Hoje Macau China / ÁsiaPequim medeia entre Afeganistão e Paquistão Pequim surge como mediador entre dois vizinhos problemáticos. A China age agora, claramente, como uma nova superpotência. [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, visitou o Afeganistão e o Paquistão nos dias 24 e 25 tendo, durante a sua visita, as três partes trocado opiniões sobre as relações entre Afeganistão e Paquistão e a cooperação entre as três partes, chegando a “amplos consensos”, segundo um comunicado final. Afeganistão e Paquistão acusam-se mutuamente de fechar os olhos aos militantes que operam ao longo da sua fronteira. O Paquistão construiu um muro ao longo de uma parte da fronteira, o que também causou tensões, uma vez que o Afeganistão não reconhece a linha da era colonial como uma fronteira internacional. Agora, segundo o comunicado, China, Afeganistão e Paquistão “dedicar-se-ão à defesa da paz e estabilidade da região, ao reforço da interligação e interconexão regional e cooperação económica e à promoção da segurança e desenvolvimento comuns.” Continuar a conversa Ainda segundo o comunicado, “Afeganistão e Paquistão afirmaram o seu desejo de melhorar as relações bilaterais, aumentar a confiança política mútua e reforçar cooperações em diversas áreas, incluindo o combate antiterrorista. Ambas as partes ainda concordaram em estabelecer um mecanismo de controlo e prevenção de riscos”. Por outro lado, os três países resolveram estabelecer um mecanismo de diálogo de MNEs e consideram que deve ser retomado o grupo de coordenação composto por Afeganistão, Paquistão, China e EUA, com o objectivo de criar boas condições para que os talibãs integrem o processo de paz. Além disso, as três partes apoiam o Processo de Cabul e concordam que é necessário retomar os trabalhos do Grupo de Ligação OSX (Organização de Cooperação de Xangai) – Afeganistão, a fim de promover o processo de paz. No domingo, o MNE chinês, Wang Yi, havia dito que Pequim manteria um diálogo com o Afeganistão e o Paquistão para ajudar a melhorar as relações entre os dois vizinhos.
Hoje Macau China / ÁsiaNobel da Paz | Liu Xiaobo libertado após diagnóstico de cancro terminal [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] prémio Nobel da Paz chinês, Liu Xiaobo, foi libertado da prisão depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro no fígado em fase terminal no mês passado, anunciou ontem o seu advogado. “Há cerca de um mês que está a ser tratado no hospital de Shenyang [na província de Liaoning, nordeste da China]. Não tem nenhum projecto em particular. Está apenas a receber tratamento”, disse, citado pela agência France Press, o advogado Mo Shaoping, precisando que Liu Xiaobo recebeu o diagnóstico no passado dia 23 de Maio e foi libertado alguns dias mais tarde. Liu está preso em Jinzhou desde 2009, acusado de tentar “subverter as instituições do Estado” por ter participado na elaboração da Carta 08, um documento que celebrava o 60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Em 2010, o escritor foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, tornando-se na terceira pessoa a receber o prémio durante o cumprimento de uma pena de prisão, depois do alemão Carl von Ossietzky, em 1935, e a birmanesa Aung San Suu Kyi, em 1991. A atribuição do Nobel a Liu foi muito mal recebida pelas autoridades chinesas, que censuraram todas as notícias sobre o assunto e desencadearam uma onda de repressão contra outros activistas. A mulher do escritor, Liu Xia, está desde 2010 detida em prisão domiciliária, embora nunca tenha sido formalmente acusada. “As autoridades devem imediatamente e de forma incondicional levantar todas as restrições à sua mulher e permitir que os dois se voltem a encontrar o mais depressa possível”, afirmou o investigador da Amnistia Internacional, Patrick Poon, citado pelo The Guardian.
Hoje Macau DesportoAnálise da 9ª jornada da Liga de Elite | Suspense mesmo até ao fim João Maria Pegado [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vencedor da Liga de Elite vai ser decidido na última jornada. Benfica e Monte Carlo venceram os seus jogos e assim o suspense será mesmo até final do campeonato. Quem já está fora da corrida do titulo é o CPK, que empatou frente a uma Polícia que assim pode respirar um pouco mais no que diz respeito à manutenção, ganhando um pouco de ar sobre o Lai Chi e Development Team. Manutenção essa que foi também garantida pelo Sporting de Macau que assim fica entre os melhores para próxima época. Ainda como motivo de interesse para última jornada, o quarto lugar do campeonato, com três equipas a disputarem essa posição: Kei Lun,Cheng Fung e Ka I. Tempo de celebrar Sexta-feira os leões do território conseguiram uma das vitórias mais saborosas dos últimos tempos. A uma jornada do fim atingiram o objectivo proposto no inicio da época. E muitas dúvidas houve no início do campeonato que esse objectivo fosse conseguido, mas a resiliência de uma nova direcção e o trabalho incansável de uma equipa técnica nova deram a tranquilidade necessária para os jogadores conseguirem exprimir a sua qualidade em campo. Mais: em tempo de vacas magras vimos alguns jovens a despontar para o futebol local. Parabéns da “Análise da Jornada” a todos os envolvidos nesta permanência. Quanto ao jogo de realçar a vitória leonina, Sporting 2 vs 1 Development, que deixa a equipa da associação em último lugar do campeonato a três pontos da salvação. Contas do título A caminhada para o título começou no sábado, com o líder do campeonato a vencer: Benfica 2 Vs 0 Kei Lun. Num jogo em que a equipa liderada por Henrique Nunes tinha duas baixas por suspensão, Torrão e Bernardo, o Kei Lun vendeu cara a derrota e só na segunda parte é que o Benfica decidiu o jogo a seu favor, o que muito se ficou a dever à reposição do meio-campo encarnado que, durante a primeira parte, viu Cuco a central. Com o 10 benfiquista na sua posição de origem foi ver o Benfica a crescer nas asas de Edgar Teixeira e no abre-latas Pang Chi Hang que, com uma assistência e um penálti ganho, garantiu os três pontos para a sua equipa. Com esta vitória os encarnado entram na última jornada a precisarem de uma vitória no dérbi lisboeta de Macau. Quanto ao Kei Lun tem a quarta posição para defender contra a Polícia. No domingo estavam reservados os outros dois encontros com candidatos ao título, Monte Carlo 3 Vs 2 Ching Fung. Tal como o líder, os canarinhos não tiveram tarefa fácil frente a um Ching Fung que ainda quer alcançar o Kei Lun na quarta posição. Tudo parecia bem encaminhado quando no primeiro minuto, Leandro Tanaka fez o que sabe fazer melhor:marcar. Contudo, o Ching Fung igualou ainda na primeira parte, dando o mote para uma grande partida que teve incerteza no resultado até ao fim. Com esta vitória, o Monte Carlo terá que vencer o seu último jogo frente ao Lai Chi e esperar que o Benfica não ganhe. Quem ficou de fora da rota do título foi o CPK, que se mostrou deveras afectado com a derrota contra o Benfica na última jornada, tendo agora empatado — CPK 1 Vs Policia 1 — com o golo do empate aparecer no último minuto. Ka I não desiste De início condenado a um campeonato para permanecer na Liga de Elite, a equipa do Ka I entra nesta ultima jornada com hipóteses de acabar em quarto lugar, ao aproveitar muito bem com uma vitória — KA I 3 Vs 1 Lai Chi — a derrota de Kei Lun e Ching Fung. Jogador da jornada #8 Benfica de Macau Pang Chi Hang – E a duas jornadas do fim o melhor jogador do campeonato passado mostra estar de volta às grandes exibições. Não tem sido fácil destacar-se numa equipa recheada de bons jogadores mas no sábado o palco foi dele.
Hoje Macau SociedadeTribunais vão ter menos juízes portugueses [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]na Meireles e Mário Meireles, juízes do Tribunal Judicial de Base (TJB), vão deixar o território. A notícia foi ontem avançada pela Rádio Macau, que explica que os magistrados portugueses terminam o actual contrato de dois anos no próximo dia 1 de Setembro. O vínculo de ambos não vai ser renovado, por opção própria. Os juízes estão em Macau em comissão de serviço desde Setembro de 2009. Sobre a substituição, a Comissão Independente para a Indigitação de Juízes não prestou declarações. Mas o Conselho Superior de Magistratura de Portugal avançou à emissora de língua portuguesa que, até agora, não recebeu qualquer pedido das autoridades de Macau. No entanto, foi solicitada a renovação dos contratos dos juízes Jerónimo Santos e Rui Ribeiro, ambos do TJB. O vínculo que têm também termina no próximo dia 1 de Setembro. “O Conselho Superior de Magistratura recebeu, no dia 19 de Junho, dois pedidos de renovação de contrato relativos aos senhores juízes Jerónimo Alberto Gonçalves Santos e Rui Carlos dos Santos Pereira Ribeiro”, cita a Rádio Macau. Rui Ribeiro desempenha as funções de juiz presidente de tribunal colectivo dos Tribunais de Primeira Instância. A diminuir está também o número de juízes de Portugal no Tribunal de Segunda Instância (TSI). João Gil de Oliveira está de saída, em Novembro, por atingir o limite de idade. Neste caso, o Conselho Superior de Magistratura de Portugal também refere que não foi feito qualquer pedido de substituição do magistrado, que se encontra em Macau desde Setembro de 1993. Mais uma vez, a Comissão Independente para a Indigitação de Juízes não faz comentários. Com as saídas confirmadas de Ana Meireles, Mário Meireles e João Gil de Oliveira, os tribunais vão passar a ter cinco juízes contratados em Portugal. Actualmente, são oito (cinco no TJB, dois no TSI e um no Tribunal de Última Instância) de um total de 45. A Rádio Macau apurou ainda que, recentemente, foi concluída a formação de 14 magistrados locais. Se todos obtiverem aprovação, vão ser distribuídos pelos tribunais e também pelo Ministério Público.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTragédia em Sichuan | Deslizamento de terras faz mais de 110 desaparecidos Depois de chuvas intensas, a aldeia de Xinmo, situada no norte da província de Sichuan, foi inundada por terra e pedras. A derrocada engoliu 62 casas particulares e um hotel, deixando mais de uma centena de pessoas desaparecidas. Até ao fecho da edição o número de mortos encontrados era de 15 [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]nquanto a chuva intensa continua a provocar danos nas províncias de Hunan e Hubei, em Sichuan a calamidade acrescentou terra e pedras à forte precipitação. Na madrugada de sábado, às 05:45 da manhã, a aldeia de Xinmo, em Sichuan, foi atingida por um deslizamento de terras que cobriu a localidade de terra e pedregulhos. O local sinistrado fica a 170 quilómetros a norte de Chengdu, a capital da província e é habitado, sobretudo, por uma vasta comunidade de tibetanos e famílias da etnia Qiang. Até ao fecho desta edição o número de vítimas mortais situava-se nos 15, com mais de 110 pessoas desaparecidas. A localidade, situada no sopé de uma montanha, faz fronteira com o Tibete. Ao local acorreram cerca de 3 mil operacionais munidos de aparelhos de detecção e equipas cinotécnicas em busca de sobreviventes debaixo dos escombros. As equipas de salvamento focam os seus esforços na área mais afectada, onde 62 casas e um hotel foram totalmente arrasados pelo poder das terras. Numa altura em que já se procediam a salvamentos, em plena luz do dia, uma segunda derrocada que fez rolar sobre a fustigada aldeia pedras de grandes dimensões. O segundo deslize dificultou as manobras de máquinas de grandes dimensões nos esforços de salvamento, além de ter perpetuado o pânico. É de salientar que as chuvadas e consequentes deslizes de terras são frequentes nesta zona da China, sendo que desta vez a aldeia de Xinmo foi varrida por uma parcela do topo de uma montanha da província de Aba no Tibete. Caíram sobre a população do pequeno povoado cerca de 18 milhões de metros cúbicos de terra e rocha, de acordo com informação veiculada pela agência Xinhua. A chuva de pedras abrangeu uma área de três quilómetros de diâmetro, enterrou 1,6 quilómetros de estrada e bloqueou dois quilómetros do leito de um rio. Terra tremida A região havia sido fustigada por um enorme terramoto a 12 de Maio de 2008, que vitimou mais de 87 mil pessoas, e que foi sentido em Macau três minutos depois de tremor original. Passados seis meses da calamidade que entrou directamente para o pódio dos terramotos mais mortíferos do século XXI, o Governo chinês anunciou o investimento de 1 bilião de renminbis, parte do programa de estímulo económico chinês, para reconstruir a zona afectada. Ouvido pela televisão estatal chinesa, Tian Yanshan, geólogo especializado em respostas urgentes do Ministério da Terra e Recursos, afirma que as montanhas da região se encontram numa situação de instabilidade desde o forte abalo de 2008. “A razão para o deslizamento de terras é complicada. Chuva forte e uma estrutura montanhosa instável contribuíram para o desastre”, concluiu o geólogo à CCTV. O especialista acrescentou ainda à lista de possíveis explicações a intervenção humana na zona, em particular actividades ligadas à indústria da mineração. De acordo com os serviços meteorológicos, as fortes chuvadas vão-se manter. Como tal, as províncias de Hunan, Hubei, Guizhou e Anhui continuam com alertas de emergência de forma a dar resposta a possíveis focos de inundação. Foi também lançado um alerta de deslize de terras para a cidade de Jin, em Hunan. Neste aspecto é de salientar que nas províncias de Hunan e Hubei, no centro da China, as inundações provocadas pelas chuvas registadas nos últimos dias afectaram cerca de 466.500 pessoas e causaram pelo menos dois mortos, informou a agência noticiosa estatal Xinhua. As cheias provocaram danos patrimoniais ainda por apurar, sendo que meia centena de casas ruiu e mais de 9 mil pessoas tiveram de ser retiradas das suas moradias. Depois da deslize de terras, ocorreram a Xinmo mais de um milhar de bombeiros, pessoal de assistência médica e polícias. A logística deslocada para a remota zona do noroeste da província de Sichuan inclui um veículo com equipamento satélite e drones. O Departamento dos Assuntos Civis da Prefeitura Autónoma do Aba Tibetano e Qiang montou na zona do desastre um acampamento com 20 tendas e dois geradores eléctricos. Foram também enviados para o Xinmo cerca de 400 mantas e mudas de roupa para servir de apoio logístico aos sinistrados. Resposta de Pequim Os votos de solidariedade não se fizeram esperar, um pouco por todo o mundo. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou no sábado tristeza pela perda de vidas humanas e devastação causada pelo deslizamento de terras. Guterres acrescentou ainda que as Nações Unidas disponibilizam a Pequim todo o apoio que Pequim necessitar. De resto, o português deixou as condolências para o povo e Governo da República Popular da China, e “desejos de melhoras rápidas” para os feridos. Assim que foi dada notícia da calamidade em Xinmo, o Presidente Xi Jinping, assim como o Primeiro-Ministro Li Keqiang, emitiram um comunicado compelindo as equipas de salvamento a “fazerem o máximo esforço para minimizar casualidades”. Xi Jinping acrescentou ainda que será prestado o cuidado apropriado a familiares de vitimas e a quem teve prejuízo com o desastre. Um oficial local, Li Yuanjun, relatou ao Sichuan Daily que ao chegar à zona afectada deparou-se com um cenário de total devastação. “De toda a aldeia só consegui ver uma casa de pé, o resto está enterrado debaixo das rochas”, contou.
Hoje Macau Manchete PolíticaSónia Chan diz que Lei do Hino vigorará na RAEM [dropcap style≠’circle’]“A[/dropcap] Lei da Bandeira Nacional da República Popular da China representa uma das legislações nacionais vigentes na RAEM, enquanto que a bandeira, o emblema e o hino nacional representam a dignidade do País, e caso, no futuro, a lei seja promulgada, esta deverá também ser vigente na RAEM”, disse ontem a Secretária para a Administração e Justiça, quando interrogada pela imprensa sobre a aplicação a Macau de uma lei sobre o hino nacional que, segundo a Xinhua, está a ser preparada em Pequim. Segundo a agência noticiosa oficial, a nova lei estenderá a audição do hino a cerimónias que até agora o dispensaram. Uma proposta de Zheng Gongcheng, um membro do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, tendo como objectivo explícito o reforço do patriotismo, determina que o hino será tocado em todas as escolas nas cerimónias de abertura do ano e de graduação. Além disso, a canção deverá ser incluída nos livros de música e ensinada aos alunos na primária. Contudo, há quem pretenda ir ainda mais longe. Para Su Hui, outro membro do Comité Permanente, o hino, além de outras motivações patrióticas, deve ser parte fundamental da educação nos jardins de infância. A nova lei, que ainda não foi promulgada, prevê igualmente penas, para quem “maliciosamente modificar as letras ou tocar/cantar o hino nacional de forma distorcida ou desrespeitosa”, que poderão ir até 15 dias de detenção. Sun Zhijun, também do Comité Permanente, sugeriu que em certos casos se possa responsabilizar criminalmente o prevaricador, tal como acontece no caso de ofensas à bandeira e ao escudo nacionais, reporta a Xinhua. Sobre se a lei do hino nacional obrigará a rever a Lei Básica, Sónia Chan apontou que “a revisão da Lei Básica compete à Assembleia Popular Nacional”. Recrutamento assombrado A Secretária comentou ainda a questão do recrutamento de pessoal, afirmando que “o Governo da RAEM não dispõe de uma via específica no recrutamento de pessoal.” Sónia Chan esclareceu que, actualmente, “não existe qualquer informação sobre o caso da estudante graduada, da China interior, que afirma ter sido recrutada por uma via específica para ingressar na função pública”. A Secretária salientou que o serviço de tradução da sua tutela utiliza sobretudo o recrutamento local e só em situações urgentes, adopta o regime de recrutamento ao exterior. “O regime em causa já existe desde o ano 1989 e, além de ser rigorosamente fiscalizado, contesta a existência de qualquer via específica”, concluiu.
Hoje Macau PolíticaVong Hin Fai apontado como sucessor de Leonel Alves [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado nomeado pelo Executivo, Vong Hin Fai, vai candidatar-se ao lugar até agora ocupado por Leonel Alves, pela via indirecta, na próxima composição da Assembleia Legislativa (AL). O advogado, que fundou recentemente a Associação dos Agentes Jurídicos de Macau, será o número dois da lista liderada por Chui Sai Cheong. Vong Hin Fai é considerado próximo do Chefe do Executivo; aliás, chegou mesmo a ser mandatário de Fernando Chui Sai On na corrida a líder do Governo. A vaga surge no seguimento da anunciada não recandidatura de Leonel Alves ao cargo de deputado. O analista político Larry So considera que esta é uma forma de assegurar uma posição de domínio no hemiciclo, que “não deve ter resultado de muita escolha”. No entanto, aponta os conhecimentos técnico-jurídicos de Vong Hin Fai como factores determinantes para que seja uma alternativa óbvia, uma vez que é possuidor de vasta experiência no que toca aos trabalhos legislativos. Apesar de ser uma pessoa apropriada ao cargo, Larry So considera que este tipo de nomeações “bloqueia o acesso ao poder de pessoas de uma nova geração, que tragam novas ideias e experiências à AL”.
Hoje Macau PolíticaColóquio faz balanço da política “Um País, Dois Sistemas” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] União de Estudiosos de Macau realizou este fim-de-semana um colóquio com o objectivo de fazer um balanço da implementação da política “Um País, Dois Sistemas”. O evento analisou a forma como o princípio teve impacto em Hong Kong e como este impacto pode ser uma inspiração para Macau. O coordenador do Centro de Estudos “Um País, Dois Sistemas” do Instituto Politécnico de Macau (IPM) não tem dúvidas em ilustrar o caso da região vizinha como um sucesso. Leng Tie Xun não vê grandes brechas na solidez do projecto unificador que nasceu durante o consulado de Deng Xiaoping. O académico considera que os movimentos pró-democracia de Hong Kong apenas chegam a uma facção minoritária da população que “não tem uma compreensão correcta da política”. Aliás, o coordenador é da opinião de que a região do outro lado do Delta do Rio das Pérolas pode servir inspiração para Macau. Por seu lado, o presidente da União de Estudiosos de Macau, Yang Yun Zhong, disse no colóquio que “quaisquer actos que desafiam o direito de soberania integral devem ser suspendidos”. O líder associativo referia-se em particular ao movimento dos guarda-chuvas amarelos de Hong Kong e aos potenciais problemas da importação do fenómeno para a RAEM. O representante dos académicos acredita que para assegurar que “Macau é governado por gentes de Macau” é necessário “subir a rampa, contribuir e manter a ideologia correcta”. Cheang Kok Keong, vice-presidente da União dos Estudiosos de Macau referiu que apesar de não haver registo histórico de uma política de integração que tenha uma praxis semelhante, o princípio “Um País, Dois Sistemas” tem sido um grande sucesso. No entanto, o académico considera que a política enfrentará grandes desafios no futuro, nomeadamente por causa de circunstâncias trazidas pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Ainda acerca da construção do projecto da Grande Baía, Cheang Kok Keong apontou para a necessidade de haver uma acção coordenada por entidades das três regiões para patrulhar os mares que encerram o território em questão. O professor Iao Teng Pio, da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, acha que as políticas de integração devem ser um dos pontos chave na perspectivação do desenvolvimento económico de Macau a longo prazo.
Hoje Macau PolíticaJorge Valente defende “flexibilização” da importação de mão-de-obra [dropcap style≠’circle’]A[/drocpap]o contrário do que é opinião corrente e declamada entre muitos políticos da RAEM, nomeadamente “tradicionais” e “democratas”, Jorge Valente defendeu este fim de semana a “flexibilização” da importação de mão-de-obra. Isto porque a considera essencial para as pequenas e médias empresas “sobreviverem e crescerem”, defendeu, em entrevista à Rádio Macau, conduzida por Gilberto Lopes e Hugo Pinto. O candidato às eleições legislativas, que será o número três da lista de Melinda Chan, define os problemas e as preocupações das pequenas e médias empresas como um dos seus vectores de orientação política. Assim, considerou que a lei que regula a importação de mão-de-obra não defende as pequenas e médias empresas e argumentou que a questão principal não passa por autorizar mais trabalhadores estrangeiros, mas sim “flexibilizar” a sua contratação. O incompreensível estado do sítio Outra área que Jorge Valente sublinhou é o trânsito. O candidato quer uma melhor rede de transportes públicos e que se aposte nos autocarros amigos do ambiente: “Só devíamos usar autocarros a gás ou eléctricos. As três companhias de autocarros públicos deviam ser proibidas de usar autocarros a gasolina ou a gasóleo. Também ainda não percebi como não é possível ter ciclomotores eléctricos”. No que diz respeito às concessionárias de transportes, Jorge Valente também defende uma nova política de subsídios, afirmando que devem ser calculados com base no número de utilizadores da rede, em vez de se privilegiar os percursos. Sobre a habitação, outro tema no centro das preocupações da população, Valente afirma que o Governo deve disponibilizar anualmente um número de casas económicas e sociais e, nos terrenos que foram recuperados, devem ser construídas fracções que só possam ser adquiridas por quem está a comprar a primeira casa. Por um Chefe “empresário” Nas questões económicas, o candidato diz que o salário mínimo não é importante no actual momento, uma vez que não deve “trazer nada de valor acrescentado à população de Macau”. Avaliando a acção governativa, Valente acusa o Executivo de ser “muito passivo” e “muito reactivo”, e aponta a experiência empresarial como um requisito para o futuro Chefe do Executivo, que deve ser “uma pessoa decisiva”. O candidato defendeu ainda o ensino do português e do chinês em todas as escolas de Macau, a partir do ensino infantil. Na entrevista, Jorge Valente desvalorizou a polémica em torno do jantar no Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, no qual discursou, e que foi alvo de críticas por parte do deputado José Pereira Coutinho, que acusou Pequim de interferência nas eleições. Valente garante que tem discursado em vários eventos nas últimas semanas, e que não tem oferecido jantares a ninguém. Com o cargo de presidente da Associação dos Jovens Macaenses suspenso por causa da corrida à Assembleia Legislativa, Jorge Valente reconhece que será difícil ser eleito, mas não impossível. O candidato observa que “um bom resultado é entrarem dois” e “óptimo é entrarem três”.
Hoje Macau PolíticaGrande Baía | Pedido reforço do mandarim e um novo regime jurídico [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Estudo de Políticas (GEP) esteve reunido com várias associações para a recolha de opiniões para o projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Segundo um comunicado oficial, houve algumas opiniões que defendem que o Governo “deve dar maior importância à divulgação e utilização do mandarim”. Contudo, esta ideia não parece estar nos planos do Executivo. Isto porque Alexis Tam, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, disse, à margem de um evento público ocorrido durante o fim-de-semana, que as escolas não serão obrigadas a ensinar a língua oficial do país. O secretário “realçou que o Governo da RAEM não vai impor às escolas a utilização do mandarim como língua veicular nas aulas de língua chinesa e que a aprendizagem do mesmo não irá criar muito stress nos estudantes”, aponta um comunicado. Nos encontros com o GEP, foram ainda apresentadas opiniões no sentido de “estudar a elaboração e pôr em prática um regime jurídico que possa ser aplicado nas três regiões”. As reuniões, que decorreram com representantes dos sectores financeiro e educativo, entre outros, serviram também para expressar a ideia de que deve ser feita uma maior integração de Macau na futura Grande Baía, sendo que território deve “possuir um sistema inovador de passagem fronteiriça”, bem como “facilitar mais o fluxo de pessoas, de logística e de capitais”. Nesse sentido, foi também pedido que “mais carros com a matrícula de Macau possam deslocar-se à ilha de Hengqin”, sem esquecer a necessidade dos residentes terem “no Interior da China um tratamento igual”, através da promoção do “mútuo reconhecimento de qualificações profissionais”. Apostar no consumo Segundo o jornal Ou Mun, as autoridades da província de Guangdong avançaram com uma proposta de fomento do consumo em áreas tão díspares como o turismo, cultura, desporto, saúde e educação. A ideia é criar uma parceria entre universidades da província chinesa, de Macau e de Hong Kong, para facilitar o intercâmbio e a troca de conhecimentos entre professores e alunos. As autoridades chinesas desejam ainda desenvolver o sector do turismo de cruzeiros, existindo a ideia de fomentar o turismo individual de cruzeiros entres os três territórios.
Hoje Macau SociedadeAir Macau prestes a fechar acordo para ligação Macau-Pequim-Lisboa A Air Macau está a negociar uma ligação directa a Lisboa através de Pequim. E pode começar já em Julho. [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Air Macau está prestes a assinar um acordo com a Beijing Capital Airlines que permite simplificar as ligações entre os voos das duas companhias, incluindo aquela que, a partir de 26 de Julho, liga Pequim e Lisboa. “Estamos a assinar um acordo, estamos a negociar, faltam as assinaturas da administração e depois tudo pode começar. Eles [Beijing Capital Airlines] lançam [a ligação a Lisboa] em Julho, por isso ainda temos tempo”, explicou Winston Ma, gerente-geral da Air Macau para o sul da China. Este tipo de acordo para transporte “em trânsito” será semelhante ao que a companhia de bandeira de Macau tem com a Air China, através dos aeroportos de Pequim, Xangai e, a partir de Julho, Chengdu. “Os passageiros fazem o ‘check-in’ no aeroporto de Macau, onde podem obter um cartão de embarque até ao destino final, e a sua bagagem também segue para o destino final. Do ponto de vista do cidadão de Macau, de alguém que viva aqui, é mais conveniente, mais eficiente partir de Macau, do que viajar de ferry para Hong Kong”, explicou. Apesar de Macau ter um aeroporto, a maioria dos voos é de curta ou média duração, com os passageiros a deslocarem-se a Hong Kong para voos de longo curso. Questionado sobre se este acordo pode ser fechado até ao início das operações do voo da Beijing Capital Airlines para Lisboa, Ma disse: “Sim, porque não? Definitivamente. Olhamos para a [Beijing] Capital Airlines como uma parceira, não como concorrência. Se mais pessoas apanharem o voo para transferirem para Lisboa pela [Beijing] Capital Airlines, nós vamos gerar mais receitas nos nossos voos para Pequim, é uma situação em que todos ganham”. Winston Ma esclareceu que não serão adicionados novos voos Macau-Pequim nem feitos ajustes aos horários. Tanto para esta futura parceria, como para a actual com a Air China, os bilhetes só podem, numa fase inicial, ser comprados através de agências de viagens. No caso da parceria com a Air China – que permite a passageiros que embarquem em Macau chegarem a 31 destinos na Europa e América – será possível comprar o bilhete ‘online’ no último trimestre do ano. A ligação aérea directa entre a China e Portugal arranca a 26 de Julho. O voo terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim. O voo entre a China e Portugal será feito pelo modelo 330-200 da Airbus, uma das maiores aeronaves comerciais de passageiros da construtora europeia, com capacidade para 475 passageiros. A Beijing Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.
Hoje Macau SociedadePedrógão Grande | Diocese de Macau organizou colecta [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Diocese de Macau organizou este domingo uma colecta para apoiar as vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande e causou a morte de 64 pessoas, deixando mais de 200 feridas. “Nestes dias seguimos com pesar a tragédia em Pedrógão Grande (Portugal), onde um terrível fogo florestal causou um elevado número de vítimas”, indica um comunicado da Diocese. A nota explica que, “em solidariedade e compaixão cristã para com todos aqueles que foram afectados por esta catástrofe”, o Bispo de Macau decidiu organizar no domingo uma colecta em todas as missas, “como sinal de apoio a todos aqueles afectados pelo incêndio”. O dinheiro será depois enviado para Portugal. No mesmo sentido foi celebrada uma missa na quinta-feira, na Sé Catedral, pelas “vítimas desta tragédia”. Os incêndios em Portugal têm gerado manifestações de pesar e iniciativas de apoio em Macau. Na quarta-feira, os Conselheiros das Comunidades Portuguesas do círculo China, Macau e Hong Kong enviaram cinco cartas para altos representantes de Portugal, em que expressam as suas condolências pelo incêndio. Em cartas enviadas ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, ao presidente da Assembleia, à ministra da Administração Interna e ao secretário de Estado da Administração Interna, os conselheiros manifestaram “enorme dor e pesar às famílias dos sinistrados do recente mega incêndio ocorrido em Pedrógão Grande que dizimou mais de seis dezenas de vidas humanas”. A Santa Casa da Misericórdia de Macau enviou 200 mil euros para a União das Misericórdias Portuguesas, para serem distribuídos no apoio às vítimas, e a Casa de Portugal em Macau abriu uma conta solidária para recolher donativos com o mesmo fim. O Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong teve disponível um livro de condolências para os que quisessem manifestar o seu pesar pelos que perderam a vida e restantes vítimas deste terrível desastre” e, na segunda-feira, o chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, enviou uma carta ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, endereçando condolências pelo devastador incêndio.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Xi Jinping presente nos 20 anos da transferência de soberania [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, acompanhado pela sua esposa Peng Liyan, inicia na quinta-feira uma visita de três dias a Hong Kong para participar nas cerimónias do 20.º aniversário da transição para a China, informou a agência de notícias Xinhua. Num breve comunicado, a agência de notícias chinesa refere que Xi vai estar em Hong Kong para “inspeccionar” a Região Administrativa Especial chinesa, sem avançar detalhes. O secretário para a Segurança de Hong Kong, Lai Tung-kwok, apelou à compreensão da população para as necessárias medidas de segurança durante a visita do Presidente chinês à cidade, escreve a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK). Alguns grupos já anunciaram que organizarão protestos durante a visita de Xi, que será marcada por importantes medidas de segurança. A segurança foi reforçada, comparando com a visita há dez anos do então Presidente Hu Jintao, e a imprensa enfrenta maiores restrições. Os jornalistas têm agora de submeter os seus números de cartão de identificação à polícia antecipadamente para a visita de Xi Jinping, algo que não foi exigido há dez anos, quando do décimo aniversário da transição da antiga colónia britânica para a soberania chinesa, refere a RTHK. Lai disse que o reforço das medidas de segurança era necessário para que as autoridades possam tratar os pedidos de cobertura de forma suave e eficiente. Questionado sobre se as pessoas teriam de passar por postos de controlo de identificação caso estejam perto das áreas visitadas por Xi Jinping, Lai disse que estas questões eram “muito detalhadas” e que não dispunha de detalhes operacionais sobre a actuação da polícia. Xi Jinping, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, vai igualmente marcar presença na tomada de posse do quinto governo daquela Região Administrativa Especial chinesa, liderado por Carrie Lam. Primeira mulher a desempenhar o cargo, Carrie Lam foi eleita, a 26 de Março, por um comité formado por apenas 1.200 membros de diversos sectores da sociedade. No início de Maio, o jornal South China Morning Post noticiou que dez mil agentes policiais iriam ser mobilizados em Hong Kong para as cerimónias do 20.º aniversário da transferência de soberania do Reino Unido para a China. Mais de um terço de toda a força policial da RAEHK vai garantir a segurança dos líderes, incluindo o Presidente da China, que vão assistir às cerimónias, acrescentou o diário.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Aldeias e cidades rendem-se às vantagens do comércio electrónico [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chinesa Yao Yao há muito que deixou de fazer a lista de compras, carregar sacos do supermercado ou ter dinheiro na carteira, beneficiando da difusão ímpar do comércio electrónico e carteiras digitais na China. “Quando saio de casa, nem levo carteira. Basta-me o telemóvel”, conta a chinesa natural de Pequim, que diz fazer “entre 70 a 80%” das suas compras na rede. Não é um caso único: cada vez mais chineses recorrem unicamente às ferramentas digitais para chamar um táxi, pagar a conta no restaurante ou até as despesas na farmácia. No ano passado, o comércio ‘online’ na China cresceu 26,2%, em termos homólogos, para 752 mil milhões de dólares – um valor equivalente a quase quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) português. O país asiático é responsável por cerca de metade do conjunto mundial de vendas pela Internet. Nas ruas de Pequim ou Xangai, o frenesim das motorizadas que fazem entregas rápidas ao domicílio é constante e, ao longo do dia, as encomendas amontoam-se à entrada dos bairros. O fenómeno alastrou-se já às aldeias do país, onde vivem quase metade dos 1.375 milhões de chineses, através de estações abertas pelo grupo Alibaba, que controla 90% do comércio electrónico na China. Retalho a vê-los passar Wang Huan’e dirige uma estação aberta pela plataforma Taobao na aldeia de Huangwan, a cerca de três horas de carro de Pequim, onde recebe as encomendas feitas pelos locais e ajuda os mais idosos a fazerem compras ‘online’. “Antes desta estação abrir, os habitantes da aldeia tinham de se deslocar à cidade mais próxima para fazer compras”, recorda à Lusa. “Agora não, basta pegarem no telemóvel e podem comprar o que quiserem, seja de manhã, ao acordarem, ou de noite, antes de irem dormir”. A proliferação do comércio electrónico beneficia também os empresários, que conseguem colocar os seus produtos em qualquer ponto da China, sem depender de retalhistas. “É um espaço e mercado totalmente livre”, explica à agência Lusa Li Guocun, cofundador de uma fábrica de produtos para crianças, cujas vendas são feitas exclusivamente através do Taobao. A firma emprega vinte operários numa aldeia da província de Hebei e seis funcionários num escritório no norte de Pequim, onde é feita a gestão da loja ‘online’ e o apoio ao cliente. Li trata do design dos produtos e das fotos para o catálogo. A extensa rede logística da China encarrega-se do resto. Consumidor perfilado Para o empresário, a outra vantagem do comércio ‘online’ reside no ‘Big Data’, a análise dos dados dos consumidores, que permite moldar o produto à procura do mercado. Através dos dados coletados pelo Taobao, “conseguimos ver o perfil do consumidor, a que segmento ele pertence, os seus gostos, hábitos de consumo ou área de residência”, afirma. “Temos uma visão transparente do mercado”. Numa altura em que Pequim anuncia a extinção de quase dois milhões de posto de trabalho na indústria secundária, visando combater o excesso de capacidade de produção, o negócio da Internet pode gerar novas oportunidades. “Toda a gente pode ter uma loja ‘online’, basta ter acesso à rede”, defende Li. “O investimento necessário é baixo, só é preciso ter vontade”. Portugal está atento ao fenómeno. Portugal na rede chinesa Procurando pelo termo ‘Putaoya’ (Portugal, em chinês) no Taobao.com, os resultados mostram utensílios de cozinha, mobília, produtos de cortiça, vinho ou azeite português. No mês passado, o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, anunciou um acordo para a abertura de uma loja ‘online’ só para produtos portugueses. “Há cinco ou dez anos era impensável para uma pequena ou média empresa de Portugal tentar abrir uma loja ou uma rede de lojas [na China], porque os custos fixos eram enormes e era uma aposta de enormíssimo risco”, afirmou. Hoje, “com a possibilidade de utilizar as plataformas online, a existência de centros de distribuição e logística físicos em partes da China é, obviamente, um complemento extraordinariamente importante”, disse. João Pimenta, Agência Lusa
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba e Tencent lideraram investimento na China Unicom [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s gigantes da tecnologia chineses Alibaba e Tencent Holdings estarão entre os novos investidores que vão colocar um total de cerca de 10 mil milhões de dólares na operadora de telefones móveis China Unicom, como parte dos esforços de Pequim para rejuvenescer as gigantes estatais com dinheiro privado. Quatro fontes a par do assunto disseram à Reuters que a Alibaba e a Tencent investirão na unidade listada na bolsa de Xangai do grupo de telecomunicações, a China United Network, como parte do esforço para levantar capital. Uma das fontes disse que Alibaba e Tencent vão liderar o grupo de investidores, enquanto o Baidu, o terceiro da constelação chinesa de gigantes tecnológicos, desistiu. A fonte não comentou o motivo dessa decisão. A China Unicom, formalmente conhecida como China United Network Communications, quer realizar cerca de 70 milhões de yuans através da unidade de Xangai, disseram as fontes. Tal marcaria a maior captação de capital na Ásia desde a oferta inicial de acções da seguradora AIA Group em 2010, de acordo com dados da Thomson Reuters. Cerca de 50 mil milhões de yuans seriam realizados com a venda de novas acções, enquanto a segunda maior operadora de telecomunicações da China também venderia uma participação na unidade listada em Xangai, disseram duas das fontes, que não podem ser identificadas porque as negociações não são públicas. Outros investidores potenciais abordados pela China Unicom incluem outras principais empresas de internet do país e algumas instituições com apoio do governo, como a China Life Investment, disse uma das fontes. A Alibaba, a Tencent e outros investidores potenciais ainda não conseguiram concluir os termos de uma compra, disseram as fontes, embora o negócio seja provavelmente fechado ainda no terceiro trimestre. A China Unicom é uma das três principais estatais de telecomunicações da China, juntamente com a China Mobile e a China Telecom, mas a empresa é amplamente vista como tendo excesso de pessoal e ser ineficiente e lenta a desenvolver tecnologias-chave – levando Pequim a adicioná-la no ano passado ao primeiro lote de empresas públicas que passariam a ter capital misto.
Hoje Macau China / ÁsiaAmiga de ex-presidente sul-coreana detida [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal sul-coreano condenou a três anos de prisão a amiga da presidente destituída Park Geun-hye, que usou aquela relação para conseguir a admissão ilegal da filha numa universidade do país. O tribunal afirmou que Choi Soon-sil “cometeu várias ilegalidades” para pressionar a universidade Ewha, uma das mais prestigiadas do país, a admitir a filha e a conceder facilidades académicas apesar das poucas qualificações de Chung Yoo-ra. Choi, amiga de longa data de Park e conhecida como a “Rasputina” sul-coreana, está também a ser julgada por ter criado uma rede de tráfico de influências para extorquir cerca de 70 milhões de dólares a grandes empresas. Depois de meses de protestos maciços e de um processo de destituição, Park abandonou formalmente o cargo e detida no âmbito do mesmo escândalo de corrupção. Em Abris, foi acusada de abuso de poder, coação, suborno e divulgação de segredos oficiais. A antiga directora da Ewha Choi Kyung-hee e Namkung Gon, antigo responsável pelas admissões da universidade, foram também condenados a curtas penas de prisão por terem dado tratamento preferencial a Chung. Era hipismo Em Maio, Chung foi extraditada da Dinamarca e está actualmente a ser investigada pelos procuradores sul-coreanos que consideram a filha de “Rasputina” uma figura-chave na rede de subornos entre Park e o gigante das telecomunicações Samsung. Seul acusou a jovem, de 20 anos, de corrupção e de ter recebido tratamento privilegiado na universidade e no bacharelato – título que lhe foi retirado por suspeita de falsificação de notas e dos registos de presença. As autoridades de Seul acreditam que o grupo Samsung assinou um contrato na ordem dos 22.000 milhões de wons (cerca de 170 milhões de patacas) com uma empresa com sede na Alemanha propriedade de Choi Soon-sil e que deu apoio financeiro para que a jovem Chung Yoo-ra, que pratica hipismo, treinasse no território alemão e comprasse cavalos. A jovem, que justificou estar na Dinamarca por causa de actividades relacionadas com o hipismo, negou todas as acusações, mas admitiu que assinou em várias ocasiões documentos que lhe foram apresentados pela mãe.
Hoje Macau PolíticaChui Sai On | Xangai e Macau mais unidos [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]inanças, turismo, educação, ciência e tecnologia, desporto. São estas as principais áreas em que Macau e Xangai deverão reforçar a cooperação. A ideia saiu da reunião mantida ontem entre o Chefe do Executivo e o secretário do Comité Municipal do Partido Comunista Chinês (PCC), Han Zheng, e o presidente do município, Ying Yong. De acordo com um comunicado do Governo, foi considerado na reunião que “a base de cooperação bilateral é firme”, pelo que se espera agora “fortalecer o intercâmbio em várias vertentes”. Durante o encontro, Chui Sai On fez um balanço dos resultados alcançados com os mecanismos estabelecidos, tendo defendido que ambas as partes “criaram uma base vantajosa para colaborar, particularmente com a assinatura do ‘Memorando de Cooperação Financeira entre Xangai e Macau’, em 2012”. Este entendimento permitiu à RAEM participar no projecto da zona de comércio livre, sublinhou, tendo ainda recordado que Xangai e Macau desenvolveram uma série de acções de cooperação no âmbito do turismo, cultura, comércio e educação, entre outras áreas. Por sua vez, Han Zheng explicou que, seguindo as instruções e programação do país, Xangai tem-se dedicado ao desempenho das funções de “vanguarda da reforma e abertura” e “precursor no desenvolvimento por inovação”, bem como ao aprofundamento da reforma da zona pioneira de comércio livre, no sentido de impulsionar o desenvolvimento contínuo da metrópole. O secretário do Comité Municipal do PCC defendeu que “os contactos entre Xangai e Macau são muito estreitos”, com uma base de ligação “bem delineada”. E deixou uma promessa: Xangai continuará a apoiar o desenvolvimento de Macau. Na deslocação à capital económica chinesa, Chui Sai On e a comitiva que o acompanha estiveram presentes nas comemorações do 75.º aniversário do Banco Tai Fung e cerimónia de inauguração da sucursal em Xangai. O regresso a Macau aconteceu ainda ontem.
Hoje Macau PolíticaLei de Terras | Sónia Chan precisa de tempo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, disse em declarações reproduzidas pelo canal chinês da Rádio Macau que recebeu há dias a proposta de revisão à lei de terras submetida pelos deputados Leonel Alves e Zheng Anting, mas que precisa de tempo para as analisar. O problema prende-se com o facto de o documento estar em português e necessitar de tradução, assim como o número elevado de artigos. Esta semana, antes de partir para Xangai, Chui Sai On disse que o processo legislativo está a “seguir os trâmites normais”. O Chefe do Executivo acrescentou que “é necessário fazer uma análise profunda e a secretaria [da Administração e Justiça] irá entregar um relatório”. Sónia Chan garantiu apenas que vai analisar o documento o mais rapidamente possível, não havendo para já uma data confirmada para a emissão de um relatório. Se o Chefe do Executivo não tomar uma decisão em breve, será difícil discutir o diploma na actual legislatura, partindo do princípio que dá autorização para a iniciativa legislativa dos deputados. Se o tempo for insuficiente, o projecto de lei terá de ser de novo apresentado depois das eleições, sendo que um dos proponentes, Leonel Alves, já não será deputado, uma vez que anunciou publicamente esta semana que não se recandidata à Assembleia Legislativa.
Hoje Macau SociedadeDetectada prescrição inadequada de medicamentos oncológicos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) detectaram casos suspeitos de prescrição inadequada de medicamentos contra o cancro por clínicas privadas, no valor de 80 milhões de patacas. Num comunicado enviado pouco depois da meia-noite de ontem, os SSM explicam que, suspeitando do caso, que “pode ter efeitos adversos nos pacientes”, realizaram fiscalizações surpresa em sete estabelecimentos privados de cuidados de saúde, sendo que em quatro se mantiveram as suspeitas, dois estão ainda a ser investigados e num caso o centro médico foi ilibado. Os fiscais verificaram que, em casos de prescrição de medicamentos destinados ao tratamento de carcinoma pulmonar, os processos clínicos dos pacientes estavam incompletos ou em falta e havia diferenças de quantidade entre a compra e a prescrição. Os produtos suspeitos foram selados, bem como os processos clínicos. O valor total dos medicamentos contra o cancro que terão sido prescritos inadequadamente é de cerca de 80 milhões de patacas. Os SSM explicam ainda que os medicamentos em questão “não foram registados oficialmente em Macau”, tendo sido solicitada por importadores uma licença especial para que pudessem ser utilizados por determinados pacientes, o que foi autorizado pelos SSM. No entanto, “algumas entidades de saúde procediam à venda ilegal deste tipo de medicamentos a pacientes do interior da China para obtenção de lucro”, o que pode incorrer em fraude, contrabando e evasão fiscal. Os SSM alertam que, se se concluir que a infracção constitui “crime contra a saúde pública, a multa será acrescida de suspensão de licença e, em caso de reincidência, do seu cancelamento”. Além disso, se a prescrição não corresponder à “realidade do processo clínico, não será excluída a possibilidade de envio do caso ao Ministério Público para apuramento da responsabilidade penal”.
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Segundo festival de documentários em Julho [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]eis filmes de realizadores portugueses integram o segundo Festival Internacional de Documentário de Macau (FIDM ou MOIDF, na sigla em inglês), que arranca a 8 de Julho, na Cinemateca Paixão. “Ama-san”, documentário que Cláudia Varejão rodou no Japão, acompanhando uma comunidade de mulheres que se dedica à prática milenar de pesca por mergulho em apneia é uma das produções portuguesas apresentadas no certame. Falado em japonês, com legendas em inglês e chinês, o filme premiado no DocLisboa 2016 resulta de um trabalho de pesquisa de Cláudia Varejão, no Japão, em torno de pescadoras que apanham moluscos e bivalves, mergulhando sem garrafas de oxigénio, respeitando técnicas tradicionais e rituais antigos. Com um total de 27 filmes de várias partes do mundo, incluindo Taiwan e Hong Kong, o festival inclui uma Secção Portuguesa com cinco documentários. “Rio Corgo” (2015), da polaca Maya Kosa e do português Sérgio da Costa, e que recebeu o prémio para melhor filme português no Festival DocLisboa, é o primeiro dos filmes em exibição nesta secção. Outro dos destaques na secção dedicada aos criativos portugueses é a “A Caça Revoluções” (2014), o primeiro filme de Margarida Rêgo, uma animação experimental sobre fotografia, que tem como mote a Revolução de Abril de 1974, a partir de uma fotografia tirada na época. Leonor Teles em Macau “Balada de Um Batráquio” (2016), curta-metragem da realizadora Leonor Teles, vencedora do Urso de Ouro do Festival de Berlim e premiada no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong em 2016, também vai ser exibida em Macau. Do luso-americano Gabriel Abrantes chega “Uma Breve História da Princesa X” (2016), a escultura na base do escândalo do Salão Internacional de Arte de Paris, em 1920, dedicado ao escultor Constantin Brancusi e à escritora Marie Bonaparte, um filme que no ano passado teve a sua antestreia na Tate Britain, em Londres, no Reino Unido. “Cidade Pequena” (2016), a curta-metragem que valeu a Diogo Costa Amarante o Urso de Ouro no festival de Berlim deste ano, encerra os filmes da secção portuguesa. Tempo e crescimento O 2.º Festival Internacional de Documentário de Macau é uma colaboração entre a Cinemateca Paixão e a Comuna de Han-Ian. Assente em dois conceitos – “Tempo” e “Crescimento” –, e no tema “Imagem do Tempo”, o festival abre com “Small Talk” (Taiwan), uma complexa história sobre a cineasta Hui-chen, que venceu o Prémio Teddy para Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de Berlim 2017. A cineasta japonesa Naomi Kawase vai ser a “realizadora em foco” da segunda edição do FIDM, com a exibição de seis dos seus documentários, incluindo “Embracing”, “Katatsumori” e “Chiri”, os quais retratam a mesma personagem ao longo da vida. Nascida em Nara, no Japão, Naomi Kawase tornou-se em 1997 a mais jovem realizadora de sempre a ganhar a Camera d’Or no 50.º Festival Internacional de Cinema de Cannes e vai estar em Macau para partilhar a sua experiência com o público (ver texto nesta página). Outros destaques do certame são o filme de ficção “Suzaku”, também de Naomi Kawase, “Brothers”, descrito como uma versão documentário do filme “Boyhood”, e “Still Tomorrow”, filme de Jian Fan sobre uma mulher agricultora que se torna poeta, distinguido no Full Frame Documentary Film Festival (IDFA). O segundo Festival Internacional de Documentário de Macau termina a 30 de Julho.
Hoje Macau EventosNaomi Kawase: As possibilidades criativas da dor Excertos de um texto de Jo Takahashi [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]usência e perda. Na filmografia da cineasta japonesa Naomi Kawase, é comum observar experiências de vida que envolvem a aprendizagem dos personagens com a dor inevitável de um acontecimento trágico, sem no entanto sucumbir ao ressentimento ou à culpa. Diferente da produção audiovisual da indústria que reproduz determinados padrões de género, o cinema de Kawase explora imagens sensoriais que redimensionam a relação entre corpos filmados e câmara, por meio de filmes dotados de motivação autobiográfica. As suas primeiras curtas são filmes caseiros, onde ela mesma procura lidar com elementos claramente pessoais, como o abandono do pai e a iminência da morte da tia-avó. Por meio de um inventário de imagens registadas na sua própria casa ou nos arredores da bucólica cidade de Nara, tais filmes caseiros absorvem nuances sentimentais de curiosidade e esquadrinham uma intimidade. Com uma Super 8, Kawase regista momentos de sua vida quotidiana que são dignos de ser guardados e, por meio desta colecção de instantes, monta seus filmes domésticos de forma descontínua, como forma de preservar aquilo que é mais caro nas imagens: sua dócil presença. Tal sensibilidade é enfatizada em Caracol (1994), no momento em que Kawase toca o rosto de sua tia-avô, após tê-la observado da janela de sua casa. O acto de acariciar a imagem, de fazer do contacto o gesto primordial, sugere a aposta em uma “câmara-pele”, como explica o ensaísta Luis Miranda em El Cine en El Umbral. Kawase explicita a necessidade de tocar alguém que se ama e, por meio de tal gesto, sustentar uma materialidade que fatalmente se perderia com a morte da tia-avó. A modulação da ausência também é presente em outros documentários caseiros da cineasta, como Em seus braços, em que ela mostra sua busca pelo pai biológico; ou Cartas de uma cerejeira amarela em flor, onde relata suas visitas a um amigo crítico de fotografia, que estava na beira da morte. Nos filmes de ficção, a potência de vida das personagens é tanta que a perda nunca é compreendida como algo negativo. Dentro dos seus limites, os personagens dos longas de Kawase esforçam-se por provocar bons encontros que aumentem ao máximo sua acção no mundo. A tristeza transforma-se em alegria; a obscuridade em luz. É o caso de Shara, que narra como uma família lida com o desaparecimento de um ente querido; ou A Floresta dos Lamentos, em que um viúvo fortalece a amizade com uma moça que acaba de perder o filho. Cada filme passa a ser a expressão intensa dos esforços dos seus personagens em organizar, cada um a seu modo, encontros alegres, apesar da dor da perda. Aqui o sofrimento não depõe contra a vida. As trajectórias dos personagens são marcadas pela contingência, pela diversidade de regularidades e acasos. E assim é a vida: cheia de erros e acertos, descobertas e fracassos. No cinema contemporâneo, Kawase começou a ter reconhecimento quando recebeu o prêmio Camera D’Or no Festival de Cannes, em 1997, tornando-se a mais jovem directora a ser premiada no evento, com a sua primeira longa-metragem Suzaku.
Hoje Macau China / ÁsiaChina promete cooperação com ASEAN no Mar do Sul [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China prometeu nesta quarta-feira efectuar diligências conjuntas com os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para garantir o sucesso da reunião dos chanceleres China-ASEAN em Agosto e promover a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, fez a declaração em resposta a uma pergunta sobre os comentários recentes da secretária assistente das Relações Exteriores das Filipinas para os assuntos da ASEAN, Maria Hellen De La Vega. A diplomata filipina disse que o estabelecimento da linha vermelha de diplomatas seniores entre a China e os países da ASEAN e a aplicação do Código para os Encontros Não Planeados no Mar (CUES, em inglês) no Mar do Sul da China, ajudarão a melhorar as relações China-ASEAN. Geng elogiou os comentários da diplomata filipina, acrescentando que a situação actual no Mar do Sul da China é estável e mantém um ímpeto de desenvolvimento saudável. As partes relacionadas têm impulsionado as consultas sobre o Código de Conduta (COC, em inglês) no Mar do Sul da China, além da cooperação marítima, disse Geng. O diplomata chinês acrescentou que as partes chegaram a um acordo sobre a estrutura do COC. No ano passado, concordaram em estabelecer uma linha vermelha de diplomatas seniores para lidar com emergências marítimas e aplicar o CUES no Mar do Sul da China. A linha vermelha está na fase de experiência durante a primeira metade deste ano, segundo Geng. “Todas essas medidas têm desempenhado papéis importantes para fortalecer a confiança entre as partes e evitar assuntos inesperados”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaEncontro bilateral de segurança EUA-China | Unidos mas não convencidos Os Estados Unidos asseguraram nesta quarta-feira, após um encontro de alto nível sobre segurança e defesa com a China, que o gigante asiático partilha sua posição perante as provocações da Coreia do Norte e enfatiza a necessidade de pôr fim ao programa nuclear da dinastia Kim. [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] encontro – primeiro estabelecido sob um novo marco de contactos de alto nível pelo presidente americano, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Abril – contou com a presença do conselheiro de Estado chinês, Yang Jiechi, e o general Fang Fenghui, chefe do Estado Maior do exército chinês, do secretário de Estado, Rex Tillerson, e o secretário de Defesa, Jim Mattis. Por seu lado, a parte chinesa indicou que os dois países devem tratar de forma objectiva as questões estratégicas bilaterais. O conselheiro de Estado explicou que a intenção da China é clara: defender a própria soberania, segurança, interesses de desenvolvimento e trabalhar para concretiza o sonho chinês de grande revitalização da nação chinesa. Além disso, foi esclarecido que, “persistindo no caminho do desenvolvimento pacífico, a China deseja estabelecer um novo modelo de relações internacionais. O país privilegia a cooperação com ganhos mútuos e deseja construir uma comunidade de destino comum da humanidade”. Numa breve conferência de imprensa, no encerramento do primeiro diálogo bilateral de Defesa e Segurança, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, assegurou que, no que diz respeito à não-proliferação nuclear, “as nossas posições são as mesmas”. Por seu lado, o secretário de Estado, Rex Tillerson garantiu que ambos países fazem um alerta para “uma desnuclearização completa, verificável e irreversível na Península da Coreia”. Pressão por pressão No entanto, apesar do bom ambiente, os Estados Unidos instaram Pequim a aumentar a pressão sobre o regime norte-coreano: “Reiterámos à China que ela tem a responsabilidade diplomática de exercer uma maior pressão económica e diplomática sobre o regime (norte-coreano), se quer evitar uma nova escalada na região”, disse Rex Tillerson. O secretário de Estado espera igualmente que a China “faça a sua parte” contra as “actividades criminosas” às quais Pyongyang recorre para financiar as suas actividades nucleares e balísticas, como o “branqueamento de capitais”, a “cibercriminalidade” ou a “extorsão de fundos”. As duas partes ainda discutiram várias outras questões como Taiwan, Tibete, Mar do Sul da China. O secretário de Estado norte-americano afirmou que o seu governo persiste na política de uma só China, reconhece o Tibete como parte do território chinês e não apoia as actividades de separação do país asiático. A Coreia do Norte, que realizou vários testes de mísseis desde que Trump assumiu o poder em Janeiro, centrou o primeiro diálogo de trabalho chinês com o governo de Trump. Um jovem sem sorte O encontro aconteceu um dia depois que o jovem americano Otto Warmbier morreu em Ohio, uma semana após voltar da Coreia do Norte, onde esteve detido acusado de roubar um cartaz de propaganda, em coma e com danos cerebrais. Mattis criticou a Coreia do Norte por seu “desprezo à lei e à ordem, à humanidade e à responsabilidade” básica que se esperam de um país. O caso de Warmbier piorou ainda mais as relações entre EUA e Coreia do Norte, que o governo Trump esperava reconduzir para a reabertura de um diálogo com o regime de Kim Jong-un com a ajuda da China, o principal aliado norte-coreano. O próprio Trump afirmou no Twitter que valoriza os esforços da China para conter o regime da Coreia do Norte, mas que, em sua opinião, “não funcionaram”. Apesar das sanções internacionais, a Coreia do Norte tem armas nucleares e desenvolve mísseis balísticos que poderão ameaçar o Japão, a Coreia do Sul e talvez um dia as cidades norte-americanas, escreve a agência de notícias France Presse.
Hoje Macau China / ÁsiaFestival Yulin | Consumidores de carne de cão defendem a sua festa Embora mais discreta, a festa de Yulin abriu e os cães são devorados como sempre. Alguns locais não percebem onde está o problema. E sentem-se no direito de comer o que muito bem lhes apetece. [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] festa da carne de cão mais popular da China começou nesta quarta-feira, com barracas cheias de cães refogados ou salteados, e uma população determinada a defender suas tradições diante da incipiente ameaça de proibição. Este evento gastronómico ocorre anualmente na cidade de Yulin pelo solstício de Verão, em 21 de Junho. E, todo o ano, causa polémica no estrangeiro e no país. A associação americana Humane Society International afirmou, no mês passado, que as autoridades chinesas proibiriam a venda de carne canina durante esta edição. Mas, nesta quarta-feira, os talhantes cortavam pedaços de carne de cão e salteava-os em woks tradicionais. Os vendedores exibiam as carcaças amareladas dos cães mortos e despedaçados, com os rabos esticados e os dentes de fora. No restaurante de Yang, os clientes pedem macarrão de arroz para o café da manhã, mas ao meio-dia exigem carne de cão. “Durante a festa, as nossas vendas aumentam nove vezes. E não tenha dúvida de que sempre conseguimos ter o suficiente”, afirma Yang, com a esperança de vender seis por dia durante o festival. Segundo associações de defesa dos animais, as autoridades chegaram a um acordo com os vendedores, autorizando duas carcaças por barraca. Mas alguns vendedores ultrapassam essa cota. Polícia por ali “A proibição não atinge todo o comércio de carne de cão. Mas a festa parece menos grandiosa do que no ano passado, com menos cães sacrificados nessa indústria cruel”, declarou à AFP Irene Feng, da ONG Animals Asia. A cada ano, mais de 10.000 cães costumam ser abatidos para esta festa em condições atrozes, segundo os defensores dos animais: alguns, a marretadas, e outros, queimados vivos. Muitos polícias estavam posicionados do lado de fora do principal mercado de cães da cidade. Segundo Liu Zhong, proprietário de uma loja de ervas medicinais, a polícia vigia “muito de perto” a actividade no mercado de Yulin. Alguns comerciantes vendem cães às escondidas, directamente nas suas casas ou em outros lugares, relata. “É só um pouco mais discreto” do que no ano passado, comentou Liu, que parou de comer carne de cão há dez anos e tem sete cães como animais de estimação. Alguns donos de restaurantes modificaram os seus rótulos de “carne de cão” para “carne saborosa”. Um chegou a cobrir com papel amarelo a palavra “cão”. Outros vendedores intercalam pedaços, como fígado, com outros produtos como língua de vaca ou pata de porco. Todos os anos, morrem na China de 10 a 20 milhões de cães para consumo, de acordo com a Humane Society International. Apesar de não ser ilegal, comer carne de cão é minoritário e suscita uma oposição crescente. Para Li Yongwei, morador de Yulin, não há nada de estranho. “Qual é a diferença entre cão, frango, novilho e porco?”, pergunta. “Faz parte da cultura local. Não se pode impor uma escolha às pessoas. Assim como não se pode forçar alguém a ser cristão, budista, ou muçulmano”, considera Li. “O que as pessoas comem é da conta de cada um”, completa.