G2E | DICJ diz que reforçou medidas de fiscalização

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) emitiu ontem um comunicado a afirmar que tinha reforçado as medidas de fiscalização na feira do jogo G2E, depois da existência de “queixas […] apresentadas por determinadas associações e pelo público, que indiciavam a existência de suspeitas da promoção de jogo online, alegadamente ilegal, por alguns expositores”.

Segundo a DICJ, cujo director Paulo Martins Chan boicotou o evento, as inspecções diárias visaram a “divulgação de jogos ilegais na internet, a construção de websites de jogos em nome de Macau, da RAEM ou dos casinos de Macau, bem como a prática de outras actividades relacionadas com jogo ilegal”.

Os casos de ilegalidades detectados foram reencaminhados para a Polícia Judiciária, que se encontra a proceder às investigações necessárias.

24 Mai 2019

Universidade do Porto inaugura hoje Instituto Confúcio

[dropcap]A[/dropcap] Universidade do Porto (UP) vai inaugurar esta sexta-feira, 24, o Instituto Confúcio do Porto com o objectivo de “aproximar os estudantes e a cidade à língua e à cultura chinesas”, revelou ontem um dos directores da nova instituição.

Em declarações à agência Lusa, João Veloso, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e um dos directores desta nova instituição, explicou que, ao estar inserido na “estratégia de internacionalização” da Universidade, o Instituto Confúcio do Porto pretende “alargar os horizontes culturais dos estudantes”.

“Queremos alargar a oferta educativa dos estudantes através da possibilidade de frequentarem cursos de língua diferentes daquelas que já existem e, no caso, o chinês é uma língua com uma projecção global e com uma importância estratégica e económica”, apontou.

O Instituto Confúcio do Porto, que nasce de uma parceria com a Universidade Guangzhou, na China, é o quinto a funcionar em território nacional e, além de cursos de língua direcionados aos estudantes, vai também oferecer à comunidade “actividades regulares”, como sessões de cinema, exposições de arte, feiras do livro, cursos de culinária, de caligrafia, de dança e até de artes marciais.

Mais cultura

Segundo João Veloso, as actividades do instituto vão ser leccionadas por dois professores chineses e estão previstas iniciar entre Setembro e Outubro.

“Os primeiros cursos a abrir serão de nível básico de língua chinesa e só depois é que vamos ter mais novidades, mas a ideia é oferecer cursos não só de língua, por exemplo, aproveitando os sábados para oferecer cursos gratuitos em temas específicos da cultura chinesa”, esclareceu.

À Lusa, o professor da FLUP adiantou que um dos objectivos da instituição passa também por “aproximar” a comunidade falante chinesa residente na região norte do país que, apesar de ser “muito numerosa, não está tão integrada nos circuitos culturais portugueses como a sua dimensão poderia levar a supor”.

A inauguração do Instituto Confúcio do Porto, que vai ficar instalado no edifício da antiga Livraria Leitura, conta com a presença do embaixador da China em Portugal e dos representantes das Universidades envolvidas.

24 Mai 2019

A grande dama do chá

Por Fernando Sobral

 

[dropcap]O[/dropcap] silêncio era total. Até os cães que guardavam a casa estavam deitados à porta a dormitar, indolentes. Conheciam Jin Shixin e, por isso, ela conseguiu aproximar-se silenciosamente do homem que estava sentado numa cadeira de bambu, virada para a praia de Cheoc Van. Este, sem se voltar, disse:

– Podes aproximar-te, doce Jin. Vem sentar-te a meu lado.

Esperava-a. Indicou uma cadeira vazia que estava ao lado de uma pequena mesa circular e virada também para o mar. Ela assim fez. Ele não olhou para ela. Continuou a fitar o mar através duns óculos escuros redondos. Vestia um fato de linho claro e, de vez em quando, abanava-se com um pequeno leque. Mas nem isso afugentava o calor. Sentado, Du Yuesheng, parecia ainda mais pequeno. A sua voz era um sussurro:

– Houve uma noite como esta em que estava a olhar para o rio Huangpu, em Xangai, e as águas estavam tão calmas como agora. Pareciam antecipar uma tempestade, daquelas que surgem sem aviso. Foi então que senti vontade de saltar do junco e caminhar sobre as águas. Sabia que era possível. Que estava a viver um sonho real.

O chinês olhou para Jin e sorriu.

– Porque não o fiz? Não sei. Ainda hoje acredito que só um pirata consegue caminhar sobre as águas. A morte não nos inquieta. Apenas mostra que somos insignificantes. Somos uma gota neste rio que nunca para. Um dia evaporamo-nos. Desaparecemos debaixo das águas. Não devemos ter medo: esse é o nosso mundo sólido. Foi então que percebi que nunca poderei morrer em terra. Não me sinto seguro aqui.

Jin acenou com a cabeça, complacente. Du olhou para o céu e continuou, no seu cantonês que Jin percebia, como se estivesse a falar sozinho:

-Sabes, Jin, o medo é como uma corrente de água. Não há nada de errado nisso, enquanto deixarem a água correr. Pelo contrário o ódio é como a água estagnada. Causa doenças.

A lua surgiu por detrás duma nuvem e reflectia-se agora no mar calmo. Apesar do ar continuar quente em Macau sabia-se que o prazer estava na sombra, na frescura, na solidão, na noite. O sol e o calor representavam a violência extrema. Du Yuesheng, outrora o homem que, com o seu Bando Verde, dominava Xangai, resignara-se à fuga, depois do confronto das tropas chinesas e japonesas na ponte Marco Polo, em Julho e das bombas que tinham rebentado junto à Nanjing Road em Agosto. Fora para Hong Kong, onde todos o julgavam agora. Mas, como alguém que conhecia como poucos o mundo das sombras e das traições, viera secretamente para Macau. Aqui estava em segurança, porque em Hong Kong os japoneses procuravam-no. Os seus olhos continuaram fixos no mar que o atraía. Lá, todos os homens tentam equilibrar-se. E sobreviver. As águas lavam o passado dos homens. E, em terra, este permanece sólido, incapaz de se dissolver. O mar cala os seus segredos. Em terra eles ecoam para sempre, como pesadelos. Só o nevoeiro une a terra e o mar, escondendo tudo, dissera-lhe T. V. Soong, o cunhado de Chiang Kai-shek. Agora acreditava nele. A lua nova estava no auge e a luminosidade era fraca. Nessas noites os peixes concentravam-se no fundo do mar. Por isso não se via um único barco de pesca daqueles que costumavam passar ao largo das areias da ilha de Coloane.

Jin reparava, agora, no olhar cansado do chinês. Típico de quem não dormia há muito.

– Que me contas, Jin?
– Temos problemas.
– Disseram-me que tiveste uma noite atribulada. E que ficaste ferida.
– De raspão. Nada de grave que o possa incomodar, senhor.
– Nem a ti?
– Nem a mim.
– Excelente. Foram os japoneses?
– Tenho a certeza, mestre Du. Eles estão por perto.

Du Yuesheng agarrou no copo de limonada que estava na mesa e levou-o aos lábios.

– Achas que está na altura de sair de Macau? Sabes qual é o meu destino final?
-Não.
– É melhor que não o saibas.

Mas Jin sabia. O chinês tinha um destino: a ilha Formosa. Dois morcegos passaram defronte deles, em busca de comida. Du Yuesheng disse:

– Vais ter sorte, Jin. É um sinal.
– O senhor também a terá.

Du deu uma pequena gargalhada:

– Eu não tenho tempo para usar a sorte.

A sua voz era como uma melodia triste. Durante minutos continuaram os dois muito calados a sentir a força da lua.

– É verdade. Houve mesmo um momento em que acreditei que poderia caminhar sobre as águas. Deslizar nelas. Acabei por acreditar na minha própria lenda. O meu junco era uma fortaleza que nunca iria ao fundo. Voava sob as águas.

A voz do chinês, de repente, tornou-se quase sombria. Como se toda a vida tivesse sido sugada dela. Era um Du Yuesheng diferente daquele que Jin conhecera em Xangai em clubes nocturnos como o Hengshe ou o Ciro’s, que fechavam às seis da manhã, e onde se cruzavam comerciantes, financeiros, pessoas dos cinemas, das discotecas e dos hotéis. E também polícias deferentes aos caprichos de Du. E onde as chinesas, com os seus vestidos de seda, e as russas, com os vestidos de noite muito decotados, e os seus olhos que pareciam violetas na Primavera, dançavam com os homens que procuravam o prazer desconhecido. Ali as raparigas bebiam cidra que aparecia como champanhe nas contas. E esses homens pagavam, sem protestar. A Nanking Road com os seus edifícios iluminados de 20 andares mostrava que Xangai não era um inferno. Era o céu no topo do céu, como alguém dissera. Du voltou a falar:

– Confias no português que te tratou?

Surpreendida pela pergunta, Jin teve de esperar alguns segundos antes de responder, algo que Du percebeu.

– Não confio em muita gente. E nele, não.
– É melhor assim. Mesmo que te tenha tratado. Mas pode ser-nos útil. Não está ao serviço dos japoneses.

Du era pragmático. Dividia assim os seres humanos. Os que estavam do seu lado eram pessoas. Os outros eram úteis ou inúteis.

– Não podemos permitir-nos gostar das pessoas. O coração é o traidor que temos mais próximo de nós.
– Não tenho paixões, mestre Du. Vi homens com que dormi a morrer de forma natural. E outros com buracos de balas. Ou mortos com uma navalha. Nada me dói.

Jin sentiu que Du Yuesheng estava cansado. Talvez fosse a última vez que o via. Ele disse:

– O desejo de saber tem sido o fim de muitos homens. Talvez o seja para quem me procura.

Olhou finalmente para Jin e não escondeu a tristeza:

– Continuas encantadora como sempre, doce Jin. Sei que velarás pelos meus interesses. Guarda o que é valioso para o nosso futuro. Um dia mo entregarás. E lembra-te: não há piedade para os vencidos. Aqueles que foram nossos companheiros em velhas batalhas não a terão por nós se estiverem do outro lado das águas. Por isso, tem cuidado.

24 Mai 2019

Fórmula E | Félix da Costa espera voltar aos pódios já em Berlim

[dropcap]O[/dropcap] piloto português António Félix da Costa (BMW) espera regressar aos pódios na Fórmula E, competição para veículos eléctricos, já na prova deste fim de semana, em Berlim.

Com nove das 13 provas do calendário já disputadas, o piloto de Cascais ocupa a quarta posição do campeonato, com 70 pontos, a 17 do líder, o francês Jean-Eric Vergne (DS).

Esta é “uma corrida especial” para o piloto português, por se disputar na Alemanha, sede da BMW, mas Félix da Costa teme que o asfalto da pista de Berlim esteja demasiado degradado e que isso afecte o seu desempenho na qualificação.

“O facto de corrermos num asfalto que não é utilizado, normalmente, no dia-a-dia, é uma incógnita. Mas na BMW estamos todos motivados e com a cabeça bem levantada para entrarmos em pista com o objectivo bem definido de recuperar pontos aos adversários que seguem à nossa frente e lutar por um pódio”, explicou o piloto português.

Félix da Costa considerou que esta será a fase decisiva do campeonato, em que a pressão por bons resultados aumenta: “Estamos a chegar a uma altura do campeonato em que tudo tem de correr bem, se queremos ter uma palavra a dizer na luta pelo título”, frisou.

O circuito está desenhado no aeroporto de Tempelhof e perfaz um total de 2.375 quilómetros. A corrida está prevista para as 12:00 de sábado (hora de Lisboa).

24 Mai 2019

Taiwan | Navios dos EUA passam no Estreito e podem provocar incidente

A entrada de dois navios de guerra norte-americanos no Estreito de Taiwan prometem vir a agitar ainda mais as já de si pouco tranquilas relações entre os dois gigantes económicos mundiais

 

[dropcap]D[/dropcap]ois navios de guerra dos Estados Unidos navegaram no Estreito de Taiwan, informou ontem o Ministério da Defesa de Taiwan, numa operação que poderá provocará indignação em Pequim, que reivindica a soberania sobre esse braço de mar.

Os navios entraram na quarta-feira no estreito pela entrada sudoeste, de acordo com uma indicação do Ministério, que não especificou a identidade destes barcos. O Estreito de Taiwan fica localizado no Mar da China Meridional.

O exército taiwanês “vigia de perto todo o processo e movimentos no espaço aéreo e nos mares vizinhos, de acordo com os protocolos destinados a manter a paz e a estabilidade na região”, referiu o Ministério.

A Marinha dos EUA conduz rotineiramente as chamadas operações de “liberdade de navegação” no estreito que separa a China continental de Taiwan, o que tem causado respostas musculadas de Pequim.

De acordo com os media de Taiwan, a passagem dos navios norte-americanos na quarta-feira é a quinta desde o começo do ano.

Da História

Os Chineses consideram Taiwan como parte de seu território. No entanto, a ilha tem desde 1949 um Governo independente, que foi formado após a guerra civil e a implantação do comunismo na China.

Taiwan tem a sua própria bandeira e moeda, mas não é reconhecida como um estado independente pela ONU. Pequim ameaça recorrer à força em caso de proclamação de independência da ilha ou de uma intervenção externa.

Neste contexto, Pequim considera a passagem de navios estrangeiros no estreito como uma violação da sua soberania. Os EUA e outros países, no entanto, vêem este braço do mar como parte de águas internacionais e, portanto, aberto a todos.

A entrada de uma fragata francesa no estreito, no início de Abril, deu origem a um incidente naval entre a França e a China, quando os navios chineses “ordenaram a partida do navio francês”.
Washington rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 para reconhecer Pequim, mas continua a ser o aliado mais poderoso da ilha e o seu principal fornecedor de armas.

24 Mai 2019

IC | Dia do Património Cultural e Natural da China celebrado em Macau

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) vai assinalar o Dia do Património Cultural e Natural da China, a 8 de Junho, uma série de actividades com destaque para “Génese e Espírito – Mostra de Património Cultural Intangível de Zhejiang”.

O evento multidisciplinar irá mostrar o diversificado património cultural intangível de Zhejiang através de concertos, exposições, workshops, bem como acesso livre ao Farol da Guia e à Sala de Obras Antigas e Raras Chinesas da Biblioteca Sir Robert Ho Tung. Este evento estende-se entre os dias 8 e 25 de Junho.

Para 8 de Junho está agendado o “Workshop de miniaturas de pratos macaenses em plasticina” a ter lugar na Casa de Recepções das Casas da Taipa pelas 10h e pelas 14h30 horas, e o workshop “Em Busca das Pinturas Rupestres das Montanhas Helan – Workshop de Decalque de Pinturas Rupestres das Montanhas Helan” que terá lugar no Centro Ecuménico Kun Iam, pelas 14h30.

A exposição “Unicidade: Caligrafia pelo Professor Jao Tsung-I” está patente na Academia Jao Tsung-I, apresentando 15 conjuntos de obras de caligrafia do Professor Jao.

No dia 29 de Junho, a Orquestra Chinesa de Macau apresenta no Teatro Dom Pedro V, pelas 20h, o concerto de música tradicional chinesa “Ganso Selvagem do Sul e Vento para Norte”, sob a direcção do maestro Zhang Lie. Os bilhetes para o concerto encontram-se à venda e custam entre 60 e 80 patacas.

24 Mai 2019

Macau terá mais de dez mil novos quartos de hotel nos próximos anos

[dropcap]M[/dropcap]acau vai contar com mais de dez mil novos quartos de hotel nos próximos anos, tendo em conta os dados ontem divulgados pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) relativos à construção dos empreendimentos habitacionais e hoteleiros no primeiro trimestre deste ano.

Actualmente, encontram-se em construção um total de 18 empreendimentos hoteleiros, que vão disponibilizar 6.810 quartos, encontrando-se em fase de projecto 26 empreendimentos hoteleiros, que vão contar com 4.807 quartos.

No que diz respeito à habitação privada, cinco empreendimentos habitacionais privados obtiveram licença de utilização, o que corresponde a 35 fogos habitacionais. Além disso, 80 empreendimentos habitacionais encontram-se em fase de construção (ainda não vistoriados) ou estão concluídos (em vistoria), o que representa 7.652 fogos habitacionais. Encontram-se em fase de projecto 193 empreendimentos habitacionais que correspondem a 14.572 fogos habitacionais, revela a DSSOPT.

24 Mai 2019

Tráfico | Detido com 220 mil patacas de cocaína

[dropcap]U[/dropcap]m homem da Malásia foi detido em Macau pela alegada prática do crime de tráfico de droga. O homem foi detido na noite de quarta-feira e tinha na posse 91 sacos de cocaína com 66 gramas desta droga, o que segundo o jornal Ou Mun pode valer até 220 mil patacas no mercado negro.

Após ter sido detido pelas autoridades, o homem confessou que trabalhava para uma rede de Hong Kong que lhe pagava um salário mensal de 40 mil patacas. Durante o interrogatório, o homem de 22 anos admitiu que decidiu aceitar a proposta da rede de Hong Kong para saldar as muitas dívidas que tem no país de origem.

24 Mai 2019

Fitch | Macau deve apostar no turismo para diversificar economia

O analista da Fitch responsável pelo acompanhamento de Macau considera que a diversificação da economia só poderá acontecer de forma realista e eficaz se estiver relacionada com actividades de turismo

 

[dropcap]M[/dropcap]acau é, por natureza, um centro de turismo, por isso pensar que pode diversificar a sua economia para alguma coisa não relacionada com o turismo é demasiado ambicioso e pode até nem ser uma coisa realista”, disse Andrew Fennell.

Em entrevista à Lusa nos escritórios da Fitch Ratings, em Hong Kong, Fennell explicou que “os planos do Governo passam por diversificar a economia dentro das condições existentes, é a Meca do jogo, o maior centro de jogo do mundo, atraem muitos turistas, e os esforços que têm feito é para ficarem mais tempo, fazerem mais do que apenas jogar, são actividades relacionadas”.

Os casinos, acrescentou, partilham a mesma visão, “e como parte deste esforço dedicam mais espaço a áreas não relacionadas com o jogo, por isso estamos a ver progressos, mas a realidade é que 50 por cento do PIB resulta do jogo, e o turismo é realmente a única aposta possível”.

A tendência de redução da componente dos grandes jogadores para um aumento da proporção de receitas provenientes dos jogadores com apostas mais baixas “é um dos pontos em que se pode dizer que a diversificação está a acontecer”, disse o analista, lembrando que “há dez anos o panorama era predominantemente dominados pelos jogadores VIP, mas agora há mais jogadores em massa, e o fluxo destes turistas tem sido muito forte, e isso faz parte da vontade de apostar mais no mercado de massas”.

A importância de diversificar a economia é, ainda assim, desvalorizada por Andrew Fennell, que lembra o ‘rating’ muito positivo de Macau, no nível AA: “Macau tem um ‘rating’ muito alto, e o facto de não ter uma economia diversificada não impediu que aumentássemos o ‘rating’ há um ano e meio; uma das coisas que pode fazer subir ainda mais a nossa opinião sobre a qualidade do crédito é diversificar, é um esforço que tem vindo a ser feito já há muito tempo, mas é muito difícil, tem havido passos incrementais, mas diversificar a economia é um processo difícil e muito longo”.

Por tabela

A nível económico, Macau “tem um excedente orçamental e é uma das economias mais fortes entre as 118 que a Fitch analisa a nível global”, salienta o analista, sublinhando que este território “não tem dívida, o que é sempre um factor determinante para os ratings, e continua a acumular reservas para os cofres governamentais, com saldos orçamentais muito fortes”.

Questionado sobre o impacto que as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos da América podem ter na indústria do jogo de Macau, Fennell admite que, “do ponto de vista geopolítico a questão é muito interessante”, mas acrescenta que o impacto, a haver, é apenas indirecto.

“Pode-se pensar em cenários com um impacto directo na actividade dos casinos, por serem norte-americanos e Macau ser parte da China, pode-se até pensar em cenários devastadores para a indústria, mas para nós o cenário é mais benigno, porque se a guerra comercial tiver impacto para a China será no abrandamento do crescimento económico, o que pode afectar muitas pessoas que pensavam ir de férias para Macau e já não vão, por isso, a haver impacto, será indirecto na receita do jogo em Macau”, explica o analista.

Sobre o prolongamento das licenças de jogo a alguns operadores e a harmonização do fim dos contratos para 2022, Andrew Fennell diz que foi uma boa decisão do Governo, porque acabou com a “incerteza que havia há seis meses sobre o fim das concessões”. A decisão do Governo, concluiu, “faz sentido no contexto em que assim os decisores políticos conseguem negociar com todos ao mesmo tempo em vez de ser separadamente e em momentos diferentes”.

24 Mai 2019

CCAC estuda possibilidade de rever de leis sobre combate à corrupção

[dropcap]O[/dropcap] Comissariado contra a Corrupção (CCAC), dirigido por André Cheong, vai analisar a melhor forma de aperfeiçoar os regimes vigentes no combate a esta prática, tanto no sector público como no privado. A informação foi avançada ontem em comunicado oficial.

O CCAC “iniciou estudos de revisão relativamente ao regime jurídico penal e ao regime disciplinar dos trabalhadores da Função Pública, sendo que as conclusões desses estudos, com vista a apresentar sugestões para aperfeiçoamento dos regimes jurídicos, serão divulgadas em breve”, lê-se na nota.

O organismo liderado por André Cheong procura com a avaliação satisfazer de “forma activa as exigências da sociedade quanto ao reforço da construção de uma sociedade íntegra na RAEM”, bem como “intensificar acções de combate aos crimes de corrupção”. Além disso, a intenção do CCAC, de acordo com o comunicado divulgado ontem, é “aperfeiçoar o mecanismo de responsabilização dos trabalhadores da Função Pública, bem como articular com as propostas formuladas pelo grupo de especialistas das Nações Unidas no âmbito da avaliação de conformidade, por parte da RAEM, da implementação da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção”.

O organismo liderado por André Cheong decidiu avançar para esta medida depois de ter sido divulgada uma investigação complementar que deu conta da falta de transparência na forma como tem sido feitas as contratações no Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), uma vez que foram recrutados muitos familiares.

No seu relatório, o CCAC acusa a entidade dirigida por Shuen Ka Hung de “nepotismo”, uma vez que, até Abril de 2017, dos 101 trabalhadores que existiam no CPTTM, “16 tinham relações familiares entre si, nomeadamente de pai-filho, pai-filha, cônjuge, irmãos e irmãs entre outras, sendo que três deles já se desvincularam do serviço”. Nesse sentido, o CPTTM não fez “a divulgação ao público de informações relativas a recrutamento”, além de ter sido “demasiado arbitrário nos processos de selecção”, além de existir uma “proporção demasiado alta dos trabalhadores com relações familiares entre si”.

Secretária desvalorizou

Ainda que o CCAC tenha decidido avançar para estes estudos, a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, desvalorizou esta semana, na Assembleia Legislativa, o aumento dos casos de corrupção. “Não temos número suficiente de casos [de crimes que envolvam funcionários públicos] que apoiem o aumento das penas”, disse a secretária, num debate pedido pelos deputados Agnes Lam, Leong Sun Iok e José Pereira Coutinho sobre o combate a abusos dos trabalhadores da Função Pública.

A secretária acrescentou que “nos últimos anos os crimes na Função Pública relacionados com as funções dos seus trabalhadores têm vindo a diminuir”, o que “reflecte o trabalho efectuado pelo CCAC”. Apesar dos números indicarem um aumento de casos, a secretária considerou que se trata de um crescimento “relativo”.

24 Mai 2019

Sai Van | Ella Lei pede esclarecimentos sobre percursos pedonais

[dropcap]E[/dropcap]m Março deste ano o IAM anunciou planos para aumentar a plataforma de madeira e criar um trilho, também de madeira, ao longo do Lago Sai Van para responder à maior procura do espaço.

No entanto, a deputada Ella Lei, deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), diz que há cidadãos preocupados com as alterações à paisagem e pede que ao Executivo que antes de começar as obras que revele o projecto em detalhe.

“É necessário que a população tenha acesso ao conceito do projecto em grande detalhe para poder de forma objectiva expressar as suas opiniões e fazer recomendações concretas”, frisou a deputada. Ella Lei questiona assim em que fase do projecto se encontra o trilho de madeira em torno do lago e como é que o mesmo vai ser apresentado à população.

24 Mai 2019

Parlamento Europeu | Eleitores já começaram a votar, portugueses votam domingo

O processo de eleição dos 751 deputados do Parlamento Europeu para a legislatura 2019-2024 arrancou ontem na Holanda e no Reino Unido, os dois primeiros países a votar num calendário que se estende até domingo

 

[dropcap]C[/dropcap]erca de 360 milhões de cidadãos europeus votam até 26 de Maio para escolher os seus representantes no próximo Parlamento Europeu (PE), com Portugal a eleger 21 eurodeputados.

A Holanda e o Reino Unido foram os primeiros dos Estados-membros a ir ontem a eleições. Até ao fecho da edição ainda não havia resultados apurados. Hoje é a vez dos irlandeses irem às urnas. Letónia, Malta e Eslováquia votam amanhã, enquanto na República Checa o voto prolonga-se por dois dias, hoje e sábado. Todos os outros Estados-membros, incluindo Portugal, escolheram domingo para a ida às urnas.

Além da abstenção, que tem crescido a cada nova eleição e nas últimas europeias (2014) foi de 57 por cento no conjunto dos Estados-membros, estas eleições estão marcadas pela expectativa de uma maior fragmentação do PE, com a ‘coligação’ maioritária entre conservadores e socialistas ameaçada pelo crescimento de liberais e nacionalistas.

Outra das particularidades deste exercício eleitoral é a provável alteração da composição do hemiciclo e, consequentemente, da correlação de forças no PE aquando da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Até que o ‘Brexit’ se concretize, o Reino Unido elege os seus 73 eurodeputados e o PE mantém os 751 lugares actuais.

A partir do momento que o país deixe de ser membro, o PE passa a ter 705 eurodeputados, com parte dos 73 lugares dos britânicos a serem redistribuídos por outros Estados-membros e parte a ficar numa ‘reserva’ para futuros alargamentos.

Bom tempo

Um dos elementos que tem afastado os portugueses tradicionalmente das urnas, além do desapego às questões europeias, é o aproveitamento do fim-de-semana, nomeadamente para ir à praia. Neste aspecto, importa salientar que o dia das eleições europeias vai ser marcado por céu pouco nublado ou limpo e temperaturas que vão oscilar entre os 26 e os 30 graus Celsius, disse à Lusa a meteorologista Madalena Rodrigues. “Hoje ainda vamos ter alguma nebulosidade alta e possibilidade de ocorrência de precipitação fraca no Minho até ao final da manhã. A partir de amanhã [sexta-feira] vai predominar o céu pouco nublado ou limpo e uma subida gradual das temperaturas até domingo”, indicou a especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com Madalena Rodrigues, no fim-de-semana e, em especial, no domingo dia das eleições europeias, as temperaturas vão rondar os 30 graus. “Estamos a falar de temperaturas em todo o território acima dos 26 graus, podendo atingir os 30 graus na região Sul e no Vale do Tejo”, disse.

A subida, explicou a meteorologista, será gradual e de um a dois graus Celsius todos os dias a partir de sexta-feira.

“Para domingo estamos a prever 25 graus de máxima para o Porto, 30 para Lisboa e 25 para Faro. As mínimas estarão à volta dos 09/11 graus no interior e entre os 13 e os 16 nas restantes regiões do continente”, disse.

Apesar do bom tempo previsto para domingo, Madalena Rodrigues indicou que a previsão aponta para algum vento que pode ser por vezes forte com rajadas na ordem dos 60 quilómetros por hora no litoral e nas terras altas.

 

Estudo revela avalanche de notícias falsas de promoção de extrema-direita

Cerca de 500 milhões de visualizações. O número redondo espelha o alcance das notícias falsas que disseminam ideias de extrema-direita durante a campanha das eleições Europeias de acordo com um estudo feito pela ONG Avaaz.

A investigação, conduzida em seis países ao longo de três meses, concluiu que grupos de extrema-direita estão a inundar as redes sociais com conteúdos falsos. Na sequência da investigação foram reportados mais de 500 grupos e páginas de Facebook que reuniram cerca de 32 milhões de pessoas e geraram mais de 67 milhões de comentários, “gostos” e partilhas.

Em declarações à Euronews, Christoph Schott, da Avaaz, descreveu a realidade mostrada pelo estudo como a evidência de que União Europeia se está a “afogar em falsidades”.

Por exemplo, na Alemanha perfis falsos de apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), tem estado particularmente activos durante a campanha. Na Polónia, três redes de propagaram mensagens anti-imigração e anti-europeias em cerca de duas centenas de grupos e páginas.

Nestas páginas são, inclusive, partilhadas cenas de filmes como se fossem segmentos de noticiários. Por exemplo, o partido de extrema-direita italiano, Lega Nord, partilhou um vídeo a mostrar, supostamente, imigrantes a destruir um carro da polícia. O vídeo, retirado de um filme, teve 10 milhões de visualizações. Numa página em polaco, um trecho também de um filme foi partilhado como se fosse verdadeiro, mostrando uma mulher a ser violada por um motorista de taxi estrangeiro.

Face a estas partilhas, o Facebook vincou o propósito de combater as notícias falsas. “Agradecemos à Avaaz por partilhar o seu estudo que iremos investigar. Estamos focados em proteger a integridade de eleições na Europa e no resto do mundo. Removemos contas falsas e duplicadas por violação das políticas de autenticidade e removemos páginas por espalharem conteúdo falso”, referiu um porta-voz da rede social à Euronews.

O Facebook montou um centro de operações, com quarenta técnicos, para “proteger a integridade” das eleições europeias. Uma das tarefas principais do grupo é a remoção de novos perfis falsos.

O Avaaz revelou que após a divulgação do estudo, o Facebook eliminou 77 páginas e grupos e cancelou 230 perfis. A ONG referiu ainda que estas páginas tinham quase três vezes mais seguidores do que os partidos políticos centristas.

A investigação veio à luz do dia apenas duas semanas depois de uma companhia de cibersegurança norte-americana ter revelado que desinformação de origem russa chegou a 214 milhões de europeus através das redes sociais.

Aliança | Candidato nascido em Macau

Paulo Sande, cabeça-de-lista do partido Aliança, fundado por Pedro Santana Lopes, tem ligações a Macau, local onde nasceu. No entanto, após seis meses, deixou o território com o pai com destino a Goa, onde estava durante a invasão das forças indianas. Licenciado em Direito e professor no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, era consultor político do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, mas demitiu-se para ser cabeça-de-lista do Partido Aliança.

 

Onde votar

Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong

Dias: 25 e 26 de Maio

Horário: Das 8h00 às 19h00

Os portugueses residentes em Macau e Hong Kong, desde que inscritos nos cadernos de recenseamento da Comissão Recenseadora. Os cadernos de recenseamento podem ser consultados no portal do Ministério da Administração Interna: https://www.recenseamento.mai.gov.pt/

 

Listas Candidatas às Europeias de 2019

PCTP/MRPP
Cabeça-de-Lista: Luís Júdice

Partido Democrático Republicado (PDR)
Cabeça-de-Lista: António Marinho e Pinto

Pessoas-Animais-Natureza (PAN)
Cabeça-de-Lista: Francisco Guerreiro

Partido Socialista (PS)
Cabeça-de-Lista: Pedro Marques

Aliança (A)
Cabeça-de-Lista: Paulo Sande

Partido Nacional Renovador (PNR)
Cabeça-de-Lista: João Patrocínio

Nós, Cidadãos (NC)
Cabeça-de-Lista: Paulo de Morais

Partido Trabalhista Português (PTP)
Cabeça-de-Lista: Gonçalo Madaleno

Partido Social Democrata (PSD)
Cabeça-de-Lista: Paulo Rangel

Bloco de Esquerda (BE)
Cabeça-de-Lista: Marisa Matias

Iniciativa Liberal (IL)
Cabeça-de-Lista: Ricardo Arroja

Movimento Alternativa Socialistas (MAS)
Cabeça-de-Lista: Vasco Santos

Partido do Centro Democrático (CDS-PP)
Cabeça-de-Lista: Nuno Melo

Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP)
Cabeça-de-Lista: Rui Martins Loureiro

Coligação Basta!
Cabeça-de-Lista: André Ventura

Livre
Cabeça-de-Lista: Rui Tavares

Coligação Democrática Unitária (CDU)
Cabeça-de-Lista: João Ferreira

24 Mai 2019

Macau recebe mais de três milhões de visitantes em Abril

[dropcap]M[/dropcap]acau recebeu mais de três milhões de visitantes em Abril, um aumento de 15,9% em relação ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais hoje divulgados.

Em Abril, o número de turistas (1.624.285) e o de excursionistas (1.807.902) aumentou 5,4% e 27,4%, respectivamente, em termos anuais, totalizando 3.432.187 visitantes em Macau, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC).

Por visitante entende-se qualquer pessoa que tenha viajado para Macau por um período inferior a um ano, um termo que se divide em turista (aquele que passa pelo menos uma noite) e excursionista (aquele que não pernoita). No mês passado, o período médio de permanência dos visitantes foi de 1,1 dias, menos 0,1 dias em termos anuais.

A maioria dos visitantes entrados em Macau, em Abril, era oriundo do interior da China (2.339.868), mais 13,5% comparativamente a igual período do ano passado.

Os visitantes de Hong Kong (696.902) e da Coreia do Sul (61.573) aumentaram 0,8% e 30%, respectivamente, enquanto o número dos visitantes oriundos de Taiwan (91.829) desceu 2,9%, em termos anuais.

Nos primeiros quatro meses do ano entraram na Região Administrativa Especial de Macau 13.791.945 visitantes, mais 19,9% em relação a igual período de 2018. Em 2018, Macau bateu o número recorde de turistas: 35,8 milhões, um aumento de 9,8% em relação a 2017.

23 Mai 2019

Presidente chinês alerta para dificuldades criadas pela guerra comercial com EUA

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, alertou ontem o povo chinês para os “riscos e desafios” da “situação difícil” criada pela guerra comercial com os EUA, de acordo com declarações divulgadas pela agência estatal Xinhua.

“O nosso país encontra-se numa fase de procurar oportunidades estratégicas para o desenvolvimento, mas a situação internacional está cada vez mais difícil”, disse o Presidente chinês, durante uma visita à província de Jiangxi, no sul do país.

Xi dirigiu-se aos cidadãos para os alertar para o contexto “complexo e desfavorável” que enfrenta a economia do país, incentivando-os a estar preparados para “superar riscos e desafios”.

As declarações de Xi ocorrem no momento em que a guerra comercial entre a China e os EUA continua numa escalada, sobretudo depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado sanções à empresa de tecnologia chinesa Huawei, considerando que a sua tecnologia de comunicações 5G coloca riscos de espionagem.

Empresas como a Google anunciaram esta semana que vão deixar de facilitar e permitir que a Huawei use o seu sistema operativo, Android, com o qual operam os telemóveis da empresa chinesa.

A Huawei terá agora três meses para a fase de transição facilitada pelo governo norte-americano, antes de ficar exposta às sanções anunciadas por Donald Trump. Outras empresas norte-americanas de processadores informáticos como a Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a empresa alemã Infineon Technologies e fabricantes de ‘chips’ como a US Micron Technology e Western Digital vão também deixar de fornecer a Huawei, cumprindo as instruções de Trump, o que pode atrasar os planos de adoção da rede 5G em todo o mundo.

A directora financeira e filha do fundador da Huawei, Meng Wanzhou, também se encontra em liberdade condicional sob fiança no Canadá, após ter sido detida naquele país a pedido dos EUA, que acusou a empresa chinesa de violar as sanções impostas ao Irão.

O fundador e CEO da Huawei, Ren Zhengfei, tentou minimizar as sanções dos Estados Unidos, dizendo que a sua empresa está vários anos à frente dos seus concorrentes, na tecnologia 5G.

23 Mai 2019

Portugal | O Clarim distinguido por divulgar cultura lusitana

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP) entrega hoje o diploma de sócio de mérito ao semanário católico O Clarim, pelo trabalho desenvolvido na divulgação da língua e da cultura portuguesas.

O diploma vai ser entregue ao director do jornal, o padre José Mandía, na sessão solene das comemorações do dia da SHIP, a realizar no salão nobre do Palácio da Independência, em Lisboa, numa cerimónia que deverá ser presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou O Clarim, em comunicado.

A SHIP é uma associação nacionalista “vocacionada para a valorização e divulgação dos valores da Portugalidade, muito particularmente na área das Ciências, Letras e Artes”, pode ler-se na mesma nota. A decisão de atribuir ao semanário a categoria de sócio de mérito foi tomada na Assembleia-geral da associação, que decorreu em 11 de Abril.

23 Mai 2019

Macau e Portugal juntos em investigação de medicina tradicional chinesa

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau expressou à Ministra da Saúde o desejo de promover com Portugal investigação na área da medicina tradicional chinesa, anunciaram ontem as autoridades.

A intenção foi transmitida a Marta Temido por Alexis Tam em Genebra, na Suíça, onde decorre até dia 28 a Assembleia Mundial da Saúde, órgão máximo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O governante “manifestou o desejo de haver uma cooperação mais estreita no futuro, para promover conjuntamente a investigação no campo da medicina tradicional e impulsionar o desenvolvimento dessa medicina e da medicina alternativa na Europa e em África”, pode ler-se na mesma nota.

A 27 de Março, o Governo de Macau revelou que pretendia registar, até ao final do ano, entre quatro e seis produtos de medicina tradicional chinesa em Moçambique, um “país piloto” no estudo da exportação desta área para o espaço lusófono e onde já está prevista a criação de um Centro de Medicina Chinesa.

A estratégia de ‘exportação’ da Medicina Tradicional Chinesa para os países lusófonos, utilizando também Portugal como porta de entrada para a Europa, e de Angola, mas sobretudo Moçambique para África, é encarada como um dos eixos centrais de actuação para 2019 pelas autoridades de Macau.

Êxito externo

A aposta tem sido marcada por algum sucesso nos países africanos de língua portuguesa, segundo o Governo de Macau, sobretudo na formação de médicos e terapeutas, com o território a definir um plano até 2019 que inclui a obtenção de licenças de comercialização de medicamentos e a criação do Centro de Medicina Chinesa de Moçambique.

Em Genebra, Alexis Tam manifestou ainda à Ministra da Saúde a vontade de conjugar esforços na “implementação do programa Hospital Twinning Partnerships entre Macau e os países de língua portuguesa e a formação de profissionais de saúde especializados”.

Recorde-se que a 26 de Abril, as autoridades de Macau e Timor-Leste lançaram o projecto denominado Hospital Twinning Partnerships, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” e em parceria com a OMS.

“Espera-se que esta parceria melhore a qualidade dos serviços de saúde em Timor-Leste, promova a qualificação das instituições e do pessoal de saúde locais e aprofunde a cooperação com os países de língua portuguesa na área da saúde”, declarou então Alexis Tam.

Macau prevê investir neste projecto cerca de um milhão de dólares. Lançado pela OMS em 2009, o programa tem como objectivo ajudar países menos desenvolvidos a melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde, através da partilha de experiências e apoio técnico de parceiros geminados.

Neste sentido, as autoridades do território vão ajudar Timor-Leste, que “ainda não tem um projecto sustentável na área da saúde”, a criar “um regime de medicina geral e a aperfeiçoar o mecanismo de prevenção de doenças”, segundo o director dos Serviços de Saúde de Macau.

23 Mai 2019

Aliados de Duterte dominam novo Senado nas Filipinas

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Eleitoral das Filipinas anunciou ontem, com vários dias de atraso, os resultados das eleições intercalares nas Filipinas, nas quais os aliados do Presidente Rodrigo Duterte esmagaram a oposição.

Os senadores que vão ocupar os 12 lugares da câmara alta, a mais influente e independente do país – o Senado, com um total de 24 lugares – foram apresentados numa cerimónia formal no Centro de Convenções Internacionais das Filipinas.

Com a oposição de fora, a agenda legislativa de Duterte, que inclui medidas controversas, como a reintrodução da pena de morte ou a redução da idade de responsabilidade criminal de 15 para os 12 anos, poderá prosseguir sem obstáculos.

A coligação partidária regional Hugpong ng Pagbabago, criada pela filha do chefe de Estado, Sara Duterte, conquistou nove dos 12 lugares em disputa no Senado. Os membros da coligação incluem vários amigos pessoais da família e ex-assessores da administração.

À cabeça dos “Magic 12”, como são conhecidos estes senadores, foi reeleita a senadora Cynthia Villar, aliada de Duterte e esposa de Manuel Villar, dono da maior fortuna do país.

O ex-assessor de Duterte Bong Go e o chefe da Polícia Nacional durante as operações mais sangrentas da guerra contra as drogas, Ronald de la Rosa, também obtiveram assentos. A oposição criticou a falta de experiência política dos dois novos senadores.

No topo
As eleições intercalares, realizadas em 13 de Maio, reforçaram o poder do Presidente filipino, que chegou a este escrutínio com uma popularidade superior a 80 por cento.
A jornalista filipina Maria Ressa, distinguida pela revista Time como uma das personalidades do ano em 2018, afirmou na sexta-feira, em Hong Kong, que estas eleições foram “um referendo à popularidade” de Duterte, que já prometeu reformar a Constituição filipina para permanecer mais tempo no poder. O mandato de seis anos de Duterte termina em 2022.
Cerca de 62 milhões de filipinos foram chamados a votar para escolher cerca de 18 mil cargos públicos.
O anúncio dos resultados foi adiado três vezes devido a problemas com as máquinas de contagem, o que provocou críticas de alguns sectores por falta de transparência.

23 Mai 2019

Alemanha | Dois activistas de Hong Kong com estatuto de refugiado

Fizeram parte dos confrontos com as forças policiais durante a manifestação em Fevereiro de 2016, conhecida como a “revolução das bolinhas de peixe”. Fugiram de Hong Kong em 2017 e são agora confirmados como refugiados a viver na Alemanha

 

[dropcap]D[/dropcap]ois activistas pró-democracia em Hong Kong, Ray Wong e Alan Li, procurados pelas autoridades daquela Região Administrativa Especial chinesa e antiga colónia britânica, receberam o estatuto de refugiados na Alemanha, declarou um deles à agência de notícias francesa AFP.

Ray Wong disse à AFP, por telefone, que havia fugido com Li para a Alemanha. A localização dos dois dissidentes chineses não era conhecida anteriormente.

O activista referiu que até mesmo a sua família não sabia onde estava até Maio de 2018, quando recebeu o estatuto de refugiado na Alemanha. Não ousou contactar os seus familiares antes por temer que as suas comunicações estivessem a ser objecto de vigilância pelas autoridades de Hong Kong.

Ray Wong e Alan Li, que participaram nos violentos confrontos com a polícia em 2016, deveriam ter comparecido diante da justiça sob a acusação de participação em tumultos, mas fugiram de Hong Kong em Novembro de 2017.

A justiça de Hong Kong emitiu mandados de prisão, mas entretanto, o julgamento foi realizado à revelia. Após deste julgamento em 2018, o activista pró-independência Edward Leung, também preso na manifestação de Fevereiro de 2016, conhecida como a “revolução das bolinhas de peixe”, foi condenado a seis anos de prisão.

O petisco esteve na origem de confrontos quando a polícia começou a fechar barracas de bolinhas na área pedestre de Mong Kok por não terem licença, tendo na ocasião sido registados confrontos entre os manifestantes e as forças policiais.

Lei polémica

Wong decidiu quebrar o silêncio por causa de um projecto do Governo de Hong Kong que autoriza a extradição para a China continental. “A coisa mais importante é continuar a falar e garantir que todo o mundo saiba que as pessoas em Hong Kong não aceitarão esta lei”, disse.

O projecto provocou grandes manifestações e a preocupação de empresas e Governos estrangeiros, já que poderia reduzir a atracção pelo centro financeiro. Hong Kong tem actualmente um sistema legal diferente do da China.

Wong, de 25 anos, que actualmente mora em Göttingen, na Alemanha, disse à AFP que deseja estudar filosofia e ciência política se o nível do seu alemão for considerado satisfatório.

O estatuto de refugiado permite a Wong e a Li viverem, trabalharem e estudarem na Alemanha por um período inicial de três anos, que pode ser prolongado.

Um porta-voz do Ministério do Interior alemão disse ontem aos jornalistas que “dois pedidos de asilo foram aceites em 2018” e que dizem respeito a pessoas de Hong Kong.

As manifestações em Fevereiro de 2016, marcadas por motins que deixaram muitos feridos no distrito comercial de Mong Kok, foram organizadas por activistas que pediam mais liberdade e até a independência, provocaram a ira de Pequim.

Ray Wong assegurou que desde então se tornou mais moderado. “No momento, eu não defendo a independência para Hong Kong”, disse.

23 Mai 2019

BNU | Anunciado novo serviço de pagamento em parceria com MacauPass

[dropcap]O[/dropcap]Banco Nacional Ultramarino (BNU) anunciou o lançamento de um novo serviço de pagamento digital para os clientes da instituição através de uma parceria com o MacauPass, que disponibiliza um cartão inteligente sem contacto.

“Os clientes do BNU podem agora associar uma das suas contas no BNU à aplicação MPay e começar a fazer carregamentos instantâneos da ‘wallet’ e pagamentos directos, para além de utilizar as outras funcionalidades já disponíveis na aplicação MPay”, informou a entidade bancária em comunicado.

O BNU adiantou que “este novo serviço está a ser muito bem aceite pelo mercado, contabilizando mais de 6.000 associações de contas (…) à ‘wallet’ da MPay em apenas seis dias”.

“Adicionalmente, a MPay esforça-se para atender às necessidades dos residentes locais, lançando uma versão em inglês (…), consistindo numa grande vantagem para os clientes do BNU dado o elevado número de expatriados que contam com o banco como principal parceiro financeiro”, pode ler-se na mesma nota.

“Os pagamentos digitais vieram para ficar e evoluíram de uma moda para uma necessidade básica diária, razão pela qual o BNU se tem esforçado por desenvolver novos métodos de pagamentos digitais através de diferentes plataformas e parceiros”, acrescentou a instituição.

23 Mai 2019

Moody’s decide manter ‘rating’ de Macau em Aa3

[dropcap]A[/dropcap] agência de notação financeira Moody’s decidiu ontem manter o ‘rating’ de Macau em Aa3, entre os melhores níveis, destacando a solidez das finanças públicas e os esforços de diversificação económica, alertando para o perigo da dependência do jogo.

“A grande e cada vez maior reserva orçamental e as almofadas externas vão continuar a dotar Macau de uma significativa capacidade de resistir aos choques futuros”, lê-se no relatório da Moodys, ontem divulgado.

“A continuação do progresso nos esforços de diversificação económica relativamente às actividades para além do jogo vão, ao longo do tempo, sustentar um crescimento menos volátil do PIB” de Macau, acrescenta a Moody’s na nota ontem divulgada, que salienta que, apesar dos bons indicadores, Macau continua dependente da política económica chinesa.

“O PIB de Macau está intimamente ligado ao crescimento dos visitantes chineses e por isso continua exposta a choques relacionados com os desenvolvimentos económicos, financeiros e políticos” no país, escrevem os analistas, alertando que “se o crescimento abrandar mais depressa do que a Moody’s actualmente prevê, o crescimento nos volumes dos sectores do jogo e não jogo podem abrandar significativamente ou tornarem-se mais voláteis”.

As medidas políticas na China podem minar a procura dos chineses pelo jogo e turismo em Macau, afectando negativamente a economia de Macau, como se comprovou entre 2014 e 2016″, quando uma série de medidas contra a corrupção fez descer o volume de jogadores e o montante das apostas, diminuindo as receitas de Macau.

Na nota, a Moody’s alerta ainda que “o potencial para uma escalada das tensões entre os Estados Unidos e a China podem causar um risco negativo para os operadores de jogo norte-americanos se se tornarem alvo de medidas retaliatórias”, mas sublinha que este é um cenário possível, mas pouco provável.

No que diz respeito à decisão de manter a Perspectiva de Evolução Económica no nível ‘Estável’, a Moody’s explica que isso resulta de dois riscos de crédito antagónicos: “Por um lado, o crescimento robusto sustentado no aumento das receitas do jogo e do turismo, a que acresce a abertura da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, pode aumentar” a boa saúde financeira de Macau.

No entanto, contrapõe a Moody’s, “a diversificação pode acabar por ser menos efectiva do que se prevê, deixando Macau exposto a choques, particularmente aqueles que estão relacionados com os desenvolvimentos políticos, económicos e financeiros” da China continental.

23 Mai 2019

Rádio Táxi | Falta de carros exigidos por dia resulta em multa

[dropcap]A[/dropcap] quantidade de veículos da Companhia de Serviços de Rádio Táxi em operação em diferentes alturas do dia, se não cumprir os números mínimos, pode resultar numa multa de 50 mil patacas.

Esta é uma das regras estabelecidas no contrato de concessão das 200 licenças especiais de táxis acordado com a Companhia de Serviços de Rádio Táxi, publicado ontem em Boletim Oficial. O contrato prevê multas que podem chegar às 100 mil patacas e estabelece igualmente critérios mínimos para linha de atendimento, apesar de não fixar punição em caso de incumprimento.

A concessão é válida por oito anos e a operação deve ter início no dia 1 de Dezembro, se não for este prazo não for respeitado a Rádio Táxi terá de desembolsar 50 mil patacas por cada dia de atraso. O contrato estabelece ainda a obrigação de os condutores terem formação, nomeadamente em línguas estrangeiras.

23 Mai 2019

Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019

[dropcap]O[/dropcap] músico e escritor Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019, foi ontem anunciado, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objectivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2018 o prémio distinguiu o escritor cabo-verdiano Germano Almeida, autor de “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, entre outras obras.

“Feliz e honrado”

Chico Buarque ficou “muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, o seu compatriota distinguido com o prémio em 2016. “Fiquei muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, refere a curta declaração divulgada pela assessoria de Chico Buarque.

O músico e escritor brasileiro fora já distinguido com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelos romances “Estorvo”, “Leite Derramado”, obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura (actual Prémio Oceanos), e por “Budapeste”.

Chico Buarque foi escolhido pelos jurados Clara Rowland e Manuel Frias Martins, professores universitários indicados pelo Ministério português da Cultura, pelo ensaísta António Cícero Correia Lima e pelo professor António Carlos Hohlfeldt, indicados pelo Governo brasileiro, pela professora angolana Ana Paula Tavares e pelo professor moçambicano Nataniel Ngomane.

Escritor, compositor e cantor, Francisco Buarque de Holanda nasceu em 19 de Junho de 1944, no Rio de Janeiro. Estreou-se no romance com “Estorvo”, em 1991, a que se seguiram “Benjamim”, “Budapeste”, “Leite Derramado” e “O Irmão Alemão”, publicado em 2014. Em 2017, venceu em França o prémio Roger Caillois pelo conjunto da obra literária.

22 Mai 2019

Engenharia | Portugal e China vão criar escola conjunta

[dropcap]P[/dropcap]ortugal e China vão criar uma escola conjunta que agregará a Universidade de Lisboa e a de Xangai e que será dedicada sobretudo às áreas de engenharia, disse ontem o reitor da Universidade de Lisboa.

“Se tudo correr bem, no próximo ano é já possível termos a ‘joint school’ a funcionar em Xangai”, disse à Lusa António Cruz Serra, à margem do encontro “Anos de cooperação entre Portugal e China”, a decorrer em Lisboa.

De acordo com o reitor, a ‘joint school’ permitirá aos alunos “fazer o curso em Xangai e parte em Lisboa”, sendo o grau académico atribuído pelas duas universidades.

O projecto encaixa-se no âmbito da cooperação entre instituições do ensino superior dos dois países que já “abrange 64 universidades chinesas”, referiu António Cruz Serra.

Em estudo está também a “criação de uma universidade conjunta”, desta vez incluindo um grupo privado, e que significa “uma participação em pé de igualdade da universidade estrangeira [neste caso, portuguesa] e da universidade chinesa”.

Um projecto que ainda terá de passar pela aprovação dos ministérios da Educação dos dois países, mas em que a China já tem experiência.

“São uma experiência chinesa desde o início do século XXI e começaram com universidades inglesas”, explicou o responsável da Universidade de Lisboa, adiantando que, neste caso “é mandatório ter um terço dos docentes de cada universidade”.

Actualmente, e de acordo com Cruz Serra, existem 1.100 alunos chineses em Portugal, dos quais cerca de 20 por cento estão na Universidade de Lisboa.

22 Mai 2019

Sun City é forte competidor para garantir licença em Macau

[dropcap]O[/dropcap] especialista de jogo Grant Govertsen disse ontem, em entrevista à Lusa, que o Sun City é um forte competidor para garantir uma licença de jogo em Macau no concurso público em 2022.

“Acho que o Sun City vai ter um lugar à mesa e vai ser considerado” e se isso acontecer fará com que que “os jogadores VIP regressem a Macau”, afirmou o analista da Union Gaming, à margem da 13.ª Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), que decorre em Macau.

Por outro lado, “isso seria mau para os actuais operadores” porque iria fazer com que os negócios que agora são feitos por eles passariam a ser feitos pelo Sun City, frisou.

No ano passado, as receitas geradas pelo jogo ‘VIP’ em Macau foram de 166,097 mil milhões de patacas, 54,8 por cento do total arrecadado pelos casinos de Macau ao longo de 2018.

Contudo, as receitas dos casinos em Macau caíram 2,4 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo de 2018, e em Abril caíram 8,3%, de acordo com os últimos dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau.

Uma das principais razões para a quebra das receitas dos casinos prende-se com a diminuição das receitas angariadas nas salas de grandes apostas, tradicionalmente frequentadas pelos jogadores VIP: no primeiro trimestre deste ano, o jogo `VIP` sofreu uma redução de 13,4 por cento, em relação ao período homólogo do ano passado, no qual tinha atingido 42,95 mil milhões de patacas.

À espreita

O director executivo do grupo Sun City anunciou ontem também em entrevista à agência Lusa que pretende concorrer às concessões de novas licenças de jogo em Macau, em 2022.

“Até agora só houve rumores, não há ainda um comentário oficial [por parte do Governo de Macau], mas se houver alguma hipótese de participarmos no concurso público, adorávamos entrar na licitação sobre as concessões”, disse Andrew Lo à Lusa.

O Sun City é a maior empresa do mundo de angariadores de jogadores [‘junkets’] de grandes apostas, com mais de 40 por cento do mercado das apostas VIP na capital mundial do jogo, com 17 salas VIP no território e está presente em todos os grandes operadores na capital mundial do jogo, Melco, MGM, Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Galaxy e Wynn.

22 Mai 2019