Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Máscaras obrigatórias nos casinos até Março [dropcap]T[/dropcap]odos os trabalhadores dos casinos de Macau vão continuar a ser obrigados a utilizar máscara até 22 de Março de 2021, segundo um despacho divulgado ontem pelo director dos Serviços de Saúde. A medida tinha sido imposta a 22 de Janeiro, no mesmo dia em que Macau registou o primeiro caso do novo tipo de coronavírus no território, através de uma mulher de 52 anos, comerciante, oriunda da cidade chinesa de Wuhan, onde a pandemia começou. “Todos os trabalhadores, sem excepção, que prestam serviço nos casinos, e durante todo o seu horário de trabalho, são obrigados a utilizar máscara de protecção respiratória”, lê-se no despacho que tem sido alargado ao longo do ano e que agora está em vigor até ao dia 22 de Março de 2021. O director Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, justificou que “em função da evolução da doença do novo tipo de coronavírus, se determinou o prolongamento do período de vigência da medida de controlo”. As autoridades testaram mais de 50 mil trabalhadores nas seis operadoras de jogo e as autoridades garantem a fiscalização rigorosa nos casinos, como o reforço da limpeza e desinfecção das instalações, medição da temperatura à entrada e ainda a obrigatoriedade de os clientes apresentarem certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico para poderem entrar nos espaços de jogo.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Xi Jinping recusa politização da pandemia [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, considerou esta terça-feira, na ONU, que se deve recusar a politização da pandemia de covid-19 e garantiu que a China “nunca entrará nem numa guerra fria nem numa guerra quente”. Xi Jinping falava, num discurso pré-gravado, no debate geral da 75.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, que decorre na sede da organização, em Nova Iorque, sem uma referência explícita aos Estados Unidos, cujo Presidente, Donald Trump, exigiu às Nações Unidas, no mesmo fórum, que peçam responsabilidades à China pela actuação de Pequim na fase inicial da expansão da pandemia do novo coronavírus. “A China é o maior país em vias de desenvolvimento que sempre seguiu um caminho pacífico e de cooperação. Nunca pretendemos lutar pela hegemonia nem pela expansão e nunca procuraremos as supostas tentativas de influência”, afirmou o chefe de Estado chinês. “Não temos a intenção de entrar numa guerra fria ou numa guerra quente com nenhum país. Pelo contrário, persistimos em ultrapassar as diferenças através do diálogo e solucionar as disputas através de negociações”, acrescentou. Sem nunca se referir aos Estados Unidos ou ao nome do Presidente norte-americano, Xi Jinping mostrou-se contra o protecionismo e unilateralismo e foi ao encontro das palavras do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ao defender o multilateralismo e a concertação de posições para ultrapassar as divergências. “A politização da pandemia deve ser recusada e temos o imperativo de criar uma visão aberta e inclusiva, contra o protecionismo e contra o unilateralismo”, observou, salientando que se deve também “repudiar as disputas ideológicas, ultrapassar as armadilhas do choque das civilizações e respeitar mutuamente o caminho de cada país”. Garantindo que Pequim está a colaborar com várias instituições científicas para se encontrar uma vacina eficaz para combater a covid-19, Xi Jinping lembrou que a própria China já está na fase final de ensaios clínicos para assegurar esse objetivo. “Assim que estiverem disponíveis, iremos oferecê-las como bens públicos globais, priorizando os países em vias de desenvolvimento”, afirmou, referindo que Pequim irá também “cumprir o compromisso” de, nos próximos dois anos, oferecer 2.000 milhões de dólares para programas destinados à agricultura, alívio da pobreza, educação, mulheres, crianças e alterações climáticas. Para o Presidente chinês, a prioridade passa por apoiar os países em desenvolvimento, sobretudo os africanos, e promover o alívio da dívida. “A covid-19 não será a última crise da humanidade e devemos estar preparados para combatermos juntos os eventuais desafios globais. A pandemia lembra-nos que vivemos numa aldeia global interconectada e interdependente. (…) e mostra-nos que a globalização económica é uma realidade objetiva e uma corrente histórica. Não se pode meter a cabeça na areia, como a avestruz”, sublinhou. Para Xi Jinping, a covid-19 demonstra que a humanidade “necessita de uma revolução” para propiciar formas ecológicas de promover o desenvolvimento e a construção da civilização ecológica, dando o exemplo chinês, cujas medidas ambientais vão permitir atingir as metas mínimas de dióxido de carbono antes de 2030 e materializar a neutralidade do carbono antes de 2060. Já a nível internacional, o Presidente chinês anunciou que a China vai oferecer 50 milhões de dólares ao Plano Mundial de Resposta Humanitária ao covid-19 das Nações Unidas, e idêntico montante, a terceira contribuição, ao Fundo Fiduciário de Cooperação Sul/Sul entre a China e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Anunciou também a expansão, a partir de 2025, e por mais cinco anos, do programa ligado ao Fundo para a Paz e Desenvolvimento China/ONU e que Pequim vai instalar um Centro Global de Conhecimento e Inovação Geoespacial das Nações Unidas e um Centro Internacional de Investigação de Macrodados também na sede da organização. A semana de alto nível na Assembleia Geral da ONU começou esta terça-feira, num formato sem precedentes nos 75 anos da organização, em que os discursos de chefes de Estado e de Governo será feita por vídeos previamente gravados, devido à pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei a lutar pela “sobrevivência” face a “incessante agressão” de Washington [dropcap]O[/dropcap] presidente rotativo da Huawei, Guo Ping, reconheceu hoje que a “incessante agressão” dos EUA colocou o grupo de tecnologia chinês sob “forte pressão” e que o seu objetivo agora é lutar para “sobreviver”. “A Huawei está numa situação difícil”, disse Guo, na abertura da conferência anual ‘Huawei Connect’, que decorre em Xangai, a “capital” financeira da China. “A agressão implacável exercida pelos Estados Unidos colocou-nos sob pressão significativa”, acrescentou. Trata-se da primeira declaração pública do presidente do grupo chinês desde a entrada em vigor, na semana passada, das mais recentes medidas de Washington. O Departamento de Comércio dos EUA anunciou que, a partir de 15 de setembro, os fornecedores globais da Huawei que usam tecnologia norte-americana no desenvolvimento ou produção dos seus produtos devem primeiro obter autorização de Washington para venderem componentes essenciais à empresa chinesa. A Huawei e os seus fornecedores de ‘chips’ eletrónicos criaram reservas e tentaram concluir as entregas antes da entrada em vigor daquelas medidas. Guo disse que a empresa continua a “avaliar cuidadosamente os impactos” e sublinhou que a “batalha pela sobrevivência” é agora o seu principal objetivo. O presidente lembrou que a Huawei vai continuar a investir em conectividade, computadores de alto desempenho ou em Inteligência Artificial (AI). A “sinergia” entre esses campos é fundamental não só para a Huawei, mas para o setor como um todo, afirmou. Alguns fabricantes dos EUA, como a Intel ou a AMD, anunciaram que obtiveram a aprovação de Washington para fornecerem alguns produtos à Huawei, embora não tenham detalhado quais. Outros fornecedores não norte-americanos pediram a licença de Washington para trabalharem com a empresa chinesa, mas ainda não receberam resposta. A Huawei Technologies Ltd., a primeira marca global de tecnologia da China e líder no fabrico de equipamentos de rede e dispositivos móveis, está no centro de um conflito entre EUA e China motivado pelas ambições tecnológicas de Pequim. Os Estados Unidos acusam a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de inteligência chineses e lançaram uma intensa campanha para convencer os países aliados a excluírem-na das suas redes de quinta geração, a Internet do futuro. Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Reino Unido ou Japão baniram já a participação da empresa nos seus mercados. Vários países europeus estão também a limitar a participação da Huawei nas suas infra-estruturas. Em maio, a administração de Donald Trump estipulou também que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei, dificultando ainda mais o acesso da empresa a componentes essenciais. A Huawei nega as acusações dos Estados Unidos e as autoridades chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas da UE vendem à China tecnologia de vigilância – Amnistia Internacional [dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) alertou ontem que três empresas europeias vendem a agências de segurança pública na China tecnologia de vigilância que pode contribuir para o aumento dos abusos de direitos humanos naquele país. O alerta baseia-se numa investigação da organização de defesa dos direitos humanos, divulgada por ocasião da reunião prevista para terça-feira em Bruxelas de representantes das três instituições europeias – Parlamento Europeu, Comissão e Conselho (presidência) – sobre uma revisão das regras aplicadas às exportações da União Europeia (UE). Segundo a Amnistia Internacional (AI), três empresas europeias, com sede em França, na Suécia e na Holanda, “venderam sistemas de vigilância digital, como tecnologia de reconhecimento facial e sistemas de câmaras em rede, para os principais intervenientes do aparelho de vigilância em massa chinês”. A AI alerta que “em alguns casos, os dispositivos exportados foram diretamente usados em programas indiscriminados de vigilância em massa, com o risco de serem utilizados contra uigures e outros grupos étnicos predominantemente muçulmanos em todo o país”. Ainda segundo a AI, “a maioria dos governos da UE, incluindo a França e a Suécia, está a resistir aos apelos para fortalecer as regras de exportação de forma a incluir fortes salvaguardas de direitos humanos na tecnologia de vigilância biométrica, uma área que as empresas europeias dominam”. A organização reconhece que a Alemanha, que exerce atualmente a presidência do Conselho Europeu, e a Holanda, têm defendido a necessidade de reforçar essas regras, mas a questão não foi até agora resolvida no quadro europeu. “A indústria de vigilância biométrica da Europa está fora de controlo. Este anúncio de vendas para agências de segurança chinesas e instituições de investigação que as apoiam é apenas a ponta do icebergue de uma indústria multimilionária que está a florescer, vendendo os seus produtos a quem viola os direitos humanos, com poucas salvaguardas contra abusos na utilização final”, alerta Merel Koning da Amnistia Internacional. O relatório cita projetos de vigilância em massa da China como “Skynet” e “Sharp Eyes”, usados pelas agências de segurança para “uma expansão da vigilância sem precedente”, e frisa que a vigilância é omnipresente na região de Xinjiang, “onde até um milhão de uigures e membros de outros grupos étnicos estão retidos em chamados ‘campos de reeducação’”. “A condenação pelos governos da UE da repressão sistemática em Xinjiang é esvaziada enquanto continuarem a permitir que empresas vendam a tecnologia que pode estar a facilitar esses abusos”, acrescentou Merel Koning, responsável da AI para a Política, Tecnologia e Direitos Humanos, em comunicado. A organização destaca que as ferramentas de vigilância biométrica, como o ‘software’ de reconhecimento facial, “estão entre as tecnologias de vigilância digital mais invasivas, que permitem aos governos identificar e seguir pessoas em espaços públicos e selecioná-las em função das suas características físicas ou comportamentais”. “Estas tecnologias representam uma clara ameaça aos direitos de privacidade, liberdade de reunião, de expressão, de religião e de não-discriminação”, afirma. As empresas denunciadas pela AI são a Morpho, que integra a multinacional francesa Idemia e em 2015 contratou a venda de equipamento de reconhecimento facial ao gabinete de segurança pública de Xangai, a sueca Axis Communications, que desenvolve e comercializa redes de câmaras de vigilância e, entre outros contratos, forneceu a expansão da rede de câmaras “Skynet” na cidade de Guilin (sul) de 8.000 para 30.000, e a holandesa Noldus Information Technology, que vendeu sistemas de reconhecimento de emoções a instituições de segurança pública chinesas para vigilância em universidades, nomeadamente no Xinjiang, entre 2012 e 2018. A AI apela à UE que inclua a tecnologia de vigilância digital no quadro regulatório das exportações, reforce as salvaguardas de direitos humanos nas decisões comerciais e assegure que todas as empresas conduzem uma avaliação de impacto nos direitos humanos nas suas exportações. “Em resposta à Amnistia Internacional, a Axis Communications afirmou que não lhe é exigida licença para exportar câmaras para serem usadas em programas de vigilância em massa chineses. É precisamente este o problema do atual quadro de regulação de exportações da UE. Os governos da UE têm de fazer face às suas responsabilidades e controlar esta indústria”, afirmou Merel Koning.
Hoje Macau EventosIC acrescenta mais lugares para concerto de abertura do FIMM [dropcap]A[/dropcap] edição deste ano do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) arranca dia 4 de Outubro com o concerto “Um Século de Música Chinesa” interpretado pela Orquestra Chinesa de Macau (OCM). Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), a procura pelos bilhetes tem sido grande. Por isso, o IC decidiu acrescentar mais lugares na zona do balcão do Grande Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). O tema deste ano do FIMM é “Para um Ano Especial” e visa “inspirar o público através da música durante a epidemia”. O concerto, além de servir de arranque de uma nova edição do FIMM, abre também a nova temporada da OCM. Além da orquestra, o público será presenteado pela performance de Zhang Hongyan e a “notável executante contemporânea de guzheng”, Luo Jing. Ambas irão apresentar “a música chinesa majestosa na comemoração do centenário do estabelecimento da Sociedade de Música Datong em Xangai, que constituiu o prelúdio do desenvolvimento da música chinesa moderna”. Este sábado terá um evento digno de nota na agenda dos melómanos de Macau: o “Dia Musical em Família” no Parque Municipal Dr. Sun Yat-Sen, entre as 15h30 e as 18h30. A iniciativa inclui várias tendas de jogos e actuações de vários grupos musicais tal como a OCM, a Associação de Percussão de Macau, Water Singers Vocal Ensemble, Casa de Portugal em Macau e Associação Orquestra Sinfónica Jovem de Macau. O espectáculo inclui a apresentação de clássicos populares como “Pedro e o Lobo”. Mais música clássica No dia 10 de Outubro, pelas 20h, é apresentado, também no Grande Auditório do CCM, o concerto “Mahler Sinfonia N.º 1”, protagonizado pelas Orquestra de Macau e Orquestra Sinfónica de Shenzhen. Além disso, a Orquestra de Macau irá interpretar também o primeiro andamento de Ecos da Velha Macau, obra encomendada pela Orquestra de Macau à compositora local Lam Bun-Ching, um tema genuíno que faz recordar os bons velhos tempos do território. Este concerto conta ainda com a participação da jovem violinista Huali Dang, que irá interpretar o Concerto para Violino n.º 5 em Lá Maior, K. 219 “Turco” de W. A. Mozart. No dia 31 de Outubro, o percussionista Andrew Chan e o saxofonista Lee Chi Pok sobem ao palco do Teatro Dom Pedro V, conduzindo o público ao mundo da música através da plataforma de actuação “Bravo Macau!”. O cartaz do FIMM inclui ainda a “Masterclass de Pipa com Zhang Hongyan”, que se realiza a 3 de Outubro pelas 19h. No dia 10 de Outubro decorre a Conversa Pré-Espectáculo “Mahler Sinfonia n.o 1”, pelas 19h. As inscrições online para estas duas actividades estão disponíveis no sistema de inscrição de actividades do IC.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente chinês apela à cooperação e ao fim da “mentalidade de Guerra Fria” [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, pediu esta segunda-feira, perante as Nações Unidas, para que os países abandonem a “mentalidade de Guerra Fria” e apostem na cooperação, na era pós-covid-19. “A mentalidade da Guerra Fria, as linhas ideológicas ou os jogos onde ninguém ganha não são solução para os problemas de um país e muito menos uma resposta aos desafios conjuntos da humanidade”, sublinhou Xi, na sua intervenção por vídeo, na cimeira do 75º aniversário da ONU. Em pleno conflito com os Estados Unidos, o dirigente chinês defendeu que é preciso “substituir o conflito pelo diálogo” e procurar interesses comuns entre as nações, destacando que todos os países devem actuar com respeito mútuo e sob o princípio da igualdade. “Nenhum país tem o direito de dominar os negócios globais, controlar o destino dos outros ou ficar com todas as vantagens do desenvolvimento. Muito menos se deve permitir fazer o que bem entende e ser uma potência hegemónica, o bandido ou o dono do mundo”, disse o Presidente chinês, numa uma mensagem destinada aos Estados Unidos. Xi insistiu que “o unilateralismo é um beco sem saída” e defendeu que as vozes do mundo em desenvolvimento devem estar mais representadas na ONU, já que refletem os interesses da maioria dos estados. O Presidente chinês destacou ainda as conquistas das Nações Unidas, desde a sua fundação em 1945, mas avisou que o mundo agora enfrenta vários desafios que representam um grande teste, incluindo o “ataque repentino da covid-19”, referindo-se à pandemia. “O mundo enfrenta agora um novo ponto de partida histórico”, disse Xi, que pediu renovação, no momento que sucede à pandemia, bem como o compromisso com o multilateralismo e o trabalho a benefício de todos. Além de falar na cimeira que marca o 75º aniversário, o Presidente chinês volta a intervir terça-feira com um discurso mais abrangente, no dia de abertura da Assembleia Geral da ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 12 casos importados e soma 36 dias sem contágios locais [dropcap]A[/dropcap] China registou 12 casos de infeção com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, todos importados, com o país a acumular 36 dias sem identificar contágios locais. Os últimos casos positivos importados foram diagnosticados em viajantes do exterior na cidade de Xangai (2) e nas províncias de Cantão (3), Mongólia Interior (2), Yunnan (2), Shaanxi (2) e Fujian (1). Quanto aos infectados assintomáticos, a China acrescentou 25 novos positivos, todos importados, o que coloca o número total de pessoas em observação nestas circunstâncias em 397, das quais todas menos uma são oriundas do estrangeiro. O número total de infectados activos na China continental é de 173, dois em estado grave. A Comissão Nacional de Saúde não anunciou novas mortes por covid-19, com o número total a permanecer nos 4.634, entre os 85.291 infectados oficialmente diagnosticados na China desde o início da pandemia. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 957.948 mortos e mais de 30,8 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaBanco britânico HSBC permitiu transferência fraudulenta de milhões de dólares através de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] banco britânico HSBC permitiu que fossem transferidos milhões de dólares para todo o mundo de forma fraudulenta, mesmo depois de ter tomado conhecimento da fraude, de acordo com documentos secretos revelados, divulgou ontem a BBC. A entidade bancária, a maior do Reino Unido, transferiu dinheiro através do seu negócio nos Estados Unidos para contas do HSBC em Hong Kong em 2013 e 2014, segundo informação de um ficheiro confidencial. Os documentos foram ‘libertados’ no portal Buzzfeed e partilhados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, do qual o programa britânico Panorama liderou a investigação para o canal público britânico BBC. Esta cadeia indicou hoje que os ficheiros agora revelados detalham qual foi o papel do banco numa fraude de investimento avaliada em 80 milhões de dólares. O HSBC tem sempre sustentado que cumpriu as suas obrigações legais na hora de denunciar a fraude. Os documentos mostram também que o golpe de investimento – conhecido como esquema Ponzi – começou pouco depois de o banco britânico ter sido sancionado com uma multa de 1.400 milhões de libras (1.900 milhões de dólares) nos Estados Unidos por operações de branqueamento de dinheiro, altura em que se comprometeu a erradicar este tipo de práticas. De acordo com a BBC, alguns dos advogados de investidores que foram enganados nestas operações consideraram que a entidade deveria ter adotado medidas mais precoces para encerrar as contas dos responsáveis da fraude. Os ficheiros FinCEN incluem 2.657 documentos, entre os quais figuram 2.100 relatórios de atividades suspeitas (SAR, na sigla inglesa), que incluem informação sobre transações que levantam suspeitas aos próprios bancos. Estes enviam estas informações para as autoridades se suspeitarem que os seus clientes estão a incorrer em atividades ilícitas e se tiverem evidências de práticas de atividade criminosa devem devem ‘congelar’ o movimento do dinheiro. Esta fuga de informação mostra como decorreu o branqueamento de capital em alguns dos maiores bancos do mundo e como os criminosos utilizaram empresas britânicas anónimas para ocultar o dinheiro.
Hoje Macau China / ÁsiaLivre defende que Portugal deve suspender acordo de extradição com Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] partido português Livre defendeu este domingo que Portugal deve suspender o acordo de extradição com Hong Kong para proteger os cidadãos portugueses, dado que a lei de segurança nacional daquele território pode violar direitos fundamentais. Em comunicado, o partido alega que, devido à nova lei de segurança interna e “à erosão do sistema judicial do território”, Portugal deve suspender o acordo de extradição, a exemplo do que já fizeram o Canadá, Alemanha, Austrália e Nova Zelândia. “É fundamental que todos os cidadãos sejam tratados condignamente, sem violação dos seus direitos fundamentais, e em respeito pela ordem e direito internacionais”, lê-se no comunicado em que o Livre argumenta com a arbitrariedade e possível violação de direitos humanos. Com a nova lei em vigor em Hong Kong, segundo o partido, “é agora possível concretizar acusações arbitrárias, detenções extrajudiciais, julgamentos secretos, confissões forçadas e censura política”. A nova legislação, ainda de acordo com o Livre, “contraria a posição da China junto da comunidade internacional, e viola o princípio de ‘um país, dois sistemas’”. No dia 23 de agosto, 12 ativistas pró-democracia foram detidos pela guarda costeira chinesa, por suspeita de “travessia ilegal” quando se dirigiam de barco para Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo político. Entre os detidos está Tsz Lun Kok, um estudante da Universidade de Hong Kong (HKU), de 19 anos e com dupla nacionalidade portuguesa e chinesa. Tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, como o Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong afirmaram que estão a acompanhar o caso do jovem com passaporte português, ressalvando, no entanto, que “a China não reconhece a dupla nacionalidade a cidadãos chineses”. Uma situação que limitaria a intervenção das autoridades portuguesas no “domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”. O sistema judicial chinês prevê o uso de “vigilância residencial em local designado”, que permite às autoridades manter em local desconhecido acusados de “colocar em perigo a segurança nacional”, por um período até seis meses, sem acesso a advogado ou contacto com familiares, uma forma de detenção que visa frequentemente defensores dos direitos humanos, incluindo advogados, ativistas ou dissidentes. O jovem com passaporte português já tinha sido detido a 18 de novembro, com outras centenas de estudantes, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), que terminou com a invasão das forças de segurança ao campus universitário, onde a polícia diz ter encontrado milhares de bombas incendiárias e armas. O jovem é acusado em Hong Kong de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções da polícia que cercou as instalações do campus, com o objetivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no interior. A antiga colónia britânica atravessou, no ano passado, a pior crise política desde a transferência da soberania para as autoridades chinesas, em 1997, com protestos que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas. Em junho, a resposta de Pequim aos protestos que se arrastavam há um ano em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança nacional na região administrativa especial chinesa, o que levou ativistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan. Aquela lei pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.
Hoje Macau EventosExposição | Creative Macau exibe pinturas baseadas em Gabriel García Márquez “Do Amor e Outros Demónios” é o nome da obra de Gabriel García Márquez que serviu de ponto de partida para a exposição que estará patente na Creative Macau a partir de quinta-feira. O livro do escritor colombiano ganha agora uma nova interpretação com a mostra “Of Love & Other Demons – Painting Series by Kay Zhang” [dropcap]K[/dropcap]ay Zhang, um dos novos nomes do mundo das artes de Macau, está de regresso às exposições com uma interpretação muito própria do livro do escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor de um prémio Nobel da Literatura. “Do Amor e Outros Demónios” dá nome à exposição de Kay Zhang, que estará patente no espaço da Creative Macau a partir da próxima quinta-feira. Segundo um comunicado da Creative Macau, a exposição “mostra os seus trabalhos baseados na história de García Márquez com o seu estilo icónico inspirado nos manuscritos medievais, e que são dispostos como um todo no formato de retábulo”. “Do Amor e Outros Demónios” foi publicado em 1994 e adaptado para cinema. O romance conta a história de Sierva Maria, uma menina de 13 anos criada em Cartagena das Índias, na Colômbia, durante o período colonial. Apesar de ser filha de marqueses, a menina foi criada por escravos negros. A personagem movida por um intenso sentido poético vivia atormentada pela dúvida de qual seria o verdadeiro sabor de um beijo. Porém, Sierva Maria acaba por ser mordida por um cão com raiva o que ditou a entrada num convento, uma vez que, à época, a raiva ainda não era diagnosticada como doença e era entendida como uma possessão demoníaca. Sierva Maria deu entrada no convento para ser, portanto, exorcizada, mas acabou por morrer. A história foi descoberta por Gabriel García Márquez quando era jornalista, que acabou por ver de perto a operação de exumação das criptas funerárias do antigo Convento de Santa Clara, em busca de notícias. A descoberta deu-se a 26 de Outubro de 1949, muito antes do autor considerar a hipótese de viver da escrita literária. No entanto, anos antes, já o autor de “Cem anos de solidão” ouvira a mesma história contada pela sua mãe. Uma “esplêndida cabeleira” Sierva Maria nunca cortou o cabelo e era fluente em várias línguas africanas. “No terceiro nicho do altar-mor, do lado do Evangelho, estava a notícia. A lápide saltou em pedaços à primeira pancada do alvião e uma cabeleira viva, de uma intensa cor de cobre, espalhou-se pela cripta. O mestre-de-obras quis retirá-la completa com o auxílio dos seus operários, mas quanto mais puxavam mais comprida e abundante ia surgindo, até saírem as últimas madeixas, ainda presas a um crânio de criança. No nicho não ficaram senão uns ossitos pequenos e dispersos e na lápide de cantaria carcomida pelo salitre apenas era legível um nome sem apelidos: Sierva Maria de Todos los Angeles. Estendida no chão, a esplêndida cabeleira media vinte e dois metros e onze centímetros”, lê-se no livro. Kay Zhang, nascida em 1991, está assim de regresso às exposições com um dos seus autores favoritos. A primeira vez que expôs em Macau foi em Agosto de 2016, com “Innocencepedia”, no Macau Art Garden. Formada na Experimental School of Arts da China Central Academy of Fine Art, a artista volta a diluir as fronteiras entre a expressão literária e a pintura. Kay Zhang é uma das mais jovens artistas de Macau nomeada para o Sovereign Asian Art Prize e produziu trabalhos como “Psalm of Love and Ardor”, “A Room With A View”, “The Book of Dinamene” e “The Modern Decameron”.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Inflação fixou-se em 1,96% em Agosto [dropcap]A[/dropcap] taxa de inflação de Macau fixou-se em 1,96 por cento nos 12 meses terminados em Agosto, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em comunicado, o organismo indicou que a subida do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) médio deveu-se sobretudo ao aumento dos preços no sector da educação (+5,17 por cento), dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (+4,73 por cento) e da saúde (+4,58 por cento). A DSEC indica que em Agosto, o IPC subiu 0,03 em termos anuais, o aumento mais baixo desde Novembro de 2009. Os principais factores para o crescimento homólogo foram o aumento do preço da carne de porco fresca, das refeições adquiridas fora de casa, das consultas externas e das rendas de casa. Em termos mensais, o IPC geral médio cresceu ligeiramente face a Julho. “O índice de preços da secção dos transportes subiu 0,55 por cento, em termos mensais, em virtude do aumento dos preços dos bilhetes de avião e das despesas dos serviços de manutenção e reparação dos veículos”, diz a nota. Por outro lado, o vestuário e calçado ficou mais barato devido aos saldos.
Hoje Macau SociedadeMNE | Aberto apoio para associações das comunidades portuguesas [dropcap]O[/dropcap] Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal vai abrir um concurso de apoio ao movimento associativo das comunidades portuguesas entre 1 de Outubro e 31 de Dezembro, divulgou o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong no Facebook. O apoio é dirigido a associações e federações das comunidades portuguesas sem fins lucrativos ou partidários que “visem o benefício sociocultural da diáspora” e estejam credenciadas na Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas. Dependendo de as entidades terem sede no estrangeiro ou em Portugal, o apoio é limitado a 80 ou 50 por cento do valor considerado elegível do orçamento apresentado. De acordo com o comunicado partilhado pelo consulado, é dada prioridade a acções que promovam a língua e cultura portuguesas, os jovens, inclusão social, capacitação profissional, participação cívica e política, o combate à xenofobia e o diálogo com micro e pequenas empresas de portugueses residentes no estrangeiro que queiram investir em Portugal.
Hoje Macau PolíticaLei Sindical | Ng Kuok Cheong insta Governo a assumir responsabilidade [dropcap]E[/dropcap]m interpelação escrita, Ng Kuok Cheong defendeu que a lei sindical deve regular a constituição e participação em associações, actividades sindicais, negociações colectivas e greves, e quer saber se o Governo concorda com esta posição. “O Governo gastou dinheiro do erário público com a adjudicação dos estudos sobre a lei sindical. Assim, deve assumir as suas responsabilidades (…) e iniciar oficialmente o trabalho legislativo. Vai fazê-lo?”, questionou. O deputado lamentou que ao contrário da China, Taiwan e Hong Kong, Macau continue a ser a única região que “não consegue acompanhar a evolução dos tempos” por não ter implementado esta lei. E considera que o desconhecimento da lei sindical pela maioria da população foi usado como pretexto para atrasar a produção legislativa. Ng Kuok Cheong apelou assim a que a consulta pública avance ainda este ano, indo de encontro à promessa feita anteriormente pelo Governo. Em Abril, o secretário para a Economia e Finanças revelou que seria feita uma consulta pública em 2020, apontando para o período entre Julho e Setembro. “Esperamos que no terceiro trimestre possamos lançar o documento de consulta”, disse na altura.
Hoje Macau China / ÁsiaDezenas de milhares de manifestantes pedem reformas na Tailândia [dropcap]M[/dropcap]anifestantes ergueram hoje perto do palácio real em Banguecoque uma placa na qual se podia ler que a Tailândia pertence ao povo e não ao rei, num desafio à monarquia, um assunto proibido no país. Milhares de pessoas exigiram, no centro da capital, mais democracia, uma reforma constitucional, a dissolução do parlamento e a demissão do primeiro-ministro. Muitos reclamaram também uma reforma da realeza. O protesto antigovernamental, liderado por estudantes, começou no sábado e juntou várias dezenas de milhares de pessoas ao fim do dia, na maior concentração desde o golpe de Estado de 2014 que colocou no poder o chefe do Governo e general na reserva, Prayut Chan-O-Cha, legitimado posteriormente em eleições controversas. A placa foi erguida em Sanam Luang, uma praça próxima do Grande Palácio real, para assinalar a revolução de 1932, que mudou a Tailândia de uma monarquia absolutista para uma monarquia constitucional. “Na madrugada de 20 de setembro, neste local, o povo proclamou que este país pertence ao povo”, de acordo com parte da inscrição na placa. Em abril de 2017, pouco depois de Maha Vajiralongkorn ter subido ao trono em 2016, a placa que assinalava, na mesma praça, o fim da monarquia absolutista em 1932, desapareceu e foi substituída por uma em defesa da monarquia. “A nação não pertence a ninguém, mas a todos nós”, sublinhou Parit Chiwarak, uma das figuras da contestação, perante a multidão. “Abaixo o feudalismo, viva o povo”, acrescentou. Um outro ativista Panusaya Sithijirawattanakul, afirmou que as exigências apresentadas não pretendem o fim da monarquia. “São propostas com boas intenções para que a instituição da monarquia continue graciosamente acima do povo sob um regime democrático”. Os manifestantes dirigiram-se em seguida para as imediações do poderoso conselho que assiste o soberano nas suas funções, para entregar uma petição. Com manifestações quase diárias nas ruas de Banguecoque, os opositores têm confrontado abertamente a monarquia para exigir a não-ingerência do rei nos assuntos políticos, o fim da draconiana lei de lesa-majestade e a entrega dos bens da Coroa ao Estado. Apesar dos derrubes sucessivos de vários regimes, em 12 golpes de Estado desde 1932, a monarquia tem se mantido intocável na Tailândia, onde a lei de lesa-majestade prevê penas de três a 15 anos de prisão por difamação do regime. O soberano tailandês, indo além do estatuto conferido pela monarquia constitucional, tem exercido uma influência considerável, frequentemente na sombra, nos assuntos públicos do país. Maha Vajiralongkorn, que acedeu ao trono após a morte do pai, o venerado rei Bhumibol, é uma figura controversa. Em poucos anos, reforçou o poder de uma monarquia já bastante poderosa, ao assumir diretamente o controlo da fortuna real. Pelo menos 80 mil polícias foram destacados para a zona da manifestação. “A polícia recebeu ordens para dar provas de paciência. Os manifestantes podem concentrar-se, mas pacificamente e dentro do quadro da lei”, afirmou, no sábado, o porta-voz do Governo tailandês, Anucha Burapachaisri.
Hoje Macau China / ÁsiaNovo PM do Japão no primeiro dia de trabalho com objetivo de fazer reformas populares [dropcap]O[/dropcap] novo primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, teve esta quinta-feira o seu primeiro dia completo no cargo com a determinação de levar adiante reformas populares. “Estou determinado a trabalhar muito para as pessoas e obter resultados para que possamos corresponder às suas expectativas”, disse Suga aos jornalistas ao entrar no gabinete do primeiro-ministro. Suga foi formalmente eleito na quarta-feira para substituir o antigo chefe de Governo, Shinzo Abe, que anunciou no mês passado que planeava deixar o cargo devido a problemas de saúde. Embora Suga tenha conquistado o apoio de outros legisladores do partido do Governo com a promessa de levar adiante as políticas de Abe e trabalhar nos objetivos inacabados da anterior Administração, também vai tentar implementar algumas medidas próprias. O primeiro-ministro comprometeu-se, entre outras coisas, a acelerar e recuperar no atraso da transformação digital do Japão e nomeou um ministro especial para promover a digitalização na educação, saúde e negócios. Ao contrário de Abe, que propôs grandes objetivos como revisões constitucionais, Suga parece determinado a adoptar uma abordagem mais populista para lidar com as preocupações diárias das pessoas, segundo os analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaUE diverge dos EUA e não vê na China ameaça à paz global, diz investigador Carlos Branco [dropcap]O[/dropcap]s EUA estão a procurar atrair a União Europeia (UE) no conflito com Pequim, mas Bruxelas considera que China é um rival mas não uma ameaça à paz global, disse em entrevista à Lusa o investigador Carlos Branco. “Os EUA estão a procurar atrair a UE para a sua esfera, mas a União, e de acordo com Josep Borrell, parte do princípio de que a China é um rival da União mas não é uma ameaça à paz global”, indicou o major-general, numa referência ao Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança. Na perspetiva do investigador – que publicou recentemente o livro “Do fim da Guerra Fria a Trump e à Covid-19. As promessas traídas da ordem liberal”, uma compilação de cerca de 70 artigos em jornais, revistas e blogues, desde o fim da Guerra Fria até 2020 –, a UE está a procurar seguir o seu próprio caminho. “Josep Borrell tem defendido que o relacionamento da UE com a China deve basear-se numa estratégia que aposte na reciprocidade e na firmeza negocial, em vez de ser numa estratégia confrontacional. E é aqui que está a grande diferença entre a UE e o posicionamento dos Estados Unidos”. Neste contexto salientou que no plano da competição EUA-China, Bruxelas também regista uma posição diferente da NATO “que é mais a posição dos Estados Unidos, o país que determina a agenda da Aliança”. E precisa: “Borrell reconhece a crescente importância da Ásia e quando se refere à ‘chegada do século asiático’ terá percebido que se tem de ter em conta esse elemento no quadro geoestratégico, que não existia há 20 anos. E também percebeu que o ocidente não pode definir unilateralmente os interesses da agenda global, como tem feito até agora”. A abordagem de Borrell não exclui, no entanto, o prosseguimento da parceria estratégica entre Bruxelas e Washington, o que não significa que os seus interesses “coincidam em permanência”, ressalva o major-general na reserva após uma carreira de 40 anos, durante a qual integrou diversas organizações internacionais, incluindo na sede da NATO em Bruxelas como responsável pelo planeamento estratégico da cooperação militar com Rússia, Ucrânia e Geórgia, e com os países de Europa de leste, Cáucaso e Ásia central. “Os adversários dos EUA não são necessariamente os adversários da Europa. A Europa deve ter a sua própria agenda quando se relaciona com outras potências, tendo em conta as suas características e interesses”, sublinhou. Um “reposicionamento estratégico” que poderá permitir aos europeus “defender os seus próprios interesses e desempenhar um papel de estabilização” nas grandes relações de poder. “Ao contrário de ser uma entidade em permanente seguidismo face aos EUA, é um pretexto que lhe permite ter alguma autonomia. Gostamos muito dos EUA mas nem sempre os nossos interesses coincidem, e temos de ter autonomia e coragem para defender os nossos interesses”, defende o investigador. Numa referência à aproximação das presidenciais de novembro nos EUA ,que vão opor o candidato do Partido Democrata Joe Biden ao republicano Presidente Donald Trump, Carlos Branco considera que, em termos de estratégias em política externa, existem “um conjunto de indicadores” que sugerem que as opções de Biden, caso seja eleito, não serão essencialmente diferentes face a Trump. “Biden quer regressar ao projeto de hegemonia global americana. Mas em primeiro lugar precisa de aliados, em particular dos europeus. Quando diz que vão organizar uma cimeira global das democracias e formar uma agenda comum, não é particularmente diferente do que Mike Pompeo [o atual secretário de Estado] propôs, ao referir-se a uma aliança das democracias”, explicitou. “Ainda numa perspetiva securitária, Biden diz que vai evitar envolvimento dos EUA em conflitos que exijam muitos contingentes, preferindo forças especiais. Mas não é nada que Trump não esteja a fazer”, acrescentou o atual investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) e investigador associado do Instituto de Defesa Nacional (IDN), e que na qualidade de oficial general foi porta-voz do comandante da força da NATO no Afeganistão e responsável pela sua comunicação estratégica. Carlos Branco recorda ainda que Biden disse pretender terminar com as ‘forever wars’ (guerras intermináveis) “apesar de ter sido no passado relativamente apologista desta abordagem, quando votou pela invasão do Iraque [em 2003] e apoiou a ação militar na Líbia [em 2011] quando era vice-presidente”. No entanto, alerta para um “dado perigoso”, relacionado com as designadas “operações de mudanças de regime” apoiadas pelo ocidente, que já foram concretizadas em diversos países. “Biden está empenhado em encorajar e financiar grupos dessas sociedades no sentido de provocar uma mudança de regime, um outro assunto em que é diferente do Trump”, sustenta. Ainda numa referência à NATO, o investigador assinala que Trump recuperou a “narrativa da NATO global “e Biden está também a recuperá-la, o que coloca uma “questão de fundo” em relação aos europeus numa eventual participação da Aliança militar ocidental “nesse esforço de guerra e de confronto” com a China. “Os EUA continuam a manter uma capacidade militar muito superior à China, e mesmo à China e Rússia juntas. Mas quem tem a política provocatória são os norte-americanos, que efetuaram recentes exercícios no Ártico, Báltico, mar Negro, com B-52”, frisou.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Joshua Wong diz que Portugal tem direito a visitar Tsz Lun Kok [dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong disse ontem à agência Lusa que as autoridades portuguesas têm o direito de visitar o jovem estudante de Hong Kong com nacionalidade chinesa e portuguesa detido na China. “A visita do nacional português por parte dos funcionários da embaixada portuguesa é uma exigência legítima e razoável”, afirmou à Lusa o activista de Hong Kong. Para Joshua Wong, de 23 anos, figura de proa do movimento pró-democracia, que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018, “o que torna a situação tão terrível é que eles [os 12 detidos] estão presos e desligados do mundo exterior”. Entre os detidos está Tsz Lun Kok, um estudante da Universidade de Hong Kong (HKU), de 19 anos e com dupla nacionalidade portuguesa e chinesa. “Só Deus sabe como é que as autoridades chinesas os tratam em detenção”, frisou Joshua Wong.
Hoje Macau PolíticaAssociação Poder do Povo defende ponto turístico com animais abandonados [dropcap]A[/dropcap] Associação do Poder do Povo defende que o Governo tem de acabar com a prática de matar animais abandonados e que como alternativa deve colocá-los num terreno em Coloane ou na Taipa. A ideia foi defendida numa petição entregue ontem na sede do Chefe do Executivo, que resultou da recolha de opiniões junto da população. Segundo Iam Weng Hong, presidente da associação, o local com os animais poderia ser transformado numa atracção turística, o que contribuía para o turismo de duas formas: por um lado a remoção dos animais abandonados das ruas permitia dar à RAEM um melhor ambiente; por outro passava a haver mais um ponto de interesses para os visitantes. Ao nível do impacto directo para a população de Macau, a associação defende que a criação do espaço vai haver mais postos de trabalho. O mesmo responsável criticou também que a interpretação legal do Instituto para os Assuntos Municipais que equiparou a alimentação ao abandono. Iam disse que era “desumana e ridícula” e apelou ao Chefe do Executivo para que não permita que seja aplicada. Anteriormente, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, que tutela o IAM já tinha vindo a público explicar que tem uma interpretação da lei. Desde Janeiro a Agosto o IAM abateu 85 animais, entre 55 cães e 30 gatos. Já no ano passado foram abatidos 148 animais, 74 cães e 74 gatos.
Hoje Macau Sociedade“Noul” | SMG falam em “possibilidade baixa” de içar sinal 1 de tempestade Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) afastam a possibilidade de içar o sinal 1 de tempestade tropical devido à passagem do “Noul”. Segundo um comunicado publicado esta tarde, o ciclone tropical começou a dirigir-se “para a parte central do Vietname e a cruzar um ponto mais próximo do território, a cerca de 750 quilómetros de Macau”. No entanto, “dado que o sistema tomou um rumo mais para sul do que o previsto, espera-se que [o ciclone tropical] não afecte Macau e a emissão do sinal número 1 seja relativamente baixa”. Mesmo sem sinais de tempestade o tempo no território será instável entre hoje e amanhã, sexta-feira, devido à circulação externa do “Noul” mas também devido ao efeito da monção do nordeste. Os SMG explicam que “o vento na região pode, ocasionalmente, atingir o nível 6 na Escala ‘Beaufort’, com rajadas”, além de que “nos próximos dias continuam a ocorrer na região aguaceiros com frequência, acompanhados de trovoadas”. Estão ainda previstas inundações ligeiras nas zonas baixas do Porto Interior.
Hoje Macau Sociedade“Noul” | SMG mantém possibilidade de içar sinal 1 de tempestade [dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram uma nota esta manhã onde mantém a possibilidade de içar o sinal 1 de tempestade devido à passagem do ciclone tropical severo “Noul”. Às 7h de hoje, o ciclone estava a atravessar a parte central do Mar do Sul da China em direcção à parte central do Vietname. “Hoje, durante o dia, o ciclo tropical vai entrar a menos de 800 quilómetros de Macau”, pelo que “posteriormente esta Direcção vai considerar emitir o sinal número 1 de tempestade tropical”, aponta o comunicado. Os SMG esperam ainda que, com a passagem do “Noul”, o vento se intensifique e ocorram “aguaceiros com frequência” entre o dia de hoje e amanhã, além da ocorrência de trovoadas. Podem ainda ocorrer inundações nas zonas baixas do Porto Interior. Entretanto, no Vietname, o “Noul” obrigou à retirada de cerca de 500 mil pessoas de zonas no centro do país, perante a chegada prevista para este fim de semana da tempestade tropical. O departamento para a Prevenção de Desastres Naturais vietnamita analisou, na quarta-feira, os riscos e os preparativos necessários para responder aos efeitos da tempestade, a ganhar intensidade à medida que se aproxima da costa vietnamita. Actualmente, o Noul regista rajadas de vento de até 130 quilómetros por hora e chuvas fortes, coincidindo, ao tocar terra no Vietname, com a subida da maré. As autoridades vietnamitas vão destacar efectivos militares para as tarefas de retirada de população e para prestar assistência após a passagem da tempestade, indicou, em comunicado. As províncias costeiras Quang Binh e Da Nang são as zonas de maior risco e onde a tempestade deverá atingir terra, possivelmente na sexta-feira ou no sábado. No entanto, as autoridades indicaram que as províncias do norte do país e parte do Laos, que faz fronteira com o Vietname, também deverão ser afectadas.
Hoje Macau EventosARTFEM | Bienal dedicada à arte feita no feminino inaugura dia 30 A ARTFEM – Bienal Internacional de Mulheres Artistas de Macau está de regresso para uma nova edição, desta vez sob o tema “Natura”. O público poderá ver trabalhos de 98 artistas, oriundas de 22 países e regiões, numa mostra que inclui trabalhos na área da pintura, cerâmica ou escultura, entre outras [dropcap]E[/dropcap]stá de regresso a edição da ARTFEM – Bienal Internacional de Mulheres Artistas de Macau. Entre os dias 30 de Setembro e 13 de Dezembro poderão ser vistas obras feitas no feminino, todas elas ligadas ao tema “Natura”. O programa completo será anunciado esta sexta-feira. A edição deste ano conta com 143 trabalhos realizados por 98 mulheres de 22 países e regiões, como é o caso de Macau, Hong Kong, China, Coreia do Sul e Japão, entre outros. Todos os trabalhos que começaram a ser produzidos a partir de 2018 podem ser visitados em quatro locais diferentes: Albergue da Santa Casa da Misericórdia, antigo Estádio Municipal do Gado Bovino, Galeria Lisboa e Casa Garden, da Fundação Oriente. Segundo um comunicado da organização, “a mostra inclui pintura, escultura, cerâmica, instalações, desenho, serigrafia em diversos suportes, vídeo e fotografia”. “A exposição pretende trazer à tona discursos urgentes sobre o meio ambiente, incluindo a sua protecção ou devastação, a relação da humanidade com a natureza, ao mesmo tempo que integra um ‘olhar’ sobre os aspectos sociais decorrentes da sua localização na RAEM e da crise pandémica covid-19, que afecta o mundo desde Dezembro de 2019”, explicam os curadores. A escolha de quatro locais diferentes para a exposição prende-se com o desejo da organização de “proporcionar ao público um ‘sentimento de bienal’, não se circunscrevendo apenas a um local”. Neste sentido, “a intenção curatorial pensava inicialmente intervir no espaço público, mas a crise da covid-19 fez com que as exposições acontecessem exclusivamente em ambientes fechados”. Continuação do sucesso A primeira edição da ARTFEM aconteceu a 8 de Março de 2018 e decorreu apenas no Museu de Arte de Macau. Com uma nova edição, os curadores pretendem “dar continuidade a esta exposição internacional recrutando artistas de todo o mundo, elevando a visibilidade das mulheres contemporâneas e do seu papel social decisivo na arte e na cultura”. Por ser a única bienal do mundo inteiramente dedicada à arte feita no feminino, a ARTEFM visa “contribuir para uma maior visibilidade das mulheres no mundo contemporâneo e para uma (re) descoberta da arte no feminino, orientando as artes locais para um padrão internacional e trazendo experiências artísticas mais dinâmicas para o público e para os turistas”. Com a ARTFEM, o Albergue SCM “pretende trazer novas experiências artísticas ao público, aumentando a visibilidade de Macau no panorama artístico internacional”. Os curadores da ARTFEM são o arquitecto Carlos Marreiros, que preside à bienal e que, nesta edição, assume o papel principal na curadoria. Angela Li, artista, é outra das curadoras que traz “um enfoque chinês” à iniciativa. Alice Kok e James Chu foram os responsáveis pela selecção dos artistas de Macau e de Hong Kong, enquanto que Leonor Veiga fez a escolha dos artistas internacionais juntamente com Carlos Marreiros. Se na primeira edição a ARTFEM contou com a pintora Paula Rego como madrinha, desta vez foram escolhidas as artistas Xiang Jing, da China, e Un Chi Iam, de Macau.
Hoje Macau SociedadeSin Fong Garden | Moradores desmentem Zheng Anting [dropcap]A[/dropcap] Comissão da Gestão do Condomínio do Sin Fong Garden disse ontem que ainda não recebeu os juros por parte da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen, dos deputados Mak Soi Kun e Zheng Anting. Em comunicado, a comissão afirma que as declarações de Zheng Anting não correspondem à verdade, porque “continua a pagar os juros relativos à verba destinada à reconstrução [do edifício]”. O fundo para a reconstrução do Sin Fong Garden está quase a zeros depois do pagamento da verba relativa ao mês de Agosto, aponta o mesmo comunicado. O orçamento total para a reconstrução do edifício é 210 milhões de patacas, sendo que os moradores avançaram 70 milhões de patacas em Julho, sem contar com o apoio da Associação de Beneficência Tung Sin Tong. Até ao final de Julho foram usadas 62 milhões de patacas. Os moradores alegam ainda que a Associação dos Conterrâneos de Jiangmen ainda não reagiu ao pedido de reunião feito a 8 de Julho. Este encontro iria servir para debater a questão do fundo financeiro prometido para a reconstrução, onde estariam presentes os meios de comunicação social.
Hoje Macau Sociedade“Noul” | Sinal 1 de tempestade tropical pode ser içado amanhã de manhã [dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram hoje uma nota onde dão conta da possibilidade de ser içado o sinal 1 de tempestade amanhã de manhã devido à passagem do ciclone tropical “Noul”. O comunicado informa que o “Noul” vai “atravessar a parte central do Mar do Sul da China e intensificar-se, progressivamente, movendo-se para a parte central do Vietname”. Nesse sentido, “espera-se que amanhã de manhã o ciclone tropical entre a menos de 800 quilómetros de Macau. Nesta altura, esta Direcção vai considerar emitir o sinal número 1 de tempestade tropical”. Entre amanhã e sexta-feira prevê-se que o vento fique mais forte, podendo ocorrer, ocasionalmente, aguaceiros fortes acompanhados de trovoadas. Os SMG referem também que, “sob influência da maré astronómica, nos dias 17 e 18 de manhã podem ocorrer inundações em zonas baixas do Porto Interior”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China soma 31 dias sem novos casos [dropcap]A[/dropcap] China atingiu hoje 31 dias consecutivos sem registar infeções locais de covid-19, já que os 12 casos diagnosticados nas últimas 24 horas são todos oriundos do exterior, anunciaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China indicou que os casos importados foram diagnosticados no município de Xangai (leste), e nas províncias de Guangdong (sul), Zhejiang (leste), Sichuan (sudoeste), Fujian (leste), Yunnan (sudoeste) e Shaanxi (noroeste). As autoridades disseram que, nas últimas 24 horas, 11 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país asiático se fixou em 143, incluindo um doente em estado considerado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 85.212 infetados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. As autoridades chinesas referiram que 824.092 pessoas que tiveram contacto próximo com infetados estiveram sob vigilância médica na China, das quais 6.576 permanecem sob observação. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.