Hoje Macau China / ÁsiaPortugal e China criam laboratório para o espaço e os oceanos [dropcap]P[/dropcap]ortugal e China vão criar em 2019 um laboratório tecnológico direccionado para a construção de micro-satélites e observação dos oceanos, um investimento público-privado de 50 milhões de euros a cinco anos, foi hoje divulgado. O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, disse à agência Lusa que o “STARlab”, que estará a funcionar em pleno em Março, terá dois pólos, um em Matosinhos e outro em Peniche. Trata-se de um investimento global de 50 milhões de euros a cinco anos, repartido em partes iguais entre Portugal e a China, sendo que o financiamento português, de 25 milhões de euros, será público e privado. O ministro adiantou que o investimento será canalizado sobretudo para o emprego qualificado, designadamente de engenheiros, e para a produção de micro-satélites, setor no qual a China, assinalou, tem crescido. Manuel Heitor exemplificou que o laboratório irá “desenvolver micro-satélites em interligação com sensores em terra e no mar” que possam medir “as condições atmosféricas e a humidade do solo”, essenciais para a agricultura, e fazer observações oceânicas. A criação do “STARLab” será formalizada com assinatura de um protocolo entre os dois países durante a visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, prevista para dezembro. O laboratório resulta de uma colaboração entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a empresa aeroespacial Tekever e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, que tem projetos na área da vigilância marítima e exploração do mar profundo, e a Academia de Ciências Chinesa, através dos institutos de microssatélites e de oceanografia. De acordo com um comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o “STARlab” deverá incentivar a abertura de centros científicos e tecnológicos em Portugal e na China, neste caso em Xangai.
Hoje Macau EventosCriador da ‘web’ defende contrato para tornar internet “num sítio melhor” [dropcap]O[/dropcap] criador da internet, Tim Berners-Lee, defendeu em Lisboa, na Websummit, a criação de “um contrato” entre utilizadores, empresas e governos de todo o mundo para “tornar a ‘web’ num sítio melhor”, reduzindo desigualdades e melhorando questões como a privacidade. “Temos de criar um contrato para a ‘web’. […] E esse deve ser um contrato com vários princípios para as pessoas se juntarem. Por isso, estou a pedir a vossa ajuda, seja através da vossa empresa ou por vocês próprios”, disse o responsável. Falando na cimeira de tecnologia Web Summit que decorre até quinta-feira no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, Tim Berners-Lee vincou: “Somos todos responsáveis por tornar a web num sítio melhor”. “Proponho-vos que façam parte disto. Nós conseguimo-lo fazer juntos”, acrescentou, alargando o pedido ainda a “governos de todo o mundo”, que devem ser “sensibilizados”. Tim Berners-Lee assinalou que, em 1989, quando criou a ‘web’ queria que esta fosse uma rede de livre acesso e que servisse a humanidade. “E quando ninguém esperava, a ‘web’ criou coisas incríveis”, observou. Porém, a seu ver, “sugiram algumas preocupações”, nomeadamente em questões como a privacidade e a segurança ‘online’, o que assinalou mostrando imagens referentes a perfis falsos em redes sociais e a manipulação na internet. “Devemos proteger-nos”, notou Tim Berners-Lee. Outro desafio é como possibilitar o acesso à internet a todas as pessoas, já que, de momento, apenas “uma metade” do mundo consegue ter. É nesse contexto que o criador defende este “contrato”, que tem como mote “Pela Web” (ou como ‘hashtag’ #fortheweb), visando criar valores de equidade e de segurança para todos os utilizadores da internet. “Precisamos ter a certeza de que as pessoas que estão ligadas à ‘web’ podem criar o mundo que desejam e usá-lo para corrigir os problemas que existem”, adiantou, defendendo que a internet seja “mais pacífica e mais construtiva”. Para esta edição, a terceira em Lisboa, a organização já prometeu “a maior e a melhor” de sempre, com novidades no programa e o alargamento do espaço, sendo esperados mais de 70 mil participantes de 170 países. A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Portugal e desde essa altura terá gerado um impacto económico de mais de 500 milhões euros. Inicialmente, estava previsto que a cimeira ficasse por apenas três anos, mas em outubro deste ano foi anunciado que o evento continuará a ser realizado em Lisboa por mais 10 anos, ou seja, até 2028, mediante contrapartidas anuais de 11 milhões de euros e a expansão da FIL. No ano passado, o evento reuniu na capital portuguesa cerca de 60 mil pessoas de 170 países, das quais 1.200 oradores, duas mil ‘startups’, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
Hoje Macau EventosMariza é a vencedora do Prémio Luso-Espanhol Arte e Cultura 2018 [dropcap]A[/dropcap] fadista portuguesa Mariza é a vencedora do Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura 2018, pelo “seu trabalho a favor do fomento das relações entre Portugal e Espanha”, anunciou hoje o ministério da Cultura de Portugal. O júri do prémio, reunido ontem, no ministério da Cultura e Desporto de Espanha, em Madrid, “decidiu atribuir, por unanimidade, o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura 2018 à cantora portuguesa Mariza”, lê-se num comunicado hoje divulgado pelo ministério português da Cultura, no qual é referido que a ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca, “já felicitou Mariza por esta distinção”. O prémio, atribuído pelos governos de Portugal e de Espanha, no valor de 75 mil euros, reconhece a obra de um criador no âmbito da arte e da cultura, que fomente a comunicação e cooperação cultural entre os dois países. O júri, lê-se no comunicado, considerou que o trabalho de Mariza “a favor do fomento das relações entre Portugal e Espanha é visível na sua participação no filme ‘Fados’, do realizador espanhol Carlos Saura, nos numerosos concertos que, desde 2008, dá em vários locais de Espanha, assim como nos duos que interpreta com reconhecidos cantores como Miguel Poveda, Tito Paris, Concha Buika ou Sergio Dalma, uma fusão bem-sucedida de ritmos que contribuem para derrubar fronteiras e aproximar públicos”. Este ano, o júri do prémio foi constituído pelos portugueses João Fernandes (subdiretor do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía), Pedro Serra (professor do Departamento de Filologia Moderna da Universidade de Salamanca) e João Luís Carrilho da Graça (arquiteto) e pelos espanhóis Ana Santos (diretora da Biblioteca Nacional da Espanha), Juan Cruz (jornalista e escritor) e Adriana Moscoso (diretora-geral das Indústrias Culturais e de Cooperação de Espanha). O Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, de caráter bienal, foi criado em 2006 pelos governos de Portugal e Espanha para reconhecer o trabalho de um autor ou entidade que “tenha contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação ou do pensamento”. Nas edições anteriores foram distinguidos, a jornalista Pilar del Río, o escritor e tradutor José Bento, o professor Perfecto Cuadrado, o arquiteto Álvaro Siza, o realizador Carlos Saura e a escritora Lídia Jorge. Marisa dos Reis Nunes (Mariza) nasceu em Maputo, em 1973. Em 2001, editou o álbum de estreia, “Fado em Mim”, no qual gravou temas de Tiago Machado e Jorge Fernando, e resgatou do repertório fadista “Loucura”, “Maria Lisboa” e “Há Festa na Mouraria”, entre outros. Em maio editou “Mariza”, com temas compostos, entre outros, por Jorge Fernando, Mário Pacheco, Matias Damásio e Carolina Deslandes, e que está nomeado este ano para os Prémios Grammy Latinos, na categoria de ‘Best Portuguese Language Roots Album’. A fadista já esteve várias vezes indicada para os Grammy Latinos, nomeadamente com os álbuns “Mundo” (2015), “Terra” (2008) e “Concerto em Lisboa” (2006). No ano passado, em novembro, foi nomeada Mestre da Música Mediterrânica, pela Universidade de Berklee, em Boston, nos Estados Unidos. Actualmente, Mariza está a realizar uma digressão europeia, que começou em setembro na Polónia.
Hoje Macau China / ÁsiaArábia Saudita promete à ONU uma investigação “imparcial” no caso Khashoggi [dropcap]A[/dropcap] Arábia Saudita assegurou hoje à ONU que a investigação ao assassínio de Jamal Khashoggi será “imparcial”, após uma nova série de críticas internacionais mais de um mês depois do desaparecimento do jornalista crítico de Riade. A promessa foi feita durante a análise por parte dos membros da ONU, em Genebra, do respeito dos direitos humanos pela Arábia Saudita. Este exame habitual do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ao qual se submetem regularmente todos os membros das Nações Unidas, ganhou outra dimensão com o caso Jamal Khashoggi, cujo corpo ainda não foi encontrado. A procuradoria de Istambul afirmou a semana passada que Khashoggi foi assassinado logo que entrou no consulado saudita em Istambul a 2 de outubro e que o seu corpo foi depois desmembrado. O caso provocou indignação em todo o mundo e manchou a imagem da Arábia Saudita, nomeadamente a do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Hoje em Genebra, vários países, na maioria ocidentais, denunciaram o “assassínio premeditado” e pediram a Riade para realizar um inquérito “transparente”. A Islândia e a Costa Rica pediram o envio de especialistas internacionais, como tinha sugerido a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. O embaixador britânico, Julian Braithwaite, indicou que o seu país estava “gravemente preocupado com a deterioração da situação dos direitos humanos na Arábia Saudita”, criticando “restrições severas do espaço político, detenções em massa de defensores dos direitos humanos, um maior recurso aos tribunais para casos de terroristas para os dissidentes políticos e um aumento da aplicação da pena de morte”. “Mas o mais preocupante é o assassínio de Jamal Khashoggi”, disse, enquanto o embaixador alemão Michael Freiherr von Ungern-Sternberg pediu uma “resposta completa” às questões levantadas pela comunidade internacional sobre o caso. “Condenamos este assassínio premeditado”, assinalou o encarregado de negócios norte-americano, Mark Cassayre, pedindo um inquérito “aprofundado e transparente”. O chefe da delegação saudita, Bandar Al Aiban, presidente da Comissão dos Direitos Humanos, apenas dedicou alguns minutos à “morte do cidadão Khashoggi”, assegurando que o seu país “comprometeu-se a realizar um inquérito imparcial” e que “todas as pessoas envolvidas no crime serão julgadas”. “O inquérito continua conforme às nossas leis”, disse ainda. Durante a reunião, vários países, como o Brasil e o Japão, pediram a Riade para garantir a liberdade de opinião e a segurança dos jornalistas e da sociedade civil. Um grande número de países recomendou igualmente às autoridades sauditas que estabeleçam uma moratória em relação à pena capital. A Arábia Saudita é um dos países onde ocorrem mais execuções. Assassínio, violação, assalto à mão armada, apostasia e tráfico de droga são crimes passíveis de pena de morte no país regido por uma versão altamente conservadora da lei islâmica (‘sharia’). Muitos países elogiaram a permissão dada às mulheres de conduzirem, pedindo ao mesmo tempo a Riade para acabar globalmente com as discriminações em relação às mulheres e para abolir o sistema de tutela masculina que vigora no reino.
Hoje Macau DesportoGP Moto 2 Malásia | Vice-campeão Miguel Oliveira recebido em apoteose no aeroporto de Lisboa [dropcap]D[/dropcap]ezenas de pessoas juntaram-se ontem no aeroporto de Lisboa para receber o português Miguel Oliveira, que se sagrou vice-campeão do mundo de Moto2, após ter terminado o Grande Prémio da Malásia no segundo lugar. O piloto da KTM foi surpreendido à chegada à capital, já que os seus fãs compareceram com bandeiras, buzinas e ainda uma enorme faixa onde se podia ler: “Oliveira, és o nosso campeão”. Entre abraços e felicitações, que partiam de todos os lados, Miguel Oliveira mostrou-se orgulhoso por ter repetido em Moto2 o título de vice-campeão de 2015, na categoria abaixo. “É um sentimento de grande orgulho, apesar de o objetivo de ser campeão não ter sido cumprido. Este foi um campeonato de não baixar os braços, uma vez que saía quase sempre de uma posição desfavorável. O mais fácil, a cada domingo, seria desistir, mas fui sempre à luta”, disse o português. No último fim de semana, Miguel Oliveira ainda partiu com esperanças de conquistar o campeonato, mas o terceiro lugar deu o título ao italiano Francesco Bagnaia. Nada que abale a confiança do piloto da KTM, que faz um balanço positivo da sua temporada. “O vice-campeonato acaba por ser positivo, numa época marcada pela regularidade. Deixa-me feliz e marco também a história como um dos melhores pilotos que passou pela categoria intermédia”, referiu o piloto de Almada. Com as contas do campeonato fechadas, mas ainda com uma prova por cumprir, Miguel Oliveira quer terminar a época com mais um pódio e, se possível, uma vitória, numa pista de boas memórias. “Não tinha nada a perder e agora muito menos. Tenho boas sensações e boas memórias em Valência. Já lá ganhei por duas vezes e espero que agora venha a terceira. Deixar a categoria com uma vitória seria a cereja no topo do bolo”, afirmou. O português já tem os olhos postos em 2019, ano em que vai disputar pela primeira vez o MotoGP, a categoria rainha. Em ano de estreia, sabe que tudo será novo e, por isso, pede tempo para “entender a nova categoria”, sem esconder que o seu objetivo passa por pôr a Tech3, equipa satélite da KTM, “no topo da tabela”. À espera do piloto, estava também o seu pai, o grande impulsionador da sua carreira. Paulo Oliveira mostrou-se “muito orgulhoso” pelo que o seu filho conquistou e por isso também lhe faltaram as “palavras para descrever” o feito. Sobre o futuro do piloto português na próxima época no MotoGP, Paulo Oliveira espera, acima de tudo, que o filho “se divirta e o resto virá por acréscimo”. Após uns dias de descanso, Miguel Oliveira voltará às pistas já na quinta-feira, nos treinos livres para o Grande Prémio da Comunidade Valenciana, terminando a sua época no domingo, com a última corrida da época.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil tenta aumentar exportações em feira de Xangai [dropcap]O[/dropcap] Brasil é um dos 12 países em destaque na primeira Feira de Importações de Xangai, na China, que decorre até 12 de novembro, e durante a qual pretende ampliar as exportações, anunciou o Governo brasileiro. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, chefiará a delegação do Brasil na primeira edição da Feira de Importações de Xangai (CIIE). A delegação integrará também o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, e o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, além de mais de 150 empresas brasileiras. Com a intenção de ampliar o mercado para os produtos brasileiros na China, o Brasil estará presente no evento com cerca de 90 empresas do setor de alimentos e agrícola, equipamentos médicos e de saúde, comércio de serviços e de bens de consumo. A expectativa dos organizadores é de que a feira receba até 300 mil visitantes e 150 mil compradores chineses e estrangeiros. No total, mais de 3.000 expositores de mais de 130 países apresentarão os seus produtos. Além de conferir acesso privilegiado ao mercado chinês, a CIIE será uma oportunidade para a captação de investimentos e a participação em cadeias globais de valor, de acordo com um comunicado do Governo brasileiro. Na passada quarta-feira, a China lançou um alerta à economia brasileira e ao Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, de que se o país seguisse a linha de Trump e rompesse acordos com Pequim, quem sofreria seria a economia brasileira. Foi através da publicação de um editorial no principal jornal estatal chinês, o China Daily, numa versão em inglês, que a China se pronunciou acerca da eleição de Jair Bolsoanro, a quem chamou de “Trump Tropical”, deixando evidente a reação que o político já criou em Pequim. De acordo com o editorial, as exportações brasileiras “não ajudaram apenas a alimentar o rápido crescimento da China, mas também apoiaram o forte crescimento do Brasil”. Bolsonaro, ao longo de toda a sua campanha presidencial, criticou a China. Em fevereiro, o político da extrema-direita visitou ainda a região de Taiwan, o que não agradou a Pequim. O editorial do jornal chinês deixou ainda uma chamada de atenção para a importância da China na economia brasileira: “Ainda assim, esperamos que quando ele assumir a liderança da oitava maior economia do mundo, Bolsonaro olhe de forma racional e objetiva para o estado das relações Brasil-China (…) a China é o seu maior mercado exportador e a primeira fonte comercial”, escreveu o jornal. “Mais importante: as duas economias são complementares e dificilmente competidores”, pode ler-se.
Hoje Macau China / ÁsiaPoluição em Nova Deli aumenta e supera os níveis considerados tóxicos pela OMS [dropcap]O[/dropcap]s níveis de poluição em Nova Deli, a capital mais poluída do mundo, subiu para a categoria de “emergência”, com registos muito superiores aos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera “tóxicos”. De acordo com o departamento central de controlo da poluição (CPCB, em inglês) da Índia, a capital do país acordou hoje com uma espessa nuvem de poluição, com níveis de partículas PM10 próximo dos 700 pontos em algumas áreas cidade. As PM10 são um tipo de partículas inaláveis, de diâmetro inferior a 10 micrómetros (µm), e constituem um elemento de poluição atmosférica. Estas partículas no corpo humano podem causar várias doenças, nomeadamente respiratórias. Às 14:00 (hora local, 08:30 em Lisboa), na área de Hapur, no oeste da cidade, a concentração de partículas era tão elevada que o CPCB qualificou a situação de “severa/emergência”. Os níveis de PM10 multiplicaram-se mais de três vezes nas últimas 24 horas, chegando aos 680 partículas por metro cúbico neste mesmo setor, onde no domingo chegou aos 162 pontos. Segundo a OMS, as concentrações com mais de 100 partículas de PM10 por metro cúbico afetam os grupos de risco, a partir de 150 podem afetar a população em geral, mais de 200 é muito prejudicial e a partir de 300 é considerado tóxico. “Isso é absolutamente terrível e assustador! Uma pessoa respira uma média de 23.000 vezes por dia. É isso que estamos a respirar?”, questionou na rede social Twitter a organização ambiental Greenpeace, detalhando que em áreas da capital indiana, como Anand Vihar, registou-se nesta manhã níveis de PM10 de 885. Todos os anos, nesta época, a queima dos restolhos (restos de colheita) no norte da Índia e a chegada do frio desencadeiam os níveis de concentração de partículas nocivas no ar. Em outubro, as autoridades indianas proibiram o uso de geradores até março do próximo ano e pediram um aumento nas tarifas de estacionamento e um reforço dos transportes públicos como medidas para lidar com o aumento previsível da poluição nestas datas. A capital indiana já previa que esta semana começaria um dos períodos de maior poluição, desencadeada pelo uso de fogos de artifício durante o festival hindu de Diwali. Com cerca de 17 milhões de habitantes, Nova Deli é uma das cidades mais povoadas do mundo e a capital mais poluída do planeta. A Índia concentra 14 das vinte cidades mais poluídas do mundo, segundo a OMS.
Hoje Macau China / ÁsiaSecretário de Estado norte-americano recebe dirigente norte-coreano na quinta-feira [dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, vai reunir-se na quinta-feira em Nova Iorque com um alto dirigente norte-coreano, Kim Yong-chol, anunciou hoje o Departamento de Estado. Pompeo e Kim vão discutir os avanços alcançados na sequência da cimeira de Singapura, que juntou os líderes dos dois países, Donald Trump e Kim Jong-un, indicou uma porta-voz do Departamento de Estado. A desnuclearização da Coreia do Norte é um dos assuntos em destaque. No dia seguinte, Mike Pompeo e o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, vão receber em Washington destacados responsáveis chineses, indicou o Departamento de Estado em comunicado. Os homólogos chineses dos dois responsáveis norte-americanos, Yang Jiechi (Negócios Estrangeiros) e Wei Fenghe (Defesa), vão estar presentes, segundo o comunicado. A reunião. que ocorre após um período de tensão militar e comercial entre Estados Unidos e China, segue-se a um primeiro encontro que teve lugar em Junho de 2017.
Hoje Macau SociedadeAssociação leva jovens à China para potenciar negócios com diáspora de Macau [dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação dos Jovens Macaenses disse à Lusa esperar que as visitas promovidas pela instituição ao interior da China possam resultar em novos negócios e ligações da diáspora de Macau ao continente. “Estas cidades chinesas menos conhecidas, de segunda ou terceira linha são, em muitos casos, as ‘gemas escondidas’ da China”, afirmou Jorge Neto Valente para justificar a visita anual da associação, na qual participaram 39 jovens numa deslocação à província chinesa de Anhui, no leste da China, que decorreu ao longo passada semana. O responsável referia-se a Hefei, capital da província de Anhui, onde se desenvolveu um polo tecnológico de empresas nas áreas da computacão e da tradução automática, visitado pelo grupo. “A partir daqui, espero que estes jovens voltem de novo a Anhui, quer em turismo, quer para desenvolver um negócio”, sublinhou. A visita foi organizada em conjunto com o Gabinete de Ligação do Governo central chinês em Macau, e decorreu entre 29 de outubro e 2 de novembro. Oriundos dos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Reino Unido, Austrália e Hong Kong, entre outros, os 39 jovens, com idades até aos 45 anos, visitaram a Montanha Amarela e a aldeia de Hongcun, um dos cenários do filme de Ang Lee “O Tigre e o Dragão”, de 2000. O grupo manteve ainda encontros com representantes da Conferência consultiva política do povo chinês de Anhui e do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Governo Popular da Província de Anhui. A iniciativa surge na sequência do IV Encontro da Comunidade Juvenil Macaense, cujo programa incluiu, entre outra atividades, palestras, aulas de dança folclórica e do Dragão (milenar tradição de origem chinesa), de culinária e de patuá, uma língua crioula macaense de base portuguesa.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Recolhido do mercado anti-depressivo produzido em Portugal [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram ontem que vão recolher do mercado um anti-depressivo produzido em Portugal para “proteger a saúde pública”, alegando falta de qualidade do medicamento. Em causa está o “anti-depressivo ‘Fluoxetina Bluepharma 20mg Cápsulas’, com número de lote L1707131, produzido pelo fabricante português Bluepharma-Indústria Farmacêutica, SA”, que, já terá sido recolhido voluntariamente pelo importador, pode ler-se no comunicado ontem divulgado pelos Serviços de Saúde. A decisão de se proceder à recolha do medicamento surge “após resultados dos testes de estabilidade terem confirmado que a qualidade padrão era inferior ao estabelecido”. O anti-depressivo faz parte da convenção de medicamentos dos serviços de saúde de Macau, apenas fornecido aos utentes nas farmácias aderentes. “De forma a proteger a saúde pública, os Serviços de Saúde solicitaram a exportadores e importadores e firmas de venda por grosso dos produtos referidos”, bem como “às farmácias aderentes à convenção para procederem à recolha dos medicamentos em causa”, refere-se mesma nota. Contudo, sublinha-se no comunicado, “os utentes não devem parar a administração dos medicamentos antes de obtenção do medicamento substituto”, mas sim “pedir informações junto de farmacêuticos, para eventual substituição”, caso provenham do lote L1707131. O medicamento contém a substância activa fluoxetina que pertence a um grupo de medicamentos antidepressivos chamados inibidores selectivos da recaptação da serotonina e é utilizado no tratamento, entre os adultos, de episódios depressivos major, perturbação obssessivo-compulsiva e bulimia nervosa.
Hoje Macau EventosMAM acolhe “Jardim Brilhante – Obras de Guan Huai Bin” [dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) tem patente uma nova exposição aberta ao público intitulada “Jardim Brilhante – Obras de Guan Huai Bin”. Citado por um comunicado do Instituto Cultural (IC), o director do MAM, Chan Kai Chon, explica que as obras deste artista chinês se focam “na exploração experimental da apresentação performativa da arte multimédia no processo de criação e, ao mesmo tempo, na prática artística, possui um profundo pensamento teórico”. Ao todo estão presentes sete instalações e nove vídeos da autoria deste artista contemporâneo, e que foram criadas entre 2011 e este ano. “Guan Huaibin destaca-se na desconstrução e integração de elementos culturais tradicionais num sistema de linguagem próprio na estrutura das suas obras”, aponta o mesmo comunicado. Com esta exposição, o “artista oferece ao público uma abrangente e inovadora experiência de novas artes, media e aprofunda a colisão de ideias”. Além disso, “tanto as instalações que formam o espaço como as imagens em movimento estão interligadas, servindo ambas como pista para desvendar o tema e os símbolos da exposição e constituindo em conjunto uma atmosfera de ‘jardim’”. Actual director da Escola de Arte Intermédia da Academia de Artes da China, Guan Huaibin acredita que a arte “é um processo de observação do eu, de reconhecimento e de questionamento do mundo”, refere o mesmo comunicado. A exposição “Jardim Brilhante – Obras de Guan Huai Bin” está patente até 24 de Fevereiro de 2019.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Novas empresas em crescendo [dropcap]E[/dropcap]ntre Janeiro e Setembro foram constituídas 4.593 sociedades – mais 642 do que nos primeiros nove meses do ano passado –, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O capital social das novas empresas correspondia a 710 milhões, traduzindo uma diminuição de 90,6 por cento em termos anuais homólogos. Em sentido inverso, dissolveram-se 605 sociedades, com um capital social de 226 milhões. Até ao final de Setembro, Macau contava com um total de 65.035 sociedades registadas, ou seja, mais 4.990, em termos anuais.
Hoje Macau SociedadeBanca | Depósitos dos residentes sobem 10,4 por cento [dropcap]O[/dropcap]s depósitos de residentes atingiram 610,5 mil milhões de patacas em Setembro, traduzindo um aumento de 10,4 por cento em termos anuais homólogos, indicam dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Já os depósitos de não residentes diminuíram 5,3 por cento para 244,2 mil milhões de patacas. Os depósitos do sector público na actividade bancária, que se cifraram em 223,7 mil milhões, aumentaram 22 por cento face a Setembro do ano passado. Em alta estiveram também os empréstimos, com os internos ao sector privado a crescer 11,5 por cento em termos anuais para 491,5 mil milhões; enquanto os empréstimos ao exterior subiram 12,2 por cento, atingindo 492,9 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeLai Chi Vun | Classificação dos estaleiros concluída em Dezembro [dropcap]A[/dropcap] presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian, referiu no passado domingo que é possível que o processo de classificação dos estaleiros de Lai Chi Vun seja concluído antes de Dezembro. A responsável acrescentou que os trabalhos de classificação entraram na fase final, de acordo com o Jornal Ou Mun. O processo de classificação dos estaleiros de Lai Chi Vun, em Coloane, tem estado envolto em polémica, tendo o Conselho para o Património Cultural votado contra a preservação dos estaleiros, mas o IC decidiu avançar com a medida.
Hoje Macau SociedadePrémio | “Atlas de Zhuhai-Macau” distinguido na China [dropcap]O[/dropcap] “Atlas de Zhuhai-Macau”, cuja elaboração contou com a participação da Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro (DSCC), conquistou o Prémio de Pei Xiu, sendo distinguida, na categoria de ouro, a par com outros cinco projectos, como a obra cartográfica do ano 2018 pela Sociedade de Geodesia, Fotogrametria e Cartografia da China, orientada pelo Ministério dos Recursos Naturais da China, foi ontem anunciado. Lançado há dois anos, figura como o primeiro atlas oficial após a publicação e implementação da delimitação da divisão administrativa da RAEM em Dezembro de 2015.
Hoje Macau PolíticaFeira de Importações de Xangai | Chui Sai On ao lado de Xi Jinping [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, esteve ontem em Xangai onde participou na primeira edição da Exposição Internacional de Importações da China, certame onde também esteve presente o Presidente chinês Xi Jinping. De acordo com um comunicado do gabinete do Chefe do Executivo “visitou o pavilhão do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) na zona de produtos alimentares e agrícolas, onde conversou com os empresários locais”. Em Xangai, Macau está representada com a exposição “Macao Hub”, onde o Chefe do Executivo “apresentou o desenvolvimento de Macau” a Xi Jinping e aos “principais convidados”, aponta o mesmo comunicado. Chui Sai On e a sua comitiva, onde se inclui o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, regressaram ontem ao território. Além disso, participaram um total de 90 empresários do território. O Presidente chinês anunciou na mesma feira que a China deverá importar 40 biliões de dólares em bens e serviços nos próximos 15 anos. Xi Jinping estimou que a China vai necessitar de comprar ao resto do mundo 30 biliões de dólares em bens e 10 biliões em serviços, no discurso de abertura da Feira Internacional de Importações da China. “É o nosso sincero compromisso abrir o mercado chinês”, afirmou Xi Jinping, que prometeu que a China “vai abraçar o mundo”.
Hoje Macau DesportoHonda sagra-se campeã de construtores de Moto GP [dropcap]A[/dropcap] vitória do espanhol Marc Márquez no GP da Malásia de MotoGP deu hoje o título à Honda no Mundial de construtores. É o sétimo título do construtor da asa dourada nas últimas oito temporadas (terceiro consecutivo), num total de 24 coroas já conquistadas na classe rainha. A Honda é o mais bem-sucedido construtor no campeonato do mundo, com 68 alcançados em todas as categorias. São 24 em MotoGP/500 cc, seis nas extintas 350cc, 19 em 250cc, 17 em Moto3/125cc e dois nas 50cc. “Os números que a Honda alcançou não têm precedentes no motociclismo. Desde abril de 1961, quando Thomas Edward Phillis conquistou o primeiro título de sempre em Montjuic, a nossa história tem sido preenchida por vitórias, que são já mais de 750 em todas as categorias”, disse o presidente do construtor nipónico, o japonês Yoshishige Nomura.
Hoje Macau China / ÁsiaCaixas negras do avião da Lion Air indicam a mesma falha em voos anteriores [dropcap]A[/dropcap]s autoridades indonésias anunciaram hoje que as caixas negras do avião que se despenhou no Mar de Java na semana passada mostram falhas no indicador de velocidade nos últimos quatro voos realizados pelo mesmo aparelho. O chefe do Comité Nacional de Segurança dos Transportes da Indonésia, Soerjanto Tjahjono, disse em conferência de imprensa, em Jacarta, que a situação é comum aos quatro últimos voos do avião que se despenhou no Mar de Java na passada segunda-feira com 189 pessoas a bordo. Tjahjono afirmou que os dados recolhidos através da consulta das caixas negras “são consistentes” e dizem respeito aos valores “erráticos” dos indicadores de velocidade e de altitude que se registaram nas últimas quatro viagens que o aparelho efetuou. Trata-se da primeira informação obtida através da consulta das caixas negras e que foi divulgada logo após uma reunião particularmente emotiva entre os familiares das vítimas e um dos fundadores da companhia de baixo custo indonésia Lion Air e que foi organizada pelas autoridades de Jacarta. Os familiares queixam-se da falta de informações sobre as causas do acidente e pedem o apuramento de responsabilidades. Soerjanto Tjahjono afirmou também que o estado em que se encontram os restos do avião demonstra “grande velocidade” no momento em que o Boeing se despenhou. “A velocidade com que se despenhou foi suficientemente elevada para libertar uma grande energia. Por isso a fuselagem ficou fragmentada em pequenos elementos”, disse. Dezenas de elementos das equipas de resgate continuam as buscas no local do acidente na tentativa de encontrarem o aparelho que grava os diálogos do cockpit do avião e que podem ajudar a esclarecer com precisão as causas que levaram o Boeing 737 Max 8 a despenhar-se poucos minutos após a descolagem.
Hoje Macau DesportoSven-Goran Eriksson é o novo treinador da selecção das Filipinas [dropcap]O[/dropcap] sueco Sven-Goran Eriksson é o novo treinador da selecção das Filipinas de futebol, naquela que é a sua quarta experiência como selecionador nacional, anunciou hoje a Federação local. O técnico sueco diz que “quer fazer algo diferente” na seleção das Filipinas, pretendendo levar a equipa pela primeira vez a um Mundial. Sven-Goran Eriksson já treinou a seleção do México, da Costa do Marfim e de Inglaterra e ainda equipas como a Roma, Lazio, Benfica e Manchester City. Ao longo da sua carreira em Portugal, o técnico sueco venceu três campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, bem como uma Supertaça Cândido de Oliveira, tendo também ido à final da Taça UEFA, atual Liga Europa, e ainda à final da Liga dos Campeões.
Hoje Macau DesportoPugilista Floyd Mayweather enfrenta Tenshin Nasukawa em 31 de Dezembro [dropcap]O[/dropcap] pugilista norte-americano Floyd Mayweather vai combater com o ‘kickboxer’ japonês Tenshin Nasukawa em 31 de Dezembro, em Saitama, no norte de Tóquio, anunciou hoje a RIZIN Fighting Federation, promotora do evento. Mayweather, que se mantém invencível na carreira com um registo de 50-0, sublinha que o seu adversário “é jovem, muito forte, bastante rápido e invencível, por isso é óbvio que está a fazer alguma coisa certa”. O japonês, de 20 anos, considera o combate “o maior evento da sua vida até ao momento”, mostrando-se confiante que, apesar de ninguém ainda ter derrotado o seu oponente, ele será “o homem que fará história” e que o seu punho “pode mudar” essa história. As regras e a classe de peso para o combate ainda não estão determinadas, de acordo com Nobuyuki Sakakibara, director-geral da promotora do evento.
Hoje Macau SociedadeCEO da Air Asia espera mais turistas e negócios com nova rota para Kota Kinabalu [dropcap]F[/dropcap]oi hoje lançada oficialmente o voo da Air Asia que liga pela primeira vez Macau a Kota Kinabalu, na Malásia. De acordo com um comunicado emitido pela companhia aérea low-cost, Riad Amast, CEO da empresa, referiu que “com esta nova rota, podemos voar para quatro cidades no Delta do Rio das Pérolas a partir de Kota Kinabalu. Com a ligação criada com a nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, os nossos passageiros têm a opção de voar a partir de Kota Kinabalu para Macau e regressar de Hong Kong, Shenzen ou Guangzhou, fazerem um uso completo da sua viagem e explorar verdadeiramente a região”. Para Riad Amast, esta é uma boa oportunidade de fomento do turismo e sector empresarial. “Lançámos este ano três rotas internacionais a partir de Kota Kinabalu para Banguecoque [Tailândia], Kunming [China] e agora Macau. Isto vai fazer com que haja mais visitantes e também criar mais oportunidades de negócio, além de fomentar o turismo”, lê-se no mesmo comunicado. A rota da Air Asia entre Macau e Kunming começa a operar no dia 30 deste mês.
Hoje Macau InternacionalGrupo de 1.400 advogados britânicos pedem ao governo novo referendo sobre o ‘Brexit’ [dropcap]U[/dropcap]m grupo de 1.400 advogados do Reino Unido pedem à primeira-ministra britânica, Theresa May, para apoiar um segundo referendo sobre o Brexit por considerarem que o Parlamento não está vinculado à votação de 2016. Numa carta dirigida a May e divulgada hoje, os 1.400 advogados – entre os quais o ex-juiz do Tribunal de Recurso, Konrad Schiemann e o antigo juiz do Tribunal de Justiça europeu, David Edward – defendem a realização de uma segunda consulta sobre os termos do acordo com Bruxelas argumentando que no referendo de 2016 os eleitores desconheciam o processo de negociação com a União Europeia. “A natureza e os resultados do processo de negociação eram desconhecidos. Os eleitores estavam perante uma eleição entre uma realidade conhecida e uma alternativa desconhecida. Na campanha de 2016, afirmações não provadas substituíram os factos e a realidade”, sublinham os subscritores. No referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, realizado no dia 23 de junho de 2016, decidiram por maioria abandonar o bloco europeu. Na carta, os advogados assinalam que o Parlamento “não tem de estar mais vinculado ao voto de 2016 do que ao referendo de 1975” que apoiou a participação do Reino Unido na União Europeia. “Havia uma diferença importante entre 1975 e 2016. O primeiro referendo foi convocado depois de estarem concluídas as negociações pelo qual os eleitores sabiam no que estavam a votar. Em 2016, a natureza do processo de negociação e o resultado eram desconhecidos”, assinalam os advogados. “Os eleitores têm o direito de saber sobre aquilo em que estão a votar”, acrescentam os subscritores referindo-se ao eventual acordo entre Londres e a União Europeia. O advogado Jonathan Cooper, especialista em direitos humanos, assinalou hoje que o atual estado das negociações sobre o Brexit “preocupa” todo o país. “Esta carta dirigida à primeira-ministra foi assinada por mais de mil colegas meus que estão convencidos de que não é apenas o voto do povo que deve ser respeitado, mas também aquilo que é mais democrático”, afirma. Mesmo assim, um porta-voz do governo britânico indicou que “o povo do Reino Unido já se manifestou num dos maiores exercícios democráticos que o país alguma vez assistiu e que a primeira-ministra já afirmou que não vai realizar-se um segundo referendo”. A carta dos advogados é divulgada depois de a imprensa britânico ter publicado notícias durante o fim de semana de que o governo de Londres e a União Europeia estão a ultimar os detalhes sobre o acordo de forma consensual no que diz respeito à fronteira irlandesa e à futura relação comercial”. As notícias indicam que o acordo pode ser alcançado nos próximos dias. De acordo com o Sunday Times, May conseguiu “em privado” certas concessões de Bruxelas para fechar o acordo, em grande parte dependente da questão da fronteira da província britânica da Irlanda do Norte, sem prejudicar o processo de paz.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDois académicos de um ‘think tank’ liberal proibidos de sair da China [dropcap]U[/dropcap]m pesquisador numa conhecida unidade de investigação com sede em Pequim revelou hoje que ele e o director da organização foram proibidos de sair do país, quando planeavam participar num simpósio na universidade norte-americana de Harvard. Citado pela agência The Associated Press, Jiang Hao revelou que ele e o director Sheng Hong foram parados no aeroporto, na quinta-feira, quando se preparavam para partir para os Estados Unidos, visando participar no simpósio dedicado ao 40.º aniversário desde que a China adoptou as políticas de Reforma e Abertura, abrindo o país à iniciativa privada. Jiang diz que as autoridades não explicaram porque motivo foi proibido de embarcar, enquanto Sheng revela que lhe foi dito tratar-se de uma questão de segurança nacional. Os dois trabalham para a unidade de investigação Unirule Institute of Economics, que defende o mercado livre e reformas democráticas, e tem sido alvo de assédio pelo regime. Nos últimos meses foram despejados das suas instalações, a licença cancelada e o portal electrónico e contas nas redes sociais bloqueadas. O portal do simpósio, que decorre hoje no Fairbank Center for Chinese Studies, de Harvard, anuncia a participação de quatro académicos chineses. O cartaz é composto por uma fotografia de Deng Xiaoping, o arquitecto-chefe das reformas económicas que converteram a China na segunda maior economia mundial, mas cujo legado tem sido minimizado, à medida que o actual Presidente, Xi Jinping, se impõe como o líder mais forte desde Mao Zedong, o fundador da República Popular. Jiang afirmou que quase 20 académicos chineses foram convidados para participar no evento, alguns dos quais já chegaram aos EUA. “Mas alguns mudaram de ideias e escolheram não ir, por razões que são óbvias”, afirmou Jiang, apontando a desaprovação das autoridades de Pequim. A Unirule foi fundada em 1993, e tem publicado análises críticas do Governo, apontando inclusive que as empresas estatais chinesas não são rentáveis e gozam de grandes subsídios públicos. Desde a ascensão ao poder de Xi Jinping, em 2013, o Partido Comunista da China (PCC) reforçou o seu controlo sobre a sociedade civil, ensino ou religião, silenciando muito do discurso independente que ganhou espaço durante os mandatos dos seus antecessores.
Hoje Macau China / ÁsiaCimeira entre Vladimir Putin e Kim Jong-un quase certa este mês [dropcap]O[/dropcap] embaixador sul-coreano em Moscovo afirmou que muito seguramente os líderes da Coreia do Norte e da Rússia devem realizar uma cimeira este mês, antes da histórica visita de Kim Jong-un a Seul. “A Rússia já expressou a sua esperança de que a visita de Kim ocorra antes do final do ano (…) mas a Coreia do Norte parece ainda estar a estudar o local e a data”, disse o embaixador da Coreia do Sul na Rússia, Woo Yoon-keun, citado hoje por vários órgãos de comunicação social da Coreia do Sul. “Dado que a visita de Kim à Coreia do Sul também está prevista para antes do final do ano, a Coreia do Norte parece estar a estudar com muito cuidado a data da visita à Rússia”, acrescentou, assegurando que a cimeira deverá acontecer ainda este mês. O Presidente russo tem expressado a vontade da Rússia em participar em possíveis projetos de desenvolvimento e de infraestruturas na Coreia do Norte, no âmbito da cooperação acordada entre Seul e Pyongyang, por ocasião do processo de pacificação na península coreana. “Foram prometidas à Coreia do Norte garantias de segurança como troca pela desnuclearização”, disse Vladimir Putin em setembro, no fórum económico que se realizou em Vladivostoque, Rússia. Pequim e Moscovo são os principais aliados diplomáticos de Pyongyang e, apesar de terem alinhado nas sanções impostas pela ONU contra o país, têm evitado medidas extremas suscetíveis de causar o colapso do regime. O líder norte-coreano e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram em meados de setembro uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington. Na declaração conjunta, Kim jong-un prometeu visitar Seul “num futuro próximo” e espera-se que aconteça ainda este ano, o que a verificar-se tornará Kim no primeiro líder norte-coreano a visitar a capital da Coreia do Sul desde que a península foi dividida em Norte e Sul no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O falecido pai de Kim, Kim Jong-il, prometeu fazê-lo quando líderes sul-coreanos o visitaram em Pyongyang, em 2000 e 2007, mas a viagem a Seul nunca aconteceu. A Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício, mas nunca foi assinado um tratado de paz, por isso os dois países continuam tecnicamente em guerra.