Embaixador do Canadá na China encontrou-se com segundo canadiano detido

[dropcap]O[/dropcap] embaixador do Canadá em Pequim encontrou-se ontem com o segundo cidadão canadiano detido esta semana na China por suspeitas de ameaça à “segurança nacional”, Michael Spavor, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano.

“Hoje, o Canadá conseguiu uma visita consular a Michael Spavor. O embaixador [John] McCallum encontrou-se com ele. As autoridades consulares canadianas continuam a oferecer serviços consulares ao senhor Spavor e à sua família, e prosseguirão os seus esforços para se reunir novamente com o senhor Spavor”, disse o ministério em comunicado.

Esta visita ocorreu dois dias depois de John McCallum se ter encontrado com o ex-diplomata Michael Kovrig, o primeiro canadiano detido. A China está a retaliar contra o Canadá desde a detenção, no início de Dezembro, em Vancouver, de uma dirigente da gigante tecnológica chinesa Huawei, a pedido da justiça norte-americana.

Pequim deteve a semana passada, um a seguir ao outro, os dois cidadãos canadianos – Kovrig, um ex-diplomata de passagem pela capital chinesa, e Spavor, um consultor residente em Liaoning, uma província do nordeste da China -, acusando-os “de actividades que ameaçam a sua segurança nacional”.

“Vamos, claramente, defender os nossos cidadãos que estão detidos, vamos tentar saber porquê, vamos trabalhar com a China para demonstrar que isto não é aceitável”, declarou o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, numa entrevista concedida esta semana à estação televisiva City-TV.

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, que muitas vezes se mostra firme em relação a Pequim, expressou na sexta-feira o seu apoio ao aliado e vizinho canadiano, considerando também ele “inaceitável” a “detenção ilegal” dos dois cidadãos canadianos, prometendo “trabalhar” para assegurar o seu regresso.

A directora financeira da gigante das telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, foi libertada sob caução na terça-feira em Vancouver, enquanto aguarda a sua audiência de extradição para os Estados Unidos, que a acusam de cumplicidade em fraude para contornar as sanções norte-americanas contra o Irão. Pequim ameaçou Otava de “consequências graves” se ela não fosse imediatamente libertada.

Otava, por seu lado, não parou de reafirmar que aquela detenção foi decidida com toda a independência pela justiça canadiana, sem pressão política, em conformidade com um tratado de extradição assinado com Washington.

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