Hoje Macau SociedadeGrande Baía | Viagens de helicóptero em teste [dropcap]E[/dropcap]stá em fase de testes a primeira rota de helicóptero entre Guangzhou e as duas regiões administrativas especiais, Macau e Hong Kong, sem que, para já, haja data para a inauguração de uma rota regular. O primeiro voo-teste entre Guangzhou e Macau foi realizado, com sucesso, na passada sexta-feira e teve a duração de 30 minutos, de acordo com o jornal Ou Mun. O objectivo é criar um corredor aéreo entre Guangzhou, Hong Kong e Macau, que no futuro poderá transferir passageiros para outras áreas da província de Guangdong, além de reforçar o contacto entre as três regiões, realizando os propósitos do projecto regional da Grande Baía. Com vista a fornecer serviços de transporte transfronteiriço de passageiros, voos charter, transporte de carga, entre outros serviços, as autoridades de Guangzhou ponderam a construção de uma base para a indústria da aviação, com aeroporto, centro comercial “duty free” e uma área de formação.
Hoje Macau SociedadeGrande Baía | Viagens de helicóptero em teste [dropcap]E[/dropcap]stá em fase de testes a primeira rota de helicóptero entre Guangzhou e as duas regiões administrativas especiais, Macau e Hong Kong, sem que, para já, haja data para a inauguração de uma rota regular. O primeiro voo-teste entre Guangzhou e Macau foi realizado, com sucesso, na passada sexta-feira e teve a duração de 30 minutos, de acordo com o jornal Ou Mun. O objectivo é criar um corredor aéreo entre Guangzhou, Hong Kong e Macau, que no futuro poderá transferir passageiros para outras áreas da província de Guangdong, além de reforçar o contacto entre as três regiões, realizando os propósitos do projecto regional da Grande Baía. Com vista a fornecer serviços de transporte transfronteiriço de passageiros, voos charter, transporte de carga, entre outros serviços, as autoridades de Guangzhou ponderam a construção de uma base para a indústria da aviação, com aeroporto, centro comercial “duty free” e uma área de formação.
Hoje Macau SociedadeDiamantes | Regras de comércio para valorizar relações sino-lusófonas As novas regras para a comercialização internacional de diamantes entram em vigor amanhã. Segundo o Governo, a regulamentação vai valorizar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona [dropcap]A[/dropcap]manhã entra em vigor a lei que vai regulamentar a comercialização de diamantes, mais concretamente a adesão ao sistema de certificação do Processo Kimberley, criado em 2003, que procura determinar a origem de diamantes. O sistema procura evitar a transação dos chamados “diamantes de sangue”, das pedras preciosas oriundas de áreas de conflitos. “A implementação do Sistema de Kimberley irá facilitar a maior valorização das funções de Macau como plataforma sino-lusófona, aproveitando-se as redes criadas no Interior da China, em combinação com os recursos de matérias-primas de pedras preciosas dos Países de Língua Portuguesa”, sublinhou a Direcção dos Serviços de Economia de Macau, numa antecipação à entrada em vigor da regulamentação. Com esta medida, pretende-se “desenvolver o comércio de diamantes em bruto e a indústria de joalharia, promovendo (…) a reconversão da indústria de Macau” e conferindo “alto valor acrescentado”. Por outro lado, espera-se que contribua “para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”. Um argumento que é reforçado por recentes declarações do secretário para a Economia e Finanças sobre o interesse num dos países lusófonos, Angola, que em 2018 ficou entre os cinco maiores países produtores de diamante do mundo. Lionel Leong frisou o facto de empresas de Angola já terem manifestado interesse em comercializar diamantes em Macau, após a aplicação do novo regime. Centro comercial O mesmo responsável visitou este ano, na Bélgica, o Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, onde são comercializados 80 por cento dos diamantes em bruto a nível mundial, após a qual as autoridades anunciaram a intenção de se reforçar a cooperação com aquele país para se desenvolver a indústria dos diamantes. “Para o exercício das actividades de importação, exportação, trânsito, compra, venda ou transporte de diamantes em bruto” em Macau, “os operadores económicos têm de ser titulares de licença de operação emitida pela Direcção dos Serviços de Economia [DSE]”, têm explicado as autoridades ao longo de todo o processo. Em cada operação de importação, exportação e trânsito de diamantes em bruto os operadores também têm de pedir a respectiva licença junto da DSE e, em caso de exportação, o respectivo certificado. O processo de certificação Kimberley consiste num sistema de supervisão e controlo do comércio de importação e exportação de diamantes em bruto, elaborado em cumprimento de uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, data de 2003 e integra actualmente 82 países.
Hoje Macau SociedadeDiamantes | Regras de comércio para valorizar relações sino-lusófonas As novas regras para a comercialização internacional de diamantes entram em vigor amanhã. Segundo o Governo, a regulamentação vai valorizar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona [dropcap]A[/dropcap]manhã entra em vigor a lei que vai regulamentar a comercialização de diamantes, mais concretamente a adesão ao sistema de certificação do Processo Kimberley, criado em 2003, que procura determinar a origem de diamantes. O sistema procura evitar a transação dos chamados “diamantes de sangue”, das pedras preciosas oriundas de áreas de conflitos. “A implementação do Sistema de Kimberley irá facilitar a maior valorização das funções de Macau como plataforma sino-lusófona, aproveitando-se as redes criadas no Interior da China, em combinação com os recursos de matérias-primas de pedras preciosas dos Países de Língua Portuguesa”, sublinhou a Direcção dos Serviços de Economia de Macau, numa antecipação à entrada em vigor da regulamentação. Com esta medida, pretende-se “desenvolver o comércio de diamantes em bruto e a indústria de joalharia, promovendo (…) a reconversão da indústria de Macau” e conferindo “alto valor acrescentado”. Por outro lado, espera-se que contribua “para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”. Um argumento que é reforçado por recentes declarações do secretário para a Economia e Finanças sobre o interesse num dos países lusófonos, Angola, que em 2018 ficou entre os cinco maiores países produtores de diamante do mundo. Lionel Leong frisou o facto de empresas de Angola já terem manifestado interesse em comercializar diamantes em Macau, após a aplicação do novo regime. Centro comercial O mesmo responsável visitou este ano, na Bélgica, o Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, onde são comercializados 80 por cento dos diamantes em bruto a nível mundial, após a qual as autoridades anunciaram a intenção de se reforçar a cooperação com aquele país para se desenvolver a indústria dos diamantes. “Para o exercício das actividades de importação, exportação, trânsito, compra, venda ou transporte de diamantes em bruto” em Macau, “os operadores económicos têm de ser titulares de licença de operação emitida pela Direcção dos Serviços de Economia [DSE]”, têm explicado as autoridades ao longo de todo o processo. Em cada operação de importação, exportação e trânsito de diamantes em bruto os operadores também têm de pedir a respectiva licença junto da DSE e, em caso de exportação, o respectivo certificado. O processo de certificação Kimberley consiste num sistema de supervisão e controlo do comércio de importação e exportação de diamantes em bruto, elaborado em cumprimento de uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, data de 2003 e integra actualmente 82 países.
Hoje Macau SociedadeDesporto | Garantidos subsídios à Associação de Futebol [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, recusou a ideia de haver um corte dos subsídios da Associação de Futebol de Macau, depois da instituição ter recusado participar nos encontros, primeiro, com o Sri Lanka e, depois, com Hong Kong. “Queremos e desejamos que as associações expliquem às pessoas claramente como funcionam”, disse Alexis Tam. “Agora, em relação aos subsídios […] não podemos interferir nas acções da associação. São essas as regras definidas pela FIFA”, sustentou. O secretário frisou ainda que o desporto local tem evoluído e que Macau tem cada vez melhores resultados e mais medalhas. Ao mesmo tempo, mostrou-se optimista na capacidade de formação de atletas locais, principalmente para o futuro.
Hoje Macau SociedadeDesporto | Garantidos subsídios à Associação de Futebol [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, recusou a ideia de haver um corte dos subsídios da Associação de Futebol de Macau, depois da instituição ter recusado participar nos encontros, primeiro, com o Sri Lanka e, depois, com Hong Kong. “Queremos e desejamos que as associações expliquem às pessoas claramente como funcionam”, disse Alexis Tam. “Agora, em relação aos subsídios […] não podemos interferir nas acções da associação. São essas as regras definidas pela FIFA”, sustentou. O secretário frisou ainda que o desporto local tem evoluído e que Macau tem cada vez melhores resultados e mais medalhas. Ao mesmo tempo, mostrou-se optimista na capacidade de formação de atletas locais, principalmente para o futuro.
Hoje Macau SociedadeEstudo | Secretário garante liberdade académica [dropcap]A[/dropcap]lexis Tam diz que não concorda com o estudo da instituição Scholars at risk, que concluiu que a liberdade académica em Macau e Hong Kong está ser cada vez mais restringida. “Não concordo, penso que não é verdade. Em Macau temos 10 instituições de ensino superior e todas têm a liberdade de fazer estudos. Não concordo com o comentário”, afirmou. “Eu nunca, mas nunca mesmo, interferi em qualquer estudo ou expressão. Eles têm a liberdade que quiserem”, acrescentou. O estudo apontava que a restrição se devia à acção do Governo Central, que estava a apertar o espaço para debate de ideias.
Hoje Macau SociedadeEstudo | Secretário garante liberdade académica [dropcap]A[/dropcap]lexis Tam diz que não concorda com o estudo da instituição Scholars at risk, que concluiu que a liberdade académica em Macau e Hong Kong está ser cada vez mais restringida. “Não concordo, penso que não é verdade. Em Macau temos 10 instituições de ensino superior e todas têm a liberdade de fazer estudos. Não concordo com o comentário”, afirmou. “Eu nunca, mas nunca mesmo, interferi em qualquer estudo ou expressão. Eles têm a liberdade que quiserem”, acrescentou. O estudo apontava que a restrição se devia à acção do Governo Central, que estava a apertar o espaço para debate de ideias.
Hoje Macau PolíticaMedia | Criticada promoção da independência de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] presidente da União de Estudiosos de Macau, Ieong Wan Chong, defendeu que os meios de comunicação social locais não devem dar visibilidade a acções que promovam a independência de Hong Kong. O dirigente associativo, que pertenceu à Comissão da Lei Básica da RAEM, acrescentou que os média de Macau devem assumir como missão prioritária a mensagem de que a independência é contrária à história do país. Como tal, acções que promovam a independência de Hong Kong não devem ser “publicitadas” pela comunicação social de Macau, de acordo com o Jornal do Cidadão. Ieong Wan Chong expressou esta opinião à margem de uma palestra, realizada no sábado, sobre o princípio “Um País, Dois Sistemas”, sem dar qualquer exemplo de promoção da independência na comunicação social de Macau. O dirigente destacou a capacidade do Governo da RAEM na prevenção de fenómenos desestabilizadores da harmonia social, e referiu acreditar que a sociedade civil não permitiria facilmente que ideais de independência se disseminem no território. Além disso, defendeu que é importante bloquear acções que visem a independência de forma a proteger o princípio “Um País, Dois Sistemas”, um “importante componente do socialismo com características chinesas”, frisou.
Hoje Macau PolíticaMedia | Criticada promoção da independência de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] presidente da União de Estudiosos de Macau, Ieong Wan Chong, defendeu que os meios de comunicação social locais não devem dar visibilidade a acções que promovam a independência de Hong Kong. O dirigente associativo, que pertenceu à Comissão da Lei Básica da RAEM, acrescentou que os média de Macau devem assumir como missão prioritária a mensagem de que a independência é contrária à história do país. Como tal, acções que promovam a independência de Hong Kong não devem ser “publicitadas” pela comunicação social de Macau, de acordo com o Jornal do Cidadão. Ieong Wan Chong expressou esta opinião à margem de uma palestra, realizada no sábado, sobre o princípio “Um País, Dois Sistemas”, sem dar qualquer exemplo de promoção da independência na comunicação social de Macau. O dirigente destacou a capacidade do Governo da RAEM na prevenção de fenómenos desestabilizadores da harmonia social, e referiu acreditar que a sociedade civil não permitiria facilmente que ideais de independência se disseminem no território. Além disso, defendeu que é importante bloquear acções que visem a independência de forma a proteger o princípio “Um País, Dois Sistemas”, um “importante componente do socialismo com características chinesas”, frisou.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Macau não pode estar dependente do jogo, diz Roberto Carneiro [dropcap]O[/dropcap] presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Roberto Carneiro, defendeu esta sexta-feira que Macau “não pode estar dependente” do jogo e que tem de ter autonomia para se desenvolver noutras áreas, como as novas tecnologias. “Macau é a região com o maior pico de jogo no mundo, mas isto é passageiro, porque a China pode abrir jogo noutro lado, e Macau vai por aí abaixo. Macau não pode estar dependente dessa vontade chinesa, tem de ter vontade autónoma para se desenvolver nas novas tecnologias, com novas ‘start-ups'”, disse à Lusa o antigo ministro da Educação português. Nesse sentido, Roberto Carneiro vaticinou “um grande futuro” para a região administrada por Portugal durante vários séculos. Roberto Carneiro falou à margem da apresentação do livro “O Macaense”, em Lisboa, projecto que co-coordenou e que resultou de uma parceria entre a Fundação Macau e a Universidade Católica Portuguesa, através do seu Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP).
Hoje Macau SociedadeEconomia | Macau não pode estar dependente do jogo, diz Roberto Carneiro [dropcap]O[/dropcap] presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Roberto Carneiro, defendeu esta sexta-feira que Macau “não pode estar dependente” do jogo e que tem de ter autonomia para se desenvolver noutras áreas, como as novas tecnologias. “Macau é a região com o maior pico de jogo no mundo, mas isto é passageiro, porque a China pode abrir jogo noutro lado, e Macau vai por aí abaixo. Macau não pode estar dependente dessa vontade chinesa, tem de ter vontade autónoma para se desenvolver nas novas tecnologias, com novas ‘start-ups'”, disse à Lusa o antigo ministro da Educação português. Nesse sentido, Roberto Carneiro vaticinou “um grande futuro” para a região administrada por Portugal durante vários séculos. Roberto Carneiro falou à margem da apresentação do livro “O Macaense”, em Lisboa, projecto que co-coordenou e que resultou de uma parceria entre a Fundação Macau e a Universidade Católica Portuguesa, através do seu Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP).
Hoje Macau PolíticaCCPPC | Wang Yang reforça forte apoio a Macau e Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] pátria-mãe será sempre um forte suporte de Hong Kong e Macau”, referiu Wang Yang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista da China e actual presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. A declaração foi feita no passado sábado no Grande Salão do Povo, em Pequim, na recepção a mais de 3.800 representantes de Macau, Hong Kong, Taiwan e das comunidades chinesas no exterior para as celebrações do Dia Nacional. Wang reforçou a ideia de implementar o princípio “Um País, Dois Sistemas” em estrito acordo com a Constituição, as leis básicas e as políticas levadas a cabo pelos governos das regiões administrativas especiais. Outros valores a ter em conta são a salvaguarda da soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento, assim como a manutenção da estabilidade e prosperidade a longo-prazo de Macau e Hong Kong. Ainda em relação às regiões administrativas especiais, Wang considerou que desde o retorno à pátria, os sistemas sociais originais foram respeitados e que “os compatriotas de Hong Kong e Macau gozam de direitos democráticos e liberdades sem precedentes e têm oportunidades e espaço para crescer”, segundo a Xinhua.
Hoje Macau PolíticaCCPPC | Wang Yang reforça forte apoio a Macau e Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] pátria-mãe será sempre um forte suporte de Hong Kong e Macau”, referiu Wang Yang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista da China e actual presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. A declaração foi feita no passado sábado no Grande Salão do Povo, em Pequim, na recepção a mais de 3.800 representantes de Macau, Hong Kong, Taiwan e das comunidades chinesas no exterior para as celebrações do Dia Nacional. Wang reforçou a ideia de implementar o princípio “Um País, Dois Sistemas” em estrito acordo com a Constituição, as leis básicas e as políticas levadas a cabo pelos governos das regiões administrativas especiais. Outros valores a ter em conta são a salvaguarda da soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento, assim como a manutenção da estabilidade e prosperidade a longo-prazo de Macau e Hong Kong. Ainda em relação às regiões administrativas especiais, Wang considerou que desde o retorno à pátria, os sistemas sociais originais foram respeitados e que “os compatriotas de Hong Kong e Macau gozam de direitos democráticos e liberdades sem precedentes e têm oportunidades e espaço para crescer”, segundo a Xinhua.
Hoje Macau China / ÁsiaRPC, 70 anos | Economia, o sinuoso caminho da prosperidade [dropcap]Q[/dropcap]uando se celebram sete décadas desde a fundação da República Popular da China, o Partido Comunista está a dobrar esforços para garantir que o desenvolvimento económico, principal fonte da sua legitimidade, alcança todo o país. No remoto noroeste da China, longe das prósperas províncias do litoral, o chinês Xinwang anda há cinco anos a construir estradas, caminhos-de-ferro, pontes e túneis em regiões montanhosas, personificando os esforços de Pequim para erradicar a pobreza no país. A nova estação de comboios de Xining, capital da província de Qinghai, foi a primeira obra em que trabalhou. Com uma população composta sobretudo por minorias étnicas, incluindo tibetanos, Qinghai é das províncias mais pobres e com menor densidade populacional da China, mas novas linhas ferroviárias de alta velocidade conectam agora a região às províncias vizinhas de Sichuan e Gansu. “Desde então, fiquei por aqui”, conta Xinwang, 31 anos, à agência Lusa, enumerando as obras em que trabalhou a seguir: a linha ferroviária de alta velocidade entre as regiões de Gansu e Xinjiang ou uma autoestrada de 900 quilómetros que atravessa Qinghai de norte a sul. Algumas destas obras de conectividade contrariam regras económicas básicas das ligações ferroviárias de alta velocidade, inventadas para percorrer distâncias relativamente curtas e por corredores densamente povoados. Receitas não cobrem desenvolvimento A receita anual da ligação entre Gansu e Xinjiang, que tem quase 1.800 quilómetros de extensão, por exemplo, nem sequer cobre os custos com eletricidade, segundo estimativas chinesas. Mas o Partido Comunista quer garantir que erradica a pobreza do país, quando se celebram sete décadas da sua governação, cuja promessa original foi garantir prosperidade para todos. Segundo dados oficiais, nos últimos seis anos, o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, retirou da pobreza 82,39 milhões de pessoas, reduzindo para 1,7% a população a viver com menos de 2.300 yuan anuais – a linha de pobreza estabelecida pelo Governo chinês. Longe do espectacular desenvolvimento económico que formou no litoral da China mega metrópoles, arranha-céus e uma classe média superior a 500 milhões de pessoas, o oeste da China permanece sobretudo pobre e vulnerável ao separatismo, sobretudo nas regiões do Tibete e Xinjiang. O investimento massivo em infraestruturas tirou do isolamento várias comunidades, enquanto o projecto internacional lançado por Pequim “Uma Faixa, Uma Rota” tem reforçado as vias comerciais do oeste do país, com ligações ferroviárias e rodoviárias à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central. No entanto, o terreno montanhoso, clima inóspito e diferenças culturais tornam difícil erradicar e manter as comunidades fora da pobreza. Da civilização Para chegar a casa da família dos Chou, na povoação de Angsai, prefeitura autónoma tibetana de Yushu, é preciso percorrer quase 100 quilómetros por estreitas estradas de terra batida, entre curvas e contracurvas, e com os pneus a roçar desfiladeiros. A habitação, que consiste num aglomerado de três contentores, surge inclinada, face ao terreno acidentado, dando uma sensação inicial de desequilíbrio. A vida decorre ali como há cem anos. As famílias passam o dia em tendas semelhantes aos ‘yurts’ mongóis: as mulheres, à volta do fogão, preparam refeições e chá de manteiga; os homens fumam e conversam durante horas a fio. Não há saneamento básico ou rede móvel. Dong, o filho mais novo dos Chou, lembra à Lusa quando Angsai era uma terra “sem lei nem ordem”: discussões ou disputas por terrenos acabavam frequentemente “à facada”. Nos últimos anos, uma campanha contra o crime tornou a comunidade mais segura, conta. Um projecto de ecoturismo permite agora às famílias locais hospedarem turistas, atraídos pela vida selvagem e singular paisagem do planalto Qinghai – Tibete. A quatro mil metros de altitude, largas planícies pontuadas por lagos encerram-se entre montanhas. Na natureza intacta, observam-se leopardos das neves, ursos pardos asiáticos, lobos ou linces. Mas a fé budista dos tibetanos, num país oficialmente ateísta e cujo pragmatismo e devoção ao dinheiro configuraram grande parte da sociedade, parece disputar a visão de “progresso” promovida por Pequim. A família dos Chou, por exemplo, tem quarenta iaques – os bovinos típicos da região dos Himalaias – mas grande parte dos lucros da criação dos animais remete para os matadouros e retalhistas. “A nossa fé não permite que matemos o animal”, explica uma tibetana. “Muitas famílias criam iaques, mas vendem-nos por pouco dinheiro, para que outros os matem”, diz. João Pimenta, agência Lusa
Hoje Macau China / ÁsiaRPC, 70 anos | Economia, o sinuoso caminho da prosperidade [dropcap]Q[/dropcap]uando se celebram sete décadas desde a fundação da República Popular da China, o Partido Comunista está a dobrar esforços para garantir que o desenvolvimento económico, principal fonte da sua legitimidade, alcança todo o país. No remoto noroeste da China, longe das prósperas províncias do litoral, o chinês Xinwang anda há cinco anos a construir estradas, caminhos-de-ferro, pontes e túneis em regiões montanhosas, personificando os esforços de Pequim para erradicar a pobreza no país. A nova estação de comboios de Xining, capital da província de Qinghai, foi a primeira obra em que trabalhou. Com uma população composta sobretudo por minorias étnicas, incluindo tibetanos, Qinghai é das províncias mais pobres e com menor densidade populacional da China, mas novas linhas ferroviárias de alta velocidade conectam agora a região às províncias vizinhas de Sichuan e Gansu. “Desde então, fiquei por aqui”, conta Xinwang, 31 anos, à agência Lusa, enumerando as obras em que trabalhou a seguir: a linha ferroviária de alta velocidade entre as regiões de Gansu e Xinjiang ou uma autoestrada de 900 quilómetros que atravessa Qinghai de norte a sul. Algumas destas obras de conectividade contrariam regras económicas básicas das ligações ferroviárias de alta velocidade, inventadas para percorrer distâncias relativamente curtas e por corredores densamente povoados. Receitas não cobrem desenvolvimento A receita anual da ligação entre Gansu e Xinjiang, que tem quase 1.800 quilómetros de extensão, por exemplo, nem sequer cobre os custos com eletricidade, segundo estimativas chinesas. Mas o Partido Comunista quer garantir que erradica a pobreza do país, quando se celebram sete décadas da sua governação, cuja promessa original foi garantir prosperidade para todos. Segundo dados oficiais, nos últimos seis anos, o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, retirou da pobreza 82,39 milhões de pessoas, reduzindo para 1,7% a população a viver com menos de 2.300 yuan anuais – a linha de pobreza estabelecida pelo Governo chinês. Longe do espectacular desenvolvimento económico que formou no litoral da China mega metrópoles, arranha-céus e uma classe média superior a 500 milhões de pessoas, o oeste da China permanece sobretudo pobre e vulnerável ao separatismo, sobretudo nas regiões do Tibete e Xinjiang. O investimento massivo em infraestruturas tirou do isolamento várias comunidades, enquanto o projecto internacional lançado por Pequim “Uma Faixa, Uma Rota” tem reforçado as vias comerciais do oeste do país, com ligações ferroviárias e rodoviárias à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central. No entanto, o terreno montanhoso, clima inóspito e diferenças culturais tornam difícil erradicar e manter as comunidades fora da pobreza. Da civilização Para chegar a casa da família dos Chou, na povoação de Angsai, prefeitura autónoma tibetana de Yushu, é preciso percorrer quase 100 quilómetros por estreitas estradas de terra batida, entre curvas e contracurvas, e com os pneus a roçar desfiladeiros. A habitação, que consiste num aglomerado de três contentores, surge inclinada, face ao terreno acidentado, dando uma sensação inicial de desequilíbrio. A vida decorre ali como há cem anos. As famílias passam o dia em tendas semelhantes aos ‘yurts’ mongóis: as mulheres, à volta do fogão, preparam refeições e chá de manteiga; os homens fumam e conversam durante horas a fio. Não há saneamento básico ou rede móvel. Dong, o filho mais novo dos Chou, lembra à Lusa quando Angsai era uma terra “sem lei nem ordem”: discussões ou disputas por terrenos acabavam frequentemente “à facada”. Nos últimos anos, uma campanha contra o crime tornou a comunidade mais segura, conta. Um projecto de ecoturismo permite agora às famílias locais hospedarem turistas, atraídos pela vida selvagem e singular paisagem do planalto Qinghai – Tibete. A quatro mil metros de altitude, largas planícies pontuadas por lagos encerram-se entre montanhas. Na natureza intacta, observam-se leopardos das neves, ursos pardos asiáticos, lobos ou linces. Mas a fé budista dos tibetanos, num país oficialmente ateísta e cujo pragmatismo e devoção ao dinheiro configuraram grande parte da sociedade, parece disputar a visão de “progresso” promovida por Pequim. A família dos Chou, por exemplo, tem quarenta iaques – os bovinos típicos da região dos Himalaias – mas grande parte dos lucros da criação dos animais remete para os matadouros e retalhistas. “A nossa fé não permite que matemos o animal”, explica uma tibetana. “Muitas famílias criam iaques, mas vendem-nos por pouco dinheiro, para que outros os matem”, diz. João Pimenta, agência Lusa
Hoje Macau China / ÁsiaRPC, 70 anos | Partido Comunista Chinês exibe confiança no seu modelo [dropcap]Q[/dropcap]uando celebra sete décadas de governação, o Partido Comunista Chinês (PCC) continua a abdicar de reformas políticas e defende agora o seu “modelo” como solução para países em desenvolvimento, mas fragilidades persistem sob a capa autoritária, defendem analistas. O rápido desenvolvimento económico das últimas décadas e a forma como contornou a crise financeira global de 2008 injectaram redobrada confiança em Pequim de que o seu modelo constitui uma alternativa à democracia liberal. “A China oferece uma nova opção para países que desejam acelerar o seu desenvolvimento enquanto preservam a sua independência”, defendeu o Presidente chinês, Xi Jinping, em 2017. Só nos últimos 20 anos, a riqueza per capita da China quadruplicou, num “milagre” sem precedentes na História moderna. Num esforço liderado pelo Estado, a China ameaça destronar os Estados Unidos da posição que mantêm há 70 anos como líderes em inovação científica e tecnológica. No entanto, o reforço do carácter totalitário do regime, sob a presidência de Xi, abriu um “precedente muito perigoso para o futuro”, descreveu o sinólogo norte-americano David Shambaugh. Deng Xiaoping, o arquitecto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo, procurou basear a tomada de decisão num processo de consultas, separar o Partido do Governo e descentralizar a autoridade pelas províncias e localidades, visando evitar os excessos maoistas que quase destruíram o país. Xi reverteu aquelas normas. Assombrado pela primavera árabe, que derrubou governos aparentemente invencíveis, e, sobretudo, pela implosão da decrépita União Soviética, em 1991, o Partido Comunista, sob a sua direcção, voltou nos últimos anos a penetrar na vida política, social e económica da China. “Proporcionalmente, o Partido Comunista Soviético tinha mais membros do que nós, mas ninguém foi homem o suficiente para se levantar e resistir”, alertou Xi Jinping, nas vésperas de ascender ao poder. Desde então, o aparelho de segurança do regime passou a contar com cerca de 200 milhões de câmaras de vigilância, instaladas nas principais cidades do país, segundo dados oficiais, muitas dotadas de reconhecimento facial. Uma campanha contra dissidentes resultou já na detenção de 250 advogados ou activistas dos direitos humanos, segundo organizações não governamentais. O Partido estabeleceu também comités em 70% das empresas privadas e ‘joint ventures’. Dentro do PCC, Xi lançou a mais ampla campanha anticorrupção na história da China comunista, resultando, até à data, na punição de mais de 1,5 milhão de funcionários, incluindo centenas de altos quadros e altas patentes do exército, segundo o próprio partido. A campanha anticorrupção antecedeu uma concentração de poder sem paralelo nas últimas décadas. O “calcanhar de Aquiles” Em 2017, Xi Jinping aboliu o limite de mandatos para o seu cargo, criou um organismo com poder equivalente ao Executivo e Judicial – a Comissão Nacional de Supervisão -, para supervisionar a aplicação das suas políticas, e promoveu aliados a posições chave do regime. David Shambaugh não tem dúvidas: “Xi é um líder genuinamente duro, que exala convicção e confiança, mas essa firmeza esconde um sistema político e partidário extremamente frágil por dentro”, argumenta. Para o sinólogo, o crescente carácter repressivo do regime e a emigração das elites económicas ilustram as fraquezas do sistema de partido único, corroído por clientelismo, corrupção e ausência de primado da lei. “Apesar das aparências, o sistema político da China está gravemente fracturado e ninguém o sabe melhor do que o próprio Partido Comunista”, argumenta. “Xi Jinping espera que a repressão contra dissidentes e o combate à corrupção reforcem o domínio do Partido (…), mas o seu despotismo está a pressionar fortemente o sistema e a sociedade chinesa – e aproximá-la do ponto de ruptura”, aponta. A visão do poder de Xi como um mecanismo opressivo foi, segundo o próprio, forjada durante a adolescência, passada no árido e pobre noroeste chinês, seguindo um fluxo de jovens urbanos para as aldeias do interior para “aprenderem com os camponeses”, parte de uma radical campanha de massas lançada por Mao Zedong. “As pessoas que têm pouca experiência com o poder, aqueles que estão longe dele, tendem a considerá-lo algo de misterioso e nobre”, disse numa entrevista, publicada em 2000, quando era governador da província de Fujian. “Mas eu vejo além das coisas superficiais: o poder, as flores, a glória e os aplausos. Eu vejo centros de detenção e a volatilidade da natureza humana. Isso deu-me uma compreensão da política a um nível mais profundo”, realçou. Mas será também esta desconfiança na afirmação e liberdade do indivíduo que continuará a levantar incógnitas sobre o futuro da República Popular da China, no ano em que ultrapassa em longevidade a antiga União Soviética. “Quando a empatia humana começar a sobrepor-se à autoridade ossificada, o fim do comunismo chinês terá realmente começado”, conclui Shambaugh. João Pimenta, da agência Lusa
Hoje Macau China / ÁsiaRPC, 70 anos | Partido Comunista Chinês exibe confiança no seu modelo [dropcap]Q[/dropcap]uando celebra sete décadas de governação, o Partido Comunista Chinês (PCC) continua a abdicar de reformas políticas e defende agora o seu “modelo” como solução para países em desenvolvimento, mas fragilidades persistem sob a capa autoritária, defendem analistas. O rápido desenvolvimento económico das últimas décadas e a forma como contornou a crise financeira global de 2008 injectaram redobrada confiança em Pequim de que o seu modelo constitui uma alternativa à democracia liberal. “A China oferece uma nova opção para países que desejam acelerar o seu desenvolvimento enquanto preservam a sua independência”, defendeu o Presidente chinês, Xi Jinping, em 2017. Só nos últimos 20 anos, a riqueza per capita da China quadruplicou, num “milagre” sem precedentes na História moderna. Num esforço liderado pelo Estado, a China ameaça destronar os Estados Unidos da posição que mantêm há 70 anos como líderes em inovação científica e tecnológica. No entanto, o reforço do carácter totalitário do regime, sob a presidência de Xi, abriu um “precedente muito perigoso para o futuro”, descreveu o sinólogo norte-americano David Shambaugh. Deng Xiaoping, o arquitecto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo, procurou basear a tomada de decisão num processo de consultas, separar o Partido do Governo e descentralizar a autoridade pelas províncias e localidades, visando evitar os excessos maoistas que quase destruíram o país. Xi reverteu aquelas normas. Assombrado pela primavera árabe, que derrubou governos aparentemente invencíveis, e, sobretudo, pela implosão da decrépita União Soviética, em 1991, o Partido Comunista, sob a sua direcção, voltou nos últimos anos a penetrar na vida política, social e económica da China. “Proporcionalmente, o Partido Comunista Soviético tinha mais membros do que nós, mas ninguém foi homem o suficiente para se levantar e resistir”, alertou Xi Jinping, nas vésperas de ascender ao poder. Desde então, o aparelho de segurança do regime passou a contar com cerca de 200 milhões de câmaras de vigilância, instaladas nas principais cidades do país, segundo dados oficiais, muitas dotadas de reconhecimento facial. Uma campanha contra dissidentes resultou já na detenção de 250 advogados ou activistas dos direitos humanos, segundo organizações não governamentais. O Partido estabeleceu também comités em 70% das empresas privadas e ‘joint ventures’. Dentro do PCC, Xi lançou a mais ampla campanha anticorrupção na história da China comunista, resultando, até à data, na punição de mais de 1,5 milhão de funcionários, incluindo centenas de altos quadros e altas patentes do exército, segundo o próprio partido. A campanha anticorrupção antecedeu uma concentração de poder sem paralelo nas últimas décadas. O “calcanhar de Aquiles” Em 2017, Xi Jinping aboliu o limite de mandatos para o seu cargo, criou um organismo com poder equivalente ao Executivo e Judicial – a Comissão Nacional de Supervisão -, para supervisionar a aplicação das suas políticas, e promoveu aliados a posições chave do regime. David Shambaugh não tem dúvidas: “Xi é um líder genuinamente duro, que exala convicção e confiança, mas essa firmeza esconde um sistema político e partidário extremamente frágil por dentro”, argumenta. Para o sinólogo, o crescente carácter repressivo do regime e a emigração das elites económicas ilustram as fraquezas do sistema de partido único, corroído por clientelismo, corrupção e ausência de primado da lei. “Apesar das aparências, o sistema político da China está gravemente fracturado e ninguém o sabe melhor do que o próprio Partido Comunista”, argumenta. “Xi Jinping espera que a repressão contra dissidentes e o combate à corrupção reforcem o domínio do Partido (…), mas o seu despotismo está a pressionar fortemente o sistema e a sociedade chinesa – e aproximá-la do ponto de ruptura”, aponta. A visão do poder de Xi como um mecanismo opressivo foi, segundo o próprio, forjada durante a adolescência, passada no árido e pobre noroeste chinês, seguindo um fluxo de jovens urbanos para as aldeias do interior para “aprenderem com os camponeses”, parte de uma radical campanha de massas lançada por Mao Zedong. “As pessoas que têm pouca experiência com o poder, aqueles que estão longe dele, tendem a considerá-lo algo de misterioso e nobre”, disse numa entrevista, publicada em 2000, quando era governador da província de Fujian. “Mas eu vejo além das coisas superficiais: o poder, as flores, a glória e os aplausos. Eu vejo centros de detenção e a volatilidade da natureza humana. Isso deu-me uma compreensão da política a um nível mais profundo”, realçou. Mas será também esta desconfiança na afirmação e liberdade do indivíduo que continuará a levantar incógnitas sobre o futuro da República Popular da China, no ano em que ultrapassa em longevidade a antiga União Soviética. “Quando a empatia humana começar a sobrepor-se à autoridade ossificada, o fim do comunismo chinês terá realmente começado”, conclui Shambaugh. João Pimenta, da agência Lusa
Hoje Macau InternacionalFrança | Jacques Chirac, antigo presidente, morre aos 86 anos [dropcap]O[/dropcap] antigo Presidente da França Jacques Chirac morreu ontem, aos 86 anos, anunciou o seu genro, Frédéric Salat-Baroux. “O Presidente Jacques Chirac morreu esta manhã pacificamente e acompanhado pela sua família”, disse Salat-Baroux, marido da filha mais nova de Chirac, Claude. Chefe de Estado de França entre 1995 e 2007, Jacques Chirac teve uma das carreiras políticas mais longas da Europa, ao completar 40 anos em diversas posições políticas, incluindo cargos como Presidente da República, primeiro-ministro, vice-ministro, presidente da câmara de Paris e líder do partido. O antigo Presidente de França, que há vários anos não aparecia em público, sofria de perda de memória, possivelmente causada por uma forma da doença de Alzheimer ou um derrame que teve enquanto estava na Presidência. Jacques Chirac conseguiu conquistar a Presidência francesa em 1995, depois de duas candidaturas sem sucesso (em 1981 e em 1988). A Assembleia Nacional e o Senado francês fizeram um minuto de silêncio assim que foi conhecida a notícia da morte do antigo Presidente, figura importante da direita no país.
Hoje Macau InternacionalFrança | Jacques Chirac, antigo presidente, morre aos 86 anos [dropcap]O[/dropcap] antigo Presidente da França Jacques Chirac morreu ontem, aos 86 anos, anunciou o seu genro, Frédéric Salat-Baroux. “O Presidente Jacques Chirac morreu esta manhã pacificamente e acompanhado pela sua família”, disse Salat-Baroux, marido da filha mais nova de Chirac, Claude. Chefe de Estado de França entre 1995 e 2007, Jacques Chirac teve uma das carreiras políticas mais longas da Europa, ao completar 40 anos em diversas posições políticas, incluindo cargos como Presidente da República, primeiro-ministro, vice-ministro, presidente da câmara de Paris e líder do partido. O antigo Presidente de França, que há vários anos não aparecia em público, sofria de perda de memória, possivelmente causada por uma forma da doença de Alzheimer ou um derrame que teve enquanto estava na Presidência. Jacques Chirac conseguiu conquistar a Presidência francesa em 1995, depois de duas candidaturas sem sucesso (em 1981 e em 1988). A Assembleia Nacional e o Senado francês fizeram um minuto de silêncio assim que foi conhecida a notícia da morte do antigo Presidente, figura importante da direita no país.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Mais reservas de carne suína libertadas para travar inflação [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês voltou a pôr no mercado carne de porco que mantém em reserva, visando travar a inflação causada por surtos de peste suína, em vésperas do 70.º aniversário da fundação do regime comunista. As autoridades confirmaram ontem que vão leiloar 10.000 toneladas de carne de porco, parte essencial da cozinha chinesa. A República Popular da China celebra, no dia 1 de Outubro, 70 anos desde a sua fundação, com uma parada militar em Pequim e várias actividades por todo o país. O preço da carne de porco subiu quase 50 por cento em Agosto passado, em termos homólogos, devido a um surto devastador da peste suína africana, que resultou no abate de mais de um milhão de porcos, segundo dados oficiais. O aumento dos preços tem um significado político amargo para o Partido Comunista, que aponta a melhoria dos padrões de vida nas últimas décadas como fonte de legitimidade do seu poder indisputado. A China produz e consome dois terços da carne de porco no mundo. O Governo mantém reservas de porcos vivos e congelados para garantir o fornecimento, mas os detalhes sobre esta reserva são segredo de Estado. Analistas consideram, no entanto, que a reserva é provavelmente muito pequena para compensar os efeitos da peste suína. Em Janeiro passado, o Governo libertou 9.600 toneladas para o mercado. Especialistas prevêem que a China importará mais de dois milhões de toneladas de carne de porco este ano. Sorte lusitana A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado. Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país. As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. Os responsáveis do sector estimam que o valor das vendas duplique, para 200 milhões de euros, no próximo ano. O acontecimento, visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, irá, no entanto, ter efeitos inflaccionários também em Portugal.
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Hoje Macau China / ÁsiaHuawei | Desconfiança da UE “pode ser ultrapassada” A tecnologia 5G esteve em debate em Bruxelas. O responsável da gigante tecnológica chinesa, Hui Cao, apelou aos países europeus para que se guiem pelas regras e não pela discriminação [dropcap]A[/dropcap] tecnológica chinesa Huawei disse ontem acreditar que a desconfiança da União Europeia (UE) relativa aos seus equipamentos móveis de quinta geração (5G) “pode ser ultrapassada” sem que os Estados-membros tenham de a excluir dos seus mercados. “Até agora, tivemos anúncios de que a maioria dos Estados-membros irá tratar a Huawei com base em factos e, por isso, terão em conta que somos uma empresa internacional que quer desenvolver o seu negócio na Europa. No que toca às avaliações de riscos relativas ao 5G, nós acreditamos, veementemente, que a Europa irá tomar uma decisão final baseada na não discriminação e no respeito pelas regras”, afirmou à agência Lusa o responsável pelo departamento estratégico e de políticas da Huawei Europa, Hui Cao. Em declarações prestadas no final de um almoço-debate sobre o 5G, no centro de cibersegurança da empresa, em Bruxelas, o responsável notou que “qualquer acusação feita à Huawei requer provas”. “Devemo-nos manter fiéis aos factos e ao respeito pelas regras” e “acreditamos que tudo pode ser ultrapassado”, reforçou Hui Cao. Assumida como uma prioridade desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados. Bruxelas pediu, ainda, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até Junho passado, seguindo-se uma avaliação geral em toda a UE para, até final do ano, se encontrarem medidas comuns de mitigação das ameaças. A Comissão Europeia está agora a ultimar a análise colectiva dos riscos encontrados pelos Estados-membros, devendo publicar esta informação num relatório que será divulgado nas próximas semanas. Hui Cao garantiu, assim, que a Huawei não está preocupada com estas medidas europeias. “Na Huawei estamos a fazer negócios, somos uma empresa com centenas de operadores e respeitamos na totalidade as leis locais. A regulação é o mais importante”, insistiu o responsável nas declarações prestadas à Lusa, notando que são estes “fundamentos que fazem com que a Huawei sobreviva no mercado”. Novos desafios Já falando sobre o novo executivo comunitário – que entra em funções no início de novembro e que terá como uma das vice-presidentes a dinamarquesa Margrethe Vestager, responsável por coordenar a área digital – Hui Cao disse “admirar a visão visionária” da nova Comissão. Porém, antecipou “enormes desafios”, nos quais a Huawei também está envolvida, em áreas como “a pressão geopolítica, as questões comerciais e também os desafios a nível digital e ambiental”. Os Estados Unidos e a Huawei estão envolvidos numa guerra global por causa da cibersegurança e das infraestruturas a nível mundial, que já levou à criação de limites (ainda não em vigor), por parte da administração norte-americana, nas compras feitas à companhia chinesa. Washington tem tentado também exercer a sua influência junto dos aliados, nomeadamente europeus, para que excluam a Huawei dos seus mercados, alegando estar em causa espionagem chinesa nos equipamentos 5G, acusações que a empresa tem vindo a rejeitar. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei | Desconfiança da UE “pode ser ultrapassada” A tecnologia 5G esteve em debate em Bruxelas. O responsável da gigante tecnológica chinesa, Hui Cao, apelou aos países europeus para que se guiem pelas regras e não pela discriminação [dropcap]A[/dropcap] tecnológica chinesa Huawei disse ontem acreditar que a desconfiança da União Europeia (UE) relativa aos seus equipamentos móveis de quinta geração (5G) “pode ser ultrapassada” sem que os Estados-membros tenham de a excluir dos seus mercados. “Até agora, tivemos anúncios de que a maioria dos Estados-membros irá tratar a Huawei com base em factos e, por isso, terão em conta que somos uma empresa internacional que quer desenvolver o seu negócio na Europa. No que toca às avaliações de riscos relativas ao 5G, nós acreditamos, veementemente, que a Europa irá tomar uma decisão final baseada na não discriminação e no respeito pelas regras”, afirmou à agência Lusa o responsável pelo departamento estratégico e de políticas da Huawei Europa, Hui Cao. Em declarações prestadas no final de um almoço-debate sobre o 5G, no centro de cibersegurança da empresa, em Bruxelas, o responsável notou que “qualquer acusação feita à Huawei requer provas”. “Devemo-nos manter fiéis aos factos e ao respeito pelas regras” e “acreditamos que tudo pode ser ultrapassado”, reforçou Hui Cao. Assumida como uma prioridade desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados. Bruxelas pediu, ainda, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até Junho passado, seguindo-se uma avaliação geral em toda a UE para, até final do ano, se encontrarem medidas comuns de mitigação das ameaças. A Comissão Europeia está agora a ultimar a análise colectiva dos riscos encontrados pelos Estados-membros, devendo publicar esta informação num relatório que será divulgado nas próximas semanas. Hui Cao garantiu, assim, que a Huawei não está preocupada com estas medidas europeias. “Na Huawei estamos a fazer negócios, somos uma empresa com centenas de operadores e respeitamos na totalidade as leis locais. A regulação é o mais importante”, insistiu o responsável nas declarações prestadas à Lusa, notando que são estes “fundamentos que fazem com que a Huawei sobreviva no mercado”. Novos desafios Já falando sobre o novo executivo comunitário – que entra em funções no início de novembro e que terá como uma das vice-presidentes a dinamarquesa Margrethe Vestager, responsável por coordenar a área digital – Hui Cao disse “admirar a visão visionária” da nova Comissão. Porém, antecipou “enormes desafios”, nos quais a Huawei também está envolvida, em áreas como “a pressão geopolítica, as questões comerciais e também os desafios a nível digital e ambiental”. Os Estados Unidos e a Huawei estão envolvidos numa guerra global por causa da cibersegurança e das infraestruturas a nível mundial, que já levou à criação de limites (ainda não em vigor), por parte da administração norte-americana, nas compras feitas à companhia chinesa. Washington tem tentado também exercer a sua influência junto dos aliados, nomeadamente europeus, para que excluam a Huawei dos seus mercados, alegando estar em causa espionagem chinesa nos equipamentos 5G, acusações que a empresa tem vindo a rejeitar. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.