China pede aos EUA para evitarem novas medidas contra interesses de Pequim

[dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros da China pediu aos Estados Unidos para não irem “longe demais” e para evitarem novas “medidas prejudiciais” que atentam contra os interesses chineses durante uma conversa telefónica com o chefe da diplomacia dos EUA.

Durante a conversa com Mike Pompeo, Wang Yi expressou a sua firme oposição ao decreto emitido na semana passada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que proíbe o uso de equipamentos tecnológicos de empresas que supostamente tentam espiar o país, o que poderá, na prática, restringir os negócios de empresas como a Huawei, podia ler-se na imprensa chinesa de ontem.

“Os EUA devem mudar de curso para evitar danos maior nos laços bilaterais em Maio, porque a cooperação é a única opção correcta para os dois países”, afirmou Wang durante a conversa telefónica que ocorreu no sábado, segundo o jornal diário China Daily.

O pedido ocorre depois do anúncio da ordem executiva de Trump contra os “adversários estrangeiros” dos Estados Unidos, embora não nomeie especificamente a China, um país com o qual mantém uma disputa comercial.

As negociações para acabar com a guerra comercial ainda não chegaram a um fim, após mais de dez rondas de encontros, mas não há sinal de resolução a curto prazo após a imposição mútua de tarifas e a troca de acusações dos últimos dias.

“A China sempre esteve disposta a resolver disputas económicas e comerciais por meio de negociações e consultas que, no entanto, devem ser conduzidas com base na igualdade”, disse Wang, acrescentando que a China, como em qualquer outra negociação, deve “salvaguardar os seus interesses legítimos, responder aos apelos do seu povo e defender as regras básicas das relações internacionais”.

De acordo com o jornal estatal, os dois lados também trocaram opiniões sobre o mais recente desenvolvimento da questão iraniana, em torno da qual Wang enfatizou que a China está comprometida com a desnuclearização, paz e estabilidade no Médio Oriente.

“Esperamos que todas as partes ajam com contenção e cautela, a fim de evitar o aumento das tensões”, conclui Wang, citado pelo diário chinês.

20 Mai 2019

Índia concluiu ontem legislativas com mais de 100 milhões de eleitores chamados às urnas

[dropcap]M[/dropcap]ais de 100 milhões de eleitores votaram ontem, em oito regiões da Índia, na sétima e derradeira fase das eleições legislativas, que tiveram início em 11 de Abril, com o primeiro-ministro Narendra Modi como recandidato a novo mandato.

As urnas abriram às 07:00 locais em quase 113 mil escolas e, na primeira hora e meia, registaram uma participação de 10,2% de votantes, liderada pelo remoto Estado de Jharkhand, no leste do país, com 15% de participação, segundo dados da Comissão Eleitoral da Índia (ECI, na sigla em inglês), citada pela agência noticiosa Efe.

Nesta última fase eleitoral serão eleitos 59 dos 543 lugares na Assembleia do Povo (Lok Sabha), do parlamento indiano, escolhidos em várias regiões da metade norte do país, incluindo diversos distritos do estado de Uttar Pradesh, o mais populoso com quase 200 milhões de habitantes.

O primeiro-ministro Narendra Modi, do partido Bharatiya Janata (BJP), apontado como o candidato favorito, concorre por Benares, a sagrada cidade hindu de Uttar Pradesh.

Numa mensagem na sua conta no Twitter, o governante apelou a uma participação recorde nesta última fase eleitoral, notando que cada voto “irá moldar a trajetória de desenvolvimento da Índia nos próximos anos”.

O líder nacionalista hindu acordou hoje numa gruta no estado de Uttarakhand, no norte do país, onde passou a noite a meditar, envergando um manto laranja.

Há mais de dois mil partidos registados na Índia e entre os principais que concorrem neste sufrágio, além do BJP, no poder, está o Congresso Nacional Indiano (conhecido como Partido do Congresso), liderado por Rahul Gandhi.

A votação de ontem também decorre no distrito eleitoral de Modi, Varanasi, uma cidade sagrada hindu onde foi eleito em 2014 com uma margem impressionante de mais de 200.000 votos.

Na capital de Bengala Ocidental, Calcutá, os eleitores fizeram fila à porta das assembleias de voto desde o início da manhã para evitar o calor escaldante, perante a vigilância das autoridades, para evitar eventuais episódios de violência.

A minoria muçulmana, que representa cerca de 14% dos 1,3 mil milhões de habitantes da Índia, criticou Modi pela sua agenda nacionalista hindu. Em Varanasi, os leitores também acorreram cedo às assembleias de voto, como Ramesh Kumar Singh, um dos primeiros a votar, que se mostrou surpreendido “ao ver o entusiasmo entre os eleitores”.

“Houve longas filas de pessoas esperando pacientemente para votar, o que é um bom sinal para a democracia”, afirmou, citado pela Efe. A contagem de votos está agendada para 23 de maio.

Com cerca de 1,3 mil milhões de habitantes, 29 Estados e sete territórios, a maior democracia do mundo conclui hoje um processo para o qual foram activadas um milhão de assembleias eleitorais, 100.000 a mais do que nas eleições de 2014.

O número de eleitores também tem crescido ao longo dos últimos cinco anos, passando de 814 milhões para 900 milhões, o que representa a inclusão de 86 milhões de jovens que puderam votar pela primeira vez, de acordo com a ECI.

20 Mai 2019

Património | Filho de Stanley Ho pode ser investigado devido a inscrições numa parede

[dropcap]D[/dropcap]epois do extravagante pedido de casamento de Mario Ho, filho de Stanley Ho e Angela Leong, o filho do magnata e da deputada pode estar em sarilhos por ter feito uma inscrição numa parede da Travessa da Paixão, nas traseiras das Ruínas de São Paulo.

Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, referiu à comunicação social que a mensagem pode ser investigada por ter sido feita numa zona protegida como património mundial da humanidade da UNESCO. A mensagem de Mario Ho, dirigida à namorada, agora noiva, perguntava se havia hipóteses de ficaram juntos, com as opções “sim” e “não” assinaláveis com cruz.

O acto pode vir a ter consequências uma vez que Helena de Senna Fernandes referiu que a Direcção dos Serviços de Turismo vai analisar se existe matéria digna para investigação que apure se foram violadas leis. Além disso, a inscrição na parede foi feita durante uma produção audiovisual para a qual não foi pedida autorização.

20 Mai 2019

Benfica | Adeptos apontam Bruno Lage como grande obreiro do título

[dropcap]O[/dropcap] treinador do Benfica, Bruno Lage, que guiou os ‘encarnados’ à 37.º vitória do clube na I Liga de futebol, foi, no sábado, apontado pelos adeptos como o principal responsável pelo título nacional.

De acordo com os adeptos ouvidos pela Lusa na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, onde muitos milhares aguardavam ainda a chegada da equipa para a festa, o treinador de 43 anos, que apenas assumiu o comando técnico em Janeiro, recebeu todos os elogios pelo feito e por ter devolvido a confiança à massa associativa quando o Benfica estava a sete pontos do primeiro lugar.

“Foi sofrer até ao fim, mas quando recuperámos o primeiro lugar sentimos que viríamos aqui. [O principal responsável] Foi o ‘mister’ Bruno Lage. Sempre tivemos fé na equipa, mas a sete pontos era complicado. Sem retirar mérito a Rui Vitória, sentíamos um afastamento da equipa dos adeptos e o Bruno Lage veio reatar esse amor que estava algo apagado”, afirmou Vanessa Alcobia, que veio de Queluz para a festa do título ‘encarnado’.

De Paris para o Marquês de Pombal veio Micael Martins. Com a camisola do Benfica e a pronúncia francesa bem vincada, este jovem adepto revelou não ter hesitado na ideia de vir para Lisboa no fim do campeonato, depois de ver a equipa sair vencedora (2-1) do jogo com o FC Porto, no Estádio do Dragão, no Porto.

“Venho de Paris. Vim cá uns dias, mas sabia que íamos ser campeões. Sabia que íamos ser campeões, por isso vim de propósito. O jogo no Dragão foi o momento em que soube que íamos ser campeões. Agora é festejar, depois vê-se quando voltamos. Espero estar aqui, neste mesmo lugar, no próximo ano”, disse, acrescentando: “O grande responsável pela vitória foi Bruno Lage. Ele mudou tudo e fez uma segunda volta espetacular”.

Factor de união

Já Paulo Lopes, que veio para a festa acompanhado da esposa e dos dois filhos, de dois e cinco anos, enalteceu o treinador do Benfica por “unir a equipa e ter sido a pessoa essencial para reunir as forças do Benfica”, mas destacou também o papel do presidente do clube.

“Luís Filipe Vieira apostou sempre no clube, num treinador novo, nos jogadores e em todos os benfiquistas. Em Janeiro ninguém acreditava, hoje estamos aqui e para o ano logo se vê”, frisou, apontando o veterano avançado brasileiro Jonas, de 35 anos, como “o melhor” do plantel.

Por fim, João Catarino, acompanhado da filha Sara, partilhou o mérito da conquista do 37.º título “por todos os jogadores, o treinador e o presidente”, reconhecendo ainda que “será complicado” segurar algumas das maiores promessas ‘encarnadas’ e que o momento mais marcante surgiu com o triunfo sobre os ‘dragões’.

“Não estava confiante, era muito difícil dar a volta à situação e felizmente conseguimos. Creio que o momento decisivo foi ganharmos em casa do FC Porto”, observou.

O Benfica venceu sábado o Santa Clara, por 4-1, em jogo da 34ª jornada, e selou a conquista da I Liga com 87 pontos, mais dois do que o FC Porto, naquele que foi o 37.º título da sua história.

“Mais do que merecido”

O treinador do Benfica, Bruno Lage, considerou sábado o título de campeão nacional da I Liga de futebol “mais do que merecido” e pediu aos adeptos para darem “mérito a quem ganha”, nas celebrações do campeonato, em Lisboa. “Chegámos justamente ao título, é mais do que merecido.

Que este título, que estava perdido, seja também a forma de dar mérito a quem ganha. Quando os adversários ganharem, temos de lhes dar mérito. Só assim eles nos darão mérito a nós”, disse Bruno Lage, perante centenas de milhares de adeptos, na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. O técnico, de 43 anos, pediu também aos adeptos a mesma exigência que apresentam à equipa da Luz em outros assuntos da sociedade, de forma a “reconquistar os valores de Portugal”.

“Há coisas mais importantes do que o futebol, se vocês tiverem esta mesma exigência noutros temas da sociedade portuguesa, o nosso país vai ser melhor. Vamos reconquistar os valores de Portugal”, pediu. Bruno Lage agradeceu também aos adeptos e ao presidente dos ‘encarnados’, Luís Filipe Vieira, pela “oportunidade de ser treinador” da equipa principal do Benfica, mas sobretudo aos jogadores, em especial Jonas, que foi “um exemplo”.

20 Mai 2019

Xangai | Estudantes vão aprender português em Coimbra

[dropcap]O[/dropcap]s alunos da Universidade de Fudan, em Xangai, vão poder frequentar cursos intensivos de Verão de língua portuguesa na Universidade de Coimbra, após a assinatura de acordos entre as duas instituições.

Na cerimónia de assinatura, Qu Weiguo, director da Faculdade de Línguas e Cultura Estrangeiras da Universidade de Fudan, salientou o crescente interesse dos alunos chineses na aprendizagem do português, segundo um comunicado divulgado ontem pelo Consulado-Geral de Portugal em Xangai.

Os protocolos abrem ainda portas ao intercâmbio de alunos, professores e investigadores com a Universidade de Fudan, “uma das mais prestigiadas instituições de ensino superior da China”, disse à agência Lusa o vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da Universidade de Coimbra, João Nuno Calvão da Silva.

No mês passado, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Estudos Internacionais de Pequim formalizaram a criação do Centro de Estudos sobre a China e os Países de Língua Portuguesa.

A universidade portuguesa criou no ano passado a Academia Sino-Lusófona e o Centro de Estudos Chineses, em parceria com a Academia Chinesa de Ciências Sociais, e desde 2016 que conta com um Instituto Confúcio.

Os acordos com a Universidade de Fudan foram assinados na sexta-feira passada em Xangai, 10 dias após o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa ter passado pela cidade chinesa.

20 Mai 2019

Taiwan | Legalizado casamento entre pessoas do mesmo sexo

[dropcap]O[/dropcap] parlamento de Taiwan legalizou sexta-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que acontece pela primeira vez na Ásia, dois anos após uma decisão histórica do mais alto tribunal da Ilha Formosa.

Os deputados taiwaneses aprovaram por larga maioria uma lei que permite que casais do mesmo sexo formem “uniões permanentes exclusivas” e uma cláusula que lhes permite solicitar a inscrição pela administração no registo de casamentos.

Em Maio de 2017, o Tribunal Constitucional de Taiwan emitiu um acórdão que julgava inconstitucional privar casais do mesmo sexo do direito de se casarem. O Tribunal deu então até 24 de Maio de 2019 ao Governo para alterar a lei.

A menos de uma semana da fatídica data, o parlamento foi chamado sexta-feira, Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, a pronunciar-se sobre três projectos concorrentes sobre a questão das uniões homossexuais.

O texto mais progressista foi apresentado pelo Governo da Presidente Tsai Ing-wen, o único que usava a palavra casamento.

20 Mai 2019

Jogo | Analistas da Standard & Poor’s defendem aposta nas massas

Analistas da Standard & Poor’s defendem a massificação do jogo em detrimento das apostas VIP. A ideia tem por base conseguir um retorno que apesar de menor, consegue ser constante. Já a renovação de licenças, deverá acontecer mesmo em 2022, consideram, e não devem ser alargadas a mais operadoras

 

[dropcap]O[/dropcap]s analistas da Standard & Poor’s (S&P) que seguem Macau disseram à Lusa que a aposta na massificação do jogo em detrimento dos grandes jogadores é uma tendência positiva para o Governo e para os operadores.

“A percentagem de grandes jogadores face aos jogadores em massa tem vindo a diminuir, ficou abaixo dos 50 por cento no princípio deste ano, quando antes a relação era de mais de 70 jogadores VIP para 30 jogadores em massa, e isso, na nossa perspectiva, é de salutar”, disse a vice-directora da análise de ‘rating’ empresarial da região Ásia Pacífico, Sandy Lim.

A analista explicou que “a primeira vantagem do aumento dos jogadores em massa e diminuição dos jogadores VIP tem que ver com a volatilidade destes gastos, que estão ligados à liquidez, aos angariadores e ao sentimento geral da macroeconomia, ao passo que os jogadores com menos poder financeiro, apesar de também estarem dependentes de vários factores, têm um comportamento mais estável.

“O ‘mix’ é mais salutar porque há mais estabilidade, os gastos podem crescer pouco, mas crescer constantemente e de forma sustentada”, argumentou a directora do departamento de análise de ‘rating’ empresarial, Sophie Lin.

Margens maiores

Além da menor volatilidade, o aumento da percentagem de jogadores oriunda da classe média tem a ver com as margens: “Os angariadores de grandes apostadores [‘junckets’, no original em inglês] representam 5 a 15 por cento da receita das operadoras, enquanto as margens para os jogadores em massa andam nos 25 a 40 por cento, por isso são muitos mais lucrativos para as operadoras”, argumentou Sandy Lim.

Questionada sobre a evolução a curto prazo desta relação entre o número de jogadores VIP e jogadores da classe média, os analistas responderam que “apesar de poder haver alterações de trimestre para trimestre, a percentagem de jogadores VIP vai continuar a diminuir e os jogadores em massa vão valer mais de 50 por cento, crescendo de forma sustentada”.

O objectivo do Governo e também dos operadores “é promover mais receitas vindas dos jogadores em massa e menos dos jogadores VIP”, concluíram.

Recorde-se que as receitas dos casinos em Macau caíram 2,4 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo de 2018, e em Abril caíram 8,3 por cento, de acordo com os últimos dados da Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau. Uma das principais razões para a quebra das receitas dos casinos prende-se com a diminuição das receitas angariadas nas salas de grandes apostas, tradicionalmente frequentadas pelos ‘jogadores VIP’: no primeiro trimestre deste ano, o jogo ‘VIP’ sofreu uma redução de 13,4 por cento, em relação ao período homólogo do ano passado, no qual tinha atingido 42,95 mil milhões de patacas.

Licenças em 2022

Standard & Poor’s antecipam ainda que o Governo vá renovar, em 2022, a concessão da licença de jogo aos seis operadores no território.

“O nosso cenário base de análise é que as operadoras de jogo que cobrimos na nossa análise vão conseguir renovar a licença, baseado no histórico de forte investimento na indústria e na sociedade, e também no esforço que estão a fazer para aumentarem a proporção de investimentos no sector ‘não jogo’ e na massificação dos jogadores, por oposição aos jogadores VIP”, disse a directora do departamento de análise de ‘rating’ empresarial, Sophie Lin.

“Quando os operadores falarem com o Governo sobre a renovação das concessões, já têm argumentos para mostrar que têm sido bons cidadãos e que têm cumprido as recomendações feitas nos acordos de concessão em vigor”, acrescentou.

Questionada sobre que alterações podem surgir no âmbito da renegociação dos contratos, Sophie Lin lembrou o exemplo de Singapura e apontou que é previsível que Macau force um aumento do investimento das operadoras em áreas não directamente ligadas ao jogo, como as infraestruturas, e também um maior envolvimento no financiamento do sistema de pensões.

Os do costume

Quanto à eventual entrada em cena de novos operadores em Macau, S&P não antecipa esse cenário, considerando que, mais importante do que a eventual nova concorrência, que teria de ter capacidade para competir com seis casinos já instalados e em plena actividade, “para os operadores a questão é saber se conseguem fazer crescer o seu próprio negócio”, abrindo mais casinos e expandindo as outras actividades turísticas.

Questionada sobre se o facto de os casinos serem propriedade de empresas norte-americanas poder ter influência na decisão do Governo de Macau, num contexto da tensão comercial entre os EUA e a China, Sandy Lim diz que não. “Diria que o ponto não é serem ou não dos EUA, mas sim terem a capacidade de ajudar Macau a investir na indústria não jogo e de melhorar a vida das pessoas, mais do que a nacionalidade dos donos dos casinos”, argumentou.

“Do nosso ponto de vista, a haver impacto da tensão comercial entre os EUA e a China, ele será apenas indirecto; a indústria do jogo pode ser impactada pela volatilidade da moeda e pelas taxas de juro, que afectam a capacidade de aceder aos mercados financeiros, o que é importante porque as operadores usam a emissão de dívida para financiar o desenvolvimento”, acrescentou.

20 Mai 2019

Criador da pirâmide do Louvre morreu aos 102 anos

[dropcap]O[/dropcap] arquitecto sino-americano Ieoh Ming Pei, criador de vários edifícios emblemáticos, como a Pirâmide do Louvre, em Paris, ou Banco da China em Hong Kong, morreu aos 102 anos, foi hoje anunciado.

Nascido em Guangzhou em 26 de Abril de 1917, Ieoh Ming Pei chegou aos Estados Unidos da América em 1935 e adquiriu uma reputação de nível mundial a partir da década de 80, acumulando diversos prémios internacionais, como o Prémio Pritzker, por muitos considerado o Nobel da Arquitectura, ou o ‘Praemium Imperiale’.

O arquitecto morreu na noite de quarta para quinta-feira, anunciou o jornal New York Times, que cita o seu filho Chien Chung Pei. A Pirâmide do Museu do Louvre, em Paris, terminada em 1989, é a sua obra mais conhecida, tornando-se um local de referência da capital francesa.

17 Mai 2019

Jornalista filipina denuncia intimidação dos que lutam pela verdade e democracia

[dropcap]A[/dropcap] jornalista filipina Maria Ressa, detida duas vezes no país por ‘ciber-difamação’, contestou hoje aquilo que classificou de intimidação e assédio contra os jornalistas que tentam salvar a democracia com “uma única arma”, a verdade.

“A maior batalha da nossa geração é a batalha pela verdade. E os jornalistas estão na linha da frente [dessa luta]. Estamos a ser atacados”, advertiu a jornalista distinguida pela revista Time em 2018 como “personalidade do ano”.

Ressa teve de pedir permissão às autoridades filipinas para estar presente esta tarde no Clube dos Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong, para uma palestra transmitida em directo pela rede social Facebook.

A directora do ‘site’ noticioso Rappler, que é já um dos mais influentes nas Filipinas, trava uma luta judicial contra o Governo do Presidente Rodrigo Duterte, que acusou o portal de ‘ciber-difamação’ e de ser financiado pelos Estados Unidos.

“A lei foi armada contra nós… e achei que era tão absurda que as pessoas não a apoiariam”, lamentou, numa sessão marcada pelo poder das redes sociais, a emergência do populismo, as recentes eleições nas Filipinas e as ameaças à liberdade de imprensa.

A antiga correspondente da CNN no Sudeste Asiático referia-se à lei pela qual está a ser processada, aprovada meses após a publicação da notícia em causa, que data de 2012, ano em que nasceu a Rappler.

“É uma intimidação, um assédio, foi feita para nos afastar dos nossos recursos”, disse. A Rappler, que nasceu como um projecto inovador e tecnológico para capturar o público jovem e recuperar a essência do jornalismo, tornou públicos vários escândalos sobre o Governo e foi pioneira em denunciar vários abusos da controversa guerra contra as drogas de Duterte.

Questionada sobre os desafios trazidos pela revolução digital e o impacto nos novos media, a veterana considerou que o cenário tem tanto de entusiasmante como de preocupante, mas que é essa dualidade que a motiva.

“A tecnologia é ao mesmo ao mesmo tempo a maldição e a salvação do nosso tempo. Temos de olhar de perto para ela”, afirmou a jornalista, salientando que “não se deve deixá-la apenas nas mãos de programadores e das redes sociais”.

“Quando dizes uma mentira um milhão de vezes, torna-se verdade. Isso acontece nas redes sociais”, sustentou.

A solução para o jornalismo a nível global reside então naquilo a que chamou de “um ‘mix’: “Temos de ser tão especialistas em tecnologia como em jornalismo”, defendeu.

Maria Ressa e a equipa do Rappler estão actualmente a elaborar uma nova plataforma tecnológica, para a qual lançaram uma campanha de ‘crowdfunding’, “a maior já feita nas Filipinas”, saudou.

Sobre as recentes eleições intercalares nas Filipinas, das quais poderá sair o reforço à institucionalização da promessa de Duterte em restaurar a pena de morte e em reformar a Constituição filipina, Ressa mostrou-se desapontada com os resultados preliminares.

“Pela primeira vez desde 1937, nenhum candidato da oposição obteve um assento no Senado”, lamentou, referindo-se à contagem parcial e ainda não oficial dos resultados, cujo escrutínio já ronda os 98%.

“É um referendo à popularidade” de Duterte, um Presidente “muito popular” e “muito forte”, que só pode ficar no poder se, tal como já prometeu, reformar a Constituição filipina.

Sem um assento da oposição no Senado, essa possibilidade tornar-se ia mais real, já que o Senado “foi o único órgão que desde a eleição de Duterte pôs um travão a algumas das iniciativas presidenciais mais controversas, como a pena de morte”, lembrou.

Se Duterte consolidar o poder, Ressa só vê uma saída, a colaboração activa entre jornalistas e activistas para “proteger os direitos ainda garantidos pela Constituição”.

“Ao olhar para os resultados, questiono os nossos valores. Demos luz verde a uma brutal guerra contra as drogas, que já matou, segundo a ONU, 270.000 filipinos desde Julho de 2016” questionou.

“Queremos que os nossos filhos se tornem misóginos e sexistas? Porque é isso que o nosso Presidente faz”, frisou, debruçando-se sobre o “enorme poder dos líderes” mundiais, dando o exemplo do Presidente norte-americano, Donald Trump, e da primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Arden.

Não obstante, Ressa apontou uma qualidade ao chefe de Estado filipino: a adesão às urnas em 2016. Já na sessão de perguntas e respostas, Maria Ressa, que se tornou na Ásia e um pouco por todo o mundo um símbolo da liberdade de expressão e da luta contra as ‘fake news’, sublinhou que a “única arma” de um jornalista “é contar a verdade”.

“Eu escrevo notícias. Não quero ser a notícia. Mas, ao mesmo tempo, quando os meus direitos são violados, isso dá-me força (…) e não queria que o facto de ser jornalista implicasse não erguer a minha voz”, defendeu. “Ainda podemos vencer esta batalha. Ainda podemos proteger a democracia”, disse.

17 Mai 2019

Função Pública | Sónia Chan vai reunir com representantes da ATFPM

[dropcap]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, vai reunir no próximo dia 24 com a Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). No encontro vão ser discutidos aspectos ligados às dificuldades do exame de acesso à função pública, aponta um comunicado da ATFPM.

Em causa está o grande número de questões a serem respondidas num curto espaço de tempo. “Um total de 60 questões para um total de 100 valores a serem realizadas na hora e meia de prova estabelecida o que dava um minuto e meio para cada resposta”, aponta a ATPFM no pedido de reunião à secretária.

Por outro lado, segundo os candidatos, o exame realizado em língua portuguesa apresentou falhas de tradução. “O pouco cuidado na tradução do exame para português, sem uma revisão pensada e sem ter em conta as diferenças linguísticas parece revelar desconsideração para com os candidatos” lê-se.

17 Mai 2019

China confirmou detenção de canadianos acusados de espionagem

[dropcap]A[/dropcap] China confirmou ontem que deteve dois canadianos suspeitos de espionagem e o Governo canadiano já exigiu a sua “libertação imediata”, numa escalada de crise diplomática entre os dois países.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang, disse ontem que Michael Kovrig e Michael Spavor, oriundos do Canadá, foram detidos em Dezembro de 2018, suspeitos de roubar segredos de Estado, numa manobra entendida como procurando exercer pressão sobre aquele país, com quem existe um conflito diplomático.

O Governo do Canadá já sabia desta detenção e estava a acompanhar o processo. Ontem, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Canadá, disse que “condena veementemente as prisões arbitrárias” e exigiu a “libertação imediata” dos dois cidadãos.

“Sempre agimos de acordo com a lei e esperamos que o Canadá não faça comentários irresponsáveis sobre o nosso sistema legal”, disse Lu Kang.

Kovrig é um antigo diplomata canadiano, investigador do ‘think tank’ Internacional Crisis Group, e Spavor é um empresário com um longo historial de contactos com a Coreia do Norte.

A China já os tinha indiciado de estarem a conspirar para roubar segredos de Estado e efectivou a sua detenção, em Dezembro de 2018, para serem levados a tribunal.

A sua detenção aconteceu poucos dias depois de Meng Wanzhou, executivas e filha do fundador da empresa de tecnologia de comunicação Huawei, ter sido detida em Vancouver, no Canadá, em 1 de Dezembro, a pedido das autoridades norte-americanas, que exigiram a sua extradição para ser julgada por acusações de fraude.

Meng foi acusada de mentir sobre negociações da Huawei com o Irão, violando sanções impostas pelos EUA àquele país árabe.

O advogado da executiva da empresa de telecomunicações argumentou que os comentários do Presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a Huwaei sugerem que o caso contra Meng tem “motivações políticas”.

Repúdio nacional

A detenção dos dois cidadãos do Canadá, ontem confirmada pela China, está a ser lida pelo Ocidente como uma represália pelo caso que envolve Meng, que já foi libertada sob fiança e se mantém no Canadá à espera de uma decisão sobre o pedido de extradição por parte dos EUA.

O Governo chinês não revelou onde os dois canadianos estão detidos e confirmou que não tiveram acesso a um advogado, embora tenham tido visitas consulares mensais, a última das quais aconteceu esta semana.

Uma fonte oficial do Governo do Canadá disse em Março que os dois homens estavam a ser sujeitos a interrogatórios quase diários e o Parlamento canadiano já tinha repudiado esta situação, denunciado as condições de detenção “totalmente inaceitáveis”.

A justiça chinesa condenou à morte nos últimos meses dois outros canadianos considerados culpados de tráfico de drogas.

17 Mai 2019

AMCM | Reservas cambiais aumentam ligeiramente em Abril

[dropcap]A[/dropcap]s estimativas preliminares da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) quanto às reservas cambiais da RAEM apontam para um valor de 164,7 mil milhões de patacas no final de Abril de 2019, de acordo com informação divulgada ontem.

O montante registado representa 0,9 por cento de crescimento face aos dados rectificados do mês anterior, que atingiram os 163,3 mil milhões de patacas. No final de Abril de 2019, as reservas cambiais da RAEM registaram cerca de 10 vezes em relação à circulação monetária, ou 80,5 por cento do agregado monetário M2 em MOP, no final de Março de 2019.

A taxa de câmbio efectiva da pataca, ponderadas as quotas do comércio, foi de 105,9 em Abril de 2019, registando crescimentos de 0,34 pontos e 5,28 pontos, respectivamente, sobre os dados do mês anterior e relativos a Abril de 2018. O que significa que, globalmente, a pataca subiu face às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau.

17 Mai 2019

Último volume de “Manuel da Silva Mendes: Memória e Pensamento” lançado na quarta-feira

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha apadrinha no próximo dia 22, quarta-feira às 18h30, o lançamento do terceiro e derradeiro volume de “Manuel da Silva Mendes: Memória e Pensamento”, a colectânea coordenada por António Aresta e Rogério Beltrão Coelho. A apresentação da obra vai estar a cargo de Carlos Botão Alves.

“Conclui-se, com a publicação deste volume de “Manuel da Silva Mendes: Memória e Pensamento” – pode ler-se na Nota Prévia – um ambicioso projecto de contribuir para dar a conhecer um dos maiores vultos portugueses da Cultura em Macau – senão o maior – desde o início do século XX”.

O terceiro e derradeiro volume, abre com as comunicações dos lançamentos do primeiro volume em Macau e do segundo em Lisboa e um testemunho de família, da bisneta Maria dos Anjos da Silva Mendes

A edição volta a reunir ensaios e estudos sobre Silva Mendes e o que escreveu, em Portugal, na Imprensa e em livro, antes de vir para Macau. A par da colaboração dispersa pelos jornais de Vila Nova de Famalicão, reedita-se a Introdução (com o título “Os predecessores do socialismo científico”) da sua obra “Socialismo Libertário ou Anarchismo”, publicada em 1896; e o Prólogo e o Prefácio da tradução do poema de Schiller, “Guilherme Tell”, de 1898.

Seguem-se as crónicas sobre Portugal e o Mundo publicadas na Imprensa de Macau; uma palestra sobre “Os tempos da dinastia Chao”, proferida no Clube de Macau, em 12 de Dezembro de 1920, para assinalar o aparecimento do Instituto de Macau, do qual Silva Mendes foi fundador e, à altura, o primeiro presidente.

Cartas de Silva Mendes a Bernardino Machado e a amigos de Macau; documentos diversos; um registo fotográfico e o manuscrito integral do texto sobre “O bonzo Sek Kin Seng”, dado a conhecer por Caetano Soares, completam este o volume.

Para os coordenadores da colectânea, António Aresta e Rogério Beltrão Coelho, “ficou fora desta edição, mas não da cogitação dos organizadores, todo o espólio de natureza jurídica, cujo acesso, por motivos vários, não foi de todo facilitado. A colaboração não assinada, na imprensa de Macau, como já tinha sido assinalado por Luís Gonzaga Gomes, está irremediavelmente perdida”.

“Manuel da Silva Mendes: Memória e Pensamento” é uma edição de Livros do Oriente, integrada no programa de actividades da Associação Amigos do Livro em Macau, entidade a favor da qual revertem as receitas da venda em Macau.

17 Mai 2019

Coreia do Sul | Seul ainda sem agenda para a visita de Donald Trump

Donald Trump e Moon Jae-in vão encontrar-se em Junho, em Seul, para abordar a desnuclearização da península coreana. Este será o segundo encontro dos dois líderes depois do fracasso das negociações entre os EUA e a Coreia do Norte em Fevereiro passado

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo sul-coreano disse ontem que ainda não há formato ou agenda para a recém-anunciada visita do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Coreia do Sul no final de Junho para discutir a questão nuclear norte-coreana.

Donald Trump vai reunir-se com o homólogo sul coreano Moon Jae-in durante a visita, que ainda não tem data, mas ocorrerá antes ou depois da viagem do Presidente dos Estados Unidos (EUA) a Osaka (Japão), onde se realiza em 28 e 29 de Junho a cimeira dos líderes do G20.

“Não temos nenhuma informação a fornecer sobre questões como o formato e agenda da visita”, disse o porta-voz presidencial sul-coreano Ko Min-jung em conferência de imprensa.

“Os dois líderes planeiam falar sobre as formas de estabelecer um regime permanente de paz através da desnuclearização da península e do fortalecimento da aliança entre a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e os EUA”, afirmou.

A Casa Branca confirmou na quarta-feira, que os Presidentes dos EUA e da Coreia do Sul vão reunir-se em Junho, em Seul, para discutir a questão nuclear norte-coreana, actualmente num impasse.

Elo de ligação

Este será o segundo encontro entre os dois chefes de Estado desde o fracasso da segunda cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Fevereiro, em Hanói, no Vietname.

Os dois líderes “vão prosseguir a coordenação estreita dos esforços para alcançar a completa e totalmente verificável desnuclearização da República Popular Democrática da Coreia”, informou a Casa Branca, sem especificar uma data.

Além da Coreia do Norte, Trump e Moon “ vão discutir formas de fortalecer a aliança EUA-Coreia do Sul e a amizade entre os dois povos”, acrescentou a Casa Branca na mesma nota.

Eleito há dois anos, Moon, que sempre defendeu o diálogo com a Coreia do Norte, foi um dos grandes responsáveis pela aproximação entre as Coreias desde o ano passado e por um clima de desanuviamento das tensões internacionais em relação ao regime norte-coreano, que possibilitou mesmo duas cimeiras históricas entre Trump e Kim.

17 Mai 2019

Tecnologia | Pequim pede a Washington que pare com os ataques à Huawei

Os Estados Unidos deram mais um passo no conflito tecnológico que opõe as duas maiores economias mundiais. Trump declarou “emergência nacional” e não só proibiu as empresas norte-americanas de usarem equipamento da Huawei, como também exige às firmas do país que obtenham licença para vender tecnologia à gigante tecnológica chinesa

 

[dropcap]A[/dropcap] China instou ontem os Estados Unidos a pararem com as suas práticas contra empresas chinesas, depois de o Presidente norte-americano ter proibido as companhias norte-americanas de usarem equipamento da Huawei.

“Ninguém vê essa medida como construtiva ou amigável e pedimos aos EUA que parem com essas práticas”, disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang, em conferência de imprensa.

Kang disse que Pequim “se opõe a países que criam obstáculos usando a questão da segurança nacional como desculpa” e assegurou que empresas estrangeiras a operar no país asiático “não precisam de se preocupar desde que cumpram as leis”.

O Governo norte-americano emitiu ontem uma ordem executiva que proíbe as empresas dos EUA de usarem qualquer equipamento de telecomunicações fabricado pela Huawei.

Uma outra ordem exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia à Huawei, num golpe que se pode revelar fatal para a gigante chinesa das telecomunicações.

A medida pode cortar o acesso da Huawei aos semicondutores fabricados nos Estados Unidos e cruciais para a produção do seu equipamento.

As ordens assinadas por Trump declaram mesmo uma “emergência nacional” face às ameaças contra as telecomunicações dos EUA, uma decisão que autoriza o Departamento de Comércio a “proibir transacções que colocam um risco inaceitável” à segurança nacional.

Impacto geral

Colocar a Huawei na lista “negra” teria “efeitos em cascata” em todo o mundo, considerou Samm Sacks, especialista em cibersegurança da unidade de investigação New America, com sede em Washington, citado pelo jornal Financial Times.

“As redes na Europa, África e Ásia que dependem dos equipamentos da Huawei sentirão o impacto, porque a Huawei depende de componentes fornecidos pelos EUA”, disse.

Paul Triolo, especialista em políticas de tecnologia do Eurasia Group, considerou a decisão um “grande passo”, que não prejudicará apenas a empresa chinesa, mas terá também um “impacto” nas cadeias globais de fornecimento, envolvendo empresas as norte-americanas Intel, Microsoft, Oracle ou Qualcomm.

“Os EUA declararam abertamente uma guerra tecnológica contra a China”, afirmou. A Huawei fornece dezenas de operadoras líderes em todo o mundo. Em Dezembro do ano passado, durante a visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a portuguesa Altice e a empresa chinesa um acordo para o desenvolvimento da próxima geração da rede móvel no mercado português.

Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei da construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.

Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei. Pequim e Washington travam, desde o Verão passado, uma guerra comercial, que se agravou na última semana, com os governos das duas maiores economias do mundo a imporem taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.

 

França de fora

O Presidente francês considerou ontem ser inapropriado entrar numa “guerra tecnológica ou uma guerra comercial seja com que país for” referindo-se ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China sobre o 5G da operadora chinesa Huawei. Para Emmanuel Macron, “essa não é a melhor forma” de defender a segurança nacional de um país ou de “diminuir as tensões”. “A nossa perspectiva não é bloquear a Huawei ou qualquer outra empresa, mas preservar a nossa segurança nacional e a soberania europeia”, sublinhou Macron, falando em inglês no salão VivaTech, em Paris. O Presidente francês adiantou que “a França e a Europa são pragmáticas e realistas” e explicou que o objectivo é “aumentar o emprego, os negócios e a inovação”. Aquilo em que a França acredita é “na cooperação e no multilateralismo”. Macron assegurou ainda que, no caso do 5G, estará “muito atento ao acesso às principais tecnologias de rede para preservar a segurança nacional”.

17 Mai 2019

Jogo | Receitas da Galaxy caem oito por cento

[dropcap]A[/dropcap]s receitas líquidas da Galaxy tiveram uma redução de 8 por cento durante o primeiro trimestre, face o período homólogo, para os 13 mil milhões de dólares de Hong Kong. A informação foi divulgada ontem pela empresa em comunicado à Bolsa de Hong Kong.

No mesmo documento, a operadora indica que as receitas têm sofrido o impacto “da proibição total de fumar” assim como da “competição local e regional”.

Ainda em relação ao mercado da RAEM, a operadora considera que o mercado de massas tem apresentado números sólidos, já em relação ao mercado VIP a operadora considera que o ambiente enfrenta “desafios”.

17 Mai 2019

Ciclones | Associações dos PALOP em Macau angariam donativos

[dropcap]A[/dropcap]ssociações dos países africanos de língua portuguesa em Macau vão promover a Semana África 2019 com eventos de música, gastronomia ou cinema e receber donativos para ajudar as províncias moçambicanas atingidas pelos ciclones, disse à Lusa fonte da organização.

“A Associação de Amigos de Moçambique, uma das entidades organizadoras deste evento, estará no local para receber donativos e iremos passar o evento em directo nas redes sociais para continuar a chamar a atenção para o flagelo que ainda se vive naquela província de Moçambique”, disse à Lusa a presidente da Associação de Amizade Macau-Cabo Verde Ada Sousa.

A segunda edição do evento, que decorre entre 21 e 26 de Maio, tem como objectivo dar oportunidade aos africanos que vivem em Macau “matarem a saudade de vários aspectos da sua cultura”, mas também dar a conhecer a cultura aos restantes residentes e turistas do território, explicou Ada Sousa. “Macau é uma cidade multicultural. Temos a obrigação e as pessoas de Macau têm o direito de sentir a diversidade cultural dos países africanos”, apontou.

Cinema, exposições de pintura e artesanato, workshops de tecidos africanos, palestras, música, dança, pinturas ao vivo, moda e artes plásticas estão entre as actividades patentes em vários pontos de Macau.

O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em Março, provocou 603 mortos e afectou cerca de 1,5 milhões de pessoas, enquanto o ciclone Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em Abril, matou 45 pessoas e afectou 286 mil pessoas.

17 Mai 2019

Grande Baía | Macau entre os três destinos favoritos da região

[dropcap]D[/dropcap]e todas as cidades da Grande Baía, Macau está entre os três primeiros lugares no que toca às preferências dos residentes de Hong Kong, de acordo com o inquérito sobre as tendências de emprego e as perspectivas salariais, levado a cabo pela empresa de recrutamento da região vizinha, KMPG. Do total de inquiridos, 53 por cento consideraram procurar oportunidades profissionais em Macau e noutras zonas do projecto de cooperação inter-regional, aponta o jornal Macau Daily Times.

A pesquisa mostrou ainda que além de Macau, Shenzhen e Cantão também estão entre as principais escolhas. Os motivos apresentados foram os salários elevados, melhores perspectivas de carreira e desenvolvimento, maior reconhecimento do trabalho e facilidades de deslocação em viagem.

As quatro indústrias apontadas como mais promissoras dentro da Grande Baía no que toca à criação de mais postos de trabalho são as áreas da inovação e tecnologia, os serviços financeiros e os serviços profissionais de comércio e de logística.

16 Mai 2019

Governo elogia Santa Casa na união dos portugueses

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau elogiou ontem o papel da Santa Casa da Misericórdia na união entre os portugueses residentes no território e na promoção do intercâmbio cultural e da amizade luso-chinesa.

A Santa Casa, que assinala agora os 450 anos da fundação, fez “muito e durante muitos anos o papel de união entre os portugueses residentes em Macau, sobretudo entre os macaenses, promovendo, assim, o intercâmbio cultural e a amizade luso-chinesa”, afirmou o chefe do Executivo interino, Lionel Leong.

O responsável destacou que a instituição, ao “acompanhar o percurso histórico da formação e do desenvolvimento social” da cidade, “deu importantes contributos” para a construção do sistema de assistência social em Macau, de acordo com um comunicado oficial.

Com o estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que assinala a 20 de Dezembro os 20 anos da sua constituição, a instituição de assistência social e de caridade mais antiga de Macau adaptou-se “aos novos tempos” e lançou uma “série de serviços que iam ao encontro das necessidades da sociedade”, lembrou.

Nos últimos 20 anos, a Santa Casa adoptou “uma postura pro-activa na integração na nova conjuntura social, no sentido de alargar e melhorar as suas acções de assistência social, contribuindo, assim, para o desenvolvimento social harmonioso da RAEM”, disse o também secretário para a Economia e Finanças em representação do chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, actualmente em visita oficial a Portugal.

Futuro harmonioso

Ao reiterar que o Governo de Macau vai continuar “a apoiar as actividades de caridade e de assistência social” realizadas pela Santa Casa, Lionel Leong sublinhou esperar que a instituição continue activa “em serviço à população em geral, mas principalmente às pessoas desfavorecidas, dando assim novos e maiores contributos à harmonia social” do território.

“Esperamos igualmente que a Santa Casa da Misericórdia dê continuidade à sua boa tradição de contacto e de união entre os portugueses residentes em Macau, nomeadamente entre os macaenses, contribuindo para o multiculturalismo da sociedade de Macau, numa perspectiva social de estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”, declarou.

16 Mai 2019

IC | Festival Fringe prepara novo projecto “Crème de la Fringe”

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) já está a preparar a 19.ª edição do Festival Fringe, que no próximo ano terá uma nova iniciativa, intitulado “Créme de La Fringe”.

De acordo com um comunicado, “os participantes devem organizar um mini festival com base numa comunidade ou tema”, sendo que este festival de pequena dimensão inserido no Fringe “deve incluir pelo menos três programas e duas actividades relacionadas”. O orçamento para todas as actividades é de 500 mil patacas, sendo que, com esta iniciativa, o IC “espera atrair uma maior participação de produtores e curadores locais e incentivar as produções que têm conexão com a cultura e a comunidade local”.

Para a 19.ª edição do festival, o IC pede um “espírito criativo e arrojado, encorajando o trabalho criativo de qualquer tipo com preocupação local”, com a adopção do conceito ‘Por toda a cidade, os nossos palcos, os nossos patronos, os nossos artistas’”.

A recolha de propostas de programas e locais de espectáculo encontra-se agora aberta, sendo que todas as associações culturais e criativas, curadores, produtores ou profissionais da área artística e os interessados na criação artística podem entregar as suas propostas até ao dia 21 de Junho deste ano.

Além disso, o IC “irá convidar individualidades da indústria, organizadores de eventos e produtores de outras regiões para apreciarem os programas do festival, oferecendo uma plataforma de intercâmbio para artistas locais e produtores estrangeiros e mais oportunidades da actuação”.

16 Mai 2019

Extradição | Defesa de Joseph Lau alerta para violação à Lei Básica

[dropcap]A[/dropcap] equipa de advogados do empresário Joseph Lau considera que se o Governo de Hong Kong assinar um acordo de extradição com as outras jurisdições da China estará a violar a Lei Básica. A notícia sobre o argumento da equipa do magnata foi revelada ontem pelo jornal South China Morning Post.

Já anteriormente, os advogados de Joseph Lau tinham pedido garantias aos tribunais que o empresário não seria entregue a Macau, mas a argumentação foi reforçada na semana passada. Lau foi condenado em Macau, no âmbito do processo Ao Man Long, por corrupção activa para acto ilícito e branqueamento de capitais e tem uma pena de 5 anos e 3 meses por cumprir.

Nas últimas a imprensa de Hong Kong relatou que Joseph Lau terá inclusive deixado RAEHK e viajado para o Canadá.

16 Mai 2019

Europeias | Conselheiros das Comunidades Portuguesas apelam ao voto

[dropcap]O[/dropcap]s conselheiros das Comunidades Portuguesas emitiram ontem um comunicado a apelar ao voto dos portadores de passaporte português e cidadãos portugueses nas eleições para o Parlamento Europeu, que decorrem entre os dias 25 e 26 de Maio.

“Os cidadãos portugueses residentes em Macau e Hong-Kong podem deslocar-se ao Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong para exercer o seu direito de voto a partir das 8h até às 19h ininterruptamente, bastando trazer o cartão de cidadão para efeitos de comprovação de identidade”, pode ler-se.

Serão eleitos para a oitava legislatura 751 deputados em representação dos 25 Estados-membros da União Europeia.

16 Mai 2019

Vice-presidente brasileiro vai reunir-se com Xi Jinping durante visita à China

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, será recebido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, durante uma visita à China entre os dias 19 e 24 de Maio, destinada a dar um novo impulso à cooperação entre as duas economias.

De acordo com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, o governante brasileiro será também recebido pelo vice-presidente chinês, Wang Qishan, e reunir-se-á ainda com o presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, equivalente a uma câmara alta parlamentar, Wang Yang.

Durante a visita, Hamilton Mourão irá presidir ao quinto comité de coordenação da cooperação entre os dois países e visitará Xangai para participar em vários fóruns empresariais e actividades culturais.

“O Brasil e China são os maiores países em desenvolvimento dos hemisférios americano e asiático e mantêm uma relação madura e sólida. Nos últimos anos, desenvolvemos várias relações de sucesso em sectores como o comércio, investimento e finanças, com benefício para os dois países”, afirmou o porta-voz, citado pela agência Efe.

Geng sublinhou que se celebra este ano o 45.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Brasil, e que o lado chinês espera aproveitar a oportunidade para “fortalecer a confiança política mútua” e “aprofundar a cooperação económica amistosa e de benefício mútuo” entre os dois “parceiros estratégicos”.

O porta-voz indicou que os dois países têm mantido “consultas” e “discutido planos” em busca de “sinergias entre estratégias de conexão” que possam levar o Brasil a participar na ofensiva global chinesa de investimento estrangeiro, designada como ‘Nova Rota da Seda’.

As relações entre a China e o Brasil têm atravessado alguns altos e baixos desde a chegada ao poder de Jair Bolsonaro em Janeiro deste ano, especialmente depois de actual Presidente brasileiro ter caracterizado a China como um “predador que quer dominar sectores estratégicos da economia brasileira”.

Em contraste, Bolsonaro afirmou também pouco depois de ganhar as eleições que o Brasil se comprometia a manter boas relações com a China, o seu principal parceiro comercial, independentemente das diferenças ideológicas entre os dois países, e em Março anunciou a intenção de visitar o gigante asiático durante o segundo semestre deste ano.

A China é desde há cinco anos o principal parceiro comercial do Brasil em todo o mundo e destino da maior parte das exportações de matérias-primas brasileiras, para além de deter também avultados investimentos no país sul-americano, sobretudo no sector da energia.

15 Mai 2019

Chui Sai On em Portugal | Chefe agradece apoio do país na melhoria da formação em português

[dropcap]O[/dropcap] apoio de Portugal vai permitir a Macau “desempenhar melhor papel” na criação da base de formação da língua portuguesa e do turismo, afirmou o líder do território no encontro com o primeiro-ministro português, em Lisboa, que decorreu esta terça-feira.

Fernando Chui Sai On reconheceu que “o apoio de Portugal será positivo para Macau porque permitirá desempenhar melhor o seu papel na criação da base de formação da língua portuguesa e do turismo”, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” e na integração no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, de acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social (GCS) do território.

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) “possui um sistema completo de ensino do português, que serve como uma vantagem única da base de formação da língua portuguesa nas regiões asiáticas”, sublinhou, durante o encontro que decorreu na segunda-feira à tarde.

No encontro, António Costa destacou o êxito do desenvolvimento de Macau e “a preservação e desempenho do seu papel particular de ponte de ligação” e na manutenção da “boa relação existente entre” a RAEM e Portugal.

O primeiro-ministro português sublinhou a importância da relação luso-chinesa e o papel particular que Macau desempenha entre os dois países, sendo para isso fundamental para Portugal manter a “amizade especial” com a RAEM, em várias áreas, nomeadamente na cooperação judiciária e empreendedorismo jovem.

Fernando Chui Sai On indicou ainda que, no âmbito da sexta reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, as duas partes vão apresentar previsões para que, no futuro, a colaboração bilateral possa “atingir um nível mais elevado”, especialmente nas áreas da educação, cultura, turismo, ciência e tecnologia, e sistema financeiro com características próprias.

Macau vai continuar a desempenhar as funções de plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, através da realização, no próximo ano, de mais uma Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), disse.

No encontro, as duas partes concordaram ainda reforçar a cooperação bilateral na área económica e comercial, “impulsionando o investimento mútuo”, para contribuir para “o desenvolvimento sustentável” das duas economias.

15 Mai 2019