundiais. Não esperemos de Macau aquilo que era antes, com as suas fabriquetas de têxteis e pequena indústria. Esse modelo esgotou-se”, defendeu.
Mas, acredita, há também um motivo identitário: “Macau tem uma identidade própria, uma atractividade própria. [Devemos] tornar Macau numa entidade completamente distinta de tudo aquilo que está à volta dela. Hong Kong, Zhuhai, Shenzhen são coisas muito diferentes.”
Esta ideia remete para as expectativas dos anos 1990, quando o próprio governador de Macau Rocha Vieira promovia o aeroporto como um instrumento para uma maior autonomia do território, que ficaria assim, esperava, menos dependente de Hong Kong.
A obra, uma das maiores deixadas pela administração portuguesa em Macau, esteve também no centro de um dos seus maiores escândalos políticos, o “Caso Fax de Macau”, em que Carlos Melancia foi acusado de ter recebido dinheiro de uma construtora para a beneficiar num contrato. O antigo governador acabou por ser ilibado.
“A origem da construção foi criar uma porta para Macau, uma porta via aérea. Portugal e China acharam que seria proveitoso ter um aeroporto que fosse uma porta de entrada”, recordou Seruca Salgado.
Para Jacky So, director da Faculdade de Business Administration da Universidade de Macau, o aeroporto vai continuar a ser “essencial”, tendo em conta o desígnio da cidade de se transformar num Centro Internacional de Turismo e Lazer.
O académico rejeita a ideia de Macau tentar competir com Hong Kong, tanto por motivos de custo como de escassez de terrenos, mas considerou importante que o aeroporto se lance nas ligações de longo curso de forma estratégica: poucos países, com frequência moderada, mas escolhidos a dedo.
“Precisamos de mais turistas internacionais, da Europa, Estados Unidos, Índia. Nas Linhas de Acção Governativa [para 2016], o Chefe do Executivo voltou a falar da plataforma com os países de língua portuguesa. Macau era muito próxima de Portugal e defendo que alguns voos devessem ser disponibilizados [para Portugal], talvez uma vez por semana”, sugeriu.
Quanto ao resto do mundo lusófono, dependeria da procura e rentabilidade: “O Brasil é muito longe. Portugal devia ser o primeiro e depois, talvez, um dos países africanos, defendeu.

7 Dez 2015

Deficientes | Wong Kit Cheng quer inclusão de crianças até três anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng quer que o Governo ofereça, no âmbito do seu serviço one-stop de avaliação de crianças destinadas à educação especial, mais ajudas àquelas que têm entre zero e a três anos de idade. O pedido foi feito através de interpelação escrita, onde a deputada cita os resultados da consulta pública feita em Abril alusiva ao tema.
“De acordo com os dados da consulta pública da proposta de revisão ao Regime Educativo Especial, de meados de Abril passado, só são elegíveis para ingressar em classes de educação especial crianças dos três aos 21 anos”, começa por dizer. No entanto, a deputada defende que deviam ser integradas crianças mais novas.
“A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) prometeu pensar na criação de um centro one stop de avaliação e apoio para os estudantes de educação especial, juntamente com os Serviços de Saúde (SS) e o Instituto de Acção Social (IAS), pelo que queria saber se o centro também vai oferecer os serviços a crianças deficientes entre os zero e os três anos de idade”, questionou. Além disso, Wong Kit Cheng quer saber quais os resultados já alcançados pelo grupo intersectorial já estabelecido para lidar com os mais novos.
“Embora a Associação de Psicólogos de Macau tenha já dito que o número de terapeutas tem que corresponder às necessidades da sociedade, queria saber qual é a situação laboral destes profissionais em Macau”, frisou. “O período que vai dos zero aos três anos de idade é o melhor para tratar das crianças com problemas mentais, mas a DSEJ ainda não respondeu claramente se os bebés vão poder usufruir deste serviço, nem se as associações vão poder contratar terapeutas de fora”, colmatou a deputada.

Tomás Chio

4 Dez 2015

Porto Interior | DSSOPT sugere construção de eclusa para travar inundações

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, sugeriu a construção de uma eclusa – uma espécie de degrau ou elevador – para resolver o problema de inundações do Porto Interior. A ideia passa por desenhar uma semelhante àquela existente no Rio Tamisa e foi anunciada durante um encontro com os membros locais do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
“É necessário que o Governo trate do problema das inundações e que responda às exigências dos cidadãos. Trata-se de uma proposta lançada pelos membros depois destes terem recebido as opiniões dos residentes”, começou por explicar. “A proposta envolve os problemas hidráulicos de duas cidades – Macau e da Ilha da Montanha – e a direcção está a discutir com os departamentos hidráulicos relacionados de Zhuhai, pelo que ambos concordam com este projecto de construção”, continuou Li Canfeng.
O director informou ainda que está a decorrer a “fase de pesquisa preliminar”. Um dos representantes de Macau no encontro, Xiao-Jian Zhong, destacou que “o Porto Interior é uma parte importante de canal marítimo e que a proposta não vem só resolver as inundações, mas também servir de bloqueio para melhorar a navegação”.
De acordo com os dados obtidos pela DSSOPT, a melhor zona para construir a eclusa fica perto da Barra, onde se situavam as antigas docas do Governo. A ideia, avançou o responsável, é fazer com que este projecto se assemelhe ao já existente no Rio Tamisa, em Londres.

Tomás Chio

4 Dez 2015