Hoje Macau China / ÁsiaComboios de alta velocidade sem condutores para Olimpíadas de Inverno [dropcap]A[/dropcap] China está a desenvolver um sistema que permite controlar remotamente comboios de alta velocidade, abdicando de condutores, e que se estreará durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, informou hoje a imprensa oficial. O sistema permite que o comboio arranque, circule e pare com precisão nas estações ferroviárias, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. As autoridades esperam que os comboios entrem em funcionamento na linha de quase 200 quilómetros, que liga Pequim a Zhangjiakou, o local onde se realizam os Jogos Olímpicos de Inverno, na província de Hebei. Um sistema semelhante está já em funcionamento na província de Guangdong, sudeste do país, com comboios interurbanos, que alcançam 200 quilómetros por hora. Mas os comboios que ligarão Pequim a Zhangjiakou vão deslocar-se a uma velocidade de 350 quilómetros por hora. Este ano, a China planeia expandir a sua malha ferroviária de alta velocidade em 3.200 quilómetros, para um total de 30.000 quilómetros, anunciou na quarta-feira Lu Dongfu, o diretor-geral da China Railway, entidade que opera as ferrovias do país. A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês. E quando o Japão lançou o seu “comboio-bala”, em 1964, a China era um país pobre e isolado, mergulhado em constantes “campanhas políticas” e empenhada em “aprofundar a luta de classes”. Em 2012, o país inaugurou a linha de alta velocidade mais extensa do mundo, com 2.298 quilómetros, que liga Pequim a Cantão. Hoje, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe dois terços do total do mundo. Durante a última dinastia imperial (1644-1911), o governo chinês começou por se opor ao caminho-de-ferro e só em 1881 autorizou a construção da primeira via-férrea. O acelerado desenvolvimento da rede chinesa de alta velocidade ficou também marcado por um grave acidente, que matou 40 pessoas, no verão de 2011.
Hoje Macau SociedadeIIM | Tese sobre ensino superior após transição distinguida com prémio [dropcap]L[/dropcap]ai Chi Ian foi um dos investigadores distinguido pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) para o Prémio Jovem Investigador 2018, que será entregue no próximo dia 31. A tese de Lai Chi Ian versa sobre o ensino superior após o período da transição de soberania, e intitula-se “The Impacts of Colonial Transition on the Development of Higher Education in Macau, with reference to Hong Kong”. O IIM decidiu atribuir o mesmo prémio a um outro investigador, de nome Cheong Iok Kei, por ter desenvolvido o trabalho de investigação “Parenting stress, parental self-efficacy, social support and the quality of life with Macao SEN’s parent”. Ambos os prémios foram atribuídos na área das ciências sociais, sendo que o júri decidiu não atribuir o prémio relativo às ciências aplicadas. De acordo com um comunicado do IIM, o prémio em questão “tem por objectivo incentivar jovens estudantes, professores, recém-licenciados e criativos a investigação e ao aprofundamento dos estudos visando o desenvolvimento da RAEM, essencialmente nos sectores estratégicos da economia e da diversificação, do património e da identidade, das ciências aplicadas, e da História de Macau”. O concurso “foi muito concorrido”, uma vez que foram entregues 27 trabalhos de investigação a concurso, analisados pelos professores universitários Mok Kai Meng e Chan Ka Wai. O prémio tem o apoio da Fundação Macau e um valor pecuniário de 25 mil patacas. Este é atribuído desde 2001 e “pretende estimular uma maior participação das novas gerações, destinado a diversificar a intervenção social, criar oportunidades e expandir o âmbito do conhecimento”.
Hoje Macau SociedadeAgnes Lam e Joey Lao distinguidos com prémio da Fundação Macau [dropcap]A[/dropcap] deputada Agnes Lam, também investigadora e docente na Universidade de Macau (UM) viu o seu trabalho distinguido na quinta edição do Prémio de Estudos de Ciências Humanas e Sociais de Macau, uma organização conjunta da Fundação Macau, Social Sciences in China Press e Guangdong Social Sciences Association. O trabalho premiado versa sobre a história da imprensa chinesa e intitula-se “The Beginning of the Modern Chinese Press History – Macao Press History 1557-1840”. Dentro do grupo dos prémios que ficaram em primeiro lugar, ao nível das monografias, foi também distinguido o trabalho de Tong Kai Jian, intitulado “A Touch of Alienation in the Celestial Empire – Western Civilization in Macau, XVI-XIX Centuries”. Ainda no primeiro lugar, mas no grupo de tese, foram escolhidos quatro trabalhos, dois deles em língua portuguesa. Hao Yufan escreveu a tese com o nome “’Aberta’ e ‘Fechada’ da Embaixada dos EUA em Macau em meados do século XIX”, enquanto que Kuo Hio Meng fez o trabalho “Ao encontro de uma tradição educativa da língua chinesa própria de Macau”. Ambos os grupos foram distinguidos com prémios de excelência que variam entre 10 a 50 mil patacas. No total, foram entregues 321 trabalhos a concurso, “o que representa um aumento de dez por cento face ao ano anterior”, com um maior número de trabalhos produzidos em inglês. O processo culminou com uma selecção de 56 trabalhos. Em nome da economia Joey Lao, deputado nomeado pelo Chefe do Executivo e também professor universitário da UM, ganhou um prémio de excelência com os investigadores Ng Sin I e Lou Kun Teak. O trabalho de investigação tem como nome “Estudo sobre a Utilização e a Exploração adequada das Áreas Marítimas sob a jurisdição da RAEM na Perspectiva do Desenvolvimento Sustentável da Economia e Sociedade”. Outro trabalho universitário distinguido faz referência à problemática dos terrenos e da Lei de Terras e é da autoria de Dong Hao, tendo como nome “Terreno arrendado pela RAEM: um modelo inovador do regime jurídico da cooperação regional”. Sonny Lo e Eric Chong, de Hong Kong, também foram distinguidos pelo trabalho “Casino interests, Fujian Tongxianghui and Electoral Politics in Macao”.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente chinês felicita Bolsonaro e pede respeito por “interesses fundamentais” [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou o novo homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, apelando ao respeito pelos “interesses fundamentais” dos dois países, numa carta citada pela imprensa estatal e entregue por um enviado de Pequim. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi afirmou que, como dois grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, a China e o Brasil têm “a responsabilidade” de melhorar as suas economias, preservar a paz mundial e promover o desenvolvimento. O chefe de Estado chinês enalteceu ainda as afirmações de Bolsonaro, após vencer as eleições, nas quais assegurou que o Brasil está comprometido em manter os laços com a China, independentemente das diferenças ideológicas. A relação bilateral tem “grandes perspectivas”, escreveu Xi. A carta do Presidente chinês foi entregue a Bolsonaro por Ji Bingxuan, vice-presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, à margem da tomada de posse do novo presidente brasileiro, na quarta-feira, detalhou a Xinhua. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal investidor externo no país sul-americano, tendo comprado, nos últimos anos, activos estratégicos nos sectores da energia ou mineração. Durante a campanha eleitoral, no entanto, Bolsonaro lançou ataques ao investimento oriundo do país asiático. “A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil”, afirmou, advertindo: “Você vai deixar o Brasil na mão do chinês”. Bolsonaro tem tentando uma aproximação ao presidente norte-americano, Donald Trump, e prometeu já repensar a filiação do país ao BRICS [bloco de grandes economias emergentes, que inclui ainda China, Rússia, Índia e África do Sul], pondo em causa mais de uma década e meia de diplomacia brasileira baseada em alianças com o mundo emergente. Em Fevereiro, o político de extrema-direita visitou Taiwan, resultando num protesto formal da diplomacia chinesa, que considera a ilha parte do seu território.
Hoje Macau China / ÁsiaMilhares de turistas deixam ilhas na Tailândia à aproximação de tempestade [dropcap]M[/dropcap]ilhares de turistas começaram a sair de várias ilhas no golfo da Tailândia à aproximação da tempestade tropical Pabuk, que deverá causar fortes chuvas, ventos e ondas de pelo menos cinco metros, anunciaram hoje as autoridades. Da ilha de Koh Phangan, uma das mais turísticas do país, as ligações marítimas para os restantes destinos no golfo tailandês foram suspensas às 12h30, prevendo-se que reabram no sábado à tarde, disse à Lusa uma das empresas gestora de serviços de ‘ferry’, Songserm. Já depois da passagem do ano, entre 30 e 50 mil pessoas deixaram Koh Phangan, afirmou à agência de notícias France-Presse (AFP) o chefe do distrito, Krikkkrai Songthanee. Apesar de as autoridades não terem emitido qualquer ordem de retirada, milhares de turistas começaram a sair na quarta-feira, antecipando o impacto da tempestade, que deverá atingir as ilhas de Koh Samui, Koh Phangnan e Koh Tao na sexta-feira à noite. “Muitos turistas saíram, mas houve também muita gente que preferiu ficar, especialmente os residentes locais, que ficaram quase todos”, disse à Lusa um funcionário de uma unidade hoteleira de Koh Phangnan, Guilherme Toyosato. De acordo com o brasileiro, os que ficaram estão a prevenir-se com o abastecimento de bens essenciais. Também em Koh Samui, as autoridades anunciaram que estão a preparar abrigos para aqueles que decidiram não partir. Pabuk, a primeira tempestade tropical a atingir esta zona do país fora da estação das monções, em quase 30 anos, não deverá evoluir para um tufão, indicaram meteorologistas. “Esperamos ondas com cinco a sete metros, perto do coração da tempestade. Normalmente, no golfo da Tailândia, há apenas ondas de dois metros de altura”, disse o diretor do Centro Meteorológico da Tailândia, num comunicado à imprensa. “É difícil prever a gravidade da tempestade, pelo que as pessoas devem seguir as recomendações das autoridades”, acrescentou. Pabuk, nome de um peixe-gato gigante existente no Laos, deverá causar fortes chuvas noutros destinos turísticos no mar de Andaman, como Krabi, e nas províncias vizinhas da Malásia, Pattani, Narathiwat e Yala.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina torna-se primeiro país a pousar no lado ‘oculto’ da Lua A China fez ontem história ao transformar-se no primeiro país a fazer aterrar uma sonda no lado oculto da Lua, assim chamado porque não se vê a partir da Terra, devido ao movimento de rotação. Um grande passo para a Humanidade e para as ambições espaciais de Pequim [dropcap]C[/dropcap]hama-se “Chang’e 4” a protagonista do feito histórico que elevou a China a um novo patamar, quando aterrou no lado mais afastado da Lua, dando novo fulgor aos ambiciosos planos espaciais de Pequim. A sonda, baptizada com o nome da deusa da lua na mitologia chinesa, pousou, na manhã de ontem, no satélite natural da Terra. Lançada a partir do Centro Especial de Xichang, na província de Sichuan, a 8 de Dezembro, a sonda, que entrou na orbita lunar quatro dias depois, alunou, de forma “suave e precisa”, em Von Kármán, uma zona de planície de 177 quilómetros de diâmetro que assenta sobre uma ampla bacia perto do pólo sul da Lua. O engenho transporta um robô, de 136 quilogramas, ao qual caberá a tarefa de percorrer a cratera. A Administração Nacional Espacial da China (CNSA, na sigla inglês) fez o engenho aterrar na inexplorada bacia de Aitken, a maior, mais antiga e mais profunda cratera da superfície da Lua. O sucesso da missão gerou, no entanto, uma certa confusão inicial, depois de os ‘media’ estatais como o jornal China Daily e a CGTN terem apagado ‘tweets’ a celebrar a missão, de acordo com a imprensa estrangeira. A confirmação oficial chegara através da CCTV, duas horas depois, que deu conta de que o engenho tinha tocado terra pelas 10h26, bem como pelo Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês, que destacou que a sonda tinha “efectuado, com sucesso, o seu primeiro pouso suave” no lado oculto da Lua, falando num “marco” para a exploração espacial. Uma imagem enviada através do Twitter pela versão em inglês da CCTV exibiu, pouco depois, o primeiro ‘close-up’ da distante superfície lunar. Objectivo A sonda deve conduzir uma série de tarefas, incluindo captar sinais rádio de baixa frequência, normalmente bloqueados pela atmosfera terrestre, testar o crescimento de plantas no ambiente de baixa gravidade e explorar a existência de água e de outros recursos nos pólos, bem como tirar medições detalhadas do terreno e da composição mineral da Lua. Acredita-se que a base Aitken terá sido formada durante uma gigantesca colisão no início da história da Lua que muito provavelmente provocou o lançamento de matéria do seu interior, pelo que “Chang’e 4” pode vir a facultar novas pistas sobre como foi formado o satélite natural. A missão “abriu um novo capítulo na exploração da Lua pelo Homem”, escreveu a agência espacial chinesa no seu portal. As comunicações entre a sonda e a Terra são possíveis graças a um satélite, denominado de “Queqiao”, posto em órbita em Maio e que funciona como um transmissor “espelho” de informações. Mais do que uma missão científica A alunagem foi considerada “um grande êxito” da China, por Malcom Davis, analista sénior em defesa do Instituto de Política Estratégica Australiano. “Há muita geopolítica e astropolítica relativamente a isto, não se trata apenas de uma missão científica. Isto tem tudo a ver com a ascensão da China como superpotência”, afirmou, citado pelo Guardian. “Há muito entusiasmo em torno do programa espacial e muito nacionalismo na China, pelo que vêem o papel da China no Espaço como parte fundamental da sua ascensão”, sustentou ao mesmo jornal. Para Malcom Davis, o feito pode “provocar os americanos”, que podem não ficar agradados com a ideia de que a próxima pessoa a pisar a Lua seja um ‘taikonauta’, como são oficialmente designados os astronautas chineses. “Imagino que venhamos a assistir ao anúncio dos chineses da intenção de enviar ‘taikonautas’ para a Lua em 2030”, complementou o especialista. Os americanos já saudaram os chineses pela conquista, com o administrador da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), Jim Brindestine, a deixar uma mensagem no Twitter. “Parabéns à equipa da Chang’e-4, da China, pelo que aparenta ser uma aterragem bem-sucedida no lado extremo da Lua. Esta é uma estreia para a humanidade e um feito impressionante!”, escreveu. Já um porta-voz da Agência Espacial Australiana declinou comentar a missão, limitando-se apenas a congratular a China pelo sucesso e a desejar-lhe o melhor. Apesar de, em 2013, a China ter conseguido o feito de fazer aterrar uma sonda espacial na lua pela primeira vez – numa proeza apenas realizada até então pela antiga União Soviética e pelos Estados Unidos –, a nova missão da agência espacial chinesa foi a primeira a enviar uma sonda e um veículo robotizado para o chamado lado ‘oculto’ da lua, o hemisfério lunar que não pode ser visualizado a partir da Terra. “Esta missão espacial mostra que a China alcançou o nível avançado de classe mundial na exploração do Espaço profundo”, afirmou Zhu Menghua, professor na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla em inglês), que tem trabalhado de perto com a agência espacial chinesa. “Nós, chineses, fizemos algo que os americanos não se atreveram a tentar”, enfatizou, citado pelo New York Times. De facto, naves espaciais recolheram imagens do lado oculto da Lua há décadas, mas nunca nenhum engenho lá havia pousado, apesar de pelo menos uma tentativa falhada, pelo que este avanço marca mais um passo na sua ambição de se transformar numa potência líder na exploração espacial ao lado dos Estados Unidos e da Rússia. “Trata-se de um grande feito tanto técnico como simbólico”, observou, por seu turno, Namrata Goswami, um analista independente que escreve sobre Espaço para o Departamento de Defesa do Instituto de Investigação Minerva, em declarações reproduzidas pelo NYT. “A China vê a aterragem como apenas um ponto de partida, já que também vê a sua futura missão lunar tripulada, dado que o seu objectivo a longo prazo passa por colonizar a Lua e usar a sua vasta fonte de recursos energéticos”, apontou. Para o especialista, no futuro, o lugar em causa pode tornar-se mesmo uma base para reabastecimento para missões de exploração do Espaço mais profundas. “A China está ansiosa por entrar nos livros de recordes com as suas conquistas espaciais”, afirmou Joan Johnson-Freese, especialista no programa espacial chinês. “As probabilidades de a próxima voz de uma transmissão da Lua falar em mandarim são elevadas”, sublinhou a professora na US Naval War College, citada pela CNN. Ambições variadas As ambições extraterrestres da China são motivadas por múltiplos factores, incluindo o desejo de domínio militar do Espaço, defendeu Malcom Davis. Outras motivações têm que ver com o acesso à vasta riqueza de recursos oferecida pela Lua e pelos asteróides, em particular Helium-3, que se acredita que exista em abundância na Lua, apontou. “A China tem sido muito clara no seu entendimento relativamente a isto. Eles têm comparado a Lua ao Mar do Sul da China e a Taiwan e os asteróides ao Mar da China Oriental. Eles estão a fazer uma comparação geopolítica muito evidente com o que se está a passar no Espaço e precisamos de prestar atenção a isso”, sustentou. Em 2020, a China planeia enviar a sonda Chang’e 5, com o objectivo final de regressar à Terra com amostras de matéria recolhida na Lua. A verificar-se será a primeira missão deste género desde 1976. Até agora, o país realizou também cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, enviando para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres). A primeira tentativa da China de entrar na corrida espacial foi no final dos anos 1950, como resposta ao lançamento do Sputnik 1 – o primeiro satélite em órbita – pela União Soviética. Mao Zedong ordenou então a construção e envio do primeiro satélite chinês, antes de 1 de Outubro de 1959, por altura do 10.º aniversário da fundação da República Popular. A iniciativa acabou por falhar devido à inexperiência do país em tecnologia aeroespacial. No entanto, em Abril de 1970, em plena Revolução Cultural, uma radical campanha política de massas lançada por Mao, a China concluiu com êxito o lançamento do seu primeiro satélite para o espaço, o “Dong Fang Hong” (“O Leste é Vermelho”).
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador da Coreia do Norte em Itália terá pedido asilo político [dropcap]O[/dropcap] embaixador interino norte-coreano em Roma terá pedido asilo político a Itália, em Dezembro passado, para evitar ser repatriado, noticiou hoje um jornal sul-coreano. “Jo Song-gil pediu asilo no início do mês passado”, escreveu o JoongAng Ilbo, que citou fontes diplomáticas não identificadas. O diplomata estava à frente da embaixada em Roma desde outubro de 2017, após a decisão do Governo italiano de não aceitar as cartas credenciais do anterior embaixador norte-coreano em Roma, na sequência do lançamento de um novo míssil pela Coreia do Norte. De acordo com o jornal, as mesmas fontes indicaram que as autoridades italianas estão a proteger Jo Song-gil “num lugar seguro”. A confirmar-se, esta deserção tem contornos muito semelhantes com a do antigo “número dois” da embaixada norte-coreana em Londres Thae Yong-ho, que em 2016 fugiu da representação diplomática norte-coreana no Reino Unido, juntamente com a mulher e os filhos, para Seul. Thae Yong-ho, que trabalhava há dez anos na capital britânica como vice-embaixador, era também responsável pela promoção da imagem da Coreia do Norte no Reino Unido. Thae ficou desiludido com o regime de Pyongyang, depois de conhecer a liberdade e a democracia que se vivem na Coreia do Sul, ao mesmo tempo que estava preocupado com o futuro da família, disseram, na altura, autoridades sul-coreanas. As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra desde o fim do conflito de 1950-53, que terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.
Hoje Macau SociedadeSands China anuncia fim de palhinhas nos seus casinos [dropcap]O[/dropcap] grupo hoteleiro e operadora de jogo Sands China anunciou ontem a proibição do uso de palhinhas de plástico em todos os seus espaços, prevendo poupar uma tonelada deste material, descartável, todos os anos. A medida entrou em vigor na terça-feira e vai permitir economizar 2,2 milhões de palhinhas por ano, ou seja, uma tonelada de plástico, segundo a empresa, cujas propriedades receberam mais de 97 milhões de visitantes em 2017. “Colocadas de ponta a ponta na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, são palhinhas suficientes para se estenderem de Macau a Hong Kong dez vezes”, exemplificou o grupo, em comunicado, comprometendo-se a avançar com outras medidas sustentáveis. Macau tem mais lixo ‘per capita’ que cidades como Pequim, Xangai ou Hong Kong. O abuso do plástico descartável na região tem mobilizado activistas e já deu azo a uma petição que reuniu milhares de assinaturas. O Governo prometeu entretanto avançar com medidas para combater o plástico, mas defensores ambientais continuam a exigir do Executivo medidas legislativas. Em Outubro, um dos rostos da petição disse à Lusa que vai continuar a recolher assinaturas até o Governo avançar com leis. “Concordaram com o que estamos a fazer, mostraram-se preocupados, o que é bom, mas não mencionaram quando é que vão avançar com medidas legislativas para proibir o plástico descartável, alegando que terá de ser dado ‘um passo de cada vez'”, disse Annie Lao, após uma reunião com a Direcção dos Serviços de Proteção Ambiental.
Hoje Macau EventosEUA e Israel saem da UNESCO [dropcap]A[/dropcap] saída dos Estados Unidos e de Israel da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) tornou-se efectiva ontem, culminando um processo desencadeado em Outubro de 2017. A saída dos dois países assenta no suposto sentimento anti-Israel da organização, alegado pelas respetivas representações diplomáticas. O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a saída da organização em 12 Outubro de 2017, poucas horas antes de anúncio similar feito pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Os Estados Unidos invocaram “preocupações com os atrasos crescentes na UNESCO, a necessidade de uma reforma fundamental da organização e o permanente preconceito anti-Israel”. O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, disse hoje que o seu país “não será membro de uma organização cujo objectivo seja deliberadamente agir contra Israel”, dando argumentos aos seus “inimigos”. A organização com sede em Paris foi acusada de criticar a ocupação israelita de Jerusalém Oriental, em particular por identificar locais reivindicados por Israel, como herança palestiniana, além de ter aprovado a plena adesão da Palestina à organização, em 2011, facto que levou os Estados Unidos a suspender, desde então, as contribuições financeiras. Nos últimos anos, a UNESCO aprovou várias resoluções muito criticadas por Israel, nomeadamente textos que omitem a vinculação judaica à denominada Esplanada das Mesquitas de Jerusalém. No verão de 2017, a Cidade Velha de Hebron (Palestina) foi incluída na Lista de Património Mundial, decisão que levou Israel a anunciar que iria retirar um milhão de dólares na sua contribuição para as Nações Unidas. Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, no início de 2017, os EUA retiraram-se da UNESCO, cortaram vários financiamentos a órgãos da ONU e anunciaram a sua saída do Acordo de Paris de combate às alterações climáticas, do acordo nuclear com o Irão, apoiado pela ONU, e do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Em 1984, durante a administração de Ronald Reagan, os Estados Unidos romperam igualmente com a UNESCO, por suposta cedência a interesses soviéticos, em plena Guerra Fria, tendo regressado à organização em 2003.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Comércio externo subiu 19,3% até Novembro [dropcap]O[/dropcap] comércio externo de Macau totalizou 93,36 mil milhões de patacas até Novembro, traduzindo um aumento de 19,3 por cento face ao período homólogo do ano passado, indicam dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Macau exportou bens avaliados em 11,15 mil milhões de patacas (+7,4 por cento) e importou mercadorias avaliadas em 82,21 mil milhões de patacas (+21,1 por cento) entre Janeiro e Novembro. Por conseguinte, o défice da balança comercial nos 11 primeiros meses agravou-se, atingindo 71,06 mil milhões de patacas. As exportações de Macau para a China (1,85 mil milhões de patacas) caiu 5,5 por cento, à semelhança do que sucedeu com as destinadas aos Estados Unidos (120 milhões de patacas), que diminuíram 31,1 por cento em termos anuais. Em contrapartida, as vendas para Hong Kong (6,95 mil milhões de patacas) e União Europeia (191 milhões de patacas) subiram 14,5 e 9,3 por cento, respectivamente, em termos anuais. Já as importações de Macau de produtos da China (28,89 mil milhões) aumentaram 27 por cento, em linha com as compras à União Europeia (20,46 mil milhões), que cresceram 18,6 por cento, entre Janeiro e Novembro de 2018. As trocas comerciais entre Macau e os países de língua portuguesa atingiram 747 milhões de patacas – contra 589,7 milhões entre Janeiro e Novembro do ano passado. As exportações de Macau para o universo lusófono ascenderam a 25 milhões de patacas, (contra 700 mil patacas), enquanto as importações cifraram-se em 722 milhões de patacas, contra 589 milhões em igual período de 2017.
Hoje Macau Manchete SociedadeCrimes de taxistas atingem ponto alto no Ano Novo [dropcap]O[/dropcap]s abusos cometidos pelos taxistas em Macau atingiram um novo ponto alto na noite de Ano Novo. Perante os olhos fechados da polícia, os taxistas não apenas se recusavam a transportar passageiros como cobravam valores exagerados, que oscilavam entre as 200 e as 500 patacas ou mais por uma viagem que custaria cerca de 50 patacas. Turistas e residentes esperaram longas horas ao frio para conseguir arranjar um transporte, sobretudo depois das 23 horas e dos autocarros terem parado os seus serviços. Idosos, crianças e bebés foram vistos em filas intermináveis e inúteis, sob o frio cortante que se fazia sentir, já que os taxistas preferiam “pescar” clientes fora das filas, a quem sugeriam outros preços. Esta situação criminosa, que se arrasta há já longos anos, coincidindo com a subida de Chui Sai On a Chefe do Executivo e de Wong Sio Chak a Secretário para a Segurança, não se verificava no tempo de Edmund Ho e do saudoso Cheong Kuok Va, que conseguiam manter a ordem nos transportes de Macau. Agora a imagem da cidade está irremediavelmente condenada porque as autoridades deixam acontecer o impensável numa cidade que vive do turismo. “Quem aqui manda são os taxistas”, queixava-se um turista chinês, ainda incrédulo de estar a sofrer com esta situação. “Pensava que só em Cantão sucediam estas coisas. Macau devia estar melhor organizado”, referiu outro turista ao HM. De facto, parece que os actuais taxistas, quase todos originários do continente, importaram para Macau e também para Hong Kong as práticas lament que existem na capital de Guangdong. Gozar com o governo Outras fontes disseram ao HM que o Governo entende que ainda se está a pagar aos taxistas as posições anti-colonialistas e patrióticas tidas nos anos 70 do século passado. “Esse tempo já passou e estas pessoas nem sequer eram nascidas. Trata-se de outra gente, que não tem qualquer respeito pela população ou pelo governo”, afirmaram ao nosso jornal. O Secretário Wong Sio Chak contava com a nova lei para punir realmente os infractores mas os deputados Vong Hin Fai, Chui Sai Peng, Cheung Lup Kwan, Angela Leong, Zheng Anting, Si Ka Lon, Pang Chuan, Lao Chi Ngai e Lei Chan U fizeram com as multas fossem reduzidas para valores insignificantes, tornando basicamente inútil a acção das autoridades. A razão pela qual o fizeram continua por explicar, mas a lei assim “ficou sem dentes”, foi-nos explicado. Estes deputados serão lembrados como “cúmplices” desta situação. “Vale a pena pagar as multas, no caso de serem apanhados, já que o valor é irrisório comparado com o que fazem cometendo crimes”, explicou outro deputado ao nosso jornal. Ora se Wong Sio Chak estava à espera da lei para agir, bem pode tirar o cavalinho da chuva porque o resultado será mais algumas sessões de gozo à custa das autoridades e a continuação impune da criminalidade. “As acções dos taxistas espelham o vazio de poder na RAEM”, comentou um cidadão ao HM. “O governo de Chui não tem poder para lutar contra esta gente, nem o vai fazer, porque tem medo da desarmonia social ou sequer de admitir que existe um problema”, concluiu. “O poder está na rua, nas mãos dos taxistas. As autoridades mostram-se impotentes para lidar com este problema que se arrasta já há quase dez anos”, explicou outro cidadão de etnia chinesa, indignado com a péssima imagem que os turistas levam da cidade. Saudades da Uber Outro aspecto interessante deste problema tem a ver com a presença da Uber na cidade. O governo proibiu a sua existência e perseguiu os motoristas ao ponto de tornar impossível a sua sobrevivência. Coisa que não faz com os taxistas. Mas o mais estranho desta questão é que a esmagadora maioria dos condutores da Uber eram residentes permanentes e gente nascida em Macau. Pelo contrário, a maior parte dos taxistas nasceu no continente. “Não compreendemos porque razão o governo nos impediu de continuar a fazer pela nossa vida. Falam tanto em diversificação económica e depois é isto. Na verdade, privilegiam os que vêm para aqui roubar os nossos trabalhos e dar uma má imagem da cidade”, afirmou um ex-condutor da Uber ao HM. De facto, a polícia mostrou-se extremamente eficiente na perseguição à Uber, mas revela-se totalmente impotente no controlo dos taxistas criminosos. O Secretário Wong Sio Chak foi-se desculpando com a inexistência de lei, mas agora, que a lei foi aprovada com sanções mínimas, poderá continuar a utilizar a mesma desculpa porque os taxistas apanhados em falta pagarão as multas alegremente. Durante o período em que a Uber funcionou, os taxistas portaram-se melhor, receando a concorrência, mas conseguiram levar à água ao seu moinho, isto é, interditar a comnpanhia, e voltaram às suas práticas do costume. “Em Macau são eles que mandam, isto é uma vergonha. A polícia não faz nada”, dizia um cidadão numa fila, revoltado com as atitudes dos taxistas. “Não esperava que isto acontecesse em Macau”, concluía um turista chinês, surpreendido com a permissividade das autoridades locais.
Hoje Macau PolíticaIAM | Sulu Sou quer data para eleição do conselho consultivo [dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou solicitou ao Chefe do Executivo para que avance com uma data para a eleição dos membros do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), que entrou em funções no passado dia 1 de Janeiro, noticiou a Rádio Macau. Em interpelação escrita, o deputado pró-democrata lamenta a opção “irrazoável” do Governo de não permitir eleições para os membros do conselho consultivo, optando pela sua nomeação pelo Chefe do Executivo. Sulu Sou diz mesmo “que o desenvolvimento da democracia municipal em Macau tem estado do lado errado da História”, aponta a mesma fonte. O deputado propõe também que o Executivo abra ao público as reuniões do conselho consultivo e de eventuais grupos de trabalho, bem como permita a transmissão em directo desses mesmos encontros, para viabilizar a partilha de informações com os cidadãos.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping diz que, em 2019, país prossegue com reforma e abertura de mercados [dropcap]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping disse no domingo, em Pequim, que a China vai prosseguir as suas reformas e abertura dos mercados, apesar da complexidade do actual ambiente geopolítico. Numa mensagem a coincidir com o Ano Novo ocidental, Xi Jinping explicou que, em 2018, depois das mudanças realizadas no país por Deng Xiaoping, foram adoptadas “reformas sistemáticas, globais”, e seguida a via da “reconstrução do partido e das instituições públicas”. “O ritmo das nossas reformas não vai marcar passo, e a nossa abertura vai aumentar”, disse, num discurso difundido pela televisão estatal CCTV. A China celebrou recentemente o 40.º aniversário da mudança de política, decidida pelo Partido Comunista em 18 de dezembro de 1978, com a presidência de Deng Xiaoping, considerado o arquitecto da abertura do país ao mundo, com a sua estratégia “Um País, Dois Sistemas”. “Nós visitámos os cinco continentes, tivemos encontros com dirigentes de numerosos países, reforçámos a amizade, melhorámos a confiança, e alargámos o nosso círculo de amigos”, recordou o presidente chinês, que visitou Portugal nos dias 4 e 5 de Dezembro. Evocando o contexto geopolítico internacional, Xi Jinping disse que o mundo está a fazer face a uma situação sem precedentes: “Qualquer que seja a evolução da situação internacional, a confiança e a determinação da China na salvaguarda da soberania e da segurança nacionais permanecerão intactas”. A China, que tem estado envolvida numa guerra comercial com os Estados Unidos, confronta-se atualmente com um desaceleramento da sua economia. Ontem o departamento nacional de estatísticas da China divulgou o índice PMI (Purchasing Managers’ Index) do país – indicador sobre novas encomendas na indústria, níveis de stock, produção, entregas de fornecedores e do ambiente de trabalho – que, pela primeira vez, em mais de dois anos, apresenta uma redução de 0,6 pontos percentuais, de 50 para 49,4. Em 2019, a China vai celebrar o 70.º aniversário do estabelecimento República Popular. “Ao longo do tempo, o povo chinês tornou-se autónomo, trabalhador, e criou um milagre que chamou a atenção de todo o mundo”, rematou o presidente chinês, na sua comunicação de Ano Novo. O Ano Novo Chinês tem início a 5 de Fevereiro de 2019 do calendário gregoriano.
Hoje Macau EventosMuseu de Florença pede devolução de quadro roubado pelos nazis [dropcap]O[/dropcap] director da Galeria dos Ofícios, Eike Schmidt, o maior museu de Florença, pediu na terça-feira à Alemanha a devolução de um quadro do pintor Jan van Huysum, do século XVIII, roubado pelos nazis durante a II Guerra Mundial. “Um apelo à Alemanha para 2019: fazemos votos para que este possa finalmente ser o ano em que será restituído à Galeria dos Ofícios o célebre ‘Vaso de Flores’, roubado pelos soldados nazis”, escreveu num comunicado, o director do museu, ele próprio de nacionalidade alemã. De acordo com o responsável, o quadro está actualmente na posse de uma família alemã, que ainda não o devolveu, apesar dos vários pedidos do Estado italiano. Trata-se de um óleo sobre tela de 47×35 centímetros, assinado por Jan van Huysum (1682-1749), um pintor holandês de renome, especializado em naturezas mortas, e que pertenceu, após 1824, às colecções do Palais Pitti, outro grande museu florentino. Levado pelos alemães durante a guerra, o quadro foi transferido dentro da Alemanha e o seu paradeiro perdeu-se durante muito tempo, antes de ser redescoberto, em 1991, após a reunificação alemã, segundo Eike Schmidt. Enquanto aguarda a devolução da obra original, o museu expõe a partir de hoje uma reprodução a preto e branco do “Vaso de Flores”, com a inscrição “Roubado”, em italiano, inglês e alemão, e uma curta legenda explicativa que recorda aos visitantes que “foi roubada por soldados do exército nazi, em 1944, e encontra-se hoje numa coleção alemã privada”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaxa de natalidade volta a cair e China arrisca crise demográfica [dropcap]O[/dropcap] número de crianças nascidas na China, em 2018, vai ser o mais baixo desde 2000, estimam demógrafos, ilustrando os riscos de uma crise demográfica no país, apesar da abolição da política de filho único. Vários demógrafos chineses citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista, prevêem que o número de nascimentos se fixe em 15 milhões, menos dois milhões do que em 2017. O Gabinete Nacional de Estatísticas chinês deve publicar a cifra oficial no final deste mês, mas dados difundidos pelos governos locais apontam para um número muito aquém dos 20 milhões de nascimentos previstos pelas autoridades de planeamento familiar. A China, nação mais populosa do mundo com cerca de 1.400 milhões de habitantes, aboliu a 1 de Janeiro de 2016 a política de “um casal, um filho”, pondo fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980. Pelas contas do Governo, sem aquela política, a China teria hoje quase 1.700 milhões. Em 2016, o primeiro ano desde a abolição da política de filho único, o número de nascimentos aumentou, de 16,55 milhões, no ano anterior, para 17,86 milhões. Desde então, a taxa de natalidade caiu sucessivamente, apesar de Pequim ter deixado de promover abortos forçados e multas, e aberto novas creches, passando a oferecer incentivos à natalidade. Em 2017, o número total de nascimentos fixou-se em 17,23 milhões, menos 630.000 do que no ano anterior. Segundo especialistas, a queda deve-se sobretudo à redução no número de mulheres em idade fértil, um grupo que perde entre cinco e seis milhões de pessoas por ano, e aos altos custos e falta de tempo para criar uma criança. Nos primeiros onze meses do ano, na cidade de Liaocheng, província de Shandong, houve apenas 64.753 nascimentos, uma queda de 26%, face ao mesmo período de 2017, segundo o jornal local Dazhong Daily. Em Qingdao, outra cidade de Shandong, os nascimentos registaram uma queda homóloga de 21%, entre janeiro e novembro, para 81.112, segundo dados divulgados pelas autoridades locais. Ren Zeping, economista chefe no promotor imobiliário Evergrande Group, escreveu numa nota publicada esta semana que a China está a caminhar no sentido de uma “crise demográfica”. “A China deve imediatamente encorajar as pessoas a terem filhos”, escreveu.
Hoje Macau China / ÁsiaRei da Tailândia será coroado em Maio [dropcap]O[/dropcap] rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, será formalmente coroado numa elaborada cerimónia de três dias, entre 4 e 6 de Maio, mais de dois anos após a morte do rei Bhumibol, anunciou esta terça-feira a casa real. Maha Vajiralongkorn, cujo nome oficial de reinado é Rama X, subiu ao trono em Outubro de 2016, após a morte do seu pai, que foi o monarca com o reinado mais longo do mundo, quase 70 anos. O rei Rama X não esperou a coroação para reformular as instituições monárquicas da Tailândia, surpreendendo os observadores que o julgavam mais passivo e pouco reformista. Maha Vajiralongkorn quadruplicou o número de policias de elite encarregues da sua vigilância, mas também assumiu o controlo de cinco órgãos que supervisionam os assuntos da realeza e a sua segurança, todos anteriormente sob alçada governamental ou militar. O monarca demitiu ainda alguns poderosos funcionários do palácio da época do seu pai, e participou activamente no esboço da nova Constituição da Tailândia. Num anúncio transmitido pela televisão, a casa real anunciou que a coroação terá lugar entre os dias 4 e 6 de Maio referindo que “será o momento oportuno para a coroação, de acordo com a tradição, para a celebração nacional e a alegria do povo”. A coroação será realizada no dia 4 de Maio, durante uma cerimónia à qual assistem a “família real, os conselheiros privados e os membros do gabinete”. Os dois dias seguintes serão marcados por outras audiências e eventos relacionados com a coroação, segundo as tradições da monarquia tailandesa. O ano de 2019 será politicamente muito movimentado para a Tailândia, com eleições gerais cinco anos após o golpe que derrubou a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
Hoje Macau China / ÁsiaPelo menos 85 mortos nas Filipinas devido a tempestade tropical [dropcap]P[/dropcap]elo menos 85 pessoas morreram e 20 continuam desaparecidas nas Filipinas, na sequência das inundações e deslizamentos de terra causados pela tempestade tropical Usman, anunciaram hoje as autoridades em novo balanço. O Conselho Nacional de Redução e Gestão de Desastres (NDRRMC), o órgão filipino que coordena as informações durante os desastres, colocou o número de deslocados em 191.597, devido à tempestade que passou pelas Filipinas durante o fim-de-semana. Um total de 24.894 filipinos encontram-se em centros de acolhimento localizados nas regiões central e norte do país, as mais afetadas. As autoridades locais declararam o estado de calamidade em Camarines del Sur, uma província da região de Bicol, localizada no sudeste de Luzon, cuja capital é Pili e que tem uma população de quase dois milhões de habitantes. “Receio que (o balanço) continue a aumentar, porque ainda há muitas áreas que não alcançamos”, disse o director de protecção civil da região de Bicol, Claudio Yucot, na segunda-feira. A tempestade tropical entrou nas Filipinas pelo Pacífico e atingiu o continente no sábado, causando inundações, deslizamentos de terra, provocando falhas de electricidade um pouco por todo o país. A tempestade tropical, não chegou a ser classificada de tufão, o que, de acordo com as autoridades filipinas, fez com que as pessoas “ficassem demasiado confiantes”. Em meados de Setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico. As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaAbuso sexual e violações de freiras por padres católicos na Índia têm décadas, escreve AP [dropcap]U[/dropcap]ma investigação da agência de notícias Associated Press denuncia hoje uma série de abusos sexuais e violações cometidos sobre freiras na Índia durante décadas por padres que contaram com o silêncio cúmplice da hierarquia católica. Quase duas dúzias de freiras e ex-freiras queixam-se de repetidas violações e de uma hierarquia católica que pouco fez para as proteger, ao mesmo tempo que detalham frequentes situações de assédio sexual, existindo ainda relatos de sacerdotes que afirmam terem tido conhecimento directo deste tipo de incidentes. Ainda assim, o problema é encoberto por uma cultura do silêncio. Muitas freiras acreditam que o abuso é comum e que a maioria das ‘irmãs’ pode pelo menos dizer que se defendeu já dos avanços sexuais de um padre, enquanto algumas dizem ter a convicção de que os episódios são raros. Quase ninguém discute o assunto abertamente e a maioria só fala na condição de não serem identificadas. No verão, uma freira trouxe o assunto para a discussão pública. Depois de repetidas acusações contra responsáveis da Igreja que não obtiveram resposta, a freira de 44 anos apresentou uma queixa na polícia contra o bispo que supervisiona a sua ordem, acusando-o de a ter violado 13 vezes em dois anos. Um grupo de freiras lançou mesmo um protesto público para exigir a prisão do bispo. O protesto dividiu a comunidade católica da Índia. O acusador e as freiras que a apoiaram foram isoladas das outras ‘irmãs’, muitas das quais defendem o bispo. “Algumas pessoas estão a acusar-nos de trabalhar contra a Igreja”, disse uma freira, Josephine Villoonnickal. “Elas dizem: ‘Você está a adorar Satanás’. Mas precisamos defender a verdade”, defendeu. As queixas de algumas freiras têm décadas, como a de uma ‘irmã’ que ensinava numa escola católica no início dos anos 90, em Nova Deli, a capital. Uma noite, um padre de 60 anos foi para uma festa na vizinhança. Voltou tarde e bateu à porta do quarto onde se encontrava. A freira diz que o sacerdote cheirava a álcool e que tentou forçar a entrada, agarrando-a e tentando beijá-la, embora esta tivesse conseguido empurrá-lo e fechar a porta. A freira queixou-se à sua madre superiora e escreveu anonimamente aos responsáveis da Igreja. O padre acabou por ser transferido, mas não houve qualquer sanção pública nem lugar a avisos às outras freiras. O arcebispo Kuriakose Bharanikulangara diz que o abuso é “esporádico: Uma vez aqui, uma vez ali”. Embora “muitas pessoas não queiram falar”, acrescentou. Já as violações, garante uma outra freira, aconteceram num pequeno convento na zona rural de Kerala, onde as irmãs do Lar da Missão São Francisco passam os dias em oração ou a cuidar de idosos. O violador, disse, era o homem mais influente naquela parte do mundo: o bispo Franco Mulakkal. Mulakkal era o patrono oficial de sua comunidade, os Missionários de Jesus, exercendo enorme influência sobre os seus orçamentos e atribuições de trabalho. De acordo com uma carta que a freira escreveu aos responsáveis da Igreja, ele violou-a. O bispo nega veementemente as alegações, acusando a irmã de o tentar chantagear para conseguir um trabalho melhor. “Estou a passar por uma dolorosa agonia”, disse o clérigo, que foi detido durante três semanas e posteriormente libertado sob fiança em Outubro. Muitos em Kerala veem Mulakkal como um mártir, e uma série apoiantes visitaram-no na cadeia. Autoridades católicas pouco falaram sobre o caso, com a Conferência dos Bispos Católicos da Índia a divulgar uma nota alegando não ter jurisdição sobre os bispos, de forma individual, e que a investigação e o processo judicial deviam seguir o seu trâmite. “O silêncio”, segundo aquele órgão, “não deve, de forma alguma, ser interpretado como uma tomada de partido a favor de uma das duas partes”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMilhares de manifestantes pró-democracia em Hong Kong protestam contra Governo [dropcap]M[/dropcap]ilhares de pessoas manifestaram-se em Hong Kong no primeiro dia do ano num protesto contra o Governo, a favor de uma sociedade mais democrática e para demonstrarem publicamente o seu receio pela supressão crescente de liberdades. O protesto terá juntado cerca de 5.500 pessoas, segundo a organização, a Civil Human Rights Front, ou cerca de 3.200 manifestantes, de acordo com a polícia, avançou o South China Morning Post (SCMP). Activistas pró-independência e pró-Pequim marcaram presença numa iniciativa que ficou marcada por alguns confrontos e durante a qual alguns dos manifestantes exigiram a demissão da secretária da Justiça Teresa Cheng Yeuk-wah, segundo o SCMP. Em causa está o facto de esta não ter avançado com a acusação do antigo Chefe do Executivo de Hong Kong Leung Chun-ying após uma investigação sobre corrupção, mas também queixas sobre perseguição política e preocupações sobre legislação relacionada com a segurança nacional. Durante o protesto, activistas citados pelo SCMP alegaram terem sido ameaçados.
Hoje Macau SociedadePersonalidades do ano de 2018 PAULO CARDINAL E PAULO TAIPA [dropcap]O[/dropcap]s dois juristas portugueses da Assembleia Legislativa, agora de saída, desempenharam durante largos anos a sua função com competência, profissionalismo e lealdade. Paulo Cardinal e Paulo Taipa são um excelente exemplo da presença da comunidade portuguesa em Macau, na medida em que souberam resistir à transferência de soberania e foram reconhecidamente fundamentais para os trabalhos jurídicos da nascente RAEM. Neste ano de 2018, o seu anunciado afastamento da Assembleia Legislativa, onde recebiam o apreço da generalidade dos deputados, provocou ondas variadas e levantou muitas questões. A menor das quais não será: estarão as famílias portuguesas a prazo na RAEM, se a sua sobrevivência depender da administração? E outra que a complementa, mais incisiva: não haverá mais lugar para portugueses como consultores do Governo de Macau? Se profissionais do calibre de Paulo Cardinal e Paulo Taipa foram dispensados ao fim de longos anos de dedicação e serviço, durante os quais a sua competência e a sua seriedade nunca foram postas em causa, o que dizer de outros e do futuro? Aos dois juristas e cidadãos, o Hoje Macau agradece o trabalho efectuado, que sempre dignificou o nome da comunidade portuguesa e foi de uma extrema utilidade para a RAEM, com esta singela homenagem. POLÍTICO DO ANO – HO IAT SENG Quando saiu da reunião em Pequim, Ho Iat Seng não conseguia esconder o facto de ter sido abençoado. E, a partir daí, as suas palavras, os seus actos e as suas decisões ganharam um novo peso. O peso de quem (quase todos acreditam) poderá ser o próximo Chefe do Executivo da RAEM. Sobre ele, enquanto político, pouco haverá para dizer. Não se lhe conhecem convicções, visões, causas, ideologias. O que não é nada de novo na margem Oeste do Rio das Pérolas. GOVERNANTE DO ANO – WONG SIO CHAK É o governante que, com mais facilidade, leva a água ao seu moinho, mói o pão, leva-o ao forno e mastiga-o, ainda quentinho, com prazer. Nota 10 em termos de protecção civil. Já outros aspectos das suas ambições, como tornar Macau numa cidade excessivamente securitária, etc, etc levantam algumas dúvidas e temores entre os que pugnam por uma sociedade mais liberal, onde o segundo sistema realmente funcione em pleno e os cidadãos gozem de todas as garantias proporcionadas pela Lei Básica. GCS REVELAÇÃO – SERVIÇOS DE PROTECÇÃO CIVIL O tufão veio, soprou forte e muitos esperavam o mesmo desastre ocorrido quando da passagem do Hato. Mas os Serviços de Protecção Civil demonstraram ter aprendido a lição e tudo correu surpreendentemente bem. Isto é a prova que, quando as coisas são previstas e preparadas com antecedência e racionalidade, até em Macau podem correr bem, com profissionalismo e dedicação. Nestes dois capítulos, os Serviços de Protecção Civil foram exemplares e com a sua acção proporcionaram à cidade uma sensação de segurança, que se houvera esvaído no ano anterior. DESILUSÃO DO ANO – ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE MACAU Não conseguir que o Benfica, campeão de Macau, participe na Taça AFC foi uma verdadeira desilusão. Até porque o clube, liderado por Duarte Alves, realizou um investimento que lhe permitia levar e dignificar o nome de Macau num importante palco. Assim não vai ser por razões que escapam à razão e se devem anichar noutro canto da alma humana. Lamentável. EVENTO DO ANO – BIENAL FEMININA Macau abriu um novo capitulo das artes plásticas da Ásia ao fundar esta bienal exclusivamente dedicada a artistas do sexo feminino. E o resultado foi um sucesso, pois proporcionou uma excelente ocasião para conhecer o que se anda a fazer por aí. Ter conseguido o “apadrinhamento” de Paula Rego foi um golpe genial. Estão de parabéns todos os organizadores, nomeadamente os “pais” da ideia: Lina Costa e José Duarte. INSTITUIÇÃO DO ANO – CINEMATECA PAIXÃO A nossa cinemateca, recentemente criada, está espectacular. Excelente programação, que nos traz cinema importante, passado e presente, do Ocidente e Oriente, e que assim preenche um vazio, um buraco negro na oferta cultural de Macau porque as salas “normais” não chegam. Alberto Chu e a sua equipa não estão apenas de parabéns. Dão um exemplo fantástico de como as coisas devem ser feitas. BRONCA DO ANO – ROTA DAS LETRAS A proibição de entrada em Macau (ou a sua sugestão) de três escritores convidados pela organização do festival literário foi uma péssima surpresa. Jung Chang havia estado em Hong Kong sem que tal tenha causado problemas à “segurança nacional”. Contudo, o pior de tudo isto foi que se tratou de um primeiro caso no que toca a escritores. Esperemos que fique por aí. FIGURA INTERNACIONAL DO ANO – JAMAL KHASHOGGI O jornalista árabe foi barbaramente assassinado no consulado do seu país, a Arábia Saudita, em Istambul. O facto mostrou a face bárbara do regime saudita, com o qual é cada vez mais difícil conviver. Mas o que a morte de Jamal Khashoggi demonstrou é que o mundo está cada vez mais nas mãos de governantes que não hesitam em eliminar fisicamente os que não lêem pela sua cartilha. O líder do Ocidente, Donald Trump, nem perante as evidências prestadas pela CIA se atreveu a condenar os responsáveis. Os nossos valores são espezinhados. Money rules. EXCESSO DO ANO – SEGURANÇA NACIONAL Numa cidade tão patriótica como Macau parecem excessivos os cuidados com a segurança nacional. A fronteira continua a não deixar entrar alguns compatriotas de Hong Kong e de Taiwan sem que seja dada uma outra explicação além da cabalística “segurança nacional”. Enfim, defender a pátria tudo bem, mas dentro dos limites do segundo sistema que ela mesmo impõe, se faz favor. LIVRO DO ANO – O SILÊNCIO DOS CÉUS, DE FERNANDO SOBRAL Fernando Sobral é um escritor e crítico literário sobejamente conhecido em Portugal. Agora tivemos a sorte de ter voltado os seus olhos para Macau, talvez pela mão sempre dedicada de Rogério Beltrão Coelho, e ter produzido um excelente romance que usa esta cidade e a sua história como pano de fundo de uma narrativa que se sorve de um fôlego. A não perder. EXPOSIÇÃO DO ANO – MARC CHAGALL É isto. É este tipo de exposições, de grandes artistas internacionais, que Macau também tem a obrigação de proporcionar aos seus cidadãos. Uma cidade com tantos recursos disponíveis tardou em trazer-nos algo desta indiscutível qualidade. A ver vamos o que nos calha para o ano. ACIDENTE DO ANO – SOPHIA FLOERSCH O vídeo do acidente da jovem de 17 anos Sophia Floersch deve ter sido um dos mais vistos do ano na internet. Estava praticamente no portal de todos os jornais de circulação mundial. Sophia foi corajosa e comedida nas suas declarações, mostrando vontade de voltar a correr no Circuito da Guia. PRÉMIOS ESPECIAIS 2018 PASSA POR MIM NO ROSSIO DO ANO – Ponte HKZM É a grande obra de um regime por edificar, conhecido por Grande Baía. Aberta sem demasiadas fanfarras, não se tem revelado uma opção pacífica para quem ousa atravessar a maior ponte do… blá blá blá IMPORTA-SE DE REPETIR? DO ANO – MAK SOI KUN O deputado espantou o mundo e a Assembleia Legislativa com a sua astuta reivindicação de papel higiénico para as casas de banho públicas. Perante tamanha argúcia, entreabriram-se as bocas de espanto e de admiração. SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO DO ANO – HOTEL 13 Foi anunciado como o hotel mais luxuoso do mundo, para super ricos e outros animais de grande porte. Mas já lá vão uns aninhos que para ali está, aparentemente terminado e mobilado, e não abre nem vem abaixo. O número 13 deu azar? PEITO ÀS BALAS FEITO DO ANO – PEDRO LEAL E JORGE MENEZES Quando alguns advogados se apressaram a tirar o cavalinho da chuva, quando contactados para defender o deputado Sulu Sou, estes dois causídicos não hesitaram e subiram à tribuna para o representar. E tiveram a oportunidade (e o descaramento) para pôr alguns pontos nos is. O VALENTE DO ANO – SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA Ele teve coragem e tentou, é certo. E só isso merece algum destaque. Contudo, a sua candidatura à presidência da Associação dos Advogados de Macau não chegou a levantar voo. Valores mais altos imediatamente bateram as asas e ocuparam os céus da advocacia local. DESCULPEM LÁ QUALQUER COISINHA DO ANO – RAIMUNDO DO ROSÁRIO O secretário para os Transportes e Obras Públicas tem muitas razões para pedir desculpa à população. E foi o que ele fez com todas as letras e mais algumas. Os deputados ouviram, abanaram as cabeçorras e a vida continuou o seu imparável curso. ISTO NUNCA FOI VISTO DO ANO – VÍTOR SERENO Pela primeira vez, o Governo da RAEM distinguiu um diplomata português com uma medalha. Vítor Sereno teve a arte de agradar a portugueses e chineses, sobretudo pelo modo como se empenhou na realização do seu trabalho e pela afabilidade a todos demonstrada. EPURE SE MUOVE DO ANO – HOSPITAL SÃO JANUÁRIO As queixas são mais que muitas em relação ao hospital público, mas o modo como tratou da acidentada Sophia Floersch reabilitou a imagem de uma instituição que tem sido atacada por várias frentes e que, aos poucos, perdeu a confiança da população. AINDA SE PODE FALAR? DO ANO – PROGRAMA CONTRAPONTO É um espaço singular de opinião da nossa TDM e que bravamente desafiou o passar do tempo. Gilberto Lopes consegue fazer variar o painel de comentadores cujas palavras e ideias, dizem, ecoam em Pequim.
Hoje Macau InternacionalDesign | Lusodescendente promove cortiça nos EUA [dropcap]A[/dropcap] promoção da cortiça como um “material incrível” e “muito sustentável” é uma das motivações da designer lusodescendente Melanie Abrantes, que desenha peças únicas na Califórnia com a matéria-prima importada de Portugal. A artista, que fundou a marca Melanie Abrantes Designs em Oakland, produz artigos para casa com vários tipos de cortiça que são vendidos em lojas da especialidade, como a cadeia de decoração West Elm do grupo Williams-Sonoma. “Estou a tentar mostrar às pessoas que a cortiça tem muitos formatos, utilidades e visuais, em comparação com outros materiais”, disse à Lusa a designer, que está agora a tentar criar uma linha “usando as capacidades de isolamento” da matéria-prima. A lusodescendente foi incluída na lista de 2018 dos 100 Maiores Criativos dos Estados Unidos pela revista Country Living, que a considerou uma “cork whisperer” e destacou o seu virtuosismo na arte de trabalhar a cortiça. “Os meus produtos são virados para a estética e têm um visual muito específico, mas só faço coisas úteis”, disse. “Nada é puramente decorativo”. As características específicas da cortiça, como a sua porosidade, ajudam ao elemento funcional das peças de design. Entre os produtos em cortiça que Melanie Abrantes criou estão caixas de jóias, candeeiros de tecto, cinzeiros para canábis, castiçais e vasos para plantas. Várias criações misturam cortiça e madeira, o outro material em que a artista se especializou e sobre o qual publicou o livro “Carve”, em 2017. Os produtos são feitos com mais que um tipo de cortiça, incluindo um tipo “cortiça-mármore”, que “tem um preço mais elevado” mas leva as pessoas “a responderem bem às peças”. O custo dos artigos é um dos desafios da criadora, com etiquetas que vão até às largas centenas de dólares. “As pessoas não percebem que a cortiça é um material muito caro que ainda é retirado à mão”, argumentou, justificando com o facto de os consumidores norte-americanos estarem habituados a usar cortiça em objetos simples, como rolhas e tábuas de cozinha, cujos preços são baixos. “Tento educar as pessoas em relação ao valor da cortiça”. A artista irá mostrar o seu trabalho em maio de 2019 na New York Design Week, como parte do grupo de designers independentes JOIN Design, e está em conversações para participar no programa televisivo da NBC “Making It”, que põe fazedores a criarem trabalhos manuais. Neta de portugueses, Melanie Abrantes visita Portugal uma vez por ano, dividindo-se entre Lisboa, onde reside a avó, e produtores de cortiça no norte. “A razão pela qual trabalho com cortiça é devido à minha herança genética”, afirmou a lusodescendente, de 28 anos. “Todas as vezes que ia a Portugal quando era mais nova via produtos diferentes feitos com cortiça e achava fascinante, porque nem sabia que se podia fazer algo com o material”, recorda. Natural de Sugar Land, perto de Houston, Texas, a artista estudou no Otis College of Art and Design em Los Angeles antes de abrir o seu estúdio em Oakland. Além de fazer dois workshops por mês sobre técnicas para trabalhar madeira e cortiça, também faz sessões em empresas. Os seus produtos estão à venda em cerca de 40 lojas nos Estados Unidos e nalgumas boutiques internacionais, incluindo Japão, França e Inglaterra.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | “Coletes amarelos” chegam a Taipé [dropcap]M[/dropcap]ilhares de manifestantes vestidos com coletes amarelos, inspirados nos recentes protestos em França e replicados em Portugal, ocuparam ontem as ruas de Taiwan para exigirem menos impostos, na sua terceira mobilização em menos de uma semana. De acordo com agências noticiosas, milhares de manifestantes mobilizaram-se até à sede do Ministério das Finanças, em Taipé, empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem contra a política fiscal na ilha. “Isto é pelo nosso futuro”, disse uma estudante de 23 anos Joanna Tai, citada pela agência Associated Press (AP). “Olhamos para os salários em Hong Kong e no interior da China. Queremos saber por que há tanta diferença em relação a Taiwan”, acrescentou. O grupo activista “Tax & Legal Reform League” convocou o protesto depois de já ter mobilizado 20 mil pessoas, há uma semana, em frente à sede do Governo, e outras 10 mil no sábado, de acordo com a imprensa local. Os organizadores dizem-se inspirados pelo sucesso dos recentes protestos franceses. Há mais de um mês, o movimento inédito “coletes amarelos”, nascido nas redes sociais, espalhou-se por toda a França, dando azo a cenários de conflito em Paris e obrigando o Governo a adoptar medidas sociais estimadas em dez mil milhões de euros. Ao contrário de Paris, o movimento não paralisou nenhuma cidade portuguesa, no passado dia 21 de Dezembro. As manifestações, com pouca adesão, provocaram apenas alguns condicionamentos de trânsito, tendo a polícia identificado 24 pessoas e detido quatro manifestantes, na sequência de desacatos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Lucros da indústria registam primeira queda em três anos [dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 1,8%, em Novembro, o primeiro registo negativo desde 2015, acompanhando a tendência registada noutros indicadores económicos do país, face às disputas comerciais com Washington. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, os lucros ascenderam a 594.800 milhões de yuans, em Novembro, uma queda de 3,6%, face ao mês anterior. Nos primeiros onze meses do ano, os lucros totais das firmas industriais da China fixaram-se em 6,17 biliões de yuans, 11,8% mais do que no mesmo período do ano passado. Entre Janeiro e Outubro, a subida dos lucros fixou-se em 13,6%, em termos homólogos. Entre os 41 sectores inquiridos pelo GNE, 29 registaram um aumento dos lucros, nos primeiros onze meses do ano, incluindo o setor do petróleo, aço, material de construção ou produtos químicos. He Ping, estatístico do GNE, atribuiu a redução dos lucros, em Novembro, à “queda nas vendas e aumento dos custos de produção”. No mesmo mês, a produção industrial, outro importante indicador da segunda maior economia mundial, aumentou 5,4%, em Novembro, face ao mesmo mês do ano passado, depois de ter subido 5,9%, em Outubro. Foi a menor subida dos últimos dez anos. O aumento das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuou para 8,1%, o ritmo mais lento desde Maio de 2003, depois de se ter fixado nos 8,6%, em Outubro passado. Os dados revelam que o crescimento da segunda maior economia do mundo deve abrandar no último trimestre do ano, depois de se ter fixado nos 6,5%, no terceiro trimestre, o ritmo mais baixo dos últimos dez anos. Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos EUA. A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Ex-vice-ministro condenado a prisão perpétua por corrupção Era um dos espiões mais poderosos da China. Agora não volta a pisar as ruas de Pequim. [dropcap]O[/dropcap] ex-vice-ministro da Segurança da China Ma Jian foi ontem condenado a prisão perpétua por corrupção e uso de informação privilegiada, parte da mais ampla campanha anticorrupção da história da República Popular. O Tribunal Popular Intermédio de Dalian, no nordeste do país, condenou ainda Ma a pagar mais de 50 milhões de yuans em multas. Ma Jian admitiu ser culpado e decidiu não recorrer da sentença, detalhou a agência noticiosa oficial Xinhua. A Comissão Central de Disciplina e Inspecção do Partido Comunista Chinês anunciou, em Janeiro de 2015, que Ma tinha sido colocado sob investigação. No mês seguinte, o ex-vice-ministro da Segurança Pública foi destituído como membro da Conferência Consultiva Política, uma espécie de senado sem poderes legislativos. Ma, que trabalhou na agência de espionagem da China durante mais de 30 anos e ocupava o cargo de vice-ministro desde 2006, terá usado a sua influência em benefício do empresário Guo Wengui, um dos homens mais ricos da China, que fugiu da China e vive agora num apartamento de 68 milhões de dólares, em Nova Iorque. Guo afirma ter várias informações comprometedoras para a liderança chinesa, incluindo sobre o vice-presidente, Wang Qishan. Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de um milhão e meio de membros do partido. Os alvos incluíram funcionários menores, a que Xi se refere como “moscas”, mas também centenas de “tigres” – altos quadros do partido, com a categoria de vice-ministro ou superior. Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-diretor do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua. Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o “controlo ideológico” e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.