Hoje Macau China / ÁsiaTransporte | Comissão Europeia e China iniciam cooperação [dropcap]A[/dropcap]Comissão Europeia e a China estão a cooperar na criação de plataformas e corredores de transportes, no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Maja Bakran Marcich, directora-geral adjunta da Comissão Europeia para a Mobilidade e os Transportes, disse que as autoridades europeias vão “trabalhar com a China para planear as plataformas e corredores”, tendo acrescentado ter-se chegado a um acordo para elaborar os termos de referência de um estudo com aquele objectivo. Bakran Marcich adiantou no decurso da conferência que a ênfase da Comissão Europeia em actuais projectos de transportes está na “qualidade de ligação”, com intenção de “construir parcerias fortes”, tirando partido do “significativo quadro financeiro” disponível. “Já dispomos de uma rede que cobre os Balcãs Ocidentais e se estende a países parceiros orientais. A cooperação deve respeitar a partilha de princípios de regras de mercado e normas internacionais e padrões estabelecidos”, referiu ainda a responsável europeia. A China e a UE assinaram em Setembro de 2015 um memorando de entendimento sobre o estabelecimento de uma plataforma de relacionamento, com o objectivo de criar sinergias entre as políticas e projectos da UE e a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, particularmente através da cooperação em infra-estruturas, financiamento, interoperabilidade e logística. Jiang Ruiping, vice-presidente da Universidade de Relações Externas da China, defendeu na mesma conferência que a cooperação China-UE “deve centrar-se na normalização, porque relacionamento diz respeito a infra-estruturas e questões técnicas.”
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte ausente na celebração do 33.º aniversário da revolução [dropcap]A[/dropcap]s Filipinas comemoram ontem o 33.º aniversário da revolução pacífica popular, que derrubou o ditador Ferdinand Marcos, com uma cerimónia oficial marcada pela ausência do Presidente Rodrigo Duterte, pelo terceiro ano consecutivo. Os Presidentes das Filipinas, tradicionalmente, participam nas comemorações do aniversário da revolução, onde cerca de dois milhões de filipinos marcharam em 25 de fevereiro de 1986 com reivindicações democráticas, mas Duterte tem ignorado o evento desde que ocupou o poder há três anos. O porta-voz do Presidente já tinha anunciado na sexta-feira que Duterte provavelmente não iria participar na cerimónia por ter uma “agenda muito ocupada”. “Vamos sempre lembrar como esta revolução histórica restaurou o nosso poder colectivo”, apontou o Presidente filipino em comunicado. Duterte mantém um bom relacionamento com a família do ex-ditador. Bongbong, filho de Ferdinand Marcos, concorreu ao cargo de vice-presidente das Filipinas em 2016 e a sua irmã, Imee, governadora da província de Ilocos Norte, é candidata para o Senado nas eleições legislativas em 13 de Maio. Além disso, em Novembro de 2016, Rodrigo Duterte ordenou o enterro de Marcos no Cemitério dos Heróis das Filipinas, algo que a família do ex-ditador pedia há anos mas que os Presidentes anteriores se tinham negado a conceder.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Bolsas sobem com adiamento de taxas nas importações [dropcap]A[/dropcap]bolsa de Xangai, a principal praça financeira da China, fechou ontem a subir 5,6 por cento, para 2.961,28 pontos, horas depois do Presidente norte-americano ter anunciado o adiamento do aumento das taxas sobre importações chinesas. Este é o valor mais alto dos últimos oito meses. Shenzhen, a segunda praça financeira do país, avançou 5,59 por cento, para 9.134,58 pontos. No domingo, Donald Trump escreveu na rede social Twitter que, durante o fim de semana, decorreram “conversações produtivas” entre os Estados Unidos e a China e, por essa razão, irá “adiar o aumento das taxas”, inicialmente marcado para 1 de Março. Trump disse que se as negociações continuarem a progredir irá encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, na Florida, para finalizar um acordo. Responsáveis norte-americanos e chineses reuniram-se no fim de semana para tentar resolver os conflitos da “guerra comercial” que tem estado a afectar os mercados financeiros. Donald ameaça O Presidente norte-americano tinha ameaçado aumentar as taxas das importações da China entre 10 por cento a 25 por cento, se os dois lados não chegassem a um acordo. A China e os EUA aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. Trump e Xi tinham acordado uma trégua de 90 dias, a terminar em 1 de Março, para que as duas nações conseguissem encontrar uma solução para as disputas comerciais. Washington exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as empresas do país em importantes actores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas. Os Estados Unidos querem também mais acesso ao mercado chinês, melhor protecção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de empresas norte-americanas.
Hoje Macau SociedadeBanca | Liu Chak Wan vai presidir ao recém-criado Banco de Desenvolvimento de Macau [dropcap]O[/dropcap]Banco de Desenvolvimento de Macau, autorizado a operar em Outubro, vai ter o empresário e membro do Conselho Executivo Liu Chak Wan como presidente, noticiou ontem a Macau News Agency (MNA). Liu Chak Wan, que é também membro do Comité Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, tem negócios em diferentes sectores, incluindo na Transmac. Foi ainda um dos co-fundadores da Universidade de Ciência e Tecnologia, em 2000. O Banco de Desenvolvimento de Macau vai contar ainda com dois vice-presidentes: Liu Cai Seng, gestor de Macau, e Mao Yumin, residente de Hong Kong, que vai desempenhar em simultâneo o cargo de CEO do banco, de acordo com a MNA. A lista de corpos sociais do Banco de Desenvolvimento de Macau inclui ainda o advogado Leonel Alves, antigo deputado e também membro do Conselho Executivo, que surge como secretário do conselho fiscal.
Hoje Macau EventosCinema | Filme de Jorge Jácome seleccionado para festival nos EUA Jorge Jácome, realizador que cresceu em Macau, vai estar representado num festival nos Estados Unidos, com curta-metragem [dropcap]O[/dropcap] filme “Past Perfect”, do realizador português Jorge Jácome, foi seleccionado para o festival New Directors/New Films, que começa em 27 de Março em Nova Iorque. O festival, que cumprirá a 48ª. edição, é organizado pelo Museu de Arte Moderna (MoMA) e pelo cineclube do Lincoln Center e “celebra realizadores que representam a actualidade e que antecipam o futuro do cinema, artistas arrojados cujo trabalho ousa entrar por caminhos inesperados”, diz a nota de imprensa, divulgada na sexta-feira. Este ano, o programa exibirá 24 longas-metragens e 11 curtas, entre as quais “Past Perfect”, que o realizador Jorge Jácome estreou este mês, em competição, no festival de cinema de Berlim. “Past Perfect” deriva da peça de teatro “Antes”, de Pedro Penim, na qual Jorge Jácome tinha trabalhado a componente visual. O realizador reescreveu o texto original, adaptando-o às suas interrogações pessoais e ao contexto cinematográfico. Apesar de ter feito vários trabalhos durante o tempo em que estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, Jorge Jácome considera-se realizador a partir de “Plutão”, curta-metragem de 2013. Depois dessa fez as curtas “A guest + a host = a Ghost” (2015), “Fieste Forever” (2017) e “Flores” (2017). Jorge Jácome apresenta, então, “Past Perfect” como “um balanço e um ponto de situação” sobre o que faz e para onde quer seguir no cinema, tendo como base essa percepção da origem da melancolia, segundo descreveu o próprio em entrevista recente à agência Lusa. “A melancolia, para mim, é uma coisa muito mais individual e pessoal, por isso é tão difícil de explicar. E este ‘Past Perpect’ está constantemente a dizer que é difícil de explicar, de traduzir, de passar para imagens e para texto o que é este sentimento”, contou. Entre cá e lá Nascido em Viana do Castelo em 1988, cresceu em Macau, até à transferência para a China em 1999. De regresso a Portugal, estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, sem ter ideias certas de que queria seguir cinema. “O que foi entusiasmante foi que na escola aprendi pela primeira vez a ver cinema e a ver filmes aos quais não tinha acesso. Aprendi mesmo tudo do zero. Não era cinéfilo antes de entrar para a escola”, recordou. Depois rumou a França, para uma pós-graduação na Le Fesnoy, na qual aprendeu a desconstruir os ensinamentos anteriores. O festival New Directors/New Films, que abrirá com “Clemency”, de Chinonye Chukwu, vai decorrer até 7 de Abril.
Hoje Macau SociedadeCosta Nunes | Concluídos processos disciplinares [dropcap]A[/dropcap] Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), que tutela o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, tomou na sexta-feira uma decisão relativamente aos processos disciplinares instaurados à directora e educadora. Segundo a Rádio Macau, o presidente da APIM, Miguel de Senna Fernandes não quis, no entanto, revelar os resultados antes de notificar as funcionárias em causa. As penalizações podem ir da advertência até à rescisão do vínculo laboral. A directora mantém-se em funções, enquanto a educadora de infância se encontra suspensa desde Maio, quando foi tornado público o caso de alegados abusos sexuais. Um caso arquivado, em meados do mês, pelo Ministério Público que não descarta, porém, reabri-lo se surgirem novas provas.
Hoje Macau China / ÁsiaÓbito | Morreu aos 96 anos o estudioso do Japão Donald Keene [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] reconhecido estudioso do Japão Donald Keene, nascido nos Estados Unidos, autor de mais de trinta livros e ensaios em japonês e inglês, morreu ontem, aos 96 anos, por insuficiência cardíaca, anunciou o seu advogado. Professor emérito da Universidade de Columbia, Donald Keene era um dos mais reconhecidos estudiosos da literatura japonesa, responsável por difundir a cultura nipónica no estrangeiro, com a tradução de relevantes obras clássicas e modernas. Em 2008, foi condecorado pelo Governo japonês com a Ordem da Cultura. Nascido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em Junho de 1922, Keene começou a estudar literatura japonesa durante a sua passagem por Columbia, atraído pelo clássico do século XI “Genji Monogatari”. Passou vários anos em estudos de pós-graduação na Universidade de Quioto, no oeste do Japão, na década de 1950, depois de servir como tradutor na Marinha dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Professor, historiador, escritor e tradutor, Keene é autor de mais de trinta livros e ensaios em japonês e inglês, incluindo uma biografia do imperador Meiji, publicada em 2002. Entre os autores japoneses traduzidos por Keene encontram-se Yukio Mishima, Kobo Abe e Yasunari Kawabata. Em 1986, a Universidade de Columbia estabeleceu o Centro de Cultura Japonesa Donald Keene, com o objectivo de melhorar a compreensão do Japão e da sua cultura nos Estados Unidos. Após o terramoto e o tsunami de 11 de Março de 2011, que devastaram o nordeste do Japão e causaram o acidente nuclear de Fukushima, Keene mudou-se permanentemente para o país, como gesto de solidariedade após a partida de muitos residentes estrangeiros na sequência da catástrofe. O estudioso tornou-se cidadão japonês um ano depois. “Embora eu não seja japonês por nascimento, sou japonês por cultura”, disse Keene, num comunicado enviado à agência de notícias Kyodo.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Tribunal ordena fim dos ataques contra pessoas de Caxemira O ataque da semana passada que matou 41 paramilitares provocou uma onda de violência indiscriminada contra os nativos de Caxemira [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Supremo Tribunal da Índia ordenou sexta-feira às autoridades do Estado que parem com ameaças, agressões e boicotes sociais a milhares de pessoas, numa aparente retaliação pela morte de 41 paramilitares num atentado na semana passada, na Caxemira indiana. Segundo a agência de notícias Associated Press, o Supremo Tribunal actuou numa petição apresentada pelos advogados Colin Gansalves e Tariq Adeeb que relataram que estudantes da Caxemira ficaram retidos em várias cidades e vilas para escapar da violência da multidão após o ataque de 14 de Fevereiro. O ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh, prometeu sexta-feira tomar medidas para garantir protecção e segurança. Também a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Índia referiu que procurou informações de Estados conflituosos sobre os maus-tratos a pessoas da Caxemira. “Este tipo de violência do povo contra os seus concidadãos não pode ser aceite numa sociedade civilizada”, salientou. Yasin Khan, empresário da Caxemira e líder do sindicato dos trabalhadores, explicou que pelo menos 600 estudantes e mais de 100 empresários regressaram às suas casas na Caxemira de várias partes do país, após ataques e ameaças de grupos principalmente hindus. Zona quente O gabinete das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos expressou na terça-feira a sua preocupação com o aumento das tensões entre o Paquistão e a Índia após um ataque que matou 41 paramilitares na Caxemira indiana. “Esperamos que o aumento das tensões entre os dois países vizinhos, equipados com armas nucleares, não signifique uma subida da insegurança na região”, assinalou Rupert Colville, porta-voz do gabinete, em conferência de imprensa, em Genebra, na Suíça. No mesmo dia, a Índia pediu uma “acção credível e visível” do Paquistão contra os responsáveis pelo atentado suicida. Em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia solicitou que o “Paquistão pare de enganar a comunidade internacional e tome acções credíveis e visíveis contra os responsáveis pelo ataque terrorista em Pulwama”. Por seu turno, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, mostrou-se disposto a cooperar com a Índia após o ataque, mas prometeu “ripostar” caso o seu país seja atacado. “O Paquistão vai ripostar” no caso de ser atacado, afirmou Khan durante um discurso na televisão, pedindo que Nova Deli forneça “evidências” do envolvimento paquistanês no ataque que exacerbou as tensões indo-paquistanesas nos últimos dias. Estas declarações foram feitas no momento em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu “fazer pagar” um preço alto aos responsáveis pelo atentado suicida, que provocou uma onda de revolta em toda a Índia e provocou apelos de vingança. Este ataque, o mais mortífero desde o início da insurgência separatista contra Nova Deli em 1989, foi reivindicado pelo grupo islâmico Jaish-e-Mohammed (JeM), baseado no Paquistão. A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.
Hoje Macau China / ÁsiaTensões comerciais são “grande teste” à escala mundial O impacto da guerra comercial decretada por Washington começa a ganhar novos contornos: desde 2010 que os valores projectados para o crescimento económico global não eram tão baixos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Organização Mundial do Comércio (OMC) classificou quinta-feira as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) e entre Washington e Pequim como “um grande teste” à comunidade internacional, antecipando “riscos” como o abrandamento económico. “As correntes tensões entre os principais parceiros comerciais [da OMC] são um grande teste à comunidade internacional e os riscos são reais, assim como os impactos económicos”, declarou o director-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em Bucareste, na Roménia. Discursando no início da reunião informal dos responsáveis pela pasta do Comércio nos Estados-membros da UE, Roberto Azevêdo assinalou que as perspectivas do comércio mundial da OMC, divulgadas há dias, mostraram precisamente um “abrandamento no crescimento económico no primeiro trimestre de 2019”, reflectindo “o número mais baixo desde 2010”. “Temos, por isso, de fazer tudo o que pudermos para amenizar essas tensões e temos também de pensar como podemos fortalecer as relações comerciais”, salientou o responsável. A seu ver, isso resolve-se “facilitando as negociações” entre os países, modernizando a própria OMC para “tornar o sistema comercial mais responsável” e ainda promovendo a cooperação “em vários assuntos, como as pescas, a agricultura, a segurança alimentar e o comércio electrónico”. Em causa está, desde logo, a incerteza nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a UE. Em cima da mesa Em meados de Janeiro passado, a Comissão Europeia apresentou um anteprojecto que irá ser proposto aos Estados Unidos, ainda sem data definida, para a eliminação das tarifas aplicadas aos produtos industriais, sem contar com a área agrícola, e a redução das barreiras, no que toca ao cumprimento de requisitos técnicos, para trocas comerciais entre os dois continentes. O documento vem no seguimento de uma reunião realizada em Julho do ano passado, em Washington, entre os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual foram divulgadas medidas para apaziguar o conflito comercial, mas os anúncios foram vagos. Já esta segunda-feira, a Comissão Europeia disse que dará uma resposta “rápida e adequada” se os Estados Unidos concretizarem a ameaça de aumentar as tarifas alfandegárias sobre a importação de automóveis europeus. Antes, no domingo passado, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, apresentou oficialmente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento sobre a indústria automóvel que poderá permitir a cobrança de novas taxas alfandegárias sobre as importações de automóveis e peças da UE. Também de incerteza é feita a relação comercial entre os Estados Unidos e a China. Donald Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10 por cento para 25 por cento nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau EventosMorreu pianista Sequeira Costa aos 89 anos [dropcap]O[/dropcap]pianista português José Carlos Sequeira Costa morreu nos Estados Unidos, onde residia, aos 89 anos, vítima de cancro, confirmou esta sexta-feira à Lusa fonte próxima da família. O pianista actuou duas vezes em Macau, a última delas no Centro Cultural de Macau, num concerto promovido pela Casa de Portugal em Macau no âmbito das celebrações do 10 de Junho, em 2013. Distinguido em 2004 com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, Sequeira Costa foi um dos nomes mais significativos do piano português no século XX, tendo fundado o Concurso Internacional Vianna da Motta, de quem foi aluno. Em 1951, Sequeira Costa venceu o Grande Prémio de Paris no Concurso Internacional Marguerite Long, tendo desde então sido um dos nomes de maior projecção nos palcos internacionais. A convite de Dimitri Chostakovitch fez parte do primeiro júri do Concurso Internacional Tchaikovsky, em Moscovo, no ano de 1958. Desde 1976 era professor de piano na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos. Em 2004, disse à jornalista Ana Sousa Dias, em entrevista na RTP, que, por ter “abraçado inteiramente o espírito de Beethoven” ao dedicar-se à interpretação da integral das sonatas do compositor alemão, se sentia “para além da vida humana já”. Sequeira Costa classificava Bach como o “sol de todos os compositores” e destacava Liszt como estando entre os seus criadores preferidos, por ter sido seu “avô espiritual”, ao ter ensinado Vianna da Motta. “A chamada inspiração não existe. A inspiração é o resultado de um trabalho afincado, premeditado. Talento há, felizmente que é raro. Porque hoje em dia há milhares de pianistas, então os asiáticos estudam 25 horas por dia e não serve para nada, porque não têm o talento necessário como têm os europeus, mas isso é normalíssimo porque a nossa cultura de Beethoven, Bach, Chopin, era no centro da Europa”, disse à RTP, na altura.
Hoje Macau China / Ásia MancheteVenezuela: China critica “pretensa ajuda humanitária” que poderá originar um conflito [dropcap]A[/dropcap]China manifestou hoje a sua oposição à entrada em força este fim de semana na Venezuela da “pretensa ajuda humanitária” norte-americana ao sublinhar que poderá desencadear um conflito no país, envolvido uma grave crise política interna. O gigante asiático é o principal credor de Caracas, a quem concedeu milhares de euros de empréstimos, e continua a reconhecer Nicolás Maduro como o único presidente legítimo do país sul-americano, imerso em graves dificuldades económicas. Milhares de toneladas de ajuda humanitária norte-americana estão armazenadas desde 7 de Feveriro na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta. Um outro centro de recolha foi instalado no norte do Brasil. O opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, prometeu que esta ajuda será encaminhada no sábado para o país. Nicolás Maduro opõe-se intransigentemente a esta medida, entendida como um pretexto para uma intervenção militar norte-americana, também já denunciada por Moscovo. “Se esta pretensa ajuda humanitária foi enviada à força para a Venezuela, poderá desencadear um conflito e implicar graves consequências”, advertiu Geng Shuang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China opõe-se a uma intervenção militar na Venezuela e a qualquer acção susceptível de provocar um escândalo ou distúrbios”, afirmou em conferência de imprensa. Os envios de alimentos e medicamentos destinados aos venezuelanos afectados pela crise económica tornaram-se no pretexto de uma luta de poder entre o Presidente Nicolás Maduro e Juan Guaidó. A Casa Branca indicou que o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, se desloca na segunda-feira à Colômbia para expressar o “apoio sem reservas” dos Estados Unidos a Juan Guaidó. Washington tem repetido por diversas vezes que “todas as opções” são admissíveis, incluindo o uso da força.
Hoje Macau InternacionalArnaldo Matos, fundador do partido português PCTP/MRPP, morre aos 79 anos [dropcap]O[/dropcap]fundador do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) Arnaldo Matos morreu esta sexta-feira de madrugada, aos 79 anos, vítima de doença, informou fonte do partido. “É com uma profunda tristeza e um enorme vazio que vimos informar que faleceu há poucas horas o nosso querido camarada Arnaldo Matos, fundador do PCTP/MRPP e um incansável combatente marxista que dedicou toda a sua vida ao serviço da classe operária e a lutar pela revolução comunista e por uma sociedade sem classes”, escreve o partido numa nota. Arnaldo Matos fundou o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP), em Lisboa, na clandestinidade, em 18 de setembro de 1970, juntamente com Vidaúl Ferreira, Fernando Rosas e João Machado. Fonte do partido adiantou que Arnaldo Matos faria 80 anos no próximo domingo, e que o PCTP/MRPP tinha preparada uma homenagem. Na nota intitulada “Honra ao camarada Arnaldo Matos” (1939-2019), o PCTP/MRPP diz que a sua obra e o seu exemplo “perdurarão para sempre na memória dos operários e dos trabalhadores portugueses e constituirão um guia na luta do proletariado revolucionário e dos comunistas pelo derrube do capitalismo e do imperialismo e pela instauração do modo de produção comunista e de uma sociedade de iguais”. O partido acrescenta que divulgará mais tarde informações sobre as exéquias e o funeral. Macau e a ligação ao Maoísmo Arnaldo Matias de Matos nasceu na Madeira, em Santa Cruz, em 24 de fevereiro de 1939, e é o mais velho de cinco irmãos da família Matos. Fez o ensino na Madeira e aos 8 anos ajudava o pai no comércio e no balcão do botequim, a vender copos de vinho e aguardente. Em 1958, aos 19 anos, escreve um manifesto dos jovens madeirenses de apoio à candidatura presidencial de Humberto Delgado, em plena ditadura. Vai estudar para Coimbra, na Faculdade de Direito, mas, em 1961, faz a recruta em Mafra e é destacado para Macau, numa companhia liderada por Ramalho Eanes, anos mais tarde Presidente da República. E é aí, na então colónia portuguesa que toma o primeiro contacto com os textos e a doutrina de Mao Zedong, antes de seguir para uma comissão militar em Moçambique. Arnaldo Matos participa nos Comités Vietname, transformados em comités de luta contra a guerra colonial, e, em 1970, está na fundação do MRPP. É maoísta, ateu e um dos críticos do PCP, de Álvaro Cunhal, na defesa de que o “Estado só pode ser derrubado pela força das armas”. Após o 25 de Abril de 1974, que derrubou o regime ditatorial, Arnaldo Mato e muitos militantes do MRPP continuam na clandestinidade e no ano seguinte é preso pelo COPCON, comando operacional do continente, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho. É dessa altura que fica conhecida a frase, gritada por militantes e apoiantes do seu partido: “Liberdade já para o camarada Arnaldo de Matos”, que já era conhecido como o “grande educador da classe operária”. Em 1982 abandona o PCTP/MRPP, mas nos últimos anos tornou-se um dos mais activos militantes, com dezenas e dezenas de escritos na página do órgão oficial do partido, www.lutapopularonline.org e criou uma conta no Twitter, em que fez criticas ferozes a primeiro-ministro, António Costa, e ao acordo de esquerda que permitiu o governo minoritário do PS. A poetisa Natália Correia, que também foi deputada, dedicou-lhe, como fez a alguns políticos, um poema em que o define como “um romântico, um feiticeiro, com uma capacidade rara de seduzir, de hipnotizar (…) O nosso Rasputinezinho.”
Hoje Macau InternacionalPompeo e Guterres discutiram situação na Venezuela [dropcap]O[/dropcap]secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reuniram ontem, numa altura de crescente tensão devido à entrega de ajuda humanitária na Venezuela prevista para este fim de semana. O encontro, marcado à última hora a pedido dos Estados Unidos, aconteceu na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, e durou cerca de 30 minutos, com Mike Pompeo a recusar prestar declarações. No entanto, as Nações Unidas já tinham confirmado que a situação na Venezuela seria um dos assuntos em discussão. Em entrevista a uma televisão, o chefe da diplomacia norte-americana defendeu a necessidade de levar ajuda à Venezuela, devido a uma “enorme crise humana” no país. “Este fim de semana vamos tentar entregar centenas de toneladas de ajuda paga por contribuintes norte-americanos. Esperamos conseguir passar na fronteira”, disse Pompeo ao canal NBC, antes de se encontrar com Guterres. O secretário de Estado disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está “decidido” a dar ajuda humanitária aos venezuelanos, embora o Governo de Nicolas Maduro a rejeite. Maduro ordenou na quinta-feira o encerramento da fronteira com o Brasil, adiantando que estava “a avaliar” um decreto semelhante na fronteira com a Colômbia, onde está armazenada a ajuda internacional organizada por países que reconhecem o chefe do parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. O Governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humana no país e tem dito que não permitirá a entrada de ajuda na Venezuela. O auto-proclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou que em 23 de Fevereiro entrará a ajuda humanitária no país, referindo que existem “250 a 300 mil venezuelanos em risco de morrer”. A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de Janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se auto-proclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro. Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes. A repressão dos protestos anti-governamentais desde 23 de Janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais. Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte pede ajuda humanitária devido à falta de alimentos [dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Coreia do Norte pediram ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias devido à falta de alimentos no país, anunciou ontem a ONU. “O Governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas. O porta-voz referiu que as Nações Unidas estão em contacto com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto que a falta de alimentos pode ter sobre a população mais vulnerável e agir cedo para suprimir as necessidades humanitárias. Stéphane Dujarric explicou que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang, é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja. “As Nações Unidas estão preocupadas com a deterioração da situação de segurança alimentar na Coreia do Norte e estão a analisar com governo”, defendeu. O país asiático foi o cenário nos anos 1990 de uma fome severa que, de acordo com diferentes estimativas, custou a vida de entre 250 mil e mais de três milhões de pessoas. A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais significativas como resultado do seu programa nuclear e de mísseis e, embora haja isenções humanitárias, muitos especialistas reconhecem que as punições contra o regime também afectam a população. Países como a Rússia pediram o levantamento de algumas dessas sanções para encorajar Pyongyang a avançar nas negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, que querem ver resultados concretos antes de dar esse passo. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, vão realizar na próxima semana a segunda cimeira em Hanói, no Vietname, com o objectivo de chegar a acordo sobre uma “definição compartilhada” do que significa desnuclearização, depois de meses de impasse nas negociações. Trump e Kim realizaram uma primeira reunião histórica em Singapura em Junho passado para dar os primeiros passos neste processo.
Hoje Macau China / ÁsiaMaior abelha do mundo redescoberta na Indonésia [dropcap]A[/dropcap]maior abelha do mundo, desaparecida há décadas e que se admitia “perdida para a ciência”, foi redescoberta numa ilha remota da Indonésia, anunciaram ontem os investigadores que a descobriram. “Foi de tirar o fôlego, ver este ´buldogue´ voando”, comentou o naturalista Clay Bolt, citado num comunicado da organização ambientalista norte-americana “Global Wildlife Conservation”. Bolt encontrou numa floresta tropical das ilhas Molucas, Indonésia, uma colmeia de abelhas de Wallace (Megachile pluto), afirmando agora que “foi incrível” ver o quão “grande e bonita” é a espécie e ouvir o som das suas “asas gigantes”. Esta abelha, cuja fêmea pode chegar a ter quatro centímetros de comprimento e seis de envergadura de asas, é quatro vezes maior que a abelha comum e foi descoberta pelo britânico Alfred Russel Wallace em 1858. Mais de um século depois, em 1981, foi redescoberta em três ilhas do arquipélago das Molucas do Norte por um entomologista. “Espero que esta redescoberta leve a novas investigações, que nos ajudarão a entender melhor esta abelha única e a protegê-la”, disse Eli Wyman, entomologista da universidade de Princeton, Estados Unidos, e que fazia parte do grupo que voltou a encontrar a abelha. Expedições anteriores à mesma região não tinham conseguido localizar a espécie gigante. A Lista Vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classifica as abelhas de Wallace como “vulneráveis”, não ameaçadas de extinção, notando que o habitat remoto torna o seu estudo difícil. Os cientistas sabem no entanto que as abelhas de Wallace fazem as colmeias em termiteiras instaladas em árvores e que utilizam resina que recolhem com as mandíbulas para proteger a colónia das térmitas. Na página da organização ambientalista, Bolt descreve o processo que o levou às ilhas Molucas em Janeiro passado, pela mesma altura da viagem de Wallace e depois de Adam Messer, o último a ver a abelha em 1981.
Hoje Macau China / ÁsiaTensões comerciais entre EUA, UE e China são “grande teste” à escala mundial, diz OMC [dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial do Comércio (OMC) classificou ontem as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) e entre Washington e Pequim como “um grande teste” à comunidade internacional, antecipando “riscos” como o abrandamento económico. “As correntes tensões entre os principais parceiros comerciais [da OMC] são um grande teste à comunidade internacional e os riscos são reais, assim como os impactos económicos”, declarou o director-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em Bucareste, na Roménia. Discursando no início da reunião informal dos responsáveis pela pasta do Comércio nos Estados-membros da UE, Roberto Azevêdo assinalou que as perspectivas do comércio mundial da OMC, divulgadas há dias, mostraram precisamente um “abrandamento no crescimento económico no primeiro trimestre de 2019”, reflectindo “o número mais baixo desde 2010”. “Temos, por isso, de fazer tudo o que pudermos para amenizar essas tensões e temos também de pensar como podemos fortalecer as relações comerciais”, salientou o responsável. A seu ver, isso resolve-se “facilitando as negociações” entre os países, modernizando a própria OMC para “tornar o sistema comercial mais responsável” e ainda promovendo a cooperação “em vários assuntos, como as pescas, a agricultura, a segurança alimentar e o comércio electrónico”. Em causa está, desde logo, a incerteza nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a UE. Em meados de Janeiro passado, a Comissão Europeia apresentou um ante-projecto que irá ser proposto aos Estados Unidos, ainda sem data definida, para a eliminação das tarifas aplicadas aos produtos industriais, sem contar com a área agrícola, e a redução das barreiras, no que toca ao cumprimento de requisitos técnicos, para trocas comerciais entre os dois continentes. O documento vem no seguimento de uma reunião realizada em Julho do ano passado, em Washington, entre os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual foram divulgadas medidas para apaziguar o conflito comercial, mas os anúncios foram vagos. Já esta segunda-feira, a Comissão Europeia disse que dará uma resposta “rápida e adequada” se os Estados Unidos concretizarem a ameaça de aumentar as tarifas alfandegárias sobre a importação de automóveis europeus. Antes, no domingo passado, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, apresentou oficialmente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento sobre a indústria automóvel que poderá permitir a cobrança de novas taxas alfandegárias sobre as importações de automóveis e peças da UE. Também de incerteza é feita a relação comercial entre os Estados Unidos e a China. Ontem arrancou uma nova ronda de negociações entre estes países, com uma visita do vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, a Washington, que decorre até hoje. Esta será a quarta ronda de negociações de alto nível entre as duas partes, que vai terminar a apenas uma semana do prazo acordado para a assinatura de um pacto final, em 1 de Março. Donald Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 01 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10% a 25% nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau EventosForbes distingue 61 hotéis, spas e restaurantes de Macau [dropcap]M[/dropcap]ais de 60 unidades hoteleiras, spas e restaurantes de Macau foram premiados pelo Guia de Viagens da Forbes 2019, que atribuiu a pontuação máxima de 5 estrelas a 35 destes espaços nos ‘resorts integrados’. No total, a Forbes premiou 61 estabelecimentos no território, que no ano passado recebeu mais de 35 milhões de visitantes. Em resposta à Lusa, o gabinete do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, destacou que a distinção “eleva o estatuto de Macau como centro mundial de turismo e lazer”. “É com satisfação que o Governo vê este reconhecimento, que é bem revelador da qualidade do investimento privado, do permanente esforço e procura da excelência que é colocada nos serviços prestados”, acrescentou. Dos 22 hotéis galardoados, 12 receberam 5 estrelas, enquanto os restaurantes de Macau foram contemplados com 17 estabelecimentos de 5 estrelas, entre os 24 premiados. As autoridades de Macau destacaram que este reconhecimento veio “na sequência da inclusão de Macau na rede de Cidades Criativas da UNESCO, no âmbito da gastronomia” que “contribui indiscutivelmente para aumentar a atractividade e a diversidade turística da cidade, sendo que o desígnio que nos foi confiado de nos afirmarmos como centro Mundial de Turismo e Lazer saiu assim reforçado”. Já na categoria de ‘spa’, a Fobres premiou 15 estabelecimentos. Em comunicado, a Forbes destacou que “seis novos restaurantes [de Macau] conquistaram o cobiçado prémio de 5 estrelas pela primeira vez”. O grupo hoteleiro e de jogo Wynn Resorts, que em Macau foi galardoado com 15 prémios, já reagiu afirmando estar “profundamente honrado pelo reconhecimento do Guia de Viagens da Forbes”. O grupo liderado por Lawrence Ho, filho do magnata do jogo de Macau Stanley Ho, Melco Resorts, também com 15 prémios em Macau, destacou o facto do seu hotel Nüwa, no Resort integrado ‘City of Dreams’ ter recebido 5 estrelas em todas as categorias de prémios. Em Dezembro do ano passado, 19 restaurantes de Macau foram galardoados com estrelas atribuídas pela edição de 2019 do Guia Michelin Hong Kong Macau, que apresentou a 11.ª edição no território. Os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, mantêm as três estrelas Michelin, enquanto o restaurante Jade Dragon, que tinha duas estrelas em 2017, passa agora a apresentar três. O novo restaurante Alain Ducasse at Morpheus, do ‘chef’ de renome internacional, com mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo arrecadou, na estreia em Macau, duas estrelas Michelin. Os restaurantes Feng Wei Ju, Golden Flower, Mizumi e The Tasting Room, continuam com duas estrelas. Como em 2017, Macau tem ainda 11 restaurantes com uma estrela Michelin: King, Lei Heen, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Pearl Dragon, Shinji by Kanesaka, The Golden Peacock, The Kitchen, Tim’s Kitchen, Wing Lei, Ying e Zi Yat Heen. “A gastronomia destas regiões é das mais ricas do mundo”, com uma diversidade que vai desde os traços “britânicos, portugueses, indianos, italianos” e cantoneses, disse o director internacional dos Guias Michelin, Gwendal Poullennec, durante a conferência de apresentação do Guia Michelin Hong Kong Macau 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan apresenta novo projecto de lei para casamento ‘gay’ O Governo de Taiwan apresentou um projecto de lei que estabelece a base legal para uniões entre casais do mesmo sexo sem alterar o código civil, conforme exigido pelo resultado de um referendo realizado no final de 2018 [dropcap]O[/dropcap]novo projecto de lei, apresentado na quarta-feira, visa combinar o resultado do referendo de 24 de Novembro – que exigiu não alterar a definição tradicional de casamento – com uma interpretação constitucional anterior que exigia a igualdade de direitos para os homossexuais, explicou a porta-voz do Governo, Kolas Yotaka. O documento divulgado pelo Ministério da Justiça propõe que “duas pessoas do mesmo sexo possam criar uma união permanente de natureza íntima e exclusiva com o objectivo de gerir uma vida em conjunto”. Os casais poderão adoptar os filhos biológicos do seu parceiro, enquanto ambas as partes são financeiramente responsáveis uma pela outra e têm direito a herança. Taiwan é vista como uma das sociedades mais progressistas da Ásia no que diz respeito aos direitos dos homossexuais e é palco, anualmente, da maior parada do orgulho ‘LGBT’ daquele continente. “Não importa se és heterossexual ou homossexual, somos todos do mesmo país. Estamos todos na mesma terra e no mesmo mundo. Todos devem ser tratados com respeito e igualdade”, lê-se numa nota divulgada posteriormente pelo Governo. Outra via Durante o anúncio, o primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, recordou que se a legislação exigida pela Constituição não for promulgada até 24 de Maio de 2019, os casais do mesmo sexo poderão, a partir dessa data, registar-se automaticamente para o casamento. Em Maio de 2017, a Justiça taiwanesa deu luz verde ao reconhecimento entre pessoas do mesmo sexo e estabeleceu o prazo de dois anos para que fosse aprovada legislação. No entanto, grupos opositores ao casamento ‘gay’ promoveram um referendo no final de 2018 que não descarta a legalização das uniões homossexuais, mas impede que isso seja feito através da alteração da definição de “casamento” no código civil, um golpe contra o partido da Presidente Tsai Ing-wen e uma ilustração clara da divisão social causada pela questão.
Hoje Macau EventosHong Kong | Mary Corse apresenta primeira exposição individual na Ásia [dropcap]A[/dropcap]Pace Gallery, localizada na zona de Central, em Hong Kong, recebe entre os dias 26 de Março e 11 de Maio a primeira exposição individual no continente asiático da artista norte-americana Mary Corse. Os trabalhos da artista focam-se sobretudo nas temáticas da percepção, propriedades da luz e abstraccionismo, todas elas abordadas na pintura “de uma forma inovadora, em que a luz serve tanto de tema como de objecto artístico”, aponta um comunicado. Mary Corse traz para Hong Kong oito obras que nunca foram expostas anteriormente, onde cores como o branco, preto e vermelho acrílico são as protagonistas. A artista começou a carreira em 1968, permanecendo activa nos últimos 50 anos. Começou a pintar depois de perceber como as linhas brancas na Pacific Coast Highway, estrada na Califórnia que liga São Francisco a San Diego, ficavam alteradas com as luzes dos faróis. “Traduzindo esta descoberta para a sua prática artística, Mary Corse combinou pequenos pedaços de vidro com pinturas acrílicas, tendo aproveitado a refracção da luz. Desta forma, [a artista] conseguiu criar uma luz que aparece consoante a posição da pessoa que vê a obra e o movimento à volta da pintura.” Nascida em Berkeley, Califórnia, em 1945, Mary Corse formou-se em artes no actual California Institute of Arts em 1968. Para este ano, no Verão, está também prevista a abertura de uma nova exposição no Los Angeles County Museum of Art.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Preço médio por metro quadrado dos escritórios subiu 44,8% em 2018 [dropcap]O[/dropcap]preço médio por metro quadrado das fracções autónomas destinadas a escritório alcançou 163.863 patacas em 2018, traduzindo um aumento anual de 44,8 por cento. Dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos mostram que houve aumentos em toda a linha. O preço médio por metro quadrado das fracções habitacionais subiu 7,5 por cento para 108.427 patacas, enquanto os das industriais alcançou 56.393 patacas, reflectindo um aumento de 3,6 por cento face a 2017. Ao longo do ano passado, foram transaccionadas 15.073 fracções autónomas e lugares de estacionamento (+7,8 por cento) pelo valor de 89,60 mil milhões de patacas (+5,1 por cento). As casas representaram a maior fatia (10.822 ou +241 face a 2017). Segundo a DSEC, em termos anuais, cresceu o número das que pertenciam a edifícios em construção (+574) e diminuiu (-333) o de fracções habitacionais em prédios construídos. O valor total das fracções autónomas habitacionais transaccionadas cifrou-se em 69,43 mil milhões de patacas, um valor semelhante ao de 2017. O preço médio por metro quadrado das fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos (97.211 patacas) e o das de edifícios em construção (142.663) sofreu um aumento de 7,5 e 3,7 por cento, respectivamente, em termos anuais.
Hoje Macau EntrevistaEmbaixador da China em Portugal, Cai Run: Relações entre a China e Portugal na “melhor fase” Em entrevista colectiva, o Embaixador da China em Portugal, Cai Run, realça o momento único que se vive em termos de relações entre os dois países, o papel de Macau para o futuro das relações diplomáticas e a posição da China no panorama global Este ano assinala-se o 40.° aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Pequim e Lisboa e o 20° aniversário do retorno de Macau à China. Como avalia as relações sino-portuguesas? Quais são as suas expectativas? [dropcap]A[/dropcap]China e Portugal estabeleceram relações diplomáticas oficiais a 8 de Fevereiro de 1979, inaugurando assim um novo capítulo. Desde então, o relacionamento bilateral tem percorrido um caminho de desenvolvimento extraordinário, com entendimento, respeito e confiança mútuos, assim como cooperação reciprocamente benéfica e de ganhos compartilhados. Em 1999, a China e Portugal resolveram a questão de Macau de forma apropriada, estabelecendo um paradigma de adoptar negociações amistosas para resolver questões bilaterais do passado. Depois, em 2005, foi estabelecida a Parceria Estratégica Global, levando a cooperação sino-portuguesa a entrar numa via expressa, com todos os sectores de ambas as partes a abraçarem um espaço de desenvolvimento mais amplo com perspectivas mais promissoras. Actualmente, as relações encontram-se na sua melhor fase histórica, com a frequente troca de visitas de alto nível e confiança política mútua cada vez mais profunda. Desenrolam-se de forma abrangente as cooperações pragmáticas bilaterais em várias áreas como a economia e comércio, investimento, energia, ciência e tecnologia, mar, finanças, educação, cultura, turismo, entre outras, criando benefícios tangíveis para os povos dos dois países. Em 2018, o comércio bilateral cresceu 7,27 por cento para 5,24 mil milhões de euros e o investimento chinês em Portugal – que é superior a 9 mil milhões de euros – abarca diferentes sectores, como a energia, electricidade, finanças, seguros ou saúde, tem-se traduzido em contribuições activas para o desenvolvimento socioeconómico português e o investimento de Portugal na China também regista um crescimento estável. Portugal foi o primeiro país da União Europeia a estabelecer oficialmente a Parceria Azul com a China, o primeiro a emitir cartões Unionpay na Europa e também o primeiro europeu a construir uma Oficina de Luban [a sexta no mundo] junto com a China. Em paralelo, hoje em dia, há mais de 30 universidades chinesas que ensinam a língua portuguesa e mais de 21 escolas portuguesas que ensinam mandarim, [demonstrando] que os dois povos têm um entusiasmo cada vez maior em aprender a língua do outro. Na primeira fase depois do estabelecimento das relações diplomáticas, o intercâmbio interpessoal entre os dois países foi de uma dimensão extremamente reduzida, mas actualmente centenas ou até milhares pessoas circulam entre os dois países diariamente. Constatamos com satisfação que a cooperação pragmática sino-portuguesa em diversas áreas já se tornou num paradigma de uma relação bilateral entre países de histórias, culturas, sistemas sociais e fases de desenvolvimento distintos, caracterizada pela coexistência pacífica e ganhos compartilhados, expondo um enorme potencial e uma perspectiva risonha de desenvolvimento. As relações sino-portuguesas situam-se num novo ponto de partida histórico e têm pela frente novas oportunidades de desenvolvimento, havendo muito a trabalhar e a lograr ao nível da cooperação. Durante a visita de Xi Jinping a Portugal, os dois governos assinaram um Memorando de Entendimento no Quadro de ‘Uma Faixa, Uma Rota’. Como é que avalia a cooperação neste âmbito? Portugal é uma nação marítima antiga e figurou como ponto de encontro importante das Rotas da Seda Terrestre e Marítima. Portugal constitui um parceiro importante na construção de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e foi um dos 57 países fundadores do Banco Asiático de Investimento em Infra-estrutura. O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, manifestaram claramente os apoios da parte portuguesa no âmbito da iniciativa, a vontade de Portugal de ser o ‘hub’ europeu que liga as Rotas da Seda Terrestre e Marítima bem como os desejos para alargar a cooperação pragmática entre a China e Portugal em diversas áreas neste enquadramento. A parte chinesa atribui grande importância ao papel marcante que Portugal desempenha na construção de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e a assinatura do Memorando de Entendimento marca os novos passos dados no âmbito da cooperação no enquadramento da iniciativa, reforça a sinergia das estratégias de desenvolvimento, amplia as trocas comerciais e investimentos bidireccionais e forja novos focos de incremento da cooperação, a fim de conseguir mais êxitos. Que actividades comemorativas estão previstas para celebrar o 40.º aniversário das relações diplomáticas? A comemoração dos 40 anos das relações diplomáticas entre a China e Portugal constitui uma efeméride relevante, sendo também uma oportunidade muito importante para o desenvolvimento das relações bilaterais. Durante a visita de Estado a Portugal de Xi Jinping, as duas partes chegaram a consenso sobre a realização, este ano, do Festival Cultural Chinês em Portugal e do Festival Cultural Português na China, abrangendo uma série de actividades. As actividades importantes já realizadas ou a serem realizadas incluem o lançamento em conjunto dos selos evocativos dos 40 anos de relações diplomáticas por ambos os países e outras iniciativas comemorativas, como seminários, exposições, espectáculos artísticos e competições culturais e desportivas. Acredito que vão promover o novo clímax do intercâmbio e cooperação amistosa, criando uma atmosfera positiva para o desenvolvimento das relações bilaterais. Como vê o papel de Macau no contexto das relações luso-chinesas? 2019 marca o 20.º aniversário do retorno de Macau à China. Desde o regresso à Pátria, a política de ‘Um País, Dois Sistemas’ e os princípios de ‘Macau governado pelas suas gentes’ e de ‘alto grau de autonomia’ têm sido implementados integralmente conseguindo êxitos notáveis, com um panorama positivo de estabilidade social, desenvolvimento económico, bem-estar da população e coesão harmoniosa das diversas culturas. Aproveitando a sua vantagem da língua, história, cultura, excelente localização geográfica, infra-estruturas e o bom ambiente comercial, a RAEM destaca-se cada vez mais como uma ponte importante que liga a China e Portugal, desempenhando um papel cada vez mais significativo nas relações entre a China e os países da língua portuguesa. O Governo chinês continua a apoiar Macau como plataforma para a cooperação entre a China e os países da língua Portuguesa e como Centro Mundial de Turismo e Lazer, encorajando o território na construção de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e da cooperação regional do Pan-Delta do Rio das Pérolas. Estou convicto de que, com o apoio firme do Governo Central, sob os esforços conjuntos do Governo da RAEM e dos seus habitantes, Macau terá um espaço de desenvolvimento ainda maior e um futuro mais promissor e contribuirá ainda mais para impulsionar a cooperação sino-portuguesa. Como descreve o desempenho e posicionamento da China e quais são as perspectivas relativamente ao futuro? A economia chinesa em 2018 vinha a registar um progresso constante com base na estabilidade geral, apresentando um panorama positivo. O Produto Interno Bruto da China do ano passado ultrapassou, pela primeira vez, os 90 biliões de yuans, traduzindo um aumento de 6,6 por cento, com a taxa de crescimento económico a manter-se na vanguarda das maiores economias do mundo. O volume comercial do ano de 2018 ultrapassou também pela primeira vez os 30 biliões de yuans, alcançando um recorde histórico. À medida que a reforma estrutural no lado da oferta se desenrola profundamente, a estrutura económica da China continua a melhorar e a nova força motriz continua a aumentar de forma acelerada. O papel do consumo consolidou-se ainda mais como o principal motor do crescimento económico e as indústrias emergentes mantiveram uma tendência de crescimento rápido. Aceleram-se os passos para a reforma e o ‘upgrade’ das indústrias tradicionais e o empreendedorismo e inovação popular desenvolveram-se continuada e aprofundadamente, fornecendo um suporte muito mais firme para a estabilização do crescimento, o aumento de empregos e a promoção de um desenvolvimento de qualidade. Registou-se uma melhoria contínua da vida de população, um ‘upgrade’ e melhoria de qualidade do consumo, um reforço da garantia básica de uma vida digna do povo e a construção de uma sociedade pacífica e bem ordenada. Ao mesmo tempo, também estamos com a clara consciência de que a economia chinesa se confronta com uma circunstância externa complexa e austera, igualmente com a pressão de desaceleração. No entanto, a economia chinesa dispõe de um grande potencial, uma forte resiliência e um amplo espaço de manobra que nos permite ter a base, as condições, a confiança e a capacidade para um desenvolvimento sustentável e saudável. 2019 marca o 70. ° aniversário da fundação da República Popular da China, um ano chave para concretizar a construção de uma sociedade modestamente confortável em todos os aspectos. Nos 70 anos após a fundação, particularmente nos 40 desde a Reforma e Abertura, a China tem percorrido uma trajectória extraordinária e conquistou grandes êxitos do desenvolvimento. Da escassez à suficiência, da pobreza a uma vida modestamente confortável, mais de 700 milhões de pessoas saíram da pobreza, o que representa 70 por cento da totalidade global do mesmo período, dando um grande contributo para as causas da paz e desenvolvimento da Humanidade. Com uma taxa de contribuição à economia mundial superior a 30 por cento por muitos anos seguidos, a economia chinesa já se tornou num estabilizador e uma fonte de forças motrizes para a economia mundial. As práticas bem-sucedidas do desenvolvimento da China provaram plenamente uma filosofia profunda: quando o mundo está bem, a China fica melhor; com uma China melhor, o mundo ficaria melhor ainda. Perspectivando o futuro, a China continuará firme na promoção da reforma e na ampliação da abertura e continuará a empenhar-se na construção de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, beneficiando mais países e povos, inclusive Portugal, com os resultados obtidos ao seu abrigo. Prevê-se que nos próximos 15 anos, as importações de mercadorias da China superem 30 biliões de dólares e as de serviços a marca de 10 biliões de dólares, o que fornecerá oportunidades significativas de cooperação para diversos países, incluindo Portugal. A parte chinesa está disposta a trabalhar, em conjunto com a portuguesa, assim como com outros países, para aprofundar ainda mais a cooperação pragmática, com adesão aos princípios de igualdade, benefício mútuo e cooperação de ganhos compartilhados, melhor beneficiando os povos e fazendo contributos positivos para a paz, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade do mundo. Nota editorial: Aquando da edição especial dedicada aos 40 anos das relações diplomáticas entre Portugal e China, o HM endereçou um pedido de entrevista ao Embaixador da China em Lisboa, Cai Run. Depois de submeter-nos uma lista de questões recebemos o convite para participar numa entrevista colectiva, solicitação tida como natural, por parte da Embaixada, devido ao facto das nossas perguntas estarem em linha com as submetidas pelos outros órgãos de comunicação social. Além disso, a Embaixada da China em Portugal assegurou-nos o envio da transcrição para publicação, gentileza de que resulta esta entrevista.
Hoje Macau ReportagemVaticano debate a partir de hoje escândalo de abusos a crianças que abalou a Igreja [dropcap]O[/dropcap] Vaticano recebe a partir de hoje e até domingo todos os presidentes das conferências Episcopais do mundo para uma reunião inédita sobre abusos a crianças por membros do clero, um tema que abalou a Igreja em 2018. Ouvir as vítimas, aumentar a consciência, aumentar o conhecimento, desenvolver novos procedimentos, e partilhar boas práticas são alguns dos objectivos do encontro. O encontro sobre a “Protecção dos menores na Igreja”, que se realizará, no Vaticano focará três temas principais: responsabilidade, assunção de responsabilidades e transparência. O papa anunciou a sua presença em todas as sessões e momentos de oração da cimeira que reunirá 114 conferências episcopais: 36 da África, 24 da América do Norte, América Central e América do Sul, 18 da Ásia, 32 da Europa, incluindo Portugal, e quatro da Oceânia. Segundo a comissão organizadora da cimeira, os participantes “trabalharão juntos para responder a este sério desafio” estando prevista também a participação de algumas vítimas. Na preparação deste encontro a comissão organizadora da cimeira pediu aos presidentes das conferências episcopais para ouvir as vítimas nos seus países. O papa Francisco escolheu para o comité organizador o arcebispo de Chicago (EUA), Blase J. Cupich, o arcebispo de Mumbai, Oswald Gracias, e duas figuras que têm protagonizado a batalha contra os abusos: o vice-secretário recém-nomeado da Congregação para a Doutrina da Fé, Charles Scicluna, e o presidente do Centro para a Proteção das Crianças da Pontifícia Universidade Gregoriana e membro da Comissão para a Tutela dos Menores, Hans Zollner. O abuso sexual contra crianças durante anos e anos chegou a ser classificado pelo secretário do papa emérito, Bento XVI, como “o 11 de Setembro da Igreja Católica”, um momento apocalíptico com incontáveis vítimas. Na Igreja dos Estados Unidos um relatório de um grande júri da Pensilvânia revelou que pelo menos mil crianças foram vítimas de 300 padres nos últimos 70 anos, e que gerações de bispos falharam repetidamente na adoção de medidas para proteger a comunidade e punir os violadores. No sábado, o Vaticano expulsou do sacerdócio o ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington, Theodore McCarrick, acusado de abusos sexuais a menores e a seminaristas. Relatos em todo o mundo Os casos estendem-se ainda a países como a Alemanha, Irlanda, Holanda, Austrália, França e Espanha. Na Alemanha, um relatório interno encomendado pela Conferência Episcopal aponta para 3.677 casos de abusos sexuais cometidos por 1.670 elementos da Igreja entre 1946 e 2014 e na Holanda pelo menos 20 bispos e cardeais foram associados a abusos sexuais. Na Austrália, o cardeal George Pell, que dirigia a Secretaria da Economia do Vaticano, foi considerado culpado por um tribunal em Melbourne de abuso sexual a duas crianças. Em Agosto, a poucos dias de uma visita à Irlanda, onde mais de 14.500 pessoas declararam-se vítimas de abuso sexual por parte de padres, o papa escreveu aos católicos do mundo, condenando este crime e exigindo responsabilidades. Na carta, Francisco pediu perdão pela dor sofrida e disse que os leigos católicos devem envolver-se na luta para erradicar o abuso e o seu encobrimento. A 12 de Setembro, Francisco decidiu marcar uma cimeira mundial sobre os abusos sexuais na Igreja. Acções do papa contra os abusos sexuais na Igreja 2013 5 de Abril: – Na sua primeira audiência, Francisco desafia a Congregação para a Doutrina da Fé para, “seguindo a linha estabelecida por Bento XVI, agir de forma decisiva em casos de abuso sexual”. 2014 22 de março: – Cria a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores. 7 de Julho: – Celebra uma missa com seis vítimas de abuso por parte do clero e pede “perdão por pecados de omissão” cometidos por líderes da Igreja por “crimes graves”. 5 de novembro: – Expulsa um sacerdote argentino, condenado a uma pena de prisão por pedofilia. 11 de novembro: – Cria um tribunal especial dentro da Congregação para a Doutrina da Fé para avaliar recursos interpostos pelos clérigos em casos de abuso e para agilizar as sentenças. 2016 4 de Junho: – Publica o ‘Motu Proprio’ “Como uma mãe amorosa”, em que afirma que os bispos podem ser expulsos se, por “negligência ou omissão”, causarem “sérios danos a outra pessoa na comunidade”. 2017 2 de Janeiro: – É divulgada uma carta de Francisco em que pede aos bispos do mundo inteiro que os crimes de abusos a crianças “não sejam mais repetidos” e determina uma “clara tolerância zero”. 2018 2 de Maio: – Recebe três vítimas de abusos do padre chileno Fernando Karadima, que pedem ao papa Francisco que transforme o seu pedido de perdão em “ações exemplares”. 15 de Maio: – Convoca uma reunião com os bispos do Chile depois de pedir desculpas por ter sido mal informado no caso do bispo Juan Barros, acusado de encobrir o padre Fernando Karadima. Três dias depois, todos os bispos apresentam a sua renúncia ao papa. 1 de Junho: – Inicia mais uma série de encontros com vítimas de clérigos no Chile. 11 de Junho: – Aceita a renúncia de três bispos chilenos, incluindo Barros, na sequência do escândalo de acusações de falta de transparência da Igreja na gestão de casos de abuso sexual a menores. 28 de Junho: – Aceita a demissão de mais três bispos chilenos 28 de Julho: – Aceita a renúncia do antigo arcebispo de Washington Theodore McCarrick, a quem ordena que conduza “uma vida de oração e penitência” até que as acusações de abuso sexual de que é alvo sejam examinadas num julgamento da Igreja Católica. 20 de Agosto: – Publica uma carta dirigida a todos os católicos do mundo, condenando o crime de abuso sexual por parte de padres e o seu encobrimento e exigindo responsabilidades. 29 de Agosto: – Lamenta a forma como a Igreja irlandesa respondeu aos crimes de abusos sexuais, naquela que foi a sua primeira intervenção pública no Vaticano depois das acusações de que ele próprio teria escondido os crimes. 12 de Setembro: – Convoca os presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo para uma reunião sem precedentes, a decorrer em fevereiro de 2019, para analisar os casos de abusos de menores. 28 de Setembro: – Reduz à condição de leigo o padre Fernando Karadima. 13 de Outubro: – Expulsa mais dois bispos chilenos do estado clerical por abuso infantil explícito. Escândalos sexuais na Igreja segundo Francisco “Fala-se de ‘lobby gay’ [na Igreja], e é verdade, ele existe.” 06-06-2013 “A Igreja deve sempre ser reformada, ‘Ecclesia semper reformanda’, porque os membros da Igreja ‘são sempre pecadores e precisam de se arrepender’.” 09-11-2013 “Mas tivemos vergonha? Tantos escândalos [na Igreja] que não quero mencionar individualmente, mas que todos sabemos quais são… Escândalos que alguns tiveram de pagar caro. E isso está bem! Deve ser assim… a vergonha da Igreja.” 16-01-2014 “Prometo compaixão e oração por cada vítima de abusos sexuais e também pelas suas famílias.” 16-01-2014 “Os casos de abusos sexuais são terríveis e deixam cicatrizes profundas. Bento XVI foi muito corajoso e ele abriu um canal. A Igreja neste caminho tem feito muito. Talvez mais do que qualquer um.” 05-03-2014 “Devemos ser muito duros [com crimes de pedofilia praticados por alguns padres]! Com as crianças não se brinca.” 11-04-2014 “O que me causa dor e tristeza é o facto de alguns padres e bispos, ao abusarem sexualmente de menores, violarem a inocência destes e a sua vocação sacerdotal.” 07-07-2014 “Não se pode dar prioridade a qualquer tipo de considerações, sejam de que natureza forem, como por exemplo a vontade de evitar o escândalo, porque não há qualquer lugar, no ministério da Igreja, para quem abusa de menores.” 05-02-2015 “Sei como está marcada em vocês a ferida dos últimos anos e acompanhei-vos no vosso generoso envolvimento para ajudar as vítimas (…) e contínuo trabalho para que estes crimes [de pedofilia que abalaram a Igreja dos Estados Unidos] nunca mais se repitam.” 23-09-2015 “Os crimes, os pecados dos abusos sexuais a menores [cometidos por membros da Igreja] não podem ser mantidos em segredo durante mais tempo.” 27-09-2015 “Nós não podemos encobrir [atos de padres pedófilos e] daqueles que são culpados, incluindo alguns bispos.” 28-09-2015 “Assumamos clara e lealmente tolerância zero em relação a este assunto [casos de abuso sexual de menores por membros do clero].” 02-01-2017 “A Igreja agora sente um dever de se comprometer, de forma cada vez mais profunda, na proteção dos menores e da sua dignidade, tanto dentro da própria Igreja como em toda a sociedade.” 06-10-2017 “Aqui [no Chile] não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto perante o dano irreparável causado às crianças por elementos da Igreja.” 16-01-2018 “Não me posso permanecer em silêncio diante de uma das pragas do nosso tempo, e que, infelizmente, também tem implicado vários membros do clero. O abuso de menores é um dos piores e mais vis possíveis crimes.” 07-01-2019 “Havia padres e também bispos que faziam isso [abusar sexualmente de freiras].”
Hoje Macau EventosGastronomia | Chef Antonieta Manhão prepara Chá Gordo no St.Regis [dropcap]A[/dropcap] chefe de cozinha macaense Antonieta Manhão, também conhecida como “Chef Neta”, vai estar responsável pela preparação do tradicional Chá Gordo no St.Regis, localizado no Cotai, até ao próximo dia 16 de Abril. Este é o segundo ano em que a unidade hoteleira organiza este menu especial. O público poderá usufruir do Chá Gordo todos os sábados entre as 15h e 17h30, a um custo de 148 patacas por refeição, incluindo chá e café. A direcção do St.Regis considera que Antonieta Manhão levou “o seu conhecimento e paixão pela autêntica cozinha macaense e incorporou tudo isso no menu do Chá Gordo, que contém mais de 30 pratos”. A “Chef Neta” defendeu que “Macau tem uma reputação mundial pela sua comida, e o Chá Gordo é uma das raras tradições de que nos deveríamos orgulhar”. “O Chá Gordo representa uma das partes mais importantes do património gastronómico de Macau, e considero uma honra poder partilhar esta tradição com a comunidade, e fazer a minha parte para a manter viva”, acrescentou. No menu do Chá Gordo do St.Regis constam pratos como apabicos, chilicote e pãozinhos recheados. Nas sobremesas, há a possibilidade de experimentar pudim molotof, bagi, bolo de chocolate, ladu e as bebidas xarope de figo e xarope de agrião.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Rede móvel 5G arranca no próximo mês [dropcap]O[/dropcap] Governo sul-coreano anunciou ontem que o país irá disponibilizar a rede móvel de quinta geração (5G) em Março, tornando-se o primeiro país do mundo a comercializar esta tecnologia para ‘smartphones’. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças sul-coreano, Hong Nam-ki, durante uma reunião do seu gabinete em Seul, noticiou a agência Yonhap. Estima-se que a velocidade de transmissão de dados sem fios do conjunto de tecnologias 5G seja até 50 vezes superior à das actuais redes 4G e LTE. Ao mesmo tempo, espera-se que a sua implementação multiplique serviços para os utilizadores e oportunidades de negócio para as empresas. Na mesma reunião, o governante adiantou que as três principais operadoras de telecomunicações sul-coreanas planeiam fazer um investimento equivalente a cerca de 2.355 milhões de euros este ano, para a plena implementação da rede 5G na Coreia do Sul. A principal operadora sul-coreana, KT, já havia realizado um primeiro teste de serviços 5G numa área limitada durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em Fevereiro do ano passado, na região sul-coreana de PyeongChang. Em Janeiro, a gigante chinesa de telecomunicações Huawei anunciou que lançará um ‘smartphone’ de próxima geração baseado em tecnologia própria, ao invés de usar componentes norte-americanos, ilustrando os esforços para reduzir a dependência de fornecedores dos Estados Unidos. O aparelho, anunciado pela Huawei como o primeiro ‘smartphone’ dobrável de quinta geração, vai ser exibido, na próxima semana, durante o maior evento anual do sector, o Mobile World Congress, em Barcelona.