Hoje Macau SociedadeMetro Ligeiro | Lam U Tou quer mais formas de pagamentos [dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, considera que o uso de um “cartão individual para o Metro Ligeiro” é irracional, dado que os cidadãos precisam de mais um passe para apanhar transportes públicos. Além disso, o dirigente associativo alerta para o facto de a existência de dois passes impossibilitar mudar de transporte sem beneficiar da viagem grátis, como acontece quando se muda de autocarro. Lam U Tou está também preocupado que a ausência desta viagem grátis “reduza o uso e as vantagens do Metro Ligeiro”, dificultando a concretização do objectivo de o metro passar a ser o principal transporte na Taipa, em detrimento dos autocarros. Portanto, o presidente da associação apela às autoridades a introdução de outros meios de pagamento electrónico antes da circulação do Metro Ligeiro, bem como a facilitação de transferência de passageiros entre transportes. O presidente da associação espera que o Governo possa apresentar medidas para resolver o monopólio da MPay nos autocarros, algo que considera um problema. Para tal, Lam U Tou sugere que a tutela dos Transportes e Obras Públicas comunique com a secretaria de Lionel Leong para encontrar outros meios de pagamento electrónico.
Hoje Macau SociedadeIAM | Museu Natural e Agrário reabre hoje [dropcap]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Municipais [IAM] anunciou que o Museu Natural e Agrário, no Parque de Seac Pai Van, vai reabrir portas hoje, depois de ter sofrido obras de reparação e remodelação. Além disso foi criada uma nova zona a pensar nos mais novos, conhecida como a Zona de Répteis, onde “há dez caixas de exposição, incluindo eublepharis macularius [geco-leopardo], correlophus ciliatus [animal semelhante a largarto], ctenosaura acanthura [semelhante a iguana], python regius [cobra] e boa constrictor [cobra]. Esta exposição tem por objectivo aprofundar o conhecimento do público acerca dos répteis e divulgar a importância da protecção de animais”, declarou o IAM, em comunicado. O Museu Natural e Agrário e a Zona de Répteis funcionam das 10h às 17h.
Hoje Macau SociedadeJogo | Bloomberg justifica queda de receitas com protestos em Hong Kong Analistas citados pela agência Bloomberg justificam quebra de receitas do jogo em Julho com a instabilidade provocada pelos protestos em Hong Kong. Além disso, a guerra comercial, o abrandamento da economia chinesa e o crescente escrutínio sobre os junkets são outros possíveis “travões” do sector VIP [dropcap]N[/dropcap]a passada quinta-feira, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos revelou que os casinos de Macau terminaram Julho com receitas brutas de 24,45 mil milhões de patacas, menos 3,5 por cento do que em igual período do ano passado. Julho foi o quarto mês de queda das receitas face ao período homólogo do ano passado. Um artigo da agência Bloomberg elenca, entre outras justificações, a turbulência política e os protestos em Hong Kong como factor negativo para os resultados das receitas da indústria que move a economia de Macau. Ainda assim, a agência refere que o sector do jogo se tem aguentado, apesar dos ventos desfavoráveis gerados pelas incertezas da guerra comercial e o enfraquecimento da economia chinesa, com a entrada em Macau de números recorde de turistas que alavanca o segmento do jogo de massas. É no segmento VIP que a realidade económica ganha contornos mais pessimistas. Neste capítulo, a Bloomberg cita a instabilidade vivida em Hong Kong e o possível aperto por parte de Pequim aos operadores junkets como razões que amedrontam os grandes apostadores chineses. “A procura no mercado VIP sofreu uma acentuada deterioração a partir da segunda metade de Julho, sem razão aparente. Pode-se explicar como um pequeno desvio de curto-prazo num contexto de grande mediatização da escalada dos conflitos em Hong Kong”, lê-se numa nota de analistas da JPMorgan citada pela agência. O documento destaca também a pressão sobre os junkets como possível justificação, nomeadamente depois da intensificação do escrutínio na sequência da polémica das apostas online alegadamente promovidas pelo grupo Suncity no interior da China. A outra margem Apesar dos resultados, os analistas não encontram razão para achar que o mês de Julho será um ponto de viragem com consequências a longo-prazo. Indicação disso é a pouco significativa reacção dos investidores, que não fizeram soar alarmes. O índice da Bloomberg Intelligence para os operadores de Macau caiu 1,1 por cento na passada quinta-feira, depois do anúncio de 2,7 por cento de queda das receitas. As acções dos casinos têm apresentado alguma volatilidade, que incluiu uma queda na ordem dos 20 por cento em Maio. No entanto, o Índice mantém a previsão de subida anual de 11 por cento, liderado pela Melco Resorts & Entertainment Ltd. e a SJM Holdings Ltd. O panorama da indústria havia melhorado recentemente graças aos números fortes da entrada de turistas e com sinais de que a retracção do sector VIP teria batido no fundo. Porém, os resultados de Julho voltaram a levantar questões quanto à capacidade de retoma. A Ponte HKZM foi apontada por analistas como uma espécie de escudo protector dos casinos contra a instabilidade vivida em Hong Kong, permitindo aos apostadores chegarem a Macau sem porem o pé na região vizinha. Ainda assim, apesar de ainda não haver números oficiais de visitantes para Julho, teoriza-se que Macau possa ser penalizado devido à quebra das vendas de pacotes turísticos que incluem as duas regiões administrativas especiais.
Hoje Macau PolíticaNação | Chefe do Executivo recebe jovens para sessão “Eu e a minha Pátria” [dropcap]S[/dropcap]ábado foi dia de exaltação nacional dirigido à juventude. O Chefe do Executivo, apresentou a sessão temática “Eu e a minha Pátria”, um evento no qual participaram 500 jovens de Macau. A sessão surgiu no seguimento de uma série de viagens, organizadas pelo Governo Central e o Gabinete de Ligação em Macau, que levou cinco delegações de estudantes a cinco províncias chinesas entre 14 e 25 de Julho. A iniciativa, intitulada «Caminhar juntos na Nova Era» teve como objectivo permitir que os jovens reafirmem “o amor e vontade de retribuição à Pátria, mostrando maior determinação no caminho conjunto e partilha de convicções”. “Em todos os momentos da visita de estudo, testemunhei a vitalidade e o entusiasmo dos jovens amigos. O intercâmbio que mantive com estes jovens deixou-me profundamente satisfeito, pois pude verificar que têm ideais, são cheios de vitalidade e trabalham arduamente”, referiu Chui Sai On. O Chefe do Executivo acrescentou ainda que a juventude de Macau está empenhada “na transmissão da tradição honrosa do patriotismo e do amor a Macau”. As iniciativas fazem igualmente parte das celebrações do 70º aniversário da implantação da República Popular da China e também do 20º aniversário do Retorno de Macau à Pátria.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Fim-de-semana voltou a ser marcado por protestos. Bandeira da China atirada ao mar Na noite de sábado para domingo os protestos chegaram em força às ruas de Hong Kong, tendo sido detidas 20 pessoas, noticiaram as agências internacionais. Os manifestantes atiraram a bandeira da China ao porto de Vitória e voltaram às ruas este domingo [dropcap]M[/dropcap]ilhares de manifestantes pró-democracia voltaram ontem a desfilar nas ruas de Hong Kong para manter a pressão sobre as autoridades. A antiga colónia britânica, que atravessa a sua maior crise política desde que passou a ser território chinês em 1997, vai já no oitavo fim-de-semana consecutivo de grandes manifestações, frequentemente seguidas de confrontos entre pequenos grupos radicais e as autoridades. Para a tarde de ontem estavam previstas duas manifestações, que precedem a uma greve geral convocada para hoje. Milhares de manifestantes marcharam nas ruas do bairro residencial de Tseung Kwan O. “Estou mais preocupada do que optimista”, disse à AFP, no meio da multidão, Florence Tung, uma advogada estagiária de 22 anos. “Parece-nos que, independentemente de quantos somos, não podemos mudar o nosso Governo”, acrescentou, em referência ao facto de os dirigentes da cidade não serem eleitos por sufrágio universal. Kai Hou, de 41 anos, disse, por seu lado, não apoiar as tácticas violentas da franja mais radical de manifestantes, embora concorde com os objectivos gerais. “Ninguém concorda com as acções radicais, mas o seu objectivo é simples: querem fazer de Hong Kong um lugar melhor”, explicou. Entretanto, a China declarou ontem que não vai ficar “de braços cruzados” face às “forças abjectas” que minam a unidade nacional, no rescaldo dos confrontos entre manifestantes e polícia na noite passada em Hong Kong, adiantou a AFP, citando a Xinhua. “O Governo central não vai ficar de braços cruzados e não deixará que a situação avance”, adverte a agência. Dezenas de detenções Mais de 20 manifestantes foram detidos após os protestos que ocorreram entre sábado e a madrugada de ontem, acusados de reunião ilegal e agressão em Tsim Sha Tsui, Mong Kok e Wong Tai Sin, onde decorreram novos confrontos entre activistas e a polícia. A polícia disse que alguns “manifestantes radicais” lançaram extintores, tijolos, garrafas de vidro e outros objectos contra as autoridades, depois de se recusarem a dispersar. Em sentido contrário, a polícia de choque lançou gás lacrimogéneo e ‘spray’ pimenta para forçar a dispersão, levando muitos moradores a juntarem-se ao protesto contra a polícia, que acusaram de perturbar a comunidade. Num comunicado, a polícia salientou que os manifestantes se desviaram da rota autorizada para a manifestação, causaram cortes de trânsito e reuniram-se ilegalmente em frente à esquadra da polícia de Wong Tai Sin. No sábado, os manifestantes ignoraram os limites impostos pela polícia e ultrapassaram o local definido para o fim da manifestação, que junta milhares de pessoas nas ruas da ex-colónia britânica, adiantaram agências internacionais. De acordo com a Associated Press (AP), a rua onde decorre o protesto, na zona de Mong Kok, esteve repleta de manifestantes. De frisar que Mong Kok tem um histórico de acolhimento de manifestações pró-democracia, nomeadamente as de 2014, no período em que decorreu o movimento dos guarda-chuvas amarelos. Num ‘briefing’ antes da manifestação marcada para esta zona, a polícia alertou que seria considerado ilegal ultrapassar o limite imposto para o término da manifestação e disse que qualquer protesto que não tenha sido autorizado será considerado assembleia ilegal, adiantou a AP. A manifestação foi num primeiro momento proibida pela polícia, que a autorizou depois de um recurso, refere a AFP. Num outro parque público juntaram-se milhares de manifestantes pró-Governo, empunhando bandeiras chinesas, acrescenta a mesma agência. Na sexta-feira à noite, milhares de funcionários públicos juntaram-se, também num parque público, para mostrar solidariedade com o movimento, que cresceu e agora inclui exigências de eleições directas para o cargo de Chefe do Executivo e uma investigação a alegada brutalidade policial. Os residentes de Hong Kong acusaram a polícia de negligência depois de 44 pessoas terem ficado feridas no mês passado num ataque que aparentemente era dirigido aos manifestantes. As autoridades declararam que os seus recursos estão no limite devido às manifestações prolongadas. Bandeira desprezada Depois dos protestos e da vandalização ocorrida no edifício do Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong, os manifestantes voltaram a cometer actos contra os símbolos da China. No sábado foi retirada uma bandeira chinesa do mastro que foi depois atirada à água no icónico porto de Vitória após a manifestação pró-democracia ter desrespeitado o percurso aprovado pela polícia. Numa manifestação separada, milhares de pessoas vestidas de branco juntaram-se num parque de Hong Kong para expressar o apoio à polícia, empunhando cartazes onde podia ler-se “Give Peace a Chance”. Os manifestantes pró-democracia começaram a instalar postos de primeiros socorros e a distribuir capacetes algumas horas antes da manifestação e quando um grupo chegou à zona do porto, vários manifestantes subiram a um dos mastros em frente a um hotel de luxo e retiraram a bandeira chinesa. Depois de algum debate sobre se deveriam pintar a bandeira de preto, decidiram atirá-la à água antes que a polícia pudesse intervir. Pouco depois, Paladin Cheng, um manifestante de 38 anos, colocou-se ao lado dos mastros com um conjunto de bandeiras, onde podia ler-se “Hong Kong Independence.” Entretanto, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado condenou este acto, tendo o seu porta-voz afirmado que a prática de atirar a bandeira ao mar viola a lei da bandeira nacional da República Popular da China, bem como o diploma “The National Flag and National Emblem Ordinance”, da Região Administrativa Especial de Hong Kong. Por estas razões, constitui “uma flagrante ofensa à dignidade nacional, ultrapassando o princípio “Um País, Dois Sistemas”, e prejudicando os sentimentos do povo em relação ao país. O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado voltou a expressar o seu apoio à polícia de Hong Kong e aos órgãos judiciais, esperando que os “criminosos” sejam punidos com a lei. O porta-voz desta entidade considerou ainda que este acto foi levado a cabo por um “pequeno número de radicais extremistas”, e que mostrou que os protestos vão muito além da livre expressão de opiniões, devendo este tipo de actos ser punidos severamente de acordo com a lei. Também o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEHK emitiu uma declaração condenando veementemente “os actos ilegais dos manifestantes extremistas de Hong Kong”, que têm insultado a bandeira nacional e desafiado a soberania do país, esperando que os autores da ocorrência sejam punidos de acordo com a lei. Activista detido Além dos protestos que têm marcado o ambiente social e político de Hong Kong, ocorreram mais detenções nos últimos dias. O activista pró-independência Andy Chan foi preso, juntamente com sete pessoas, durante uma rusga policial. De acordo com um comunicado da polícia de Hong Kong, sete homens e uma mulher foram detidos na quinta-feira à noite num edifício industrial em Sha Tin, no norte do território, sob acusações de posse de armas e posse ilegal de explosivos. Apesar de a nota de imprensa não identificar os suspeitos, fonte policial garantiu à agência France-Presse (AFP) que o activista pró-independência Andy Chan era um dos oito. “Andy Chan foi detido e uma bomba de gás foi apreendida” disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Em resposta ao comunicado da polícia, centenas de manifestantes reuniram-se à porta de duas esquadras, durante toda a noite, exigindo a libertação dos activistas. O Partido Nacional de Hong Kong (HKNP), um pequeno partido pró-independência liderado por Chan, foi proibido pelas autoridades em Setembro do ano passado, por motivos de “segurança nacional”. Também na quinta-feira Pequim voltou a pronunciar-se sobre os protestos, uma vez que o conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi, acusou os Estados Unidos e outros países ocidentais de “atiçarem as chamas” nos protestos em Hong Kong, visando minar a prosperidade, estabilidade e segurança da região. De acordo com a imprensa estatal chinesa, Yang acusou Governos ocidentais de se reunirem com altos funcionários e líderes dos protestos e incentivarem as acções. “É preciso salientar que os Estados Unidos e outros Governos ocidentais (…) estão constantemente a alimentar as chamas da situação em Hong Kong”, disse Yang, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. “A China expressa indignação e firme oposição (…) e exige que parem imediatamente de interferir nos assuntos de Hong Kong”, declarou. No início da semana passada, um ex-quadro do governo de Hong Kong fez acusações semelhantes sobre os Estados Unidos e Taiwan, afirmando que estavam por detrás dos distúrbios. A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e outras autoridades e diplomatas chineses fizeram acusações semelhantes, enquanto o chefe do sindicato da polícia de Hong Kong, também citado pela imprensa chinesa, pediu uma investigação sobre o alegado papel dos EUA nos protestos. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, descreveu aquelas alegações como “ridículas”. “Eu acho que os protestos são da responsabilidade exclusiva do povo de Hong Kong e julgo que eles estão a exigir que o governo os ouça”, disse Pompeo. Já o Presidente norte-americano, Donald Trump, ao ser questionado na quinta-feira sobre os protestos, considerou tratarem-se “de motins” e indicou que os EUA vão ficar de fora de um assunto que afirmou ser “entre Hong Kong e a China”. Governos ocidentais e organizações de defesa dos direitos humanos emitiram já declarações em que expressaram preocupação relativamente à proposta de alteração da lei de extradição e à violência entre a polícia e os manifestantes.
Hoje Macau China / ÁsiaDetido em Hong Kong activista pró-independência Andy Chan [dropcap]O[/dropcap]ito pessoas, incluindo o activista pró-independência Andy Chan, foram detidas esta quinta-feira em Hong Kong durante uma rusga policial, num momento em que a ex-colónia britânica atravessa uma grave crise política. De acordo com um comunicado da polícia de Hong Kong, sete homens e uma mulher foram detidos na quinta-feira à noite num edifício industrial em Sha Tin, no norte do território, sob acusações de posse de armas e posse ilegal de explosivos. Apesar de a nota de imprensa não identificar os suspeitos, fonte policial garantiu à agência France-Presse (AFP) que o activista pró-independência Andy Chan era um dos oito. “Andy Chan foi detido e uma bomba de gás foi apreendida” disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Em resposta ao comunicado da polícia, centenas de manifestantes reuniram-se à porta de duas esquadras, durante toda a noite, exigindo a libertação dos activistas. O Partido Nacional de Hong Kong (HKNP), um pequeno partido pró-independência liderado por Chan, foi proibido pelas autoridades em Setembro do ano passado, por motivos de “segurança nacional”. Foi a primeira vez desde a transferência de soberania de Hong Kong, em 1997, que um partido político foi dissolvido desta forma. Apesar de o HKNP ter apenas um punhado de membros, o seu carácter independentista provocou a fúria das autoridades chinesas. Pouco tempo depois, o executivo de Hong Kong recusou-se a renovar o visto do jornalista do Financial Times Victor Mallet, que tinha convidado Chan para uma conferência no Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong (FCC, sigla em inglês). A proibição do HKNP e a decisão sobre Mallet foram vistos como dois exemplos de um declínio das liberdades em Hong Kong. Hong Kong vive há dois meses um clima de contestação social, com milhares de pessoas nas ruas contra uma proposta de lei que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.
Hoje Macau PolíticaTrabalho | TNR sem necessidade de registo criminal [dropcap]C[/dropcap]om as alterações da lei da contratação de trabalhadores não-residentes, a importação de mão-de-obra vai continuar dispensada de apresentação de registo criminal. A explicação foi avançada, ontem, por Vong Hin Fai, presidente da 3.ª reunião da Comissão Permanente da Assembleia Legislativa que está a debater na especialidade este assunto. “Não é preciso apresentar registo criminal devido a dois factores. O primeiro passa por não haver no sector um consenso sobre este aspecto, há divergências sobre esta obrigação”, começou por dizer. “O segundo é justificado com a grande complexidade que estes documentos exigem para ser reconhecidos, devido aos procedimentos administrativos. Tudo isto é uma inconveniência para os trabalhadores e para os empregadores locais”, acrescentou. De acordo com as indicações actualmente em vigor, apenas os trabalhadores vietnamitas têm de apresentar registo criminal. Outro dos pontos em discussão prende-se com a possibilidade de um trabalhador vir para Macau como turista, arranjar um contrato e sair para outros destinos que o não o de origem. Depois só precisa de voltar a entrar com a autorização de permanência e fica contratado. Alguns deputados questionaram o Governo sobre a possibilidade de obrigar trabalhadores a virem da região de origem para terem autorização de permanência. Segundo Vong, esta sugestão foi recusada, uma vez que há trabalhadores que já não estão a trabalhar nos países originais. O deputado deu como exemplo o caso de um trabalhador filipino que tenha a vida profissional em Hong Kong ou Zhuhai e que se queira mudar para Macau. Neste caso, segundo a explicação do Governo, não faz sentido que se peça a essa trabalhadora que volte às Filipinas para poder ter licença de trabalho na RAEM.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | Taiwan critica decisão de proibir visitas individuais à ilha O Governo de Taiwan criticou ontem a decisão da China de proibir viagens individuais à ilha, considerando que Pequim está a impedir o seu povo de visitar um país “livre e tolerante” [dropcap]D[/dropcap]everia ser-lhes permitido juntarem-se a mais e mais viajantes de todo o mundo para vivenciarem um país onde a liberdade, a abertura e a tolerância estão na ordem do dia. O que há a temer?”, questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros taiwanês. Joseph Wu deixou a mensagem na rede social Twitter, apelidando de “triste” a restrição que entrou ontem em vigor. A China anunciou na quarta-feira que vai proibir viagens individuais a Taiwan, alegando o deteriorar das relações com a ilha democraticamente governada, em mais uma medida para aumentar a pressão financeira e diplomática sobre Taipé. Os chineses estão agora limitados a visitarem Taiwan como participantes de excursões de grupo, que diminuíram drasticamente depois de Pequim ter ordenado que as agências de viagens diminuíssem o número de visitas à ilha. Em comunicado, o ministério chinês da Cultura e do Turismo anunciou a suspensão das viagens a partir de quinta-feira, “face às actuais relações entre os dois lados”. O comunicado não detalha se também as viagens em grupo serão suspensas. A China só permite aos residentes das suas 47 maiores cidades que visitem Taiwan. Todos os outros têm de pedir permissão, através de agências de viagens seleccionadas, e de viajar em excursões em grupo. Não é claro o impacto da medida na indústria do turismo de Taiwan, que também recebe visitantes da Coreia do Sul, Japão e Sudeste da Ásia, atraídos pelas praias, regiões montanhosas e comida de rua. Amizades complicadas A China está também alarmada com os sinais de aumento do apoio militar pelos EUA a Taiwan. Embora Washington não tenha laços diplomáticos formais com Taipé, a lei norte-americana determina que forneça a Taiwan equipamentos e serviços de defesa suficientes para autodefesa. No início deste mês, os EUA aprovaram provisoriamente a venda de 2,2 mil milhões de dólares de armamento a Taiwan, incluindo tanques e mísseis de defesa anti-aérea.
Hoje Macau EventosExposição | SJM apresenta “Art in Motion – Video art from Portugal” [dropcap]V[/dropcap]ídeos produzidos por artistas portugueses estão em exibição, desde ontem, em diferentes espaços da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). A exposição “Art in Motion – Video art from Portugal” integra-se numa série de sete mostras públicas que a SJM está a promover até Outubro, no âmbito de um festival de arte internacional lançado este ano pelo Governo. Com curadoria de Paulo Corte-Real, a mostra reúne 17 peças de artistas portugueses com “diferentes formações e percursos”, mas com o traço comum de terem adoptado o vídeo “como meio de expressão” artística. Durante o mês de Agosto, João Pombeiro, Rui Calçada Bastos e Rodrigo Oliveira vão ter vídeos da sua autoria exibidos em diferentes locais da SJM: hotel Grand Lisboa, hotel Lisboa, casino Jai Alai Oceanus e Ponte 16 (Sofitel). Com o apoio das concessionárias e subconcessionárias de jogo, o festival Arte Macau prolonga-se até Outubro e quer afirmar-se como uma nova marca cultural internacional.
Hoje Macau EventosPlataforma 1220 pede participação de cineastas para Festival de Busan [dropcap]A[/dropcap] 1220 – Produção de Filmes pretende levar para o Festival Internacional de Cinema de Busan, na Coreia do Sul, cineastas de Macau para que mostrem o seu trabalho num dos mais importantes festivais de cinema. De acordo com um comunicado, há quatro vagas disponíveis para cineastas independentes e outros profissionais ligados ao marketing, financiamento e distribuição. São também convidados a submeter candidaturas profissionais que tenham participado em produção de curtas-metragens. Os projectos devem ser submetidos em inglês e chinês, sendo também pedida carta de referência caso o candidato esteja empregado numa empresa. Com esta iniciativa, a plataforma 1220 possibilita aos “profissionais de Macau uma oportunidade única de interagir com outros cineastas de todo o mundo”, além de poderem partilhar “as suas experiências em termos de filmagens e procurar por oportunidades de negócio com produtoras estrangeiras”. Apoios do FIC O mesmo comunicado dá conta do optimismo da plataforma 1220 para o Festival Internacional de Cinema de Busan, uma vez que, no passado, “obteve uma resposta positiva no que diz respeito ao recrutamento de trabalhadores locais da área do cinema para aderirem aos mercados estrangeiros”. “A 1220 pretende descobrir mais produções locais de cinema que promovam a competitividade do sector em Macau, para que a indústria do cinema do território siga em frente”, lê-se ainda. A empresa foi uma das beneficiárias do Fundo das Indústrias Culturais no segundo trimestre deste ano, recebendo duas tranches no valor total aproximado de duas milhões de patacas. O valor de 1,780 milhões de patacas diz respeito à “atribuição da primeira prestação de apoio financeiro ao projecto “Plano de Apoio Financeiro Específico da Plataforma de Serviço Integrada de Cinema e Televisão 1220”, enquanto as 54 mil patacas constituem a “última prestação de apoio financeiro ao projecto ‘Plataforma de Serviços de Emissão, Venda Internacional e Pós-Produção Cinematográfica e Acesso a Feira de Exposição Internacional’”.
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas dos casinos descem 3,5% em Julho [dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau terminaram Julho com receitas brutas de 24,45 mil milhões de patacas, menos 3,5 por cento do que em igual período do ano passado, foi ontem anunciado. Este é o quarto mês em que os casinos do território registam uma queda das receitas face ao período homólogo de 2018, indicou a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Ao mesmo tempo, as receitas brutas acumuladas nos primeiros sete meses do ano registaram um decréscimo de 0,9 por cento, em relação a 2018. Entre Janeiro e Julho, as receitas brutas foram de 173,96 mil milhões de patacas, segundo os dados publicados na página da DICJ.
Hoje Macau SociedadeComércio | Macau regista crescimento de importações do bloco lusófono [dropcap]M[/dropcap]acau importou dos países lusófonos, no primeiro semestre de 2019, bens avaliados em 432 milhões de patacas, mais 9,8 por cento do que em igual período do ano passado, anunciaram as autoridades do território. Em sentido inverso, Macau exportou para os países de língua portuguesa, entre Janeiro e Junho, mercadorias no valor de 969 mil patacas, indicou a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No total, Macau importou no primeiro semestre de 2019 mercadorias no valor de 42,42 mil milhões de patacas, menos 1,7 por cento do que no primeiro semestre do ano passado, e exportou bens no valor de 6,40 mil milhões de patacas, mais 3,3 por cento em termos anuais homólogos. Por conseguinte, o défice da balança comercial atingiu, no primeiro semestre, 36,02 mil milhões de patacas, indicou a DSEC. Na primeira metade do ano, a DSEC destacou o valor importado de vestuário e calçado (4,10 mil milhões de patacas) e de produtos de beleza, de maquilhagem e de cuidados da pele (3,02 mil milhões de patacas), que cresceram, respectivamente, 19,4 por cento e 35,1 por cento. As importações do interior da China desceram 5,8 por cento entre Janeiro e Junho, mas continuam a representar um terço do valor total das importações: 14,06 mil milhões de patacas. Em sentido crescente estão as importações da União Europeia e dos países ao longo da iniciativa “Uma Faixa, uma Rota”: mais 5 por cento e 85,9 por cento, respectivamente, segundo a DSEC. Do lado das exportações, saíram de Macau para o interior da China, no primeiro semestre, bens no valor de mais de 780 milhões de patacas, sendo que cerca de 96 por cento teve como destino as nove províncias da região do delta do rio das Pérolas.
Hoje Macau SociedadeBanca | BNU contribui com 33 milhões de euros para lucros da CGD [dropcap]A[/dropcap] Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 282,5 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, o que corresponde a um aumento de 46 por cento face ao período homólogo do ano passado em que totalizou 194 milhões de euros. O contributo para os lucros da actividade consolidada veio também do BNU Macau (com 33 milhões de euros), do BCI de Moçambique (com 19 milhões de euros) e ainda da sucursal de França (10 milhões de euros), tendo outros contributos totalizado 24 milhões de euros. De acordo com o comunicado do banco, a actividade em Portugal gerou um lucro de 196,5 milhões de euros no primeiro semestre, o que compara com 118,7 milhões no mesmo período de 2018. “Estes são resultados positivos, são resultados expressivos, mas numa conjuntura como todos sabem bastante difícil”, disse Paulo Macedo.
Hoje Macau SociedadeMetro Ligeiro | Rosário defende sistema de pagamento [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas defendeu ontem o mecanismo de pagamento dos bilhetes de metro, que exigem a compra de um cartão. Este sistema foi alvo de críticas por não ter uma câmara incorporada que permite o pagamento através de QR code ou com as carteiras electrónicas. Ontem, quando questionado sobre o assunto, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Raimundo do Rosário afirmou que houve um contrato assinado em 2010 para o fornecimento dos meios de pagamento e que esse vínculo tem de ser respeitado. O secretário não afastou a hipótese de posteriormente a empresa responsável pela gestão do metro adoptar um novo sistema, mas só depois de tudo já estar em funcionamento. Ainda sobre o metro, Rosário frisou que a prioridade passa por abrir ao público a linha da Taipa.
Hoje Macau SociedadeSacos de plástico no supermercado vão custar uma pataca cada [dropcap]C[/dropcap]ada saco de plástico fornecido por estabelecimentos comerciais a clientes vai custar uma pataca. A informação foi dada ontem pelo presidente da 3ª Comissão Permanente, Vong Hin Fai, após a reunião de assinatura do parecer sobre a proposta de lei de restrição ao fornecimento de sacos de plástico. “Se os lojistas forneceram sacos de plástico têm de cobrar o valor do despacho que é de uma pataca”, disse. Se este valor não for cobrado o estabelecimento tem de pagar uma multa de 1000 patacas por saco, acrescentou. Do parecer assinado ontem também consta a alteração legislativa relativamente à versão inicial, que agora isenta os estabelecimentos de uma multa de 600 patacas, caso não tenham “em local bem visível, os materiais de divulgação sobre o fornecimento de sacos de plástico. “Na opinião de alguns membros da comissão, os materiais de divulgação em si já não são amigos do ambiente e a sua fixação em todos os lados também não é estética, pelo que não devia ser necessário obrigar a esta afixação”, aponta o parecer para justificar a alteração. O diploma prevê ainda que apenas sacos de plástico que tenham contacto directo com os produtos “frescos e crus ou produtos alimentares “estejam isentos de cobrança, sendo que para garantir uma maior protecção ambiental o Governo exclui as situações que envolvem a venda de “produtos alimentares ou medicamentos não hermeticamente embalados e os que devam ser mantidos em estado frio ou quente”. “Estas duas situações passaram a estar isentas de cobrança, para reduzir ainda mais o uso de sacos de plástico, destacando-se a intenção legislativa de redução de resíduos a partir da fonte”, aponta o parecer.
Hoje Macau PolíticaHabitação social | Ho Ion Sang desapontado com idade mínima de candidatura [dropcap]O[/dropcap] presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Ho Ion Sang, sente-se desiludido com o facto de não ter conseguido levar o Executivo a definir os 18 anos como idade mínima para as candidaturas a habitação social. Na proposta da alteração da lei da habitação social, o Governo aumentou a idade de candidatura dos 18 para os 23 anos. Mas a comissão não queria que esta alteração fosse em frente. “Estamos desapontados. Queríamos que a idade mínima se mantivesse nos 18 anos e até propusemos um esquema de 18 anos com pontuação extra, ou seja em que as pessoas ganhavam mais pontos e prioridade caso fossem mais velhas”, admitiu o presidente da comissão. “Também há pessoas que aos 18 anos acabam os estudos e estão numa situação complicada em que precisam de ajuda”, acrescentou. O Governo fez algumas cedências, como o facto de órfãos poderem candidatar-se a este tipo de apoio social logo aos 18 anos e também por uma medida extra, em que é o Chefe do Executivo fica com poderes, desde que com uma justificação adequada, para garantir que qualquer pessoa pode concorrer, mesmo que tenha menos de 23 anos. O Executivo também cedeu no fim da proibição de atribuir habitação social a candidatos individuais com menos de 18 anos, se ainda forem estudantes. Estas cedências não foram ignoradas por Ho Ion Sang, que disse ter ficado “satisfeito” com a postura de abertura do Executivo. A lei da habitação económica foi aprovada em Novembro de 2017 e foi discutida na especialidade até ontem. Sobre os quase dois anos de discussão, o presidente da comissão afirmou que geraram resultados positivos: “Passou muito tempo desde a aprovação, mas posso dizer que usámos este tempo bem. Acho que valeu a pena”, considerou.
Hoje Macau PolíticaEfeméride | Chui elogia Exército de Libertação do Povo Chinês [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo visitou ontem a Guarnição em Macau do Exército como parte das comemorações do 92.º aniversário do Exército de Libertação do Povo Chinês. Chui Sai On elogiou a importância na protecção do país e a forma como tem contribuído para o sucesso do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’: “O Exército de Libertação do Povo Chinês é o exército do povo, é o herói que assume plenamente a missão sagrada da protecção da Pátria e do Povo, pois contribui para a salvaguarda da conjuntura estável da reforma e desenvolvimento do País”, afirmou. “A Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês […] têm-se empenhado na promoção dos valores tradicionais […]e desempenhou de forma distinta diversas missões em cumprimento das suas atribuições de defesa, sendo o reflexo de um exército poderoso e civilizado, o que lhe granjeou o grande reconhecimento dos compatriotas de Macau”, acrescentou. Ainda de acordo com o Chefe do Executivo até os membros da Guarnição já se sentem em casa, devido à ligação com os residentes. “Ao longo destes anos, a Guarnição e a RAEM têm comungado dos mesmos objectivos, trabalhando em união de esforços. A Guarnição, que considera Macau como a sua terra natal e os seus residentes como família, tem prestado todo o apoio ao Governo da RAEM na sua governação segundo a lei”, sublinhou.
Hoje Macau PolíticaAcordo | DSAJ também rejeita acusações da Ordem dos Advogados [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) também rejeita as acusações de inconstitucionalidade do acordo de entrega de infractores em fuga vindas de Portugal. Num comunicado ontem divulgado, a tutela de Sónia Chan esclarece que o aquilo que foi assinado entre os dois territórios “satisfaz plenamente os padrões internacionais no respectivo domínio, nomeadamente o Acordo-Modelo das Nações Unidas sobre a Extradição, bem como está em conformidade com a lei interna das duas jurisdições”. Além disso, o acordo “tem em plena consideração o facto de as duas jurisdições partilharem o mesmo sistema jurídico-penal e uma série de princípios fundamentais no âmbito da legislação, nomeadamente o princípio da dupla-incriminação, o princípio da reciprocidade, o princípio da recusa de entrega dos infractores com vista à protecção dos seus direitos e garantias, entre outros”. O Governo da RAEM dá também conta do facto da redacção das disposições do acordo “corresponder a um modelo-tipo geralmente adoptado a nível internacional”, além de estar “patente semelhante ideia numa série de convenções ou tratados análogos celebrados entre Portugal e outros países ou regiões (por exemplo com a China, Índia, Argélia)”. Também a DSAJ, à semelhança do Ministério da Justiça, se baseia no acordo já assinado entre China e Portugal em matéria de extradição, “pelo que o pedido de entrega pode ser feito directamente entre a China e Portugal”.
Hoje Macau China / ÁsiaDonald Trump diz que China muda sempre os acordos a seu favor [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou ontem a China de “mudar sempre o que foi acordado” para seu benefício e ameaçou Pequim com uma posição mais dura no comércio bilateral se vencer as eleições de 2020. “A China está a fazer muito mal, o pior em 27 anos”, disse o Presidente em uma sequência de mensagens publicadas na sua conta do Twitter. “Eles deveriam começar a comprar os nossos produtos agrícolas agora e não há sinal de que estejam a fazer isso”, declarou ainda. “Esse é o problema com a China, eles simplesmente não cumprem”, disse Trump, acrescentando que a economia norte-americana “tornou-se muito maior do que a economia chinesa nos últimos três anos”. Representantes da China e dos Estados Unidos reuniram-se ontem em Xangai, na primeira ronda de negociações comerciais após a reunião de 29 de Junho entre o Presidente Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no âmbito da cimeira do G20 em Osaka, no Japão. “A minha equipa está a negociar com eles agora, mas (os chineses) mudam sempre o que foi acordado no final para se beneficiarem”, disse Trump. “Provavelmente, devem estar à espera das nossas eleições para ver se conseguem um dos democratas durões como Sleepy Joe (Joe Biden). Então, poderiam fazer um óptimo negócio, como nos últimos 30 anos, e continuar a enganar os Estados Unidos mais e melhor do que nunca”, declarou ainda. As negociações entre os dois países haviam parado em Maio, e Trump elevou de 10 para 25 por cento as tarifas sobre inúmeros produtos chineses, levando Pequim a impor mais taxas sobre produtos norte-americanos. As tensões entre Washington e Pequim têm as suas raízes no desequilíbrio da balança comercial a favor da China, que exporta 419 mil milhões de dólares a mais do que importa dos Estados Unidos, e Trump diz que é devido às práticas comerciais desleais do gigante asiático. “O problema de [os chineses] esperarem, no entanto, é que se e quando eu ganhar, o acordo que terão será muito mais difícil do que o que estamos a negociar agora … ou não haverá acordo”, disse Trump. “Temos todas as cartas. E nossos líderes anteriores nunca as tiveram!”, acrescentou o Presidente norte-americano.
Hoje Macau Direito de Resposta VozesRefutar as falsas acusações que me foram feitas Por Jin Hong Gang [dropcap]E[/dropcap]screvo este texto com o intuito de protestar contra a má prática jornalística evidenciada no artigo intitulado “Diretora da Faculdade de Letras está de saída e é acusada de abuso de poder”, assinado pela jornalista Andreia Silva e publicado no Hoje Macau do dia 27 de junho de 2019. Focando-se no meu trabalho como diretora da FAH e na minha saída da UM, a jornalista tomou uma posição tendenciosa, usando a linguagem ofensiva dos entrevistados, nomes falsos, falsas acusações, factos não corroborados e fontes questionáveis para me lançar ataques pessoais e prejudicar a minha reputação profissional no momento da minha partida. Quando me encontrava em licença de pesquisa no estrangeiro, entre 17 de junho e 01 de julho, Andreia Silva contactou-me, mais precisamente, no dia 22 de junho, via email, pedindo-me que comentasse o meu trabalho e a minha saída da UM. Não pude responder ao referido e-mail porque estava em trânsito, com uma agenda intensa de viagens e reuniões e, para além disso, não sabia exatamente sobre que aspetos do meu trabalho, de um período de quase cinco anos, é que a jornalista estaria interessada. Na altura em que estava disponível e em que lhe ia perguntar (no dia 27 de junho, cinco dias depois), o artigo dela tinha sido formalmente publicado. Todo o artigo se centra no meu trabalho como diretora da FAH e na minha profissão. Contudo, a jornalista não fez nenhum esforço para me contactar por telefone ou para entrar em contacto com a minha secretária, limitando-se a enviar aquela simples e abstrata mensagem antes da publicação. O artigo afetou seriamente a minha reputação profissional, humilhou-me publicamente e causou, não só a mim mas também à minha família, uma tremenda angústia. Considero este tipo de jornalismo um caso de claro abuso do poder mediático, por parte de uma imprensa supostamente confiável, cuja intenção é difamar uma cidadã inocente, tornando-se, por conseguinte, numa “imprensa ofensiva” numa sociedade de Direito. Assim sendo, recorro ao meu “direito de resposta” para responder a este artigo com a finalidade de, não só limpar o meu bom nome profissional, mas também condenar este tipo de comportamento jornalístico revelador de falta de profissionalismo, para além de ser desumano, irresponsável e ofensivo. Reservo-me, aliás, no direito de proceder criminalmente contra a jornalista e o jornal em causa. Vou concentrar-me em três áreas: 1. A minha qualificação profissional como diretora da FAH; 2. as falsas acusações de “abuso de poder” e “má gestão”, entre outros; e 3. a verdade acerca da minha partida. Relativamente aos assuntos do Departamento de Português, estes foram abordados na minha entrevista concedida ao Ponto Final e publicada no dia 10 de Junho. Também concordo com os pontos de vista partilhados pelo Professor Yao Jingming no seu artigo publicado no Hoje Macau, no dia 3 de julho. Por esta razão, não vou abordar mais assuntos a ele relativos. O Professor Yao, um conceituado poeta, bom investigador da literatura portuguesa e diretor do Departamento de Português da UM, deixou claro as conquistas do Departamento, o papel que desempenhei, o meu apoio contínuo e o meu relacionamento colaborativo com os colegas no Departamento. Tenho trabalhado em estreita colaboração com os líderes e colegas do Departamento desde o primeiro dia em que cheguei à UM. Aplaudo os impressionantes êxitos conseguidos pelo Departamento de Português nos últimos anos e sinto-me feliz com as oportunidades de trabalhar, de mãos dadas, com colegas do Departamento. Até hoje, continuamos amigos. As minhas qualificações como diretora da FAH O artigo citava relatos de um professor, cujo nome falso é “John”, e falava sobre a minha qualificação como diretora e sobre as minhas experiências de gestão no ensino superior. “John” referiu que era muito inexperiente e apenas tinha publicado alguns livros e escrito “alguns artigos em chinês”, sendo apenas uma “professora de línguas”. Ele alegou, sem apresentação de quaisquer provas, que a diretora não possuía nenhuma qualificação ou experiência na administração universitária e que a sua nomeação tinha sido conseguida por meio de corrupção. Por um lado, tais declarações refletem verdadeiramente a falta de profissionalismo e a atitude insultuosa de “John”, assim como a sua profunda ignorância e visão diminuta sobre diversos sistemas de ensino superior a nível internacional. As observações de “John” revelaram o seu preconceito intelectual e a sua ideia preconcebida relativamente à educação em “artes liberais”, pesquisa empírica baseada em sala de aula e ensino em segunda língua. Finalmente, a declaração infundada de “John” sobre a nomeação “corrupta” da diretora revelou a sua verdadeira intenção de minar a reputação da UM nos padrões, políticas e procedimentos de contratação pessoal. Não podemos deixar de nos perguntar por que razão as preocupações de “John” sobre a minha qualificação nunca foram levantadas formal e publicamente no momento ou depois da minha nomeação como diretora, exceto agora, quase cinco anos depois, quando eu estou prestes a deixar o cargo. Por outro lado, é chocante que a jornalista não se tenha dado ao trabalho de verificar o meu background, averiguar e confirmar as afirmações de “John” sobre mim, nem tenha questionado a intenção de “John” e por que razão “John” se escondeu por trás de um nome falso. No que diz respeito às minhas qualificações e experiência como diretora, os meus 30 anos de conquistas profissionais nos EUA e cerca dos cinco anos de serviço na UM falam por si. Para economizar espaço, resumirei minhas realizações e experiências profissionais, antes da UM, da seguinte forma: Fui doutorada em Psicologia Educacional pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (UIUC) e tendo lecionado depois na Universidade Normal de Taiwan, na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, no Middlebury College e no Hamilton College nos EUA. Fui nomeada William R. Kenan Chair Professor de 2007 a 2014. Trata-se de uma cátedra a nível nacional com um generoso financiamento atribuído a professores distinguidos dos Estados Unidos. Sou autora de dez livros e mais de 50 artigos publicados em revistas indexadas e capítulos de livros. Sou líder académica na área de investigação em que estou envolvido. Estou extremamente orgulhosa de poder publicar pesquisas bilingues, já que os meus leitores vêm de ambas as origens. Prestei serviço como diretora de Departamento de Línguas e Literaturas Orientais do Hamilton College durante 5 anos e como diretora Executiva do Programa Associated Colleges in China (ACC) durante 18 anos (ACC é um programa americano de estudo no estrangeiro com sede nos EUA). Ao longo da minha carreira, fui convidada como oradora principal e como oradora de plenário mais de 200 vezes para conferências internacionais e nacionais. Fui ainda convidada para dar palestras e conduzir workshops profissionais mais de 300 vezes em diferentes partes do mundo, incluindo China, Hong Kong, Singapura, Taiwan, Alemanha, Japão e EUA. Prestei o serviço como Presidente, Vice-Presidente e ex-Presidente para as duas grandes organizações profissionais nos EUA: NCOLCTL e CLTA. Em 1998, fui honrada com um prémio muito significativo a nível profissional: Professor do Ano nos Estados Unidos. Este prémio resultou da competição entre professores de 56 estados e foi concedido apenas a quatro finalistas em todos os EUA e todos os premiados foram recebidos na Casa Branca. Recebi o prémio Lifetime Achievement Award atribuído pelo National Council of Less Commonly Taught Languages (NCOLCTL) em 2013 e o outro prémio deste género atribuído pela Associação de Professores de Língua Chinesa (CLTA) em 2015. Fui duas vezes beneficiária dos Subsídios Federais de Pesquisa Fulbright-Hays (cada um com a duração de três anos), durante seis anos consecutivos, de 2008 a 2014, com um financiamento de 3,0 milhões de dólares americanos. Também me foi atribuído o Star Talk Grant durante cinco anos consecutivos, até deixar os EUA. Fui Presidente, Vice-Presidente de duas grandes organizações profissionais nos EUA: NCOLCTL e CLTA, ambas organizações nacionais possuem mais de 1000 membros ativos, trabalhando com o conselho de administração no planeamento e implementação de metas e objetivos estratégicos, tomando novas iniciativas, organizando conferências anuais e publicando revistas e boletins informativos. Trabalhei como Presidente do National AP Chinese Development Committee durante seis anos, liderando um projeto de avaliação a nível nacional, o qual tem mais de 10.000 candidatos. Se as qualificações e experiências acima mencionadas, em instituições de ensino superior nos EUA e em outros lugares do mundo, não me qualificam para ser diretora e não são consideradas como experiência de gestão universitária, pergunto-me o que é que constituiria a chamada “experiência de gestão universitária”. Sem estas qualificações, como é que uma instituição de ensino superior poderia simplesmente nomear-me como diretora da sua faculdade? Tenho muito orgulho nas minhas habilitações em “artes liberais” e nas diversas experiências de ensino no mundo. Estas experiências deram-me uma formação administrativa valiosa e relevante em administração universitária na área das humanidades, em comunicação intercultural e deram-me a capacidade de liderar um corpo docente com uma visão clara e sensibilidade. Tenho orgulho de dizer que ganhei o cargo de diretora da FAH devido à minha experiência nacional e internacional, com um sólido background de conquistas académicas. A minha nomeação foi o resultado do meu background de educação em artes liberais, reputação académica na área, sensata visão, estilo de gestão com princípios, espírito trabalhador, capacidade de formar equipas e os meus anos de experiência em posições de liderança nos EUA e em outros lugares do mundo. Falsas acusações de “abuso de poder” e “má-gestão” O artigo citava relatos de DUAS pessoas (Custódio Martins, que se demitiu há um ano, e ‘Manuel’, falso nome de um professor), aludindo aos meus vários erros durante o período como diretora. Essas acusações incluíam “abuso de poder”, “má-gestão”, “assédio profissional” e “plágio”, entre outros. Lendo atentamente este artigo, podemos facilmente dizer que estas acusações ou não apresentam evidências ou possuem exemplos irrelevantes ou confusos. Em primeiro lugar, quando “Manuel” fez acusações de “irregularidades”, “plágio” e “nomeação controversa”, não se preocupou em dar exemplos concretos e evidências corroboradas. Custódio disse que “havia situações claras de abuso de poder e de assédio profissional”, mas não se encontram neste artigo exemplos seus que provem a sua afirmação. Em segundo lugar, estas acusações graves do chamado “abuso de poder” e de “má-gestão” só vieram de dois professores numa faculdade que conta com sete unidades académicas com 122 membros académicos e com quase 30 funcionários administrativos. Usar menos de 1% dos funcionários para representar as opiniões de um corpo docente inteiro é totalmente injusto e errado. Em terceiro lugar, a partir dos relatos, parece que os jornalistas selecionaram intencionalmente o mesmo tipo de entrevistados, isto é, pessoas que pediram para usar nomes falsos e que utilizaram linguagem semelhante, insultuosa, para me humilhar e para pintar um quadro negro da faculdade. Sendo assim, uma pessoa não pode deixar de se perguntar por que razão é que esses indivíduos usaram nomes falsos para fazer acusações contra mim no momento da minha partida, mas não o fizeram durante o meu mandato. Obviamente, a credibilidade desses entrevistados e a sua intenção são questionáveis. Eles não conseguiram fornecer provas concretas da minha má conduta, nem conseguiriam citar investigações formais e conclusivas da UM contra mim durante o meu mandato como diretora, mas usaram nomes falsos e meios públicos para difamar minha reputação apenas no momento da minha saída. É, portanto, totalmente antiético que o jornal tenha permitido que o artigo, mal-intencionado e difamatório, fosse publicado, contendo fontes falsas, acusações infundadas e irrelevantes, e cujas opiniões não eram representativas de uma faculdade de mais de 150 membros. O artigo é extremamente enganoso, pois confundiu “abuso de poder” com medidas disciplinares que tomei durante o meu mandato. Como diretora do maior corpo docente da UM, entendo muito bem a natureza do meu trabalho. Preciso de tomar decisões difíceis juntamente com comités departamentais e com a faculdade, tendo em conta investigações concluídas. Ao longo dos anos do meu mandato, como parte do meu trabalho, eu tive de tomar medidas disciplinares contra comportamentos reveladores de falta de profissionalismo e condutas inaceitáveis. Naturalmente, os anos de trabalho ajudaram a acumular um pequeno número de pessoas descontentes, possivelmente por causa do seu fracasso numa promoção não qualificada, no aumento salarial, ou por terem recebido cartas de advertência e ações disciplinares justificadas. No final do meu mandato, essas pessoas podem usar nomes fictícios para expressar os seus ressentimentos e raiva. No entanto, é seriamente errado, e até mesmo ilegal, que uma jornalista tenha usado a imprensa pública para permitir que os ressentimentos se tornassem em linguagem ofensiva e que falsas fontes e acusações tenham sido usadas para difamar alguém publicamente. Com efeito, se alguém perguntar no campus da UM, a FAH é conhecida como uma unidade exemplar em termos de sistema, administração, cultura e atmosfera, graças aos esforços coletivos dos líderes e colegas da FAH em diferentes níveis. Juntos, construímos um corpo docente progressista, sistemático, organizado, transparente e democrático. Muitos dos nossos colegas são líderes académicos nas suas áreas. A taxa de satisfação dos estudantes da FAH está entre as mais altas da universidade. O perfil de pesquisa da FAH foi classificado pelo QS entre 150-250 em linguística e 400-450 em humanidades, a nível mundial, nos últimos 3 anos (o QS é um sistema de classificação mundial credível no ensino superior). Os nossos professores (da FAH) são conhecidos por serem colegiais, profissionais, solidários e de mente aberta. Tenho orgulho de ter servido esta faculdade como diretora e estou profundamente grata a todos os membros da FAH, sejam eles académicos ou administrativos. Eles trabalharam de perto comigo e por mim durante o meu mandato de 2014 a 2019. Com objetivos claros em mente, eu esforcei-me para transformar a Faculdade num corpo docente com uma visão clara, políticas e procedimentos mais transparentes, planeamento avançado, comunicação e operações eficientes, cultura solidária e participativa e ambiente cordial e colegial. Lenta mas seguramente dirigimo-nos para esses objetivos. A razão para deixar a UM Na última parte do artigo, a jornalista ainda usou as duas fontes, com nomes falsos, afirmando que eu fui forçada a sair da minha posição devido ao abuso de poder e que a minha saída foi ordenada pelo novo reitor como parte das suas medidas de “remover a corrupção”. O artigo também indicou que eu fui forçada a sair por causa da “minha forte associação aos” ex-vice-reitores e reitor. Além dessas citações falsas, em nenhum lugar do artigo é possível encontrar fontes confiáveis da direção da UM e do seu Núcleo de Recursos Humanos sobre a minha chamada “saída forçada” ou “corrupção”. Aqui quero deixar claros dois aspetos. Em primeiro lugar, não houve nenhuma conversa formal ou investigação contra mim por parte da UM, durante o meu período de cinco anos de trabalho, quase a chegar ao fim. Em segundo lugar, a minha saída nada tem que ver com “abuso de poder” ou “corrupção” mas sim com razões pessoais e familiares. Fui eu que, em abril, apresentei a minha renúncia por razões pessoais e familiares. Antes disso, nenhum reitor conversou comigo, me forçou a renunciar nem me deu qualquer indicação de que eu devia sair. Obviamente, consegue-se perceber que, ao longo do artigo, as histórias com nomes falsos não refletiram a verdade, os factos estão misturados, fontes credíveis e verificação estão em falta e falsas acusações apareceram em todo o lado. É verdadeiramente ultrajante para a imprensa de confiança pública, cujo financiamento depende do dinheiro do contribuinte, publicar um artigo pouco profissional, irresponsável, infundado e parcial para difamar e humilhar uma cidadã honesta. Portanto, exijo firmemente um pedido público de desculpas por parte da jornalista e do jornal, peço que retifiquem a minha reputação profissional e que reponham a verdade imediatamente. Nota da direcção Em nome do Hoje Macau, gostaria de pedir desculpa à Dra. Jin Hong Gang pelo conteúdo da notícia em questão. De facto, reconhecemos que na sua elaboração e publicação foram violados alguns princípios do jornalismo que muito prezamos, como o facto de publicarmos opiniões anónimas sobre a qualidade profissional de alguém. Esta não é a nossa prática. Contudo, aconteceu e pelo facto esperamos que a Dra. Jin Hong Gang nos perdoe. Do nosso lado, garantimos à visada e também aos nossos leitores que tal não voltará a suceder. Carlos Morais José
Hoje Macau China / Ásia5G | Huawei exige “competição saudável” para desenvolver tecnologia na UE A tecnológica chinesa Huawei exigiu ontem uma “competição saudável” no desenvolvimento das redes móveis de quinta geração (5G) na União Europa, numa altura em que os Estados-membros decidem se permitem o acesso da empresa aos seus mercados [dropcap]O[/dropcap] 5G é provavelmente a melhor coisa que pode acontecer na Europa nos próximos dois anos. Precisamos de uma competição saudável para trazer benefícios reais às pessoas e à sociedade em geral”, afirmou ontem o responsável da Huawei para as instituições europeias e vice-presidente da empresa para a Europa, Abraham Liu. Falando aos jornalistas no centro de cibersegurança da empresa, em Bruxelas, após a empresa apresentar na China os resultados financeiros do primeiro semestre, Abraham Liu notou que a União Europeia (UE) está “a tomar, legitimamente, as suas próprias decisões sobre o 5G”, numa alusão à possibilidade dada pela Comissão Europeia aos Estados-membros de poderem eliminar dos seus mercados empresas por razões de segurança, aquando da implementação desta tecnologia. “A Europa está a definir altos parâmetros [na área da cibersegurança], mas não importa o quão altos são esses parâmetros, a Huawei está confiante que os vai alcançar”, acrescentou o responsável, vincando que “toda a indústria deve trabalhar em conjunto e fazer o mesmo”. Abraham Liu disse ser “com agrado” que a Huawei vê a “caixa de ferramentas sobre segurança na tecnologia 5G” que está a ser criada pelos Estados-membros. Amigos europeus Assumida como uma prioridade desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados. Bruxelas pediu, ainda, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até ao mês passado, seguindo-se agora uma avaliação geral em toda a UE para, até final do ano, se encontrarem medidas comuns de mitigação das ameaças. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias. O desenvolvimento desta tecnologia tem, contudo, sido marcado por acusações de espionagem nas redes 5G que a administração norte-americana tem feito à empresa chinesa. Washington, que proibiu já a Huawei de participar na implantação do 5G em solo norte-americano, está também a pressionar os aliados a tomarem medidas semelhantes, incluindo Portugal, que desvalorizou as pressões. Hoje, a Huawei divulgou que as vendas no primeiro semestre do ano aumentaram 23,2 por cento, para o equivalente a 52.333 milhões de euros, apesar da ofensiva de Washington para boicotar a gigante chinesa das telecomunicações. Mostra de força Nos primeiros seis meses de 2019, a Huawei vendeu 118 milhões unidades de diferentes produtos, incluindo uma subida homóloga de 24 por cento nas vendas de telemóveis, um ritmo de crescimento superior ao registado na totalidade de 2018, de 19,5 por cento. Em Bruxelas, Abraham Liu disse aos jornalistas que estes resultados mostram “resiliência”, apesar das pressões dos Estados Unidos, que também incluem barreiras à venda de tecnologia de empresas norte-americanas à Huawei. E notou que “o que não mata a Huawei, torna-a mais forte”. Abraham Liu afirmou ainda não esperar “um impacto de maior” na facturação da companhia na UE devido a esta tensão.
Hoje Macau SociedadeSJM | Lucros subiram 12,1% no primeiro semestre [dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem lucros de 1,68 mil milhões de dólares de Hong Kong, no primeiro semestre do ano, mais 12,1 por cento do que em igual período de 2018. Em comunicado, a empresa anunciou também receitas no valor de 17,07 mil milhões de dólares de Hong Kong, entre Janeiro e Junho, uma subida de 0,7 por cento comparativamente ao primeiro semestre do ano passado. Perto da totalidade das receitas é referente ao jogo: 16,72 mil milhões de dólares de Hong Kong, um aumento de 0,7 por cento comparando com os primeiros seis meses de 2018. No entanto, as receitas geradas pelo segmento VIP desceram 25,1 por cento, no período em análise. Nos primeiros seis meses do ano, o EBITDA ajustado da SJM (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) fixou-se nos 2,08 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 6,1 por cento do que em igual período de 2018. “Estamos satisfeitos que os nossos resultados no primeiro semestre do ano tenham apresentado aumentos decentes no EBITDA ajustado e nos lucros líquidos”, sublinhou o vice-presidente da SJM, Ambrose So, citado no mesmo comunicado.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Quase sete milhões em hotéis e pensões no primeiro semestre [dropcap]O[/dropcap]s hotéis e as pensões de Macau receberam quase sete milhões de pessoas nos primeiros seis meses do ano, um ligeiro aumento de 1 por cento face a igual período do ano passado, foi ontem anunciado. Em comunicado, os Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicaram que, entre Janeiro e Junho, ficaram hospedadas no território 6.939.000 pessoas, por um período médio de 1,5 noites. No primeiro semestre do ano, a taxa de ocupação média atingiu 91,1 por cento, uma subida homóloga de 1,1 pontos percentuais. O número de visitantes que se hospedaram nos hotéis e pensões representou, no período em análise, 70 por cento do total de turistas. Só em Junho, os hotéis e pensões do território hospedaram 1.119.000 de pessoas, o que ainda assim representa uma descida de 3,4 por cento em termos anuais. No mesmo mês, o número de hóspedes provenientes do interior da China (752.000), de Hong Kong (128.000) e de Taiwan (38.000) baixaram 1,7 por cento, 6,7 por cento e 12,2 por cento, respectivamente. Em sentido inverso, o número de hóspedes oriundos da Coreia do Sul aumentou 7,2 por cento, para 42.000, indicou a DSEC. Neste último mês, a taxa de ocupação média atingiu 89,5 por cento, menos 0,3 pontos percentuais, em termos anuais. A DSEC salientou que a taxa de ocupação dos hotéis de cinco estrelas (90,7 por cento) e de quatro estrelas (89,7 por cento) diminuíram, em Junho, 0,2 e 1,6 pontos percentuais. No final de Junho, existiam em Macau 119 hotéis e pensões em actividade (mais três, em termos anuais), disponibilizando um total de 39.000 quartos, um ligeiro aumento de 0,1 por cento. Mais de 14 milhões de visitantes alojaram-se nos hotéis e pensões de Macau no ano passado, ou mais 7,2 por cento em relação a 2017, de acordo com dados oficiais.
Hoje Macau PolíticaNova empresa de investimento só no próximo Governo, diz Ng Kuok Cheong [dropcap]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong defendeu, de acordo com o jornal Cheng Pou, que o anúncio do estabelecimento de uma nova empresa de investimento deveria ter sido feito depois da tomada de posse do novo Executivo, pois assim afastava-se por completo um alegado envolvimento de Chui Sai On, actual Chefe do Executivo, neste processo. Uma vez que o público confia pouco neste plano, o deputado defende que o actual Governo não deveria forçar o avanço do projecto, pois, caso contrário, será fácil à população achar que Chui Sai On tem interesses privados na futura empresa. De frisar que, em comunicado oficial, o actual Chefe do Executivo declarou que nada tem a ver com a empresa. Contudo, mesmo que só restem cinco meses de mandato, foi entregue na Assembleia Legislativa uma proposta de lei que determina a injecção de 60 mil milhões de patacas para criar a empresa de investimento com fundos públicos. Empresa não é necessária Para Ng Kuok Cheong, não é necessária uma nova empresa de investimento, uma vez que o Governo tem investido as suas reservas financeiras em vários fundos, tal como o investimento de 20 mil milhões de patacas no Fundo de Desenvolvimento para a Cooperação Guangdong-Macau. O deputado do campo pró-democrata declarou que há casos de nepotismo e abuso de poder no Governo, pelo que, “para evitar o problema de benefício de amigos, este projecto deveria cessar e ser acompanhado pelo próximo Governo, para garantir a sua inocência”, disse, referindo-se a Chui Sai On. Ng Kuok Cheong lembrou que vários deputados da AL defenderam a criação de uma empresa de investimentos à semelhança do que acontece em Singapura. Contudo, o deputado referiu que, aquando do estabelecimento da Cidade-Estado, autoridades e empresários tinham de cooperar para conseguir sobreviver e minimizar casos de corrupção. Contudo, “Macau é diferente de Singapura, dado que este tipo de empresas acarreta, por norma, grandes riscos, e é muito provável que os funcionários e empresários venham a cooperar para obter grandes benefícios, tal como ocorreu no passado com casos de vendas de terrenos a baixo custo”, alertou.