Covid- 19 | Recebidas 74 candidaturas de projectos de investigação

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau recebeu 74 candidaturas que procuram financiamento para desenvolver projectos de investigação científica relacionados com o novo tipo de coronavírus, o Covid- 19. O anúncio foi feito ontem pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) e vem no seguimento do programa de colecta levado a cabo pelo organismo, que teve lugar entre 10 e 20 de Fevereiro.

De acordo com o FDCT, em apenas 10 dias, foram recebidos 74 projectos, dos quais 54 são de instituições de ensino superior, 16 de empresas de ciência e tecnologia, um projecto de uma associação de ciência e tecnologia e três projectos individuais. Destes, 42 concentram-se na “tecnologia de detecção, prevenção e tratamento, investigação e desenvolvimento de medicamentos “e 32 centram-se nos “mecanismos de prevenção e controlo contra doenças infecciosas súbitas e na recuperação social após a epidemia”.

“O FDCT continuará a coordenar todas as partes e concederá apoio aos projectos o mais rápido possível após ter obtido os pareceres de avaliação profissionais”, pode ler-se no comunicado. Os projectos terão prioridade na aprovação e a verba proposta de cada projecto não pode exceder as 500 mil patacas, com o período de apoio financeiro a não poder ultrapassar um ano.

28 Fev 2020

Covid- 19 | Recebidas 74 candidaturas de projectos de investigação

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau recebeu 74 candidaturas que procuram financiamento para desenvolver projectos de investigação científica relacionados com o novo tipo de coronavírus, o Covid- 19. O anúncio foi feito ontem pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) e vem no seguimento do programa de colecta levado a cabo pelo organismo, que teve lugar entre 10 e 20 de Fevereiro.
De acordo com o FDCT, em apenas 10 dias, foram recebidos 74 projectos, dos quais 54 são de instituições de ensino superior, 16 de empresas de ciência e tecnologia, um projecto de uma associação de ciência e tecnologia e três projectos individuais. Destes, 42 concentram-se na “tecnologia de detecção, prevenção e tratamento, investigação e desenvolvimento de medicamentos “e 32 centram-se nos “mecanismos de prevenção e controlo contra doenças infecciosas súbitas e na recuperação social após a epidemia”.
“O FDCT continuará a coordenar todas as partes e concederá apoio aos projectos o mais rápido possível após ter obtido os pareceres de avaliação profissionais”, pode ler-se no comunicado. Os projectos terão prioridade na aprovação e a verba proposta de cada projecto não pode exceder as 500 mil patacas, com o período de apoio financeiro a não poder ultrapassar um ano.

28 Fev 2020

Ilha Verde | IC fala de ambiente “severo” no convento

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) realizou ontem uma inspecção ao convento jesuíta na Ilha Verde, tendo descoberto um cenário que pode originar problemas de saúde pública. “Durante as inspecções o IC descobriu que o ambiente do convento é severo, com uma grande quantidade de detritos e lixos, havendo risco ocultos à saúde e à segurança contra incêndios.”

Nesse sentido, “o IC exigiu que os interessados melhorem o ambiente de saneamento o mais rápido possível, fornecendo ainda as informações relevantes à polícia e contactando com as autoridades relevantes para acompanhamento”.

O IC assegura ainda que o proprietário do terreno onde está situado o convento tem responsabilidades a cumprir no que diz respeito à manutenção do espaço. “Será exigido ao proprietário que realize obras de restauração e manutenção do convento. Após a conclusão do caso [relativo à propriedade do terreno] pelos órgãos judiciais, este deve manter o contacto e cooperar com a polícia, atendendo à protecção do património, para que o possa manter de forma adequada e sem danos”, esclarece o comunicado.

28 Fev 2020

Ilha Verde | IC fala de ambiente “severo” no convento

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) realizou ontem uma inspecção ao convento jesuíta na Ilha Verde, tendo descoberto um cenário que pode originar problemas de saúde pública. “Durante as inspecções o IC descobriu que o ambiente do convento é severo, com uma grande quantidade de detritos e lixos, havendo risco ocultos à saúde e à segurança contra incêndios.”
Nesse sentido, “o IC exigiu que os interessados melhorem o ambiente de saneamento o mais rápido possível, fornecendo ainda as informações relevantes à polícia e contactando com as autoridades relevantes para acompanhamento”.
O IC assegura ainda que o proprietário do terreno onde está situado o convento tem responsabilidades a cumprir no que diz respeito à manutenção do espaço. “Será exigido ao proprietário que realize obras de restauração e manutenção do convento. Após a conclusão do caso [relativo à propriedade do terreno] pelos órgãos judiciais, este deve manter o contacto e cooperar com a polícia, atendendo à protecção do património, para que o possa manter de forma adequada e sem danos”, esclarece o comunicado.

28 Fev 2020

Epidemia | Agnes Lam reitera que “a crise ainda não acabou”

[dropcap]N[/dropcap]uma interpelação escrita enviada ao Governo, a deputada Agnes Lam pede ao Executivo que continue empenhado no combate ao novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, através da redução das concentrações de pessoas nas ruas de Macau e na tomada de medidas contextualizadas no tempo.

“A sociedade começa aos poucos a voltar ao trabalho e é compreensível que sejam levadas a cabo reuniões oficiais, mas se sairmos à rua para comer e beber como se nada fosse, corremos o risco de começar do zero”.

Lembrando também que “enquanto a situação epidémica não estiver controlada a nível global, Macau continua em risco”, Agnes Lam faz uma comparação com a situação provocada pelo tufão Hato, afirmando que, desta vez, a sociedade não pode começar a recuperar dos estragos de forma imediata. Por isso, a deputada defende que as medidas restritivas nas fronteiras e a imposição de quarentena devem ser adoptadas ao longo do tempo “de forma oportuna e em resposta às mudanças do contexto envolvente”.

28 Fev 2020

Epidemia | Agnes Lam reitera que “a crise ainda não acabou”

[dropcap]N[/dropcap]uma interpelação escrita enviada ao Governo, a deputada Agnes Lam pede ao Executivo que continue empenhado no combate ao novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, através da redução das concentrações de pessoas nas ruas de Macau e na tomada de medidas contextualizadas no tempo.
“A sociedade começa aos poucos a voltar ao trabalho e é compreensível que sejam levadas a cabo reuniões oficiais, mas se sairmos à rua para comer e beber como se nada fosse, corremos o risco de começar do zero”.
Lembrando também que “enquanto a situação epidémica não estiver controlada a nível global, Macau continua em risco”, Agnes Lam faz uma comparação com a situação provocada pelo tufão Hato, afirmando que, desta vez, a sociedade não pode começar a recuperar dos estragos de forma imediata. Por isso, a deputada defende que as medidas restritivas nas fronteiras e a imposição de quarentena devem ser adoptadas ao longo do tempo “de forma oportuna e em resposta às mudanças do contexto envolvente”.

28 Fev 2020

Covid-19 | Estadia em Portugal de pessoas que vêm de áreas afectadas sem restrições, diz DGS

[dropcap]A[/dropcap] Direcção-Geral da Saúde (DGS) informou hoje que não existem restrições à estadia em Portugal de crianças, jovens e adultos que regressem de uma área de transmissão activa do novo coronavírus (Covid-19), mas faz recomendações.

Numa nota publicada na sua página da Internet, a DGS sublinha que não há restrições para quem regresse de área com transmissão comunitária ativa do novo coronavírus como o Norte de Itália, China, Coreia do Sul, Singapura, Japão ou Irão.

No entanto, a DGS aconselha que durante 14 dias essas pessoas estejam atentas ao aparecimento de febre, tosse ou dificuldade respiratória, devendo medir a temperatura corporal duas vezes por dia e registar os valores.

Aconselha também a verificarem se alguma das pessoas com quem convivem de perto, desenvolvem sintomas (febre, tosse ou dificuldade respiratória) e caso apareça algum dos sintomas referidos (no próprio ou nos seus conviventes), não devem deslocar-se de imediato aos serviços de saúde.

A DGS recomenda também as pessoas a ligarem para o número da Linha Saúde 24 (800 24 24 24) e a seguir as orientações indicadas.

“Lavar frequentemente as mãos, com água e sabão, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos e reforçar a lavagem das mãos antes e após a preparação de alimentos ou as refeições, após o uso da casa de banho e sempre que as mãos estejam sujas”, são outras recomendações da DGS.

As pessoas devem também, segundo a DGS, usar em alternativa, para higiene das mãos, uma solução à base de álcool, usar lenços de papel (de utilização única) para se assoar, deitar os lenços usados num caixote do lixo e lavar as mãos de seguida e tossir ou espirrar para o braço com o cotovelo fletido, e não para as mãos.

A DGS recomenda ainda evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias, permanecer em locais fechados e muito frequentados nos 14 dias após o regresso e evitar o contacto físico com outras pessoas.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados reportados por 48 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 33 mil recuperaram.

27 Fev 2020

Covid-19 | Estadia em Portugal de pessoas que vêm de áreas afectadas sem restrições, diz DGS

[dropcap]A[/dropcap] Direcção-Geral da Saúde (DGS) informou hoje que não existem restrições à estadia em Portugal de crianças, jovens e adultos que regressem de uma área de transmissão activa do novo coronavírus (Covid-19), mas faz recomendações.
Numa nota publicada na sua página da Internet, a DGS sublinha que não há restrições para quem regresse de área com transmissão comunitária ativa do novo coronavírus como o Norte de Itália, China, Coreia do Sul, Singapura, Japão ou Irão.
No entanto, a DGS aconselha que durante 14 dias essas pessoas estejam atentas ao aparecimento de febre, tosse ou dificuldade respiratória, devendo medir a temperatura corporal duas vezes por dia e registar os valores.
Aconselha também a verificarem se alguma das pessoas com quem convivem de perto, desenvolvem sintomas (febre, tosse ou dificuldade respiratória) e caso apareça algum dos sintomas referidos (no próprio ou nos seus conviventes), não devem deslocar-se de imediato aos serviços de saúde.
A DGS recomenda também as pessoas a ligarem para o número da Linha Saúde 24 (800 24 24 24) e a seguir as orientações indicadas.
“Lavar frequentemente as mãos, com água e sabão, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos e reforçar a lavagem das mãos antes e após a preparação de alimentos ou as refeições, após o uso da casa de banho e sempre que as mãos estejam sujas”, são outras recomendações da DGS.
As pessoas devem também, segundo a DGS, usar em alternativa, para higiene das mãos, uma solução à base de álcool, usar lenços de papel (de utilização única) para se assoar, deitar os lenços usados num caixote do lixo e lavar as mãos de seguida e tossir ou espirrar para o braço com o cotovelo fletido, e não para as mãos.
A DGS recomenda ainda evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias, permanecer em locais fechados e muito frequentados nos 14 dias após o regresso e evitar o contacto físico com outras pessoas.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados reportados por 48 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 33 mil recuperaram.

27 Fev 2020

Covid-19 | Dinamarca regista primeiro caso, homem regressara do norte de Itália

[dropcap]A[/dropcap] Dinamarca anunciou hoje o primeiro caso de contaminação com o novo coronavírus, um homem que regressou do norte da Itália, um caso que as autoridades dizem não ser grave.

“O homem voltou de umas férias de esqui na Lombardia com sua mulher e filho na segunda-feira, 24 de fevereiro, [e] sofreu desde então de tosse e febre (…). O homem foi testado positivo, mas os resultados dos testes da mulher e filho são negativos”, informou a agência de saúde pública dinamarquesa em comunicado.

O indivíduo voltou para casa, onde está confinado com a família, mantendo contacto diário com um hospital em Roskilde, a leste de Copenhague. Segundo a televisão pública TV2, trata-se de um dos seus funcionários.

As autoridades de saúde do país, que atualmente não planeiam controlar os viajantes que entram no país, disseram na terça-feira que “a probabilidade de casos importados para a Dinamarca aumentou (…), mas que o risco de infeção [devia] ainda assim ser considerado baixo”.

As autoridades apelaram às pessoas que regressem da China, de partes da Itália (Emília-Romanha, Lombardia, Piemonte e Vêneto), Irão, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong e Singapura, e apresentem sintomas do vírus, a entrarem em contacto com o centro de saúde, de forma a ser garantido o seu reencaminhamento para um serviço que providencie o teste e respetivo tratamento.

Seis hospitais no país de 5,8 milhões de habitantes foram designados pelas autoridades de saúde como susceptíveis de acomodar pessoas infectadas pelo vírus. O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados de 48 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 33 mil recuperaram.

27 Fev 2020

Covid-19 | Dinamarca regista primeiro caso, homem regressara do norte de Itália

[dropcap]A[/dropcap] Dinamarca anunciou hoje o primeiro caso de contaminação com o novo coronavírus, um homem que regressou do norte da Itália, um caso que as autoridades dizem não ser grave.
“O homem voltou de umas férias de esqui na Lombardia com sua mulher e filho na segunda-feira, 24 de fevereiro, [e] sofreu desde então de tosse e febre (…). O homem foi testado positivo, mas os resultados dos testes da mulher e filho são negativos”, informou a agência de saúde pública dinamarquesa em comunicado.
O indivíduo voltou para casa, onde está confinado com a família, mantendo contacto diário com um hospital em Roskilde, a leste de Copenhague. Segundo a televisão pública TV2, trata-se de um dos seus funcionários.
As autoridades de saúde do país, que atualmente não planeiam controlar os viajantes que entram no país, disseram na terça-feira que “a probabilidade de casos importados para a Dinamarca aumentou (…), mas que o risco de infeção [devia] ainda assim ser considerado baixo”.
As autoridades apelaram às pessoas que regressem da China, de partes da Itália (Emília-Romanha, Lombardia, Piemonte e Vêneto), Irão, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong e Singapura, e apresentem sintomas do vírus, a entrarem em contacto com o centro de saúde, de forma a ser garantido o seu reencaminhamento para um serviço que providencie o teste e respetivo tratamento.
Seis hospitais no país de 5,8 milhões de habitantes foram designados pelas autoridades de saúde como susceptíveis de acomodar pessoas infectadas pelo vírus. O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados de 48 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 33 mil recuperaram.

27 Fev 2020

Covid-19 | China espera ter epidemia sob controlo no final de Abril

[dropcap]A[/dropcap] China espera ter o surto do cornavírus Covid-19 sob controlo no final de Abril, disse hoje o chefe da equipa de médicos especialistas da Comissão Nacional de Saúde da China, o pneumologista Zhong Nanshan. “A China está confiante de que vai controlar o surto, em termos gerais, até ao final de Abril”, disse Zhong, numa conferência de imprensa, em Cantão, a capital da província de Guangdong.

O médico garantiu que, “embora tenha havido um grande surto em Wuhan, a doença não se espalhou de forma maciça em outras cidades”.

O especialista em doenças respiratórias disse que o número de casos na China começou a diminuir após 15 de Fevereiro “devido à forte intervenção do Estado” e aos “cancelamentos de viagens após as férias do Ano Novo Lunar”, entre 24 e 30 de Janeiro, mas que foram prolongadas para evitar a propagação da doença.

Segundo os dados atualizados pela Comissão Nacional de Saúde da China, até à meia-noite de hoje, a China somava um total de 2.744 mortos e 78.497 casos confirmados.

Entre os casos confirmados, 43.258 ainda estão ativos e 8.346 encontram-se em estado grave. Mais de 32.400 pessoas já receberam alta após superarem a doença.

Zhong disse que as previsões de alguns especialistas estrangeiros, que estimaram que o número de casos na China ia atingir os 160.000, “não tiveram em conta a intervenção do Governo chinês”.

“A nossa equipa previu que o número de pacientes atingisse cerca de 70.000. Apresentamos esses números a uma publicação internacional, mas não foi aceite”, afirmou.

Zhong disse que a China deve agora “cooperar e partilhar a sua experiência com outros países”, face ao rápido aumento de casos na Coreia do Sul, Itália ou Irão.

O epidemiologista disse ainda que, embora a epidemia tenha começado no país asiático, o primeiro caso de coronavírus pode não ter ocorrido na China.

“Quando fizemos as nossas primeiras previsões, pensamos apenas na China e não em outros países. Mas vemos que surtos estão a ocorrer em outros países. Embora o surto tenha começado na China, isto não significa necessariamente que a China seja a fonte da doença”, disse.

As autoridades de saúde chinesas colocaram sob observação 652.000 pessoas, após terem tido contacto próximo com os infectados. Mais de 71.000 ainda estão a ser acompanhados.

Na província de Hubei, o epicentro da epidemia, que acumula 84% dos casos e 96% das mortes, o número de novos casos ascendeu hoje a 409, ao mesmo tempo que morreram 26 pessoas, a maioria em Wuhan, capital da província.

Embora mais de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China soma 95% dos casos de infeção pelo novo coronavírus a nível mundial.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados de 48 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 33 mil recuperaram.

Além de 2.744 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

27 Fev 2020

Covid-19 | China espera ter epidemia sob controlo no final de Abril

[dropcap]A[/dropcap] China espera ter o surto do cornavírus Covid-19 sob controlo no final de Abril, disse hoje o chefe da equipa de médicos especialistas da Comissão Nacional de Saúde da China, o pneumologista Zhong Nanshan. “A China está confiante de que vai controlar o surto, em termos gerais, até ao final de Abril”, disse Zhong, numa conferência de imprensa, em Cantão, a capital da província de Guangdong.
O médico garantiu que, “embora tenha havido um grande surto em Wuhan, a doença não se espalhou de forma maciça em outras cidades”.
O especialista em doenças respiratórias disse que o número de casos na China começou a diminuir após 15 de Fevereiro “devido à forte intervenção do Estado” e aos “cancelamentos de viagens após as férias do Ano Novo Lunar”, entre 24 e 30 de Janeiro, mas que foram prolongadas para evitar a propagação da doença.
Segundo os dados atualizados pela Comissão Nacional de Saúde da China, até à meia-noite de hoje, a China somava um total de 2.744 mortos e 78.497 casos confirmados.
Entre os casos confirmados, 43.258 ainda estão ativos e 8.346 encontram-se em estado grave. Mais de 32.400 pessoas já receberam alta após superarem a doença.
Zhong disse que as previsões de alguns especialistas estrangeiros, que estimaram que o número de casos na China ia atingir os 160.000, “não tiveram em conta a intervenção do Governo chinês”.
“A nossa equipa previu que o número de pacientes atingisse cerca de 70.000. Apresentamos esses números a uma publicação internacional, mas não foi aceite”, afirmou.
Zhong disse que a China deve agora “cooperar e partilhar a sua experiência com outros países”, face ao rápido aumento de casos na Coreia do Sul, Itália ou Irão.
O epidemiologista disse ainda que, embora a epidemia tenha começado no país asiático, o primeiro caso de coronavírus pode não ter ocorrido na China.
“Quando fizemos as nossas primeiras previsões, pensamos apenas na China e não em outros países. Mas vemos que surtos estão a ocorrer em outros países. Embora o surto tenha começado na China, isto não significa necessariamente que a China seja a fonte da doença”, disse.
As autoridades de saúde chinesas colocaram sob observação 652.000 pessoas, após terem tido contacto próximo com os infectados. Mais de 71.000 ainda estão a ser acompanhados.
Na província de Hubei, o epicentro da epidemia, que acumula 84% dos casos e 96% das mortes, o número de novos casos ascendeu hoje a 409, ao mesmo tempo que morreram 26 pessoas, a maioria em Wuhan, capital da província.
Embora mais de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China soma 95% dos casos de infeção pelo novo coronavírus a nível mundial.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados de 48 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 33 mil recuperaram.
Além de 2.744 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

27 Fev 2020

Covid-19 | Governo de Hong Kong vai dar 10 mil dólares de HK a cada residente permanente

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong anunciou ontem medidas de 120 mil milhões de dólares de Hong Kong para recuperar a economia afetada pelos protestos antigovernamentais e pelo coronavírus Covid-19. Na apresentação do orçamento para 2020/2021, no parlamento, o secretário para as Finanças indicou que o Governo de Hong Kong vai distribuir uma ajuda financeira de dez mil dólares de Hong Kong a todos os adultos residentes permanentes da cidade, que regista dois mortos e 85 pessoas infectadas com o novo coronavírus.

Paul Chan explicou aos deputados que este orçamento pretende “apoiar empresas, salvaguardar empregos, estimular a economia e aliviar o fardo das pessoas”.

O mesmo governante estimou um défice recorde para o próximo ano e expressou a convicção de que “apenas com este orçamento será possível ajudar a comunidade e empresas locais a superar as dificuldades”.

Chan assinalou que 2019 “foi um ano inquietante, repleto de obstáculos e inesquecível para todo o povo de Hong Kong”, muito por causa dos protestos antigovernamentais que tiveram um forte impacto na economia desde junho.

“Antes que pudéssemos resolver as coisas, houve um surto inesperado da nova doença do coronavírus”, argumentou.

Por outro lado, o responsável salientou que “prevenir e combater a epidemia, bem como empregar recursos para aliviar a pressão sobre as empresas e o público em geral, são (…) a principal prioridade”, algo que já se traduziu na passada semana com o anúncio de um “fundo anti-epidemia” de 30 mil milhões de dólares de Hong Kong (3,5 mil milhões de euros) “para aliviar o fardo sobre essas indústrias e funcionários, diante da tempestade”.

Na vizinha Região Administrativa Especial de Macau, onde foram identificados dez casos (sete já receberam alta), o Governo liderado por Ho Iat Seng tinha indicado em 31 de janeiro que ia antecipar para abril o pagamento da comparticipação pecuniária anual, no valor de 10 mil patacas e de seis mil patacas para residentes permanentes e não permanentes, respectivamente.

Em 13 de fevereiro, o Executivo anunciou mesmo benefícios fiscais para empresas e população, uma linha de empréstimos bonificados para as pequenas e médias empresas e medidas de apoio social para reduzir o impacto económico devido ao Covid-19.

Medidas excecionais que incluem a isenção ou redução dos impostos, pela abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados, pelo reforço do apoio social, bem como pelo lançamento de vales de consumo electrónico.

27 Fev 2020

Covid-19 | Governo de Hong Kong vai dar 10 mil dólares de HK a cada residente permanente

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong anunciou ontem medidas de 120 mil milhões de dólares de Hong Kong para recuperar a economia afetada pelos protestos antigovernamentais e pelo coronavírus Covid-19. Na apresentação do orçamento para 2020/2021, no parlamento, o secretário para as Finanças indicou que o Governo de Hong Kong vai distribuir uma ajuda financeira de dez mil dólares de Hong Kong a todos os adultos residentes permanentes da cidade, que regista dois mortos e 85 pessoas infectadas com o novo coronavírus.
Paul Chan explicou aos deputados que este orçamento pretende “apoiar empresas, salvaguardar empregos, estimular a economia e aliviar o fardo das pessoas”.
O mesmo governante estimou um défice recorde para o próximo ano e expressou a convicção de que “apenas com este orçamento será possível ajudar a comunidade e empresas locais a superar as dificuldades”.
Chan assinalou que 2019 “foi um ano inquietante, repleto de obstáculos e inesquecível para todo o povo de Hong Kong”, muito por causa dos protestos antigovernamentais que tiveram um forte impacto na economia desde junho.
“Antes que pudéssemos resolver as coisas, houve um surto inesperado da nova doença do coronavírus”, argumentou.
Por outro lado, o responsável salientou que “prevenir e combater a epidemia, bem como empregar recursos para aliviar a pressão sobre as empresas e o público em geral, são (…) a principal prioridade”, algo que já se traduziu na passada semana com o anúncio de um “fundo anti-epidemia” de 30 mil milhões de dólares de Hong Kong (3,5 mil milhões de euros) “para aliviar o fardo sobre essas indústrias e funcionários, diante da tempestade”.
Na vizinha Região Administrativa Especial de Macau, onde foram identificados dez casos (sete já receberam alta), o Governo liderado por Ho Iat Seng tinha indicado em 31 de janeiro que ia antecipar para abril o pagamento da comparticipação pecuniária anual, no valor de 10 mil patacas e de seis mil patacas para residentes permanentes e não permanentes, respectivamente.
Em 13 de fevereiro, o Executivo anunciou mesmo benefícios fiscais para empresas e população, uma linha de empréstimos bonificados para as pequenas e médias empresas e medidas de apoio social para reduzir o impacto económico devido ao Covid-19.
Medidas excecionais que incluem a isenção ou redução dos impostos, pela abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados, pelo reforço do apoio social, bem como pelo lançamento de vales de consumo electrónico.

27 Fev 2020

Covid-19 | Empresa do navio de cruzeiros diz que acompanhará português infectado até ser repatriado

[dropcap]A[/dropcap] Princess Cruises, empresa que detém o navio Diamond Princess onde um português permaneceu infectado com Covid-19, disse ontem estar em contacto com Adriano Maranhão e a mulher e que o irá acompanhar até que seja repatriado.

“A Princess Cruises pode confirmar que nossa equipa médica de apoio à tripulação está em contacto com Adriano Maranhão e com a sua esposa. Devido às leis de privacidade, não podemos divulgar detalhes médicos, mas podemos confirmar que o Sr. Maranhão foi transferido para uma instalação médica em terra”, segundo o gabinete de imprensa da empresa, em resposta escrita à agência Lusa.

“A nossa equipa de apoio aos tripulantes continuará em contacto com ele [Adriano Maranhão] e com a sua família para garantir que se sinta confortável até ser repatriado”, adiantou.

Adriano Maranhão, canalizador no navio de cruzeiros Diamond Princess, foi transferido na terça-feira para o hospital da cidade de Okazaki, Japão, depois de no sábado, as autoridades japonesas terem confirmado que o português deu teste positivo ao coronavírus Covid-19.

Desde que foi conhecido que o português estava infetado com o novo coronavírus, que a sua mulher, Emmanuelle Maranhão, apelou à embaixada portuguesa no Japão e ao Governo Português que para fosse prestada ajuda ao marido.

A Princess Cruises confirmou ainda à Lusa que já não há passageiros a bordo do navio e que restam no navio menos de 500 tripulantes.

O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, tornou-se no maior foco do novo coronavírus, Covid-19, fora da China continental, tendo registado mais de 600 infectados entre os passageiros.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infectados, de acordo com dados de mais de 40 países e territórios. Das pessoas infectadas, quase 30 mil recuperaram.

Além dos mais de 2.700 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan registaram também vítimas mortais.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

27 Fev 2020

Covid-19 | Empresa do navio de cruzeiros diz que acompanhará português infectado até ser repatriado

[dropcap]A[/dropcap] Princess Cruises, empresa que detém o navio Diamond Princess onde um português permaneceu infectado com Covid-19, disse ontem estar em contacto com Adriano Maranhão e a mulher e que o irá acompanhar até que seja repatriado.
“A Princess Cruises pode confirmar que nossa equipa médica de apoio à tripulação está em contacto com Adriano Maranhão e com a sua esposa. Devido às leis de privacidade, não podemos divulgar detalhes médicos, mas podemos confirmar que o Sr. Maranhão foi transferido para uma instalação médica em terra”, segundo o gabinete de imprensa da empresa, em resposta escrita à agência Lusa.
“A nossa equipa de apoio aos tripulantes continuará em contacto com ele [Adriano Maranhão] e com a sua família para garantir que se sinta confortável até ser repatriado”, adiantou.
Adriano Maranhão, canalizador no navio de cruzeiros Diamond Princess, foi transferido na terça-feira para o hospital da cidade de Okazaki, Japão, depois de no sábado, as autoridades japonesas terem confirmado que o português deu teste positivo ao coronavírus Covid-19.
Desde que foi conhecido que o português estava infetado com o novo coronavírus, que a sua mulher, Emmanuelle Maranhão, apelou à embaixada portuguesa no Japão e ao Governo Português que para fosse prestada ajuda ao marido.
A Princess Cruises confirmou ainda à Lusa que já não há passageiros a bordo do navio e que restam no navio menos de 500 tripulantes.
O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, tornou-se no maior foco do novo coronavírus, Covid-19, fora da China continental, tendo registado mais de 600 infectados entre os passageiros.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infectados, de acordo com dados de mais de 40 países e territórios. Das pessoas infectadas, quase 30 mil recuperaram.
Além dos mais de 2.700 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan registaram também vítimas mortais.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

27 Fev 2020

Covid-19 | BNU doa mais de 11.500 euros à Cruz Vermelha de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau doou à Cruz Vermelha de Macau 100 mil patacas para apoiar a instituição no combate ao surto do novo coronavírus, anunciou ontem o banco em comunicado.

“No âmbito da sua estratégia de Responsabilidade Social, e à semelhança do que tem feito nos últimos dias, junto de outras instituições, o BNU doou 100.000 Patacas à Cruz Vermelha de Macau, em resposta à epidemia COVID-19”, pode ler-se na mesma nota.

“A Cruz Vermelha está presente em Macau desde 1920, altura desde a qual tem vindo a prestar assistência humanitária à população mais desfavorecida. Faz parte do Comité Internacional da Cruz Vermelha e da Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, sendo atualmente um ramo autónomo da Cruz Vermelha da China”, sublinhou o BNU.

Na mesma nota, a banco garantiu que vai continuar a apoiar organizações humanitárias, durante o surto do novo coronavírus, e implementar medidas “que visem ajudar os cidadãos e as PME de Macau neste período difícil”.

Na semana passada, o BNU já tinha doado à Caritas 100 mil patacas e anunciado a abertura de uma conta de angariação de fundos e ainda anunciou uma doação, no mesmo valor, à Santa Casa da Misericórdia.

27 Fev 2020

Covid-19 | BNU doa mais de 11.500 euros à Cruz Vermelha de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau doou à Cruz Vermelha de Macau 100 mil patacas para apoiar a instituição no combate ao surto do novo coronavírus, anunciou ontem o banco em comunicado.
“No âmbito da sua estratégia de Responsabilidade Social, e à semelhança do que tem feito nos últimos dias, junto de outras instituições, o BNU doou 100.000 Patacas à Cruz Vermelha de Macau, em resposta à epidemia COVID-19”, pode ler-se na mesma nota.
“A Cruz Vermelha está presente em Macau desde 1920, altura desde a qual tem vindo a prestar assistência humanitária à população mais desfavorecida. Faz parte do Comité Internacional da Cruz Vermelha e da Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, sendo atualmente um ramo autónomo da Cruz Vermelha da China”, sublinhou o BNU.
Na mesma nota, a banco garantiu que vai continuar a apoiar organizações humanitárias, durante o surto do novo coronavírus, e implementar medidas “que visem ajudar os cidadãos e as PME de Macau neste período difícil”.
Na semana passada, o BNU já tinha doado à Caritas 100 mil patacas e anunciado a abertura de uma conta de angariação de fundos e ainda anunciou uma doação, no mesmo valor, à Santa Casa da Misericórdia.

27 Fev 2020

Sobre a criação e as formas pictóricas. Tem a palavra K.S. Malévitch

(tradução de Emanuel Cameira / colagem de Paulo da Costa Domingos)

 

[dropcap]O[/dropcap] espaço é o receptáculo adimensional onde
a razão deposita a sua criação. Possa
também eu depositar a minha força criativa.

Toda a pintura do passado e presente antes do suprematismo (escultura, arte verbal, música) foi escravizada pela forma da natureza e aguarda a sua libertação para falar na sua própria língua e não depender da razão, do sentido, da lógica, da filosofia, da psicologia, das diferentes leis de causalidade e das mudanças técnicas da vida.

Foi então o momento da confusão babélica na arte.
Até à data, a arte da pintura, da escultura, a arte verbal foram um camelo albardado com um monte de odaliscas, de imperadores egípcios e persas, de Salomões, de Salomés, de príncipes, de princesas com os seus queridos lulus, de caçadas e de Vénus luxuriantes.

Até à data, não houve tentativas pictóricas enquanto tal, sem todos os tipos de atributos da vida real.
A pintura foi uma gravata na camisa engomada de um cavalheiro e o espartilho rosa comprimindo a barriga inchada de uma mulher gorda.

A pintura era o lado estético do objecto, mas nunca foi original, nunca teve um objectivo próprio. Os pintores foram magistrados, graduados da polícia que elaboravam diferentes actas sobre produtos deteriorados, roubos, assassinatos e vagabundos.

Os pintores foram também advogados, alegres contadores de anedotas, psicólogos, botânicos, zoólogos, arqueólogos, engenheiros, mas não havia pintores criativos.

O nosso movimento «itinerante» coloria vasos nas paliçadas da Pequena Rússia e tentava apresentar uma filosofia de banalidades.

Na mesma altura, a juventude entregou-se à pornografia e transformou a pintura numa miscelânea sensual, lasciva.

Não havia realismo pictural estabelecendo um objectivo próprio, não havia criação. Ainda não se pode considerar como criação uma composição com belas meretrizes nos quadros.

Também não se pode considerar a idealização das estátuas gregas dessa maneira, pois só havia aí o desejo de aperfeiçoar o seu Eu subjectivo.

Não se pode mais considerar desse modo as pinturas onde há excesso de formas reais: a pintura de ícones de Giotto, de Gauguin, etc…, não mais são que cópias da natureza.

Só há criação nas pinturas onde aparece a forma que nada toma do que foi criado na natureza, mas que resulta das massas pictóricas, sem repetir e modificar as formas primárias dos objectos da natureza.

O futurismo, ao proibir a pintura de pernas femininas, a cópia retratista, também afastava a perspectiva.
Mas ele introduziu essa proibição, não em nome de uma pintura livre dos mencionados princípios do Renascimento, dos Antigos, etc…, mas sob o efeito da mudança do lado técnico da existência.

A nova vida das máquinas e do ferro, o rugido dos automóveis, o brilho dos projectores, o ruído das hélices, despertaram a alma que roncava e se esvaía na cave dos erros listados. A dinâmica do movimento foi mote para destacar também a dinâmica da plástica pictórica.

Mas o esforço do futurismo para fornecer uma plástica pictórica pura não foi, per se, coroado de sucesso: não pôde afastar-se do lado figurativo, em geral, e apenas destruiu os objectos em nome da obtenção de dinâmica.

E essa última coisa foi obtida logo que metade da razão foi caçada, tal qual a velha trompa perante o hábito de ver os objectos por inteiro e de os comparar, incessantemente, com a natureza.

Mas o que distancia ainda mais o futurismo do seu desígnio em alcançar uma plástica pictórica pura é o facto de, no quadro, a construção de objectos que passam velozmente dar a impressão do estado de movimento da natureza.

Tratando-se de uma tarefa avançada, é indispensável operar com formas reais para obter essa impressão.
Seja como for, no cubo-futurismo estamos diante de um ataque à integridade dos objectos, da sua fractura, da sua partição, o que nos aproxima da aniquilação do figurativo na arte da criação.

Os cubo-futuristas reuniram todos os objectos na praça pública, quebraram-nos mas não os queimaram. Que pena!
Arrancaram a pintura às casas de moda, às retrosarias, às lojas de artesanato e perfumarias, e o nosso século de máquinas e de betão armado vestiu-a.

Os futuristas deixaram-se impressionar pela extraordinária força dos objectos que passavam a grande velocidade, pela sua sucessão rápida, e começaram a procurar maneiras de descrever a vida no seu estado contemporâneo.

Quanto à construção do quadro, surgiu da descoberta, na sua superfície, de pontos em que a posição de objectos reais, aquando da sua ruptura ou encontro, permitia alcançar a velocidade máxima. A descoberta desses pontos pode ser feita arbitrariamente, independentemente da lei natural da física e da perspectiva.

É por isso que vemos nas pinturas futuristas o aparecimento de fumo, de nuvens, do céu, de cavalos, de automóveis e de outros objectos em posições que não correspondem à natureza.

E o estado dos objectos tornou-se mais importante que a sua essência e os seus sentidos.
Vimos uma pintura fora do comum, uma nova ordem de objectos forçou a razão a vibrar, os críticos lançaram-se sobre a pintura como cães saltando de um portão.

Deviam ter vergonha!
Foi necessária uma enorme força de vontade para destruir todas as regras e arrancar a casca grossa da alma do academismo e cuspir na cara do bom senso.

Honra lhes seja feita!
Rejeitando a razão e propondo a intuição como subconsciente, os cubo-futuristas empregam ao mesmo tempo nos seus quadros, para seu próprio uso, formas criadas pela razão.

A intuição não podia exprimir todo o subconsciente no plano real das formas particulares.
Na arte dos futuristas, vemos todas as formas da vida real e, se elas são colocadas em lugares indevidos, tal não é feito inconscientemente, mas com uma justificação legítima e consciente, a de provocar a impressão do movimento caótico da vida contemporânea. A intuição só pôde encontrar novas belezas nos objectos já criados (cubismo).

A razão, a intenção, a consciência são superiores à intuição. A razão cria uma forma completamente nova a partir do nada ou aperfeiçoa a forma primária. Da carroça à locomotiva, ao automóvel, ao avião.
E, no entanto, atribuímos ao sentimento intuitivo uma superioridade, uma faculdade de prever e antecipar o tempo.

Esse sentimento extrai as coisas sempre novas de uma certa vacuidade inconsciente para as fazer entrar na vida real.
Na arte, não há evidências disso. A intuição procurou e encontrou o novo, o que é estético, apenas em objectos já criados.

O objectivo precede a criação racional e a autoconsciência é um meio. A criação intuitiva, por seu turno, é inconsciente e não possui objectivo nem resposta precisa.

As pinturas futuristas não justificam isso, o que é comprovado pela construção do quadro, pelo estabelecimento de uma ordem e pela questão da disposição dos objectos.
Se considerarmos um qualquer ponto do quadro, encontraremos nele um objecto que se afasta ou aproxima, ou um espaço colorido incluído.

Mas não encontraremos o essencial – a forma pictórica enquanto tal.
O elemento pictórico não é aqui outra coisa senão a veste do objecto em questão. E a quantidade pictórica foi dada, a necessidade de grandeza da forma, para a sua própria finalidade, e não o contrário.

Ao destacar nos quadros a dinâmica da plástica pictórica, como algo novo e sem destruir a figuração, a pintura futurista pode ser reduzida para a escala 1:20 sem perder a sua força de expressão.
Parece-me que o movimento deve ser puramente colorido, de modo a que o quadro não perca nenhuma das suas cores.

O movimento, a corrida do cavalo, da locomotiva, podem ser representados por um desenho num só tom de lápis, mas não é possível apresentar o movimento das massas vermelhas, verdes, azuis.
É por isso que é necessário recorrer directamente às massas pictóricas enquanto tais e buscar nelas as formas que lhes são próprias.

Vemos que o futurismo volta-se sobretudo para os objectos e opera com eles, o que é preciso recusar em nome da criação pictórica pura de novas formas criativas.

O dinamismo da pintura é tão-só uma revolta que transmuta as massas pictóricas do objecto para formas autárcicas que nada designam, isto é, para a hegemonia em relação às formas racionais; formas pictóricas que constituem o seu próprio fim para o Suprematismo, como novo realismo pictórico.

Resumo: o Futurismo, através do academismo das formas, aponta para o dinamismo da pintura.
O Cubismo, através da destruição do objecto, aponta para a pintura pura. E esses dois esforços, na sua essência, tendem para o suprematismo da pintura, para a vitória sobre as formas conformes ao propósito da razão criativa. Ao examinar-se a arte cubista, coloca-se a questão de saber por que energia dos objectos se tornou o sentimento intuitivo interessante e activo?

Veremos que a energia pictórica era secundária, não sendo a pintura o lado estético da construção que sai das relações mútuas das massas coloridas. Quanto ao objecto em si, quanto à sua essência e destino, quanto ao significado e à vontade de o representar de maneira mais completa (como o pensam muitos cubistas), tudo isso foi também uma preocupação inútil.

O sentimento intuitivo descobriu uma nova beleza nos objectos – a energia da dissonância que resulta do encontro de duas formas.
Os objectos contêm uma infinidade de momentos temporais, o seu aspecto é variado e, por conseguinte, a sua pintura também é variada. Todos esses aspectos temporais dos objectos e a sua anatomia (camada de madeira, etc…) tornaram-se mais importantes que a essência e foram tomados pela intuição como meio para construir a pintura; graças a isso, esses meios foram construídos de tal forma que a natureza inesperada do encontro de duas estruturas anatómicas resultaria numa dissonância de extrema força tensional, o que justifica o aparecimento de partes de objectos reais em locais que não correspondem à natureza.

Assim, em benefício das dissonâncias dos objectos, privamo-nos de ter uma representação da totalidade do objecto. Podemos dizer, com alívio, que deixámos de ser camelos de duas bossas, carregados com a confusão acima mencionada.

O objecto pintado de acordo com o princípio do cubismo pode ser considerado acabado quando a sua dissonância se esgota. Todas as partes repetidas podem ser omitidas pelo pintor. Mas se o pintor encontra pouca tensão na pintura, é livre de retirá-la de outro objecto.

No princípio do cubismo existe ainda uma tarefa preciosa, a de não restituir os objectos, mas de pintar o quadro.
Mas, no cubismo, ainda não se justifica a posição segundo a qual toda a forma real que não é criada pela força da necessidade da pintura é um acto de violência sobre esta última.

Se nos últimos milénios o pintor buscou o objecto, o seu significado essencial, se tentou justificar a sua aplicação, na nossa era cubista o pintor destruiu o objecto enquanto tal, com o seu significado, sua essência e sua finalidade.

Os objectos, as coisas do mundo real desapareceram como fumo para uma nova cultura da arte.
E os meus olhos podem ser vistos num museu de curiosidades, como atributos medievais, para passar em revista o mundo dos objectos.

O cubismo e o futurismo criaram o quadro a partir de detritos e fragmentos de objectos em prol das dissonâncias e do movimento.

A intuição foi esmagada pela energia dos objectos e não alcançou o objectivo autónomo da pintura.
Os quadros cubo-futuristas foram criados de acordo com vários princípios:
O princípio da escultura pictórica artificial (modelagem das formas).
O da escultura real (colagem), do relevo e do contra-relevo.
O da palavra.

No cubismo a pintura era expressa principalmente na superfície plana; antes dele a superfície plana era como um meio de iluminação!
No que diz respeito às superfícies pictóricas planas no cubismo, elas não constituíam um fim em si mesmo, mas serviam, pela sua forma pictórica, para a dissonância. E a sua própria forma era tal que podia proporcionar uma forte dissonância com as linhas rectas, curvas, etc… que se dirigiam para ela.

Cada superfície pictórica plana transformada num relevo pictórico proeminente é uma escultura artificial, e qualquer relevo saliente transformado numa superfície plana é pintura.
Assim, na arte pictórica, a intuição não criou formas que derivam da massa da matéria pictórica; de um bloco de mármore não se derivou a forma que é própria do cubo, do quadrado, da esfera, etc…

Encontramos a exaltação da intuição pelas combinações no quadro. Mas a intuição também foi exaltada pela pintura de um vaso sobre uma paliçada, por um girassol pintado… Os horrores representados nas pinturas do corpo humano e de outras formas provêm de a vontade criativa estar em desacordo com essas formas, encabeçando a luta do pintor para poder sair do objecto.

Até agora, a vontade criativa fez parte das formas reais da vida. E a fealdade é o combate da força criativa devido à tristeza do encarceramento. Em arte, chamarei a essa força criativa, a essa vontade, A.B., Abismo, como meio de proteger a autonomia de toda a arte, cujas formas serão uma nova revelação do realismo pictórico das massas, dos materiais, da pedra, do ferro e de outros.

Assim, por exemplo, ao bloco de mármore não é adequada a forma humana. Miguel Ângelo, ao esculpir David, violentou o mármore, mutilou um pedaço de pedra magnífica. Não havia mármore, havia David.

E ele estava profundamente enganado se dissesse que fez sair David do mármore. O mármore estragado foi contaminado desde início pelo pensamento de Miguel Ângelo sobre David, pensamento que ele inscreveu na pedra e que depois soltou como uma lasca de um corpo estranho. É preciso deduzir do mármore as formas que decorreriam do seu próprio corpo, e um cubo esculpido ou uma outra forma é mais precioso do que qualquer David.

O mesmo se passa na pintura, na literatura, na música.
A aspiração das forças artísticas em conduzir a arte na direcção da razão levou ao momento zero da criação. Mesmo entre os indivíduos mais expressivos, as formas reais têm a aparência da fealdade.
A fealdade foi empurrada entre os mais expressivos quase até ao ponto do seu quase desaparecimento, sem sair do âmbito do zero.

Mas eu transfigurei-me no zero das formas e fui além do 0-1. Considerando que o cubo-futurismo cumpriu as suas tarefas, passo para o suprematismo, para o novo realismo pictórico, para a criação não-figurativa.
A seu tempo, falarei do Suprematismo, da pintura, da escultura e da dinâmica das massas musicais.

Junho de 1915.
Moscovo.

tradução de:
“Du Cubisme au Suprématisme en Art, au Nouveau Réalisme de la Peinture en tant que Création Absolue”
K. S. Malévitch
De Cézanne au Suprématisme (premier tome des écrits), Éditions L’Âge d’Homme, Lausanne, 1974, pp. 37-43

27 Fev 2020

Alto de Coloane | Win Loyal Development obrigada a desocupar terreno

[dropcap]A[/dropcap] empresa Win Loyal Development vai ser obrigada a desocupar o terreno no Alto de Coloane, onde pretendia construir um edifício residencial, após o Tribunal de Última Instância (TUI) ter recusado uma providência cautelar. A decisão foi divulgada ontem no portal dos tribunais.

O terreno em causa estava na posse da Win Loyal Development, mas uma investigação de 2018 do Comissariado Contra a Corrupção concluiu que o terreno devia ser recuperado pelo Executivo, uma vez que pertencia à RAEM.

Por esse motivo, o secretário para os Transportes e Obras Públicas emitiu um despacho para proceder à recuperação do lote. A Win Loyal Development, ligada ao empresário Sio Tak Hong, contesta esse despacho, num caso que ainda decorre na Justiça. No entanto, enquanto não há uma decisão final sobre a posse do terreno, a empresa entendia que deveria ficar na posse do terreno, para evitar prejuízos de difícil recuperação. O TUI não concordou com este entendimento e recusou a providência cautelar.

27 Fev 2020

Alto de Coloane | Win Loyal Development obrigada a desocupar terreno

[dropcap]A[/dropcap] empresa Win Loyal Development vai ser obrigada a desocupar o terreno no Alto de Coloane, onde pretendia construir um edifício residencial, após o Tribunal de Última Instância (TUI) ter recusado uma providência cautelar. A decisão foi divulgada ontem no portal dos tribunais.
O terreno em causa estava na posse da Win Loyal Development, mas uma investigação de 2018 do Comissariado Contra a Corrupção concluiu que o terreno devia ser recuperado pelo Executivo, uma vez que pertencia à RAEM.
Por esse motivo, o secretário para os Transportes e Obras Públicas emitiu um despacho para proceder à recuperação do lote. A Win Loyal Development, ligada ao empresário Sio Tak Hong, contesta esse despacho, num caso que ainda decorre na Justiça. No entanto, enquanto não há uma decisão final sobre a posse do terreno, a empresa entendia que deveria ficar na posse do terreno, para evitar prejuízos de difícil recuperação. O TUI não concordou com este entendimento e recusou a providência cautelar.

27 Fev 2020

Itália | Confirmada 12.ª vítima mortal e pelo menos 374 infectados

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades italianas confirmaram ontem a 12.ª vítima mortal por Covid-19 naquele país, informando ainda que o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus em Itália é de 374.

“O número total de pessoas infectadas por coronavírus é de 374, um aumento de 52 pessoas em relação ao número de ontem [terça-feira]. Entre as 374 pessoas, registámos 12 mortes e um caso de recuperação”, afirmou o chefe da Protecção Civil italiana, Angelo Borrelli, numa conferência de imprensa em Roma.

“A última morte foi registada em Emilia Romanha (norte de Itália), mas tratava-se de um doente de Lodi [na região de Lombardia, noroeste, a zona mais afectada pela epidemia], que tinha 69 anos e que sofria de uma patologia respiratória anterior”, precisou o responsável.

O anterior balanço da Protecção Civil italiana, divulgado na terça-feira à tarde, dava conta de 322 casos de infecção e 10 mortos.

Todas as vítimas mortais registadas até à data eram pessoas idosas que sofriam de outras doenças graves, precisaram as autoridades italianas.

Desde o início da epidemia, as autoridades de saúde italianas realizaram 9.462 testes, 95 por cento dos quais deram negativos.

Ponto de situação

Na conferência de imprensa em Roma, a Protecção Civil precisou que uma turista chinesa que constou, juntamente com o seu marido, entre os primeiros casos de contaminação por coronavírus detectados em Itália está curada.

O casal chegou a estar internado numa unidade de cuidados intensivos, em estado grave.
A região de Lombardia, que engloba Milão, a capital económica do país, continua a ser a zona de Itália mais afectada pela propagação do vírus, com 258 casos.

Nesta região foram verificados, pela primeira vez, quatro casos de infecção entre crianças e adolescentes: uma criança de 4 anos, duas crianças de 10 anos e um adolescente de 15 anos.

Todos apresentam sintomas associados ao novo coronavírus, mas sem gravidade, segundo as autoridades.
A segunda zona mais afectada, com 71 casos de infecção, é a região de Veneto (onde fica Veneza), onde foi registada a primeira vítima mortal italiana na passada sexta-feira.

No total, nove regiões italianas estão, neste momento, afectadas pela epidemia do novo coronavírus.
As autoridades italianas referiram ainda que na região de Roma (capital do país) foram identificados três casos que vieram de fora do território italiano: dois turistas chineses e um jovem regressado da China.

27 Fev 2020

Itália | Confirmada 12.ª vítima mortal e pelo menos 374 infectados

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades italianas confirmaram ontem a 12.ª vítima mortal por Covid-19 naquele país, informando ainda que o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus em Itália é de 374.
“O número total de pessoas infectadas por coronavírus é de 374, um aumento de 52 pessoas em relação ao número de ontem [terça-feira]. Entre as 374 pessoas, registámos 12 mortes e um caso de recuperação”, afirmou o chefe da Protecção Civil italiana, Angelo Borrelli, numa conferência de imprensa em Roma.
“A última morte foi registada em Emilia Romanha (norte de Itália), mas tratava-se de um doente de Lodi [na região de Lombardia, noroeste, a zona mais afectada pela epidemia], que tinha 69 anos e que sofria de uma patologia respiratória anterior”, precisou o responsável.
O anterior balanço da Protecção Civil italiana, divulgado na terça-feira à tarde, dava conta de 322 casos de infecção e 10 mortos.
Todas as vítimas mortais registadas até à data eram pessoas idosas que sofriam de outras doenças graves, precisaram as autoridades italianas.
Desde o início da epidemia, as autoridades de saúde italianas realizaram 9.462 testes, 95 por cento dos quais deram negativos.

Ponto de situação

Na conferência de imprensa em Roma, a Protecção Civil precisou que uma turista chinesa que constou, juntamente com o seu marido, entre os primeiros casos de contaminação por coronavírus detectados em Itália está curada.
O casal chegou a estar internado numa unidade de cuidados intensivos, em estado grave.
A região de Lombardia, que engloba Milão, a capital económica do país, continua a ser a zona de Itália mais afectada pela propagação do vírus, com 258 casos.
Nesta região foram verificados, pela primeira vez, quatro casos de infecção entre crianças e adolescentes: uma criança de 4 anos, duas crianças de 10 anos e um adolescente de 15 anos.
Todos apresentam sintomas associados ao novo coronavírus, mas sem gravidade, segundo as autoridades.
A segunda zona mais afectada, com 71 casos de infecção, é a região de Veneto (onde fica Veneza), onde foi registada a primeira vítima mortal italiana na passada sexta-feira.
No total, nove regiões italianas estão, neste momento, afectadas pela epidemia do novo coronavírus.
As autoridades italianas referiram ainda que na região de Roma (capital do país) foram identificados três casos que vieram de fora do território italiano: dois turistas chineses e um jovem regressado da China.

27 Fev 2020

Guangdong | Pacientes que receberam alta voltaram a testar positivo

[dropcap]C[/dropcap]erca de 14 por cento dos pacientes que recuperaram da infecção pelo Covid-19 e receberam alta na província de Guangdong, voltaram a testar positivo para o coronavírus em testes subsequentes, informou ontem a imprensa local.

Segundo o director adjunto do Centro de Controlo e Prevenção de Epidemias de Guangdong, Song Tie, ainda não há “conclusões claras” sobre o sucedido nem se sabe se os pacientes podem contagiar outras pessoas.
Song observou que, de acordo com uma avaliação preliminar, os especialistas acreditam que os pacientes ainda estão a recuperar de infecções pulmonares e precisam de recuperar totalmente.

Os critérios mais recentes da Comissão Nacional de Saúde da China estabelecem que um paciente pode ser dado como curado e receber alta do hospital quando as amostras da garganta ou nariz dão negativo em dois testes consecutivos e uma tomografia computadorizada não indica lesões pulmonares, para além da ausência de sintomas óbvios, como febre.

Os critérios prescrevem que os pacientes recuperados devem monitorar a sua saúde e limitar actividades ao ar livre até duas semanas após deixar o hospital, além de serem sujeitos a novos exames nas semanas seguintes.

No entanto, os exames a alguns pacientes que receberam alta deram positivo novamente, explicou Li Yueping, director da unidade de terapia intensiva do Hospital do Povo n.º 8, em Cantão, a capital de província.

Treze pacientes que receberam alta daquele hospital deram novamente positivo, embora nenhum tenha voltado a apresentar sintomas, explicou Li.

Citado pelo portal noticioso Caixin, o director da Divisão de Doenças Infecciosas do hospital, Cai Weiping, disse que os pacientes testaram positivos em exames às fezes, um método que raramente é usado em outras partes do país.

Alguns hospitais em Guangdong passaram a testar as fezes dos pacientes após uma investigação da Universidade Médica de Cantão ter detectado o vírus em fezes, o que aponta para uma nova via de transmissão.

Cai Weiping indicou que ainda não é claro se o vírus detectado nos pacientes recuperados ainda está activo. Song disse que a província colocará os pacientes recuperados sob observação mais restrita. No total, Guangdong registou 1.347 casos, o segundo número mais alto entre as 27 províncias e regiões autónomas da China continental, mas muito aquém da cifra reportada pela província de Hubei, centro do novo coronavírus.

Capital de exportações

A província contabilizou sete mortos, no total, incluindo um na cidade de Zhuhai, que faz fronteira com Macau, e que reportou, até à data, 98 casos de infeção pelo novo coronavírus. Guangdong não reportou qualquer caso novo até à meia-noite de ontem.

O número de pacientes em toda a China fixou-se, no total, em 78.073, ao mesmo tempo que o número de mortos ascendeu aos 2.715. Guangdong é a província chinesa que mais exporta e a primeira a beneficiar das reformas económicas adoptadas pelo país no final dos anos 1970. A província integra três das seis Zonas Económicas Especiais da China – Shenzhen, Shantou e Zhuhai -, recebendo milhões de trabalhadores migrantes.

27 Fev 2020