Macau e Portugal juntos em investigação de medicina tradicional chinesa

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau expressou à Ministra da Saúde o desejo de promover com Portugal investigação na área da medicina tradicional chinesa, anunciaram ontem as autoridades.

A intenção foi transmitida a Marta Temido por Alexis Tam em Genebra, na Suíça, onde decorre até dia 28 a Assembleia Mundial da Saúde, órgão máximo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O governante “manifestou o desejo de haver uma cooperação mais estreita no futuro, para promover conjuntamente a investigação no campo da medicina tradicional e impulsionar o desenvolvimento dessa medicina e da medicina alternativa na Europa e em África”, pode ler-se na mesma nota.

A 27 de Março, o Governo de Macau revelou que pretendia registar, até ao final do ano, entre quatro e seis produtos de medicina tradicional chinesa em Moçambique, um “país piloto” no estudo da exportação desta área para o espaço lusófono e onde já está prevista a criação de um Centro de Medicina Chinesa.

A estratégia de ‘exportação’ da Medicina Tradicional Chinesa para os países lusófonos, utilizando também Portugal como porta de entrada para a Europa, e de Angola, mas sobretudo Moçambique para África, é encarada como um dos eixos centrais de actuação para 2019 pelas autoridades de Macau.

Êxito externo

A aposta tem sido marcada por algum sucesso nos países africanos de língua portuguesa, segundo o Governo de Macau, sobretudo na formação de médicos e terapeutas, com o território a definir um plano até 2019 que inclui a obtenção de licenças de comercialização de medicamentos e a criação do Centro de Medicina Chinesa de Moçambique.

Em Genebra, Alexis Tam manifestou ainda à Ministra da Saúde a vontade de conjugar esforços na “implementação do programa Hospital Twinning Partnerships entre Macau e os países de língua portuguesa e a formação de profissionais de saúde especializados”.

Recorde-se que a 26 de Abril, as autoridades de Macau e Timor-Leste lançaram o projecto denominado Hospital Twinning Partnerships, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” e em parceria com a OMS.

“Espera-se que esta parceria melhore a qualidade dos serviços de saúde em Timor-Leste, promova a qualificação das instituições e do pessoal de saúde locais e aprofunde a cooperação com os países de língua portuguesa na área da saúde”, declarou então Alexis Tam.

Macau prevê investir neste projecto cerca de um milhão de dólares. Lançado pela OMS em 2009, o programa tem como objectivo ajudar países menos desenvolvidos a melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde, através da partilha de experiências e apoio técnico de parceiros geminados.

Neste sentido, as autoridades do território vão ajudar Timor-Leste, que “ainda não tem um projecto sustentável na área da saúde”, a criar “um regime de medicina geral e a aperfeiçoar o mecanismo de prevenção de doenças”, segundo o director dos Serviços de Saúde de Macau.

23 Mai 2019

Aliados de Duterte dominam novo Senado nas Filipinas

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Eleitoral das Filipinas anunciou ontem, com vários dias de atraso, os resultados das eleições intercalares nas Filipinas, nas quais os aliados do Presidente Rodrigo Duterte esmagaram a oposição.

Os senadores que vão ocupar os 12 lugares da câmara alta, a mais influente e independente do país – o Senado, com um total de 24 lugares – foram apresentados numa cerimónia formal no Centro de Convenções Internacionais das Filipinas.

Com a oposição de fora, a agenda legislativa de Duterte, que inclui medidas controversas, como a reintrodução da pena de morte ou a redução da idade de responsabilidade criminal de 15 para os 12 anos, poderá prosseguir sem obstáculos.

A coligação partidária regional Hugpong ng Pagbabago, criada pela filha do chefe de Estado, Sara Duterte, conquistou nove dos 12 lugares em disputa no Senado. Os membros da coligação incluem vários amigos pessoais da família e ex-assessores da administração.

À cabeça dos “Magic 12”, como são conhecidos estes senadores, foi reeleita a senadora Cynthia Villar, aliada de Duterte e esposa de Manuel Villar, dono da maior fortuna do país.

O ex-assessor de Duterte Bong Go e o chefe da Polícia Nacional durante as operações mais sangrentas da guerra contra as drogas, Ronald de la Rosa, também obtiveram assentos. A oposição criticou a falta de experiência política dos dois novos senadores.

No topo
As eleições intercalares, realizadas em 13 de Maio, reforçaram o poder do Presidente filipino, que chegou a este escrutínio com uma popularidade superior a 80 por cento.
A jornalista filipina Maria Ressa, distinguida pela revista Time como uma das personalidades do ano em 2018, afirmou na sexta-feira, em Hong Kong, que estas eleições foram “um referendo à popularidade” de Duterte, que já prometeu reformar a Constituição filipina para permanecer mais tempo no poder. O mandato de seis anos de Duterte termina em 2022.
Cerca de 62 milhões de filipinos foram chamados a votar para escolher cerca de 18 mil cargos públicos.
O anúncio dos resultados foi adiado três vezes devido a problemas com as máquinas de contagem, o que provocou críticas de alguns sectores por falta de transparência.

23 Mai 2019

Alemanha | Dois activistas de Hong Kong com estatuto de refugiado

Fizeram parte dos confrontos com as forças policiais durante a manifestação em Fevereiro de 2016, conhecida como a “revolução das bolinhas de peixe”. Fugiram de Hong Kong em 2017 e são agora confirmados como refugiados a viver na Alemanha

 

[dropcap]D[/dropcap]ois activistas pró-democracia em Hong Kong, Ray Wong e Alan Li, procurados pelas autoridades daquela Região Administrativa Especial chinesa e antiga colónia britânica, receberam o estatuto de refugiados na Alemanha, declarou um deles à agência de notícias francesa AFP.

Ray Wong disse à AFP, por telefone, que havia fugido com Li para a Alemanha. A localização dos dois dissidentes chineses não era conhecida anteriormente.

O activista referiu que até mesmo a sua família não sabia onde estava até Maio de 2018, quando recebeu o estatuto de refugiado na Alemanha. Não ousou contactar os seus familiares antes por temer que as suas comunicações estivessem a ser objecto de vigilância pelas autoridades de Hong Kong.

Ray Wong e Alan Li, que participaram nos violentos confrontos com a polícia em 2016, deveriam ter comparecido diante da justiça sob a acusação de participação em tumultos, mas fugiram de Hong Kong em Novembro de 2017.

A justiça de Hong Kong emitiu mandados de prisão, mas entretanto, o julgamento foi realizado à revelia. Após deste julgamento em 2018, o activista pró-independência Edward Leung, também preso na manifestação de Fevereiro de 2016, conhecida como a “revolução das bolinhas de peixe”, foi condenado a seis anos de prisão.

O petisco esteve na origem de confrontos quando a polícia começou a fechar barracas de bolinhas na área pedestre de Mong Kok por não terem licença, tendo na ocasião sido registados confrontos entre os manifestantes e as forças policiais.

Lei polémica

Wong decidiu quebrar o silêncio por causa de um projecto do Governo de Hong Kong que autoriza a extradição para a China continental. “A coisa mais importante é continuar a falar e garantir que todo o mundo saiba que as pessoas em Hong Kong não aceitarão esta lei”, disse.

O projecto provocou grandes manifestações e a preocupação de empresas e Governos estrangeiros, já que poderia reduzir a atracção pelo centro financeiro. Hong Kong tem actualmente um sistema legal diferente do da China.

Wong, de 25 anos, que actualmente mora em Göttingen, na Alemanha, disse à AFP que deseja estudar filosofia e ciência política se o nível do seu alemão for considerado satisfatório.

O estatuto de refugiado permite a Wong e a Li viverem, trabalharem e estudarem na Alemanha por um período inicial de três anos, que pode ser prolongado.

Um porta-voz do Ministério do Interior alemão disse ontem aos jornalistas que “dois pedidos de asilo foram aceites em 2018” e que dizem respeito a pessoas de Hong Kong.

As manifestações em Fevereiro de 2016, marcadas por motins que deixaram muitos feridos no distrito comercial de Mong Kok, foram organizadas por activistas que pediam mais liberdade e até a independência, provocaram a ira de Pequim.

Ray Wong assegurou que desde então se tornou mais moderado. “No momento, eu não defendo a independência para Hong Kong”, disse.

23 Mai 2019

BNU | Anunciado novo serviço de pagamento em parceria com MacauPass

[dropcap]O[/dropcap]Banco Nacional Ultramarino (BNU) anunciou o lançamento de um novo serviço de pagamento digital para os clientes da instituição através de uma parceria com o MacauPass, que disponibiliza um cartão inteligente sem contacto.

“Os clientes do BNU podem agora associar uma das suas contas no BNU à aplicação MPay e começar a fazer carregamentos instantâneos da ‘wallet’ e pagamentos directos, para além de utilizar as outras funcionalidades já disponíveis na aplicação MPay”, informou a entidade bancária em comunicado.

O BNU adiantou que “este novo serviço está a ser muito bem aceite pelo mercado, contabilizando mais de 6.000 associações de contas (…) à ‘wallet’ da MPay em apenas seis dias”.

“Adicionalmente, a MPay esforça-se para atender às necessidades dos residentes locais, lançando uma versão em inglês (…), consistindo numa grande vantagem para os clientes do BNU dado o elevado número de expatriados que contam com o banco como principal parceiro financeiro”, pode ler-se na mesma nota.

“Os pagamentos digitais vieram para ficar e evoluíram de uma moda para uma necessidade básica diária, razão pela qual o BNU se tem esforçado por desenvolver novos métodos de pagamentos digitais através de diferentes plataformas e parceiros”, acrescentou a instituição.

23 Mai 2019

Moody’s decide manter ‘rating’ de Macau em Aa3

[dropcap]A[/dropcap] agência de notação financeira Moody’s decidiu ontem manter o ‘rating’ de Macau em Aa3, entre os melhores níveis, destacando a solidez das finanças públicas e os esforços de diversificação económica, alertando para o perigo da dependência do jogo.

“A grande e cada vez maior reserva orçamental e as almofadas externas vão continuar a dotar Macau de uma significativa capacidade de resistir aos choques futuros”, lê-se no relatório da Moodys, ontem divulgado.

“A continuação do progresso nos esforços de diversificação económica relativamente às actividades para além do jogo vão, ao longo do tempo, sustentar um crescimento menos volátil do PIB” de Macau, acrescenta a Moody’s na nota ontem divulgada, que salienta que, apesar dos bons indicadores, Macau continua dependente da política económica chinesa.

“O PIB de Macau está intimamente ligado ao crescimento dos visitantes chineses e por isso continua exposta a choques relacionados com os desenvolvimentos económicos, financeiros e políticos” no país, escrevem os analistas, alertando que “se o crescimento abrandar mais depressa do que a Moody’s actualmente prevê, o crescimento nos volumes dos sectores do jogo e não jogo podem abrandar significativamente ou tornarem-se mais voláteis”.

As medidas políticas na China podem minar a procura dos chineses pelo jogo e turismo em Macau, afectando negativamente a economia de Macau, como se comprovou entre 2014 e 2016″, quando uma série de medidas contra a corrupção fez descer o volume de jogadores e o montante das apostas, diminuindo as receitas de Macau.

Na nota, a Moody’s alerta ainda que “o potencial para uma escalada das tensões entre os Estados Unidos e a China podem causar um risco negativo para os operadores de jogo norte-americanos se se tornarem alvo de medidas retaliatórias”, mas sublinha que este é um cenário possível, mas pouco provável.

No que diz respeito à decisão de manter a Perspectiva de Evolução Económica no nível ‘Estável’, a Moody’s explica que isso resulta de dois riscos de crédito antagónicos: “Por um lado, o crescimento robusto sustentado no aumento das receitas do jogo e do turismo, a que acresce a abertura da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, pode aumentar” a boa saúde financeira de Macau.

No entanto, contrapõe a Moody’s, “a diversificação pode acabar por ser menos efectiva do que se prevê, deixando Macau exposto a choques, particularmente aqueles que estão relacionados com os desenvolvimentos políticos, económicos e financeiros” da China continental.

23 Mai 2019

Rádio Táxi | Falta de carros exigidos por dia resulta em multa

[dropcap]A[/dropcap] quantidade de veículos da Companhia de Serviços de Rádio Táxi em operação em diferentes alturas do dia, se não cumprir os números mínimos, pode resultar numa multa de 50 mil patacas.

Esta é uma das regras estabelecidas no contrato de concessão das 200 licenças especiais de táxis acordado com a Companhia de Serviços de Rádio Táxi, publicado ontem em Boletim Oficial. O contrato prevê multas que podem chegar às 100 mil patacas e estabelece igualmente critérios mínimos para linha de atendimento, apesar de não fixar punição em caso de incumprimento.

A concessão é válida por oito anos e a operação deve ter início no dia 1 de Dezembro, se não for este prazo não for respeitado a Rádio Táxi terá de desembolsar 50 mil patacas por cada dia de atraso. O contrato estabelece ainda a obrigação de os condutores terem formação, nomeadamente em línguas estrangeiras.

23 Mai 2019

Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019

[dropcap]O[/dropcap] músico e escritor Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019, foi ontem anunciado, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objectivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2018 o prémio distinguiu o escritor cabo-verdiano Germano Almeida, autor de “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, entre outras obras.

“Feliz e honrado”

Chico Buarque ficou “muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, o seu compatriota distinguido com o prémio em 2016. “Fiquei muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, refere a curta declaração divulgada pela assessoria de Chico Buarque.

O músico e escritor brasileiro fora já distinguido com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelos romances “Estorvo”, “Leite Derramado”, obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura (actual Prémio Oceanos), e por “Budapeste”.

Chico Buarque foi escolhido pelos jurados Clara Rowland e Manuel Frias Martins, professores universitários indicados pelo Ministério português da Cultura, pelo ensaísta António Cícero Correia Lima e pelo professor António Carlos Hohlfeldt, indicados pelo Governo brasileiro, pela professora angolana Ana Paula Tavares e pelo professor moçambicano Nataniel Ngomane.

Escritor, compositor e cantor, Francisco Buarque de Holanda nasceu em 19 de Junho de 1944, no Rio de Janeiro. Estreou-se no romance com “Estorvo”, em 1991, a que se seguiram “Benjamim”, “Budapeste”, “Leite Derramado” e “O Irmão Alemão”, publicado em 2014. Em 2017, venceu em França o prémio Roger Caillois pelo conjunto da obra literária.

22 Mai 2019

Engenharia | Portugal e China vão criar escola conjunta

[dropcap]P[/dropcap]ortugal e China vão criar uma escola conjunta que agregará a Universidade de Lisboa e a de Xangai e que será dedicada sobretudo às áreas de engenharia, disse ontem o reitor da Universidade de Lisboa.

“Se tudo correr bem, no próximo ano é já possível termos a ‘joint school’ a funcionar em Xangai”, disse à Lusa António Cruz Serra, à margem do encontro “Anos de cooperação entre Portugal e China”, a decorrer em Lisboa.

De acordo com o reitor, a ‘joint school’ permitirá aos alunos “fazer o curso em Xangai e parte em Lisboa”, sendo o grau académico atribuído pelas duas universidades.

O projecto encaixa-se no âmbito da cooperação entre instituições do ensino superior dos dois países que já “abrange 64 universidades chinesas”, referiu António Cruz Serra.

Em estudo está também a “criação de uma universidade conjunta”, desta vez incluindo um grupo privado, e que significa “uma participação em pé de igualdade da universidade estrangeira [neste caso, portuguesa] e da universidade chinesa”.

Um projecto que ainda terá de passar pela aprovação dos ministérios da Educação dos dois países, mas em que a China já tem experiência.

“São uma experiência chinesa desde o início do século XXI e começaram com universidades inglesas”, explicou o responsável da Universidade de Lisboa, adiantando que, neste caso “é mandatório ter um terço dos docentes de cada universidade”.

Actualmente, e de acordo com Cruz Serra, existem 1.100 alunos chineses em Portugal, dos quais cerca de 20 por cento estão na Universidade de Lisboa.

22 Mai 2019

Sun City é forte competidor para garantir licença em Macau

[dropcap]O[/dropcap] especialista de jogo Grant Govertsen disse ontem, em entrevista à Lusa, que o Sun City é um forte competidor para garantir uma licença de jogo em Macau no concurso público em 2022.

“Acho que o Sun City vai ter um lugar à mesa e vai ser considerado” e se isso acontecer fará com que que “os jogadores VIP regressem a Macau”, afirmou o analista da Union Gaming, à margem da 13.ª Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), que decorre em Macau.

Por outro lado, “isso seria mau para os actuais operadores” porque iria fazer com que os negócios que agora são feitos por eles passariam a ser feitos pelo Sun City, frisou.

No ano passado, as receitas geradas pelo jogo ‘VIP’ em Macau foram de 166,097 mil milhões de patacas, 54,8 por cento do total arrecadado pelos casinos de Macau ao longo de 2018.

Contudo, as receitas dos casinos em Macau caíram 2,4 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo de 2018, e em Abril caíram 8,3%, de acordo com os últimos dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau.

Uma das principais razões para a quebra das receitas dos casinos prende-se com a diminuição das receitas angariadas nas salas de grandes apostas, tradicionalmente frequentadas pelos jogadores VIP: no primeiro trimestre deste ano, o jogo `VIP` sofreu uma redução de 13,4 por cento, em relação ao período homólogo do ano passado, no qual tinha atingido 42,95 mil milhões de patacas.

À espreita

O director executivo do grupo Sun City anunciou ontem também em entrevista à agência Lusa que pretende concorrer às concessões de novas licenças de jogo em Macau, em 2022.

“Até agora só houve rumores, não há ainda um comentário oficial [por parte do Governo de Macau], mas se houver alguma hipótese de participarmos no concurso público, adorávamos entrar na licitação sobre as concessões”, disse Andrew Lo à Lusa.

O Sun City é a maior empresa do mundo de angariadores de jogadores [‘junkets’] de grandes apostas, com mais de 40 por cento do mercado das apostas VIP na capital mundial do jogo, com 17 salas VIP no território e está presente em todos os grandes operadores na capital mundial do jogo, Melco, MGM, Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Galaxy e Wynn.

22 Mai 2019

Morreu Niki Lauda, três vezes vencedor em Fórmula 1

[dropcap]O[/dropcap] antigo piloto austríaco Niki Lauda, tricampeão mundial de Fórmula 1, morreu esta segunda-feira aos 70 anos, anunciou a família. “É com enorme tristeza que anunciamos que o nosso querido Niki morreu em paz, rodeado pela sua família, esta segunda-feira”, lê-se num comunicado.

O ex-piloto tinha sido submetido a um transplante pulmonar no Verão passado. “As suas realizações únicas como desportista e como empresário são e serão sempre inesquecíveis. O seu dinamismo inesgotável, a sua integridade e a sua coragem serão um modelo e uma referência para todos nós”, recordou a família.

Niki Lauda foi campeão do Mundo em 1975, 1977 e 1984, tendo vencido 25 grandes prémios dos 177 que disputou, atingido por 52 vezes o pódio e garantindo 24 ‘pole positions’. Competiu na Fórmula 1 entre 1971 e 1979 e depois entre 1982 e 1985. Foi campeão pela Ferrari e pela McLaren, mas competiu ainda pela March, BRM e Brabham.

Em 1976, um dos marcos da sua carreira, quando um grave acidente no Grande Prémio da Alemanha quase o matou. O Ferrari que conduzia incendiou-se minutos depois e o piloto austríaco ficou preso dentro do monolugar.

Vários pilotos ajudaram-no a sair do carro, sem evitar graves queimaduras na cabeça e nos braços, além de inalar gases tóxicos. Estava consciente e chegou a andar, mas minutos depois entrou em coma.

Lauda ficou sem boa parte do cabelo, perdeu a orelha esquerda, as sobrancelhas, pestanas e pálpebras, mas a sua vontade de competir era tal, que voltou às provas apenas seis semanas depois, perdendo dois grandes prémios e permitindo a aproximação de James Hunt.

Valor supremo

Considerado como um piloto cauteloso e calculista, o austríaco perderia o mundial desse ano pelo facto de, na última prova, no Japão, ter abandonado a corrida ao fim da primeira volta, conforme acordado – mas não cumprido – por todos os pilotos, face às adversas condições climatéricas que não permitiam que estivessem asseguradas condições de segurança.

“A minha vida vale mais do que um campeonato”, justificou, antes de saber, já no aeroporto, o desfecho do mundial, sendo que apenas precisava de ficar à frente de James Hunt para conquistar o título que recuperaria na época seguinte.

22 Mai 2019

Blogger chinesa condenada a quatro anos de prisão por literatura homossexual

[dropcap]U[/dropcap]ma ‘blogger’ chinesa foi condenada a quatro anos de prisão na China por ter publicado e vendido livros com cenas eróticas homossexuais, noticiou ontem a imprensa local.

A escritora, conhecida como Tang, foi condenada por “operações comerciais ilegais” que “afectaram seriamente a ordem do mercado”, de acordo com fontes citadas pela imprensa.

Além da ‘blogger’, dois outros proprietários de uma loja da popular plataforma de comércio electrónico ‘Taobao’ foram condenados a três anos e meio de prisão, enquanto três dirigentes de uma fábrica de impressão foram condenados a dois anos e meio.

Tang foi detida em Dezembro de 2017 pela polícia na cidade central de Wuhan, depois de publicar e vender romances considerados ilegais por não terem sido aprovados por agências governamentais e não terem um número de registo.

Segundo a imprensa estatal, os cinco livros escritos pela ‘blogger’ continham cenas “lascivas de sexo homossexual”. A autora terá ganho com as publicações um total de 1,18 milhões de yuans, factor que, segundo o advogado Lü Xiaoquan, citado pelo jornal Global Times, foi fundamental para aumentar a pena de prisão.

“Para os livros publicados por razões científicas ou de utilidade pública, os tribunais tendem a conceder uma punição menos severa”, explicou o advogado.

Actos anormais

Esta sentença surge meses depois de tribunais chineses terem condenado outra escritora chinesa a dez anos e meio de cadeia pela publicação de um romance erótico com protagonistas homossexuais, uma pesada sentença que causou choque e indignação no país.

Embora a homossexualidade seja legal na China desde 1997 e tenha sido desclassificada como doença mental em 2001, uma grande maioria dos chineses continua a encarar a homossexualidade como uma doença.

Na constituição chinesa, a homossexualidade é considerada um “acto anormal”, de tal forma que as autoridades desenvolveram diferentes regulamentações para censurar a disseminação de conteúdo ‘gay’. Mais de 70 milhões de homossexuais no gigante asiático carecem de qualquer tipo de protecção.

22 Mai 2019

Hong Kong | Retida ex-procuradora filipina que processou Xi Jinping no TPI

Conchita Carpio Morales apresentou, em Março, juntamente com o ex-secretário dos Negócios Estrangeiros filipino e vários pescadores, uma queixa contra o Presidente chinês no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade e danos ambientais. Em causa está a ocupação chinesa de ilhotas e recifes, contestada pelas Filipinas, no Mar do Sul. Foi detida no aeroporto de Hong Kong, acusada de ameaça à segurança nacional

 

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas retiveram a ex-procuradora Conchita Carpio Morales, que em Março iniciou uma acção legal contra o Presidente chinês, Xi Jinping, perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade e danos ambientais.

A ex-defensora pública filipina, de 78 anos, foi retida pelo departamento de imigração do aeroporto de Hong Kong como uma “ameaça à segurança nacional”, disse a sua advogada, Anne Marie Corominas, num comunicado à imprensa.

Conchita Carpio Morales, uma figura respeitada nas Filipinas e que se reformou no Verão passado, viajou para Hong Kong a partir de Manila, acompanhada do seu marido, filho, nora e dois netos, embora apenas a ex-Defensora tenha sido transferida para os escritórios de imigração do aeroporto na chegada.

“Como pode uma ex-defensora pública, que se dedicou ao combate à corrupção, ser uma ameaça à segurança da China?”, questionou a advogada.

“O Presidente Xi tem medo dela? A única coisa que fez foi exercer o seu direito como cidadã filipina de comparecer perante o TPI”, acrescentou a advogada, a quem Conchita Morales conseguiu enviar uma mensagem de texto para relatar a sua situação.

Disputas marítimas

A ex-Defensora, o ex-secretário dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Albert del Rosario, e um grupo de pescadores afectados pelas actividades da China nas águas das Filipinas apresentaram uma queixa em Março contra Xi Jinping.

Os queixosos acusaram Xi e outras autoridades chinesas de cometerem “crimes envolvendo danos ambientais maciços, quase permanentes e devastadores em várias nações”, uma vez que a China ocupou várias ilhotas e recifes, cuja posse é contestada por vários países da região.

Alegam ainda que os danos ambientais começaram quando o Governo de Xi Jinping empreendeu “um plano sistemático para tomar o Mar do Sul da China”, de vital importância geoestratégica, onde circula 30 por cento do comércio global e abriga 12 por cento da pesca mundial, além de possíveis depósitos de gás e petróleo.

Os signatários da acção argumentam que o TPI tem jurisdição sobre o caso porque os “crimes” da China ocorreram quando as Filipinas ainda era membro do Tribunal.

O país deixou de ser membro do TPI a 17 de Março, por ordem do actual Presidente do país, Rodrigo Duterte, acusado naquele tribunal de crimes contra a humanidade devido à sua guerra contra as drogas nas Filipinas.

O Tribunal Arbitral de Haia atribuiu em 2016 a posse de vários territórios do Mar do Sul da China às Filipinas, como o atol de Scarborough ou parte do arquipélago de Spratly, uma decisão que a China não reconhece.

Filipinas, China, Taiwan, Malásia, Vietname e Brunei reivindicam a totalidade ou parte desse arquipélago, onde a China construiu ilhas artificiais desde 2012 nos recifes e atóis para se apropriar delas de facto.

Apesar da decisão, a China continua as suas actividades militares sem que o Governo de Duterte tenha reivindicado nada, já que o Presidente reorientou sua política externa para o “gigante asiático” em troca de uma generosa injecção de investimento.

22 Mai 2019

IC | Programa de subsídios para estudos artísticos e culturais abre a 20 de Junho

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) anunciou ontem que as inscrições para o “Programa de Concessão de Subsídios para Realização de Estudos Artísticos e Culturais” 2019/2020 vão abrir de 20 de Junho até 5 de Julho.

O programa abrange o financiamento para estudos de bacharelato ou mestrado nas áreas da investigação ou salvaguarda do património cultural, artes performativas, artes visuais, cinema e vídeo, design, banda desenhada e animação, administração das artes, literatura, estudos culturais, ensino das artes ou outras indústrias culturais e criativas.

Os candidatos têm de ser residentes permanentes da RAEM admitidos em instituições de ensino superior no exterior para prosseguir estudos de licenciatura e mestrado nas áreas acima mencionadas e que tenham estudado em escolas públicas ou privadas em Macau no mínimo três anos.

22 Mai 2019

FIC | Empresas investiram 448 milhões de patacas

[dropcap]A[/dropcap]s empresas apoiadas pelo Fundo de Indústrias Culturais (FIC) investiram 448 milhões de patacas dos fundos próprios entre 2015 e 2018, num total de 113 projectos comerciais.

Os dados foram revelados por Leong Heng Teng, presidente do Conselho do Fundo de Indústrias Culturais numa resposta a uma interpelação da deputada Song Pek Kei. De acordo com os dados apresentados no documento, no total estes 113 projectos foram responsáveis por um investimento de 513 milhões, dos quais 65 milhões dizem respeito aos subsídios do FIC.

Sobre estes, o FIC esclarece que vários pertencem a empresas de pequena dimensão, mas que promovem projectos temáticos do turismo cultural de Macau. Algumas das empresas terão mesmo feito incursões nos mercados do Interior da China, Hong Kong e Sudeste da Ásia. Alguns terão sido distinguidos pelo design no Interior da China e em Hong Kong.

22 Mai 2019

Restauração | Mais de 8 mil vagas até 2020

[dropcap]A[/dropcap]té ao final do próximo ano, o sector hoteleiro vai precisar de contratar mais 8.324 trabalhadores, ou seja, é necessário que os actuais 55.052 trabalhadores passem a ser 63.376.

A previsão faz parte do Estudo da Procura de Futuros Talentos dos Sectores Hoteleiro e da Restauração de Macau, elaborado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês) a pedido do Grupo Especializado de Planeamento e Avaliação. No que diz respeito à restauração, até 2020 vai haver um aumento de 8.678 postos de trabalho, mas neste respeito o comunicado do Governo não menciono os pontos existentes.

Na reunião do Grupo Especializado de Planeamento e Avaliação, que faz parte da Comissão de Desenvolvimento de Talentos (CDT), foram ainda apresentados os estudos: Lista e índice da procura de talentos do sector do jogo 2018-2022 e o estudo da procura de futuros talentos do comércio a retalho de Macau.

Os resultados das necessidades do sector do jogo não foram revelados ao público, o que ficou prometido, em comunicado, para um momento posterior. No que diz respeito ao retalho, os resultados indicam que a procura está numa fase de crescimento estável.

22 Mai 2019

Trânsito | Ecrã gigante custa entre 7 e 17 milhões de patacas

[dropcap]O[/dropcap] fornecimento e a instalação de um ecrã gigante no Centro de Controlo de Tráfego vai custar entre 7.295 milhões e 17,38 milhões de patacas, de acordo com as cinco propostas apresentadas no concurso público.

Segundo o comunicado da DSAT, que não detalha as empresas nem os valores apresentados, as propostas apresentaram um prazo para o cumprimento dos trabalhos que varia entre os 116 e os 180 dias.

O acto público de abertura das propostas teve lugar ontem às 9h30, na sala polivalente do 5.º andar do Edifício da DSAT. A abertura das propostas foi presidida pelo presidente da Comissão e Subdirector da DSAT, Chiang Ngoc Vai.

22 Mai 2019

Veículos | Elevados requisitos sobre emissão de gases

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) procederam à revisão dos valores-limite dos gases emitidos por parte de veículos e motociclos. De acordo com um comunicado, “propõe-se na revisão que sejam ainda mais elevados os requisitos relativos às emissões de gases de escape para os novos veículos importados e em circulação”.

Nesse sentido, “quanto aos novos veículos importados, após a elevação em 2018 das normas de emissão dos veículos normais ligeiros movidos a gasolina para as equivalentes à Norma Euro 6, propõe-se na presente revisão que as normas de emissão para os veículos a gasóleo e os veículos pesados movidos a gás natural passem das equivalentes à Norma Euro 5 para as equivalentes à Norma Euro 6”. Além disso, o Executivo determina que “as normas de emissão dos veículos pesados a gasolina provenientes da União Europeia devam obedecer às normas equivalentes à Norma Euro 6”. As mudanças entram em vigor hoje.

A mesma revisão tem ainda por objectivo “elevar os valores-limite de emissão das motocicletas em circulação com método de medição à velocidade de rotação lenta”, além de “definir os correspondentes valores-limite de emissão conforme a data do primeiro registo para atribuição de matrícula”. Tudo para que haja uma diminuição das emissões de gases de escape. Este último despacho entrará em vigor no dia 1 de Julho deste ano.

21 Mai 2019

Google | ‘Smartphones’ da Huawei vão continuar com serviços básicos

Apesar das limitações impostas, na semana passada, pelas autoridades dos EUA às trocas de serviços entre a gigante tecnológica chinesa e empresas norte-americanas, a Google garante a manutenção dos serviços básicos nos ‘smartphones’ da Huawei

 

[dropcap]A[/dropcap] Google assegurou ontem que os utilizadores dos ‘smartphones’ da Huawei vão continuar a ter os serviços básicos da companhia norte-americana apesar das restrições impostas por Washington às relações comerciais com a empresa chinesa.

A Google, uma unidade da Alphaber Inc., afirmou ontem que está a cumprir e “a analisar as implicações” da exigência de licenças de exportação para vendas de tecnologia à Huawei Technologies Ltd.

O pedido da semana passada surge depois das acusações do Governo dos EUA de que a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de rede para empresas de telefones móveis e a segunda maior marca mundial de ‘smartphones’, é um risco para a segurança.

“Garantimos que, enquanto cumprimos todos os requisitos do Governo dos EUA, serviços como o Google Play e a segurança do Google Play Protect continuarão a funcionar no seu dispositivo Huawei existente”, afirmou o Google no Twitter.

A Huawei disse que não faz comentários imediatos e nega que facilite a espionagem chinesa. A Huawei, que usa o sistema operativo Android da Google é a segunda maior marca global de ‘smartphones’ em número de aparelhos vendidos, atrás da Samsung Electronics, da Coreia do Sul.

A Google permite que os fabricantes de ‘smartphones’ utilizem o Android e os seus serviços básicos gratuitamente. Analistas do sector afirmam que isso significa que eles não seriam afectados pela restrição de vendas ou interacção comercial.

A transferência de hardware, software ou serviços para a Huawei ou interacção técnica com a empresa chinesa seria restrita pela ordem dos EUA na semana passada.

Em actualização

A ordem entrou em vigor na quinta-feira e exige a aprovação do Governo para todas as compras de ‘microchips’, software e outros componentes dos Estados Unidos, globalmente, pela Huawei e 68 empresas afiliadas.

O Governo dos Estados Unidos afirma que fornecedores chineses, incluindo a Huawei e a sua rival menor, ZTE Corp., representam uma ameaça de espionagem porque estão legalmente comprometidos com o Partido Comunista da China.

Mas as autoridades americanas não apresentaram provas de que algum equipamento da Huawei sirva como canal intencional de espionagem por parte de Pequim.

Entretanto, a gigante tecnológica Huawei assegurou ontem ter feito “contribuições substanciais” para o desenvolvimento do sistema operativo Android, garantindo que continuará a disponibilizar actualizações de segurança e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos.

A Huawei informa que continuará a fornecer actualizações e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos, tanto “aos que já foram vendidos, como aos que ainda estão em armazém”.

“Mercado aberto”

Bruxelas voltou ontem a insistir que a Europa é um “mercado aberto” e que cabe a cada país decidir se põe restrições a uma empresa por razões de segurança, numa alusão ao veto de Washington à chinesa Huawei. “Temos um mercado aberto. Tudo o que cumpra com as normas pode aceder a ele”, disseram fontes comunitárias à agência Efe, quando questionadas sobre a decisão da Google e outras tecnológicas norte-americanas de deixar de vender componentes e programas à Huawei. A Comissão Europeia deixou claro que tem em vigor normas de concursos públicos, assim como uma lei para supervisionar investimentos a fim de proteger interesses comunitários.

21 Mai 2019

Banco da China | Macau acolhe reunião dos banqueiros dos países lusófonos

A directora-geral do Departamento de Instituições Financeiras do Banco da China revelou que a Associação de Bancos de Macau vai acolher, ainda este mês, um encontro de líderes da banca lusófona, onde estará presente Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Wendy Sun Min, em entrevista à LUSA, referiu ainda que é difícil encontrar bons projectos para investir em Portugal

 

[dropcap]”N[/dropcap]o final deste mês vamos fazer um seminário para promover a cooperação entre bancos comerciais lusófonos e Macau, num encontro para o qual convidámos todas as associações de bancos dos países africanos que falam português e os departamentos comerciais e de investimento”, disse à Lusa Wendy Sun Min.

Em entrevista na delegação do Banco da China em Macau, a responsável pelo relacionamento com as entidades financeiras internacionais disse que o governador do banco central português, Carlos Costa, e o homólogo de São Tomé e Príncipe, Américo Barros, são duas presenças já confirmadas na conferência que decorre ainda este mês em Macau.

“Durante o evento, um seminário de alto nível, todos vão poder partilhar informações e ideias para construir uma relação de longo prazo”, disse Wendy Sun Min, acrescentando que a ideia é que não sejam apenas os banqueiros centrais a participar, mas também “os principais banqueiros da banca comercial para trocar ideias”.

A Associação de Bancos de Portugal, além da anfitriã e congénere de Macau, são duas presenças confirmadas, a que se juntam os governadores centrais de Portugal e São Tomé e Príncipe.

Agulha no palheiro

A representante do Banco da China mencionou que é difícil encontrar bons projectos e oportunidades de investimento em Portugal, apesar de as empresas chinesas terem liquidez e vontade de investir. “Estamos à procura de investimentos em Portugal, mas há um problema; o nosso mercado é muito líquido e não há muitas oportunidades, ou seja, temos o dinheiro e queremos investir, mas é muito difícil para nós encontrar bons projectos e boas oportunidades” em Portugal, lamentou Wendy Sun Min.

A dirigente referiu ainda que o objectivo é “fazer mais investimentos em Portugal”, usando os vários fundos que têm sido criados nos últimos anos para este efeito.

“Temos um fundo sino-português, fundado pelo Governo chinês e também com algum financiamento disponibilizado por Macau, que tem várias fases, mas que já tem um capital inicial de 500 milhões de dólares, e faseadamente, irá aumentando”, acrescentou. “Há outros fundos soberanos, como o Fundo de Cooperação da China, que também pode investir em Portugal, há muitos fundos disponíveis à procura de oportunidades para investir; aqui no Banco da China Macau também podemos financiar empresas, sejam públicas ou privadas, que estejam interessadas em investir nos países de língua portuguesa, e Macau pode ser um centro de apoio para esse investimento”, apontou a responsável.

O aprofundamento da relação financeira da China com Portugal, especialmente visível nos últimos anos, mede-se também noutros aspectos da actividade do banco, que vão além do financiamento, disse Wendy Sun Min, apontando como exemplo deste aprofundamento das relações o recrutamento de mais pessoas que falam português fluente, que se juntam às cinco actuais, e o aumento da periodicidade das viagens para Portugal, que deixarão de ser anuais para passarem a ser trimestrais.

“Vamos começar a ir mais vezes a Lisboa. Dantes íamos uma vez por ano e agora vamos começar a ir trimestralmente, para termos uma comunicação mais frequente com os bancos portugueses e com o mercado chinês, porque como vamos frequentemente à China, podemos passar e partilhar informações” que depois podem resultar em negócios e investimentos, disse.

“Vamos também promover oportunidades de investimento na China, porque com o passar da crise financeira e a recuperação económica em Portugal, as empresas já têm capacidade para exportar e se internacionalizarem, e contactam os seus banqueiros privados para encontrar oportunidades de investimento; estes bancos falam connosco e nós passamos a informação aos nossos clientes e parceiros na China continental”, disse.

Para facilitar esta comunicação, Wendy Sun Min anunciou ainda o lançamento de uma plataforma electrónica de comércio para resolver problemas de comunicação entre as entidades empresariais e financeiras dos dois países.

“A comunicação, no passado, não era feita presencialmente, mas sim através de correio electrónico e telefonemas, e isto por vezes não é muito eficiente; estamos a tentar resolver isto lançando uma plataforma de e-commerce, na qual vamos publicar informações e oportunidades financeiras e de investimento, para que não seja preciso preocuparem-se com a diferença horária, a comunicação e a língua, porque podem usar a plataforma para saber mais sobre os projectos”, concluiu a responsável.

Plataforma monetária

Wendy Sun Min sublinhou também a honra em servir de plataforma entre o investimento chinês em Portugal e os mercados lusófonos. “Temos muitos recursos para apoiar o investimento nos países de língua portuguesa, e o Governo de Macau quer muito ajudar as empresas locais e chinesas porque pensam que é nossa responsabilidade, nós temos orgulho em ser a plataforma de investimento direccionado para Portugal”, disse a directora-geral do Departamento de Instituições Financeiras do Banco da China.

A responsável da instituição financeira vincou que as empresas chinesas e portuguesas têm “muitas vantagens” em usar Macau como plataforma de investimento e exemplificou com a China Construction, uma das maiores empresas chinesas no sector da construção civil e obras públicas. “Macau tem muitas vantagens, por exemplo a China Construction expandiu a sua actividade para Portugal e o director-geral em Portugal dantes trabalhava em Macau”, exemplificou.

Wendy Sun Min indicou que “uma das coisas boas de Macau é que, como há muitas pessoas que falam chinês e português, se as empresas quiserem investir em países de língua portuguesa, vão precisar de alguém que fale a sua língua e também português, e é mais fácil encontrar estes profissionais em Macau por causa das relações históricas, tornando Macau numa plataforma para as empresas chinesas investirem nos países lusófonos”.

Benefício mútuo

Outro dos temas abordados em entrevista à LUSA foram as negociações com países lusófonos quanto à eventual emissão de dívida em moeda chinesa. “Temos alguns contactos, mas há coisas que temos de manter confidenciais, mas a emissão de títulos de divida em moeda chinesa é possível e é benéfica para ambas as partes”, respondeu Wendy Sun Min quando questionada sobre uma possível emissão de dívida soberana de Angola ou Moçambique em renminbis.

A responsável lembrou que a moeda chinesa já faz parte das moedas aceites internacionalmente para emissão de dívida soberana “e por isso mais países estão a tomar atenção ao renminbi, de forma a terem algumas reservas nesta moeda”. Os títulos de dívida de um país emitidos em moeda chinesa são conhecidos como ‘pandabonds’, e Portugal é um dos países que se prepara para lançar dívida pública nesta moeda.

“A economia de Portugal está a melhorar, há bastante liquidez, as pessoas estão à procura de oportunidades e antes não estavam familiarizadas com o mercado chinês. Nós queremos ter a oportunidade de nos apresentarmos e mostrar as oportunidades de investimento para o mercado europeu e, em especial, para o mercado português”, disse Wendy Sun Min.

Em Outubro, Lisboa e Pequim assinaram, através da Caixa Geral de Depósitos e do Banco da China, um acordo que prevê a emissão de dívida pública portuguesa em renminbi. Este foi um dos 17 acordos bilaterais formalizados durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, no ano passado, que surgiu no seguimento da autorização dada pelo banco central chinês, em 2017, à emissão de dívida portuguesa nesse país.

Portugal é o quinto maior destino de investimento estrangeiro da China, num montante que já ultrapassou os nove mil milhões de euros desde o princípio desta década, mil milhões dos quais foram canalizados através da intervenção ou mediação do Banco da China, concluiu Wendy Sun Min.

21 Mai 2019

Imobiliário | Preço médio do metro quadrado volta a subir em Abril

[dropcap]O[/dropcap] custo médio do metro quadrado ficou 4,8 por cento mais caro neste último mês de Abril, em relação ao período homólogo de 2018. No mês passado, o preço médio fixou-se em 107.403 patacas, de acordo com informação da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

O mês em análise registou o segundo maior valor deste ano, batendo Março quando o preço médio do metro quadrado ultrapassou as 110 mil patacas. Os valores mais altos praticados no território continuam a ser em Coloane, onde os preços chegaram ultrapassaram as 125 mil patacas.

Na península, o metro quadrado custou em média 103.366 patacas, enquanto que na Taipa se fixou em 94.575 patacas. Em Abril deste ano transaccionaram-se menos casas, 787, face ao mesmo mês de 2018, quando as transacções registadas foram 964. Do total das casas vendidas, 650 foram para primeira habitação. Ao longo do mês passado, apenas três casas foram compradas por não residentes.

21 Mai 2019

Huawei diz que é “parceiro chave” do Android e continuará a actualizar equipamentos

[dropcap]O[/dropcap] gigante tecnológico Huawei assegurou hoje ter feito “contribuições substanciais” para o desenvolvimento do sistema operativo Android, garantindo que continuará a disponibilizar actualizações de segurança e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos.

“A Huawei fez contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android. Como um dos seus parceiros chave globais, trabalhámos estreitamente com a sua plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que beneficiou tanto os utilizadores como a indústria”, refere a empresa chinesa num comunicado emitido após ter sido divulgado que a Google deixará de vender componentes e ‘software’ da marca.

A Huawei informa que continuará a fornecer actualizações e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos, tanto “aos que já foram vendidos, como aos que ainda estão em armazém”.

A tomada de posição da Google acontece poucos dias depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado “emergência nacional” e proibido empresas norte-americanas de usarem equipamentos de telecomunicações de congéneres estrangeiras consideradas de risco, por poderem aproveitar vulnerabilidades nos serviços e infraestruturas do país para espionagem ou sabotagem.

20 Mai 2019

Morre piloto de helicóptero que se despenhou em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] piloto de um helicóptero que se despenhou no domingo à tarde em Hong Kong morreu na sequência do acidente, noticiou hoje a imprensa local.

De acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), a aeronave caiu cerca das 17:30 locais no centro de conservação e educação Kadoorie Farm e Jardim Botânico (KFBG), nos Novos Territórios, uma das zonas da Região Administrativa Especial de Hong Kong.

O piloto, Andrew Wong Fai-hung, de 49 anos, morreu na sequência do acidente, indicou fonte policial ao SCMP. Testemunhas descreveram ter visto o aparelho a desintegrar-se no ar momentos antes de cair.

Quinze bombeiros apoiados por 10 viaturas descobriram destroços do helicóptero espalhados por uma área de 100 metros. Segundo as autoridades, o incêndio foi extinto pouco depois e não houve relatos de outras vítimas no local, que tinha fechado ao público uma hora antes do acidente.

20 Mai 2019

Vistos Gold | Investimento em Portugal caiu para 17,8 por cento em Abril

[dropcap]O[/dropcap] investimento captado através dos vistos ‘gold’ caiu 17,8% em Abril, face a igual mês de 2018, para 52,2 milhões de euros, segundo contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Em Abril, o investimento proveniente de Autorização de Residência para Actividade de Investimento (ARI) totalizou 52.288.163,23 euros, uma redução de 17,8% face a igual mês de 2018.
Relativamente a Março, quando o investimento atingiu 48.368.488 euros, o investimento aumentou 8%, segundo as mesmas contas efectuadas pela Lusa.

Do total do investimento angariado em Abril, a maior parte (49.088.163,23 euros) corresponde à atribuição de vistos ‘gold’ mediante o critério da aquisição de bens imóveis, enquanto os restantes 3.200.000 euros correspondem ao requisito da transferência de capitais.

No mês passado foram atribuídos 92 ARI, dos quais 89 resultante da compra de bens imóveis e três por transferência de capital. Do total de vistos concedidos com a compra de imóveis, 15 foram atribuídos no âmbito da aquisição tendo em vista a reabilitação urbana.

Nos quatro primeiros meses do ano, o montante acumulado atingiu os 249,1 milhões de euros, menos 30% face ao período homólogo de 2018. Em mais de seis anos – o programa ARI foi lançado em Outubro de 2012 -, o investimento acumulado até Abril totalizou 4.498.944.955,86 euros, com a aquisição de imóveis a somar 4.073.062.563,43 euros.

Os vistos “dourados” atribuídos por via da transferência de capital ascendem a 425.882.392,40 euros. Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento, foram atribuídos 7.383 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018 e 421 em 2019.

Até Abril passado, em termos acumulados, foram atribuídos 6.968 vistos “dourados” por via da compra de imóveis, dos quais 312 tendo em vista a reabilitação urbana. Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 400 e foram atribuídos 15 por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.211), seguida do Brasil (722), Turquia (336), África do Sul (291) e Rússia (258). Desde o início do programa foram atribuídas 12.581 autorizações de residência a familiares reagrupados.

20 Mai 2019

Organização da Eurovisão apanhada de surpresa com bandeiras em atuação de Madonna

[dropcap]A[/dropcap] organização do 64.º Festival Eurovisão da Canção admitiu ontem ter sido apanhada de surpresa pela inclusão de bandeiras da Palestina na actuação da cantora norte-americana Madonna, referindo que esse elemento cénico não fez parte dos ensaios.

“Na transmissão em directo da grande final do Festival Eurovisão da Canção, dois bailarinos de Madonna mostraram momentaneamente bandeiras de Israel e da Palestina nas costas das suas indumentárias. Este elemento da performance não fez parte dos ensaios, tinha sido verificado pela EBU [sigla em inglês para União Europeia de Radiodifusão] e pela emissora de acolhimento, KAN [estação de televisão pública de Israel]”, refere a organização num comunicado citado por vários órgãos de comunicação social.

Na nota, a organização sublinha recorda que o Festival Eurovisão da Canção “é um evento não-político” e que “Madonna foi avisada disso”.

A cantora norte-americana levou o conflito israelo-palestiniano para o palco da final do 64.º Festival Eurovisão da Canção, no sábado à noite em Telavive, terminando a actuação com a expressão “Wake Up” (Acordem, em português) projectada em ecrãs.

Madonna, subiu ao palco da final do concurso, no sábado à noite em Telavive, depois da actuação dos 26 concorrentes. A cantora tinha recebido vários apelos para boicotar o concurso, mas acabou por aproveitar a actuação para tomar uma posição, terminando-a com dois bailarinos que usavam bandeiras de Israel e da Palestina nas costas a caminharem abraçados.

Mas a “rainha da pop” não terá sido a única a quebrar as regras do concurso. De acordo com a organização, a Islândia pode “ser punida”, depois de os seus representantes, a banda Hatari, conhecida pela sua oposição declarada à ocupação israelita dos territórios palestinianos, terem empunhado bandeiras da Palestina durante a emissão em directo.

Num outro comunicado, a organização do concurso refere que “as consequências deste ato serão discutidas na próxima reunião do conselho executivo do concurso”.

Hoje, a ministra da Cultura israelita, Miri Regev, classificou como “um erro” a presença da bandeira palestiniana nas costas de bailarinos durante a actuação de Madonna de sábado.

“Foi um erro, não podemos misturar a política com um evento cultural, com todo o respeito que devo a Madonna “, disse Miri Regev antes do conselho de ministros semanal.

Questionada pelos jornalistas, a ministra, que não assistiu à final do festival, criticou a KAN por ter falhado a missão de impedir as bandeiras de aparecerem no ecrã.

Antes da actuação, Madonna tinha pedido a todos os que a ouviam que “nunca subestimem o poder da música para juntar as pessoas”, e citou “uma grande canção”, da sua autoria, “Music”, na qual canta “music makes the people come together” [a música faz as pessoas unirem-se, em português].

A Holanda venceu no sábado, pela quinta vez, o Festival Eurovisão da Canção, com o tema “Arcade”, interpretado por Duncan Laurence, que era o favorito à vitória de acordo com a média de várias casas de apostas.

Israel acolheu o Festival Eurovisão da Canção, depois de o ter vencido, pela quarta vez, no ano passado, em Lisboa, com o tema “Toy”, interpretado por Netta. O movimento de boicote cultural a Israel instou os artistas a boicotarem o concurso.

20 Mai 2019