Hoje Macau DesportoAtletismo | Pedro Ribeiro vence corrida à Torre de Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] atleta Pedro Ribeiro conquistou ontem a corrida ao topo da Torre de Macau, depois de ter demorado 24 minutos e 1 segundo para cumprir a distância de quatro quilómetros e os 1298 degraus que levam ao 61.º andar do edifício. Esta é, pelo menos, a terceira vez que o corredor vence a prova, depois dos triunfos de 2003, edição inaugural, e de 2012. Apesar do atleta estar inscrito na categoria C, para corredores com idades entre os 40 e 49 anos, conseguiu o tempo mais rápido de todas as categorias, que englobam pessoas com idades entre 10 aos 70 anos. Na categoria de senhoras Yang Mei Na foi a mais rápida com o tempo de 24 minutos e 19 segundos. No total participaram 600 atletas.
Hoje Macau China / ÁsiaAtentado | Bombas explodem na Birmânia sem provocar vítimas graves [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês bombas explodiram no sábado no oeste da Birmânia sem provocar vítimas graves, revelaram as autoridades do estado de Rhakine, palco desde Agosto do ano passado de uma campanha militar de perseguição à minoria muçulmana rohingya. “Três bombas explodiram e outros três engenhos acabaram por não detonar, provocando ferimentos ligeiros num agente”, revelou fonte policial de Sittwe, acrescentando que uma das bombas rebentou nos jardins de um edifício público. Estima-se que mais de 700 mil rohingyas tenham atravessado a fronteira entre o Birmânia e o Bangladesh desde o final de Agosto do ano passado. O êxodo desta minoria étnica começou durante a operação militar no estado de Rhakine, no oeste do Birmânia. A comunidade internacional, sobretudo a ONU, tem exortado a líder do Governo birmanês, Aung San Suu Kyi, a terminar com as perseguições à minoria muçulmana, frequentemente descritas como uma “limpeza étnica”. A Birmânia não reconhece a cidadania aos rohingya, que considera imigrantes bengalis, e sujeita-os a diferentes tipos de discriminação, incluindo restrições à liberdade de movimentos.
Hoje Macau China / ÁsiaDemocracia | Filipinas pede explicações a embaixador norte-americano O principal assessor do Presidente das Filipinas chamou o embaixador norte-americano no país para debater um relatório que inclui Rodrigo Duterte como um dos perigos que as democracias asiáticas enfrentam [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] porta-voz do Presidente das Filipinas, Harry Roque Jr, disse que o secretário executivo do Presidente Rodrigo Duterte, Salvador Medialdea, discutiu o relatório dos serviços secretos norte-americanos ‘Avaliação de Riscos Globais’ com o embaixador norte-americano no país, Sung Kim. De acordo com a agência de notícias AP, Medialdea pediu aos diplomatas norte-americanos colocados nas Filipinas para explicarem a Washington os passos tomados por Duterte para promover o desenvolvimento económico e garantir a segurança pública, “respeitando sempre o primado da lei”. A embaixada norte-americana confirmou o encontro e explicou que a reunião foi “centrada nas referências às Filipinas no relatório, incluindo a clarificação que a informação sobre o país tinha sido noticiada pelos meios de comunicação social”. O encontro, acrescentaram as fontes diplomáticas norte-americanas em Manila, serviu também para os dois políticos debaterem os interesses comuns e as “possibilidades de expansão de parcerias”, tendo o encontro terminado com as duas partes a “reafirmarem a força e abrangência da profunda relação bilateral”. Sinais preocupantes Segundo a agência de notícias AP, o relatório dos EUA diz que as “tendências autocráticas” devem aprofundar-se nalguns governos na Ásia e menciona que Duterte sugeriu suspender a constituição, decretar um “governo revolucionário” e impor a lei marcial em todo o país. No poder desde 2016, o Presidente das Filipinas tem reagido de forma veemente às críticas sobre a sua política de repressão ao uso de droga, especialmente pelos governos ocidentais, pelas Nações Unidas e por organizações de direitos humanos. Duterte chegou a dizer ao antigo Presidente dos EUA Barack Obama para “ir para o inferno” e ameaçou retirar o país das Nações Unidas devido às críticas à sua campanha anti-droga, que deixou milhares de consumidores de drogas, principalmente pobres, mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaMorte de Kim Jong-nam foi planeada para Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] morte de Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder da Coreia do Norte, deveria ter acontecido em Macau e não na Malásia, de acordo com uma especulação avançada ontem em tribunal, em Kuala Lumpur, por um advogado de uma das duas mulheres acusadas da autoria do homicídio, refere a Rádio Macau. De acordo com a estação pública de radiodifusão japonesa NHK, a defesa sustenta a versão agora avançada em instruções dadas à mulher pouco tempo antes do crime. Segundo o advogado, a indonésia Siti Aisyah recebeu instruções para viajar até Macau dias antes do homicídio, que ocorreu a 13 de Fevereiro do ano passado. O advogado da mulher afirmou que cinco dias antes de Kim Jong-nam ter sido morto, um homem da Coreia do Norte deu à suspeita dinheiro para comprar bilhetes de avião para Macau, onde iria ser gravado um programa de televisão. No entanto, a viagem seria cancelada, segundo o advogado, que especulou sobre a possibilidade de os norte-coreanos terem planeado assassinar Kim Jong-nam em Macau, mas desistido da ideia quando perceberam que o meio-irmão de Kim Jong-un não estava no território, onde tinha residência, refere a mesma fonte. Kim Jong-nam esteve em Macau na semana anterior a ter sido fatalmente envenenado no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur. Quando foi morto no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, o meio irmão de Kim Jong-un preparava-se para embarcar num voo que tinha Macau como destino. Duas mulheres, uma indonésia e uma vietnamita, estão a ser julgadas na Malásia por este caso desde o passado dia 2 de Outubro. No início do julgamento, Siti Aisyah e Doan Thi Huong declararam-se inocentes e alegaram que foram enganadas por presumíveis agentes norte-coreanos, ao serem levadas a acreditar que estavam a pregar uma partida inofensiva para um programa televisivo de apanhados. Caso sejam condenadas, arriscam a pena de morte. De acordo com as autoridades malaias, Kim Jong-nam foi assassinado supostamente pelas duas mulheres que lhe lançaram contra o rosto o agente químico nervoso VX. Kim viria a morrer poucos minutos depois, remata a TDM.
Hoje Macau China / Ásia MancheteXi Jinping | PCC propõe remover da constituição limite de dois mandatos do Presidente [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Partido Comunista Chinês (PCC) propôs excluir da constituição da China o limite de dois mandatos para o cargo de Presidente, informou ontem a imprensa oficial, quando Xi Jinping se assume como o mais forte líder das últimas décadas. Segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, a proposta do Comité Central do PCC aplica-se ainda ao cargo de vice-presidente do país. Num outro despacho, a Xinhua informa que o PCC propôs ainda incluir o Pensamento de Xi Jinping na Constituição do país. As propostas à alteração da constituição serão votadas na Assembleia Nacional Popular (ANP), órgão máximo legislativo da China, composto sobretudo por membros do PCC, e cuja sessão anual decorre no próximo mês. A decisão surge quatro meses depois de o congresso do PCC, ter decidido incluir o nome e teoria de Xi na constituição do partido, elevando-o ao estatuto de Deng Xiaoping, o arquitecto-chefe das reformas económicas que transformaram a China, e do fundador da República Popular, Mao Zedong. Nos últimos anos, Xi desmantelou o sistema de “liderança coletiva”, cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970, e tornou-se o centro da política chinesa, eclipsando os outros seis membros do Comité Permanente do Politburo PCC, a cúpula do poder na China. Além de secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi é também presidente da Comissão Militar Central, Comandante-Chefe do exército chinês e chefia a Comissão Central de Segurança Nacional e o “grupo dirigente” encarregue de supervisionar o programa de “aprofundamento geral das reformas”. Um outro organismo novo, responsável pela “segurança do ciberespaço”, é também dirigido por Xi. Com uma intensidade inédita desde o ‘reinado’ de Mao, a imprensa chinesa reforçou também o culto em torno da sua imagem. Em termos de política externa, a China de Xi abdicou da discrição e passou a assumir a ambição de participar na governação de questões globais, num período em que a liderança de Donald Trump, nos Estados Unidos, ou o ‘Brexit’, na União Europeia, desafiam certezas antigas da geopolítica internacional. Sob a sua direção, a China tem combatido a influência estrangeira na sociedade civil, meios académicos ou Internet, apontam organizações de defesa dos Direitos Humanos. Xi Jinping foi eleito Presidente em 2013 e, no ano passado, foi eleito para um segundo mandato, que terminará em 2023, mas com a alteração constitucional pode-se estender além dos próximos cinco anos. O anúncio foi feito depois do Politburo se ter reunido no passado Sábado e antecipa a sessão plenária de três dias do Comité Central que começa hoje e que tem na agenda alterações institucionais a ser discutidas na próxima reunião anual da Assembleia Popular Nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | 2017 marcado pelo investimento na inteligência artificial [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] indústria de inteligência artificial (IA) da China recebeu cerca de 180 mil milhões de yuans de financiamento no ano passado. A condução inteligente, big data e serviço de dados estavam entre as principais áreas de investimento, segundo o relatório divulgado pela Academia Chinesa para Tecnologia de Informação e Comunicações. A China registou 28 novas empresas de IA em 2017, comparadas com 128 em 2016, disse o relatório, acrescentando que a flutuação não afectará uma tendência de crescimento no longo prazo. No ano passado, as empresas de IA estavam principalmente em Pequim, Shanghai e Guangdong. Pequim tinha o maior número, com mais de 260 empresas de IA. O relatório previu que a indústria chinesa de IA continuará a crescer em 2018 e que avanços serão obtidos em áreas como visão de computador e tecnologias de voz. A China divulgou um plano de desenvolvimento de IA no ano passado, prometendo elevar o valor das indústrias essenciais de IA para mais de 150 mil milhões de yuans até 2020, mil milhões de yuans até 2025 e um milhão de milhões de yuans até 2030.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia detém dois homens por fotografias em uniformes do exército japonês [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia chinesa ordenou a detenção de dois homens depois de terem publicado fotografias na Internet vestidos com uniformes do exército japonês da Segunda Guerra Mundial, no local onde decorreu uma das maiores atrocidades da guerra. Segundo a polícia, os homens viajaram até à cidade de Nanjing durante as férias do Ano Novo Lunar, e tiraram as fotografias em frente a um bunker utilizado pelos chineses em 1937, durante a ocupação japonesa da então capital da China, no que ficou conhecido como o Massacre de Nanjing. Durante um período de seis semanas, em 1937, estima-se que tenham sido mortos mais de 300 mil chineses, num dos maiores massacres da Segunda Guerra Mundial. Segundo a historiografia oficial chinesa, os soldados japoneses violaram entre 20.000 e 30.000 mulheres e crianças, em Nanjing, pelo que o episódio é também designado na China como “a violação de Nanjing”. Os homens, que terão partilhado as fotografias no serviço chinês de mensagens instantâneas QQ, a partir de onde as imagens foram distribuídas por outros utilizadores, serão punidos com quinze dias de detenção. As fotografias dos dois homens rapidamente se tornaram virais na internet chinesa, onde “levaram à revolta e indignação”, segundo as autoridades. O caso enfatiza o quão sensível continua a ser o período da ocupação japonesa, durante as décadas de 1930 e 1940. Os homens, de 22 e 25 anos, foram considerados culpados de “provocar problemas e causar distúrbios”, e sentenciados com uma detenção administrativa, punição que não requer julgamento em tribunal. “As acções individuais de cidadãos não devem desafiar a dignidade da nação ou do povo”, afirmou a polícia de Nanjing, em comunicado. “O comportamento em locais públicos ou no ciberespaço não deve ultrapassar os limites estabelecidos pela lei”, acrescentou. Um dos homens foi apanhado na província de Sichuan, sudoeste do país. A polícia não detalhou como é que estes foram identificados. Além de vestirem uniformes do exército japonês, os homens carregavam uma espada de samurai e a réplica de uma carabina. Mais de 70 anos depois do fim da Segunda Guerra, as relações entre a China e o Japão continuam a ser tensas. Muitos chineses consideram que Tóquio nunca mostrou um arrependimento sincero pela agressão contra o país, que se estima terá causado cerca de 20 milhões de mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China critica punições unilaterais americanas à Coreia do Norte A China exigiu ontem que os Estados Unidos cessem imediatamente a “prática errada” de impor sanções a entidades e pessoas chinesas, que são afectadas por medidas unilaterais contra a Coreia do Norte, anunciadas pela Casa Branca [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos impuseram na sexta-feira sanções a 27 empresas marítimas registadas ou com sede em países que mantêm relações comerciais com a Coreia do Norte, como a China, para “aumentar a pressão e isolar ainda mais” o regime norte-coreano. As sanções económicas, divulgadas pelo Departamento do Tesouro norte-americano, também abrangem 28 navios com pavilhão de países como a Coreia do Norte, China, Singapura, Taiwan, Hong Kong, Ilhas Marshall, Panamá, Tanzânia e as Comoros. “A China opõe-se firmemente aos Estados Unidos da América, que impõem sanções unilaterais, com ‘jurisdição de longo alcance’ sobre entidades ou indivíduos chineses de acordo com suas leis nacionais. Nós criticamos severamente os EUA por essas medidas, pedindo que parem imediatamente tais irregularidades para não prejudicar a cooperação bilateral”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, em um comunicado. A China não aceita que algumas entidades chinesas acabem por ser abrangidas pelas sanções dos EUA, frisando que cumpriu plenamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre a Coreia do Norte. Dois séculos A Coreia do Norte garantiu não dialogará de forma directa com a administração de Donald Trump “nem em 100 ou 200 anos”, numa reacção às críticas a Pyongyang feitas pelo gabinete do vice-presidente Mike Pence. As críticas foram feitas depois de a Coreia do Norte ter cancelado “à última hora” uma reunião entre o vice-presidente americano e uma delegação de altos funcionários norte-coreanos, marcada para a Coreia do Sul, à margem dos Jogos Olímpicos de PyeongChang. A porta-voz do Departamento de Estado americano explicou que durante a visita de Mike Pence a PyeongChang, para a cerimónia de abertura dos Jogos, “surgiu a possibilidade de uma breve reunião com os líderes da delegação norte-coreana”, que viria a não se realizar por decisão do regime de Pyongyang. Heather Nauert frisou que “o vice-presidente estava pronto para aproveitar a oportunidade para destacar a necessidade de a Coreia do Norte abandonar os programas ilícitos de mísseis balísticos e nucleares “. “É imperdoável que Pence se atreva a difamar o inviolável governo da República Popular Democrática da Coreia, chamando-o de ‘regime ditatorial'”, afirmou hoje um porta-voz de Pyongyang numa declaração à agência estatal “KCNA”. O porta-voz denunciou ainda os “absurdos ataques” de Pence contra a missão norte-coreana enviada à abertura dos Jogos e contra a irmã e enviada especial do líder norte-coreano Kim Jong-un, Kim Yo-jong, que teve uma histórica reunião com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in. Pyongyang garante que “em nenhum momento mendigará o diálogo” com o governo Trump, sublinhando que “não quer contacto com quem ataca de forma agressiva a dignidade do governo e a liderança suprema” do país. “Nunca teremos conversas directas com eles, nem sequer em 100 ou em 200 anos. Isto não é uma ameaça nem uma afirmação vã”, concluiu o porta-voz.
Hoje Macau SociedadeInvestimento | Dente Partido apoia “Uma Faixa, Uma Rota” [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]an Nga Koi, conhecido como Dente Partido, veio a público apoiar a implementação da política “Uma Faixa, Uma Rota” e anunciar a criação de uma empresa corretora para facilitar o investimento chinês ao longo dos países abrangidos pela iniciativa. O objectivo foi admitido, na semana passada, de acordo com o jornal Apple Daily, durante um evento da associação a que Dente Partido preside: a Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen. A empresa vai exigir um investimento inicial de 30 milhões de dólares norte-americanos e vai ter como nome Empresa Corretora de Hongmen. Ao longo do vídeo colocado a circular nas redes sociais, Pan Nga Koi surge ainda a reafirmar os valores da Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen sublinhando o amor por Hong Kong, Macau e pelo País. Por outro lado, compromete-se a trabalhar para que haja uma reunificação pacífica entre o Continente e Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Investigada potencial violação às sanções contra Pyongyang [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China diz estar a investigar uma possível transferência de mercadoria entre um navio chinês e um norte-coreano, o que constituiria uma violação das sanções impostas pelas Nações Unidas a Pyongyang. O episódio terá ocorrido na semana passada, a cerca de 250 quilómetros da costa de Xangai e foi observado por um avião japonês de patrulha marítima. Trata-se do terceiro incidente deste género relatado por Tóquio desde o início do ano. O Conselho de Segurança da ONU impões várias sanções económicas contra a Coreia do Norte, devido ao programa nuclear e de mísseis balísticos do regime de Kim Jong-un. “A China atribui grande importância a este caso e está a investigar”, disse hoje um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, em conferência de imprensa. “As autoridades competentes (chinesas) emitiram recentemente uma nota reforçando a proibição formal do contrabando entre navios, segundo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, acrescentou. O ministério japonês dos Negócios Estrangeiros disse na Terça-feira que a marinha nipónica observou um petroleiro com a bandeira norte-coreana, ao lado de uma outra embarcação de nacionalidade desconhecida, mas com os carateres “Min Ning De You 078” (Província de Fujian, Ningde Town, 078) inscritos no casco. Desde o início do ano, o Japão já denunciou por duas vezes a transferência de carga no Mar da China Oriental, entre o petroleiro norte-coreano Rye Song Gang 1 e outros navios. O Rye Song Gang 1 faz parte da lista de barcos cujo acesso a portos mundiais foi banido pela ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pagamentos digitais superam os dez biliões de euros em dez meses [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s pagamentos feitos via carteiras digitais na China atingiram os 10,40 biliões de euros, entre Janeiro e Outubro de 2017, ilustrando a rápida extinção do dinheiro vivo no país. O montante gasto em pagamentos móveis, nos primeiros dez meses de 2017, superou o conjunto de 2016, que se fixou em cerca de 4,4 biliões de euros, segundo o ministério da Indústria e Tecnologia de Informação. Para pagar a luz e água, a conta no restaurante ou as compras do supermercado na China é possível recorrer apenas a carteiras digitais. Em Pequim, vários mendigos aderiram já à inovação tecnológica e têm consigo um código QR impresso para transferência directa de doações para as respectivas contas, em aplicativos como o Wechat ou Alipay. Lançado em Janeiro de 2011, pelo gigante chinês da Internet Tencent, o Wechat tem actualmente quase mil milhões de utilizadores, segundo dados da empresa, e funciona simultaneamente como serviço de mensagens instantâneas e carteira digital. O Alipay, outra importante carteira digital na China, pertence ao gigante chinês de comércio eletrónico Alibaba.
Hoje Macau EventosAnoushka Shankar, intérprete: “A música pode fazer a diferença na defesa de causas” A estrela do sitar Anoushka Shankar cresceu entre duas tradições culturais e concepções distintas. Catapultada ainda muito nova para um lugar de destaque no âmbito das músicas do mundo, depressa descobriu uma singularidade que funde as mais profundas raízes da música indiana com sons contemporâneos do ocidente. A poucas semanas do concerto da filha de Ravi Shankar em Macau, já no próximo dia 20 de Março, recolhemos algumas impressões breves da artista [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] que a atrai mais no sitar? Vê-o como uma escolha que fez muito nova ou foi sobretudo uma decisão do seu pai? O sitar faz parte da minha vida desde as minhas memórias mais remotas, sempre adorei o seu som e claro que cresci a ir aos concertos do meu pai e a vê-lo com os seus estudantes a tocar em casa. Foi decididamente uma escolha minha mas, como disse, é algo que sempre esteve perto de mim desde o início, por isso influenciou a minha escolha. Para além da música tradicional indiana, podemos saber que tipo de música ou músicos a influenciaram ou ainda a influenciam? A música que faço reflecte aquilo que sou enquanto pessoa e o tipo de influências multiculturais que tive enquanto crescia, e que passou por ter trabalhado com uma diversidade de géneros incluindo música indiana clássica, jazz, electrónica e muitas outras. O conceito de “Land of Gold” é bastante diferente dos seus trabalhos. Podemos saber algo mais sobre a ideia por detrás deste projecto? As sementes de “Land of Gold” tiveram origem no contexto de uma crise humanitária de refugiados. Coincidiu com uma altura em tinha acabado de ter o meu segundo filho. Fiquei profundamente perturbada pelo intenso contraste entre a minha capacidade de proteger o meu bebé, e a situação de outros que lutavam desesperadamente para poder dar a mesma segurança às suas crianças mas sem sucesso. Foi uma comparação perturbante que me ficou na mente, alimentada por um crescente sentimento de revolta, que a deslocação maciça de uma maré vulnerável de pessoas tenha sido causada por decisões de política externa e actos de guerra isolados. É trágico pensar que vivemos num mundo onde a nossa capacidade de oferecer abrigo aos que são desterrados por circunstâncias violentas para além do seu controlo seja determinada por fronteiras geográficas. Acredita mesmo que a música pode mesmo fazer a diferença quando se trata de defender causas? Penso que a música pode fazer a diferença na defesa de causas, por vezes a diferença pode ser literal, por exemplo no caso de um enorme concerto de beneficência que consiga uma troca directa providenciando ajuda a quem necessite. Por vezes a diferença é mais subtil, pode ser em forma de sentimento, emoção ou empatia no espectador, que o leve a fazer algo de forma diferente. De qualquer forma vale a pena tentar. A combinação de diferentes instrumentos no seu concerto “ Land of Gold” é bastante diferente do que aconteceu em concertos anteriores. Existe alguma razão especial por detrás desta escolha de músicos e instrumentos? O desenho do som instrumental do álbum aconteceu logo no início da concepção de “Land of Gold”. O Manu Delago juntou-se logo de início como co-escritor e colaborador, por isso soube que estaríamos a trabalhar com o sitar e o hang com imensos sons de percussão muito específicos. Para abordar esse ponto eu escolhi de forma deliberada o shehnai enquanto instrumento indiano de sopro muito evocativo e depois acabei por sentir que era importante ter um instrumento de cordas para que me desse uma base de sustentação a todos os outros instrumentos. Enquanto quarteto, este som torna-se muito internacional, evocando muitas emoções e sentimentos no ouvinte. Reconhece-se como herdeira exclusiva do legado musical de Ravi Shankar? Não me parece que exista essa figura de herdeiro de um legado musical. Se olharmos para a carreira do meu pai, o ensino era muito importante para ele. Ele teve muitas dezenas de alunos ao longo da sua carreira musical. Por isso, se existe um legado musical é o mesmo que eu partilho com todos os seus discípulos. Os seus concertos são recebidos de forma semelhante pelo público em todo o mundo? O que espera do público em Macau? Sinto-me muito afortunada por ter uma resposta positiva do público em todo o mundo. Toquei praticamente em todos os continentes, sinto que tenho muita sorte em poder fazê-lo. Claro que há ligeiras variações culturais na forma como as pessoas respondem aos concertos. Por exemplo, em alguns países o público aplaude mais do que noutros. Mas quando sabemos dessas diferenças fica mais fácil perceber como as pessoas nos recebem. Não tenho expectativas especiais relativamente a Macau, espero apenas que apreciem a minha música.
Hoje Macau China / ÁsiaTransportes | Cientistas desenham avião capaz de ligar China e Estados Unidos em duas horas [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma equipa de cientistas chineses desenhou um avião ultrarrápido, capaz de voar entre Pequim e Nova Iorque em duas horas e transportar dezenas de pessoas e toneladas de carregamento, informou um jornal de Hong Kong. “Levará apenas um par de horas a viajar entre Pequim e Nova Iorque a uma velocidade hipersónica”, afirmou Cui Kai, líder da equipa da Academia Chinesa de Ciências que desenvolveu o protótipo, num artigo reproduzido pelo South China Morning Post. O avião tem capacidade para se deslocar à vestiginosa velocidade de 6.000 quilómetros por hora. Um avião de passageiros demora actualmente 14 horas a percorrer os 11.000 quilómetros que separam Pequim e Nova Iorque. Baptizado de I-plane, o avião é um modelo biplano, semelhante aos utilizados durante a Primeira Guerra Mundial, de forma a transportar mais carga do que outros veículos hipersónicos, que têm um formato aerodinâmico e asas em delta. A equipa de cientistas testou com sucesso uma versão reduzida do avião, num túnel de vento que foi também utilizado para testar os últimos protótipos de armas hipersónicas da China. Durante o teste, o avião foi lançado a uma velocidade quase sete vezes superior à do som, ou seja, 1.235 quilómetros por hora. Resposta à Boeing Países como a China e Estados Unidos estão a desenvolver armas e veículos hipersónicos, capazes de ultrapassar sistemas antimísseis. Ainda não existem, no entanto, veículos hipersónicos capazes de transportar passageiros, sendo que este avanço científico pode ser revolucionário no transporte aéreo. No mês passado, a empresa norte-americana Boeing relevou detalhes de uma aeronave experimental que ainda se encontra em desenvolvimento e que, segundo a publicação Aviation Week, será capaz de voar a uma velocidade cinco vezes superior à velocidade do som, ou seja, 6125 quilómetros por hora. Para efeito de comparação, a velocidade de vôo de um Boeing 737 é de cerca de 830 quilómetros por hora. Viajando a essa velocidade, a aeronave da construtora norte-americana experimental seria capaz de ir do Brasil ao Japão em cerca de três horas, por exemplo. No entanto, o projecto da Boeing não é destinado à aviação comercial. De acordo com o Popular Mechanics, o avião seria uma aeronave de “ataque e reconhecimento”, construída para fins militares.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi Jinping escolhe Liu He como homem das finanças chinesas Liu He é o homem designado por Xi Jinping para resolver os principais problemas da segunda maior economia mundial. Entre a hostilidade financeira de Washington e os desafios domésticos, o economista que representou a China em Davos terá muito que fazer [dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]rande parte da gestão económica chinesa poderá estar nas mãos de Liu He, tal é a confiança que Pequim tem no economista formado em Harvard. Depois de ter sido uma das estrelas do Fórum Económico Mundial, reunido no mês passado em Davos, Liu He apresentou-se como o principal conselheiro económico chinês e traçou no seu discurso o programa económico para os próximos cinco anos. A prestação na Suiça vincou a sua posição como um dos 25 mais poderosos membros do Politburo. Prevê-se que o natural de Pequim seja nomeado no próximo mês como um dos quatro vice-Primeiros-Ministros a trabalhar debaixo de Li Keqiang. A subida vertiginosa na hierarquia do Partido Comunista Chinês acontece aos 66 anos para o economista que se formou na prestigiada Universidade de Harvard e espera-se que se torne um dos mais poderosos vice-ministros das últimas duas décadas. De acordo com analistas, Xi Jinping poderá mesmo delegar alguns dos maiores desafios económicos na equipa liderada por Liu, “ultrapassando as competências do Primeiro-Ministro”, refere Steve Tsang, director da SOAS China Institute de Londres ao South China Morning Post. O analista prevê mesmo que o economista não avance com nenhuma reforma económica que desagrade a Xi Jinping. Tecnocratas ao poder Liu continuará a dirigir uma entidade que funciona como um conselho económico nacional em Pequim e deverá ficar à frente da Comissão de Desenvolvimento e Estabilidade Financeira, uma agência que ultrapassa os reguladores financeiros na supervisão dos riscos económicos. A equipa liderada por Liu He é composta por uma equipa de tecnocratas oriundos da banca e sistema financeiro chinês, incluindo alguns nomeados no banco central nacional, assim como players nos mercados de valores e na indústria de seguros. Entre os maiores desafios económicos da equipa de Liu está o avassalador crescimento económico, que em média se tem situado nos 9,8 por cento todos os trimestres desde Março de 1992, e que fez crescer a economia chinesa até se tornar a segunda maior do mundo. Ultimamente, este grau de crescimento tem abrandado para 7,2 por cento nos últimos cinco anos. Uma situação que o Governo categorizou como “a nova normalidade”.
Hoje Macau SociedadeAno novo | 46 toneladas de lixo produzidas em três dias Este ano, o máximo da recolha do lixo de grande dimensão no Ano Novo Lunar foi atingido três dias antes da entrada no Ano do Cão. De acordo com a Rádio Macau, foram recolhidas 46 toneladas de mobílias velhas, equipamentos e de objectos de grande volume na passada terça-feira, 13 de Fevereiro, disse o o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais à mesma fonte. A população de Macau continuou fiel à tradição de limpar a casa antes da entrada no Ano Novo Lunar, tendo o volume recolhido começado a diminuir gradualmente à medida que se aproximava o Ano do Cão. A 15 de Fevereiro foram recolhidas 31 toneladas de entulho, um valor considerado dentro da média de um dia normal, que é de cerca de 30 toneladas. Em 2017, uma média diária de 48 toneladas de mobílias e equipamentos domésticos foi recolhida em Macau nas duas semanas que antecederam a entrada no Ano do Galo, num total de 672 toneladas. Já no que diz respeito ao lixo doméstico comum, o maior volume recolhido este ano foi no último dia do Ano do Galo, na passada quinta-feira, no total de 934 toneladas. Num dia considerado normal são recolhidas 800 toneladas. A 9 de Fevereiro, uma semana antes do início do novo Ano Lunar, o lixo doméstico atingiu 820 toneladas. No primeiro dia do Ano do Cão, na passada sexta-feira, 16 de Fevereiro, a soma destes resíduos não foi além das 544 toneladas, bastante menos do que o habitual.
Hoje Macau Manchete SociedadeBES | Saco Azul deu dinheiro a Salgado com recurso a offshore de Macau Uma investigação do jornal online português Observador revela que Ricardo Salgado, ex-presidente do antigo Banco Espírito Santo, recebeu directamente 16,3 milhões de euros através da ES Entreprises. A empresa transferiu essa quantia com recurso a quatro sociedades offshore, uma delas foi a Shu Tian Limitada, localizada em Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] revelação de detalhes das razões da queda do império Salgado e do Banco Espírito Santo (actual Novo Banco) não param de marcar a agenda. Desta vez há dados que estabelecem uma relação directa com Macau, uma vez que, segundo o jornal online português Observador, Ricardo Salgado terá recebido um total de 16,3 milhões de euros da ES Entreprises, empresa conhecida como o “Saco Azul” do Grupo Espírito Santo, que financiou muitas pessoas e instituições. O Observador revela que a ES Entreprises terá recorrido a quatro sociedades offshore para transferir dinheiro para várias pessoas, sendo que a offshore Shu Tian Limitada, localizada em Macau, foi um dos meios que serviu para transferir verbas directamente para a conta de Salgado. O jornal aponta que, de um total de 22 milhões de euros, o ex-patrão máximo do BES, também conhecido como “Dono Disto Tudo”, recebeu a maior fatia, ou seja, 16,3 milhões de euros, que foram “transferidos de forma direta e indirecta através da ES Enterprises para contas bancárias abertas na Suíça e em Singapura em nome de diversas sociedades offshore controladas pelo próprio líder do clã”. Um total de 20 membros da família Espírito Santo receberam, entre 2006 e 2012, os tais 22 milhões de euros. “Desde complementos salariais dos Espírito Santo que tinham cargos de administração e direção no BES, passando por transferências para membros da família que não trabalhavam no grupo — tudo foi pago a partir de contas bancárias na Suíça que foram alimentadas, em parte, com fluxos financeiros que resultaram da venda de títulos de dívida de sociedades do GES aos clientes do banco da família Espírito Santo”, escreve o Observador. Em Macau, o BES tinha presença através do BES Oriente (BESOR), entretanto transformado em Novo Banco Ásia, já vendido, em 75 por cento, ao Grupo Well Link por 183 milhões de euros. Hoje a entidade continua sediada em Macau, mas com um novo nome: Banco Well Link. Da Shu Tian Limitada não há informações públicas. 5,5 milhões do “Saco Azul” A offshore criada na RAEM consta na acusação do Ministério Público a Ricardo Salgado no âmbito da Operação Marquês. O Observador escreve que Salgado e a sua mulher chegaram a devolver dois milhões de euros à ES Enterprises a 31 de Outubro de 2012, e que seria, de acordo com Salgado, “o reembolso de metade dos quatro milhões de euros que lhe teriam sido emprestados a 21 de outubro de 2011”. Contudo, escreve o jornal, “na acusação da Operação Marquês é claro que esses dois milhões de euros, apesar de terem sido transferidos para a ES Enterprises a partir de uma conta que o casal Salgado tinha no Credit Suisse, acabaram por ser contabilizados como uma dívida que a sociedade tinha para com Salgado — e não o contrário”. “Tendo mesmo tal montante sido pago para uma sociedade controlada pelo arguido chamada Shu Tian, com registo em Macau”, lê-se no despacho de acusação da Operação Marquês, acrescenta o Observador. A Shu Tian Limitada terá recebido 5,5 milhões de euros do “Saco Azul” do GES, tratando-se de “três transferências que ocorreram no mês de Fevereiro de 2014”. “A primeira, no montante de 2,2 milhões de euros, verificou-se a 13 de Fevereiro de 2014, enquanto a segunda foi de apenas 865,59 euros. A última operação levou ao crédito da conta da Shu Tian a 28 de Fevereiro de 2014 de cerca de 4,5 milhões de dólares (cerca de 3,3 milhões de euros).” Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, não quis dar mais explicações ao Observador sobre estes novos dados. “O dr. Ricardo Salgado mantém a coerência de não comentar processos em segredo de justiça. Constatamos que, não obstante o processo do Universo Espírito Santo estar sujeito a segredo de justiça em relação aos arguidos até Novembro de 2018, pelos vistos isso não se aplica a alguns jornalistas que, aparentemente com acesso a elementos do processo, têm exercido a habitual prática de contaminação da opinião pública sem que os arguidos se possam defender, pois não têm o privilégio de aceder a processos em segredo de justiça”, lê-se na notícia.
Hoje Macau PolíticaIdeologia | Reuters diz que caso Sulu Sou revolucionou o activismo político A agência Reuters escreve que o activismo político no território sofreu uma mudança com a suspensão do deputado Sulu Sou, atravessando uma “nova fase”. O texto, que contém entrevistas a Sulu Sou e a Rocky Chan, activista membro da Novo Macau, aponta para semelhanças entre o caso que tem vindo a abalar o panorama político local e o dos independentistas de Hong Kong, após o movimento dos guarda-chuvas amarelos. “Querem eliminar qualquer fogo que possa ser ateado”, disse o analista político Larry So à Reuters, que defendeu que Sulu Sou tem vindo a obter um maior apoio por parte da sociedade local. “Este é um desafio para o Estado de Direito e para a independência judicial em Macau. Nunca vimos uma situação tão séria como esta antes”, disse Sulu Sou à agência noticiosa. A Reuters faz também referência às consequências do tufão Hato no que diz respeito ao impacto junto da opinião pública e na atenção obtida por parte da comunidade internacional. “Pensamos que a coisa mais importante é o interesse público e como podemos fazer as coisas de forma mais transparente”, adiantou Rocky Chan. Sulu Sou disse também à Reuters estar “optimista” em relação ao desfecho do caso, numa altura em que interpôs recurso da decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que decidiu não se pronunciar sobre a providência cautelar apresentada, por considerar que a suspensão votada pelos deputados do hemiciclo constitui um acto político.
Hoje Macau EventosFotojornalista Mário Cruz expõe nos Açores escravatura de crianças no Senegal [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fotojornalista Mário Cruz expõe a partir de sábado no Centro de Artes Contemporâneas Arquipélago, em Ponta Delgada, um conjunto de fotos onde denuncia a exploração das crianças “talibés”, escravas de “falsos professores” corânicos no Senegal. O vencedor do prémio World Press Photo 2016 – Assuntos Contemporâneos, Picture Of The Year International 2016 – Assuntos Contemporâneos, Estação Imagem 2016 e Magnum Photography Awards 2016, justamente com o tema “Talibes Modern Day Slaves”, explicou à Lusa que esta situação afeta mais de 50 mil crianças, que “deveriam ser estudantes”, mas são, “na verdade, escravas de falsos professores corânicos”. No Senegal, existem centenas de escolas corânicas (daaras) onde se encontram aprisionados rapazes, dos 5 aos 15 anos, que são obrigados a mendigar nas ruas oito horas por dia para manter o seu marabout (professor). Esta realidade extensiva aos países limítrofes do Senegal, como a Guiné Bissau, faz com que “muitas das crianças que hoje se encontram a mendigar nas ruas daquele país sejam da Guiné e do Mali”, estando a situação, segundo o fotojornalista da agência Lusa, “fora do controlo, apesar dos progressos dos últimos anos, que caem por terra com o passar do tempo e falta de atenção”. “Esta exposição é feita para relembrar que o problema permanece e que estas fotografias são a prova disso mesmo, que os abusos acontecem e a prova de que a escravatura contemporânea existe no Senegal. Não podemos ficar indiferentes”, afirmou Mário Cruz. Para este profissional da Lusa, o jornalista “tem o dever de denunciar estas situações, saindo à rua”, a par da disponibilidade de tempo, algo que “falta hoje nas redações, um pouco por todo o lado”. De acordo com este profissional de comunicação, vivem-se dias em que “não se pensa muito sobre o que se escreve e fotografa devido à dimensão do fluxo noticioso, sendo tudo de última hora, urgente”, em detrimento dos trabalhos de fundo. Mário Cruz está convicto de que este tipo de opção editorial “dá frutos” e exemplifica que o New York Times está a “voltar a apostar neste tipo de conteúdos e a duplicar os salários dos fotógrafos e jornalistas que escrevem reportagem, porque percebeu que os media não podem ficar reféns da notícia rápida, da estatística, dos números, do que se diz ao microfone”. “O jornalista tem que dar muito mais porque tem essa responsabilidade, é um dever. Sem dúvida que isso tem que acontecer”, referiu. Nascido em 1987, em Lisboa, Mário Cruz estudou fotojornalismo no Cenjor – Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, começou a fotografar para a Lusa em 2006 e já recebeu vários prémios. O seu trabalho tem sido publicado nos títulos Newsweek, LENS – New York Times Blog,International New York Times, CNN, Washington Post, El Pais, CTXT.es e Neue Zürcher Zeitung.
Hoje Macau EventosVhils inaugura exposição em Los Angeles e cria novo mural com Shepard Fairey [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] artista português Alexandre Farto (Vhils) inaugura, na quinta-feira, uma exposição em Los Angeles, nos Estados Unidos, cidade onde irá também criar três murais, um dos quais em parceria com o norte-americano Shepard Fairey. “Annihilation”, que estará patente na galeria Over The Influence, é composta por 20 obras, “novas e criadas de raiz para a exposição, de vários tipos, de várias dimensões e em vários suportes”, explicou o artista em declarações à Lusa. A maior parte das peças são retratos, “alguns gravados em velhas portas de madeira e em camadas de cartazes retirados da rua”, mas haverá também “peças com paisagens urbanas, peças em esferovite e esculturas em betão que fundem retratos e paisagens urbanas e uma instalação com cubos de metal gravados com ácido nítrico com composições que fundem retratos, paisagens urbanas e elementos gráficos e geométricos”. Além disso, haverá “uma secção com vídeos de peças murais criadas com recurso a explosivos, e filmagens realizadas em Hong Kong, Macau, Pequim e Los Angeles”. Fora da galeria, Vhils irá deixar três peças murais, “incluindo uma nova colaboração com Shepard Fairey”. A primeira colaboração entre os dois artistas data de julho do ano passado, altura em que criaram em conjunto um mural em Lisboa, na parede lateral de um prédio de três andares, na rua Senhora da Glória, na Graça, a propósito da primeira exposição em Portugal de Shepard Fairey, na galeria Underdogs. “Annihilation” será a exposição inaugural do espaço, em Los Angeles, da galeria Over The Influence de Hong Kong, onde o artista português já expôs. A mostra estará patente de 23 de fevereiro a 01 de abril. Depois, Alexandre Farto tem já na agenda uma exposição em Paris, a ser inaugurada a 19 de maio, no espaço Centquatre. Esta será a terceira exposição de Vhils na capital francesa, mas “a primeira num contexto mais institucional, embora fazendo sempre a ponte com a rua”. Em Paris, tal como em Los Angeles, adiantou o artista, serão apresentadas apenas obras inéditas. Entretanto, até 17 de março, está patente na Galeria Vera Cortês, em Lisboa, “Intrinseco”, exposição inaugurada a 01 de fevereiro, na qual Vhils utiliza pela primeira vez o plástico como suporte, numa instalação na qual faz uma “quase reflexão sobre a condição humana no espaço urbano”. Nascido em 1987, Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com ‘graffiti’, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins. Captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional e que já levou o artista a vários cantos do mundo. Além de várias criações em Portugal, tem trabalhos em países e territórios como a Tailândia, Malásia, Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia, Macau e Brasil. Em 2015, o seu trabalho chegou ao espaço, através da Estação Espacial Internacional, no âmbito do filme “O sentido da vida”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes.
Hoje Macau EventosColombiano Juan Gabriel Vásquez vence prémio principal do Correntes D’Escritas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez foi o vencedor do prémio literário Casino da Póvoa 2018, o principal galardão atribuído no Correntes d’Escritas, da Póvoa de Varzim, anunciou a organização. O júri deste encontro de escritores de expressão ibérica, que se realiza na Póvoa de Varzim até sábado, distinguiu o autor sul-americano, de 44 anos, pelo seu livro “A forma das ruínas”, editado pela Alfaguara. O romance de Juan Gabriel Vásquez mereceu três dos cinco votos do painel de jurados, composto por Fernando Pinto de Amaral, Javier Rioyo, José Mário Silva, Maria de Lurdes Sampaio e Teresa Martins Marques. Na sua declaração de voto, o júri destacou a obra pelo “extraordinário fôlego narrativo e pelo notável retrato da história da Colômbia do século XX, fruto de uma vasta investigação pessoal e literária”. “A partir de dois homicídios políticos que permaneceram como feridas na memória coletiva, Juan Gabriel Vásquez criou uma ambiciosa e muito bem organizada arquitectura romanesca”, pode ler-se na declaração de voto. O escritor colombiano, que esteve na Póvoa de Varzim no ano passado, vai receber um prémio de 20 mil euros por esta distinção no Correntes D’Escritas. Juan Gabriel Vásquez já tinha sido, em 2016, distinguido com o Prémio Literário Casa América Latina, tendo em 2014 vencido o Prémio da Real Academia Espanhola, com o livro “Las reputaciones”. O escritor colombiano era um dos 14 finalistas ao prémio, a par de Jaime Rocha (“Escola de Náufragos”), que amealhou dois votos do jurí, José Rentes de Carvalho (“O Meças”), Ana Teresa Pereira (“Karen”), Isabela de Figueiredo (“A Gorda”), Bruno Vieira Amaral (“Hoje Estarás Comigo no Paraíso”), Ana Margarida de Carvalho (“Não se Pode Morar nos Olhos de Um Gato”), João Ricardo Pedro (“Um Postal de Detroit”), Djaimilia Pereira de Almeida (“Esse Cabelo”), João Pedro Porto (“A Brecha”), João Paulo Borges Coelho (“Água”), o brasileiro Julián Fuks (“A Resistência”), Enrique Vila-Matas (“Marienbad Eléctrico”) e Juan Marsé (“Essa Puta tão Distinta”). Juan Gabriel Vásquez é esperado este sábado na Póvoa de Varzim para receber o prémio, durante a sessão de encerramento do Correntes D’Escritas, o encontro de escritores de expressão ibérica, que este ano reúne 80 autores de 14 países na Póvoa de Varzim. O colombiano sucede a Armando Silva Carvalho, que, em 2017, venceu o prémio literário Casino da Póvoa com a obra “A Sombra do Mar”. Nesta 19.ª edição do Correntes D’Escritas, que hoje arrancou na Póvoa de Varzim, e irá prolongar-se até sábado, com várias atividades, foram ainda atribuídos outros prémios: Balaton, de Ana Beatriz Correia de Sousa, venceu o Prémio Literário Correntes D’Escritas Papelaria Locus, enquanto o primeiro lugar do Prémio Conto Infantil Ilustrado Porto Editora, vocacionada para as escolas, foi para “O Advento na Achada”, do 4.º ano da Escola EBII Clemente Tavares, de Gaula, em Santa Cruz, na Madeira.
Hoje Macau Eventos“Estou sempre a contar uma história nos meus quadros”, diz Paula Rego [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] artista portuguesa Paula Rego diz estar sempre a contar uma história nos seus quadros, mesmo que essa história vá mudando ou que só seja descoberta no final do processo de criação. Num texto publicado no jornal britânico The Guardian, no contexto da exposição “All Too Human”, a inaugurar na próxima semana na Tate Britain, em Londres, Paula Rego afirma que “as histórias têm pessoas nelas”, então desenha pessoas a fazer coisas umas às outras, lembrando que recorre a contos do folclore português e a histórias como as de Eça de Queirós. A artista relata como o processo de criação do retrato do antigo Presidente da República Jorge Sampaio “quase [a] matou”, porque, enquanto pintava, “havia pessoas sempre a entrar e a dizer ‘esse braço não está bem’ ou ‘o nariz dele não é assim’”. “No fim, eu disse: ‘Talvez devêssemos ir para outro lado’. Fomos para uma sala cheia de armários de vidros e trabalhei muito duro. Fiquei num hotel lá perto e ia para a cama exausta. É um homem muito simpático. Ou, pelo menos, foi muito simpático para mim. Ainda somos amigos”, conta Paula Rego. A artista portuguesa radicada em Londres há décadas diz trabalhar maioritariamente a partir de modelos vivos ou de “bonecos” que faz ou que são feitos para si. “Desenho o contorno em carvão. Costumo começar pelo rosto e vou trabalhando a partir daí. Usar bonecas é uma experiência diferente de um modelo vivo. São obedientes – posso colocá-las como quero e ficam assim, são como atores num palco. Mas não trazem vida – preciso de uma pessoa lá, também, porque a intensidade é importante. Se desenhas uma pessoa, ela dá-te muito de volta. Às vezes dão tanto – inundam-te com a sua personalidade, com a sua alma – que tens dificuldades em segurá-las”, referiu Paula Rego. Para a artista, quanto mais se olha, melhor uma pessoa se torna a olhar, e “isso é uma disciplina importante, seja como for que se pretenda trabalhar”. Rego conclui com a constatação daquilo que lhe suscita maiores dificuldades: “As árvores são as coisas mais difíceis de acertar. E as tulipas. E todos os vegetais, exceto os tomates”. A exposição “All Too Human” é inaugurada no dia 28 de fevereiro e vai estar na Tate Britain até 27 de agosto, com o objetivo de “celebrar os pintores no Reino Unido que procuram representar as figuras humanas, as suas relações e as redondezas das formas mais íntimas”, segundo a página do museu. Além de Paula Rego, a mostra inclui trabalho de artistas como Lucian Freud, Francis Bacon e Frank Auerbach, entre outros, como Walter Sickert e David Bomberg, de gerações anteriores. Paula Rego é uma das pintoras participantes na Bienal Internacional de Mulheres Artistas de Macau, que decorre a 13 de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaProtocolo | Universidade de Coimbra mais ligada à Câmara de Comércio Luso-Chinesa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Universidade de Coimbra (UC) assina hoje um protocolo de cooperação com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC). De acordo com um comunicado, o acordo tem como objetivo “estabelecer cooperação académica, científica e cultural entre as partes com vista à realização conjunta de atividades de natureza académica, científica, técnica, pedagógica e cultural, em áreas de interesse comum.” O mesmo documento aponta que a universidade portuguesa tem sido “um polo de atração de muitos estudantes chineses que querem aprender a língua e a cultura portuguesas e frequentam um número crescente de cursos nas mais variadas áreas”. Quanto ao Instituto Confúcio da UC, estabelecido em 2016, “reúne todas as condições para contribuir para a difusão da língua e cultura chinesas, para a melhoria significativa do conhecimento da Medicina Tradicional Chinesa em Portugal e para a qualificação dos profissionais portugueses que a exercem entre nós, bem como para a formação de todos os interessados em aprofundar as relações entre Portugal e a China”.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Transacções com ligeira descida em 2017 Diana do Mar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de transacções de imóveis diminuiu ligeiramente no ano passado, mas o valor envolvido foi superior ao de 2016 Ao longo de 2017 foram transaccionadas 13.985 fracções autónomas e lugares de estacionamento – menos 0,9 por cento face a 2016 –, mas o valor envolvido subiu 15 por cento atingindo 85,23 mil milhões de patacas, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A maioria das transacções foi de fracções autónomas destinadas à habitação (mais 411 em termos anuais) por 69,44 mil milhões de patacas, o que representou um crescimento de 18,2 por cento face a 2016. Desse total, 2043 casas pertenciam a edifícios em construção e 8538 a prédios construídos, com os montantes implicados a corresponderem a 20,41 mil milhões e 49,04 mil milhões de patacas, respectivamente. O preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais cifrou-se em 100.822 patacas, reflectindo um aumento de 16,8 por cento, em relação a 2016, com Coloane a manter-se como o sítio mais caro (128.205 patacas), seguido do da Taipa (115.160 patacas) e do da península de Macau (91.769 patacas). Já o preço médio por metro quadrado das fracções autónomas destinadas a escritórios e o das industriais atingiu 113.198 e de 54.411 patacas, respectivamente, mais 13,1 por cento e 14,4 por cento, em termos anuais.
Hoje Macau China / ÁsiaJaponês obtem custódia de 13 crianças nascidas de barrigas de aluguer [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] caso passou-se na Tailândia e é o mais recente capítulo de um escândalo conhecido como “a fábrica de bebés” e que trouxe à tona o lado obscuro do mercado de gestação contratada local em 2015. O tribunal de menores de Bangkok evocou a felicidade das 13 crianças nascidas de mães de aluguer para justificar a decisão de conceder a Mitsutoki Shigeta, um japonês abastado, todos os direitos parentais. “O pai biológico não tem antecedentes de má conduta”, pronunciou o tribunal. A sentença permitirá que Shigeta leve todas as crianças para o Japão. De resto, o japonês já organizou toda a logística necessária e contratou várias babystitters para cuidar da numerosa prole, segundo seus advogados. Muito discreto desde que o escândalo explodiu, Shigeta não foi à Tailândia para responder às perguntas dos investigadores. A respeito dos motivos que levaram seu cliente a querer uma descendência tão numerosa, o advogado se limitou a explicar que Shigeta queria ter uma família grande. “Ele nasceu numa família numerosa e quer que seus filhos cresçam juntos”, limitou-se a comentar. O caso foi revelado quando a polícia tailandesa comunicou que amostras de DNA vinculavam Shigeta a nove bebés encontrados numa casa em Bangkok, onde residiam com suas mães de aluguer. A imprensa começou a chamar da história de “a fábrica de bebés”. As mães abriram um processo contra o Estado para ter direito a seus filhos, que foram entregues aos serviços sociais. No Japão, o pai biológico começou uma batalha legal para conseguir a custódia de todos. As mães acabaram por assinar um acordo, por meio do qual abriram mão de seus direitos parentais, segundo o tribunal. Não foram reveladas informações sobre um possível pagamento de indemnização. Proibido aos estrangeiros O negócio da maternidade contratada cresceu nos últimos anos na Tailândia aproveitando um vazio jurídico. Porém, em resultado da polémica foi aprovada em 2015 uma lei que proíbe a prática a estrangeiros. Coincidindo com o caso de Shigeta, um casal de australianos revoltou a opinião pública ao abandonar o seu bebé com Síndrome de Down com a mãe de aluguer tailandesa. Desde então, o mercado para estrangeiros que procuram por barrigas de aluguer se deslocou para outros países do Sudeste Asiático. No Camboja, o mercado da maternidade contratada desenvolveu-se rapidamente depois da proibição na Tailândia. Os preços de uma gravidez desse tipo eram muito mais em conta, principalmente em relação aos Estados Unidos e, como não havia regulamentação, as clínicas também aceitavam casais homossexuais e solteiros. As autoridades cambojanas acabaram, no entanto, por proibir essa prática e, agora, o Laos afigura-se como o novo país da região onde esse tipo de mercado floresce.