China gasta quase 32 mil milhões de dólares para segurar valor do yuan

[dropcap]A[/dropcap] China gastou quase 32 mil milhões de dólares das suas reservas cambiais para evitar a queda da moeda chinesa, em Outubro, a maior intervenção em quase dois anos, após o yuan recuar quase 10% desde Abril.

Dados oficiais hoje revelados pela Administração Estatal de Divisas revelam que as reservas cambiais da China, as maiores do mundo, caíram em Outubro, de 3,087 biliões de dólares para 3,053 biliões. Excluindo efeitos de valorização, os dados indicam um intervenção das autoridades de 32 mil milhões de dólares, para segurar o valor do yuan, a maior desde Janeiro de 2017.

Os números atenuam preocupações de que Pequim poderia recorrer a uma desvalorização cambial deliberada, visando estimular as exportações, numa altura de tensões comerciais com Washington. O presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias de até 25% sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas da China.

A queda do yuan apoia os exportadores chineses face à subida das taxas alfandegárias nos EUA, ao reduzir o preço dos seus bens na moeda norte-americana, mas encoraja os investidores a tirar dinheiro da China, levando a um aumento nos custos de financiamento de outras indústrias domésticas.

Analistas consideram que as autoridades querem evitar que a cotação baixe para um dólar/sete yuan, considerada uma linha perigosa para a moeda chinesa. Na quarta-feira, 6,93 yuans valiam um dólar norte-americano, depois de, no final de Outubro, a cotação se ter fixado nos 6,9644, a mais baixa desde Maio de 2008.

Iris Pang, economista para a China no banco de investimento ING, em Singapura, considerou a queda das reservas cambais, em outubro, pequena, comparativamente à registada em 2015, quando caiu 70 mil milhões, por mês, em média, durante meio ano. “Não existe pânico de fuga de capital na China, apesar da cotação dólar/yuan estar perto de sete para um”, comentou, num relatório.

Contudo, a fuga de capital tem vindo a acelerar: dados da balança de pagamentos publicados na segunda-feira fixam a saída financeira líquida em 19 mil milhões de dólares, no terceiro trimestre do ano, o maior valor trimestral, desde o final de 2016.

As reservas cambiais da China atingiram o pico de 3,99 biliões de dólares, em Junho de 2014, mas nos dois anos e meio seguintes o banco central gastou quase um bilião de dólares para travar a queda da moeda chinesa, face a uma fuga de capitais privados recorde.

Desde o início de 2017 até meados deste ano, o banco central reduziu a sua intervenção, à medida que o aumento do controlo sobre o fluxo de capitais e indicadores económicos robustos reduziram a pressão sobre a moeda.

No entanto, nos últimos meses, a pressão voltou a aumentar devido a indicadores económicos menos fortes e um aumento das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana. No terceiro trimestre do ano, o crescimento da economia chinesa abrandou para 6,5%, em termos homólogos, o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009.

O investimento em activos fixos, motor fundamental do crescimento, abrandou para 5,4%, nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.

8 Nov 2018

Fu Yu junta-se a Freitas no quadro principal do Open da Áustria de ténis de mesa

[dropcap]A[/dropcap] portuguesa Fu Yu qualificou-se ontem para o quadro principal do Open da Áustria de ténis de mesa, juntando-se a Marcos Freitas, que teve entrada directa.

Nas duas últimas rondas da fase de qualificação, Fu Yu venceu Wing Nam Ng, de Hong Kong, por 4-1 (11-3, 12-10, 11-8, 9-11 e 15-13), e a japonesa Maki Shiomi, por 4-3 (14-16, 13-11, 11-7, 5-11, 11-8, 8-11 e 11-9).

Na primeira eliminatória do quadro principal, Fu Yu, 36.ª do ‘ranking’ mundial, vai encontrar a chinesa Liu Shiwen, sexta, enquanto Marcos Freitas, 16.º da hierarquia, encontra o indiano Sathiyan Gnanasekaran, 35.º.

Na derradeira ronda de qualificação, Diogo Carvalho perdeu com o alemão Ruwen Filus, por 4-0 (11-6, 11-8, 11-9 e 11-9), depois de Jieni Shao, João Geraldo e Tiago Apolónia terem sido eliminados na terça-feira.

8 Nov 2018

Bill Gates apresenta na China sanita inovadora que não precisa de água ou saneamento

[dropcap]O[/dropcap] filantropo norte-americano Bill Gates apresentou ontem uma sanita que não necessita de água ou ligação a sistemas de saneamento, transformando os dejectos em fertilizante, o que poderá reduzir a mortalidade infantil nos países mais pobres.

O fundador da Microsoft mostrou o novo modelo ao público em Pequim, numa exposição dedicada a novas soluções sanitárias, visando “reinventar as sanitas” e acelerar a adopção e comercialização de sistemas inovadores.

“Esta exposição apresenta, pela primeira vez, tecnologia e produtos de saneamento descentralizados e totalmente novos, e prontos a serem comercializados”, afirmou Bill Gates, em comunicado. Este novo modelo, que não precisa de estar ligado a um sistema de saneamento ou de água e transforma os dejectos humanos em fertilizante, está a ser testado na cidade sul-africana de Durban, onde também estão a ser testados outros modelos, que se alimentam de energia solar, explicou Gates.

O multibilionário explicou que a rápida expansão destes novos produtos e sistemas de saneamento que não necessitam de estar conectados a nenhuma rede poderá reduzir drasticamente o número de mortos e o impacto da falta de higiene na saúde da população nos países mais pobres.

A fundação de Bill Gates e da sua mulher, Melinda Gates, gastou 200 milhões de dólares desde 2011 para promover a investigação e o desenvolvimento de tecnologia sanitária segura.
Segundo a Unicef, quase 900 milhões de pessoas não têm escolha senão fazer as suas necessidades ao ar livre. Só na Índia, estima-se que sejam 150 milhões.

O Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, destacou que o saneamento é uma das prioridades para a sua organização, que se vai aliar com a Fundação Bill e Melinda Gates para levar instalações sanitárias seguras a todas as partes do mundo.

8 Nov 2018

Vítor Pereira conquista campeonato de futebol chinês

[dropcap]O[/dropcap] treinador português Vítor Pereira levou ontem o Shanghai SIPG à conquista do primeiro título de campeão chinês de futebol, ao impor-se por 2-1 na recepção ao Beijing Renhe, em jogo da 29.ª e penúltima jornada do campeonato.

O Shanghai SIPG, que na ronda anterior tinha vencido por 5-4 no estádio do perseguidor Guangzhou Evergrande e ficado a apenas um ponto de vencer pela primeira vez a prova, resolveu o jogo a seu favor com golos do uzbeque Odil Akhmedov, aos 20 minutos, e do goleador Wu Lei, aos 47, antes de o senegalês Makhete Diop reduzir, aos 65.

Vítor Pereira disse ontem que os nomes dos novos campeões ficarão “gravados na história do clube e do futebol chinês”. “Esta conquista deixará os nossos nomes gravados na história do clube e do futebol chinês. Devo lembrar que para a maioria destes jogadores este é o primeiro título das carreiras”, afirmou o treinador português, em declarações aos órgãos de comunicação social chineses.

A equipa de Xangai conquistou o título a uma jornada do fim do campeonato, ao impor-se por 2-1 na receção ao Beijing Renhe, com golos do uzbeque Odil Akhmedov, aos 20 minutos, e do goleador Wu Lei, aos 47, tendo o senegalês Makhete Diop reduzido, aos 65.

“Conquistámos este campeonato com muito trabalho. Liderámos o campeonato durante a maioria das jornadas, o que demonstra a nossa regularidade e maturidade. Merecemos este título” observou Vítor Pereira, prometendo “continuar a trabalhar no próximo ano para revalidar o título”.

Vítor Pereira, de 50 anos, sagrou-se campeão no terceiro país, depois dos títulos conquistados em Portugal, no FC Porto (2012 e 2013), e na Grécia, no Olympiacos (2015), quebrando o hegemonia do Guangzhou Evergrande, campeão chinês nas sete épocas anteriores, as últimas três sob o comando do brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo selecionador português.

O Shanghai SIPG, que se tornou o oitavo clube a conquistar o título na China, teria assegurado o troféu mesmo que perdesse, uma vez que o heptacampeão foi derrotado por 2-0 no estádio do Chongqing Lifan, antiga equipa de Paulo Bento, com golos dos brasileiros Sebá, ex-jogador do FC Porto e Estoril Praia, e Fernandinho.

“Acabámos com o monopólio do Guangzhou Evergrande, que dominou o futebol chinês nos últimos sete anos. Foi um desafio incrível e nós conseguimos superá-lo. Este é o meu primeiro ano na China, onde me sinto muito feliz”, afirmou.

O técnico português, que em Dezembro de 2017 sucedeu a André Villas-Boas no comando do Shanghai SIPG, sagrou-se campeão logo na época de estreia na equipa de Xangai, tal como tinha acontecido em 2011, no FC Porto, depois de também ter substituído o compatriota.

Vítor Pereira tornou-se o terceiro treinador luso a conquistar o título em três países, juntando-se a Artur Jorge, campeão em Portugal (FC Porto), França (Paris Saint-Germain) e Arábia Saudita (Al-Hilal), e José Mourinho, que foi em quatro países: Portugal (FC Porto), Espanha (Real Madrid), Inglaterra (Chelsea) e Itália (Inter Milão).

O técnico natural de Espinho foi o único dos três treinadores portugueses que iniciou e terminou a temporada na China – e logo como campeão -, uma vez que Paulo Bento e Paulo Sousa rescindiram os contratos com Chongqing Lifan e o Tianjin Quanjian, respetivamente.

Treinadores portugueses celebram

A conquista do campeonato chinês de futebol por Vítor Pereira é “muito boa para a imagem” dos cerca de 100 treinadores portugueses radicados na China, afirmaram ontem alguns técnicos à agência Lusa, reclamando um maior apoio institucional.

“Estou aqui num grupo de treinadores portugueses no Wechat [o Whatsapp chinês] e está toda a gente a comentar que é muito bom para a nossa imagem”, diz Francisco Duarte, 29 anos, e treinador de futebol numa escola pública no norte de Pequim. “Por ter sido campeão com o Xangai, e não com o Guangzhou, no qual seria mais um, torna a vitória mais especial”, observa Francisco Duarte.

Gonçalo Figueira, que dá formação a treinadores chineses numa academia de futebol no sul do país, enaltece a “capacidade de adaptação” de Vítor Pereira.

“O Shanghai [SIPG] é muito organizado, acho que estrategicamente ele montou boas equipas e conseguiu adaptar-se ao futebol chinês, o que não é fácil”, disse à Lusa.

O técnico português, que em Dezembro de 2017 sucedeu a André Villas-Boas no comando do Shanghai SIPG, sagrou-se campeão logo na época de estreia na equipa de Xangai, tal como tinha acontecido em 2011, no FC Porto, depois de também ter substituído o compatriota.

O técnico natural de Espinho foi o único dos três treinadores portugueses que iniciou e terminou a temporada na China – e logo como campeão -, uma vez que Paulo Bento e Paulo Sousa rescindiram os contratos com Chongqing Lifan e o Tianjin Quanjian, respectivamente.

De acordo com a contagem da agência Lusa, quase 100 treinadores portugueses de futebol vivem hoje no país asiático, desde a província de Jilin, na fronteira com a Coreia do Norte, à ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país.

Alguns são contratados por clubes profissionais e outros estão integrados no sistema de ensino público, que incluiu em 2015 a modalidade no desporto escolar, parte de um “plano de reforma do futebol” decretado pelo governo, visando elevar a seleção chinesa ao estatuto de grande potência.

Francisco Duarte lamenta, no entanto, que a “federação [portuguesa], liga ou a Associação Nacional dos Treinadores de Futebol em nada” apoiem os técnicos radicados na China, ao “contrário de outros países, nomeadamente Espanha”, onde há uma “divulgação e programas estruturados para os treinadores na China”.

“Devia haver algo mais estruturado para nos promover e trazer mais treinadores. Estamos sozinhos, é cada um por si”, descreve.

8 Nov 2018

Zhuhai | Ex-presidente da Câmara expulso do partido

[dropcap]O[/dropcap] Governo Central aprovou a decisão de expulsar do partido Li Zezhong, que foi presidente da câmara de Zhuhai, de forma interina, até Setembro de 2017, altura em que começou a ser investigado.

De acordo com um comunicado do órgão máximo contra a corrupção da China, Li Zezhong, de 48 anos, violou a disciplina do partido, cobrou despesas públicas indevidas, recebeu presentes de empresários e abusou do poder.

Além de ser expulso do Governo e do partido, Li tem de devolver os dinheiros recebidos de forma ilegal.

8 Nov 2018

Haitong | Investimento chinês será debatido mas mantém-se com Bolsonaro

[dropcap]O[/dropcap] administrador-executivo do Haitong Banco de Investimento do Brasil, Alan Fernandes, considerou ontem que a relação comercial entre Pequim e Brasília se vai manter, mas admitiu que o Presidente eleito brasileiro, Jair Bolsonaro, vai discutir o tipo de investimento.

“Sem dúvida que vão acontecer discussões sobre a característica do investimento, nomeadamente na propriedade de terras”, afirmou, em Pequim, Alan Fernandes, que é também administrador executivo do Haitong Portugal, o antigo Banco Espírito Santo Investimento (BESI).

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro classificou o investimento chinês no Brasil de predatório, face à aquisição de empresas e activos estratégicos por firmas do país asiático.
“A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil. Você vai deixar o Brasil na mão do chinês”, disse.

Em declarações à agência Lusa, Fernandes admitiu que, pela “característica nacionalista” de Bolsonaro, existe uma “preocupação” com o investimento chinês, mas ressalvou que há “muita coisa que é parte da campanha” e que “não dá para ignorar” os dados da relação comercial.

“A China é o maior parceiro comercial do Brasil: 25% de todo o comércio exterior brasileiro está ligado à China. Você não pode simplesmente maltratar quem compra ou vende um quarto de tudo o que você consome ou produz”, observou.

Em 2017, o comércio entre o Brasil e a China atingiu 87,53 mil milhões de dólares, uma subida homóloga de 29,55%. A China vendeu bens no valor de 29,23 mil milhões de dólares e importou mercadorias no montante de 58,30 mil milhões de dólares, segundo dados das alfândegas chinesas.

No terreno

Alan Fernandes lembrou ainda que um potencial proteccionismo de Bolsonaro face ao investimento chinês é apenas viável numa empresa estatal, já que as privadas podem fazer uma negociação bilateral.
“Não existe nenhum instrumento que permita ao Governo travar a aquisição por uma empresa estrangeira, de qualquer origem, de um activo [privado] no Brasil”, afirmou.

O administrador considerou que o “tempo vai trazer a manutenção do relacionamento comercial” com a China, mas previu uma mudança nos laços de Brasília com o mundo emergente.

“A política do antigo Presidente Lula [da Silva], de ligação com países em desenvolvimento, principalmente em África e na América Latina, como Venezuela ou Cuba, deve mudar, mas em relação à China não”, disse.
Alan Fernandes desloca-se à China “quatro ou cinco vezes por ano” para acompanhar o trabalho de uma equipa de chineses, montada em 2017, dentro do Haitong Securities, que se dedica às operações do Haitong Bank.

8 Nov 2018

Fórmula 1 | Grande Prémio do Vietname, em Hanói, em 2020

[dropcap]O[/dropcap] Vietname vai acolher uma prova do campeonato do mundo de Fórmula 1 a partir de 2020, confirmaram ontem os responsáveis da competição, à margem do Grande Prémio do Brasil, em São Paulo. O circuito será citadino, com 5,565 quilómetros de extensão, na capital daquele país asiático, em Hanói.

Trata-se do primeiro anúncio de um novo Grande Prémio feito pelos novos donos da competição, a Liberty Media. “Desde que nos envolvemos neste desporto em 2017 que temos vindo a falar em desenvolver novos destinos e o Grande Prémio do Vietname é a concretização dessa ambição”, sublinhou o norte-americano Chase Carey, presidente executivo da Fórmula 1.

O director-executivo do Vingroup, Nguyen Viet Quang, explicou que o objectivo desta parceria é “melhorar a vida da população do Vietname”, através da criação de “mais postos de trabalho” e da “melhoria das infraestruturas da cidade”.

Nguyen Viet Quang prometeu ainda apresentar durante o evento, dentro de dois anos, “o primeiro construtor automóvel vietnamita, o VinFast”. O responsável autárquico de Hanói, Nguyen Duc Chung, disse acreditar que esta prova vai ser “uma demonstração das capacidades do país”, com “uma das economias que mais crescem em todo o mundo”, além de permitir “atrair mais turismo”.

O circuito será montado num subúrbio de Hanói e congrega o que de melhor têm alguns dos circuitos tradicionais do campeonato. As curvas 1 e 2, um pouco mais apertadas, fazem lembrar Nurburgring, na Alemanha, enquanto a zona da curva 17 é semelhante à subida de Sainte Devote, no Mónaco.
A secção entre as curvas 16 a 19 será similar à dos ‘esses’ de Suzuka, no Japão.

De acordo com o director de corridas da Fórmula 1, o britânico Charlie Whiting, que já visitou o local, “a maior parte do traçado será em ruas já existentes, mas há uma secção que ainda não está construída”.
“Será num espaço aberto, onde as boxes serão instaladas”, explicou.

8 Nov 2018

Presidente do Banco Central chinês promete maior apoio ao sector privado

[dropcap]Y[/dropcap]i Gang, presidente do Banco Popular da China (BPC), prometeu na terça-feira uma série de políticas para ampliar os canais de financiamento para o sector privado. “Há muita água na ‘piscina monetária’, mas precisamos de injectar fundos para as empresas privadas com falta de dinheiro”, disse ele à Xinhua em uma entrevista, citando as políticas na emissão de títulos, empréstimos bancários e financiamento de capital.

O BPC acrescentou um novo índice na avaliação macroprudencial para os bancos comerciais e forneceu-lhes fundos de créditos baratos de longo prazo, a fim de incentivar mais empréstimos para as empresas privadas, disse Yi.

Este ano, o banco central aumentou as cotas de refinanciamento num recorde de 300 mil milhões de yuans, e diminuiu as taxas de juros de refinanciamento em 0,5 ponto percentual para os pequenos credores.
Além disso, a China decidiu apoiar a emissão de bónus pelas empresas privadas, com apoio de liquidez do banco central.

Yi disse que está a iniciar um plano piloto, sob o qual o primeiro lote de três empresas arrecadaram um total de 1,9 mil milhões de yuans com o seu bónus subscritos em grande excesso. “Outras 30 empresas privadas estão a preparar-se para a emissão de bónus.”

O BPC apoia também o financiamento de capitais pelas empresas privadas, disse o presidente do banco.
“O banco central fornece fundos iniciais e incentiva a participação das instituições financeiras e outros investidores,” apontou ele.

Yi enfatizou que, as dificuldades de financiamento para as empresas privadas, especialmente as pequenas e médias entidades, se tornaram um problema fortificado no mundo, e que a China desenvolverá mais esforços para resolver o “fracasso de mercado.”

Contas caseiras

A China manteve um ambiente de política monetária prudente e neutra e garantiu liquidez razoável e suficiente. A medida do BPC para rebaixar os depósitos compulsórios dos bancos libertou um valor líquido de 2,3 biliões de yuans para o mercado monetário este ano.

Até ao final de Setembro, os micro-empréstimos não liquidados fixaram-se em 7,73 biliões de yuans, um aumento de 18,1por cento em termos anuais. Os novos micro-empréstimos chegaram às 959,5 mil milhões de yuans nos primeiros três trimestres.

8 Nov 2018

China | Preço das casas pode cair até 5 por cento em 2019

[dropcap]O[/dropcap] preço do imobiliário na China atingiu o seu valor máximo e pode cair até cinco por cento, em 2019, segundo um relatório publicado ontem pela agência de avaliação de risco Standard & Poor’s (S&P).

As políticas adoptadas pelo Governo chinês para travar o aumento do preço das casas, que incluem tornar o crédito mais difícil ou aumentar o valor mínimo de entrada, estão a fazer efeito, apontou o analista da S&P Christopher Yip, em comunicado.

Estas medidas estão a “reverter gradualmente o aumento dos preços”, sublinhou. “Após uma actividade robusta, durante mais de dois anos, os meses de Setembro e Outubro, tradicionalmente fortes para o imobiliário chinês, foram de inércia”, considerou o analista.

Em Setembro, as vendas registaram uma queda homóloga de 0,8 por cento, enquanto outros indicadores, como a compra de terrenos e investimentos imobiliários também entraram em terreno negativo, pela primeira vez em dois anos.

A S&P prevê ainda que o volume de transacções de casas cairá entre 3 por cento e 7 por cento, levando a uma contracção de 8 por cento a 12 por cento no sector.

A agência advertiu que as cidades pequenas são “muito mais vulneráveis” a uma possível desaceleração, que poderá fazer com que passem “rapidamente” de “motores de crescimento” a “travões ao crescimento”.
Para os promotores imobiliários chineses, os grandes riscos são a “liquidez e refinanciamento”, recordou Yip, sublinhando o “panorama de financiamento mais desfavorável em anos”.

As empresas, que precisam de refinanciar dívidas próximas de vencer, procurarão vender o produto o mais rápido possível, reduzindo os preços se necessário, visando obter liquidez.

8 Nov 2018

Cena de pancadaria no Cotai foi vingança de vítima de sequestro

[dropcap]A[/dropcap] polícia prendeu ontem quatro indivíduos do Interior da China, após uma cena de pancadaria num casino no Cotai. De acordo com as informações do jornal Exmoo, na origem da luta esteve a vingança de um jogador contra dois agiotas, que o tinham raptado no final de Outubro, por dívidas de jogo.

Dias depois, o jogador acabou por se libertar e, ontem, deu de caras com os seus raptadores na zona de jogo do casino. Nesse momento, o jogador não hesitou em confrontar os antagonistas, o que terá dado origem à luta, que ficou captada em imagens. A polícia está agora a investigar o caso e os agiotas já foram detidos.

8 Nov 2018

Invalidez | Aumento de subsídio nas mãos de Chui Sai On

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) revelou que já sugeriu ao Governo o aumento do subsídio de invalidez e que agora a decisão cabe ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, de acordo com o jornal Ou Mun.

A informação surge na sequência da entrega de uma petição junto da sede do Governo a solicitar o aumento do referido subsídio.

Segundo os assinantes do documento, esta ajuda social não tem qualquer actualização há dois anos pelo que não já não é suficiente face às despesas que os tratamentos muitas vezes exigem.

8 Nov 2018

IC atribui bolsas a cinco projectos de investigação

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) anunciou ontem a atribuição de bolsas de investigação académica a cinco projectos de um universo de 41 candidatos de Macau e do estrangeiro.

Geoffrey Charles Gunn, doutorado em Ciências Humanas/Políticas pela Universidade de Monash (Austrália) e investigador da história de Macau, foi um dos contemplados. Segundo um comunicado do IC, o professor propõe-se a estudar o processo de evolução de Macau na era da guerra e revolução do século XX, tendo como foco a vida dos povos de Macau durante a guerra, a sociedade no início da época do pós-guerra e as mudanças políticas e económicas de Macau até 1999.

Já Wu Yuxian, doutorada do Departamento de História da Universidade de Macau, actualmente investigadora associada da Universidade da Cidade de Macau, vai debruçar-se sobre a gestão urbana e desenvolvimento de medicina e saúde de Macau na idade moderna. Tang Chon Chit, doutorado em Estudos de Literatura, História e Filosofia pela Universidade de Shandong, actualmente professor do Departamento da Língua e Literatura Chinesa da Universidade de Macau, focar-se-á, por seu turno, no estudo da sociedade literária “Xueshe” de Macau, que foi a primeira associação na história da literatura de Macau.

Lu Chi Seng, doutorado em Filosofia pela Universidade de Macau e especialista na tradução jurídica chinês/português e vice-versa, actualmente assessor de tradução, intérprete-tradutor jurídico e assessor jurídico do Governo, apresentou um projecto sobre as componentes culturais relevantes dos princípios orientadores para a tradução jurídica bilingue de Macau. Por fim, Zhou Long, doutorado em Filosofia no Estudo de Planeamento, Design e Construção pela Universidade de Oklahoma (EUA), actualmente professor associado da Universidade da Cidade de Macau vai abordar a protecção, prevenção de desastres e gestão dos bairros culturais e históricos de Macau.

8 Nov 2018

PJ investiga possível burla de 3 milhões de dólares de Hong Kong

[dropcap]U[/dropcap]ma mulher do continente terá sido burlada num valor de 3 milhões de dólares de Hong Kong na área do ZAPE. A polícia identificou quatro suspeitos em fuga através de câmaras de videovigilância e iniciou acções de busca no território.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a Polícia de Segurança Pública (PSP) explicou que a alegada vítima entrou em Macau com quatro homens da China no passado dia 6, tendo entrado em duas joalharias. Numa delas trocaram três milhões de dólares de Hong Kong por renminbis, mas os dois homens alegaram que podiam ajudar a mulher a trocar o dinheiro e fugiram com o montante.

Quando a mulher percebeu que tinha sido enganada, descobriu também que os dois homens tinham fugido. O passo seguinte foi a apresentação de queixa junto da PSP. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.

8 Nov 2018

Air Macau volta a aumentar preços do combustível

[dropcap]A[/dropcap] Air Macau vai aumentar os preços do combustível por voo, que a partir do dia 1 de Dezembro deixam de ter o valor de 28 dólares que passa a ser de 32 dólares, aponta um comunicado ontem emitido. Na prática, tal vai significar um aumento dos preços dos voos da companhia.

“Todos os bilhetes emitidos no dia 1 de Dezembro ou depois para viagens de Macau para a China, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Vietname serão sujeitos a novas taxas de combustível. Algumas sobretaxas podem ser aplicadas a bilhetes de adultos, jovens e crianças”, lê-se.

8 Nov 2018

Julgamento de acusadas da morte do meio-irmão do líder norte-coreano adiado para 2019

[dropcap]O[/dropcap] reinício do julgamento das duas mulheres acusadas de matar o meio-irmão do líder da Coreia do Norte, em Fevereiro do ano passado no aeroporto da capital da Malásia, foi adiado para janeiro de 2019, foi hoje divulgado.

A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Don Thi Houng começaram a ser julgadas em Outubro de 2017 no Tribunal Superior de Shah Alam, um distrito perto do aeroporto nos arredores de Kuala Lumpur (capital da Malásia), onde Kim Jong-nam (meio-irmão de Kim Jong-un) foi atacado em Fevereiro do ano passado com VX, um agente neurotóxico, uma versão altamente letal do gás sarin considerado uma arma de destruição em massa.

As duas mulheres, que se declararam inocentes no início do julgamento, podem enfrentar a pena de morte caso sejam consideradas culpadas. O tribunal em questão devia começar este mês a ouvir a exposição da defesa das duas mulheres, depois do juiz ter aceitado, em Agosto último, os argumentos da acusação e de ter dado luz verde à continuação do julgamento.

Com esta nova deliberação, os advogados das duas acusadas vão começar a apresentar os argumentos da defesa a partir de 7 de Janeiro, fase que está prevista terminar a 9 de Abril.

A morte de Kim Jong-nam ocorreu a 13 de fevereiro de 2017 num terminal de partidas do aeroporto da capital da Malásia. Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte com o nome de Kim Chol, ia viajar para Macau, onde vivia exilado.

Alegadamente, quando uma das mulheres distraía a vítima enquanto esta imprimia o cartão de embarque, a outra mulher aproximou-se pelas costas e tapou o rosto de Kim Jong-nam com um pano ensopado com o potente produto tóxico.

Depois disto, as mulheres puseram-se em fuga, mas foram captadas pelas câmaras do circuito fechado do aeroporto. No local, Kim Jong-nam pediu assistência médica junto das autoridades antes de desmaiar e cair com uma paragem cardíaca enquanto era transportado para o hospital.

Após terem sido detidas, dias após o incidente, as duas mulheres garantiram ser vítimas de um engano e disseram que pensavam estar a participar num programa de apanhados para a televisão.

Posteriormente, as acusadas disseram às autoridades que toda a situação tinha sido orquestrada por um grupo de quatro homens, todos cidadãos norte-coreanos. Desde o primeiro momento que os serviços de informação da Coreia do Sul e dos Estados Unidos atribuem o assassínio a agentes norte-coreanos, mas o regime de Pyongyang argumenta que a morte foi provocada por um ataque cardíaco e acusou as autoridades da Malásia de conspirarem com os seus inimigos.

8 Nov 2018

AMCM | Crédito usado no terceiro trimestre sobe 13,7 por cento

[dropcap]O[/dropcap] crédito usado no terceiro trimestre atingiu 5,6 mil milhões de patacas, traduzindo um aumento anual de 13,7 por cento, indicam dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). O adiantamento de numerário correspondeu a 227,5 milhões, correspondendo a 4,1 por cento do total do crédito usado entre Julho e Setembro.

O número de cartões de crédito pessoal emitidos pelos bancos em Macau alcançou 1,2 milhões no final de Setembro, registando um crescimento de 10,3 por cento. O total dos cartões de crédito denominados em patacas (903.711 cartões) subiu 9,7 por cento; enquanto os denominados em dólares de Hong Kong (93.294) cresceu 6,4 por cento.

Já os denominados (285.727 cartões) aumentaram, por seu turno, 13,7 por cento. Até ao final de Setembro, o limite de crédito dos cartões de créditos emitidos pelos bancos em Macau foi de 32,5 mil milhões – mais 17 por cento face ao período homólogo do ano passado.

8 Nov 2018

Lucros do BNU caíram 15,7 por cento nos primeiros nove meses

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 475,91 milhões de patacas, contra 564,08 milhões apurados em igual período do ano passado, o que representa uma diminuição de 15,7 por cento.

Segundo o balancete, de 30 de Setembro, publicado ontem em Boletim Oficial, o BNU registou proveitos de 1,29 mil milhões de patacas e custos de 814,12 milhões. Em 2017, o BNU registou lucros de 706 milhões, impulsionados pela mais-valia da venda de um imóvel pelo que o presidente executivo do BNU, Carlos Cid Álvares, afirmou esperar terminar 2018 com sensivelmente 600 milhões, ou seja, menos 100 milhões.

O BNU, do grupo Caixa Geral de Depósitos, é, a par com o Banco da China, banco emissor de moeda em Macau, contando actualmente com duas dezenas de agências, incluindo uma na Ilha da Montanha, em Zhuhai. A mais recente foi inaugurada a 30 de Outubro, na Universidade de Macau.

8 Nov 2018

Dima Khatib: “Falta de liberdade de expressão é “muito grave no mundo árabe”

[dropcap]A[/dropcap] directora-geral da AJ+, Dima Khatib, amiga de Jamal Kashoggi, jornalista morto nas instalações do consulado saudita na Turquia, disse à Lusa que a falta de liberdade de expressão é uma situação “muito grave no mundo árabe”.

“Jamal era meu amigo, todos os jornalistas do mundo árabe conheciam Jamal porque era uma figura excepcional, era um dos seres humanos mais nobres que conheci na minha vida”, disse a jornalista, que lidera o projecto digital AJ+ da Al Jazeera Media Network, em entrevista à Lusa à margem da Web Summit, em Lisboa, onde a directora-geral marca presença.

Dima Khatib descreveu Jamal Khashoggi como um “ser humano muito sensível, muito simpático” e “muito amável”, apontando que o que aconteceu ao jornalista é “horrível”, mas “quantos mais” jornalistas há que estão a ser alvo de pressões e de perseguições, questionou.

“Milhares, que neste momento estão encarcerados no Egipto, em muitos países do mundo árabe que não têm nome no Washington Post”, apontou, aludindo ao facto do caso de Jamal Khashoggi ter tido uma maior exposição nas notícias pelo facto de este ter sido colaborador naquele jornal norte-americano.

“Obviamente que me entristece ter perdido o Jamal, mas parece-me uma oportunidade incrível que a sua morte tenha alcançado” aquilo que não atingiu na sua vida, ou seja, fazendo o seu trabalho de jornalista.

A morte do jornalista pôs ainda mais em evidência as dificuldades que os profissionais do sector atravessam no mundo árabe, nomeadamente aqueles que criticam os regimes instituídos.

“A sua morte abriu portas para nós, os jornalistas, nos darmos conta, no mundo inteiro, que temos de cuidar porque se tudo isto foi feito por causa” de um jornalista, “uma só pessoa, para que deixasse de escrever, imagina o poder que temos com a caneta”, acrescentou Dima Khatib.

“Ele não era uma estrela de televisão, escrevia artigos, era o que fazia. Tudo isto porque um homem escrevia artigos críticos, nem sequer era da oposição, nem sequer queria mudar as pessoas que estão no poder na Arábia Saudita, somente criticava algumas coisas, entre elas a liberdade de expressão”, prosseguiu.

“A situação está muito grave no mundo árabe, em geral”, no que respeita a liberdade de expressão, “em alguns países muito mais que outros”, salientou. A liberdade de imprensa “quase não existe no mundo árabe”, apontou.

“Por exemplo, não mandamos os nossos jornalistas” fazer reportagem dos países árabes, disse, explicando que além do medo, também são impedidos de trabalhar. No entanto, o mundo ocidental começar a dar-se conta do que está a acontecer “é um bom passo”, salientou Dima Khatib.

“Agora, o que vamos fazer com isso, não sei, parece-me que o que deveríamos fazer é, nós, os jornalistas trabalharmos mais para nos protegermos e para proteger os outros jornalistas e darmo-nos conta do poder que temos”, sublinhou.

Questionada sobre se o caso Khashoggi é uma janela para que o mundo veja o que se passa no mundo árabe, Dima Khatib acredita que sim.

“A minha vida diária é cheia de ameaças, podes ver pelo meu Twitter”, disse, acrescentando que recentemente encerrou contas naquela rede social e reportou as ameaças de que estava a ser alvo. “Reportei ao Twitter porque me estavam a dizer ‘que música queres que ponhamos quando te cortarmos em pedaços’”, confidenciou.

Para estas pessoas, “nós, jornalistas, somos coisas das quais podem abusar, terminar, acabar, é forte, creio que a nossa realidade é tão crua, estamos tão acostumados que não damos conta”, rematou dima Khatib.

O Ministério Público turco declarou recentemente que Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi estrangulado e posteriormente desmembrado no consulado saudita em Istambul, no dia 2 de Outubro, onde tinha entrado para obter um documento para se casar com uma cidadã turca.

O jornalista era esperado no consulado por um comando de quinze agentes sauditas que viajaram para a cidade turca algumas horas antes e retornaram a Arábia Saudita naquela mesma noite.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou recentemente numa coluna publicada no jornal americano The Washington Post que está certo de que a ordem para matar o jornalista dissidente “veio do mais alto nível” do poder da Arábia Saudita.

O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade. A Arábia Saudita admitiu que Jamal Khashoggi foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante vários dias, as autoridades de Riade terem afirmado que saíra vivo do consulado.

7 Nov 2018

Ex-secretário do Tesouro norte-americano alerta para cortina de ferro económica

[dropcap]O[/dropcap] antigo secretário do Tesouro norte-americano Henry Paulson advertiu hoje para a perspectiva de uma “cortina de ferro económica” entre a China e os Estados Unidos, apelando a ambos que trabalhem para resolver as disputas comerciais.

O responsável máximo pelo Tesouro dos EUA durante a Administração de George W. Bush avisou que a guerra comercial entre Pequim e Washington está a “chegar a um ponto de não retorno”, durante um discurso na conferência Bloomberg New Economy Forum, em Singapura.

“A região [asiática] deve hoje estar preocupada com a transformação de uma competição estratégica saudável numa guerra fria em grande escala”, disse Paulson, que era secretário do Tesouro quando implodiu a crise financeira global, em 2008.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias de até 25% sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas da China. Pequim retaliou com taxas sobre bens importados dos EUA.

Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, nomeadamente o plano “Made in China 2025”, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

Bruxelas ou Tóquio partilham das mesmas queixas. O governo norte-americano acusa ainda Pequim de expansionismo militar, violação de liberdades civis e religiosas e até de interferência nas eleições norte-americanas, visando penalizar a Administração de Donald Trump.

Henry Paulson disse que pôr em causa décadas de progresso nas relações comerciais entre a China e os Estados Unidos acarreta grandes impactos económicos.

“Temo que partes importantes da economia global estão a fechar-se ao comércio e investimento”, disse. “E agora vejo a perspectiva de uma cortina de ferro económica, que irá erguer novas barreiras em cada lado e romper com a economia mundial como a conhecemos”, acrescentou.

Washington deu alguns sinais positivos nas últimas semanas. Trump disse no início do mês que teve uma “conversa muito boa” por telefone com o homólogo chinês, Xi Jinping, sobre questões comerciais e a Coreia do Norte.

O Departamento de Estado anunciou ainda conversações de alto nível com Pequim, sobre segurança, em Washington, para esta sexta-feira. Henry Paulson prevê, ainda assim, “um longo inverno nas relações sino-norte-americanas”.

7 Nov 2018

China revela novo ‘drone’ de combate furtivo

[dropcap]U[/dropcap]ma empresa estatal chinesa revelou hoje um novo modelo de ‘drone’ (veículo aéreo não tripulado) de combate furtivo, na Feira Aeronáutica e Aeroespacial de Zhuhai, ilustrando a crescente capacidade de combate aéreo da China.

O ‘drone’ CH-7 ilustra também a crescente competitividade da China no mercado global para aquele tipo de engenho. O país tem realizado vendas no Médio Oriente e em outras regiões, impulsionadas por preços baixos e ausência de condições políticas.

Shi Wen, responsável pela criação deste aparelho, garante que este pode “voar durante longas horas, observar e atingir o alvo quando necessário”. “Muito em breve, acredito que nos próximos dois anos, vamos ver o CH-7 a voar”, afirmou Shi, citado pela agência The Associated Press.

Shi afirmou que o fabricante Chinese Aerospace Science and Technology Corporation planeia testar voos com o ‘drone’, no próximo ano, e arrancar com a produção em massa em 2022.

Um modelo do CH-7 está esta semana exposto na Feira Aeronáutica e Aeroespacial de Zhuhai, um avento que se realiza a cada dois anos, e mostra os últimos avanços da China nos sectores militares e aviação civil.

Com uma largura de asas de 22 metros e um comprimento de 10 metros, o aparelho tem a dimensão de um avião de combate e o seu monomotor pode atingir a velocidade de um avião comercial. Os Estados Unidos, Rússia e França estão também a desenvolver ‘drones’ de combate furtivo, um sector que é há muito liderado por Israel.

7 Nov 2018

Presidente do Mónaco detido por suspeitas de corrupção

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Mónaco, o russo Dmitri Rybolovlev, foi hoje detido pela polícia a pedido de um juiz monegasco, no âmbito de uma investigação de corrupção, avançou o jornal francês Le Monde.

Rybolovlev está no centro de uma investigação judicial aberta há um ano pelo Procurador-Geral do Mónaco por suspeitas de corrupção e por tráfico activo e passivo de influência.

A prisão do bilionário russo ocorreu hoje, horas antes da partida da quarta jornada da Liga dos Campeões que opôs o Mónaco ao Club Brugge. O Le Monde relatou ainda que, além do líder do Mónaco, foram detidos vários outros suspeitos, cuja identidade não foi revelada.

Este caso, que foi baptizado como ‘Monacogate’, tem por base a suspeita que o magnata russo terá recorrido a uma advogada russa para tentar influenciar as instâncias judiciais do Principado num outro processo que opõe Rybolovlev ao empresário suíço Yves Bouvier.

O jornal francês recordou que as autoridades descobriram no telemóvel da advogada contratada pelo russo mensagens que revelam a relação entre Rybolovlev e o antigo responsável dos serviços judiciais do Mónaco, Philippe Narmino, incluindo a oferta de jantares, presentes e viagens.

Narmino renunciou ao cargo que ocupava em Setembro do ano passado, depois de ter sido difundida informação que o implicava, bem como a polícias de alta patente do Principado, neste suposto esquema.

Na segunda-feira, o Mónaco também esteve em foco nas notícias devido a uma publicação do Football Leaks que denunciou que o clube usou um esquema financeiro, com recurso a sociedades localizadas em paraísos fiscais, para encobrir injeções de dinheiro de Rybolovlev sem infringir o equilíbrio financeiro imposto pela UEFA.

Segundo o Football Leaks, através deste sistema ilegal, o Mónaco beneficiou do encaixe de centenas de milhões de euros, que seriam oficialmente oriundos de patrocínios, mas que, na realidade, saíram do bolso do presidente do clube.

Entretanto, o advogado de Rybolovlev já reagiu à agência de notícias francesa AFP, confirmando a detenção do seu cliente e lamentando a violação do sigilo da investigação e pediu o respeito pela presunção de inocência do bilionário russo.

7 Nov 2018

Governo conclui processo para venda de carne de porco na China

[dropcap]O[/dropcap] ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural garantiu ontem à Lusa que o processo para a venda de carne de porco na China foi concluído e adiantou que outros dossiers estão em desenvolvimento.

“O processo tem vindo a ser negociado e está finalizado. Está apenas dependente de pequenos detalhes de natureza estritamente burocrática, mas foi assumido, com toda a clareza, pelo senhor ministro das Alfândegas [da China] que esse é um processo [dado] como concluído e que nos próximos dias estará totalmente regularizado”, disse Capoulas Santos, em declarações à Lusa.

O governante referiu que durante a visita à feira das importações da China, em Xangai, que se iniciou na segunda-feira, teve oportunidade de reunir com representantes da fileira suinícola portuguesa que esperam, em poucas semanas, “passar a enviar numa primeira fase, apenas do matadouro, cerca de 10 mil suínos por semana” para aquele país.

Capoulas Santos indicou que os processos de abertura de novos mercados, como o da carne de suíno, estão sempre dependentes de um “conjunto de exigências” que arrastam as negociações, que são também afetadas pela capacidade de resposta do mercado aos pedidos externos.

“Por isso, quando se trata de abrir um mercado, no caso o da carne de porco, vieram a Portugal, por várias vezes, missões de inspetores sanitários [para] verificar onde os produtos são produzidos, como é que são produzidos, quais são as regras de boas práticas, como funciona o serviço de fiscalização e como está assegurada a segurança e higiene nas salas de transformação e abate de animais”, disse.

O ministro da Agricultura adiantou ainda que estão a decorrer outros processos, particularmente, no que diz respeito à entrada de frutas, como uvas de mesa, maçãs e peras, no mercado chinês.

Por sua vez, o vinho, o azeite e os produtos lácteos são “mercados já abertos” na China.

“Tive a oportunidade de ver em lojas chinesas excelentes vinhos portugueses a serem procurados pelos consumidores”, exemplificou.

De acordo com o Ministério da Agricultura, em três anos, Portugal abriu mercados em mais de 50 países para cerca de 190 produtos.

“O nosso problema não é a falta de mercados, mas a capacidade de dar resposta, face à nossa dimensão”, concluiu Capoulas Santos.

A comitiva portuguesa, chefiada pelo ministro da Agricultura, contou ainda com o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, e de uma delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

7 Nov 2018

Primeiros contactos diplomáticos com a China numa exposição no Museu do Oriente

[dropcap]U[/dropcap]ma exposição sobre o percurso de três portugueses que, entre o século XIII e XVIII, fizeram os primeiros contactos diplomáticos entre a Europa e a China, vai inaugurar na quinta-feira, no Museu do Oriente, em Lisboa.

“Três embaixadas europeias à China” é o título desta mostra dividida em três núcleos, dedicados aos representantes do Estado Português Tomé Pires e Francisco Pacheco de Sampaio, e o do Papado, o franciscano Lourenço de Portugal.

A exposição engloba 70 peças oriundas de coleções privadas, de instituições como o Arquivo Secreto do Vaticano, a Torre do Tombo, a Biblioteca Nacional e o Museu da Farmácia, entre outras, e do próprio espólio da Fundação Oriente.

São mostradas, por exemplo, a bula papal de 1245 – documento original proveniente da Torre do Tombo – com a nomeação de Frei Lourenço de Portugal como embaixador ao Império Mongol, pelo Papa Inocêncio IV.

Também, segundo o Museu do Oriente, pela primeira vez em Portugal, será mostrada a carta do Imperador Qianlong ao rei D. José I, datada de 1753, com quatro metros de comprimento e escrita em três línguas: manchu, português e chinês.

O núcleo dedicado a Frei Lourenço de Portugal, nomeado embaixador ao Império Mongol pelo Papa Inocêncio IV em 1245, sublinha o facto de esta ser uma embaixada organizada pelo Vaticano em representação política de toda a Europa.

Registando este facto, estão duas bulas papais, uma das quais em documento original proveniente da Torre do Tombo e que data de 1245 e, a outra, uma reprodução do Arquivo Secreto do Vaticano.

Também incluídos neste núcleo, um conjunto de objetos islâmicos de luxo, provenientes do sul de Portugal – uma parte do quais produzida no Médio e Próximo Oriente – mas idênticos aos encontrados ao longo do Oceano Índico, para ilustrar a circulação global de mercadorias e gentes no século XIII.

Dedicado a Tomé Pires e à sua embaixada à China, em 1517 – a primeira missão diplomática oficial de uma nação europeia à dinastia Ming -, o segundo núcleo aborda o percurso deste boticário e farmacêutico, autor da “Suma Oriental”, a primeira e mais completa descrição europeia quinhentista da Ásia, cujo manuscrito pode ser visto na exposição.

O terceiro núcleo centra-se na embaixada de Francisco Pacheco de Sampaio ao Imperador Qianlong, da dinastia Qing, em 1752, numa altura considerada delicada para os interesses portugueses em Macau e na China.

São ainda exibidas neste núcleo peças de arte chinesa do século XVIII, nomeadamente uma poncheira com imagens das feitorias de Cantão, pertencente à “Antiga Coleção Cunha Alves”, recentemente adquirida pela Fundação Oriente.

A mostra, com comissariado de Jorge Santos Alves, professor e coordenador do Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa, inaugura na quinta-feira, às 18:30, e vai estar patente até 21 de abril de 2019.

7 Nov 2018

Nova associação pretende promover “compreensão e amizade” entre Portugal e China

[dropcap]A[/dropcap] Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, apresentada hoje, pretende “promover a compreensão e a amizade” entre Portugal e China, que, em 2019, assinalam 40 anos do restabelecimento das relações diplomáticas.

A presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, Wang Suoying, ressalvou a importância da associação para “divulgar em Portugal a língua e a cultura chinesas” e sublinhou que os dois países, com uma ligação secular, “estão unidos por uma faixa, por uma rota”, em alusão à Nova Rota da Seda.

O atual traçado oficial das novas rotas da seda é um movimento de globalização de Pequim e contempla múltiplas oportunidades no comércio para Portugal, através da sua vocação europeia e atlântica.

“A associação tem o objetivo de criar, promover e desenvolver atividades de caráter cultural, desportivo, recreativo e social que contribuam para dignificar o prestígio e a divulgação da cultura e língua chinesas”, referiu Suoying, no Centro de Intercâmbio Cultural Molihua, em Lisboa.

A dirigente, que assinalou também a importância de a associação estabelecer colaboração para as comemorações em 2019 dos 20 anos da transferência de administração de Macau para a China, vincou que a nova organização pretende, também, promover “todas as formas de intercâmbio cultural, social, educacional e formativo e de solidariedade social entre Portugal e China”.

Depois da cerimónia de apresentação da associação, antecedida pelo recital de “Guzheng”, pela jovem de 10 anos Humag Lirong, foi lançado o livro “Obras Corais em Mandarim”, de Carlos Santos Silva, e assistiu-se à atuação do Coro Molihua.

7 Nov 2018