Hoje Macau DesportoFernando Alonso nas 500 milhas de Indianápplos à procura da “tripla coroa” [dropcap]O[/dropcap] piloto espanhol de Fórmula 1 Fernando Alonso vai disputar a próxima edição das 500 milhas de Indianápolis, nos Estados Unidos, integrado na sua actual equipa, a McLaren. Alonso, que este ano terminará a sua carreira na Fórmula 1, vai assim competir na 103.ª edição da prova norte-americana, agendada para 26 de Maio. Em 2017, o espanhol, bicampeão mundial da categoria rainha do automobilismo de pista, liderou as 500 milhas de Indianápolis durante 27 voltas, mas foi forçado a abandonar a 21 voltas do final, devido a um problema no motor. O objectivo de Alonso é conquistar a ‘tripla coroa’, atribuída aos vencedores do Grande Prémio do Mónaco, das 500 milhas de Indianápolis e das 24 Horas de Le Mans. “Deixei claro que o meu objetivo é a ‘tripla coroa’. Tive uma experiência incrível em Indianápolis em 2017 e percebi que queria muito regressar àquela competição”, disse Alonso, em comunicado. O piloto espanhol já venceu duas vezes o Grande Prémio do Mónaco, em 2006 e 2007, e este ano triunfou nas 24 Horas de Le Mans.
Hoje Macau InternacionalDonald Trump atribui medalha a mulher de Sheldon Adelson [dropcap]D[/dropcap]onald Trump, presidente dos Estados Unidos, vai atribuir, na próxima sexta-feira, a Medalha Presidencial da Liberdade a Miriam Adelson, mulher do CEO e presidente da Las Vegas Sands, Sheldon Adelson, noticiou hoje o jornal Político. Sheldon Adelson, que em Macau possui, através da Sands China, os empreendimentos de jogo Sands e Sands Cotai Central, é conhecido por ser um dos grandes financiadores das campanhas do partido republicano. Na terça-feira, no âmbito das eleições intercalares para o Congresso norte-americano, Sheldon Adelson esteve presente numa festa na residência oficial da Casa Branca. O Político escreve que Miriam Adelson vai receber a medalha juntamente com outros “seis indivíduos distintos”, sendo esta entregue a pessoas que “realizaram contribuições meritórias tendo em conta a segurança e os interesses nacionais dos Estados Unidos, em prol da paz mundial e cultura, incluindo outros esforços públicos e privados”, aponta um comunicado oficial da Casa Branca. Aos olhos do Governo norte-americano, Miriam Adelson é considerada “uma filantropa e humanitarista” bem como “um membro comprometido para com a comunidade judaico-americana”. Os Adelson são apontados como os principais financiadores do partido republicano, tendo contribuído com mais de 113 milhões de dólares nas eleições intercalares deste ano. O casal também doou, em Julho, 25 milhões de dólares para o Fundo de Liderança do Senado, três milhões em Julho e Setembro para a Associação de Governadores Republicanos e cerca de 40 milhões de dólares entre Maio e Setembro para o Fundo de Liderança do Congresso. Craig Holman, lobista na área dos assuntos governamentais ligado ao think tank Public Citizen, disse ao Político que a medalha em questão “sempre foi atribuída com base em serviços”. “Trump olha para as questões governamentais como um negócio em prol do seu auto-enriquecimento, então não surpreende o facto de ter sido atribuída uma medalha a Adelson com base em quem lhe dá mais dinheiro”, frisou Holman.
Hoje Macau MancheteONU | Governo diz que houve “discussão interactiva” em Genebra [dropcap]T[/dropcap]erminou na sexta-feira o terceiro Exame Periódico Universal do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), realizado em Genebra, Suíça, e onde Macau esteve presente inserida na delegação chinesa. De acordo com um comunicado do gabinete da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, “durante a sessão houve uma discussão interactiva”, tendo a delegação da Chia “apresentado integralmente o sucesso alcançado no país, incluindo a RAEM e Hong Kong, desde a última avaliação em 2013 na área dos direitos humanos”. Apenas dois países questionaram Macau nesta matéria. As Filipinas quis saber as experiências do território na área do combate ao consumo de droga, tendo a secretária falado do projecto Casa de Educação Vida Sadia, sob alçada do Instituto de Acção Social. Além disso, a Irlanda questionou o território sobre a legislação anti-discriminação implementada pelas autoridades. Sónia Chan “sublinhou ainda que os princípios da igualdade e da não-discriminação estão plasmados em diversos diplomas legislativos da RAEM”. A delegação chinesa respondeu a mais de 300 perguntas submetidas por 150 países, tendo o debate ficado marcado pelas questões relativas à situação dos direitos humanos vivida na região autónoma de Xinjiang e no Tibete. Além disso, a China foi também bastante questionada sobre a manutenção dos direitos de liberdade de expressão e autonomia do território respeitantes a Hong Kong. O terceiro relatório de avaliação da ONU relativo à China foi concluído no sábado, tendo o Governo chinês “dado alta importância a esta avaliação”, aponta o mesmo comunicado. Este relatório foi preparado por um grupo de trabalho composto pela Hungria, Quénia e Arábia Saudita, sendo agora submetido em Março do próximo ano à Assembleia Geral do Conselho dos Direito do Homem das Nações Unidas para aprovação formal.
Hoje Macau DesportoVettel punido com reprimenda e multa mantém segundo lugar na grelha para GP Brasil [dropcap]O[/dropcap] alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, foi sancionado com uma reprimenda e uma multa, depois da qualificação para o Grande Prémio do Brasil de Fórmula 1, mas segurou o segundo lugar da grelha de partida. O piloto da Ferrari foi visado pelos comissários depois de ter danificado a balança que pesa os monolugares em vários momentos ao longo do fim de semana, por não respeitar os procedimentos da pesagem. Vettel não concordou com a chamada entre a segunda e a terceira fase da qualificação, pois temia que a chuva começasse a cair e não tivesse tempo de trocar de pneus. “Não é a melhor altura para chamar pilotos [para a pesagem]”, comentou o alemão. Os comissários abriram uma investigação ao incidente, que terminou com uma reprimenda e uma multa, permitindo ao germânico manter o segundo lugar da grelha de partida conquistado em pista. Vettel partirá ao lado do britânico Lewis Hamilton, que foi o mais rápido por apenas 0,093 segundos relativamente ao corredor da Ferrari, conquistando a centésima ‘pole position’ da Mercedes no Mundial de Fórmula 1. O Grande Prémio do Brasil, que este domingo se disputa no circuito de Interlagos, em São Paulo, é a 20.ª e penúltima corrida da temporada. Lewis Hamilton, já campeão desde a prova anterior, no México, garantiu hoje a décima ‘pole’ da temporada.
Hoje Macau EventosBiografia de José Saramago, o homem e o escritor, vai ser apresentada na terça-feira [dropcap]A[/dropcap] biografia de José Saramago, um retrato do percurso criativo e privado do Prémio Nobel da Literatura Português, já chegou às livrarias e vai ser apresentada na terça-feira, em Lisboa. “José Saramago: rota de vida” é o título da biografia, escrita por Joaquim Vieira e editada pela Livros Horizonte, que traça o percurso de uma personalidade única da cultura portuguesa, debruçando-se tanto sobre a sua intensa actividade criativa como sobre a sua atribulada vida privada, descreve a editora. Único português, até à data, a vencer o Prémio Nobel da Literatura – o que aconteceu há 20 anos – e autor de romances como “Memorial do Convento”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” ou “Ensaio sobre a Cegueira”, Saramago conquistou por mérito próprio “um estatuto de primordial relevo” na História recente, acrescenta. A editora destaca, contudo, que José Saramago trilhou “um caminho árduo” até atingir a consagração, já que nasceu num seio de uma família de trabalhadores rurais ribatejanos, estudou apenas para serralheiro mecânico e fez toda a sua formação intelectual como auto-didacta. O autor manteve-se na obscuridade durante a maior parte da sua carreira, fosse como funcionário de escritório, responsável por uma editora ou até enquanto editorialista, que não assinava os seus textos, e só por volta dos 60 anos ganhou notoriedade como romancista. “É um percurso muito rico de vida, sobretudo porque há uma parte que é menos conhecida das pessoas, porque Saramago praticamente só ganhou projecção aos 60 anos, há todo um percurso de evolução até aí que eu acho fascinante”, disse Joaquim Vieira, em entrevista à Lusa. E explica: “Como é que uma pessoa está na obscuridade durante a maior parte da sua vida e, de repente, começa uma ascensão até chegar ao Nobel? Isso é o que eu acho talvez mais interessante na vida de Saramago, mas interessou-me muito esse primeiro meio século da sua vida, como é que foi a sua formação, para chegar a uma altura e fazer a caminhada para o Nobel”. Viu-se envolvido em polémicas que mobilizaram as atenções nacionais: foi acusado de praticar censura e de afastar jornalistas como director-adjunto do Diário de Notícias. No entanto, ele próprio viria a queixar-se, anos mais tarde, de o Governo lhe censurar um livro, o que o levaria a tomar a decisão de se afastar do país. Joaquim Vieira refere-se a esse episódio, passado no chamado “verão quente” de 1975, do saneamento de jornalistas que exigiam mais pluralismo, como tendo sido “muito complicado” na vida de Saramago, que ainda se tentou distanciar desse acto, afirmando que não tinha responsabilidades. “Mas não é essa a ideia que se tira, quando se investiga o assunto e se fala com pessoas que viveram isso também. A ideia que se tira é que ele teve responsabilidades”, afirma Joaquim Vieira, argumentando, contudo, que é preciso perceber o que se passou, “no contexto da época”. Eram tempos de muita agitação, em que toda a gente tomava posição, e Saramago esteve também envolvido em toda essa agitação, escrevia editoriais que defendiam opiniões “incendiárias no contexto da época do PREC [Período Revolucionário em Curso]”. Na altura, dizia-se que o jornal estava na mão do PCP e, de facto, José Saramago era militante do partido, “só que aqueles editoriais escritos por ele eram mais radicais do que a posição do PCP, o que causou até incómodos ao próprio Partido Comunista”, contou Joaquim Vieira, confessando que desconhecia este pormenor. A biografia de José Saramago revela também um homem com uma relação “um pouco atribulada” com mulheres, com quem teve “muitos actos de sedução ao longo da vida”. “Há muitas histórias de Saramago com mulheres”, histórias que, hoje em dia, na era do movimento ‘#metoo’, possivelmente ganhariam “um outro significado”. “As pessoas farão os seus juízos, não o acuso de assédio, mas descrevo certos episódios e depois as pessoas tiram as suas conclusões”, afirmou Vieira, frisando que nenhuma das pessoas que entrevistou acusou o escritor de assédio, de “maneira explicita”, mas contaram “situações que são um bocado complicadas”. Apesar destes episódios, Joaquim Vieira salienta que “o fundamental” da biografia de Saramago é a obra, a escrita e a literatura. O jornalista, que já foi biógrafo de Mário Soares e Francisco Pinto Balsemão, assumiu a empreitada de escrever a biografia de José Saramago, a convite da editora Livros Horizonte, tarefa que lhe demorou três anos de trabalho e que chegou este mês às livrarias.
Hoje Macau EventosIlustradora Catarina Sobral distinguida na China [dropcap]A[/dropcap] autora e ilustradora portuguesa Catarina Sobral foi distinguida na China, na Feira Internacional do Livro Infantil de Xangai, com o livro “Comment ça, il a renoncé?”, ainda inédito em Portugal. A feira do livro começou sexta-feira, tendo anunciado os vencedores dos prémios internacionais para jovens ilustradores, com Catarina Sobral a receber uma menção especial pelo álbum ilustrado “Comment ça, il a renoncé?”. O livro foi publicado este ano originalmente pela editora suíça Éditions Notari, e ainda está inédito em Portugal. Ancorada na realidade, esta é uma “história contemporânea, surreal e perturbadora, sobre o tema do desenvolvimento sustentável”, refere a editora suíça. Catarina Sobral recebe a menção especial depois de ter sido uma das 50 finalistas ao prémio da feira literária chinesa, juntamente com a ilustradora portuguesa Carolina Celas, que concorreu com o livro “Horizonte”. Catarina Sobral, que teve a obra visual em destaque durante o mês de outubro no Teatro Luís de Camões – LU.CA, em Lisboa, tem cerca de uma dezena de livros ilustrados, a maioria já traduzidos e editados noutros países, como Coreia do Sul, Japão, Brasil, Espanha e Suíça. Alguns deles, como “Achimpa” e “O meu avô”, valeram-lhe prémios internacionais. O livro “Vazio” (2014) deu origem a um filme de animação, o “Razão entre dois volumes”, já apresentado em festivais. Recentemente editou o livro “Impossível”, sobre a origem do universo, já transposto para palco. A Feira Internacional do Livro Infantil de Xangai, que aconteceu pela primeira vez em 2013, termina no domingo.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping diz que China e EUA devem avaliar correctamente intenções estratégicas [dropcap]O[/dropcap] presidente chinês afirmou que Pequim e Washington devem “avaliar correctamente” as intenções estratégicas de cada um, numa altura de renovadas tensões entre as duas potências, face às ambições tecnológicas e militares da China. Xi Jinping, que vai reunir-se com o homólogo norte-americano, Donald Trump, no final deste mês, falava durante um encontro com o antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger. O líder chinês afirmou que Pequim quer resolver os problemas através do diálogo, mas que Washington deve respeitar o percurso do desenvolvimento e os interesses da China. “A China está comprometida a trabalhar com o EUA para alcançar uma cooperação de mútuo benefício, não confrontacional, e com respeito mútuo”, afirmou Xi Jinping. As relações entre China e EUA atravessam um período de renovadas tensões, depois de Trump ter imposto taxas alfandegárias até 25% sobre quase metade das importações oriundas da China. Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, nomeadamente o plano “Made in China 2025”, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. Washington tem ainda reafirmado o seu compromisso em defender Taiwan, que Pequim considera uma província chinesa e ameaça usar a força caso declare independência, e insistido na navegação no Mar do Sul da China, que a China reclama quase na totalidade, apesar do protesto dos países vizinhos. “Há já algum tempo que existem vozes negativas nos Estados Unidos contra a China, às quais se deve ter atenção”, disse Kissinger, de 95 anos, a Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, em Pequim. Citado pela agência noticiosa Xinhua, o antigo secretário de Estado disse que a China e os EUA deviam usar um “pensamento estratégico” e pôr as coisas em perspectiva, visando entender melhor o outro lado, expandir interesses mútuos e gerir as suas diferenças. Kissinger, que em 1972 negociou um encontro histórico entre o então presidente norte-americano Richard Nixon, e o fundador da República Popular da China, Mao Zedong, continua a visitar o país asiático frequentemente.
Hoje Macau China / ÁsiaTibetano auto-imolou-se pelo fogo em apelo ao regresso de Dalai Lama [dropcap]U[/dropcap]m tibetano auto-imolou-se pelo fogo esta semana, num apelo ao regresso do líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama, que vive exilado na Índia na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959. Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, o homem, de 23 anos, chamado Dorbe, auto-imolou-se no domingo, no condado de Ngaba, uma região habitada por tibetanos, na província de Sichuan, sudoeste da China. O grupo revelou que Dorbe gritou longa vida a Dalai Lama antes de se auto-imolar. Mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês, indicou a International Campaign for Tibete, num comunicado. Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Por outro lado, Pequim considera que a região é, desde há séculos, parte do território chinês. O líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959. Seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete. As auto-imolações tornaram-se raras nos últimos anos e a sua verificação é quase impossível, já que a região está fechada à imprensa estrangeira.
Hoje Macau China / ÁsiaJair Bolsonaro nega problemas com China e diz que quer negociar sem “viés ideológico” [dropcap]O[/dropcap] presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, negou na sexta-feira, na sua conta de Facebook, ter problemas com a China e afirmou querer estabelecer comércio com vários países sem “viés ideológico”. “Alguma imprensa fala que vamos ter problemas com a China. Não temos problemas nenhuns com a China. Recebi na semana passada o embaixador da China e conversámos bastante. Já recebi também o embaixador dos Estados Unidos da América. (…) Alguns países estão muito felizes com a nossa eleição porque deixarão de fazer comércio com o Brasil com o viés ideológico”, afirmou Jair Bolsonaro. O recém-eleito presidente disse que deseja que os produtos brasileiros sejam exportados ao melhor preço possível, acrescentando que o país deve tentar “agregar valor” aos produtos. A questão do conflito de ideologias tem sido um ponto em que Bolsonaro tem insistido nas suas manifestações públicas. Durante a tarde de sexta-feira, o antigo capitão do Exército escreveu uma mensagem na sua conta do Twitter em que afirmou que a ausência de viés ideológicos beneficiará o comércio entre o Brasil e outros países. “Após as eleições, grandes empresas já anunciaram milhões em investimentos no Brasil nos próximos anos. É só o começo. Comércio com o mundo todo sem viés ideológico, a somar com a redução de impostos mais a desburocratização, resultará em mais confiança, mais investimentos e mais empregos”, disse o futuro chefe de Estado. Foi através da publicação de um editorial no principal jornal estatal chinês, o China Daily, na edição inglesa, que a China avisou Jair Bolsonaro de que se seguir a linha do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e romper acordos com Pequim, quem sofrerá será a economia brasileira. De acordo com o editorial, as exportações brasileiras “não ajudaram apenas a alimentar o rápido crescimento da China, mas também apoiaram o forte crescimento do Brasil”. Jair Bolsonaro criticou a China durante toda a sua campanha presidencial. Antes, em Fevereiro, o político da extrema-direita visitou ainda a região de Taiwan, o que não agradou a Pequim. Para os chineses, as críticas a Pequim “podem servir para algum objectivo político específico”, mas “o custo económico pode ser duro para a economia brasileira, que acaba de sair da sua pior recessão da história”, pode ler-se no texto publicado no jornal que serve de porta-voz do governo chinês para o mundo e é utilizado para mandar mensagens a parceiros. O editorial do jornal chinês deixou ainda uma chamada de atenção para a importância da China na economia brasileira: “Ainda assim, esperamos que quando ele assumir a liderança da oitava maior economia do mundo, Bolsonaro olhe de forma racional e objectiva para o estado das relações Brasil-China. (…) A China é o seu maior mercado exportador e a primeira fonte comercial”, lê-se.
Hoje Macau MancheteEventos cancelados em Hong Kong reacendem preocupação com liberdade de expressão [dropcap]O[/dropcap] cancelamento de eventos literários e artísticos e a recusa em permitir a entrada de um jornalista do Financial Times em Hong Kong reacenderam a preocupação com a liberdade de expressão na região vizinha. Aquando da transferência da administração de Hong Kong em 1997 foi prometida uma semi-autonomia durante 50 anos, que lhe permitiria manter os direitos de reunião e liberdade de expressão, mas o suspeito sequestro em 2015 pelas forças de segurança chinesas de editores de trabalhos críticos dos líderes do país e o julgamento de organizadores de protestos anti-Pequim vieram sublinhar as preocupações nesta matéria. Uma decisão de última hora tomada na sexta-feira para restabelecer um evento literário e as recentes pressões de Pequim para impedir atividades da ‘sociedade civil’ ilustra o debate crescente sobre esta questão, numa semana marcada por novos desenvolvimentos. Um espaço artístico de Hong Kong voltou a permitir ao escritor chinês exilado Ma Jian que falasse num festival literário, depois de cancelar sua presença no início da semana. Ma chegou em Hong Kong no final da tarde de sexta-feira e disse aos jornalistas que uma ‘mão invisível’ estava a controlar as condições sob as quais ele poderia aparecer. “A palestra, definitivamente, vai acontecer”, disse. “Se houver uma única pessoa de Hong Kong que esteja disposta a ouvir, ou um único leitor que me contacte, eu estarei lá”, acrescentou. Cerca de duas horas depois, o Festival Literário Internacional de Hong Kong anunciou que o Centro de Património e Artes do Tai Kwun havia decidido permitir que Ma aparecesse, afinal. “Os princípios da liberdade de expressão e expressão cultural são centrais para nossa missão como festival literário internacional”, pode ler-se num comunicado de imprensa do festival, no qual se pedem desculpas pela incerteza nos últimos dias. Ma, de 65 anos, é conhecido pelos seus romances nos quais critica o Partido Comunista da China. Os seus seis romances foram proibidos na China continental e o autor chegou a afirmar que não conseguiu encontrar uma editora de língua chinesa em Hong Kong para publicar o seu trabalho mais recente, “China Dream”. O livro, que foi comparado aos trabalhos de George Orwell na sua descrição contundente do governo autoritário, foi publicado em inglês com um desenho de capa do artista dissidente Ai Weiwei, que também vive fora da China. Já o Financial Times deu conta de que o seu editor de notícias para a Ásia, Victor Mallet, tinha sido barrado na fronteira na quinta-feira quando tentou voltar a entrar em Hong Kong como visitante. O episódio aconteceu depois de Mallet ter sido forçado a deixar Hong Kong após o Governo se ter recusado a renovar seu visto de trabalho, no que parece ser uma retaliação pelo facto deste ter promovido no Clube de Correspondentes Estrangeiros uma palestra do líder de um partido político, Andy Chan, agora banido, que defende a independência do território. A autoridade de imigração de Hong Kong não deu nenhuma explicação para sua expulsão e na sexta-feira respondeu ao episódio com uma declaração na qual garantia “agir de acordo com as leis e políticas” Grupos de jornalistas de Hong Kong enviaram uma carta de protesto ao Governo de Hong Kong sobre a expulsão, afirmando que a decisão prejudica a reputação do território, que deve ser governado pela lei onde a liberdade de expressão é protegida. Grupos de direitos humanos classificaram a rejeição do visto do jornalista como o mais recente sinal da expansão das restrições de Pequim no território. Uma exposição do artista chinês-australiano (conhecido como Badiucao) prevista para 03 de novembro foi cancelada depois dos organizadores terem recebido ameaças “feitas pelas autoridades chinesas relativas ao artista.” Hong Kong Free Press, Amnistia Internacional e Repórteres Sem Fronteiras eram os organizadores do evento que, num comunicado conjunto justificaram o cancelamento da exposição com “questões de segurança”. Os cartoons de Badiucao satirizam os líderes da China e o estabelecimento de uma sociedade de vigilância. Na sua página na internet, o autor escreve que “usa a sua arte para desafiar a censura e a ditadura na China”. Badiucao já tinha afirmado que não marcaria presença na exposição por medo de ser sequestrado, ele que não nunca revelou a sua identidade.
Hoje Macau ReportagemDo topo da torre ao prédio devoluto, 40 anos de China capitalista em perspectiva Por João Pimenta, da agência Lusa [dropcap]N[/dropcap]o distrito financeiro de Shenzhen ou nos antigos bairros operários de Pequim, as opiniões divergem sobre as profundas transformações ocorridas na China desde que, há quarenta anos, aderiu à iniciativa privada, rompendo com o maoismo. Voltada para sul, no pico do monte Lianhua, centro de Shenzhen, ergue-se uma estátua com seis metros de altura, em bronze, de Deng Xiaoping, o arquitecto-chefe das reformas económicas iniciadas na cidade, em 1979. Em frente à estátua, um corredor cruza a densa malha urbana de Shenzhen, que entretanto se converteu numa das mais prósperas cidades da Ásia, símbolo do milagre económico que transformou a China. “Nenhum dos edifícios na mira frontal da estátua de Deng Xiaoping se pode sobrepor a esta”, explica Lizhang, especialista em urbanização, à agência Lusa, 550 metros acima do solo, no topo do Ping An Finance Center, o quarto arranha-céus mais alto mundo. “As pessoas referem-se a Mao [Zedong] como o líder histórico da China, mas Deng Xiaoping é altamente respeitado em Shenzhen”, nota. Afastado duas vezes por Mao, Deng, outrora acusado de ser um “seguidor do capitalismo”, assumiu o poder poucos anos após a morte do fundador da República Popular. O “papel dirigente” do Partido Comunista continuou a ser “um princípio cardeal”, mas ao contrário do que acontecia durante a liderança de Mao, o desenvolvimento económico – e não o “aprofundamento da luta de classes” – tornou-se “a tarefa central”. Shenzhen, então uma vila pacata, deliberadamente por desenvolver – os comunistas, que receavam “contaminação” política e económica via Hong Kong, designaram-na de “fronteira de defesa política” – serviu então de laboratório à abertura da China à economia de mercado. “As pessoas viviam da pesca”, lembra um taxista local, “mas Deng Xiaoping idealizou esta cidade e fê-la nascer”. Em 2017, o Produto Interno Bruto de Shenzhen ultrapassou os 338 mil milhões de dólares, à frente de Hong Kong ou Singapura, dois importantes centros financeiros da Ásia. Entre os chineses rurais, o ‘boom’ de Shenzhen inspirou fábulas e lendas: o trabalhador migrante que se tornou milionário ou a jovem secretária que ascendeu ao topo de uma empresa. “As pessoas chegam a Shenzhen com o sonho de enriquecer”, descreve uma arquitecta portuguesa radicada na cidade há seis anos. Tang Zhongcheng, co-fundador do grupo Cowin Capital, uma das maiores empresas de gestão de capital privado da China, resume assim a “fórmula” de Shenzhen: “Os investimentos e os negócios são orientados por regras puramente mercantilistas”. “Quando procuramos investimentos, não recorremos ao Governo”, explica à Lusa. Erguido no centro de Pequim, em 1958, o edifício ‘Fusuijing’ foi inspirado no “Grande Salto em Frente”, uma campanha lançada por Mao para “acelerar a transição para o comunismo”, através da colectivização dos meios de produção. “Não importava qual a posição ou autoridade de quem vinha para aqui morar: as casas eram gradualmente ocupadas, sem olhar a classes”, conta à Lusa Zhang Qiwei, 60 anos, que viveu quase toda a vida no prédio. Nenhum dos apartamentos no ‘Fusuijing’ tem cozinha: os habitantes comiam juntos numa cantina comum, segundo o espírito revolucionário da época. Espaços para ler, jogar xadrez ou para as crianças brincarem eram também partilhados. “Alguns populares viviam até em casas melhores do que membros da marinha, exército ou força aérea”, diz Zhang, para logo a seguir denunciar: “Agora, os funcionários do partido moram em vivendas, enquanto o trabalhador não tem onde viver”. Emaranhados de fios eléctricos, paredes descascadas e tralha amontoada nas escadas ilustram a degradação do edifício, situado a poucos quilómetros de Fuxingmen, sede de algumas das maiores empresas da China. Para os chineses da geração de Zhang Qiwei, formados num ambiente de extrema politização, a realidade gerada pelas reformas económicas promovidas por Deng Xiaoping é difícil de aceitar. “O povo está dividido; existe um materialismo excessivo. No tempo de Mao, trabalhava-se arduamente sem se pensar em dinheiro”, diz. “Lutava-se por um ideal comum”.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações para EUA aceleram para evitar aumento das taxas [dropcap]A[/dropcap]s exportações chinesas para os Estados Unidos aumentaram, em Outubro, à medida que as fábricas do país apressam a entrega de ordens para evitar o aumento das taxas alfandegárias impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. Dados das alfandegas chinesas ontem publicados revelam que as exportações para os EUA subiram 13,3 por cento, face ao mesmo mês do ano passado, para 42,7 mil milhões de dólares, acima da subida homóloga de 13 por cento, registada em Setembro. No mesmo mês, as importações pela China de bens norte-americanos aumentaram 8,5 por cento, para 10,9 mil milhões de dólares, depois de terem crescido 9 por cento, em Setembro. O superavit chinês nas trocas comerciais com os EUA fixou-se assim nos 31,8 mil milhões de dólares, depois do valor recorde atingido em Setembro, de 34,1 mil milhões. Economistas do banco de investimento ING consideram que os exportadores chineses estão a tentar colmatar a subida de taxas alfandegárias nos EUA, que entram em vigor em Janeiro, prevendo que o encontro entre Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping, marcado para este mês, na Argentina, não produzirá resultados positivos. Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.
Hoje Macau PolíticaLei da contratação pública | Dois deputados questionam diploma [dropcap]O[/dropcap]deputado Leong Sun Iok disse ao Jornal do Cidadão estar preocupado com a existência de zonas cinzentas na proposta de lei da contratação pública que o Governo apresentou esta semana, e que está actualmente em consulta pública. Ao jornal de língua chinesa, o deputado referiu que a proposta não abrange os projectos transfronteiriços, o que pode causar problemas na sequência do desenvolvimento do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da cooperação regional. Nesse sentido, Leong Sun Iok teme que a fiscalização venha a ser contornada nesse tipo de projectos. Ao mesmo jornal, o deputado Au Kam San teme o possível agravamento de irregularidades na sequência do aumento dos valores praticados nos concursos públicos. O legislador entende que é compreensível elevar seis vezes os valores limite dos concursos públicos para obras, mas salientou que é importante travar irregularidades. Au Kam San lembrou que, no passado, houve casos em que se dividiam obras por forma a evitar a realização de concurso público. Nesse sentido, com o aumento dos valores, o deputado teme que essa situação possa continuar a existir. Lam U Tou, ex-candidato às eleições legislativas e presidente da Associação Sinergia Macau, referiu que é importante criar um mecanismo que garanta a transparência de informações, uma vez que este pode ser o fundamento necessário para aumentar os valores praticados nos concursos. A um outro jornal chinês, Lam U Tou defendeu que devem ser asseguradas questões como a eficiência, justiça e transparência nos processos de contratações, tendo pedido a publicação de todas as informações, incluindo documentos, valores das propostas e resultados dos concursos públicos.
Hoje Macau SociedadeLucros da Melco Resorts em queda [dropcap]A[/dropcap]operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment apresentou ontem lucros de 9,6 milhões de dólares no terceiro trimestre do ano, menos de um décimo do resultado alcançado no período homólogo do ano passado. Entre Julho e Setembro de 2017, o grupo liderado por Lawrence Ho, filho de Stanley Ho tinha alcançado lucros de 115,9 milhões de dólares. As receitas do grupo, com casinos e hotéis em Macau e nas Filipinas, foram de 1,2 mil milhões de dólares, uma diminuição de 11por cento em comparação com o terceiro trimestre do ano passado. De acordo com o comunicado do grupo, no terceiro trimestre, a Melco apresentou 295,4 milhões de dólares de EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), uma queda de mais de cem milhões de dólares em relação ao período homólogo de 2017. A grande fatia das receitas do grupo veio através do jogo (mil milhões de dólares), que também diminuíram face aos meses de Julho a Setembro de 2017. No ano passado, a operadora de jogo tinha registado receitas de jogo na ordem dos 1,3 mil milhões de dólares. Lawrence Ho tem manifestado por diversas ocasiões a intenção do grupo garantir uma licença no Japão, depois de o parlamento nipónico ter aprovado a abertura de três casinos a partir de meados de 2020, uma ambição uma vez mais patente no comunicado divulgado ontem: “o Japão continua a ser um foco central para nós”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaLivro | Poluição na Índia mata mais do que o terrorismo [dropcap]O[/dropcap]especialista em políticas climáticas Siddharth Singh, que acaba de publicar o livro “The Great Smog of Índia”, adverte que a poluição do ar é um “assassino silencioso” que mata mais pessoas do que o terrorismo no seu país. “Mais pessoas morrem da poluição do ar do que do terrorismo ou de todas as guerras entre a Índia e o Paquistão juntas”, explicou o escritor em entrevista à agência espanhola Efe em Nova Deli, cuja camada de poluição no ar que ali se regista é confundida com um denso nevoeiro. Singh culpa o desdém com que a questão é encarada pelas autoridades, já que não são confrontadas com mortes “espetaculares”, agravando principalmente doenças preexistentes ou provocando outras mais tarde. Além disso, os ‘media’, os centros de pesquisa e os políticos colocam o foco da poluição na capital, mas a verdade é que “a qualidade do ar nas aldeias do norte da Índia é similar ou às vezes muito pior do que a das cidades”, defendeu. “Embora as emissões industriais ‘per capita’ sejam muito baixas em comparação com a Europa e a base industrial da Índia também seja baixa em comparação com muitos países, a crise da poluição do ar na Índia é pior”, afirmou Singh, atribuindo esse resultado ao uso de tecnologias ineficientes.
Hoje Macau SociedadeQualidade do ar | DSPA vai realizar estudo de poluentes ambientais [dropcap]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) contratou uma empresa para realizar um estudo que avalie a distribuição de poluentes ambientais atmosféricos no território. De acordo com um comunicado da DSPA, serão realizados “trabalhos de monitorização em determinadas áreas de Macau, utilizando um veículo de monitorização móvel do ambiente atmosférico”. O plano da investigação deverá ser realizado em quatro fases, “numa área específica de Macau”. A primeira fase será realizada de 13 a 19 de Novembro. A Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos emitiram um comunicado a constatar a má qualidade do ar que se registou ontem. A concentração de partículas inaláveis (PM) revelaram níveis de má qualidade do ar três vezes superiores ao que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Tal contribuiu para uma baixa visibilidade no exterior, e foi aconselhado que se evitassem actividades ao ar livre e o fecho de janelas.
Hoje Macau EventosDisco de estreia do saxofonista Ricardo Toscano lançado hoje [dropcap]O[/dropcap]saxofonista Ricardo Toscano, de 25 anos, que tem no jazz a “banda sonora da infância”, edita hoje o álbum de estreia, em quarteto, ao fim de quase dez anos dedicado à música de forma profissional. A ligação de Ricardo Toscano ao jazz começou no berço e soube ainda na infância que um dia seria saxofonista de jazz, sem nunca ter definido um plano B, caso tudo falhasse. A paixão que tem pelo jazz mais tradicional foi-lhe passada pelo pai, “saxofonista, músico profissional, e um apaixonado” por aquele estilo musical. “A banda sonora da minha infância foi o jazz. Se não fosse o meu pai, eu nem tocava. Ele diz que me adormecia, quando eu era bebé, a ouvir o Cannonball Adderley, o [John] Coltrane [saxofonistas norte-americanos] e essa malta”, partilhou, em entrevista à Lusa, reforçando que aquele estilo musical “fez sempre parte” da sua “memória auditiva”. Aos oito anos, na Amora, concelho do Seixal, começou a “tocar clarinete, na Filarmónica”. “Desde cedo, embora, tivesse começado a tocar clarinete – e toquei música clássica -, eu já sabia que ia ser saxofonista de jazz. Estava na minha consciência, sabia que ia fazer o que faço hoje em dia”, recordou, convicto. O disco de estreia chega agora, em modo quarteto. “É o nosso disco. Isto é a malta com quem eu mais gosto de tocar, são os meus amigos, temos evoluído juntos, já tocamos juntos há cinco anos, é um caminho nosso, embora cada um tenha evoluído na sua direcção, e a piada também é essa. Assim temos mais para trazer para o colectivo”, referiu. O quarteto é formado, além de Ricardo Toscano, por João Pedro Coelho (piano), Romeu Tristão (contrabaixo) e João Lopes Pereira (bateria). Embora a composição de cinco dos seis temas seja da responsabilidade de Ricardo Toscano e seja dele o nome do quarteto, “sozinho não fazia nada disto”. Tudo aquilo que Ricardo Toscano fez para o disco “é uma consequência de todas as coisas” de que gosta e de todas as suas “influências”. “Aquilo tudo que nós fizemos, e que eu fiz, é o registar de um processo”, disse. Desse processo fazem parte, por exemplo, viagens do quarteto numa minidigressão em Espanha, onde passaram por paisagens desérticas, e de Ricardo Toscano a Angola. O tema “Almeria” “é a mistura daquela paisagem com uma linha baixo com uma clave mais africana”. “Grito Mudo” é uma visão do saxofonista de si mesmo, “quando estava a passar por uma fase menos boa”, contrastando com “Our Dance”, um tema “que é feliz, tem coisas bonitas, é uma dança”. Já “Lament”, “tem a sua parecença com o fado, mas ao mesmo tempo homenageia aquele som do quarteto do Coltrane nos anos 60”. No disco “Ricardo Toscano Quartet” um dos temas, “The Sorcerer”, é do pianista Herbie Hancock, que “é o maior, ponto”.
Hoje Macau EventosOpen House | Celebração de “arquitectura híbrida” começa este fim-de-semana Cinquenta espaços públicos e privados vão estar abertos ao público em Macau este fim-de-semana “para celebrar e democratizar” a arquitectura híbrida da cidade, disse à Lusa o curador do festival Open House Macau, Nuno Soares [dropcap]É[/dropcap]a primeira vez que o festival, fundado em 1992 na capital britânica, chega à Ásia, “onde a academia e a atenção no campo da arquitectura chegou um pouco mais tarde do que à Europa”, explicou o arquitecto. “Macau tem uma história urbana muito longa, de 450 anos. Faz sentido ser o primeiro local a ter um evento deste género na Ásia porque tem uma história de arquitectura híbrida e de celebração arquitectónica já bastante antiga”, disse. Para o curador, é especialmente relevante trazer este evento a Macau numa altura em que a “Ásia está mais preocupada em produzir arquitectura do que em olhar para a arquitectura que já foi produzida pelo passado”. “Fomos já reconhecidos como património da humanidade. Há efectivamente uma base solidificada, por isso é oportuno falarmos do nosso património arquitectónico”, defendeu. Ao todo, 50 edifícios – desde exemplos de arquitectura vernacular [tradicional chinesa], a propostas de estilo neoclássico, ‘art déco’, modernista e contemporâneo – vão estar abertos ao público para ajudar a compreender a cultura e o tecido urbano de Macau. “Criámos as [cinco] chaves que vão organizar um pouco o património todo que existe em Macau, em vez de estarmos a falar de edifícios singulares, falamos destes cinco momentos que têm alguma coerência”, explicou o arquitecto. Entre casas, pátios, templos, infantários, pontes pedonais ou até estações eléctricas, muitos espaços vão estar abertos ao grande público pela primeira vez. “Vários destes espaços não são acessíveis a todos, à excepção de quem lá mora, se não olharmos com muita atenção não os vamos descobrir, porque não são edifícios óbvios”, sublinhou. O objectivo do festival, defende, não se esgota este fim-de-semana: a ideia é chamar a atenção e democratizar a arquitectura para o público não especializado. “Não podemos falar de arquitectura só entre arquitectos, ela é feita para toda a gente”, realçou. “Não vamos apenas ver edifícios e paredes vazias, mas sim edifícios que contam histórias através das pessoas que lá vivem e que os conhecem ao pormenor. As visitas guiadas servem para serem reveladas algumas dessas memórias escondidas”, comentou. Quanto ao número de visitantes, as expectativas “são grandes”, disse. Na terça-feira, já contavam com mais de 500 registos para as visitas guiadas, um número que “tem vindo a aumentar”. Por último, Nuno Soares adiantou que o festival vai ter carácter anual. Para o ano, vão estender o festival à ilha da Taipa e, no ano seguinte, à ilha de Coloane. “As ideias já existem e têm pernas para andar. Temos capital arquitectónico suficiente para termos edições diferentes e continuar no futuro”, concluiu. Nas palavras da fundadora, Victoria Thornton, que vai estar em Macau no fim-de-semana, o Open House “estrutura-se a partir de um conceito simples, mas poderoso: convidar todos a explorar e a debater sobre a importância da boa concepção arquitectónica nas cidades, de forma inteiramente gratuita”. A ‘Open House Worldwide’ – da qual o Open House Macau é agora membro -, apresenta-se como uma das mais relevantes instituições internacionais para a promoção da arquitectura, incluindo 40 iniciativas em quatro continentes, que congregam a participação anual de mais de um milhão de visitantes.
Hoje Macau PolíticaZheng Anting pede prevenção de bullying nas escolas [dropcap]O[/dropcap] deputado Zheng Anting interpelou o Executivo sobre os trabalhos para fomentar a cooperação entre professores, assistentes sociais e pais de estudantes em prol da prevenção do bullying nas escolas. Além disso, o deputado quer saber se os serviços de aconselhamento psicológico prestados pelos assistentes sociais nas escolas e pelos serviços sociais são suficientes. Zheng Anting lembrou que, em meados do mês passado, foi divulgado um vídeo nas redes sociais onde uma aluna do ensino secundário aparece a ser agredida por uma outra estudante da mesma turma. Para o deputado, o caso chocou a sociedade, tendo este salientado que os casos de bullying podem ter impactos negativos em termos físicos e mentais nas vítimas e agressores.
Hoje Macau EventosEscritora Agustina Bessa-Luís recebe título ‘Honoris Causa’ [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) atribui no dia 23, em Vila Real, Portugal, o doutoramento ‘Honoris Causa’ a Agustina Bessa-Luís como reconhecimento pela obra da escritora. “A atribuição de um doutoramento ‘Honoris Causa’ a Agustina Bessa-Luís sublinha o reconhecimento, por parte da UTAD, do interesse da obra da autora e da sua ligação ao Douro” afirmou à agência Lusa o reitor da academia transmontana, António Fontainhas Fernandes. A UTAD está a dedicar o ano de 2018 à escritora, com a realização de vários eventos, como colóquios, exposições e um ciclo de cinema. Este ano assinalam-se também os 70 anos da publicação de “Mundo fechado”, uma das primeiras obras de Agustina Bessa-Luís. “Agustina é uma das vozes mais importantes da literatura portuguesa, mas alguém com uma vida fértil em diversos domínios da cultura”, salientou Fontainhas Fernandes. O reitor citou Eduardo Lourenço para lembrar que “Agustina é incomparável”, o que “sublinha o lugar de relevo que a sua obra ocupa no panorama das letras nacionais”. A escritora nasceu em Vila Meã, Amarante, em 1922, e possui mais de 50 títulos publicados, entre romances, contos, peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem, ensaios e livros infantis. Muitas das suas obras estão traduzidas em diferentes idiomas e algumas adaptadas ao cinema, nomeadamente por Manoel de Oliveira. Foi agraciada com inúmeros prémios, como o Prémio Eça de Queirós (1954), Prémio Nacional de Novelística (1967), Prémio D. Diniz (1981) Grande Prémio Romance e Novela (1983 e 2001), Prémio Camões (2004). Foi igualmente distinguida com a Ordem de Santiago da Espada (1980) e Officier de l’Ordre des Arts e des Lettres, atribuído pelo governo francês (1989). Até à data recebeu três doutoramentos ‘Honoris Causa’, pela Universidade Lusíada, Universidade do Porto (ex aequo com Eugénio de Andrade) e Tor Vergata, de Roma. A homenagem pela academia transmontana a Agustina Bessa-Luís partiu de um desafio lançado pelo presidente do Conselho Geral da universidade, Silva Peneda.
Hoje Macau SociedadeIPOR e IPM querem projectos de investigação científicos conjuntos [dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) e o Instituto Politécnico de Macau (IPM) querem desenvolver uma parceria conjunta em projectos de investigação científicos e criar um programa de estágios, disse à Lusa o director do IPOR. Joaquim Coelho Ramos, que iniciou o mandato como director do IPOR no dia 1 de Setembro, falava à Lusa a propósito do encontro que manteve com o presidente do IPM, Im Sio Kei. Num comunicado sobre o encontro, o IPM referiu que está ainda em estudo a possibilidade da “criação de um programa de intercâmbio entre professores”. Em relação ao programa de estágios, o IPM sublinhou a importância da “participação de alunos e graduados do IPM em eventos culturais realizados pelo IPOR e outras experiências envolvendo as diferentes culturas dos países de língua portuguesa”.
Hoje Macau DesportoRússia afirma ter desviado ataques com ‘drones’ durante Mundial de Futebol 2018 [dropcap]O[/dropcap] Governo russo afirmou ontem que desviou tentativas de ataques feitos através de ‘drone’ durante o Campeonato Mundial de Futebol deste ano. Alexander Bortnikov, chefe do serviço de segurança federal da Rússia, afirmou que estes serviços “tomaram medidas para detectar e desviar tentativas de terroristas que usam ‘drones’ durante eventos políticos ou desportivos, inclusive durante o Campeonato Mundial”. A Rússia usou milhares de agentes da polícia e tecnologias de vigilância de última geração para protecção durante os eventos do Campeonato Mundial de Futebol, de 14 de Junho a 15 de Julho deste ano. No entanto, quatro membros do grupo contestatário Pussy Riot conseguiram invadir o campo durante a final do Mundial de Futebol, vestindo uniformes de polícia. Em Abril, o Governo russo já tinha afirmado que adeptos ‘extremistas’ e nacionalistas planearam ataques durante os eventos do Mundial na cidade de Samara, e que foram impedidos pelos serviços de segurança locais.
Hoje Macau DesportoDistúrbios provocam um ferido e danos em hotel após jogo entre Benfica e Ajax [dropcap]U[/dropcap]m grupo de adeptos do Benfica causou na noite de quarta-feira distúrbios num hotel em Lisboa, onde estavam adeptos holandeses do Ajax, após o jogo da Liga dos Campeões em futebol, que terminou 1-1, disse à Lusa fonte policial. “Temos a indicação de que um grupo de adeptos do Benfica viu adeptos holandeses num hotel, nas imediações do estádio da Luz, e causou distúrbios, obrigando o grupo alegadamente afecto ao Ajax a refugiar-se no interior”, afirmou fonte da PSP, frisando que “não se pode falar em confrontos directos entre adeptos de ambos os clubes”. Segundo a mesma fonte, os adeptos causaram danos na zona do restaurante e esplanada da unidade hoteleira, com um adepto holandês a ser transportado ao hospital de Santa Maria com ferimentos na cabeça. “Um cidadão holandês sofreu ferimentos na cabeça, mas tudo indica que se trata de ferimentos ligeiros. Foi transportado ao hospital mais por precaução”, explicou. A PSP conseguiu interceptar sete pessoas que foram identificadas, mas nenhuma ficou detida, uma vez que não houve flagrante delito. “Foram identificadas sete pessoas, mas temos a indicação que o grupo seria mais numeroso. Vamos analisar as imagens do sistema de vigilância do hotel e o processo vai seguir os trâmites normais”, concluiu. Clube da Luz empatou O Benfica comprometeu ontem o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, ao empatar 1-1 na recepção aos holandeses do Ajax, em encontro da quarta jornada do Grupo E. O brasileiro Jonas, que não marcava para a ‘Champions’ desde 16 de Fevereiro de 2016, deu vantagem aos ‘encarnados’, aos 29 minutos, mas, na segunda parte, aos 61, o sérvio Dusan Tadic restabeleceu a igualdade. Na classificação, e com duas rondas por disputar, os alemães do Bayern Munique, que venceram em casa o AEK Atenas por 2-0, isolaram-se na frente, com 10 pontos, contra oito do Ajax e quatro do Benfica. Os gregos continuam a zero.
Hoje Macau China / ÁsiaChina gasta quase 32 mil milhões de dólares para segurar valor do yuan [dropcap]A[/dropcap] China gastou quase 32 mil milhões de dólares das suas reservas cambiais para evitar a queda da moeda chinesa, em Outubro, a maior intervenção em quase dois anos, após o yuan recuar quase 10% desde Abril. Dados oficiais hoje revelados pela Administração Estatal de Divisas revelam que as reservas cambiais da China, as maiores do mundo, caíram em Outubro, de 3,087 biliões de dólares para 3,053 biliões. Excluindo efeitos de valorização, os dados indicam um intervenção das autoridades de 32 mil milhões de dólares, para segurar o valor do yuan, a maior desde Janeiro de 2017. Os números atenuam preocupações de que Pequim poderia recorrer a uma desvalorização cambial deliberada, visando estimular as exportações, numa altura de tensões comerciais com Washington. O presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias de até 25% sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas da China. A queda do yuan apoia os exportadores chineses face à subida das taxas alfandegárias nos EUA, ao reduzir o preço dos seus bens na moeda norte-americana, mas encoraja os investidores a tirar dinheiro da China, levando a um aumento nos custos de financiamento de outras indústrias domésticas. Analistas consideram que as autoridades querem evitar que a cotação baixe para um dólar/sete yuan, considerada uma linha perigosa para a moeda chinesa. Na quarta-feira, 6,93 yuans valiam um dólar norte-americano, depois de, no final de Outubro, a cotação se ter fixado nos 6,9644, a mais baixa desde Maio de 2008. Iris Pang, economista para a China no banco de investimento ING, em Singapura, considerou a queda das reservas cambais, em outubro, pequena, comparativamente à registada em 2015, quando caiu 70 mil milhões, por mês, em média, durante meio ano. “Não existe pânico de fuga de capital na China, apesar da cotação dólar/yuan estar perto de sete para um”, comentou, num relatório. Contudo, a fuga de capital tem vindo a acelerar: dados da balança de pagamentos publicados na segunda-feira fixam a saída financeira líquida em 19 mil milhões de dólares, no terceiro trimestre do ano, o maior valor trimestral, desde o final de 2016. As reservas cambiais da China atingiram o pico de 3,99 biliões de dólares, em Junho de 2014, mas nos dois anos e meio seguintes o banco central gastou quase um bilião de dólares para travar a queda da moeda chinesa, face a uma fuga de capitais privados recorde. Desde o início de 2017 até meados deste ano, o banco central reduziu a sua intervenção, à medida que o aumento do controlo sobre o fluxo de capitais e indicadores económicos robustos reduziram a pressão sobre a moeda. No entanto, nos últimos meses, a pressão voltou a aumentar devido a indicadores económicos menos fortes e um aumento das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana. No terceiro trimestre do ano, o crescimento da economia chinesa abrandou para 6,5%, em termos homólogos, o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009. O investimento em activos fixos, motor fundamental do crescimento, abrandou para 5,4%, nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.