Síria | Enviado chinês apela à unidade e a solução política

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] enviado especial da China à Síria urgiu todas as partes a encontrar uma solução política para a crise do país, que dura já há seis anos, de forma a evitar que o país permaneça na situação actual.

Os comentários de Xie Xiaoyan surgem após encontros com oficiais sírios e iranianos, como parte de um esforço de meditação sobre a situação.

O representante chinês pronunciou-se a este respeito na capital iraniana, Teerão, onde enfatizou o papel crucial daquele país na resolução da crise síria.

“O Irão é um país importante no Médio Oriente, com uma influência significativa única para a resolução da crise síria. O Irão tem contribuído de modo empenhado para a tentativa de se encontrar uma solução política para a crise, especialmente nos últimos esforços para manter um cessar-fogo regional e nos ataques a terroristas locais. A China aplaude os esforços levados a cabo pelo Irão”, afirmou.

No último mês em Damasco, o enviado disse que a China estava em contacto com todas as partes envolvidas na Síria, procurando restabelecer a paz e estabilidade através do diálogo.

Xie afirmou que a posição da China permanece inalterada face à crise síria, intercedendo para que esta seja resolvida politicamente.

Passos em frente

Em Maio deste ano, na quarta ronda de conversações para a paz na Síria, decorrida na capital cazaque, Astana, testemunhou um acordo para estabelecer quatro zonas de contenção do escalonamento na Síria, que entraram em vigor um mês mais tarde, ajudando a debelar a violência em algumas áreas.

Referindo-se a estas localizações estratégicas, o representante da China disse que o consenso demonstrou que a comunidade internacional tinha começado a tomar medidas para aliviar as tensões e a promover novos pensamentos e ideias para a resolução política da crise.

“Esperamos que o estabelecimento das zonas anti- escalonamento possam manter o cessar-fogo na região e facilitar as conversações e negociações para a promoção da paz. Isto ajudaria a gerar e a executar uma resolução na qual todas as partes estariam satisfeitas. Eu acredito que esta é a direção correcta para todos”, acrescentou Xie.

Além disso, Xie apelou para a consideração de outras questões, como a crise humanitária que se vive na região.

A China providenciou 680 milhões de yuans em ajuda humanitária, incluindo dinheiro, equipamentos médicos, fármacos, e alimentos para apoiar o povo sírio.

O enviado destacou, por fim, que todas as partes devem respeitar o princípio de autodeterminação no processo político da questão síria, nomeadamente, deixar o povo sírio decidir o seu próprio futuro.

25 Jul 2017

Pyongyang cancela festival para turistas por causa da seca

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte cancelou um festival de cerveja destinado principalmente a atrair turistas estrangeiros, que devia celebrar-se a partir desta semana em Pyongyang, num momento em que o país está a atravessar uma seca severa.

A Koryo Tours, a principal agência de viagens para turistas ocidentais que querem visitar a Coreia do Norte, informou na sua página na Internet que foi notificada pelo regime, no domingo, do cancelamento da segunda edição do Festival da Cerveja do Rio Taedong, que devia celebrar-se de 26 de julho até finais de agosto.

“As razões do seu cancelamento não são claras e não esperamos que nos chegue uma informação mais completa nos próximos tempos, mas é possível que se deva à persistente seca no país, que causou uma grande quantidade de problemas”, explicou a agência.

Nos últimos meses o país teve que lidar com a falta de chuva nas suas províncias ocidentais e os ‘media’ norte-coreanos tinham informado que o regime teve de enviar camiões cisterna e equipamentos de bombagem de água para a província de Hwanghae do Sul, uma das mais afetadas.

A Koryo Tours lamentou o cancelamento do evento, cuja edição do ano passado, a primeira, foi um “grande êxito”, tendo sido insistentemente promovida pelos ‘media’ estatais norte-coreanos.

A notícia surge após um anúncio de que os Estados Unidos vão proibir os seus cidadãos de viajar para o país depois da morte do estudante Otto Warmbier, que passou 17 meses detido na Coreia do Norte por alegadamente roubar um poster de propaganda. O jovem morreu depois de ser devolvido ao seu país em coma.

Segundo um estudo sul-coreano, a indústria do turismo atrai cerca de 50 mil visitantes estrangeiros (90% dos quais chineses) à Coreia do Norte por ano, o que gera entre 30 a 43 milhões de dólares em divisas estrangeiras.

Filipinas | Duterte mantém campanha violenta de combate à droga

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, reiterou ontem, apesar das críticas internacionais, que não irá inverter a sua política violenta de combate à droga, dizendo mesmo que traficantes e toxicodependentes têm apenas duas hipóteses: “a prisão ou o inferno”.

“Não tentem assustar-me com ameaças de prisão ou com o Tribunal Penal Internacional”, declarou o chefe de Estado filipino no discurso anual do estado da nação, de acordo com a agência Associated Press.

“Eu estou disponível para ir para a prisão para o resto da minha vida”, acrescentou.

“O combate [à droga] não vai parar até que aqueles que estiverem envolvidos percebam que têm que parar porque as alternativas são a prisão ou o inferno”, afirmou Duterte, motivando os aplausos do chefe da polícia filipina, Ronal del Rosa, e de outros presentes na audiência.

Milhares de alegados traficantes e toxicodependentes foram mortos desde que Duterte lançou a campanha de combate à droga logo a seguir a tomar posse como Presidente das Filipinas, em Junho do ano passado, justificando críticas internacionais e ameaças de processo criminal.

Vários milhares de pessoas saíram ontem à rua em Manila numa marcha de protesto contra ou reclamando quase tudo, desde o cumprimento da promessa feita por Duterte no discurso do ano passado de iniciar conversações de paz com os insurgentes comunistas até ao aumento da velocidade na Internet.

25 Jul 2017

Primeiros voos entre China e Portugal “praticamente esgotados”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s primeiros quatro voos directos entre a China e Portugal estão “praticamente esgotados”, avançou ontem à agência Lusa fonte da companhia aérea chinesa Capital Airlines, dois dias antes da inauguração da ligação directa entre os dois países.

Já no sentido inverso – entre Portugal e a China – a taxa de ocupação “ronda os 75%”, detalhou fonte do departamento de marketing da Capital Airlines, subsidiária do grupo chinês HNA.

O voo, que terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, arranca na quarta-feira.

O voo entre Pequim e Lisboa demorará cerca de 13 horas e, no sentido inverso, demorará 12 horas. A actual ligação mais rápida entre a capital dos dois países demora 14 horas, com escala em Frankfurt, na Alemanha.

A companhia aérea abrirá também um voo entre Macau e a capital chinesa, que coincidirá com a ligação a Lisboa, de forma a servir também os 15.000 portugueses que vivem no território outrora administrado por Portugal.

Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183.000, e deverá aumentar “exponencialmente” com a abertura da ligação directa, afirmou, em Abril passado, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China continental, em 2016, num aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.

A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, accionista da TAP, através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.

25 Jul 2017

TUI declara impedimento de juiz

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância (TUI) decidiu que um juiz do Tribunal de Segunda Instância (TSI) está impedido de intervir num recurso por ter participado no julgamento do mesmo processo na primeira instância.

De acordo com um comunicado do TUI, numa acção para efectivação de responsabilidade extracontratual intentada por três autores contra os Serviços de Saúde e um outro réu, o Tribunal Administrativo (TA) não deu razão à pretensão. Os autores recorreram da decisão e, entretanto, suscitaram o impedimento de um juiz, com o fundamento de que o mesmo magistrado judicial tinha tido uma intervenção no processo no TA: foi o juiz titular que proferiu a sentença e foi juiz-adjunto do tribunal colectivo.

O juiz em questão proferiu um despacho em que alegou ter proferido a primeira sentença do caso referido no TA, que viria a ser anulada, pelo que tinha deixado de existir na ordem jurídica. O magistrado alegou ainda que também não interveio no segundo julgamento da matéria de facto, concluindo não aceitar o impedimento.

Os autores reclamaram para a conferência do TSI que, por acórdão do passado dia 9 de Março, indeferiu a reclamação. Inconformados, os autores interpuseram recurso para o TUI, que conheceu do caso.

Ultimas notas

A Última Instância nota que “a lei veda a participação do juiz que, no processo em causa, tomou posição sobre questões suscitadas no recurso”. Assim, “independentemente de o primeiro julgamento ter sido anulado, por anulação de processado, isso não anula o comprometimento intelectual do juiz referido com esse julgamento, em que decidiu que quatro factos que os autores queriam ver provados não se provaram e um outro apenas se provou parcialmente”.

O TUI lança ainda uma questão, para lhe dar resposta: “Como pode estar este juiz em condições de apreciar o recurso da matéria de facto, que já julgou, no mesmo processo, enquanto membro do tribunal colectivo de primeira instância? É evidente que não reúne condições mínimas de imparcialidade para o fazer, visto ter tomado posição sobre questões suscitadas no recurso”.

O TUI sublinha ainda que o magistrado judicial proferiu a primeira sentença em que “discorreu largamente sobre questões suscitadas no recurso, tendo concluído, na sentença, que não se provou um nexo de causalidade entre a morte da paciente e a sua não transferência para a unidade de cuidados intensivos, ao contrário do que defendem os autores no recurso”. Ou seja, “este juiz está também comprometido intelectualmente quanto às questões jurídicas suscitadas no recurso, pelo que não tem as condições de imparcialidade necessárias para participar no julgamento do recurso”.

25 Jul 2017

Adiada leitura de sentença de casal português retido em Díli

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] leitura da sentença de um casal de portugueses retido em Díli há quase três anos foi ontem adiada pelo tribunal, que introduziu, na sessão de leitura do acórdão, o que definiu como alterações não substanciais dos factos.

O adiamento, para a próxima sexta-feira, faz prolongar um caso que se arrasta desde Outubro de 2014 quando Tiago e Fong Fong Guerra foram detidos em Díli, cidade de onde estão proibidos de sair desde então.

Numa decisão que surpreendeu a defesa, a juíza Jacinta Correia iniciou a sessão que deveria ser de leitura da sentença com a apresentação do que disse serem novas provas, valendo-se de um artigo do código do processo penal sobre “a alteração não substancial de factos”.

“Dizemos facto novo porque estes factos não estão na acusação”, insistiu a juíza.

“Não se preocupem que não vamos adiar isto até Setembro”, garantiu a juíza à defesa.

Os documentos em causa, que já constavam dos autos do processo, referem-se a um conjunto de transferências realizadas de e para a conta da empresa gerida pela arguida num banco em Macau.

Depois de ouvir a informação do tribunal, o Ministério Público disse que precisava de cinco dias para os avaliar, com a defesa a manifestar “surpresa e desacordo” e a insistir que não se trata de factos novos e que o próprio tribunal tinha declarado encerrada a discussão de matéria de facto.

“Não estamos perante factos novos. E não são novos até porque estão documentalmente provados nos autos que não são novos”, insistiu o advogado Álvaro Rodrigues.

“A defesa não percebe o pedido de cinco dias por parte do MP para responder a esta alteração não substancial dos factos. Conhecemos abundantemente os factos. Conhecemos isso em nove audiências, analisámos isto abundantemente”, afirmou.

O julgamento do caso ficou visto para sentença no passado dia 27 de junho, depois de Ministério Público e defesa terem feito as alegações finais.

Presenças de peso

A sessão de ontem tinha suscitado bastante interesse e na sala principal do Tribunal Distrital de Díli estavam várias individualidades, incluindo o ex-Presidente timorense José Ramos-Horta, a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, representantes do corpo diplomático, incluindo das embaixadas de Portugal e da União Europeia, do Banco Mundial e das Nações Unidas, entre outros.

Tiago e Fong Fong Guerra foram julgados pelos crimes de peculato, branqueamento de capitais e falsificação documental sendo central ao caso uma transferência de 859 mil dólares, feita em 2011 por um consultor norte-americano, Bobby Boye.

Nas alegações finais, e para os crimes de peculato e branqueamento de capitais, o Ministério Público pediu penas de prisão de oito anos para cada um dos dois arguidos, além do pagamento de uma indemnização no valor de 859.706 dólares com juros desde 2011.

A defesa, por seu lado, pediu a absolvição, considerando que depois das sete sessões do julgamento “a acusação não conseguiu provar factos que possam incriminar e conduzir à condenação” dos arguidos.

Tiago Guerra foi detido para interrogatório a 18 de outubro de 2014, passou três dias numa esquadra e a 21 do mesmo mês foi ouvido no Tribunal de Díli, quando o juiz ordenou a sua prisão preventiva na cadeia de Becora, onde ficou preso até 16 de Junho de 2015.

Desde então está, como a mulher, com Termo de Identidade e Residência (TIR) e impossibilitado de sair do país.

25 Jul 2017

Timor-Leste – Eleições | Diferença entre os dois maiores partidos será mínima

 

O partido de Xanana (CNRT) e o de Mari Alkatiri venceram as eleições. A diferença entre os dois será mínima. Resta saber como serão feitos os arranjos para governar o país.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] diferença de votos entre os dois maiores partidos timorenses nas eleições legislativas de sábado vai ser mínima e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) ainda pode vencer a Fretilin, que continua à frente na contagem.

Na sede do CNRT, em Díli, os números do partido apontam a uma vitória em Díli – o último município onde ainda não terminou a contagem – que poderá permitir reverter a liderança que a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) manteve durante toda a contagem.

A diferença de votos entre os dois partidos vai ser mínima – podendo não chegar a 3.000 votos – o que pode implicar que tenham o mesmo número de lugares no Parlamento Nacional, que elege um total de 65 deputados.

Quando estavam contabilizados 97,27% dos votos, a Fretilin lidera a contagem com 155.438 votos (29,72%), à frente do CNRT que tem 149.871 votos ou 28,55%, o que representa uma diferença de apenas 5.567 votos.

Em Díli, o único município onde ainda decorre contagem (estão contabilizados 72,29% dos votos) o CNRT tem 28.239 votos (38,62%) contra os 21.529 da Fretilin (29,44%).

Francisco Kalbuadi, secretário-geral do CNRT, indicou à Lusa números que apontam para uma ligeira vitória do seu partido, afirmando porém que vão “esperar pela contagem” que esperam estar concluída até ao final da noite.

Questionado sobre se o CNRT, caso vença, negociará ou não com a Fretilin para a formação de Governo, Kalbuadi remeteu uma decisão para mais tarde, depois de uma reunião do partido.

“Depois dos resultados, amanhã, há uma reunião da comissão política e vamos ouvir a orientação do presidente do partido, Xanana Gusmão e talvez uma conferência para decidir qual ai ser a nossa posição”, disse.

“Neste momento não posso dizer nada. A decisão é coletivamente do partido”, afirmou.

 

Primeiro-ministro | “Veredicto sábio”

O primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, considerou ontem que os resultados preliminares das eleições legislativas, que colocam a Fretilin e o CNRT como os dois partidos mais votados, são um “veredicto sábado e eloquente” dos eleitores. “Os resultados preliminares demonstram um veredicto sábio e eloquente do Povo de Timor-Leste: querem que Mari Alkatiri e a Fretilin liderem o processo de mudança rumo a um desenvolvimento mais sustentável nos próximos 5 anos, mas sem relegar para segundo plano o líder histórico Xanana Gusmão”, disse à Lusa em Díli.

“E contam sempre com a participação do outro líder histórico Taur Matan Ruak, dos mais jovens do PD e de outras franjas significativas da sociedade”, sublinhou. Rui Araújo destacou ainda a “maturidade cívica e política” que o povo de Timor-Leste mostrou “durante as campanhas eleitorais e, ao acorrer em massa às urnas, provando que está ciente da importância do seu papel na participação do desenvolvimento do país”.

 

Mari Alkatiri promete diálogo com Xanana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário-geral da Fretilin agradeceu ontem a “grande responsabilidade” que o eleitorado timorense depositou no seu partido, provavelmente o mais votado nas legislativas de sábado, comprometendo-se a dialogar com Xanana Gusmão e com quem queira apoiar o desenvolvimento do país.

“Tudo faremos para abraçar todos mas vamos continuar a trabalhar com Xanana Gusmão, essa figura incontornável desse país, no sentido de responder a esta mensagem clara do nosso povo”, afirmou Mari Alkatiri, num discurso na sede da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) em Díli.

Na primeira declaração de um líder partidário depois das eleições de sábado – e quando a Fretilin lidera a contagem dos votos – Alkatiri disse que houve “uma luta renhida entre os dois grandes partidos” mas recordou que a Fretilin e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão “são partidos aliados”.

Agora, contados os votos, “o povo transmitiu uma mensagem clara, de que quer que se continue a consolidar a paz e a estabilidade e que se continue com o programa de desenvolvimento para tirar o povo dessa situação de pobreza”.

Questionado pela Lusa se a abertura ao diálogo se limita a Xanana Gusmão ou se aceita falar com os restantes partidos, incluindo o PLP do ex-Presidente Taur Matan Ruak, o secretário-geral da Fretilin disse que todos são bem vindos.

De braços abertos

“Agora a campanha acabou. Não existem adversários, existem só compatriotas que quiserem trabalhar juntos”, disse. “Estar de braços abertos para incluir todos no processo de governação e de construção do país não significa que todos devem entrar para o governo. Por mim o Governo mais eficaz é sempre um governo pequeno”, disse.

Questionado sobre se vai ou não ser primeiro ministro, Alkatiri disse que já solicitou ao secretário-geral adjunto do partido, José Reis, a marcação de uma reunião do Comité Central da Fretilin (CCF) a quem caberá tomar a decisão, dando-lhe a liberdade de escolher se aceita ou não liderar o executivo.

Mais do que uma declaração de vitória o discurso de Mari Alkatiri, em tétum e português, foi um convite “de braços abertos” às restantes forças políticas que, disse, queiram juntar-se ao projeto de desenvolvimento do país.

Rodeado por centenas de dirigentes e apoiantes do partido, que depois o saudaram num misto de celebração e emoção – muitos choraram num momento que para a Fretilin marcar o regresso ao controlo do Governo, 10 anos depois – Alkatiri agradeceu a “maturidade” do povo timorense.

“Estas responsabilidade que o povo agora nos entrega será tratada com o maior sentido de responsabilidade. Por isso obrigado a todos”, disse, explicando que em breve conversará com Xanana Gusmão com quem espera, no momento oportuno, fazer uma conferência de imprensa conjunta.

Alkatiri disse que o voto do eleitorado na Fretilin é um sinal do que o partido fez na campanha mas é também uma declaração de apoio “aos que trabalharam muito para garantir a estabilidade e a paz em Timor-Leste” e para “permitir o desenvolvimento do país”.

“Tentámos convencer o povo e o povo ouviu-nos. O povo não deu a maioria absoluta a ninguém e temos que respeitar a vontade do povo”, disse.

“Deu maioria simples à Fretilin, reconhecendo a capacidade, os valores e os princípios da Fretilin”, disse ainda.

Diáspora | Fretilin vence, PLP em 2.º à frente do CNRT

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fretilin obteve a maioria dos votos dos eleitores timorenses na diáspora, com 345 dos 1.086 votos expressos (31,77%), à frente do PLP e do CNRT, segundo dados finais provisórios dos centros de votação fora de Timor-Leste.

Os dados, compilados ontem pela Lusa com base em informação do Secretariado Técnico de Assistência Eleitoral (STAE), mostram que o quarto partido mais votado foi o PD e o quinto o Khunto.

Nas eleições legislativas de sábado foi possível votar em centros de votação instalados em três cidades australianas – Darwin, Melbourne e Sydey -, na Coreia do Sul, Portugal e Reino Unido.

No total votaram 1.086 eleitores de um universo de recenseados de 2.124, com a abstenção a ser de 49%

Os dados totais da votação nesses centros mostram que a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) obteve 345 votos (31,77%), o Partido Libertação Popular (PLP) obteve 255 votos ou 23,48%, e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) obteve 218 votos ou 20,07%.

O Partido Democrático (PD) obteve 42 votos ou 3,87% e o Kmanek Haburas Unidade Timor Oan (Khunto).

A cidade australiana de Melbourne foi o local onde a participação foi mais elevada (74,20%) e Londres a cidade onde foi mais baixa (42,31%).

24 Jul 2017

Lei do metro | Divulgados resultados sobre consulta pública

Os futuros utentes do metro que participaram na consulta pública sobre a lei a aplicar pronunciaram-se, sobretudo, sobre os deveres dos passageiros. E fizeram-no para dizer que estão contra as multas para quem não ceder os lugares prioritários. O Governo cede e deixa cair as penalizações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo recuou na intenção de aplicar multas a quem não ceder os lugares prioritários no futuro metro ligeiro. É que os cidadãos não concordam com a medida, indica um relatório divulgado no final da semana passada.

“Considerando que esse acto não constitui impactos à segurança da operação, este Gabinete vai propor, na futura legislação, que não seja necessário introduzir as penalidades sobre a situação de ocupação irrazoável dos lugares sentados prioritários”, pode ler-se no relatório final da consulta pública à lei do sistema de transporte do metro ligeiro, elaborado pelo Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes.

De acordo com o documento, “a maior parte dos cidadãos não concorda com a aplicação de sanção quando não sejam cedidos os lugares prioritários”. “Houve opiniões que consideraram que é difícil definir o critério de ocupação dos lugares sentados prioritários, como por exemplo, é difícil identificar as pessoas que não têm características físicas mas necessitam realmente de utilizar os lugares, isso vai causar outros problemas sociais, pelo que a cultura de ceder os lugares sentados prioritários deve começar pela educação cívica”, pode ler-se no capítulo dedicado aos deveres dos passageiros, aquele que mais recebeu opiniões em toda a consulta.

No documento de consulta são sugeridas multas entre 400 e cinco mil patacas para quem violar os deveres dos passageiros, “consoante a gravidade do acto praticado e dos danos dele resultantes, da culpa do infractor e da respectiva capacidade económica”.

A ocupação de lugares reservados encontra-se nesta lista, bem como outras ofensas como abrir as portas do comboio sem permissão, não ter bilhete, fazer peditórios ou manifestações sem autorização da operadora, fumar ou transportar animais (à excepção de cães-guia).

Este é um ponto quase excepcional de discordância, com a maioria das 379 opiniões recolhidas a manifestar acordo com o que foi proposto sobre o metro ligeiro.

Selfies e dinheiro público

Os participantes na consulta questionaram o motivo por que o Governo optou por constituir uma empresa de direito privado com capitais exclusivamente públicos, em vez de subcontratar ou conceder a empresas privadas experientes, ao que o Executivo respondeu que o regime de concessão de serviço público é “mais adequado para a actual realidade de Macau”.

Algumas opiniões consideraram o valor do seguro obrigatório de responsabilidade civil baixo, fixado num limite mínimo de 200 milhões de patacas por ano para indemnização por eventuais acidentes do metro.

Entre opiniões individuais destacadas no relatório consta uma para que seja criada uma carruagem exclusiva para, por exemplo, mulheres ou alunos, e outra para que sejam limitadas as ‘selfies’ dentro das carruagens.

A consulta sobre a lei do sistema de transporte de metro ligeiro decorreu entre 13 de Fevereiro e 13 de Abril, recolheu 379 opiniões, e incidiu sobre seis aspectos: operação, segurança, deveres, títulos de transporte, regime tarifário e regime de responsabilidade e investigação técnica de acidentes.

O metro tem tido sucessivos atrasos e derrapagens. O projecto está dividido entre a linha da Taipa e a da península de Macau. A primeira deverá estar concluída em 2019, mas a segunda ainda não tem data.

Metro | Kwan Tsui Hang pede esclarecimentos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Kwan Tsui Hang quer saber o trajecto de metro na península de Macau. O pedido é feito ao Executivo que, até à data, ainda não adiantou mais informações acerca desta matéria. Em interpelação escrita, a depurada solicita o ponto da situação relativo às obras do metro ligeiro e pede ainda um novo planeamento para a política geral de transportes e de trânsito terrestre do território. A razão, aponta, é a interferência do atraso no metro na boa execução das políticas actuais.

A deputada recorda que a política geral de trânsito e transportes terrestres de Macau prevê um sistema de trânsito verde, com base no princípio de “primazia aos transportes públicos”, no metro ligeiro, e em outros meios de transportes públicos adoptados no território. Na pática, Kwan Tsui Hang não vê resultados.

“O funcionamento do metro ligeiro esteve previsto para 2015”, afirma para salientar os atrasos da obra. No entanto, apesar de o segmento da Taipa poder começar a funcionar em 2019, não está ainda nenhuma proposta feita sobre o itinerário e o custo para a secção de Macau.

Na mesma interpelação, Kwan Tsui Hang acrescenta: “a política geral de trânsito e de transportes terrestres de Macau para o período de 2010 até 2020 prevê metas na melhoria do transito local”, obejctivo que, diz, não será atingido, precisamente “porque o metro ligeiro está muito atrasado”. Dada a situação, a deputada solicita ao Governo um novo plano para o trânsito local tendo em conta a não existência de metro.

Por outro lado, Kwan Tsui Hang salienta as mudanças que vão ocorrer em sequência da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, sendo que, aponta, é necessária uma restruturação da rede de transportes públicos de forma a dar resposta às novas necessidades do território.

24 Jul 2017

Ng Lap Seng | Terminou inquirição à principal testemunha da acusação

Francis Lorenzo, o intermediário entre Ng Lap Seng e John Ashe nas remessas de dinheiro, diz ter-se limitado a fazer o que lhe pediam. Durante mais de uma semana explicou em tribunal em que situações o empresário de Macau enviou dólares para os Estados Unidos. Sempre aos milhares

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a principal testemunha da acusação do processo que tem Ng Lap Seng como arguido e foi ouvido ao longo de mais de uma semana no tribunal federal de Manhattan. Francis Lorenzo, embaixador das Nações Unidas, aceitou a transacção de culpa que lhe foi proposta. Em sede de audiência, disse que não sabia o que eram “subornos”.

De acordo com a AFP, Francis Lorenzo explicou em tribunal que o empresário de Macau lhe pagava mais de 50 mil dólares por mês para que fosse avante a construção de um centro de convenções das Nações Unidas em Macau. Além disso, canalizou mais 300 mil dólares para o antigo presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe, acusado no caso, mas que não chegou a ser julgado – morreu no ano passado vítima de um acidente em casa.

Ao longo de várias sessões, descreve a agência de notícias, a acusação arrancou do diplomata dominicano uma explicação nada simpática da facilidade com que Lorenzo e Ashe aceitaram – e, por vezes, solicitaram – dezenas de milhares de dólares como complemento aos salários de embaixadores.

De acordo com o depoimento feito, no final de 2009, Francis Lorenzo concordou em reforçar o vencimento mensal de 72 mil dólares nas Nações Unidas com um salário de 20 mil dólares pago por Ng Lap Seng, na qualidade de presidente da publicação sem fins lucrativos South South News. Questionado pela acusação sobre a experiência que tinha, à data, em comunicação social, a testemunha concedeu que não tinha qualquer passado profissional na área.

Lorenzo revelou que, a pedido de John Ashe, ajudou a arranjar um emprego para a mulher do diplomata, emprego esse que não obrigava à comparência no local de trabalho, mas que lhe rendia 2500 dólares mensais. Ashe terá também pedido a Ng Lap Seng que financiasse uma viagem de família a Nova Orleães e que pagasse pela construção de um recinto de basquetebol na sua casa. Em 2014, o antigo líder da Assembleia Geral da ONU pediu ao empresário de Macau um contributo para ajudar à sua presidência e Ng enviou-lhe 200 mil dólares, acrescentou a testemunha.

Já depois destas remessas, John Ashe solicitou a Ng Lap Seng 20 mil dólares para financiar uma recepção da ONU, mas Lorenzo só lhe entregou 16 mil. “Por que ficou com os quatro mil dólares?”, perguntou a acusação. “Fiquei com eles para mim”, respondeu o intermediário entre o empresário de Macau e John Ashe.

Suborno, palavra desconhecida

Francis Lorenzo, que admitiu a culpa nos crimes de corrupção e arrisca-se a uma pena de 78 anos de prisão, acrescentou que, mais tarde, Ng Lap Seng começou a pagar-lhe mais 30 mil dólares por mês na esperança de conseguir obter luz verde da ONU para a construção do centro em Macau. Depois de o projecto ter sido aprovado, o empresário comprou um apartamento em Manhattan, no valor de 3,2 milhões de dólares, onde o diplomata dominicano planeava viver.

A testemunha, que tem cidadania norte-americana, confessou que fugiu ao fisco dos Estados Unidos através de contas bancárias do irmão e da irmã na República Dominicana, onde viveu até meados dos anos 1980.

O advogado de Ng Lap Seng, Tai Park, perguntou a Lorenzo por que razão, nas dezenas de inquirições feitas pela acusação, jamais se referiu ao dinheiro dado pelo empresário de Macau como sendo subornos. “Não estava familiarizado com o termo”, respondeu a testemunha.

No início deste mês, na sessão dedicada às alegações introdutórias, a defesa de Ng Lap Seng descreveu o arguido como sendo uma vítima de diplomatas agressivos e gananciosos. Park insistiu que o seu cliente não subornou ninguém, mas deu emprego a Lorenzo e fez contribuições quando lhe eram solicitadas.

Polícia fecha casino ilegal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária de Macau deteve 19 pessoas que operavam um casino ilegal num hotel, informou a TDM. Segundo a emissora pública, a sala VIP operava há dois anos num hotel da zona do NAPE, tendo sido descoberta pelas autoridades na segunda-feira, depois de antigos jogadores se queixarem que as mesas de póquer estariam manipuladas. “Cada vez que eles iam começar os jogos, iam buscar uma mesa de jogo e outros materiais a um pequeno armazém na Areia Preta e levavam para a suite do hotel. Depois instalavam tudo no quarto e traziam clientes para começar a jogar”, disse Ieong Sal Cheng, porta-voz da Polícia Judiciária, citada pela TDM. Os detidos, todos da China continental, atuavam como trabalhadores dos casinos. O alegado chefe do grupo foi detido, mas ainda há suspeitos a monte.

Gases | Maioria dos veículos com emissões aprovadas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] grande maioria dos veículos sujeitos a verificação no que respeita à emissão de gases passaram com sucesso. Foram 81 por cento do total dos carros inspeccionados pelo grupo de trabalho composto pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e pela Polícia de Segurança Pública (PSP). No primeiro semestre deste ano, a inspeccção compreendeu 55 acções relativas à emissão de gases de tubos de escape. A informação divulgada pelo canal chinês da Rádio Macau, adianta ainda que os referidos testes abrangeram 297 automóveis a gasóleo, sendo que 240 obtiveram a aprovação das autoridades. A DSAT diz também que a maioria dos veículos que não reuniu os requisitos definidos são carros de transporte de mercadorias, que representam 74 por cento do total de veículos não aprovados.

 

24 Jul 2017

Industrialização selvagem levou à contaminação de solos e águas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s colheitas dos agricultores chineses correm um grande risco de estarem contaminadas devido à poluição provenientes das grandes indústrias. Além de contaminarem nascentes, rios e o solo, os fumos químicos libertados na queima de chumbo, ferro e cobre, contamina os organismos dos agricultores locais, causando doenças articulares, ósseas e, quando inalados em grandes quantidades e por muito tempo, cancro.

Foram feitas amostragens da produção de arroz nas regiões das províncias onde se instalaram algumas das maiores indústrias, e descobriu-se que há uma quantidade maior do que a permitida de substâncias perigosas nos produtos finais, que são distribuídos para toda a região Sul da China.

A contaminação do solo e da água nesta região causa grande preocupação, pois além de contaminar uma comunidade que produz e distribui comida para outros países, este tipo de poluição também afecta o meio ambiente de forma irreversível. A quantidade de poluentes chamou atenção de alguns órgãos, o que fez com que as indústrias chinesas fizessem um acordo de diminuir a queima de carvão de modo minimizar os danos no meio ambiente. São acções que no decorrer dos anos poderão fazer a diferença.

Foram feitas alguns testes em solos chineses e descobriu-se que muitos dos poluentes encontrados são proibidos e perigosos para o consumo da população. Por causa disso foram criadas algumas regulamentações, que determinaram a construção de novas indústrias numa espécie de parque industrial que monitorado e supervisionado de forma mais rigorosa.

Além de poluir diariamente o solo, ocorreram muitos acidentes que resultaram no vazamento de produtos químicos que poluíram directamente o solo e rios, afetando a produção e também a saúde dos camponeses.

Devida à quantidade de pessoas no país, a procura e a oferta de produção aumentou em larga escala, fazendo com que o solo se encontre não só de cheio de poluentes industriais, mas também de fertilizantes e pesticidas.

O dano causado pela poluição do solo tornou-se algo muito grave, pois a ingestão dos metais pesados encontrados no solo são excepcionalmente prejudiciais para a segurança alimentar e a saúde. Devido às incidências destes casos o governo chinês preocupa-se agora com a opinião pública, com a saúde da população e com o rendimento da produção agrícola, já que esta abastece grande parte da economia do país.

O governo determinou algumas medidas para diminuir a poluição e proteger as áreas que ainda não foram contaminadas e emitir multas para os responsáveis pelos poluentes lançados em solos e rios. Estas novas medidas adoptadas são um começo, mas dão esperança para uma produção mais saudável e limpa de alimentos e também um tratamento diferenciado do meio ambiente deste país.

Pequim lança plano para liderar na Inteligência Artificial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês lançou um plano para converter o país em líder no campo da Inteligência Artificial (IA) até 2030, visando aplicar aquela tecnologia na indústria, planificação urbana, agricultura ou defesa do país, informou ontem a imprensa oficial.

A estratégia, aprovada pelo Conselho de Estado chinês, estabelece que a produção de tecnologia classificada como IA alcançará os 147.000 milhões de dólares, em 2030. Isto colocará a China “ao nível dos países líderes neste sector e na sua aplicação”, aponta o jornal oficial Diário do Povo.

Segundo a consultora PricewaterhouseCoopers, este plano poderá contribuir para um aumento de 26% no Produto Interno Bruto da China, a segunda maior economia do mundo.

O anúncio levou a que as acções de empresas que operam com IA subissem 1,25%, na bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Nos últimos meses, a imprensa chinesa difundiu várias notícias sobre inteligência artificial, como o desenvolvimento de veículos sem condutor ou robôs.

Os líderes chineses consideram a IA chave para tornar a China uma “potência económica”, afirma um comunicado do Conselho de Estado.

A IA é uma das áreas emergentes, junto com a energia renovável, robótica e carros elétricos, em que a China quer assumir a liderança, visando transformar o país numa potência tecnologia, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, de acordo com o plano “Made in China 2025”. As fábricas do país têm-se automatizado rapidamente, de forma a enfrentar a subida dos custos laborais e aumentar a eficiência.

 

24 Jul 2017

Funcionários punidos por violações ambientais nas Montanhas Qilian 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China puniu funcionários de alto nível na província de Gansu, no noroeste do país, por cometerem infracções ambientais na Reserva Natural Nacional das Montanhas Qilian, “mostrando a determinação do país pelo desenvolvimento verde”, revelou a Xinhua.

Um grupo de inspeção descobriu diversas irregularidades na área, incluindo a exploração excessiva de recursos minerais, a construção e operação ilegais de instalações hidroeléctricas, e emissões excessivas de empresas locais. Além disso, os funcionários locais não rectificaram os problemas ambientais existentes, assinala um documento emitido pelo Comité Central do Partido Comunista da China e do Conselho de Estado.

Altos funcionários, entre eles Yang Zixing, vice-governador de Gansu, assumiram a responsabilidade por não terem evitado nem fiscalizado as questões ambientais. Os chefes de departamentos provinciais e municipais foram advertidos e alguns punidos de forma administrativa.

Segundo o documento, “as violações são fundamentalmente um resultado da falta de consciência ambiental dos funcionários locais e da falha na implementação das políticas de proteção ambiental”. Por exemplo, apesar de proibida a operação de uma mina dentro da reserva natural, o órgão de segurança da província aprovou a produção e renovou o seu alvará.

Segundo a Xinhua, “os funcionários locais não entendiam a importância de um modelo de crescimento sustentável, apresentando normas não favoráveis à proteção ambiental”.

Os funcionários e as autoridades da reserva natural não conseguiram cumprir seus deveres e foram acusadas pela negligência, deixando a operação sujeita a numerosos projectos ilegais. “Muitas disposições de gestão na reserva natural só existem nominalmente”, apontou o documento.

As violações ambientais na reserva natural das Montanhas Qilian eram uma questão de longo prazo. Sendo uma reserva natural localizada na fronteira das províncias de Gansu e Qinghai, as Montanhas Qilian foram listadas como lugar de protecção nacional em 1988, mas centenas de minas na área e muitos tipos de projectos de construção continuam a danificar o meio ambiente.

O desenvolvimento excessivo e desordenado, desde a década de 1960, deixou a área numa crise profunda, com os recursos hídricos contaminados e os pastos degradados, até que os funcionários receberam ordem para resolver os problemas ambientais. Embora alguns esforços tenham sido feitos para corrigir os problemas referidos em diversas inspeções locais, a situação basicamente não melhorou.

De 2013 a 2016, a Província de Gansu não puniu ninguém por negligência ou má administração, segundo o documento. Mesmo encontrando muitos problemas durante as inspecções, os funcionários locais costumavam emitir documentos para rectificá-los em vez de os resolver de forma prática, escreve a Xinhua.

Segundo a agência oficial, “mais funcionários públicos chineses enfrentarão auditorias sobre o impacto ambiental do seu trabalho, à medida o governo central aprofunda a reforma para promover os funcionários com forte consciência ambiental”.

A nova reforma foi endossada na 36ª reunião do Grupo Dirigente Central para o Aprofundamento Integral da Reforma em 26 de Junho. O regulamento esclarece que, se o impacto ambiental negativo for revelado pela auditoria, será tomado em consideração até depois da mudança de cargos dos funcionários, e a auditoria afectará promoções futuras. A avaliação inclui o dano tanto ambiental como ecológico e o consumo local de recursos naturais, que devem ser supervisionados dentro dos deveres dos funcionários.

Na quinta-feira, o Ministério da Proteção Ambiental anunciou planos de inspecionar questões ambientais em 446 reservas naturais nacionais entre Julho e Dezembro deste ano. Intituladas “Escudo Verde 2017”, as inspeções incluem investigações abrangentes de violações dentro das reservas e de progressos em retificações de problemas existentes.

24 Jul 2017

Justin Bieber não entra

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem que fecharam as portas a futuras actuações do cantor canadiano Justin Bieber, de 23 anos, devido ao “mau comportamento” do ídolo pop fora deste país. “Não é adequado que entrem no país artistas que têm comportamentos inadequados”, indicou o Centro Municipal de Cultura de Pequim em comunicado publicado esta semana, numa resposta a uma petição de um fã para que Justin Bieber pudesse actuar na China.

Na nota, é explicado, que “Bieber é um jovem cantor com muito talento, mas também polémico e, como figura pública, teve uma série de comportamentos pouco adequados na sua vida social, tanto no estrangeiro como na China”.

A China já vetou a entrada de numerosos artistas internacionais no passado, pelo que é habitual que as autoridades justifiquem as razões, como fizeram agora com Justin Bieber.

Artistas como a islandesa Bjork (que gritou a favor de um Tibete independente num concerto em Xangai), Bom Jovi, Oasis ou Guns N’Roses já tiveram problemas com as autoridades chinesas, que lhes cancelaram concertos por desavenças políticas.

Justin Bieber nunca actuou na China, mas visitou o país para promover os seus discos e, em 2013, causou polémica ao tirar fotografias a percorrer a Grande Muralha levado às costas de um segurança.

Museu oferece milhões a quem conseguir decifrar carateres antigos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m museu da China pediu a peritos de todo o mundo que ajudem a decifrar carateres com 3.000 anos de antiguidade e ofereceu milhões de dólares a quem o conseguir, informou o diário South China Morning Post. O Museu Nacional de Escritos Chineses, na cidade de Anyang, no centro da China, promete na sua página de Internet, pagar 100.000 yuan (cerca de 12.000 euros) por cada caracter antigo ainda não decifrado pelos investigadores e metade desse valor se forem caracteres sobre os quais há várias teorias sobre o seu significado.

Nesses textos, sobre temas que variam desde a meteorologia aos impostos, há cerca de 5.000 carateres dos quais os peritos apenas conseguiram decifrar 2.000, pelo que os restantes, muitos deles relacionados com nomes de lugares e de pessoas da época, continuam a ser um mistério para historiadores e paleógrafos.

O museu de Anyang incentiva os investigadores de todo o mundo a utilizar novas técnicas, como metadados, para procurar a solução para os enigmas colocados pelos escritos chineses antigos.

A oferta de recompensas foi uma prática iniciada em outubro de 2016, devido ao impasse atingido pelos investigadores do museu, escreve o South China Morning Post.

24 Jul 2017

China compra um quarto de todas as exportações brasileiras

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China nunca teve tanta importância para o comércio exterior brasileiro. Nos primeiros seis meses deste ano, 25% de tudo o que o Brasil exportou teve como destino o país asiático. Esta percentagem é um recorde e é mais uma marca da ascensão da segunda maior economia mundial no Brasil. No primeiro semestre de 2007, a fatia chinesa nas exportações brasileiras era de 6,7% – os EUA eram líderes, com 16,4%. Alimentada pela procura de soja, minério de ferro e petróleo, a compra chinesa de bens brasileiros somou US$ 26,9 mil milhões de Janeiro a Junho, um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.

Sozinhos, os chineses compraram mais ao Brasil do que os três outros principais compradores: EUA, Argentina e Holanda, respectivamente.

Há mais de dez anos que nenhum país era tão preponderante na compra de produtos brasileiros. No início do século, os EUA chegaram a responder por mais de um quarto das exportações. Mas, enquanto os americanos eram grandes clientes de produtos manufacturados (que tem preços mais estáveis), o que os chineses preferem matérias-primas e alimentos, cujas cotações costuma flutuar mais.

Ter um cliente tão poderoso tem os seus benefícios, já que há um mercado quase cativo para os produtos, porém, os riscos são mais expressivos. Uma desaceleração forçada da China teria um forte impacto nas exportações e seria muito difícil encontrar um mercado que conseguisse dar conta de tamanha oferta: 45% da soja comprada pelos chineses vem do Brasil, além de 21% do minério de ferro.

Cantão | Queda de grua mata setembro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] queda de uma grua num estaleiro de obra de uma empresa de infraestruturas no sul da China causou a morte de sete pessoas e ferimentos noutras duas, informaram hoje as autoridades. O incidente ocorreu na noite de sábado no local da sede da empresa estatal China Communications Construction, na cidade de Guangzhou, segundo as autoridades citadas pela agência noticiosa Associated Press. Os dois feridos estão em situação estável, segundo as autoridades do distrito de Haizhu daquela cidade. Apesar de ter havido melhorias nos anos recentes, a segurança nos trabalhos de construção continua a ser fonte de preocupação na China, com os regulamentos a serem frequentemente ignorados, em parte por atitudes casuais e por causa da corrupção.

 

24 Jul 2017

China e Rússia realizam exercício militar na Europa

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeçaram as primeiras etapas dos exercícios “Joint Sea 2017” das forças navais russas e chinesas, marcando a primeira vez que ocorrem na Europa. À medida que os navios chineses entraram no porto russo de Baltiysk na sexta-feira passada, iniciou-se a primeira fase, com a fase activa a 24 de Julho. Os exercícios estão definidos para durar até 28 de Julho. A segunda fase das manobras conjuntas será realizada no Extremo Oriente russo, no Mar do Japão e no Mar de Okhotsk em Setembro.

Este é um momento que entra para história das relações russo-chinesas, como o primeiro exercício conjunto da esquadra chinesa com a armada russa em águas europeias, algo que deve gerar ondas nos meios geopolíticos, sendo um claro sinal da crescente actividade naval chinesa e da sua capacidade operacional.

Participam do “Joint Sea 2017” os mais avançados meios navais da China, incluindo o destroyer de mísseis Type 052D Changsha, a fragata de mísseis Yungchen e o navio de abastecimento de Luomahu, que concluíram exercícios de incêndio no Mediterrâneo semana passada.

A Marinha russa irá participar com as últimas corvetas “Steregushchiy” e “Boiky”. Além destes meios, devem participar um significativo contingente aéreo composto por aeronaves e helicópteros de ambas marinhas.

Segundo uma declaração do Ministério da Defesa da Rússia: “Os principais objectivos dos exercícios são aumentar a eficiência na cooperação entre as duas frotas na luta contra as ameaças à segurança no mar, para formar a integração das tripulações dos navios de guerra russos e chineses, para fortalecer a amizade e a cooperação entre a Marinha russa e as Forças Navais do Exército de Libertação do Povo da China “. O “Joint Sea 2017” incluirão exercícios anti-submarinos e de defesa aérea.

A esquadra chinesa não passou despercebida quando se dirigia para o Báltico, tendo sido escoltada por navios britânicos, holandeses e dinamarqueses. Embora faça “parte da vigilância normal”, a reacção parece ser resultado da “campanha de propaganda nos media ocidentais que procuram sinalizar a Rússia e a China como uma espécie de impérios do mal”, comentaram os russos.

Explosão mata 2 e fere 55

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos duas pessoas morreram ontem e 55 ficaram feridas na sequência de uma explosão numa loja em Hangzhou, no leste da China, noticiou a agência oficial Xinhua. A explosão, de origem ainda desconhecida, ocorreu numa loja próxima do Lago do Oeste, na capital da província chinesa de Zhejiang, onde decorreu a cimeira dos líderes do G20 em 2016. Doze pessoas ficaram gravemente feridas, acrescentou a Xinhua. Imagens difundidas nas redes sociais mostram uma explosão que provoca a queda de destroços sobre os veículos em circulação numa estrada.

 

 

24 Jul 2017

Coreia do Norte arrisca uma grave escassez de alimentos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte poderá sofrer uma grave escassez de alimentos devido à pior seca dos últimos 15 anos no país, advertiu onde a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

As culturas foram penalizadas devido à falta de chuvas, num país onde a desnutrição já é um flagelo, referiu a FAO num relatório.

“A chuva que caiu entre Abril e Junho nas principais regiões agrícolas do país foi muito abaixo da média a longo prazo, o que causou graves perturbações nas atividades de plantio e danos às culturas na principal estação”, indicou o documento.

Isso poderá traduzir-se em “uma forte deterioração da segurança alimentar para uma grande parte da população”, de acordo com Vincent Martin, representante da FAO para China e para a Coreia do Norte.

“É necessário implementar ações agora para ajudar os agricultores afetados e para prevenir que os mais vulneráveis se voltem para estratégias de adaptação não sustentáveis, como reduzir a sua ingestão diária de alimentos”, acrescentou.

“É vital que esses agricultores beneficiem agora de uma assistência agrícola adequada, incluindo ferramentas e equipamentos de irrigação”, sublinhou Martin.

“Um aumento nas importações de alimentos (…) também será necessário durante os próximos três meses (…) para garantir um abastecimento alimentar adequado para os mais vulneráveis, incluindo crianças e idosos”, referiu a FAO.

Desgoverno

A Coreia do Norte experimentou na década de 1990 uma falta de alimentos que deixou várias centenas de milhares de mortos.

Mesmo em anos sem a seca, mais de 40% da população norte-coreana sofre de subnutrição, segundo a ONU.

Segundo especialistas, a escassez alimentar resulta de uma má gestão por parte do Governo norte-coreano, que consagra uma importante parte do seu orçamento aos programas balísticos e nucleares.

As entregas internacionais de alimentos, nomeadamente pelos norte-americanos e sul-coreanos, diminuíram fortemente com a escalada da tensão ligada aos programas militares de Pyongyang.

Um outro relatório da FAO sobre a Coreia do Norte estimou que em 2016 a produção agrícola foi penalizada pela falta de terras aráveis, pela degradação do solo devido a exploração intensiva, a falta de sementes, pesticidas e fertilizantes de qualidade.

A FAO, que tem um escritório permanente no país asiático, estima que 50.000 hectares de terras agrícolas foram afetados este ano pela seca, nomeadamente as culturas de arroz, milho, batatas e soja.

“A produção ligada às culturas do início da safra de 2017 caiu mais de 30% em relação ao ano anterior, passando de 450.000 para 310.000 toneladas”, advertiu ainda a FAO.

Duterte diz que não visita Estados Unidos porque “não prestam”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas declarou que nunca irá visitar os Estados Unidos enquanto for chefe de Estado, afirmando que “já viu a América e não presta”. Rodrigo Duterte fez o mais recente ataque verbal contra os Estados Unidos quando foi instado, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a reagir às declarações do congressista Jim McGovern. McGovern afirmou que irá liderar um protesto se o Presidente filipino aceitar um convite do Presidente norte-americano, Donald Trump, para visitar a Casa Branca. “O que o leva a pensar que eu vou à América?”, questionou Duterte. “Em nenhum momento durante a minha administração irei à América, ou depois… Eu já vi a América e não presta”, afirmou. O porta-voz de Duterte disse, em Abril, que Trump tinha convidado, durante um telefonema, o Presidente filipino a visitar Washington, o que causou protestos de ativistas dos direitos humanos, que pediram a Trunp para não receber um líder acusado de violações dos direitos humanos e de execuções extrajudiciais.

24 Jul 2017

Internet | China aumenta censura e quer impedir uso de VPN

As redes sociais desempenham hoje um papel fundamental na modernização e reforma na China. Mas o governo insiste em manter um controlo apertado da internet. Nos últimos meses a censura tem apertado, o que pode colocar em risco o próprio desenvolvimento do país. O próximo passo é proibir o VPN.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o longo deste ano, a censura da internet têm aumentado na China. Se, por um lado, o país assume que quer dar saltos gigantescos em termos de modernização digital; por outro, parece temer as consequências políticas da evolução tecnológica.

É sabido que muitos portais estrangeiros estão proibidos na China. Facebook, Youtube, Google, etc., ficam do outro lado da chamada “Great Firewall of China”. Por isso, muitos internautas chineses e estrangeiros residentes têm usado a chamada VPN (Virtual Proxy Network), um mecanismo que permite aceder à Internet através de um servidor localizado além-fronteiras. O VPN permite aceder a esses portais proibidos, o que se tem revelado muito útil, sobretudo para as empresas estrangeiras com filiais no País do Meio. O sistema cria ligações criptografadas entre computadores e pode ser usado para abrir portais bloqueados pela censura chinesa.

Mas agora a China quer impedir o uso de VPN. Numa carta enviada a clientes corporativos, citada pela agência Associated Press, o maior fornecedor de acesso à Internet do país diz que o uso de VPN será apenas permitido para ligar à sede da empresa no estrangeiro.

Medo atrás de medo

A carta enviada pela China Telecom Ltd. diz que os utilizadores de VPN vão ser impedidos de aceder a portais fora da China. Portais como o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer estão bloqueados na China. As versões electrónicas de órgãos de comunicação como o The New York Times ou o Economist também estão censurados.

A carta repete um anúncio feito em Janeiro de que apenas VPN autorizadas pelas autoridades chinesas serão permitidas. A mensagem suscitou receios de possível fuga de segredos comerciais ou informação, entre empresas que questionam a fiabilidade dos serviços encriptados chineses e a possibilidade de as autoridades acederem às suas mensagens. Os reguladores anunciaram em Janeiro uma campanha para erradicar o uso de VPN usadas para contornar a censura do regime.

A medida reflete a visão do Presidente chinês, Xi Jinping, de “soberania do espaço cibernético” ou o direito de Pequim em limitar a actividade dos seus cidadãos ‘online’. O controlo sobre a informação é especialmente sensível este ano, já que no outono vai decorrer o congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o mais importante acontecimento da agenda política chinesa, que se realiza de cinco em cinco anos.

Esta semana, o regulador municipal de Pequim para a Internet anunciou que pediu aos operadores de portais, incluindo o Baidu e a Tencent, para que removem material que “distorça a história da China e do Partido” e “promovam valores anormais”.

Pequim tem repetidamente pressionado empresas estrangeiras para que disponibilizem tecnologia, conhecimento encriptado e outros segredos comerciais, em troca de acesso ao seu mercado. As empresas a operar na China apontam o controlo da Internet como um dos maiores obstáculos às suas operações no país.

Empreendedor sofre

Mas não são apenas os estrangeiros que sofrem com o recrudescimento da censura. Os próprios negócios dos cidadãos chineses estão a ser gravemente afectados, sobretudo os novos negócios, as startups, que dequem o presidente Xi tanto fala. A verdade é que este recente movimento do governo para suprimir conteúdos na internet tem preocupado uma diversa comunidade de cineastas, blogueiros, membros dos media e educadores, que temem que os seus portais possam ser fechados por causa do controlo mais rígido do governo.

Em Junho, os reguladores fecharam portais de celebridades, restringiram quais tipos de vídeos as pessoas podem publicar e suspenderam os serviços online de streaming -– tudo isso sob alegações de conteúdo impróprio.

Uma associação do sector fez circular uma nova regulamentação de efeito imediato determinando que pelo menos dois “auditores” terão que analisar todo conteúdo audiovisual publicado online para garantir que esses conteúdos sejam fiéis aos “principais valores socialistas”. Tópicos considerados inapropriados incluem vício em drogas e homossexualidade, disse a Associação de Serviços de Transmissão Online da China, afiliada ao governo e que representa mais de 600 membros.

“De acordo com estas regras de censura, nada vai passar, o que vai exaurir a criação audiovisual artística”, escreveu Li Yinhe, uma académica que estuda sexualidade na Academia Chinesa de Ciências Sociais, mantida pelo governo. Sob as novas regras do governo, obras como a ópera “Cármen”, de Georges Bizet, e “Otelo”, de Shakespeare, tecnicamente teriam que ser banidas por mostrarem prostituição e exibirem cenas explícitas de afecto, disse.

As regras, que afectam gigantes das redes sociais como Weibo, bem como pequenas plataformas que têm florescido no movimentado espaço criativo online da China, representam as mais recentes medidas para endurecer a fiscalização na internet, antes do Congresso do Partido Comunista no segundo semestre, quando o presidente Xi Jinping deve consolidar seu poder.

“Costumávamos descrever a constante regulação conta-gotas como a fervura de um sapo em água morna. Agora está a escaldar com água a ferver”, disse à Reuters Wang Xiaoxiao, um agente de talentos que representa diversos actores que conquistaram fama na internet.

A internet é o melhor instrumento de domínio inventado pelo Homem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o contrário do que muitos ocidentais pensam, a internet na China não é, aparentemente, muito diferente de qualquer outro país. Vamos ali encontrar gente mal disposta, revoltada, crítica, pouco disposta a mostrar-se compassiva ou harmoniosa. Isto é o que revela um estudo, feito pela Universidade de Harvard, divulgado pelo jornal inglês The Guardian. A ideia de que a internet chinesa é constituída por um conjunto de gente tímida e sem face visível é, segundo o estudo, ridícula.

A investigação também revelou que a maior parte dos conteúdos censurados, além do habitual Falun Gong, pornografia e democracia, prendem-se com publicações que incitem ao activismo, mesmo que este seja a favor do governo. Gente na rua, manifestações, concentrações espontâneas, não. O governo não permite esse tipo de publicação, ainda que defenda os seus pontos de vista.

Por outro lado, a internet é extremamente útil ao Governo Central porque, por não possuir os feedbacks proporcionados por uma situação de liberdade democrática, é através da rede que vai tomando o pulso ao país, nomeadamente nas regiões mais longínquas. A internet tornou-se assim numa espécie de sistema de aviso prévio que permite ao governo agir antes que uma situação desagradável ocorra. Por exemplo, se surgem publicações sobre a corrupção num município, o governo central pode agir antes que o desagrado se torne demasiado público e provoque agitação social.

Além disso, fala-se do “exército de 50 cêntimos”, um grupo de dois milhões de pessoas, cuja ocupação é colocar publicações na internet, a 50 cêntimos cada uma. E, se no princípio estes actores da net respondiam ao críticos do governo, hoje mudaram de táctica: criam outros assuntos que desviam a atenção dos internautas para outras áreas. Isto para além de continuamente louvarem o Partido Comunista e o modo como conduz a China.

Economia digital cresce quase 20%

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia digital da China cresceu 18,9%, em 2016, para 22,6 biliões de yuans, ultrapassando o ritmo de crescimento do conjunto da economia, indica um estudo do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação chinês. A economia digital compôs 30,3% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, no ano passado, de acordo com o mesmo estudo, apontando que se for considerado o impacto indireto, o contributo ascende a 69,9%. Este sector inclui modelos de negócio como o comércio electrónico, computação em nuvem ou pagamentos via carteiras digitais, que têm na China uma difusão ímpar a nível mundial. O crescimento da economia digital, em 2016, supera o ritmo de crescimento da economia chinesa, de 6,9%. O estudo estima que o sector alcance os 32 biliões de yuans, em 2020, e que em 2030 componha metade do PIB do país.

21 Jul 2017

Mundial de Carros de Turismo regressa a Macau após impasse

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC) regressa a Macau para a 64.ª edição do Grande Prémio, anunciou ontem o presidente do Instituto de Desporto de Macau. “Hoje anunciamos esta organização novamente com a Federação Internacional do Automóvel (FIA) em relação ao WTCC”, disse Pun Weng Kun, em conferência de imprensa.

Após dois anos de ausência do WTCC, nas edições de 2015 e 2016 do Grande Prémio de Macau, e de um impasse em que a comissão organizadora não dava a prova como certa, o responsável justificou a hesitação, manifestada em maio, por estarem a decorrer negociações com a FIA.

“O Grande Prémio de Macau é uma marca de reputação e várias corridas querem participar no evento. Como comissão organizadora, temos de ponderar quais são as corridas ou as provas que trazem mais vantagens para este evento”, disse.

“Mantivemos sempre contacto com a FIA em relação ao WTCC, alguns pontos ainda precisavam de mais negociações e é assim que hoje temos de volta a corrida em Macau”, afirmou.

Com o regresso da prova do WTCC, a 64.ª edição do Grande Prémio, que decorre entre 16 e 19 de novembro, vai contar com seis corridas: o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo, a Taça do Mundo de Fórmula 3, a Taça do Mundo de GT, estas três da FIA, a que se juntam o Grande Prémio de Motos, a Taça de Carros de Turismo de Macau e a Taça da Corrida Chinesa.

21 Jul 2017

Bandeira mal hasteada em Coloane não era fotomontagem

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Alfândega (SA) anunciaram ontem que abriram um processo disciplinar para “investigação profunda” do caso da bandeira nacional hasteada de forma errada na Ponte Cais de Coloane. Trata-se de um episódio que foi inicialmente catalogado como sendo o resultado de uma fotomontagem, que envolveu a Polícia Judiciária (PJ) e o autor de uma publicação numa rede social, e que agora conhece novos desenvolvimentos.

No passado dia 3, os SA aperceberam-se de que estava a circular uma fotografia numa rede social que mostrava a bandeira nacional hasteada ao contrário no Terminal Marítimo do Porto Exterior. No mesmo dia, a situação foi corrigida.

Acontece que, no dia seguinte, foi de novo detectada outra fotografia, também da bandeira nacional, “hasteada não apropriadamente”. Desta vez, a imagem era relativa à Ponte Cais de Coloane. Após o que dizem ter sido uma “investigação meticulosa”, os SA confirmaram que a bandeira içada na ponte cais, naquele dia, estava hasteada de forma apropriada, pelo que afirmaram que se tratou de uma fotomontagem.

“Os SA informaram de imediato a situação ao secretário para a Segurança e apresentaram também denúncia à PJ, solicitando a sua intervenção e investigação”, recordam os serviços em comunicado.

A investigação envolveu “diálogo” com a pessoa que publicou a fotografia. A PJ fez ainda análises, tendo ficado provado que a foto em questão não era, afinal, uma fotomontagem.

Depois de terem sido informados das conclusões da PJ, os Serviços de Alfândega abriram um processo disciplinar para averiguarem o que aconteceu. “Os SA pedem desculpa pelo mal-entendido provocado e pela informação erradamente fornecida aos superiores e à imprensa no dia 4 do corrente mês”, escrevem os serviços. “De facto, terá sido insuficiente a investigação inicialmente realizada para o correcto apuramento da situação da bandeira hasteada na Ponte Cais de Coloane.”

 Secretário atento

Apesar de os SA garantirem que “aprenderam a lição”, tendo reforçado “as instruções permanentes e medidas de supervisão, e intensificado a formação interna”, o secretário para a Segurança emitiu também um comunicado sobre o assunto em que se demonstra desagradado com este episódio protagonizado por serviços sob a sua alçada.

Wong Sio Chak afirma “prestar atenção aos consecutivos erros, além de achar inaceitável a confusão causada pela comunicação dos SA”. O secretário deu orientações aos serviços para procederem a uma investigação rigorosa aos casos e ao pessoal neles envolvido, devendo divulgar o mais rápido possível os resultados apurados.

O responsável pela pasta da Segurança acrescenta ter dado ordens aos organismos da sua tutela para cumprirem com rigor as leis e instruções sobre as regras de colocação e exibição das bandeiras nacional e regional. Exortou-os também “a melhorar os trabalhos de gestão diários, garantindo a legalidade, o rigor e o profissionalismo dos serviços públicos”.

Turismo | Hotéis com maior ocupação e quartos mais baratos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro semestre do ano foi de subida de taxas de ocupação do sector hoteleiro, que registou um crescimento de 6,3 por cento em relação aos seis primeiros meses de 2016. Por outro lado, os preços dos quartos ficaram mais baratos, verificando-se uma descida de 3,5 por cento. Durante o primeiro semestre de 2017, a taxa de ocupação dos hotéis de Macau situou-se nos 87,2 por cento, um registo que contrasta com os 80,9 por cento de ocupação no período homólogo do ano transacto. De acordo com os dados publicados pelos Serviços de Turismo, o preço médio de um quarto de hotel no primeiro semestre deste ano foi de 1249,6 patacas, um valor ligeiramente inferior ao verificado nos primeiros seis meses de 2016, quando o preço médio foi de 1295,5 patacas.

 

Robótica| Aluno da UM ganha medalha de bronze

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hio Wan Long, aluno da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Macau, ganhou a medalha de bronze na competição WorldSkills Hong Kong 2017 – Mobile Robotics. O evento faz parte de uma iniciativa global, a WorldSkills Abu Dhabi 2017, que acontece em Outubro. Esta feira de tecnologia atrai participantes oriundos da Rússia, Japão, França, Canadá, Malásia, Singapura, China, Macau e Taiwan. A competição começou em 1954 e destina-se a promover a troca de conhecimentos técnicos na área das novas tecnologias. O robot desenvolvido pelo estudante da UM foi construído sob a supervisão do professor Vong Chi Man.

 

21 Jul 2017

EUA e China decidem cooperar para reduzir défice comercial

Cem dias. Foi o prazo estabelecido de criação de um plano económico para parcerias entre China e Estados Unidos quando os presidentes dos dois países, Xi Jinping e Donald Trump, se encontraram em Abril. Alguns acordos iniciais foram rascunhados, mas nada efectivo saiu do papel. O prazo de 100 dias acaba no domingo e representantes dos dois países encontraram-se esta semana para discutir uma efetiva ampliação nos negócios.

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos e China acertaram nesta quarta-feira cooperar para a redução do défice comercial, na primeira ronda de negociações económicas bilaterais desde o início da presidência de Donald Trump, informou Washington no fim do encontro.

O secretário de Comércio, Wilbur Ross, e o seu colega do Tesouro, Steven Mnuchin, iniciaram as conversações entre as duas principais economias mundiais com exigências de uma relação mais “justa, equitativa e recíproca”. A parte americana exigiu mudanças depois de sublinhar que as exportações chinesas para os Estados Unidos cresceram mais de 200% nos últimos 15 anos e alimentam um défice comercial de 309 mil milhões de dólares em 2016.

Mas Ross e Mnuchin escolheram um tom mais moderado no fim das conversações com a delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Wang Yang. “A China reconheceu o nosso objetivo compartilhado de reduzir o défice comercial, no qual os dois lados trabalharão cooperativamente”, declararam Ross e Mnuchin.

“Os princípios de equilíbrio, equidade e reciprocidade em matéria de comércio guiarão a posição americana para que possamos oferecer aos trabalhadores e aos empresários americanos a oportunidade de competir em igualdade de condições”.

Wang sugeriu aos Estados Unidos que não pressione excessivamente, sublinhando a importância do “diálogo” sobre a “confrontação”. “Não precisamos que um derrote o outro nas discussões sobre as nossas divergências. O confronto prejudicará os interesses de ambos”.

No seu discurso, Wang afirmou que “há um enorme mercado potencial na China para as exportações americanas de tecnologia avançada; equipamentos e peças, mas, lamentavelmente, as empresas americanas não pegam nessa parte do bolo devido a controlos obsoletos de exportações nos Estados Unidos”.

A legislação americana restringe a venda de alguns componentes de alta tecnologia quando existe a possibilidade de que sejam utilizados para fins militares.

Ao abrir as discussões, Ross declarou que o défice poderia ser entendido “se fosse apenas resultado natural das forças do livre-mercado, mas não é isso”. “Já está na hora de reequilibrar nossas relações de comércio e investimentos”.

Steven Mnuchin avaliou que é preciso “trabalhar juntos para maximizar os benefícios às duas partes (…) e isso apenas será possível com uma relação mais justa e equilibrada entre Estados Unidos e China”.

“Isso significa resolver os desequilíbrios provocados pela intervenção chinesa na economia”, disse, completando: “Uma relação mais equilibrada vai gerar prosperidade para os dois países e para o mundo”.

Promessas de Trump

O intuito de Donald Trump é conseguir diminuir o défice comercial americano com a China, que acredita ser nocivo para a economia dos Estados Unidos e para os produtos fabricados no seu país. As conversações, até agora, já promoveram, por exemplo, o regresso das vendas de carne para a China, paradas há 14 anos. A China também tem demonstrado interesse em adquirir produtos de gás natural liquefeito dos Estados Unidos.

A reunião de Washington, um encontro que acontece todos os anos entre oficiais dos dois países, mudou de nome para Diálogo Económico Compreensivo, e deve trazer mais novidades em torno das parcerias.

O secretário de comércio, Wilbur Ross, recebeu empresários americanos e chineses para discutir o comércio internacional entre os dois países. Mais de 20 líderes de negócios, como o presidente do Alibaba, Jack Ma, e o cofundador do grupo de investimento Blackstone, Stephen Schwarzman, participaram das conversações. Os participantes discutiram os problemas das barreiras comerciais e fizeram uma lista de sugestões aos oficiais do governo.

A questão é primordial num momento em que exportadores americanos, principalmente em indústrias como tecnologia da informação e robótica, estão preocupados com o expansionismo chinês — a China chama esse mercado de “indústria em estratégica emergência”. Enquanto Trump caça paliativos para agradar aos seus eleitores, os chineses continuam a investir para exportar tecnologia de ponta não só para os Estados Unidos, mas para todo o mundo.

Irão | China solicita cumprimento de acordo nuclear

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu confiança mútua e responsabilidade de todos os lados para salvaguardar e realizar o acordo nuclear do Irã de 2015, agora que os Estados Unidos colocaram novas sanções em 18 entidades e indivíduos ligados ao programa de mísseis balísticos do Irã e outras actividades não-nucleares na terça-feira.

“Todos os lados têm a responsabilidade de salvaguardar e realizar o acordo nuclear do Irão”, disse Lu Kang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

A China opõe-se resolutamente a qualquer tipo de actividade de proliferação nuclear e sempre se opôs à chamada “jurisdição de longo alcance” por qualquer país com base na sua legislação nacional, de acordo com Lu. “A cooperação internacional eficaz depende da necessária confiança mútua de todos os lados”, afirmou.

Referindo-se ao acordo nuclear como “um importante resultado multilateral” e “um paradigma” para a solução de questões internacionais através de meios políticos e diplomáticos, Lu disse que desde o lançamento do acordo dois anos atrás, o Irão implementou “sinceramente” medidas relevantes e fortaleceu o comércio económico e cooperação comercial com diferentes países, o que está de acordo com a vontade da comunidade internacional.

21 Jul 2017

Pyongyang diz que diálogo não vai funcionar

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]yongyang enviou ontem através do seu principal diário uma mensagem pouco favorável em relação à recente oferta de diálogo apresentada pela Coreia do Sul, argumentando de que nada serve enquanto Seul mantiver a sua política “hostil” e próxima dos EUA. “As autoridades sul-coreanas estão a mostrar uma atitude incongruente (ao proporem diálogo), enquanto continuam a dançar com os Estados Unidos e as hostes conservadoras”, indica um editorial do diário Rodong Sinmun. “Eliminar o confronto e a hostilidade é uma condição prévia para abrir a porta da reconciliação e unidade das duas Coreias”, acrescentou. “Não parece que seja uma resposta direta (à proposta de Seul), mas estamos a analisar as suas implicações”, disse por sua vez um porta-voz do Governo sul-coreano à agência Yonhap.

O Ministério de Unificação informou que o regime norte-coreano não respondeu às chamadas realizadas ontem na linha telefónica situada na fronteira.

Seul propôs esta semana que ambos os países mantenham a 21 de julho conversações militares – as primeiras em quase três anos – para aliviar a tensão e também um encontro das suas delegações da Cruz Vermelha a 1 de agosto para tentar retomar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953).

No entanto, Pyongyang manteve silêncio a respeito e assumiu que, a aceitar a proposta, a data para o diálogo militar (prevista para amanhã) deveria ser adiada face à falta de tempo para organizar uma agenda e designar os respectivos porta-vozes.

21 Jul 2017

Xi Jinping pede progresso militar

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping pediu que as principais instituições de pesquisa e educação militar do país cultivem mais talentos para as forças armadas e que construam mais instituições de investigação e educação militar, de modo a atingir um nível internacional. Xi, também secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e presidente da Comissão Militar Central (CMC), fez o comentário na quarta-feira, num discurso dirigido aos chefes das forças armadas.

Após entregar as bandeiras aos chefes numa cerimónia para marcar a reestruturação das instituições, Xi classificou a reforma como uma decisão vital feita pelo comité central do PCC e pela CMC para “realizar o Sonho Chinês e construir um exército mais forte”.

“Para construir uma instituição de investigação militar de primeira classe com liderança global, a Academia de Ciência Militar do Exército de Libertação Popular (ELP), como a força de liderança na pesquisa científica militar, deve satisfazer a nova procura de pesquisas militares e combinar melhor as teorias e tecnologias militares”, continuou.

Xi enfatizou ainda que a Universidade de Defesa Nacional do ELP é uma base significativa para cultivar talentos e também oficiais, devendo impulsionar a inovação na educação, pesquisa e gestão para se tornar uma universidade abrangente superior sob comando unificado.

Quanto à Universidade Nacional de Tecnologia da Defesa, deve seguir as tendências mundiais de desenvolvimento da ciência militar e trabalhar mais para proporcionar avanços tecnológicos-chave, para criar uma instituição de nível internacional, explicou Xi.

“É necessário talento, teoria, ciência e tecnologia militar de primeira classe para tornar o ELP num exército líder mundial”, disse Xi. “A ciência e tecnologia são as capacidades essenciais da luta na guerra moderna”, notou.

Xi enfatizou ainda que as instituições militares têm que assumir a responsabilidade e os os comandantes devem obedecer a uma direção política correcta para salvaguardar a autoridade e a liderança centralizada e unificada do Comité Central do PCC, agir de acordo com o CCPCC e manter a liderança absoluta do PCC sobre o exército.

A China tem actualmente 43 instituições educacionais militares, incluindo duas – a Universidade de Defesa Nacional do ELP e a Universidade Nacional de Tecnologia da Defesa – diretamente subordinadas à CMC, 35 especializadas nos serviços armados específicos, e seis das forças policiais armadas.

Nova Zelândia | Assinado acordo de exportação de cebolas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China finalmente assinou um acordo de exportação de cebola com a Nova Zelândia depois de 10 anos de negociações, revelou nesta quarta-feira um comunicado oficial. Um acordo sanitário foi assinado no início deste ano, abrindo caminho para a exportação de cebola chinesa ao mercado da Nova Zelândia, segundo a Administração Geral da Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China (AGSQIQ). O governo da Nova Zelândia tem um sistema de quarentena de plantas muito rigoroso para proteger seu próprio ecossistema, segundo o comunicado. A AGSQIQ ajudou os exportadores domésticos de cebola a melhorarem o nível de administração nos últimos anos. O AGSQIQ prometeu lançar medidas de quarentena rigorosas para garantir a qualidade das cebolas exportadas. A China é um dos principais produtores de cebola do mundo, com uma produção anual de cebola de 20 milhões de toneladas. As exportações respondem por meramente 3,5% de sua produção total.

 

1,2 milhão de toneladas de água dessalinizada por dia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] produção diária dos 131 projetos de dessalinização da água do mar da China atingiu mais de 1,18 milhão de toneladas até o final de 2016, informou um relatório oficial divulgado nesta quarta-feira. O relatório em relação à utilização da água do mar em 2016 emitido pela Administração Estatal dos Assuntos Marítimos indicou que o maior projeto de dessalinização da China poderia produzir 200 mil toneladas de água por dia. O custo da água do mar dessalinizada por tonelada varia de cinco a oito yuans (US$ 0,74 a 1,19), segundo o relatório. Das águas do mar dessalinizadas da China, 66,61% foram usadas por propósitos industriais e o restante para o uso residencial. A China vai acelerar a legislação sobre a utilização da água do mar, ampliará o seu uso e lidará com as preocupações públicas com a água do mar dessalinizada potável, disse Qu Tanzhou, chefe do departamento de ciência e tecnologia subordinado à administração.

Matou os pais e mais 17 pessoas

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m homem foi julgado na quarta-feira por matar 19 pessoas incluindo seus pais. Segundo o tribunal, quando um pedido de dinheiro foi rejeitado por seu pai, Yang Qingpei regressou em 28 de setembro de 2016 à aldeia de Yema, na Província de Yunnan, e matou seus pais. Para encobrir o crime, Yang matou 17 vizinhos, incluindo três crianças. Depois fugiu para a capital da província, Kunming, e voltou ao trabalho, segundo um comunicado divulgado pelo departamento de segurança pública de Yunnan. Yang assumiu a autoria dos crimes, expressou remorso e pediu desculpa aos parentes das vítimas. Cerca de 200 pessoas estavam presentes no tribunal, incluindo parentes, legisladores, imprensa e membros do público. O tribunal adiou a condenação para outro dia.

Alibaba lança assistente de voz de baixo custo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]grupo chinês Alibaba lançou na quarta-feira um assistente de voz de preço reduzido, semelhante ao “Echo” da Amazon.com, na sua primeira incursão em dispositivos domésticos inteligentes. O “Tmall Genie”, mesmo nome da plataforma de comércio eletrônico Tmall da empresa, custa 499 yuans, preço muito mais baixo do que o de produtos similares da Amazon e do Google, que custam entre 120 e 180 dólares. Estes dispositivos são activados por comandos de voz para executar tarefas como verificar agenda, buscar previsão do tempo, mudar música ou controlar aparelhos domésticos inteligentes, usando conectividade de Internet e inteligência artificial. O Tmall Genie está atualmente programado para usar o mandarim como idioma e só estará disponível na China. O aparelho é activado quando um usuário reconhecido diz “Tmall Genie” em chinês.

Presença de Cristiano Ronaldo esgota clássico

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presença de Cristiano Ronaldo no jogo entre o Shanghai SIPG e Guangzhou Evergrande, no sábado, esgotou os bilhetes, o que ilustra a popularidade do internacional português na China, noticiou ontem a imprensa chinesa.

Segundo o acordo feito entre Ronaldo e a Superliga de futebol chinesa, o português vai surgir em campo 15 minutos antes do início da partida, em Xangai, para cumprimentar os jogadores de ambas as equipas.

O Guangzhou Evergrande é o actual primeiro classificado na prova máxima do campeonato de futebol chinês, enquanto o Shanghai SIPG, conjunto treinado pelo português André Villas-Boas, segue em segundo lugar, a um ponto de distância.

Mas é a presença de Cristiano Ronaldo que está a atrair os adeptos chineses da modalidade, sublinhou a imprensa local. “C Luo” [Cristiano Ronaldo, em chinês] é o português mais conhecido na China, onde o futebol tem tido renovado interesse, com as grandes empresas do país a investir na modalidade, animados pela ambição do Governo em colocar a seleção do país entre as melhores do mundo.

Em Dezembro passado, o empresário do avançado, o português Jorge Mendes, disse que Ronaldo rejeitou um salário anual de cem milhões de euros proposto por um clube chinês, que ofereceu ainda 300 milhões ao Real Madrid pelo passe do jogador. Nenhum conjunto chinês confirmou a proposta.

21 Jul 2017

Mãe do activista Huang Qi diz que ele poderá morrer na prisão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mãe do activista chinês Huang Qi, fundador do portal “64 Tianwang”, disse que o filho está gravemente doente e poderá morrer na prisão, informou ontem a organização não-governamental Human Rights China. Huang Qi, que dirige a plataforma distinguida no ano passado pela organização Repórteres Sem Fronteiras com o prémio de liberdade de imprensa, foi detido em várias ocasiões por denunciar abusos do poder político.

Desta vez, o activista está detido desde finais de 2016, acusado de “revelar segredos de Estado ao estrangeiro”, por ter partilhado um documento do governo municipal de Mianyang, na província de Sichuan, no referido portal. Ao todo, o ativista já esteve preso mais de oito anos.

“Em resultado dos espancamentos e outros abusos que sofreu durante períodos de detenção”, Huang sofre de acumulação de líquido no cérebro, uma doença cardíaca reumática e insuficiência renal crónica, que requerem medicação diária, de acordo com a Human Rights China.

Depois de, na semana passada, o dissidente chinês e Nobel da Paz Liu Xiaobo ter morrido enquanto cumpria uma pena de 11 anos, a mãe de Huang Qi, Pu Wenqing, está “especialmente preocupada” e receia que o filho também morra na prisão, acrescentou o mesmo comunicado.

A Human Rights China denunciou também que as autoridades de Sichuan ameaçaram em numerosas ocasiões Pu Wenqing, que pediu publicamente a libertação do filho por razões humanitárias.

O portal “64 Tianwang” ajuda pessoas a encontrar familiares desaparecidos e difunde informação relacionada com a defesa dos direitos humanos e assistência a grupos vulneráveis.

20 Jul 2017

Pequim volta a pedir à Índia retirada de tropas do Tibete

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina renovou o apelo à Índia para que retire imediatamente as tropas do extremo sul do Tibete, território disputado nos Himalaias, na sequência de informações de que forças chinesas realizaram exercícios com fogo na região.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang afirmou que as tropas indianas têm de deixar a área, para evitar uma “escalada da situação”. “Nós afirmamos por várias vezes que esperamos que o lado indiano tenha um entendimento claro da situação e que tome medidas para retirar as tropas que ilegalmente cruzaram a fronteira”, afirmou Lu, em conferência de imprensa.

As relações entre Pequim e Nova Deli atravessam um momento de renovada tensão, com as autoridades dos dois lados a sugerir um conflito ainda mais sangrento do que a guerra de 1962, que deixou milhares de mortos.

Os comentários de Lu surgem depois de a televisão estatal CCTV ter informado na semana passada que uma brigada do exército chinês, equipada com lança-foguetes, metralhadoras e morteiros, simulou recentemente uma ofensiva no Tibete. O exercício envolveu também a localização e foco na aviação do inimigo, segundo a reportagem.

O extremo sul do Tibete é uma área também reclamada pelo Butão, aliado da Índia. A reportagem não indicava onde e quando decorreram os exercícios militares.

A crise deverá ser abordada durante a visita do Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, a Pequim, entre 27 e 28 de julho, para participar de um fórum do grupo de economias emergentes BRICS, dedicado à segurança. No entanto, devido aos sentimentos nacionalistas entre a opinião pública dos dois países, nenhum dos lados deverá ceder, até que o duro inverno nos Himalaias obrigue a uma retirada. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada.

A disputa mais recente aconteceu em junho, depois de a China ter começado a construir uma estrada para o planalto de Doklam, ou Donglang, em chinês, uma região reclamada pela China e pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança.

Apesar de China e Butão terem vindo a negociar as fronteiras durante décadas, sem incidentes sérios, o pequeno reino dos Himalaias pediu desta vez ajuda a Nova Deli, que enviou tropas através da fronteira, desde o estado de Sikkim.

A China retaliou ao fechar o acesso a uma montanha próxima, usada por peregrinos indianos para chegarem ao monte Kailash, um local sagrado no Tibete para budistas e hindus.

China entra no mercado de drones de combate

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] drone chinês CH-5 ‘Rainbow’ está pronto para entrar no mercado de veículos aéreos não tripulados de combate. “O design do CH-5 foi finalizado e estamos prontos para produzi-lo em massa”, confirmou o gerente do projeto do CH-5 ao jornal China Daily.

O Rainbow provavelmente vai competir com o MQ-9 Reaper, que se tornou o único drone usado pelas Forças Armadas dos EUA a partir de 1 de julho deste ano, quando o Predator foi retirado.

Os produtores chineses não quiseram especificar qual é o mercado dos seus novos produtos. Entretanto, o Wall Street Journal publicou na segunda-feira que Emirados Árabes Unidos, Egipto e Arábia Saudita já compraram drones chineses depois de uma nega dos produtores americanos. “Para os EUA, este é um golpe estratégico e comercial”, observou o Wall Street Journal.

Os drones fabricados na China podem são consideravelmente mais baratos do que os Predadores e Reapers da General Atomics. “Estamos em sintonia com o que a China está fazendo”, disse um funcionário da Casa Branca ao Wall Street Journal.

O CH-5 tem uma autonomia de voo de até 60 horas e pode carregar 24 mísseis. Ele pode ser usado para combate, inteligência, reconhecimento e vigilância.

20 Jul 2017

Apple quer quebrar domínio de concorrentes na China

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa norte-americana Apple lançou esta semana uma campanha na China para promover a sua plataforma de pagamentos móveis, visando contrariar o domínio exercido no país pelos gigantes Tencent e Alibaba, avançou ontem a imprensa local.

A Apple vai oferecer descontos de até 50%, quando os clientes optarem por pagar com o seu serviço Apple Pay, numa tentativa de aumentar a sua quota de mercado no maior mercado do mundo de pagamentos móveis. Os gigantes chineses da Internet Tencent e Alibaba, através do Wechat e Alipay, respectivamente, dominam 92% do mercado.

“O nosso objectivo é que todos os utentes da Apple utilizem Apple Pay” no país, afirmou a vice-presidente da Apple Pay, Jennifer Baily, citada pelo portal de informação financeira Caixin. A China é o segundo maior mercado do mundo da Apple, a seguir ao dos Estados Unidos da América.

A Apple só lançou o seu serviço de pagamentos móveis no país em Fevereiro de 2016. Na semana passada, a empresa anunciou um investimento de 1.000 milhões de dólares na província de Guizhou, para a criação de um centro de armazenamento de dados, de acordo com as novas regras aprovadas pelo Governo chinês de que as firmas estrangeiras armazenem na China dados recolhidos no país.

Além disso, a Apple anunciou ontem a nomeação de Isabel Ge Mahe, a vice-presidente de tecnologias móveis, como a sua mais nova vice-presidente e directora da região da Grande China, especificamente.

Ge Mahe, que assumirá o novo cargo em Xangai, gerirá os negócios da Apple na China continental e também em Hong Kong, Macau e Taiwan, respondendo diretamente ao CEO Tim Cook e ao COO Jeff Williams.

“A Apple está fortemente comprometida em investir e crescer na China, e estamos contentes que a Isabel trará sua experiência e liderança a para nossa equipa chinesa”, disse Cook. “Ela dedicou boa parte do seu tempo em anos recentes a entregar inovação em benefício dos consumidores Apple na China, e esperamos fazer contribuições ainda maiores sob a sua liderança.”

Suspensa importação de lixo estrangeiro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China informou à Organização Mundial do Comércio nesta terça-feira que deixará de receber carregamentos com detritos do exterior, como plástico e papel, numa nova campanha contra o “lixo estrangeiro”. A medida, que entrará em vigor no final de 2017, incluirá diversos tipos de resíduos provenientes da produção industrial, incluindo subprodutos da siderurgia, cinzas, tecidos e fios.

“Descobrimos que grande quantidade de resíduos sujos ou mesmo resíduos perigosos são misturados nos resíduos sólidos que podem ser utilizados como matéria-prima. Isto poluiu seriamente o meio-ambiente na China”, diz o documento enviado pela delegação chinesa e reproduzido pela Reuters. “Para proteger os interesses ambientais da China e a saúde de sua população, estamos ajustando em caráter de urgência a lista de resíduos sólidos importados, proibindo a importação de resíduos altamente poluídos”.

A China é a maior importadora de resíduos no mundo. No ano passado, o país recebeu 7,3 toneladas apenas de restos de plástico, o que corresponde a 56% do total mundial e a 3,7 mil milhões de dólares em valor de mercado. Além de Hong Kong, os maiores fornecedores foram o Japão e os Estados Unidos, que responderam por cerca de 10% desse volume cada um, de acordo com o Centro Internacional de Comércio. Esses dois países também são as maiores fontes do papel usado comprado pelos chineses, respondendo pela metade do total importado por Pequim.

Em Abril, o governo chinês lançou um plano para reformar a gestão de resíduos importados. No início deste mês, o Ministério de Proteção Ambiental realizou uma grande operação para inspecionar as empresas nacionais do sector, e identificou uma série de irregularidades cometidas pelas mesmas. Ao todo, 66% das companhias visitadas, ou 590, em números absolutos, apresentaram alguma violação.

Mulher presa com 102 iPhones e 15 relógios

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma mulher foi detida pela alfândega de Shenzhen, na China, com 102 iPhones presos ao corpo, além de 15 relógios de luxo. Shenzhen faz fronteira com Hong Kong, sendo rota de contrabandistas que tentam chegar ao outro lado. Existe uma diferença de preço entre iPhones comprados em Hong Kong e os disponíveis na China continental. Em Hong Kong, o smartphone é mais barato, sendo uma óptima “oportunidade” contrabandear os produtos para ganhar algum dinheiro rápido. Claro, quanto mais unidades o criminoso tiver disponível, maior será o lucro. Porém, carregar centenas de aparelhos numa bagagem é um meio de ser apanhado facilmente. Então, o método preferido é amarrá-los ao corpo e tentar agir de forma natural. A mulher tentou isso com 102 iPhones e falhou. Não é para menos: o peso total ascendia a cerca de 20 quilos. Funcionários da alfândega em Shenzhen notaram algumas protuberâncias incomuns no seu corpo e isso chamou a atenção. Uma vez que sua roupa foi totalmente revistada e todos os smartphones e relógios removidos, ela acabou por ser presa.

20 Jul 2017

WhatsApp regista interrupções

 

A aplicação de mensagens instantâneas tem registado, desde terça-feira, interrupções no serviço na China, suscitando receios de que possa ser parcialmente bloqueado no país, à semelhança de várias outras ferramentas ‘online’ estrangeiras.

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]urante grande parte de terça-feira, o WhatsApp esteve inacessível na China, a menos que os utilizadores recorressem a uma VPN (Virtual Proxy Network), mecanismo que permite aceder à Internet através de um servidor localizado fora do país. Muitos dos utilizadores na China daquele serviço de mensagens instantâneas, que é detido pelo Facebook, são estrangeiros a residir no país, que têm assim uma alternativa ao WeChat, o serviço chinês mais utilizado no país, mas que está sujeito ao controlo e censura impostos pelas autoridades locais.

As interrupções no serviço do WhatsApp surgem num período politicamente sensível para a China. No outono, vai decorrer o congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o mais importante acontecimento da agenda política chinesa, que se realiza de cinco em cinco anos. Na semana passada, o activista chinês e prémio Nobel da Paz de 2010 Liu Xiaobo morreu enquanto cumpria uma pena de prisão de 11 anos por subversão contra o poder do Estado.

Um estudo divulgado esta semana pela Universidade de Toronto mostra como a censura chinesa conseguiu bloquear, em tempo real, imagens de homenagens a Liu, em conversas privadas no ‘Wechat’, ilustrando a sofisticação do sistema de reconhecimento de imagens do aparelho de censura do regime. Na noite de terça-feira, já era possível enviar mensagens através do ‘WhatsApp’ na China, mas não partilhar imagens.

Um pesquisador chinês, conhecido pelo pseudónimo Charlie Smith, considerou que as autoridades optaram por bloquear todas as mensagens não escritas, precisamente porque não conseguiam fazer uma censura selectiva, como no ‘WeChat’, que pertence ao gigante chinês da internet Tencent. Como o conteúdo do WhatsApp é encriptado, “eles optaram por fazer uma censura bruta de todas as mensagens não escritas”, afirmou Smith, citado pela agência Associated Press (AP).

“Não seria de surpreender que tudo no WhatsApp fosse bloqueado, forçando os utilizadores na China a usar serviços não encriptados, censurados e monitorados, como o WeChat”, acrescentou.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse na terça-feira não ter qualquer informação sobre o que se passou com o WhatsApp.

Com 1,2 mil milhões de utilizadores, o WhatsApp é um dos serviços de mensagens instantâneas mais usado no mundo. É detido pelo Facebook, que está bloqueado na China desde 2009. A plataforma digital de distribuição de vídeos Youtube, a rede de mensagens instantâneas Twitter ou o motor de busca Google também estão bloqueados na China, com Pequim a argumentar que redes sociais a operar fora do seu controlo constituem uma ameaça para a segurança nacional.

As autoridades têm também prestado crescente atenção a aplicações que utilizam mensagens encriptadas. Depois de Pequim ter lançado uma campanha contra ativistas e advogados dos Direitos Humanos no país, em 2015, o Diário do Povo, jornal oficial do PCC, apontou a aplicação ‘Telegram’ como a plataforma onde os advogados coordenavam as suas atividades. Em tribunal, os advogados foram também forçados a confessar como usavam aplicações de mensagem encriptadas para comunicar livremente com colaboradores estrangeiros. O Telegram foi, entretanto, bloqueado no país, e muitos dissidentes chineses optam agora por utilizar o WhatsApp.

20 Jul 2017