Eleições | CAEAL rejeita pedido feito pela lista de Carl Ching

 Afinal, só na próxima semana é que vão ser afixadas as listas definitivas das listas para as legislativas de 17 de Setembro, A “Nova Ideais de Macau” quis substituir o candidato número dois pelo número três, mas a comissão eleitoral não deixou

 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) anunciou ontem que a reclamação apresentada por uma candidatura foi rejeitada, devendo as listas definitivas às eleições de Setembro ser divulgadas na próxima semana.

Na reclamação apresentada esta semana, a “Nova Ideais de Macau” reivindicava a troca da ordem de dois candidatos, de forma a que José Pedro Sales, actual número três, passasse a segundo da lista, e Hong Hok Sam a terceiro, o que a CAEAL rejeitou, disse em conferência de imprensa o juiz Tong Hio Fong.

“Recebemos uma reclamação da ‘Nova Ideais de Macau’. Eles querem que a CAEAL possa ponderar sobre a alteração da ordem dos seus candidatos, (…) a CAEAL acha que essa reclamação não tem qualquer fundamento legal”, afirmou.

“De acordo com a lei eleitoral (…) já não se podem apresentar novas informações. [Só] quando haja deficiências que precisem de suprimento e a CAEAL solicitar é que se podem apresentar essas informações”, acrescentou o presidente da comissão, explicando que já passou o prazo para fazer alterações.

Liderada pelo candidato Carl Ching, a “Nova Ideais de Macau” tem agora um dia para recorrer da decisão junto do Tribunal de Última Instância (TUI), que por sua vez terá um dia para se pronunciar.

Esta lista está a ser investigada por suspeitas de fraude, num caso de alegado fornecimento de informações falsas na angariação de assinaturas para a constituição de comissões de candidatura, que foi encaminhado pela CAEAL para a polícia.

 Candidato arrependido

Além da reclamação, a CAEAL recebeu um pedido da lista “Linha da Frente dos Trabalhadores dos Casinos”, encabeçada por Chloee Chao, para retirar da lista a número três, Leong Lai Há, que desistiu da candidatura.

Segundo as listas provisórias ontem afixadas, há 192 candidatos pelo sufrágio universal, num total de 25 listas, e 15 candidatos distribuídos por seis listas do sufrágio indirecto, através de associações.

A reclamação apresentada na segunda-feira pela lista “Nova Ideais de Macau” à CAEAL fez adiar a afixação da lista completa das candidaturas admitidas às eleições de Setembro, inicialmente prevista para terça-feira.

As listas definitivas deverão ser publicadas na próxima semana, disse Tong Hio Fong. “Se houver qualquer recurso contencioso temos de aguardar pelos resultados. Se não, penso que na próxima semana já temos uma lista definitiva”, afirmou.

O juiz acrescentou que a CAEAL recebeu cerca de 30 queixas ou denúncias de alegada corrupção e que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) recebeu 35.

28 Jul 2017

GIF | Macau vai manter combate ao branqueamento de capitais

A coordenadora do Gabinete de Informação Financeira chamou ontem os jornalistas para dar conta dos progressos de Macau no combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. A RAEM está a ser boa aluna e promete continuar a esforçar-se

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Informação Financeira (GIF) de Macau reafirmou ontem que vai continuar a trabalhar no combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo para reforçar o bom resultado obtido numa avaliação internacional.

“Nos próximos anos vamos reforçar o trabalho” na prevenção e divulgação junto dos agentes económicos dos riscos nos crimes de branqueamento de capitais e apoio ao terrorismo, tendo em vista a próxima análise do Grupo Ásia-Pacífico contra o Branqueamento de Capitais (APG), disse a coordenadora do GIF, Ng Man Seong.

Daqui a “cinco anos não se tratará de uma nova avaliação, mas sim de um acompanhamento da situação”, sublinhou, num encontro com a comunicação social.

No relatório, aprovado a 19 de julho último, na reunião plenária anual no Sri Lanka, o APG aprovou o documento de avaliação mútua de Macau. De acordo com o texto, citado pelo GIF, “a RAEM obteve um resultado excepcional quer no domínio do cumprimento técnico em termos de conformidade do quadro normativo vigente com os padrões internacionais, quer no domínio da eficácia na implementação das medidas de combate contra o branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e financiamento à proliferação de armas de destruição massiva”.

A responsável sublinhou que um dos instrumentos mais importantes no combate ao branqueamento de capitais, “normalmente um crime transfronteiriço”, foi a revisão da lei de Macau, que passou a punir este tipo de crime autonomamente.

Até aqui, a lei que vigorava fazia depender a acusação no crime de branqueamento de capitais da existência de um crime precedente, o que “implica cooperação internacional”, disse.

“Se vier do estrangeiro, se falha a acusação, não era possível proceder [judicialmente], apesar de se poder saber que o dinheiro não é de fonte limpa”, acrescentou.

A coordenadora do GIF sublinhou que a análise de risco em relação ao crime de branqueamento de capitais na região e em que meios podem acontecer estes crimes foi determinante na avaliação de Macau.

O Governo da RAEM realizou actividades de divulgação, dando a conhecer quais os riscos e apresentou ao APG os resultados de um inquérito feito, entre 2013 e 2015, a sete serviços públicos e mais de mil entidades privadas, incluindo as seis concessionárias do jogo, promotores, entidades financeiras, agências imobiliárias, lojas de penhores, notários, contabilistas, empresas de venda de automóveis, entre outras.

“Não são simples informações, mas dados que nos permitem avaliar quais os casos que apresentam maior risco em transacções de valor elevado, efectuadas por empresas com estruturas mais complexas”, disse.

Assumir responsabilidades

Além da recolha de dados, o inquérito mostrou se estas empresas tomaram medidas de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, acrescentou a responsável, sublinhando que o sector do jogo tem de realizar uma avaliação continuada dos riscos.

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DCIJ) fez já uma revisão das regras e uma avaliação de risco. De acordo com as novas regras, cada estabelecimento comercial também tem de fazer esta avaliação e assumir as suas responsabilidades.

Os resultados obtidos para Macau são “bastante positivos”, em 40 recomendações de itens de avaliação, 37 resultados são satisfatórios, dois em cumprimento parcial e um de não cumprimento, o que significa que ainda “há margem de reforço das medidas”.

Apesar dos riscos existentes em Macau, o Governo tomou medidas eficazes, com um “bom sistema de controlo do risco”, com um regime de fiscalização muito completo em relação ao jogo e legislação adequada, afirmou, citando as conclusões do relatório.

O APG foi criado em 1997 e é um dos membros do organismo internacional contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, o Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).

As 41 regiões que integram o APG são obrigadas a cumprir rigorosamente os padrões definidos pelo GAFI. Em 2001, Macau passou a ser um dos membros do APG.

Esta é o terceiro relatório de avaliação mútua da RAEM pelo APG e Grupo de Supervisores de Centros Financeiros Internacionais (GIFCS). O documento vai ser publicado no final do próximo mês.

28 Jul 2017

Lei de rendas | Sector imobiliário contra alterações propostas

Dizem que o mercado caiu nos últimos dois anos e que o mercado já está a reajustar-se. Pedem ainda que se olhe para outras jurisdições, onde tentativas de controlo do mercado não tiveram sucesso. Os empresários da construção civil não querem a nova lei de rendas

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau pediu ontem à Assembleia Legislativa (AL) que não legisle sobre as rendas antes de fazer “uma consideração rigorosa”.

Citado pelo canal chinês da Rádio Macau, Paulo Tse, director da associação, alegou que, depois da queda dos últimos dois anos dos valores praticados no arrendamento local, o mercado está a ajustar-se. Tse defende ainda que é preciso olhar para “os vários países” que tentaram controlar as rendas para proteger os grupos sociais mais vulneráveis. “Poucos tiveram sucesso com a implementação de tal política”, diz o dirigente.

Mas há outros argumentos. Mak Tong Cheng, membro da associação, considera que o índice de ajustamento de rendas sugerido no projecto de lei em causa “não está muito relacionado com a mudança real nas rendas”. E fala em falta de transparência das estatísticas para avisar que será fácil surgirem “injustiças”.

A associação está também contra o aumento do prazo da denúncia dos contratos, por parte dos proprietários. Os três anos sugeridos são “injustos” para os senhorios e podem ser prejudiciais para quem procura casa, pois os inquilinos serão escolhidos de modo mais exigente, o que levará a uma redução das fracções disponíveis no mercado.

Para os membros da associação, a solução passa pela oferta de habitação pública para os residentes, uma vez que a percentagem de pessoas locais a arrendar casa não é significativa. Quem vive em casa que não é sua, apontam, é sobretudo quem não é de cá: trabalhadores não residentes e estudantes do exterior que, por norma, não ficam mais de três anos.

28 Jul 2017

Pequim e Moscovo prometem coordenação em segurança estratégica

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia concordaram em fortalecer a comunicação e a coordenação durante a 13ª ronda de consultas sobre segurança estratégica realizada em Pequim na quarta-feira.

As consultas foram co-presididas pelo conselheiro de Estado chinês Yang Jiechi e pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev.

Yang elogiou o forte impulso das relações bilaterais como o seu melhor momento da história e pediu que as duas partes elevem ainda mais a confiança e a coordenação estratégicas mútuas, promovam a cooperação em segurança, e reforcem o apoio nos assuntos de interesse fundamental de cada um.

Durante a visita de Estado feita pelo presidente chinês Xi Jinping à Rússia no início deste mês, Xi e seu homólogo russo Vladimir Putin assinaram um comunicado conjunto sobre o aprofundamento da parceria de coordenação estratégica integral entre a China e a Rússia.

“As duas partes devem cumprir o importante consenso alcançado por seus chefes de Estado, promover as relações bilaterais e proteger seus interesses comuns na segurança estratégica”, disse Yang.

“Promover a parceria de coordenação estratégica integral dos dois países é uma prioridade na diplomacia da Rússia”, afirmou Patrushev, que prometeu uma maior cooperação com a China em segurança estratégica e uma maior coordenação nos assuntos internacionais.

As duas partes também concordaram em fortalecer a coordenação para o êxito da 7ª reunião de Altos Representantes dos Assuntos de Segurança do BRICS, que decorre esta sexta-feira em Pequim.

Yang preside à reunião, que acolhe os altos representantes dos assuntos de segurança dos países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), incluindo Patrushev.

28 Jul 2017

Tribunal decide a favor de transexual contra antigo empregador

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês decidiu que um homem transexual foi injustamente despedido pelo antigo empregador, disse ontem o queixoso, no primeiro caso judicial no país sobre discriminação.

O homem de 29 anos, que se identifica apenas como “Senhor C” para proteger a privacidade dos seus pais, disse que um tribunal da província de Guiyang decidiu que os seus direitos laborais foram violados.

O tribunal condenou o antigo empregador do queixoso, a empresa do ramo da saúde Ciming Checkup, a uma multa equivalente a 253 euros.

“Apesar de faltar um pedido formal de desculpa por parte da Ciming, penso que este caso alcançou o seu propósito”, afirmou o Senhor C, citado pela agência Associated Press.

“Nunca foi sobre dinheiro”, acrescentou. “Esperamos que, através deste caso, pessoas em situação semelhante percebam que têm direitos, e esperamos que resulte numa lei contra a discriminação no local de trabalho”.

Abrir caminho

Apesar de continuar a ser relativamente conservadora, a sociedade chinesa, e sobretudo a geração mais jovem, tornou-se nos últimos anos mais tolerante com gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.

Em 2001, a Associação de Psiquiatria da China removeu a homossexualidade da sua lista de perturbações mentais, apesar de o país continuar a não ter leis que protejam os homossexuais ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser ilegal.

Mas a crescente tolerância da sociedade chinesa encorajou alguns membros de minorias sexuais a exigir direitos.

Em 2014, um tribunal de Pequim decidiu que a “terapia de conversão”, que visa alterar as preferências sexuais de gay para hetero, é ilegal.

No inicio deste ano, um tribunal da província de Henan obrigou um hospital psiquiátrico a emitir um pedido de desculpas publico e pagar 375 dólares em compensação, depois de ter forçado um homem gay a submeter-se à “terapia de conversão”.

China repreende Botsuana por receber dalai-lama

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim repreendeu na quarta-feira o Botsuana, que planeia receber no próximo mês o exilado líder tibetano Tenzin Gyatso, 14.º dalai-lama, exortando o país africano a respeitar os “interesses fundamentais” da China.

O dalai-lama deve participar numa conferência em Gaborone, entre 17 e 19 de agosto.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang pediu ao Botsuana que “respeite” a soberania e integridade territorial da China e “tome a decisão certa” sobre a visita do 14.º dalai-lama.

“A China não interfere nos assuntos internos de outros países, mas não irá tolerar que um terceiro país afecte os interesses fundamentais da China”, disse Lu, em conferência de imprensa.

Este mês, o Governo do Botsuana disse que o Presidente do país, Ian Khama, vai reunir-se com Tenzin Gyatso, quando este visitar o país, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros do Botsuana, Pelonomi Venson-Moitoi, não mencionou esta reunião quando na terça-feira referiu a “visita privada” do dalai-lama ao país.

No entanto, o responsável assegurou que Khama “irá demonstrar cortesia” para com o líder religioso e tratá-lo como “um dignitário estrangeiro” durante a visita.

A China é um importante parceiro de Botsuana, onde financiou a construção de fábricas de carvão, estradas, escolas e pontes.

O Governo chinês considera o líder espiritual dos tibetanos “um separatista” e condena os governos estrangeiros que o recebem. O dalai-lama diz querer mais autonomia para o Tibete, não a independência.

28 Jul 2017

Exposição | Albergue SCM apresenta obras de Eugénio Novikoff Sales

 Passou um período da vida em Moçambique e de lá trouxe cores e formas. Eugénio Novikoff Sales é um pintor autodidacta que cruza mundos no trabalho que faz. O Albergue SCM recebe-o na próxima semana

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá marcada para a próxima quarta-feira, dia 2 de Agosto, a exposição “Kiss África – Macau+Lusofonia”, um conjunto de trabalhos recentes de Eugénio Novikoff Sales. As obras podem ser vistas no Albergue SCM, no Bairro de São Lázaro.

De acordo com um comunicado da organização, a mostra integra 14 acrílicos sobre papel de arroz chinês, “com temáticas de um imaginário íntimo, carregado de significantes que se materializam no mundo identitário do artista, pleno de cores vibrantes”.

Eugénio Novikoff Sales, macaense, filho de pai português e de mãe bielorrussa, é um pintor “apaixonado por África”, onde viveu durante alguns anos na sua juventude.

Novikoff Sales expôs individualmente pela primeira vez em 1980, com apenas 20 anos, no Museu Luís de Camões, actual Museu de Arte de Macau. Apesar do seu gosto pela arte se ter manifestado desde cedo, apenas começou a desenhar em 1978, já no território.

Autodidacta confesso, não tem formação artística académica, mas é grande admirador das obras de Picasso, Chagall, Matisse e Cézanne. O pintor assume na sua obra as raízes africanas, pois foi em África que passou uma parte da sua vida, de 1966 a 1975, misturando essa influência com Portugal e Macau.

“Tive a grande sorte de ter passado a minha infância em Moçambique, convivendo desde muito cedo com a arte africana, desde as estátuas até aos tecidos de capulana, cujas cores fortes e temas variáveis me atraíram”, diz o pintor.

A sua obra está representada em colecções de Macau, Hong Kong, China e Portugal. O pintor foi premiado com três medalhas de ouro, em Pequim (2008), Indonésia (2011) e Coreia do Sul (2013). Eugénio Novikoff Sales faz parte de um leque de artistas cujas obras estão patentes num mural na sede do Comité Olímpico Internacional, na Suíça.

A exposição pode ser visitada até ao dia 3 de Setembro. A entrada é livre.

28 Jul 2017

Al-Qaeda anuncia criação de grupo na Caxemira indiana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo radical Al-Qaeda anunciou a criação de um novo grupo ‘jihadista’ na Caxemira indiana, utilizando a imagem de um jovem separatista cuja morte em 2016 motivou protestos nesta região disputada entre a Índia e o Paquistão.

“Um novo movimento da ‘jihad’ foi fundado pelos camaradas do mártir Burhan Wani, sob a liderança do combatente Zakir Musa”, anunciou o gabinete de imprensa da Al-Qaeda para o subcontinente indiano, AQIS, num comunicado no seu canal na rede social Telegram.

Wani, um conhecido comandante da formação separatista de Caxemira Hizbul Mujahidden, morreu há um ano numa operação de tropas indianas, o que desencadeou uma onda de protestos violentos, que se saldaram em mais de 100 mortos e milhares de feridos.

“Após o martírio do heróico combatente Burhan Wani, a ‘jihad’ em Caxemira entrou numa etapa de despertar (…) para expulsar as agressões dos tiranos invasores indianos e, através da ‘jihad’, libertaremos a nossa pátria Caxemira”, explica o grupo terrorista, na nota.

O novo grupo foi baptizado como Ansar Ghazwat-ul-hind e será liderado por Musa.

Cenário de guerra

Caxemira é cenário habitual de ataques de rebeldes contra as tropas indianas e, neste ano, cerca de cem insurgentes e 40 elementos das forças de segurança morreram em confrontos, operações e ações terroristas.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar terroristas que atacam em território indiano com o objetivo de impulsionar o movimento independentista em Caxemira.

Situada aos pés dos Himalaias, Caxemira é a única região indiana com maioria muçulmana e o Paquistão reclama a sua soberania desde a divisão do subcontinente e independência do império britânico em 1947.

As duas nações já se envolveram em várias guerras e conflitos menores no território, separado por uma fronteira provisória que divide Caxemira em dois e que é uma das zonas mais militarizadas do mundo.

28 Jul 2017

Negócios | Lusófonos na Exposição de Franquia de Macau

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]rasil, Moçambique e Portugal vão estar presentes na nona edição da Exposição de Franquia de Macau (MFE), que decorre entre hoje e domingo. “É sinal do crescente interesse dos países lusófonos em Macau, que está a desenvolver o seu papel de plataforma na promoção e diversificação económica com os países de língua portuguesa, sublinhou Irene Lau, do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).

Além da presença lusófona, há mais de 155 expositores da China Continental, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Singapura, Reino Unido, Vietname, Taiwan e Hong Kong. A Finlândia participa pela primeira vez. Em mais de seis mil metros quadrados e sob o lema “Expansão contínua de marcas – Novas oportunidades de negócio à vista”, a Exposição de Franquia de Macau vai apresentar também fóruns, bolsas de contactos e seminários, além de um dia “Startup Launchpad” de partilha de experiências entre casos de êxito e interessados em criar ou desenvolver negócios.

Entre empresas de moda e vestuário, educação, lazer e de apoio ao desenvolvimento empresarial, consultoria e serviços financeiros, a restauração vai estar em destaque, nesta edição, com a “Avenida Gourmet”, que vai promover produtos alimentares de Macau na procura de novos mercados.

Ao mesmo tempo, e pelo segundo ano consecutivo, vai realizar-se a feira dos produtos da província de Guangdong e Macau (GMBPF), o que permite “aumentar a eficácia das bolsas de contactos e criar oportunidades para as empresas do interior da China, Macau e do exterior, disse a responsável do IPIM.

27 Jul 2017

Ambiente | Obras na ETAR de Macau estão prontas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Macau voltou a entrar em funcionamento ontem à tarde, depois de as operações na estrutura terem sido suspensas para a substituição de um colector a jusante da estação.

O plano inicial apontava para três dias de obras, período durante o qual as águas residuais iriam ser despejadas no mar sem qualquer tipo de tratamento. Optou-se, porém, por fazer a intervenção durante a noite, para acelerar o tempo da reparação dos equipamentos danificados.

Num curto comunicado, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) explica que a obra foi concluída com sucesso, acrescentando que, durante o período em que foram feitos os trabalhos, equipas de fiscalização estiveram a monitorizar a qualidade das águas costeiras e as variações do ambiente. A DSPA promete continuar a fiscalização e agradece aos cidadãos a compreensão em relação ao impacto que as obras trouxeram.

A intervenção na ETAR da península suscitou várias dúvidas, com o secretário para os Transportes e Obras Públicas a esclarecer, na semana passada, que o problema tinha de ser resolvido, apesar de a solução ser indesejável. Raimundo do Rosário garantiu que a obra iria ser feita o mais depressa possível, de modo a minimizar as consequências para o ambiente e para os residentes que vivem nas imediações da estação.

27 Jul 2017

Ng Lap Seng | Julgamento na recta final. Defesa tenta arrasar acusação

A acusação pediu a condenação. A defesa tentou convencer o júri de que Ng Lap Seng foi vítima de extorsão. Estão feitas as alegações finais do processo que tem como único arguido o empresário de Macau e que envolve diplomatas das Nações Unidas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] acusação do processo que tem Ng Lap Seng como arguido instou esta semana o júri do tribunal federal de Manhattan a condenar o empresário. O milionário responde por crimes de corrupção, por ter alegadamente subornado dois diplomatas das Nações Unidas de modo a reunir apoio para a construção de um centro de convenções da ONU em Macau. Já a defesa considera que o caso é “um zero à esquerda”, relata a AP.

“O arguido Ng Lap Seng corrompeu as Nações Unidas”, disse a procuradora-adjunta Janis Echenberg durante as alegações finais. A magistrada vincou que o empresário, de 69 anos, deu milhões de dólares a dois embaixadores da ONU, durante um período de cinco anos, para que os diplomatas o ajudassem a garantir a construção em Macau do que seria a “Genebra da Ásia”. O complexo iria receber milhares de pessoas que gastariam dinheiro no hotel, na marina, no condomínio, no heliporto e no centro comercial do empresário de Macau, apontou.

Janis Echenberg afirmou também que o projecto iria dar a Ng Lap Seng e à sua família “fama e mais fortuna”. “Tijolo a tijolo, suborno a suborno, o arguido construir o caminho que julgou que seria o do seu legado”, acrescentou.

Já o advogado de defesa, Tai Park, considerou a acusação “francamente absurda”. “É um zero à esquerda”, atirou. O causídico releu partes de um relatório de um grupo de trabalho das Nações Unidas para tentar demonstrar que não existem regras ou interdições às parcerias público-privadas que Ng Lap Seng criou com as Nações Unidas e os seus diplomatas, com vista à construção do centro na RAEM.

O peso da testemunha

Tai Park reiterou as acusações deixadas durante o julgamento aos embaixadores envolvidos no caso – o antigo presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe e o diplomata dominicano Francis Lorenzo –, dizendo que abusaram da relação que mantinham com o empresário de Macau.

“Ng Lap Seng atirou literalmente o dinheiro dele em todas as direcções, conforme lhe foi pedido”, sublinhou o defensor.

Ashe, que morreu no ano passado vítima de um acidente em casa, pediu ajuda a Ng Lap Seng, em 2014, ao solicitar um donativo de 200 mil dólares norte-americanos para pagar um concerto, depois de a pessoa que ia financiar o evento ter recuado, exemplificou Tai Park.

Quanto ao salário mensal de 20 mil dólares pago a Lorenzo enquanto presidente de uma publicação do grupo de Ng Lap Seng, destinava-se a desenvolver trabalho que iria beneficiar nações em desenvolvimento, assegurou o advogado.

No que toca ao diplomata dominicano, Janis Echenberg contra-argumentou, apontando que, se houvesse dúvidas sobre a natureza dos pagamentos feitos por Ng a Lorenzo, teriam ficado desfeitas em Dezembro de 2012, quando prometeu ao diplomata mais 30 mil dólares por mês para garantir a construção do centro de convenções.

A magistrada disse ainda que o testemunho do diplomata da República Dominicana durante o julgamento foi tão prejudicial para o arguido que a defesa passou seis dias a contra-interrogá-lo. “Sabe-se que é culpado apenas pelo depoimento do embaixador Lorenzo.”

Francis Lorenzo aceitou a transacção de culpa que lhe foi proposta. Antes do início do julgamento, também Ng Lap Seng foi, por duas vezes, convidado a admitir que cometeu os crimes mas, de ambas as vezes, recusou a oferta da acusação, jurando que é inocente.

Sarampo | Serviços de Saúde adoptam medidas excepcionais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s bebés entre os nove e os 12 meses podem, a partir de agora, serem vacinados contra o sarampo. Por norma, a imunização para esta doença só se faz ao primeiro ano de vida. No entanto, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) decidiram adoptar medidas temporárias como forma de evitar um surto epidémico da doença. Esta semana, surgiu mais um caso de sarampo numa criança que ainda não tinha sido vacinada, por ainda não ter idade para tal. Contraiu a doença depois de ter estado em contacto com uma prima, que também ainda não tem 12 meses. Tendo em conta estes dois casos, os SSM disponibilizam uma vacinação extra, sendo que a medida temporária vai estar em vigor durante um ano. Após receberem esta vacina, os bebés terão ainda de receber as duas doses habituais, aos 12 e aos 18 meses. Em comunicado, os Serviços de Saúde explicam que um dos bebés com sarampo já recuperou e teve alta hospitalar; o outro ainda está internado, mas o seu estado de saúde é estável.

Aviação | AirAsia lança voo directo para Jacarta

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] partir do próximo dia 7, já é possível viajar pela AirAsia de Macau para Jacarta. A nova rota permitirá ainda aos residentes de Macau apanharem voos para vários destinos na Indonésia, operados pela empresa. A AirAsia foi a primeira companhia aérea de baixo custo a estabelecer-se em Macau, em 2004. Desde então, passou a operar cinco rotas, através dos aviões de três empresas pertencentes ao grupo, com 58 voos semanais a aterrarem em Macau. De acordo com os números oficiais da transportadora, nos últimos 13 anos foram transportados mais de oito milhões de passageiros. Em comunicado, a companhia aérea diz esperar oferecer um novo destino aos residentes, mas também trazer mais passageiros para Macau.

Viagens | Titulares do passaporte da RAEM com vida mais fácil

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) deu ontem conta de novas facilidades concedidas aos titulares de passaportes da RAEM na entrada no Sri Lanka e no Tajiquistão. Em relação ao primeiro destino, quem se deslocar em turismo ou em viagens de negócios pode pedir, antes de partir, a “Electronic Travel Authority” (ETA). Caso a autorização seja concedida, poderá permanecer no Sri Lanka por um período máximo de 30 dias. Os vistos estão também disponíveis à chegada, nos aeroportos de Colombo e de Hambantota, mas a DSI recomenda o recurso a ETA, para evitar imprevistos. Quanto ao Tajiquistão, passa a ser possível obter um visto electrónico antes de embarcar, sendo válido por 45 dias. O passaporte da RAEM permite viajar para 134 países e territórios sem que seja necessário visto ou com a obtenção do documento à chegada. No que diz respeito aos vistos online ou electrónicos, o documento permite tratar das formalidades em relação a 12 países.

27 Jul 2017

Pequim funda agência de investigação militar de alta tecnologia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China fundou uma agência de investigação militar de alta tecnologia, inspirada no Pentágono dos Estados Unidos, para desenvolver equipamento de última geração, avançou ontem a televisão estatal CCTV.

O Comité de Gestão da Investigação Militar foi criado no início do ano e responde diretamente à Comissão Militar Central, o braço político do exército chinês, liderado pelo Presidente da China, Xi Jinping.

O novo organismo visa competir com a Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa dos EUA (DARPA, na sigla em inglês), criadora da Internet ou do sistema GPS.

“A Internet, os sistemas de posicionamento global, caças furtivos, armas eletromagnéticas ou a lazer e outras tecnologias avançadas, estão quase todas vinculadas à DARPA”, explica uma reportagem difundida pela CCTV.

“No mundo actual, a inovação tecnológica converteu-se num elemento central”, acrescenta. “Para conseguir uma vantagem competitiva no âmbito militar, devemos esforçar-nos por promover a investigação científica”.

Historial de reformas

Numa longa reportagem, o programa refere as reformas empreendidas pelo Partido Comunista Chinês, incluindo a reforma de Exército de Libertação Popular, o ambicioso programa de modernização das Forças Armadas do país.

Com a reforma lançada por Xi, o Governo chinês espera eliminar o caráter soviético do seu exército, tornando-o mais ligeiro, rápido e funcional, enquanto moderniza as forças navais, numa altura em que a China reforça a sua presença militar em águas disputadas no Mar do Sul da China.

Em Março passado, a China anunciou a entrada em operação do caça furtivo de quinta geração J-20, o seu modelo mais avançado de aviação, convertendo-se no terceiro país dotado com este equipamento, a seguir aos EUA e Rússia.

Este mês, A China enviou soldados para a sua primeira base militar além-fronteiras em seis décadas, no Djibuti, sugerindo uma mudança na sua estratégia para África, onde nos últimos anos tem reforçado a sua influência.

China opõe-se a novas sanções dos EUA contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem opor-se à nova ronda de sanções contra a Coreia do Norte aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, afirmando que esta não “conduz à confiança mútua ou cooperação” entre Pequim e Washington.

“A China sempre se opôs a sanções unilaterais fora do âmbito do Conselho de Segurança da ONU e especialmente a que outros países imponham a sua jurisdição a empresas e cidadãos chineses”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang.

As novas sanções poderão afectar firmas de terceiros países que fazem negócios com a Coreia do Norte. A China é o principal parceiro comercial do país governado por Kim Jong-un.

O porta-voz afirmou que a China “sempre aplicou estritamente as resoluções [das Nações Unidas] contra a Coreia do Norte” e que, face a suspeitas de violação das sanções por parte de firmas chinesas, iniciaria investigação “de acordo com a lei” chinesa.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na terça-feira novas sanções contra a Coreia do Norte, Irão e Rússia e limitou a capacidade do Governo de Donald Trump para pôr fim a estas sanções, face à intenção do líder norte-americano de relaxar a política para Moscovo.

As sanções chegam numa semana em que se prevê que a Coreia do Norte volte a desafiar a comunidade internacional com novos testes de mísseis balísticos, aos quais Pequim se opõe.

“Opomo-nos firmemente a qualquer palavra ou ação que possa elevar a tensão”, afirmou Lu Kang.

Xangai | Vaga de calor faz quatro mortos

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram em Xangai, capital económica da China, devido a uma vaga de calor que elevou as temperaturas para o valor mais alto dos últimos 145 anos na cidade, informaram ontem as autoridades.

Na terça-feira, a cidade emitiu o terceiro alerta máximo do ano por altas temperaturas, depois de o termómetro alcançar os 40,5 graus.

Na passada sexta-feira os termómetros atingiram 40,9 graus, o número mais alto desde que há quase um século e meio se começaram a fazer registos. Altos níveis de humidade e poluição fazem com que a sensação térmica seja de cerca de 50 graus.

Segundo o jornal Shanghai Daily, o calor causou a morte de quatro pessoas, enquanto dezenas de outras, muitos idosos, foram internados no hospital com insolações e outras patologias.

A insolação pode resultar em perda de consciência, falhas no organismo, insuficiência cardíaca ou respiratória, ou um edema pulmonar ou cerebral.

Os mortos eram pessoas de idade avançada que se encontravam na rua ou em casas sem sistema de ar condicionado.

Segundo as indicações meteorológicas, as temperaturas começaram ontem a baixar.

27 Jul 2017

Portugal arranca ligação directa à China

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á aterrou em Lisboa a primeira ligação directa entre Portugal e China. Ontem de manhã, pelas 7h30, o primeiro voo desta rota, operado pela companhia aérea chinesa Beijing Capital Airlines, chegou ao Aeroporto Humberto Delgado, depois de uma viagem de 13 horas e com uma taxa de ocupação praticamente lotada. É o início de uma rota que, nos próximos anos, poderá trazer a Portugal um milhão de turistas chineses.

A rota directa Portugal-China, que faz a ligação entre Lisboa e Hangzhou, passando por Pequim, terá três frequências por semana, até ao final do Verão. A partir do Inverno, a Beijing Capital Airlines passa a operar mais uma frequência. Os primeiros quatro voos directos da China para Portugal estão já “praticamente esgotados”, enquanto, no sentido inverso, a taxa de ocupação ronda os 75%, adiantou à Lusa a companhia aérea chinesa.

Para os próximos tempos, disse António Costa durante o evento de apresentação desta ligação, o objetivo é continuar a reforçar estas frequências ou mesmo ligar a China a outras cidades. “Quem sabe, poderá haver a abertura para outras cidades portuguesas, nomeadamente o Porto”, disse o primeiro-ministro na altura.

Comissão de boas-vindas

A  aterragem contou com a presença do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, que salientou o momento histórico. “Este é o verdadeiro lançamento da nova rota aérea da seda do século XXI. É um grande feito para Portugal a concretização desta ligação”, disse o ministro, citado pela Lusa.

“O potencial [destas ligações] é muito importante do ponto de vista turístico, mas também económico. Significa muito mais oportunidades para as empresas portuguesas se aproximarem do mercado chineses, no reforço das relações económicas com empresas chinesas e reforço do potencial das relações políticas entre os países”, acrescentou.

Um milhão de turistas chineses? “Podemos ser ambiciosos”

A nova ligação abre portas ao maior mercado emissor de turistas do mundo e, por isso mesmo, os objetivos são ambiciosos. Portugal recebeu, no ano passado, 183 mil turistas chineses, um aumento de 19% face a 2015. E o número de turistas vindos da China continua a aumentar: entre janeiro e abril, 68 mil vieram a Portugal, uma subida homóloga de 28%. A manter-se este ritmo, a marca “um milhão” pode ser alcançada num futuro não muito distante.

“Se tivermos aumentos de 35% ao ano, podemos rapidamente ser ambiciosos”, disse à Lusa o embaixador português em Pequim, Jorge Torres-Pereira, fixando o objetivo de chegar a um milhão de turistas chineses por ano.

“Não há dúvida de que entramos no radar do investimento chinês e, para usar uma expressão britânica, o céu é o limite”, disse ainda o diplomata.

Economia online

27 Jul 2017

Cinco estrelas Macau Roosevelt Hotel inaugurado

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo cinco estrelas inspirado no Hotel Roosevelt, em Hollywood, foi inaugurado ontem em Macau.

O Macau Roosevelt Hotel conta com 380 quartos e casino, uma vez que as mesas de jogo que estavam em operação no Macau Jockey Club, ao abrigo da licença da Sociedade de Jogos de Macau, foram relocalizadas para o empreendimento, informou a Rádio Macau.

Na cerimónia de inauguração, o presidente da empresa, Mike Lam, referiu a aposta feita no design do projecto.

Há um ano, o representante do grupo investidor Aaron Iu disse à imprensa que o hotel localizado junto ao Jockey Club, na ilha da Taipa, iria abrir sem componente de jogo.

Em Outubro de 2013, o projecto foi apresentado como um hotel com “um toque moderno do ‘glamour’ de Hollywood e um ‘twist’ no design retro dos anos 1950”. À época, o projecto incluía 373 quartos e quatro ‘villas’ e reservava uma área de jogo com mais de 5.000 metros quadrados.

“O conceito não é exactamente o mesmo do hotel de Hollywood, onde foi construído o primeiro. Este combina as tradições de Macau e as de Hollywood”, afirmou mais tarde, em 2016, Aaron Iu.

Música | Chico Buarque tem novo álbum

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] músico brasileiro Chico Buarque editará em Agosto o álbum “Caravanas”, mas na sexta-feira é revelado um primeiro tema, “Tua cantiga”, nas plataformas digitais, anunciou a editora Biscoito Fino. Chico Buarque, 73 anos, já não lançava um álbum de originais desde 2011, quando saiu “Chico”. “Caravanas” será o 23.º álbum de estúdio e conta com nove temas, entre os quais “Tua cantiga”, com letra de Chico Buarque e melodia do pianista Cristóvão Bastos. “Caravanas” foi produzido por Vinícius França e tem arranjos do maestro e violonista Luiz Cláudio Ramos, com quem Chico Buarque trabalha há mais de 30 anos. A pensar na divulgação do álbum na Internet – tal como aconteceu com “Chico” (2011) -, a equipa que faz a promoção do artista criou um perfil na rede social Instagram. É nesta rede social, com mais de 42 mil seguidores conquistados em cinco dias, que se revela que “Chico tem ido ao estúdio pelo menos uma vez por semana para dar os retoques finais nas sete músicas inéditas e duas canções já conhecidas, de sua autoria, embora nunca gravadas”.

Transferências | Renato Sanches mais próximo do Milan

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o L`Équipe, Renato Sanches estará próximo de abandonar o Bayern Munique para ingressar nos italianos do Milan. Depois de uma primeira época complicada ao serviço dos bávaros, o ex-jogador do Benfica será contratado por cerca de 40 milhões de euros e assinará um contrato de quatro anos com o clube de André Silva. O próprio jogador admitiu o cenário de mudança após o jogo frente ao Chelsea, que se realizou na terça-feira na China. «O Milan é uma opção interessante e gosto dessa possibilidade, porque sei que terei oportunidade de jogar regularmente.» De recordar que o jogador de 19 anos foi contratado no Verão de 2016 ao Benfica, a troco de 35 milhões de euros.

China | Dez clubes liquidam dívidas

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ez clubes do campeonato chinês de futebol anunciaram ontem a liquidação de dívidas de pagamento de salários e taxas de transferências, depois da Confederação Asiática (AFC) atribuir um prazo de cumprimento, sob pena de exclusão das competições continentais. Os clubes chineses em questão foram advertidos para que, caso a situação financeira não fosse cumprida, tendo como data limite o dia 15 de agosto, enfrentariam partidas de suspensão, não só a nível continental, mas também na ‘Chinese Super League’. Apenas três em 16 clubes da primeira divisão chinesa ficaram de fora da advertência da AFC. O Guangzhou Evergrande afirmou ter resolvido as suas dívidas em Dezembro de 2016 e em Janeiro de 2017, tal como o Shanghai SIPG, equipa treinada pelo português André Villas-Boas, que também assegurou ter tudo em ordem. O Shenhua, outro clube de Xangai, disse ter pago “90%” dos valores reclamados pela AFC.

27 Jul 2017

Wynn Macau | Lucros da operadora sobem 57,5%

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s lucros da operadora de jogo Wynn Macau subiram 57,5% para 102,6 milhões de dólares (88,1 milhões de euros), no segundo trimestre de 2017, comparativamente a igual período do ano passado (65,1 milhões de dólares ou 55,9 milhões de euros).

De acordo com um comunicado enviado ontem à bolsa de Hong Kong, no segundo trimestre de 2017 a Wynn Macau, umas das seis operadoras de jogo da região, registou receitas totais de 1.097,3 milhões de dólares entre Março e Junho, mais 71,6 % do que os 639,3 milhões de dólares em igual período do ano passado.

Do total, 1.024,7 milhões de dólares correspondem a receitas dos casinos, ou mais 68,4% comparando com o segundo trimestre do ano passado.

A Wynn, que tem dois empreendimentos no território: o Wynn Macau, no centro da cidade em funcionamento desde 2006 e o Wynn Palace, a mais recente propriedade do grupo que abriu a 22 de agosto no Cotai, a ‘strip’ de casinos da cidade.

Segundo o comunicado, a Wynn Resorts, que inclui as operações em Las Vegas, nos Estados Unidos, registou receitas de 1.530 milhões de dólares, ou mais 44,5% em relação às receitas de 1.060 milhões de dólares auferidas entre Março e Junho de 2016.

O aumento das receitas foi justificado com os 414,7 milhões de dólares gerados pelo Wynn Palace e com os aumentos de 43,4 milhões de dólares  e de 12,9 milhões de dólares da Wynn Macau e das operações do grupo em Las Vegas, respectivamente.

O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) do grupo foi de 430 milhões de dólares, mais 37,5% do que no segundo trimestre de 2016.

Macau, que figura como a capital mundial do jogo, é o único local na China onde o jogo em casino é legal.

Os casinos de Macau fecharam o mês de Junho com receitas de 19.994 milhões de patacas, um aumento de 25,9% face ao período homólogo do ano passado, segundo dados oficiais.

Em 2017, as receitas mensais do jogo cresceram sempre a dois dígitos em termos homólogos, à excepção do primeiro mês do ano (+3,1%), mas acima dos 20% só em Maio (23,7%) e em Junho (25,9%).

27 Jul 2017

Deputados contestam críticas a lei das rendas

O projecto ainda não foi aprovado na Assembleia Legislativa, mas está a ser recebido com reticências pelo sector imobiliário. Song Pek Kei garante que o texto foi bem trabalhado e Ng Kuok Cheong recorda que há tempo para compreender as alterações até à entrada em vigor das novas normas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] assunto foi amplamente debatido em sede de comissão e foi objecto de uma ampla consulta pública, com recolha de opiniões junto de vários sectores da sociedade. São estes os argumentos da deputada Song Pek Kei para rebater a contestação ao projecto de lei que visa introduzir alterações ao regime jurídico do arrendamento no Código Civil.

A deputada não concorda com a acusação que tem sido feita pelo sector imobiliário, que fala em “preparação insuficiente” para as modificações à legislação. Em declarações ao Jornal do Cidadão, recorda que a actual legislatura está quase a chegar ao fim e diz não querer sequer imaginar “o impacto para a população” caso o projecto de lei seja abandonado.

Song Pek Kei acredita que a sociedade sairá beneficiada da alteração à chamada lei das rendas, acrescentando que talvez parte da população não esteja suficientemente elucidada sobre o que se pretende fazer. Neste contexto, vinca que a proibição de denúncia unilateral dos contratos, no prazo de três anos, não significa a impossibilidade de fazer contratos mais curtos: aumentam-se, isso sim, as garantias dadas aos inquilinos que pretenderem ficar três anos na mesma casa.

Quanto ao mecanismo de ajustamento das rendas, uma hipótese que será concedida ao Chefe do Executivo, a deputada defende a opção explicando que é um direito e um dever do Governo poder garantir o desenvolvimento saudável do mercado. A liberdade de negociação entre inquilinos e arrendatários não está a ser colocada em causa, vinca, pretendendo-se apenas evitar aumentos sem fundamento.

Ao mesmo jornal, Ng Kuok Cheong afasta também a possibilidade de deixar para a próxima legislatura a apreciação do projecto de lei, por entender que não existe tal necessidade. Para o pró-democrata, só quando um articulado é “muito mau” é que deve ser abandonado, o que não se aplica ao caso em questão.

O deputado salienta que a lei só entrará em vigor meio ano após a aprovação, o que faz com que o Governo tenha tempo para a sua divulgação, tentando assim afastar receios de que não seja compreendida pela população.

Mais casas disponíveis

Em defesa da nova lei de rendas saiu também o vice-presidente da Associação Aliança de Povo de Instituição de Macau, movimento ligado aos deputados Chan Meng Kam, Si Ka Lon e Song Pek Kei. Chan Tak Seng não só considera que a alteração legislativa trará vantagens em termos gerais, como ajudará a combater o fenómeno das pensões ilegais.

Num texto que fez publicar no Jornal do Cidadão, Chan refere que grande parte dos contratos de arrendamento não foi comunicada ao Governo, o que faz com que as autoridades não tenham percepção da situação real do mercado. O vice-presidente explica que, com o valor das rendas a aumentar, há vários proprietários quer preferem deixar as casas vazias, com receio de que as fracções sejam utilizadas para alojamento ilegal.

Chan Tak Seng recorda ainda que é a própria Direcção dos Serviços de Turismo que reconhece a dificuldade no combate a este tipo de ilegalidade. Como as alterações propostas prevêem o reconhecimento das assinaturas dos contratos, o dirigente associativo acredita que isso irá contribuir para que os senhorios arrendem mais facilmente as casas.

26 Jul 2017

Aviação | Voo Capital Airlines em Macau para ligação Pequim-Lisboa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] voo inaugural entre Pequim e Macau da Capital Airlines, para coincidir com a nova ligação da transportadora chinesa a Lisboa, aterrou ontem no aeroporto internacional do território.

A nova rota da transportadora Beijing Capital Airlines vai ser assegurada por quatro voos semanais entre a Macau e a capital chinesa, para coincidir com a ligação a Lisboa e servir também os cerca de 15 mil portugueses que vivem no território, de acordo com um comunicado da Companhia do Aeroporto de Macau (CAM).

Os voos entre Macau e Pequim vão efectuar-se à segunda, terça, quinta-feira e sábado. Ao todo e desde ontem, 25 voos semanais vão ligar a RAEM a Pequim, acrescentou o comunicado.

A nova ligação directa entre Pequim e Lisboa, também da Capital Airlines, terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim. O voo arranca hoje.

A ligação entre Pequim e Lisboa demorará cerca de 13 horas e, no sentido inverso, demorará 12 horas. A actual ligação mais rápida entre a capital dos dois países demora 14 horas, com escala em Frankfurt, na Alemanha.

Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183 mil, e deverá aumentar “exponencialmente” com a abertura da ligação directa, afirmou, em Abril passado, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China Continental, em 2016, num aumento de 12,5 por cento em relação ao ano anterior.

A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, accionista da TAP, através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.

26 Jul 2017

Saúde | Serviços de Lei Chin Ion apelam à vacinação

Desde 2014 que a doença está oficialmente erradicada, mas há mais um caso de sarampo confirmado a preocupar as autoridades. É importante vacinar as crianças, recordam os Serviços de Saúde, para proteger aquelas que ainda não têm idade para ser imunizadas

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] preciso prestar mais atenção à prevenção. O conselho é deixado pelos Serviços de Saúde de Macau (SSM), que confirmaram na passada segunda-feira mais um caso de sarampo. Numa nota de imprensa publicada ontem, os SSM explicam que a criança infectada tem 11 meses. No passado dia 18, teve os primeiros sintomas – febre e tosse –, estando actualmente internada no Hospital Kiang Wu, a receber tratamento em regime de isolamento.

Na segunda-feira, as análises feitas no Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde confirmaram que se trata de sarampo. O bebé ainda não tinha sido imunizado por não ter idade suficiente para a administração da primeira dose da vacina.

Os SSM contam que, antes da manifestação de sintomas, o doente teve contacto com uma prima, que já se encontrava doente, embora ainda não diagnosticada com sarampo. No período de incubação, o bebé viajou, mas atendendo ao facto de a prima estar doente e ao tempo de manifestação dos sintomas, o caso foi classificado como sendo uma infecção local. O doente encontra-se estável, não havendo complicações graves, indica a direcção de serviços liderada por Lei Chin Ion.

Está a ser feito agora o rastreio do estado de saúde de mais 12 crianças que partilharam a sala de espera com o bebé, enquanto o paciente aguardava para ser atendido. Todas estas crianças não tinham sido igualmente vacinadas por não terem idade para tal. A primeira dose é ao ano de idade e a segunda aos 18 meses.

Por exigência dos SSM, estas crianças não vão às escolas que frequentam por um período de três semanas, a contar do dia de contacto com o paciente, de modo a evitar o contágio caso alguma delas venha a ter sarampo. Neste momento, nenhum destes bebés apresenta sintomas.

Vias de transmissão

Osarampo é uma doença transmissível aguda por tracto respiratório. As vias de transmissão são as gotículas de saliva expelidas; todavia, a doença pode ser contraída por contacto directo com as secreções infectadas e objectos contaminados de doentes. De um modo geral, o período de incubação é de sete a 18 dias, podendo chegar aos 21 dias. O período de transmissão varia de três dias a uma semana depois do aparecimento de exantema.

Em 2014, Macau obteve a certificação da Organização Mundial de Saúde, passando a fazer parte dos primeiros quatro países e regiões da região do Pacífico Ocidental que erradicaram o sarampo. A erradicação não significa a inexistência de casos, explicam os SSM, mas sim que não há transmissão sustentada.

Para proteger a saúde das crianças, os Serviços de Saúde pedem aos pais que cumpram o programa de vacinação. Recorda-se também que o sarampo é uma doença de declaração obrigatória.

Hepatite B | Macau sem problemas

 

Os Serviços de Saúde de Macau vieram ontem assegurar que existem vacinas suficientes contra a Hepatite B para a população residente. A garantia foi deixada na sequência de problemas com a produção deste tipo de fármaco, que estão a ter repercussões em vários pontos do mundo. No território, há escassez no stock do mercado privado, mas não nos serviços de saúde públicos.

A vacina contra a hepatite B foi incluída no programa de vacinação local há já muitos anos, pelo que a quantidade de vacinas adquiridas é suficiente para garantir a imunização de recém-nascidos, de crianças e de grupos de alto risco. De acordo com os profissionais de saúde, sublinham os SSM, para já a quantidade do stock da vacina em causa é “normal”. Foi ainda obtida a garantia por parte do fornecedor quanto ao fornecimento normal da vacina aos Serviços de Saúde, acrescenta-se em comunicado.

As vacinas são gratuitas apenas para os residentes de Macau. Existe “uma quantidade muito limitada de residentes não locais que podem pedir vacinação por conta própria”, mas “outros pedidos não são atendidos”. Os viajantes podem pedir vacinação, mas é limitada às vacinas de necessidade urgente, tal como a vacina contra o tétano após lesões, sendo por conta do próprio viajante, referem os SSM.

Com base nos dados demográficos disponíveis, como o número de nascimentos, as autoridades fazem uma ordem de compra prévia de vacinas para os dois anos seguintes. Actualmente, são administradas anualmente mais de 20 mil doses da vacina contra a hepatite B.

Para assegurar as necessidades dos residentes de Macau, os Serviços de Saúde deram indicações a todas as unidades de vacinação, incluindo o Hospital Kiang Wu e a Clínica dos Operários, que as vacinas fornecidas no programa de vacinação local só podem ser administradas a residentes. Os pedidos feitos por não residentes não poderão ser, deste modo, atendidos.

26 Jul 2017

China | Favorito à sucessão investigado por corrupção

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário do Partido Comunista da China (PCC) na cidade central de Chongqing e ex-ministro, Sun Zhengcai, visto como um dos possíveis sucessores do Presidente chinês, Xi Jinping, vai ser investigado por corrupção, revelou ontem o partido.

Membro do Politburo do PCC, o poderoso grupo de 25 membros que dirige os desígnios do partido, Sun foi acusado de “graves violações de disciplina”, eufemismo com o qual se alude no partido a presumíveis práticas de corrupção. Esta é a primeira investigação interna contra um membro do Politburo em cinco anos.

O político, ministro da Agricultura entre 2006 e 2009, foi afastado de surpresa do seu cargo em Chongqing no passado dia 15 de Julho, tendo sido substituído por Chen Miner, ex-chefe de propaganda do Presidente Xi Jinping.

Sun tem 53 anos e é um dos membros mais jovens do Politburo, pelo que se situava entre os grandes favoritos a ascender a cargos de relevância no Estado, que o partido prepara para Outubro ou Novembro próximos.

Será nessa altura celebrado o XIX Congresso do PCC, no qual se prevê que sejam nomeados novos líderes para vários organismos de poder, no período determinante que antecede a sucessão de Xi Jinping à frente do partido e do Governo, prevista para 2022-23.

Ainda que o perfil autoritário e personalista do Governo de Xi Jinping tenha demovido grande parte dos analistas a fazer demasiadas especulações sobre a renovação política na China, dois nomes têm aparecido com frequências entre os favoritos: o de Hu Chunhua, líder do PCC na província de Cantão e o de Sun, agora descartado.

Sun liderava a política da cidade de Chongqing, uma das maiores do país, desde 2012, quando um dos seus antecessores no cargo, Bo Xilai, foi implicado num escândalo de corrupção e assassinato que lhe custou uma condenação a prisão perpétua.

Sun Zhengcai havia sido nomeado ao cargo em Chongquing para limpar a cidade após o mandato de Bo Xilai. Mas em Fevereiro inspectores do Partido reprovaram a sua falta de resultados, primeiro sinal de sua queda.

26 Jul 2017

FMI | Sede pode mudar-se para a China daqui a dez anos

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) poderá ser transferida para a China daqui a dez anos, reflectindo o crescente poder económico do país, declarou ontem Christine Lagarde, directora-geral da instituição.

“Se estivéssemos a ter esta conversa daqui a dez anos, poderíamos não estar sentados em Washington. Estaríamos na nossa sede central em Pequim”, afirmou Lagarde, numa conferência no centro de estudos Center for Global Development, na capital dos Estados Unidos.

Lagarde afirmou que a mudança é “uma possibilidade”, já que os estatutos do FMI referem que a sede da instituição deve estar instalada na maior economia do mundo. No entanto, a francesa afirmou que para que isso aconteça, a China deve cumprir “os compromissos” de abertura e maior transparência do seu sistema financeiro.

A sede do FMI, organismo criado em 1944, encontra-se desde a fundação em Washington. Os Estados Unidos contam actualmente com a maior percentagem de votos na instituição, o que implica o direito de veto.

O crescente peso das economias emergentes, sobretudo da China, aumentou a pressão sobre o FMI para que dê mais voz a estes países, como reconhecimento da sua cada vez maior influência global.

A China é a segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos, e nas últimas três décadas cresceu a um ritmo de quase 10% ao ano, num “milagre” sem precedentes na História moderna. Os economistas esperam que o Produto Interno Bruto chinês supere o dos Estados Unidos ao longo da próxima década.

Em outubro passado, a moeda chinesa, o renminbi, aderiu formalmente ao cabaz de moedas do FMI, um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países-membros.

Motor para o mundo

Por outro lado, “o crescimento da China continuará a ser um dos principais motores para uma recuperação firme da economia mundial”, disse na segunda-feira o economista-chefe do FMI. Maurice Obstfeld, conselheiro económico e director de pesquisa do FMI, fez os comentários quando o FMI reviu as previsões de crescimento da China de 2017 e 2018 para 6,7% e 6,4%, respectivamente.

O relatório actualizado da Perspectiva Económica Mundial, publicada na segunda-feira em Kuala Lumpur, capital da Malásia, que veio dias depois da China ter divulgado o seu desempenho do segundo trimestre mais forte do que o esperado, foi uma reflexão do primeiro trimestre sólido, apoiado pelo alívio político anterior e reformas no lado da oferta, incluindo os esforços para reduzir o excesso de capacidade no sector industrial, referiu o FMI.

“Observamos um crescimento muito forte e, especialmente, maior que nossa actualização, o número do segundo trimestre de 6,9% também supera as expectativas. Claramente o crescimento está a avançar”, assinalou Obstfeld.

“O forte crescimento chinês impulsiona o crescimento, particularmente na região asiática, mas também em todo o mundo”, referiu, notando que a China é um grande contribuinte para o crescimento geral e tem um efeito de arrasto muito extenso na economia mundial.

“É muito significativo para a economia mundial que a China não apenas cresça com uma taxa forte, como também cresça de forma estável, de forma confiável sem grandes flutuações”, destacou Obstfeld.

O economista expressou as preocupações do FMI com o crescimento impulsionado por crédito da China e algumas vulnerabilidades nos seus sistemas financeiros que podem desacelerar o crescimento, mas também apontou que o governo chinês reconheceu claramente essas questões e tomou acções concretas. A recente coordenação intensificada entre o Banco Popular da China e o Conselho de Estado na supervisão financeira “é um grande avanço” que levará a uma supervisão mais efectiva dos mercados financeiros, acrescentou.

26 Jul 2017

Hong Kong | Governo quer polícias chineses em nova estação ferroviária

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Hong Kong propôs ontem a presença de polícias chineses numa zona especial da nova estação ferroviária, que vai ligar o território à rede ferroviária da China, para as formalidades de imigração.

Este novo projeto ferroviário vai permitir ligar, a partir do próximo ano, a estação de West Kowloon, na península de Kowloon, à cidade chinesa de Cantão, a 80 quilómetros, e à rede ferroviária continental.

Várias outras ligações existem já entre a Região Administrativa Especial de Hong Kong e a China continental, mas os controlos chineses são todos efectuados do lado chinês da fronteira.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que as novas disposições não eram contrárias à Lei Básica da RAEHK.

“A verdadeira questão é encontrar os meios legais para facilitar a vida da população de Hong Kong”, disse Lam aos jornalistas.

A Lei Básica, “Constituição” da Região Administrativa Especial, estipula que as forças de segurança chinesas não têm o direito de intervir em Hong Kong, que possui a sua própria polícia.

Precedente de risco

Priscilla Leung, eleita pró-Pequim do Conselho Legislativo (LegCo), lembrou que este tipo de zona de imigração conjunta existe já em vários países, e que Hong Kong iria “arrendar” à China uma parte do terminal ferroviário.

“Fora daquela zona, as leis de Hong Kong estarão em vigor para todos”, disse.

O princípio “um País, dois Sistemas” definiu para Hong Kong, depois da transferência de soberania em 1997 do Reino Unido para a China, um regime de semi-autonomia, em vigor teoricamente até 2047.

Martin Lee, fundador do Partido Democrático de Hong Kong e que participou na redação da Lei Básica na década de 1980, considerou que esta disposição ia ser “um precedente perigoso”.

Eleita pela oposição, Claudia Mo acusou o Executivo de Lam de querer aprovar este projeto para que a população da ex-colónia britânica “se sinta mais próxima da China, potência soberana”.

Este plano deverá ser ainda validado pelo LegCo, controlado pelo campo pró-Pequim.

Dois caças da China interceptam avião americano

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m avião de reconhecimento norte-americano recorreu a uma manobra de desvio após ter sido interceptado por dois caças chineses sobre o Mar da China anunciou ontem o Pentágono. O incidente ocorreu no domingo, quando dois aviões de caça J-10 chineses interceptaram um avião de reconhecimento Ep-3 da marinha norte-americana no espaço aéreo internacional a oeste da península coreana, declarou o porta-voz do Pentágono, capitão Jeff Davis. Um dos aviões chineses colocou-se por debaixo do avião norte-americano, antes de reduzir a velocidade e forçando o avião norte-americano a “efectuar uma manobra de desvio para escapar a uma possível colisão”, detalhou Jeff Davis. O incidente “não é revelador” dos habituais comportamentos do exército chinês, precisou. “É frequente acontecer a intercepção de aviões no espaço aéreo internacional, na maior parte das situações em total segurança”, acrescentou.

Incêndio ameaça habitações em Proença-a-Nova

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] incêndio que está a lavrar em Proença-a-Nova, em Castelo Branco, atingiu ao final da manhã de ontem várias habitações, obrigando à retirada de populares das suas casas. O fogo deflagrou na tarde de domingo no concelho da Sertã, no distrito de Castelo Branco, mas alastrou a Proença-a-Nova e ao concelho de Mação, pertencente ao distrito vizinho de Santarém. De acordo com os dados do `site´ da Autoridade Nacional de Proteção Civil no local estavam ontem mais de 1.040 operacionais, apoiados por 327 viaturas e 12 meios aéreos.

Mbappé a caminho do Real Madrid por 180 milhões de euros

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] «Marca» avançou, esta terça-feira, que o Real Madrid já tem um principio de acordo com o Mónaco pelo jovem avançado francês Kylian Mbappé numa transferência avaliada em 180 milhões de euros. O negócio passará por 160 milhões de euros fixos e mais 20 milhões por objetivos. O jogador, de 18 anos, irá assinar por seis temporadas e irá receber sete milhões de euros por ano. Mbappé estará interessado e rumar imediatamente a Madrid e não permanecer mais uma temporada ao serviço do clube monegasco. Esta transferência irá pulverizar o recorde de Paul Pogba, que foi para o Manchester United por 105 milhões de euros.

26 Jul 2017

Turismo | Número de visitantes está a aumentar

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 15,6 milhões de pessoas visitaram Macau no primeiro semestre do ano, mais 5,4 por cento em relação ao mesmo período de 2016. Segundo os Serviços de Estatísticas e Censos, a maioria dos visitantes veio da China (10,3 milhões), seguindo-se Hong Kong (3,1 milhões) e Taiwan (520.485), representando aumentos anuais de 6,1 por cento, 1,9 por cento e 0,1 por cento.

A maior subida registou-se entre os visitantes da Coreia do Sul, 433.492, mais 38,7 por cento que no primeiro semestre de 2016. O período de permanência dos visitantes situou-se em 1,2 dias, idêntico ao do semestre anterior, indicaram os mesmos dados.

Quanto a Junho, o número de ascendeu a 2378.615, sendo que deste universo 1030.008 eram excursionistas, enquanto os turistas se fixaram nos 1348.607. De referir que os excursionistas são um tipo de visitantes de muito curto prazo. Os turistas permaneceram em Macau, em média, 2,1 dias, enquanto os excursionistas 0,2 dias. Esta última categoria registou uma descida de 9,1 por cento em relação a igual período homólogo do ano transacto. Já o número de turistas teve um crescimento de 10,1 por cento, o que representou uma boa notícia para o sector da hotelaria.

A grande parte dos visitantes continua a ser oriunda da China Continental, somando em Junho 1544.237, o que significa um aumento de 1,8 por cento em relação ao ano passado. Neste capítulo importa destacar o aumento de pessoas que entraram no território através de visto individual (704.720), que se situou na casa dos 5,8 por cento. Os visitantes da China Continental vieram, principalmente, da província de Guangdong (625.932), de Hunan (74.867) e de Fujian (65.042).

Ar, mar, terra

No mês passado, os visitantes provenientes da República da Coreia continuam a subir, conseguindo um crescimento em termos anuais de 42,2 por cento, somando um total de 66.758 turistas. Em direcção inversa, chegaram menos pessoas oriundas de Hong Kong (491.687) e de Taiwan (86.180), originando um decréscimo respectivo de 3,9 e 9,9 por cento.

Também o número de visitantes dos Estados Unidos da América (15.213), da Austrália (5954), do Canadá (4517) e do Reino Unido (3862) caíram, em termos anuais.

A via terrestre continua a ser a entrada preferida de quem visita Macau, totalizando 1319.674 visitantes, um registo semelhante a Junho do ano passado. Deste universo, 1136.712 entraram pela fronteira das Portas do Cerco.

Por via marítima entraram em Macau 842.418 visitantes, o que representa um ligeiro acréscimo de 0,1 por cento em termos anuais. A maioria, 506.891, atracou no Terminal Marítimo do Porto Exterior, o que representou uma subida de 0,8 por cento do volume de passageiros, em relação a igual período homólogo do ano passado. Os visitantes que chegaram ao Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa foram 335.527, uma descida de 0,9 por cento.

Os visitantes que chegam de avião foram 216.523, ou seja, mais 9,9 por cento em termos anuais.

25 Jul 2017

Gripe | Serviços de Saúde dizem estar atentos a epidemia

 

Não há razão para preocupação em relação aos casos de gripe, garante Alexis Tam, mas é preciso continuar a trabalhar para se evitar o contágio. No último fim-de-semana, diminuíram os novos casos. Mas só este ano já são 44 os doentes que acabaram por ter pneumonia. Dois deles morreram

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau ainda se encontra no período de pico da gripe, mas o fim-de-semana já foi mais calmo nas urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ). Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) referem que, no sábado e no domingo, a proporção de adultos com gripe foi de 50 em mil e de 43 em mil, respectivamente.

Estes valores representam uma descida em relação ao passado dia 16, altura do pico mais alto, com 68 infectados por cada mil pessoas. As notícias são menos boas no que diz respeito às crianças, com a proporção a ser de 60 em mil.

Os SSM garantem que, de acordo com os dados de triagem das urgências CHCSJ, o tempo de espera não foi significativamente mais longo do que o costume. Os doentes que mais tiveram de aguardar foram os das categorias semi-urgente e não urgente, com uma média de cerca de 27 minutos à espera para serem atendidos.

Quanto à actual taxa de ocupação de camas do hospital, a casa está quase cheia, com 95 por cento. Para diminuir a permanência de doentes na enfermaria das urgências, o hospital abriu as enfermarias de isolamento de doenças transmissíveis para o tratamento de doentes com gripe que tenham de permanecer no hospital, uma forma também de prevenir a propagação do vírus dentro do São Januário.

Os Serviços de Saúde dão ainda conta do surto de gripe que afectou vários idosos do Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Pou Tai”. Desde o passado dia 18 até ontem, já tinham sido confirmados 20 doentes. A maioria não apresenta sintomas graves, mas há uma pessoa internada no hospital. O lar em causa já aplicou medidas de controlo, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações.

Duas mortes, 11 internamentos

Este ano registaram-se 44 casos de gripe acompanhados de pneumonia: 23 doentes do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os dez meses e os 98 anos. Os dados oficiais indicam que cinco deles estiveram na unidade de cuidados intensivos, sendo que não tinham recebido a vacina sazonal antigripal.

Verificaram-se dois casos de morte, 26 utentes já recuperaram e tiveram alta, e 11 doentes ainda se encontram internados. Os casos fatais dizem respeito a uma mulher de 89 anos e a um homem com 87, que sofriam de doenças crónicas. Dos doentes ainda internados, oito encontram-se em estado considerado estável e dois necessitam de apoio para respirarem.

 

Alexis Tam desdramatiza

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, afiançou ontem que a epidemia da gripe no território está controlada. O governante garantiu que os Serviços de Saúde, juntamente com as instituições de saúde públicas e privadas, estão a seguir, de forma rigorosa, as orientações e medidas da Organização Mundial de Saúde. À margem de uma cerimónia pública, Tam falou ainda da falta de terapeutas no território. Destacando que o Governo presta “a maior atenção à saúde física e mental” dos residentes, o secretário fez referência ao aumento de novos serviços ao longo dos últimos dois anos, reconhecendo que se verificou uma insuficiência nos recursos humanos relativamente a terapeutas de várias vertentes. O Executivo vai aumentar de forma progressiva o número de terapeutas, prometeu, tendo sido já criada a Licenciatura em Ciências de Terapia da Fala e da Linguagem no Instituto Politécnico de Macau, com o objectivo de formar técnicos locais. Alexis Tam frisou também que vai ser aumentada a cooperação com as instituições particulares de solidariedade social para resolver o problema da falta de recursos humanos.

25 Jul 2017

Lusitanistas | Alexis Tam defende maior aposta na língua portuguesa

Começou ontem no território o primeiro congresso realizado na Ásia da Associação Internacional de Lusitanistas. Alexis Tam olhou para o que tem sido feito nos últimos anos no ensino do português, para defender que é possível fazer mais. Quem vem de fora reconhece a importância estratégica de Macau

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma maior aposta no português é fundamental para que Macau possa concretizar a missão de plataforma de cooperação com os países de língua portuguesa, afirmou ontem o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

“A concretização deste desígnio estratégico”, que Pequim atribuiu a Macau em 2003, “será mais fácil quanto maior for a aposta na língua portuguesa”, sublinhou o responsável na abertura do 12.º congresso da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL), que decorre até sexta-feira no Instituto Politécnico de Macau (IPM) e pela primeira vez na Ásia.

“Macau tem características únicas e vantagens singulares para desenvolver com êxito a missão” de cooperação económica e cultural com os países de língua portuguesa e também no âmbito do projecto de investimentos em infraestruturas, liderado pela China, “Uma Faixa, Uma Rota”, considerou.

Alexis Tam acrescentou que nos últimos anos foram dados “passos significativos” no desenvolvimento do português na RAEM com um maior número de alunos e níveis de ensino da língua portuguesa, e com novos programas de intercâmbio e cooperação com o interior da China e os países lusófonos.

É “possível fazer ainda mais”, do ensino básico ao superior, “nos projectos e nos resultados” do desenvolvimento do português, uma das línguas oficiais de Macau, sublinhou o governante.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura destacou que Macau pode “ancorar em toda a Ásia” o projecto de desenvolvimento da língua portuguesa.

O português é “uma herança inegável da identidade” de Macau, com quatro séculos de história, e “visível em todo o território”, na toponímia, nas pessoas, nos lugares, disse. “E assim continuará a ser nesta pequena cidade da grande China”, declarou.

O presidente do Instituto Politécnico, Lei Heong Iok, afirmou que o português faz parte “da matriz” da instituição e é, há muitos anos, o caminho fundamental na estratégia de desenvolvimento do IPM”, destacando a aposta na mobilidade de docentes e alunos para desenvolver o estudo de português no interior da China e uma nova licenciatura, a partir deste ano, especialmente destinada a formar professores de língua portuguesa.

Plataforma relevante

Nesta edição, organizada pelo IPM, o presidente da associação, Roberto Vecchi, destacou que o papel da AIL é “mostrar o alcance global das culturas que se expressam em português”. Mais de 140 conferencistas, em representação de 14 países e 80 instituições universitárias de todo o mundo, participam neste congresso.

A especialista em literatura e também ex-ministra da cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, não tem dúvidas quanto à importância da realização do congresso de lusitanistas no território. “É um sinal importantíssimo da relevância da língua portuguesa e do trabalho sobre ela em torno da sua divulgação e da sua penetração na China”, afirmou ao HM.

Isabel Pires de Lima salienta ainda o papel de Macau neste processo. “Realizar-se aqui o 12.o Congresso da AIL é uma espécie de celebração para a associação e, naturalmente, para a própria língua e culturas de língua portuguesa”. Para a académica, actualmente, e num mundo onde uma parte das populações locais se exprime em língua portuguesa, “Macau é muito importante porque também aqui a língua portuguesa se afirma no quotidiano tanto como língua oficial, como língua de cultura”, explica. A ex-ministra não tem dúvidas: “Macau, de facto, tem sido uma plataforma da maior relevância, diria mesmo a mais importante plataforma para a promoção da língua portuguesa mundialmente e a Oriente”.

Já o representante da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vieira Nery, considera que a realização deste congresso no território tem uma dupla importância. O também musicólogo explica: por um lado, é mais um encontro da AIL, que é a rede dos investigadores de língua e cultura de expressão portuguesa em todo o mundo e, por outro, porque é em Macau, o primeiro local a Oriente e que tem na sua história a cultura de Portugal.

Para Rui Vieira Nery, ficou clara na cerimónia de abertura do encontro “a opção estratégica e política das autoridades do território no desenvolvimento da língua portuguesa”. O responsável ficou ainda com a impressão de que “o português é um instrumento importante na própria afirmação política e económica de Macau como plataforma de entendimento entre a China e os países de expressão portuguesa no mundo”.

Está, na opinião de Rui Vieira Nery, formada uma “excelente base de trabalho para a expansão do ensino da língua portuguesa no continente”. “Temos aqui um aliado no ensino da língua e das múltiplas culturas de expressão portuguesa”, aponta.

Como português, afirma, “foi positivo constatar que as autoridades locais também vêem o território como uma plataforma de intercâmbio cultural em que há uma história e uma memória que não está esquecida”.

25 Jul 2017

China lança avisos à Índia em defesa do território

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina avisou a Índia para não subestimar a sua determinação em salvaguardar o que considera território seu, numa altura de renovada tensão entre os dois países vizinhos, em torno de uma área disputada nos Himalaias.

O ministro chinês da Defesa, Wu Qian, disse ontem que a China continua a exigir a retirada das tropas indianas do planalto de Doklam (Donglang, em chinês), uma área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está a construir uma estrada.

A determinação de Pequim em defender o seu território é “inabalável” e é “mais fácil fazer tremer uma montanha do que fazer tremer o Exército de Libertação Popular”, afirmou Wu, usando o nome oficial do exército chinês.

“Aqui está um lembrete para a índia: não abusem da sorte e não se agarrem a fantasias”, disse.

Do outro lado

A Índia defende que os dois lados devem retirar as suas tropas da região e negociar.

Nova Deli enviou tropas para o outro lado da fronteira depois de equipas de construção chinesas terem iniciado a expansão para sul da estrada de Yadong, no Tibete.

Enquanto os dois lados têm optado, até à data, por se conter, a retórica adotada em Pequim e Nova Deli suscita preocupações de que as hostilidade resultem num conflito, como o ocorrido em 1962, que causou milhares de mortos.

A China e a Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Pequim é um importante aliado e fornecedor de armas do Paquistão, país rival da Índia.

A crise deverá ser abordada durante a visita do Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, a Pequim, esta semana, para participar num fórum do grupo de economias emergentes BRICS, dedicado à segurança.

Pequim vai continuar a repatriar desertores norte-coreanos

A China vai continuar a repatriar desertores norte-coreanos, aos quais não reconhece o estatuto de refugiados, disse ontem um porta-voz do Governo chinês, numa resposta a um pedido feito por um alto funcionário da ONU.

“As pessoas que entram ilegalmente na China não são refugiados”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang.

“Vamos tratar quem entra ilegalmente na China de acordo com a lei”, acrescentou.

O enviado especial da ONU para os direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Ojea Quintana, exortou na sexta-feira Pequim a parar de enviar de volta os norte-coreanos que desertam para a China.

Quintana disse que muitos são submetidos a tortura ou executados pelas autoridades norte-coreanas.

Numa conferência de imprensa em Seul, Quintana afirmou estar “alarmado por um aumento das prisões e repatriamento forçado de norte-coreanos” presos na China.

Em Junho passado, a organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch disse que pelo menos 51 norte-coreanos foram presos na China, desde julho de 2016, entre os quais 13 foram repatriados, enquanto os restantes continuam detidos no país.

A organização explicou que os desertores retornados são considerados “uma ameaça para o sistema político e para a cúpula” do poder político, que pretende através da tortura evitar que o “povo tenha contacto com o mundo exterior.

A China é o principal aliado da Coreia do Norte.

25 Jul 2017